RESUMO DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

• CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: (ART 539/CPC)

- O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor, da coisa

devida, com o objetivo de libertar-se da obrigação (meio indireto de
pagamento);
- A consignação se presta a resolver uma obrigação (hipótese de mora do
credor);

 Art. 539, §1° e §2°:

Obrigações em dinheiro, pode-se fazer o depósito em banco oficial
(não é lotérica) que esteja no lugar do pagamento.
Deve cientificar o credor por Carta c/ Aviso de Recebimento.
O credor pode manifestar sua recusa em 10 dias (informando o
motivo da recusa).

 OBS: A consignação deve ser feita no local do pagamento, isso é

elemento da obrigação (risco de cair em mora).

Decorrido o prazo (contado do retorno do AR), sem recusa, o

devedor está desobrigado e o credor levanta a quantia (se quiser).

 Art. 539, §3°e §4°:

- A recusa do credor deve ser por escrita e feita no banco oficial;
- Após a recusa, se tem 1 mês para ingressar com Ação de Consignação
em Pagamento (a inicial deve conter prova de depósito e da recusa);

Art. 542, I e II: (a inicial do autor)

- O depósito da quantia será feito em 5 dias, se não houver
recusa (se houver, é 1 mês);
Se não cumprir prazo= Extinção sem resolução de
mérito.
- A citação do Réu (credor) para receber ou contestar;
- OBS: Não existe audiência de conciliação nesta ação.

- Se não obedecer ao prazo (1 mês), o depósito fica sem efeito (mora);

- Caso o devedor ingresse com ação após o prazo, terá que recolher novo
depósito + correção monetária.
 Art. 540:
- A data do depósito cessa os juros e os riscos que o devedor teria;
- Exceto se, a demanda for improcedente.

 Art.541:
- O devedor pode ir pagando cada parcela, sem necessidade de abrir
uma ação de consignação para cada uma delas.

 Art. 543:
- Nas obrigações indeterminadas (saca de café), se pactuado, o credor
escolherá em 5 dias (após a citação/ ciência da Petição Inicial).

Em regra, a escolha cabe ao devedor, mas pode-se pactuar o

contrário.

 Art. 544: (contestação do credor/ réu)

I. Pode alegar que não houve recusa ou mora no recebimento;
II. Justa recusa;
III. O depósito foi feito em mora (lugar e tempo do pgmt.);
IV. Depósito não integral (+Parágrafo único).
Deve apresentar a quantia que acredita ser devida.

A alegação de insuficiência, gera a possibilidade de “Ação

Dúplice”;
O juiz pode condenar o autor a pagar a diferença discutida+
correção, sem necessidade de requerimento do Réu;
Gera título executivo judicial.

 Art.545:
- O autor/devedor, tem 10 dias (da alegação de insuficiência) para
completar o montante;

- Durante este prazo, o devedor não estará em mora;

LEMBRAR DE CLÁUSULA RESOLUTIVA:

-Se o contrato determinar que o inadimplemento põe fim ao
contrato (Pacta Sunt Servanda prevalece sobre o Art. 545/CPC).
  Art. 546:( Extinção da obrigação)
- Julgado procedente o pedido de consignação em pgto.
- Se o Credor receber e der quitação;
- Em todos os casos, gera a obrigação do credor/réu de pagar os
honorários.

 Art. 547 + 548: (litisconsórcio e legitimidade do credor)

- Em caso de dúvida, o autor irá requerer a citação de todos os possíveis
titulares do crédito;
- O que acontece com o depósito?
- R: Se nenhum aparecer= arrecadação de coisa vagas;
- R: Apenas um = este recolhe o montante;
- R: Mais de um = efetuado o depósito e extingue a obrigação.
O procedimento comum decidirá quem é o credor (es).

• AÇÃO MONITÓRIA: (ART 700/CPC)

- Materialização do “Pacta Sunt Servanda”;

- Meio para se exigir o cumprimento de uma obrigação;
- É admitida em face da fazenda pública;
- Cabe a Ação Dúplice – art. 702, §11°.
- Exige prova escrita;

Como contratos e e-mail, por exemplo;

Pode exigir a antecipação de provas em audiência e os depoimentos serão
prova escrita (constados em ata de audiência) – Art. 700, §1°.
A prova escrita, sem vícios do consentimento, impossibilita a defesa do
devedor.

 A citação do Réu (Art.700, §7°):

- Admitido qualquer dos meios usados no Proc. Comum;
- Citado o devedor, terá 15 dias (corridos) para adimplir a dívida + 5% de
honorários (mandado de pagamento);

Possibilidade de optar pelo parcelamento da dívida;

Se cumprir o prazo, não irá pagar custas processuais;
Se não pagar no prazo, pagará custas judiciais + 10% de honorários;
A inercia do devedor, acarreta imediato cumprimento de sentença;
Se constitui título executivo judicial.
 A busca de bens do devedor:
- Não precisa de ordem judicial;
- Penhora automática;
- Deve o credor, apresentar o balanço dos cálculos.

 Embargos Monitórios (possíveis defesas do devedor-Art. 702/CPC):

- 15 dias corridos para propor;

- Discutirá a diferença de valores (deve apontar os cálculos corretos);

- Podem, ou não, ser apensados;
“O ato pelo qual se anexa um processo
aos autos de outra ação ou demanda,
que com ele tem relação, por
determinação legal ou a pedido de uma
das partes”
- Suspenção da eficácia da decisão (suspende o mandado de pagamento);
- O autor, tem 15 dias para responder aos embargos.

 Rejeitados os Embargos Monitórios:

- Caberá apelação da sentença que os rejeitar;

Não possui efeito suspensivo (Art. 1012, §1°, III/CPC)

- Se inicia o Cumprimento de sentença.

 Outras hipóteses:
- O juiz condenará o autor (identificado a má-fé) ao pgto. de multa de
10% em favor do réu {Ação Dúplice};
- O juiz condenará o réu que propor embargos, (identificado a má-fé) ao
pgto. de multa de 10% em favor do autor.

• EMBARGOS DE TERCEIRO: (ART 674/CPC)

 Legitimidade:

- Quem não é parte (terceiro), que sofre ameaça de constrição de bens,

poderá requerer o desfazimento ou inibição;
Pode ser o proprietário, fiduciário ou possuidor.
- Quem é o terceiro? (§ 2° e incisos):

- Cônjuge/companheiro (se o bem for divisível);

-Aquele que adquiriu bens, provenientes de fraude a execução, de boa-fé;
- O sócio da empresa que sofreu incidente de desconsideração da personalidade jurídica
(desde que, não tenha feito parte do incidente/ não citado);

- O credor com garantia real (o sujeito que tem uma casa hipotecada, tem como credor
c/ garantia real, o banco que a hipotecou).
Contra ele, somente pode alegar (art. 680/CPC):
I. Insolvência;
II. Título nulo;
III. Coisa dada em garantia.

 ART 675/CPC: (Quando propor embargos)

- Identificado a existência de terceiro, o juiz, mandará intimá-lo

pessoalmente, p/ propor embargos se quiser.
-A qualquer tempo, enquanto não transitar em julgado (se for Proc.
Conhecimento);
- Até 5 dias depois do fato (alienação/adjudicação/arrematação) – No caso
de cumprimento de sent. E proc. Execução;
OU ENTÃO...

- Sempre antes da assinatura da carta.

Doc do juiz,
Onde o terceiro reconhece o direito,
Direito sobre o bem.

- Os embargos se distribuem por dependência.

 P.I (ART.677/CPC):

- O autor fará prova sumária (breve/ sem grandes formalidades);

- Junta docs. e rol de testemunhas (NECESSÁRIO).
- Audiência de justificação/preliminar
Caso o juiz precise de esclarecimentos além das provas;
(§1°) Prova de posse é facultativa;

O juiz reconhece a qualidade de terceiro a alguém.

 - LEGITIMIDADE PASSIVA (§4°):

O credor que se beneficia da constrição;

O devedor que indica bens que sabe ser de terceiro (má-fé).

 RECONHECIDO O DIREITO DE TERCEIRO (ART.678/CPC):

- Determina a suspenção das medidas coercitivas sobre os bens litigiosos,

ligados ao embargo;

-Manutenção/ Reintegração provisória da posse (se for requerida pelo

terceiro/embargante).
Podendo o juiz, requerer caução.

 DEFESA AOS EMBARGOS (ART. 679/CPC):

- 15 dias para contestar;

- Depois do prazo, segue o rito comum.

 SENT. FAVORÁVEL AO TERCEIRO (ART.681/CPC):

Se houver APELAÇÃO, não terá efeito suspensivo (LEMBRAR de
ação monitória e art. 1.012 doCPC).
- Reintegração do bem, definitivamente, ao terceiro.

• AÇÕES POSSESSORIAS: (ART 554/CPC)

- Ação Dúplice.
- Fungibilidade (a interposição de uma ação equivocada, não obsta o
reconhecimento do pedido pelo juiz, desde que feita no prazo correto).

A fungibilidade deve ser demonstrada/ citada (desde que, não esteja claro
qual a ação cabível. Para que, em caso de erro na ação proposta, o juiz possa
acolher o pedido).
- Art. 47, §2° - O foro competente, é o “domicílio” da coisa/imóvel.
A competência deste forro é ABSOLUTA;
Se houver a interposição de ação em foro incompetente, o juiz envia (de
ofício) para o foro competente.

 AÇÕES POSSIVEIS:

- Manutenção de posse (TURBAÇÃO);

- Reintegração de posse (ESBULHO);
- Interdito proibitório (AMEAÇA);
 LEMBRAR:
Turbação, é atrapalhar a posse de outrem (ex: tentar constituir servidão
de passagem);
Esbulho, é impedir que o possuidor use o bem;
Ameaça, é a quando o possuidor sabe que perderá a posse se nada fizer
(ex: assentamento de bandeira do MST na porteira da fazenda).

 A P.I (ART. 555/CPC):

- Possibilidade de o autor cumular pedidos (perdas e danos +

indenização pelos furtos) , e não perder o caráter especial da ação.
- O que se busca, é uma decisão liminar para reconhecer o seu direito
de posse e barrar o esbulho, a turbação ou a ameaça
Podendo requerer que se tome medidas para evitar uma nova
turbação ou esbulho. Além do cumprimento de tutelas provisórias.
Se o juiz acolher o pedido liminarmente: (art. 564/CPC)

- 15 dias para contestar, atacando as alegações do autor e podendo se inverter a causa

em desfavor do autor (AÇÃO DUPLICE).
- Segue o rito comum.
E se o juiz não acolher o pedido liminarmente?

- Se marca a audiência de justificativa (já citando o réu para se

defender em 15 dias).
Juiz não convencido das provas;
Produção de prova testemunhal;

Depoimento do Réu.

 POSSIBILIDADE DE USUCAPIÃO (art. 557/CPC):

- Tramitando a ação de possessória, não se pode propor ação de
reconhecimento de domínio;
- Mas pode alegar propriedade ou outros direitos sobre a coisa.
(usucapião).

 POSSES COLETIVAS: (ART. 554, §1°/CPC)

- Torna-se difícil de saber quem é o possuidor;
- Citação pessoal dos ocupantes encontrados (procura uma única vez);
- Citação por edital dos demais;
- Intima-se o MP;
- Intima-se a defensoria pública (se houver hipossuficientes).
Ampla publicidade determinada pelo juiz (usa todos os meios
possíveis) - §3°
 - Citações por Oficial de justiça (que tem fé-publica para dizer quem
são os possuidores/ocupantes/invasores)

 POSSE VELHA (ART 565/CPC):

- E se a posse passar de ano e dia?
- O autor pode informar ao juiz que se trata de posse velha (boa-fé
processual e celeridade dos atos processuais).
- Antes da liminar, juiz marca audiência de mediação em até 30 dias (a
contar da P.I).
- Uma audiência com “longas discussões” para decidir o mérito.
- Os órgãos agrários e de políticas urbanas podem ser intimados para
manifestar o seu interesse no caso = possibilidade de solução do
conflito. (§4° do art. 565/CPC).

➢ Concedida a liminar, tem-se 1 ano (conta da data da

distribuição) para executá-la.
O juiz marca audiência de mediação.
Segue novamente as regras da intimação (MP/ defensoria).
A liminar vem acompanhada de ordem de desocupação.

➢ Ordem de desocupação:
- O oficial de justiça informa os ocupantes da liminar e da
ordem de desocupação;
- Conduz a desocupação (com força policial se for necessário);
- Pode o juiz comparecer no local para conduzir a desocupação
ou efetivar a tutela jurisdicional.

• OPOSIÇÃO: (ART 682/CPC)

- Ação em que, terceiro, requer o direito sobre um bem que está em discussão
(autor/réu = litisconsortes);
- Pode apresentar oposição até a sentença;
- Distribuído por dependência;

Julgado pela mesma sentença que julga o processo principal;

Os processos tramitam simultaneamente;
´Podendo dividir a fase probatória (unidade da instrução e duração
razoável do processo).

- Contestação (autor e réu) em 15 dias;

- Se um reconhecer que o terceiro é o proprietário do bem, a ação segue em
face do outro;
- A sentença julga 1º a oposição e depois a ação principal (cabendo recursos).
  HIPOTESE DE SUSPENSÃO (ART. 685/CPC):

- Se propor oposição após a audiência de instrução;

- O juiz suspende para a produção provas.
SALVO se houver unidade da instrução.

 DIFERENÇA ENTRE EMBARGOS DE TERCEIROS E OPOSIÇÃO:

- Nos embargos se discutem o mérito.

- Na oposição se discute a titularidade de um bem (o objeto é o próprio
bem);

A “lide” está na propriedade de um bem. O autor diz ser dono do

bem que está com o réu e propõe ação ´para ter o direito reconhecido;
chega o terceiro e diz que o bem não é nem de autor e nem do réu,
mas sim dele (terceiro/ oponente).

• HABILITAÇÃO (ART 687/CPC):

- Morte de uma das partes;

Em regra, a morte das partes suspende o processo.

- Habilita os interessados para substituir o falecido (se o direito discutido, for

direito disponível);
- Os interessados podem requerer sua habilitação, ou a parte viva pode requerer
que se cite os interessados para substituírem o falecido;

5 dias para se pronunciar.

Citação pessoal se não houver procurador instituído.

- Se o direito discutido for indisponível = ENCERRA O PROCESSO.

- A habilitação dos interessados SUSPENDE o processo.
- EM REGRA: Petição nos próprios autos;

O Juiz pode determinar que sejam feitos em apartado

- O Juiz julga a habilitação imediatamente.

SALVO se houver impugnação.

Autos apartados e dilação probatória.
- Trânsito em julgado da habilitação = o processo principal retorna a caminhar e
se junta a sentença (que reconheceu/indeferiu habilitação nos próprios autos do
processo principal).