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AO DOUTO JUÍZO DA VARA CÍVEL DO FORO X DA COMARCA DO RIO DE

JANEIRO

MARIO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob nº


000.000.000-00, residente e domiciliado (endereço), vem por intermédio de seu
procurador consoante instrumento particular de mandato anexo propor:

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Em face de HENRIQUE, (nacionalidade), (estado civil), (profissão),


inscrito no CPF sob nº 000.000.000-00, residente e domiciliado (endereço).

I – DOS FATOS

No dia (data), MÁRIO e HENRIQUE, realizaram a celebração de um


contrato de compra e vendo, tendo como objeto uma máquina de cortar grama,
onde foi firmado o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) e definido o Foro da
Comarca da capital do Rio de Janeiro/RS para dirimir quaisquer conflitos
decorrentes.

Ficou ajustado que o cheque nº 007, da Agência nº 507, do Banco X


emitido por MÁRIO para o pagamento da dívida, seria pós-datado para depósito
no prazo de 30 dias. Entretanto, nesse lapso temporal, Mário ficou
desempregado. Decorrido o prazo acordado, HENRIQUE realizou a
apresentação do cheque, que foi devolvido por insuficiência de fundos. Mesmo
após reapresentá-lo, o cheque não foi compensado pela mesma razão,
ocorrendo à inclusão de MÁRIO nos registros de inadimplentes.

Passados 10 meses, MÁRIO conseguiu um novo emprego e, diante da


inércia de HENRIQUE, que permanece na posse do cheque, em cobrar a dívida,
procurou-o com intuito de quitar o débito. Ocorre que HENRIQUE se mudou e
MÁRIO desconhece seu novo paradeiro, o que inviabilizou o contato pela via
postal.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Conforme descreve os fatos, MÁRIO tenta extinguir sua obrigação com


HENRIQUE pelo pagamento de R$ 1.000,00 (um mil reais), uma vez que foi
impedido de quitar sua dívida. Pois de acordo com o Art. 335 do Código Civil
Brasileiro:

Art. 335, CC “A consignação tem lugar:


I - se o credor não puder, ou, sem justa causa,
recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa
no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for
desconhecido, declarado ausente, ou residir em
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva
legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento”.

Como o fato exposto trata de crédito tributários, é importante ressaltar o


exposto no Art. 164, §1º do Código Tributário Nacional:

Art. 164, CTN “A importância de crédito tributário


pode ser consignada judicialmente pelo sujeito
passivo, nos casos…”
“§ 1º A consignação só pode versar sobre o
crédito que o consignante se propõe pagar.”

Nesse prisma, a jurisprudência tem admitido como cabível a Ação de


Consignação em Pagamento, como segue:

“AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.


DÍVIDA PROVENIENTE DE CHEQUE SEM
FUNDOS. Possibilidade, pois o devedor tem
direito à extinção de sua obrigação. Ação que
não serve apenas a evitar, mas também a purgar a
mora do devedor. Caso, ademais, em que o
devedor alega não saber o paradeiro do último
portador do cheque, portanto configurando hipótese
em que a lei expressamente admite o pagamento
por consignação (art. 335,II, CC). Extinção do
processo afastada. Recurso provido para tal fim. ‘A
mora do devedor não lhe retira o direito de saldar
seu débito, devendo o credor receber, desde que o
pagamento se faça com os encargos decorrentes
do atraso e a prestação ainda lhe seja útil.’” (Autos:
7.177.474.800, 11ª Câmara de Direito Privado,
Relator: Gilberto dos Santos, j.24.10.2007. ETJSP).

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) O depósito da quantia de R$ 1.000,00 (um mil reais), a ser efetivado no


prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento em conformidade com o
Art. 542, I do CPC, ressalvada a hipótese do art. 539, §3º do mesmo
ordenamento;
b) A citação do réu para levantar o depósito ou oferecer a contestação, nos
termos do Art. 542, I do CPC, avocado o Art. 319, §1º, CPC;
c) Seja considerado pagamento, e extingue a obrigação, o depósito bancário
da coisa devida, nos casos e formas legais, conforme Art. 334, CC;
d) Dá-se a causa no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).

Nestes termos,

Pede deferimento.

Porto Alegre, 03 de março de 2023.

Gean Rodrigues Borges

OAB/RS 000.000

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