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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UNIDADE DE ITUIUTABA

CAMILLA MARJORRAYNE MAGRI VILELA


LAÍSSA DANIELY BRAGA GUIMARÃES
LUCAS ARRUDA DE LIMA

OS PRÍNCIPIOS ESPECÍFICOS E NÃO ESPECÍFICOS NO PROCESSO CIVIL


DE EXECUÇÃO.

Ituiutaba
Dezembro/2020
CAMILLA MARJORRAYNE MAGRI VILELA
LAÍSSA DANIELY BRAGA GUIMARÃES
LUCAS ARRUDA DE LIMA

OS PRÍNCIPIOS ESPECÍFICOS E NÃO ESPECÍFICOS NO PROCESSO CIVIL


DE EXECUÇÃO.

Trabalho apresentado à Universidade do


Estado de Minas Gerais - Unidade Ituiutaba,
como requisito avaliativo da disciplina: Direito
Processual Civil III. Professora: Adriana Andrade
Ruas

Ituiutaba
Dezembro/2020
A denominada Ação de Execução, é a iniciativa promovida pelo credor,
através de atos processuais legais para exigência do cumprimento forçado de um
direito reconhecido pela legislação vigente ou por decisão judicial.

O objetivo da Ação de Execução é transformar bens ou direitos do


devedor/executado em dinheiro, para a satisfação de suas obrigações não
cumpridas a tempo e a modo, conforme determina o Código de Processo Civil, em
seu artigo 591.

"O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com


todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições
estabelecidas em lei."

A Execução de sentença, equivale ao cumprimento de uma decisão judicial,


que condenou uma das partes ao pagamento de uma obrigação legal, que no
caso o único que pode desistir de continuar com o cumprimento da obrigação é o
credor de acordo com o artigo 775 do NCPC.

Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de


apenas alguma medida executiva.

Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:

I - Serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas


sobre questões processuais, pagando o exequente as custas
processuais e os honorários advocatícios;

II - Nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do


impugnante ou do embargante.

Aos atos processuais dirigidos a uma pessoa, cabe a interposição de


recursos ou defesas, a que a Constituição Federal denomina contraditório, ampla
defesa ou o devido processo de execução. Aos atos processuais dirigidos a uma
pessoa, cabe a interposição de recursos ou defesas, a que a Constituição Federal
denomina contraditório, ampla defesa ou o devido processo de execução.
O devedor tem a obrigação de fazer, cumprir com a obrigação a ele
outorgada pelo credor de acordo com o princípio da primazia da tutela especifica,
caso o devedor não esteja de fato de acordo, poderá oferecer a sua defesa
através da impugnação a execução, quando o advogado arguirá uma série de
pontos que se constituem sua base de enfrentamento: excesso de execução,
nulidade no título, excesso de cobrança e outras nulidades processuais.

O executado deverá demonstrar, a partir da sua memória de cálculo a


razão do erro do exequente e o motivo que evidencia que o seu valor é o correto.

Vê-se, portanto, que a execução de sentença não se constitui numa


posição processual onde não mais existe defesa para o executado. Ao contrario
se o devedor ao interpor o recurso de impugnação não conseguir de fato atingir a
sua defesa, para evitar que venha a suportar a penhora, de acordo com o artigo
805 do NCPC.

Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a


execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o
executado.

Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais


gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos,
sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.

PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

• NULLA EXECUTIO SINE TÍTULO

“É nula a execução sem o título, seja judicial ou extrajudicial”. O rol dos


títulos é taxativo, pois a lei e o Código de Processo Civil não atribuindo caráter
executivo a algum documento, não há que se falar em um título.

É a necessidade da presença de um título que demonstra ao menos uma


probidade de que o credito de que o credito representado no título
efetivamente exista para justificar essas desvantagens que serão suportadas
pelo executado.
A exigência do elenco de títulos executivos numerus clausus, o que
impossibilita o operador de direito criar títulos, de acordo com o princípio da
tipicidade dos títulos executivos

A Tutela Provisória (decisões liminares) são também títulos executivos por


força do art. 515, I do Código de Processo Civil:

I - As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a


exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de
entregar coisa;

II - A decisão homologatória de autocomposição judicial;

III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de


qualquer natureza;

IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao


inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou
universal;

V - O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou


honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;

VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;

VII - a sentença arbitral;

VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de


Justiça;

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do executor à


carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

X - (VETADO).

XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair


sobre a construção-base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível
para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15
(quinze) dias.

§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao


processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida
em juízo.

Qualquer documento assinado pelo devedor que não tenha caráter


executivo, poderá ser cobrado via ação monitória nos termos do art. 700 da nova
ordem processual:

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que
afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título
executivo.

Bem de família:

Alimentos penhora bem de família. O fiador pode ter o bem de família


penhorado. Dívidas do IPTU, condomínio e toda dívida que esteja ligada ao bem
imóvel. Se alguém oferece em penhora o seu único bem de família (moradia), está
abrindo mão da impenhorabilidade, pois esta é renunciável.

• PRINCÍPIO DA PATIMONIALIDADE

A patrimonialidade ou realidade significa que a execução recai sobre o


patrimônio do devedor.

Uma das questões mais interessantes é a dos limites dos atos executivos,
como a prisão por dívida, depositário infiel (art. 5º, LXVII).

O Pacto de San José da Costa Rica enseja debates acerca da possibilidade


de prisão do depositário infiel, tendo em vista o status constitucional para
alguns doutrinadores. A responsabilidade patrimonial está prevista nos artigos
591 a 597 do CPC.

Estuda-se as hipóteses de penhorabilidades absolutas, relativas, etc. A


questão da responsabilidade da pessoa jurídica enseja nuances, como a do
uso indevido da mesma por sócios ou administradores, o que enseja a
desconsideração da personalidade jurídica.

No sentido da proibição de que o corpo do devedor responda pelas suas


dívidas, reservando-se tal garantia a seu patrimônio, é vista como
representação da humanização que o processo de execução adquiriu durante
seu desenvolvimento histórico, abandonando gradativamente a ideia de utilizar
a execução como forma de vingança privada do credor.

• PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO

Assegura ao exequente, o direito de dispor, de desistir voluntariamente da


execução ou de algumas de suas medidas executórias, a qualquer tempo sem
precisar da autorização do seu executado.

A desistência se diferencia da renúncia é permitido que o exequente a


qualquer momento desista do processo, sendo dispensada a concordância do
executado para que tal desistência gere efeitos jurídicos (art.775, caput, do
NCPC). Não sendo possível ao executado obter tutela jurisdicional em seu favor.
Ao desistir significa que o exequente simplesmente desiste de cobrar
executivamente seu direito naquele momento, naquele processo especifico,
podendo, entretanto, ingressar posteriormente com ação idêntica, desde que
comprove o pagamento das custas processuais da primeira ação (art.486, inciso
2°, do NCPC).

Não há necessidade de que o devedor aquiescer com eventual desistência


integral ou parcial do direito de crédito por parte do credor, pois o crédito é de
interesse unicamente do credor.

Há desistência, não irá atingir os atos judiciais já operados no processo. Se


houver alguma impugnação em sentido lato, à execução iniciada pelo credor, só
será extinta juntamente com a execução, sem necessitar o executado concordar.

Todos os legitimados a propor a execução podem desistir, salvo o


Ministério Público, que tem atuação orientada pelo princípio da indisponibilidade,
considerando que defende direito alheio na execução.

A pendência dos embargos à execução, não impede a desistência da


execução, mas a depender da matéria alegada em sede de embargos variarão os
efeitos gerados por essa desistência.

Caso os embargos versem sobre matéria meramente processual (por


exemplo: ilegitimidade da parte, falta de liquidez do título e etc.), perderão o objeto
e serão extintos sem resolução do mérito, condenando-se o embargado ao
pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios.

Nesse caso o embargante conseguiria uma sentença terminativa do


processo de execução, exatamente aquilo que já obteve com homologação da
desistência de tal processo. Haverá, portanto perda do interesse de agir, devendo
assim os embargos serem extintos sem a necessidade de concordância do
embargante.Por outro lado, caso os embargos versem sobre matéria de mérito
(por exemplo: novação, compensação e etc.), a extinção dos embargos está
condicionada à concordância do embargante, a o interesse na continuidade, com
a obtenção de sentença de mérito a seu favor, que demonstraria a inexistência do
direito material do embargado. A coisa julgada material que seria formada em tal
circunstância impede a propositura do processo de execução novamente, o que
não ocorre com a simples desistência do processo.

No que concerne a interpretação do art.775, parágrafo único, do NCPC.

Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de


apenas alguma medida executiva.

Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:

I - Serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas


sobre questões processuais, pagando o exequente as custas
processuais e os honorários advocatícios;
II - Nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do
impugnante ou do embargante.

Não se exige a concordância do embargado, considerando-se que ao desistir


do processo de execução, presumidamente o exequente também estará abrindo
mão do julgamento dos embargos; os embargos perdem a natureza, passando a
ser tratado como ação autônoma declaratória, e por fim os embargos com
fundamento com excesso de execução serão extintos quando o exequente desistir
da execução.

• PRINCÍPIO DO DESFECHO UNICO

O desfecho único somente possui o objetivo de satisfazer o credor. A


execução caminha para essa satisfação. O devedor jamais pode ter uma
sentença de procedência em um processo de execução. A procedência dele
pode vir a ocorrer no processo de Embargos que é um processo de
conhecimento.

O processo de execução se desenvolve com um único objetivo: Satisfazer o


direito do exequente. Sendo esse o único objetivo da execução, a doutrina
aponta para o princípio do desfecho único, considerando-se que a única forma
de prestação que pode ser obtida em tal processo é a satisfação do direito do
exequente, nunca do executado. O executado, na melhor das hipóteses, verá
impedida a satisfação do direito com a extinção do processo sem a resolução
do mérito, mas jamais terá a possibilidade de obter uma decisão de mérito
favorável a ele. Na execução busca se apenas a satisfação do direito, segundo
a tradicional lição doutrinaria.

A execução chega ao seu final normal quando é bem sucedida, ou seja,


quando o direito do exequente é satisfeito. No fim normal da execução o
processo é extinto pela sentença prevista no artigo.924 do NCPC, que é
meramente declaratória quanto ao final do procedimento executivo. O final
anômalo do processo de execução, aliás como também o de conhecimento e
cautelar é a sua extinção sem a resolução do mérito, o que ocorrerá por um
dos motivos previstos pelo artigo 485 do NCPC ou com o acolhimento integral
dos embargos à execução, cujo o fundamento seja a inexistência do direito
material exequendo.

A execução é a única forma de o executado obter uma tutela jurisdicional


em seu favor é por meio da propositura de uma nova ação, qual seja, os
embargos de execução. No processo de execução a única tutela jurisdicional
possível seria aquela obtida pelo exequente por meio da satisfação do seu
direito.

Se o devedor deseja uma sentença de mérito, recorre-se aos Embargos.

Se os Embargos forem procedentes, é suficiente juntar cópia no processo


de execução, sem a necessidade de prolatar-se outra sentença no processo de
execução.

Se nos embargos se tratam de matérias processual, o julgamento da


execução interfere nos Embargos. Se se tratar de matéria de mérito,
desistindo-se da Execução não se extinguem os Embargos, se o devedor não
anuir.

Se o credor não movimentar o processo por mais de 5 (cinco) anos, ocorre


a prescrição intercorrente.

A prescrição intercorrente se dá ainda em segunda modalidade, quando


não se encontram bens do devedor. Passa-se um ano arquivado e empós,
inicia-se o prazo de 05 (cinco) anos.

Assim, quando não encontrados bens do devedor, o processo ficará


suspenso por 01 (um) anos, após o que não encontrados bens em nome do
devedor inicia-se a contagem do prazo da falada prescrição intercorrente.

Durante o arquivamento provisório o credor pode peticionar a qualquer


momento, desde que comprove que há bens penhoráveis.

• PRINCÍPIO DA UTILIDADE
O magistrado deve analisar se a execução é útil ou não. Não sendo, deverá
mandar a execução para o arquivo provisório, situação em que começa a fluir o
prazo da prescrição intercorrente:

Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o
produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido
pelo pagamento das custas da execução.

§ 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de


determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na
certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do
executado, quando este for pessoa jurídica.

§ 2o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será


nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do
juiz.

Em razão desse princípio, a penhora não será realizada quando restar evidente
que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução (art. 836, caput, do NCPC).

Quando o juiz se convence que a obrigação se tornou materialmente


impossível de ser cumprida e que somente prejudicaria o executado, há a
proibição da aplicação de astreintes (multa processual). Sem nenhum proveito ao
exequente na busca de satisfação de seu direito, é a aplicação de uma medida
coercitiva em situações nas quais a pressão psicológica é inútil, não dependendo
da vontade do executado o cumprimento da obrigação.

• PRINCÍPIO DA MENOR ONERSIDADE

A execução tem que buscar o direito do credor, mas o devedor deve ser o
protegido da onerosidade. A forma deve ser a menos gravosa para o devedor,
em se tratando de processo de Execução. A lei assegura ao devedor o dever
de pagar, mas de forma menos gravosa para ele, devedor:

Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a


execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o
executado.

Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais


gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos,
sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.

O ônus de provar que a execução deve se ar na forma menos gravosa é do


executado.

A execução não é instrumento de exercício de vingança privada, nada


justificando que o executado sofra mais do que o estritamente necessário na
busca da satisfação do direito do exequente. Por outro lado, não parece correto
descartar em absoluto a substituição do meio executivo mesmo quando aquele
que se mostra menos oneroso for menos eficaz. Exemplo: substituição da penhora
de dinheiro pela fiança bancaria e de seguro-garantia é um meio muito eficaz para
execução de ágar a quantia certa, nesse caso o próprio legislador por meio do
art.835, inciso 2°, do NCPC, equiparou o dinheiro à fiança bancaria e ao seguro
garantia judicial.

• ATIPICIDADE DOS ATOS EXECUTIVOS

O Juiz pode determinar qualquer meio admitido no direito para que a


satisfação da dívida seja concretizada. Não pode, no entanto, promover
constrangimento pessoal.

O artigo 139, IV, do CPC/15 dispõe que cabe ao magistrado determinar


todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária.

FIANÇA JUDICIAL:
O magistrado poderá para fins de concessão de Tutela de Urgência ou
garantir cumprimento de uma obrigação de pagar, exigir da parte um fiador
judicial. O benefício de ordem na fiança judicial é renunciável, não podendo o
magistrado obrigar a renúncia.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que
a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a
parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

É pelos meios executivos que o juiz tenta, no caso concreto, a satisfação do


direito do exequente. São variados esses meios previstos em lei: penhora,
expropriação, busca e apreensão, astreintes, arresto executivo, remoção de
pessoas ou coisas, fechamento de estabelecimentos comerciais etc.

Entrega da coisa certa

O prazo para entrega de coisa certa é o mesmo dos Embargos, ou seja, 15


(quinze) dias. Entregue a coisa, a execução está satisfeita, devendo extinguir os
autos. Se não entregue a coisa, mas deposita em garantia, não se extingue a
execução, mas poderá, ainda assim, embargar e pedir efeito suspensivo à
execução.

Os Embargos em regra não possuem efeito suspensivo, porém a pedido da


parte, e somente a pedido, poderá o magistrado recebe-lo no referido efeito. Os
Embargos, para que sejam recebidos com efeito suspensivo, devem preencher os
seguintes requisitos:

a) fumaça do bom direito e perigo da demora (verossimilhança das alegações)


e b) garantia do juízo.Presentes a fumaça do bom direito e o perigo da demora,
o magistrado poderá atribuir efeito suspensivo aos Embargos opostos, mesmo
que ausente de garantias.A garantia no processo de execução por si só não
traz a obrigatoriedade da concessão do efeito suspensivo.Não cumprida a
entrega da coisa no prazo de 15 (quinze) dias, poderá o magistrado utilizar dos
preceitos estabelecidos:

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.

§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre


outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção
de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de
atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força
policial.

§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será


cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art.
846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento.

§ 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando


injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua
responsabilização por crime de desobediência.

§ 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento
de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza
não obrigacional.

Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo


estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e
apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se
tratar de coisa móvel ou imóvel.

§ 1o A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de


conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição,
sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.

§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na


contestação, na fase de conhecimento.

§ 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber,


as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não
fazer.

Se a coisa certa estiver na posse de terceira pessoa, este deverá ser intimado
para depositar a coisa em juízo e, se for o caso, opor Embargos de Terceiro. Se o
terceiro não depositar em Juízo, poderá ser expedido contra o mesmo Mandado
de Busca e Apreensão, se for bem móvel ou imissão de posse, se se tratar de
imóveis.

Se o exequente, na obrigação de coisa incerta não especificar na petição inicial


a sua escolha esse direito passará para o devedor, no entanto poderá o credor
impugnar a escolha do devedor no prazo de 15 (quinze) dias.

O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que as multas de 75%(setenta e cinco


por cento) a 200%(duzentos por cento) previstas para débitos fiscais, logo
aplicadas pela Fazenda Pública não possuem caráter confiscatório.

Por outro lado, não será cabível a adoção de medidas que não tiverem concreta
capacidade de cumprir sua função, qual seja, a de pressionar psicologicamente o
executado a cumprir sua obrigação. Conforme o entendimento do Tribunal de
Justiça, não cabe aplicação de astreintes para pressionar o executado a cumprir
obrigação de impossível cumprimento porque nesse caso estar se a diante da
sanção e não de medida executiva.

PRINCÍPIOS NÃO ESPECÍFICOS

Os princípios não específicos estão presente em diversos ramos do


ordenamento jurídico, mas a sua atuação na execução processual civil merece
destaque. Nesse sentido, temos:

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

De forma geral, o princípio em discussão é a base do ordenamento jurídico


brasileiro, sendo ele muito utilizado na fundamentação das lides que ocorrem na
sociedade. Na Constituição Federal, que é a carta maior de todo o ordenamento
jurídico, a dignidade da pessoa humana está presente no art.1°, III, que trata dos
fundamentos da República Federativa do Brasil.

Na execução Civil, a perspectiva deste princípio se estrutura na ideia de


que o processo de execução deve ser utilizado para satisfazer o direito do
exequente, sem que sirva como meio de tortura ou que possa levar o devedor à
ruina.

Princípio da Efetividade

Afirma que os direitos devem ser efetivados, não apenas reconhecidos. A


efetividade garante o direito fundamental à tutela executiva que é a exigência de
um sistema completo de tutela que são capazes de proporcionar a satisfação a
qualquer direito passível de tutela executiva.

No Código de Processo Civil, observa-se que este princípio está reforçado


em seu art.4°, onde afirma que a parte tem o direito de obter em prazo razoável a
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa, que é o direito de
execução.
Como a execução é indispensável para a satisfação de direitos
fundamentais dos indivíduos, é importante destacar que pode ocorrer restrições
quanto à tutela executiva. Como exemplos, temos a impenhorabilidade (art. 833
CPC) que é uma técnica processual que limita atividade executiva, tendo como
justificativa a proteção de bens jurídicos relevantes como a dignidade do
executado e o direito ao patrimônio mínimo por exemplo. E por se tratar de uma
restrição, a ponderação de Direitos deve estar presente na análise do caso
concreto, sendo que o órgão jurisdicional deve fazer o controle de
constitucionalidade no caso concreto da aplicação das regras da
impenhorabilidade.

Como exemplo, podemos citar que em regra, um bem imóvel é


impenhorável. Mas imagine que seja um bem imóvel de alto valor, onde a dívida
seria correspondente a 40% do valor total. Nesse aspecto, pode-se observar que a
venda judicial deste imóvel iria garantir os direitos do executor e do executado,
pois com o restante da pecúnia, seria possível a aquisição de outro imóvel por
parte deste.

Princípio da boa-fé processual

É um princípio processual que está presente no art.5°CPC, onde afirma que


todos os integrantes do processo devem praticar os atos processuais com boa-fé,
não podendo ser possível o cometimento de comportamentos desleais, abusivos
ou fraudulentos.

Na execução, este princípio encontra fundamento e importância no art. 774 CPC.

Como exemplo, temos que é uma fraude à execução a conduta do devedor alienar
determinado bem que está pendente em processo judicial.

Princípio do Contraditório

O princípio do contraditório, previsto no art. 7º CPC é a possibilidade das


partes em ter participação efetiva e adequada dos sujeitos interessados ao longo
dos atos processuais, ocorrendo desde logo. Esse princípio decorre do princípio
do devido processo legal e compreende o direito de ser ouvido, o direito de
acompanhar os atos processuais, o direito de produzir provas e participar da sua
produção, o direito de ser informado sobre os atos processuais, o direito à
motivação das decisões e o direito a impugnar decisões.

Na execução não é diferente. Temos como exemplo a possibilidade do


contraditório em uma alegação de fraude à execução.

Tanto o exequente e o executado têm direito a ser cientificado dos atos


processuais.

Princípio da proporcionalidade

O princípio da cooperação está consagrado no artigo 8° CPC, onde traz a


ideia de que o órgão jurisdicional observar a proporcionalidade e a razoabilidade
ao aplicar o ordenamento jurídico e no momento da execução.

Como exemplo de proporcionalidade na execução temos o art. 805 do


CPC, onde se tiver diversos meios para a execução, deve-se executar a medida
menos gravosa para o executado.

Outro exemplo que trata do princípio em discussão é o que dispõem o art.


835, Parágrafo primeiro. Este dispõe sobre a penhora, sendo que em regra, o
caput indica preferências para o juiz no tocante a penhora, mas o § 1º traz a
possibilidade analisar as circunstâncias no caso concreto e com isso alterar a
ordem prevista no caput.

Princípio da Cooperação

O princípio da cooperação tem como base os princípios do devido processo


legal, da boa-fé processual e do contraditório. O Código Processual Civil o
consagrou no art.6º afirmando que: “todos os sujeitos do processo devem
cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito
justa e efetiva”.
Tal princípio busca reforçar a ética processual, com o aprimoramento do
diálogo entre as partes e com o órgão jurisdicional.

A presença do princípio supra citado na Execução processual é de suma


importância. Como exemplo, no CPC tem o art. 774, V, que considera a conduta
comissiva ou omissiva do executado que sendo intimado, não indica quais são os
bens e onde estão os bens sujeitos a penhora e os seus respectivos valores,
como atentatória a dignidade da justiça.

REFERÊNCIAS

DIDIER, Fredie et al. Curso de Direito Processual Civil. Editora Juspodivm,


2017.

NEVES, Assumpção Amorim Daniel. Manual de Direito processual Civil. Editora


Juspodivm, 2018.

ROCHA, Lócio. Princípios da Execução. Jus Brasil, 2017. Disponível


em:<https://mattheuslocio.jusbrasil.com.br/artigos/505792590/principios-da-execuc
ao> Acesso em: 04/12/2020

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