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Ação de Consignação em Pagamento (art.

890 CPC)
Sandra Sá – Processo Civil - 25.04.2011

Art. 890 - Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a
consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1º - Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida,
em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção
monetária, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a
manifestação de recusa. (Acrescentado pela L-008.951-1994)
§ 2º - Decorrido o prazo referido no parágrafo anterior, sem a manifestação de recusa, reputar-se-á o devedor
liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. (Acrescentado pela L-008.951-1994)
§ 3º - Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá
propor, dentro de 30 (trinta) dias, a ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito e da
recusa. (Acrescentado pela L-008.951-1994)
§ 4º - Não proposta a ação no prazo do parágrafo anterior, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o
depositante. (Acrescentado pela L-008.951-1994)

Art. 335. A consignação tem lugar:


I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Art. 335 CC – A consignação tem lugar:

I – Refere-se as dividas “Portables” aquelas em que o devedor deve fazer o pagamento no


domicílio do credor ou em local por ele determinado. (art. 327 CC)

II – Divida de natureza “Querable” (quesível) cabe ao credor ir buscar o pagamento no


domicílio do devedor.

III – se o credor faleceu ... tem que consignar.

IV – quem é o credor B ou C?

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente,
ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

De cujus teve 3 mulheres, separou da 1ª, teve a 2ª, e quando estava com a 3ª ele morreu e
todo mundo ficou com muito trabalho. A 2ª e a 3ª se habilitaram como companheira, ele
tinha 2 filhos maiores e capazes, a empresa ficou em dúvida e consignou o pagamento
das verbas no inventário em apenso uma vez que não sabia quem era o credor.

O rol do artigo 335 não é taxativo.

CTN TEM DUAS HIPÓTESES DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – VIDE ARTIGOS


156 E 164.

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Direito - 9º Semestre - Proc. Civil - Prof. Sandrá Sá – Aluna: Luciana Torres
Consignação Extrajudicial (LEI 8591/94)

Objeto:

A – Prestação Pecuniária (dinheiro em espécie)

B – Existência no lugar do pagamento de estabelecimento bancário oficial ou particular.


(onde houver estabelecimento OFICIAL, o deposito tem que ser feito exclusivamente
NESTE não sendo opcional fazê-lo em banco particular, esta opção é válida apenas para as
localidades que não possuem bancos OFICIAIS.)

C – Beneficiário do depósito: Capaz

Solvente

Conhecido (Endereço, etc...)

D – A ciência pelo devedor do domicílio do credor que deverá ser cientificado com aviso de
recebimento para:

D1 – Levantar o depósito;

D2 – Manifestar a sua recusa.

Atitudes do credor após notificação:

Levanta o depósito  Liberação extingue a obrigação.

Manifesta por escrito a sua recusa  devedor passa para consignação judicial (ou não)

Não recusa o depósito no prazo legal de 10 dias após sua ciência  aceitação TÁCITA

Consignação Judicial (art. 890 §3°)

Se o credor recusar por escrito, o depositante poderá valer-se da ação judicial instruindo a
inicial com a prova do deposito e da recusa no prazo de 30 dias (§3° art. 890)

E se o depositante não promover a ação judicial?


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O depositante pode levantar o dinheiro no banco e fica sem efeito o deposito bancário.

Competência

Aonde?

Foro do lugar do pagamento (art. 891 CPC)

Art. 891 - Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que se efetue o
depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada improcedente.
Parágrafo único - Quando a coisa devida for corpo que deva ser entregue no lugar em que está, poderá o
devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra.

A COMPETENCIA É RELATIVA, POIS É TERRITORIAL.

Exceção declinatória fori (pesquisar): "prorroga-se a competência, se o réu não opuser exceção
declinatória do foro e de juízo, no caso e prazo legais." A prorrogação da competência é, então, o
mecanismo pelo qual um juiz, a princípio incompetente para julgar determinado fato, passa a ser
competente, por não ter, o réu, argüido a incompetência em momento oportuno.

A incompetência relativa não pode ser decretada de ofício pelo juiz. Ao contrário do que
acontece com a absoluta.

Petição Inicial – autor deverá requerer o depósito da quantia que se deferido será feito em 5
dias, contados da publicação do deferimento (se não depositar extingue o processo sem
resolução do mérito) se for extrajudicial, o comprovante do depósito e da recusa do
recebimento tem que estar juntado no processo.

TRATANDO-SE DE DEPÓSITO EXTRAJUDICIAL


FAZER A PROVA DO DEPÓSITO E DA RECUSA.

Art. 896 CPC


I – O autor (devedor) tem que provar que o réu (credor) recusou-se a receber.
II – O réu que deverá provar, a justificativa da recusa. Ex. o devedor estava em mora na ocasião do pagamento.
III – O réu tbm tem que provar.
IV – O réu tem que indicar na contestação qual o valor que acha devido.

Havendo o deposito considerado insuficiente, o réu (credor) deverá indicar na contestação o


valor devido. Se o juiz entender correto, intimará o autor (devedor) a fazer a
complementação.

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DIFERENÇA ENTRE DEPOSITO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL

EXTRAJUDICIAL JUDICIAL
LEVANTA OS VALORES LEVANTA OS VALORES
DEPENDE  se for considerado
DA QUITAÇÃO AO DÉBITO. insuficiente, pode levantar o deposito e o
juiz intimará o autor para fazer a
complementação.

A consignatória tem CARATER DUPLICE, NÃO comporta reconvenção


e o réu é autorizado por lei a fazer pedido.

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QUESTÕES SOBRE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

1 – “A” propões ação de consignação em pagamento em face de “B” e “C”


alegando que tem duvida de quem efetivamente é credor de uma obrigação que
contraiu no valor de 100.000,00. Proclamada a demanda o juiz deferiu o
deposito em 5 dias e determinou a citação dos réus tendo cada um oferecido a
sua contestação, limitando-se ambos a afirmar sua condição de credor da
obrigação. Diante destes fatos como o juiz deve decidir?
Art. 898 CPC. O juiz deve declarar efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o
processo a correr unicamente entre os credores, caso em que se observará o procedimento
ordinário.

2 - “A” promove ação de consignação e pagamento em face de “B” visando


quitar obrigação de cheque devolvido sem provisão de fundos, cujo depositante é
desconhecido. O juiz indefere a inicial extinguindo o feito por falta de interesse de
agir. “A” interpõe recurso de apelação. Como o tribunal deve decidir?
Art. 335 CC. O tribunal vai dar provimento, conhecer o recurso (ligado a juízo de adminssibilidade)

3 – “A” diante da dúvida fundada quanto a legitimidade para o lançamento do


IPTU incidente sobre imóvel de sua propriedade no exercício de 2011, promoveu
ação de consignação e pagamento em face das municipalidades de arujá e
itaquaquecetuba que todavia se utilizavam de base de calculo diferenciadas motivo
pelo qual “A” fez o deposito de menor valor, ou seja, aquele cobrado pelo
município de Arujá. Como juiz, o que vc faria?
São duas comarcas, ele depositou pelo menor valor, o juiz deve determinar que ele complemente o
deposito, se ele quiser consignar, pois tem que consignar pelo MAIOR VALOR, pois se for a de
itaquaquecetuba, ele está carente, pois o valor não era o real, o juiz tem que determinar o
COMPLEMENTO no prazo de 10 dias sob pena do processo ser extingo sem resolução do mérito, se
o correto for o MENOR levanta-se a diferença depois.

4 – “A” promove ação de indenização por danos materiais e morais em face de


“B” . Após todas as tentativas sem êxito para localização de “B” ocorre a citação
por edital. O juiz nomeia curador especial ao réu. Se fosse o referido curador que
defesas poderia fazer?
Art. 302 § único – contestação por negativa geral uma vez que não estão obrigados a obedecer o
principio da impugnação especifica, no entanto com relação a questões de direito, deve-se
elaborar as respectivas defesas (juros extorsivos)

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Principio da eventualidade ou da defesa concentrada, o réu tem que deduzir toda a matéria de
defesa na contestação, não pode fazer isso em outro momento, salvo matéria superveniente em
matéria de ordem publica, o curador especial tem que fazer uma contestação por negativa geral -
negativa geral por matéria FÁTICA pq o curador não sabe quem é o réu, com relação os fatos nada
pode fazer, com relação ao direito vc é obrigado a se manifestar, sob pena de se considerar o réu
defeso. Ex. juros excessivos, clausula leonina. As questões de direito é obrigatória a manifestação
do curador especial. Matéria FÁTICA negativa geral, DIREITO tem que se manifestar.

5 – A com 17 anos de idade promove ação de cobrança em face de B com base


em contrato cujo valor é 50 mil reais sendo a causa o valor de 100.000 reais.
Ao examinar a inicial o que o magistrado deverá fazer?
Art. 13 do CPC – a parte tem que regularizar da representação processual sob pena de extinção do
processo. E pede a emenda da inicial para correção do valor. Prazo de 10 dias – Art 284 CPC.

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