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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS -

ESTADO DE SÃO PAULO.

SOCIEDADE EMPRESÁRIA ÔMEGA S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob o nº .............., com sede na Rua ............., nº ...., Bairro ......, Cidade de
Campinas, CEP: ........ no Estado de São Paulo, representada pelo seu representante, Sr.
(a) ............, brasileiro, profissão: .........., titular da CTPS nº ............, inscrito no CPF sob
o nº ..........., residente e domiciliado à rua ..............., nº ...., bairro ......, Cidade de
Campinas , CEP: ......., no Estado de São Paulo, por sua advogado (a) que esta subscreve
(procuração anexa ), com endereço profissional à Rua .........., bairro ..........., cidade
Campinas-SP, CEP: ............, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência ,
apresentar:

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Em face de JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, pedreiro, titular da CTPS nº ............,


inscrito no CPF sob o nº. ..........., RG nº ......., residente e domiciliado à Rua .................,
nº ...., Bairro ............, Cidade de Campinas, CEP: ............., no Estado de São Paulo,
devidamente fundamentada no Artigo 539 e seguintes do Código de Processo Civil,
aduzindo a seguir suas razões de fato e de direito que passa a expor:

I – DOS FATOS

O Consignatário João, foi admitido pelo Consignante no dia 05/01/2018, para


laborar como pedreiro, posteriormente foi dispensado sem justa causa em
10/10/2018, com aviso prévio indenizado. Foi agendado para o dia 15/10/18, no local
de trabalho, o pagamento das verbas rescisórias devidas, a entrega de todos os
documentos correspondentes à rescisão contratual e todos os objetos pessoais,
deixados no armário da Consignante. Porém, na data combinada, o Consignante, por
carência de capital em seu caixa, não conseguiu cumpri r com suas obrigações legais e
quitar o débito, apenas anotou a dispensa na CTPS, e remarcou o encontro para 60
dias após o estipulado anteriormente.
Decorrido o prazo estipulado de 60 dias, o Consignatário não compareceu para
receber as suas verbas rescisórias e seus pertences pessoais, tendo o Consignante que
fazer contato telefônico, e enviado 2 (dois) telegramas com base nas informações
contidas na ficha de registro do ex- empregado, na tentativa de conseguir encontrá-lo,
mas não obteve sucesso em sua busca.
Na tentativa de conseguir localizar o Consignatário, seus ex-colegas de
trabalho também tentaram entrar em contato através de mensagens pela rede social,
Facebook. Não houve retorno da parte de João. Diante dos fatos, não restou outra
alternativa ao consignante a não ser propor a presente ação, a fim de que possa dar
quitação às obrigações da extinção do contrato de trabalho.
II – DO MÉRITO
A ação de consignação em pagamento é procedimento especial com previsão
legal nos arts. 539 a 549 do Código de Processo Civil de 2015 e nos arts. 334 a 345 do
Código Civil, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho , nos termos do art.
769 da CLT.
De acordo com MARINONI:

“É ação que visa à liberação do devedor de determinada


obrigação. O objetivo do demandante é a obtenção de
declaração judicial no sentido de que não se encontra mais
obrigado de que o depósito realizado satisfaz os requisitos
legais do pagamento devido. O pedido e a sentença de
procedência possuem natureza declaratória. (MARINONI, Luiz
Guilherme. Novo código de processo civil comentado).”

De acordo com MARINONI:

“É ação que visa à liberação do devedor de determinada


obrigação. O objetivo do demandante é a obtenção de
declaração judicial no sentido de que não se
encontra mais obrigado- de que o depósito realizado satisfaz os
requisitos legais do pagamento devido. O pedido e a sentença
de procedência possuem natureza declaratória. (MARINONI,
Luiz Guilherme. Novo código de processo civil comentado).”

A ação de consignação em pagamento é aquela em que o devedor tem como


objetivo quitar um débito, para liberar-se de uma obrigação e, diante da
impossibilidade de fazê-lo pelos meios normais ou pactuados, neste caso em questão,
por culpa que não lhe pode ser atribuída, se faz necessário o depósito judicial do valor
devido a fim de receber uma declaração de extinção da obrigação, como pode mos
observar nesta decisão:

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. NATUREZA. A ação de consignação em


pagamento é procedimento especial cujo objetivo é cumprir uma obrigação que o
credor não esteja aceitando. Tendo ocorrido dispensa sem justa causa e não havendo
motivo hábil a justificar o não recebimento das guias CD/SD, do TRCT para
levantamento do FGTS e da chave de conectividade, é procedente a ação de
consignação em pagamento em relação a esses tópicos.¨ (Processo Nº RO-
222880.2012.5.03.0110 – Processo Nº RO-2228/2012-110-03-0 0.5 – 3ª Reg. – 9ª
Turma – Relator Relator Des. Monica Sette Lopes – DEJT-MG 04.06.2013, pag. 193)

Para Silvio De Salvo Venosa,


“A consignação em pagamento tem a ver com a imputação da
mora ao credor . No entanto, não é obrigatório ao devedor
recorrer à ação de consignação para conseguir esse efeito. A
mora do credor pode ser reconhecida na ação que este move
contra o devedor: se o devedor é cobrado judicialmente e alega
que não paga porque o credor não cumpriu sua parte na
avença, aplicação da “exceptio non adimpleti contractus” (art.
476), reconhecida essa situação, reconhecida estará a mora do
credor.”

As hipóteses de ação de consignação em pagamento no processo do trabalho


consistem na recusa, inércia do credor e, ainda, quando o credor se mostra ausente,
não encontrado , ou em lugar ignorado ou inacessível, disputa pelo pagamento, credor
desconhecido e, por fim a incapacidade do credor. No caso em questão , o
consignatário encontrava-se ausente. A título de exemplificação, segue o seguinte
julgado do TRT da 3ª Região:

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO - PROCESSO DO TRABALHO - ESCOPO LIMITADO - No


Processo do Trabalho, o objeto da ação de consignação em pagamento restringe-se à
quitação dos valores ou à entrega de objetos/documentos que o empregador entende
devidos ao empregado, quando este se recusa ao recebimento ou não é encontrado,
ou quando não se sabe a quem pagar. (TRT-3 - RO: 00105278920195030178 0010527-
89.2019.5.03.0178, Rel ator: Paulo Roberto de Castro, Sétima Turma ).

Não podemos deixar de citar o levantamento do depósito, conforme a decisão:

AÇÃO DE CONSIGNAÇ ÃO EM PAGAMENTO – QUITAÇÃO – LIMITES – O levantamento


pelo reclamante do valor consignado em juízo revela nítida pretensão liberatória,
dando-se por quitadas as parcelas efetivamente recebidas, sem prejuízo de buscar
judicialmente direitos não abrangidos pela consignatória. (TRT 22ª R. – Ac. 1585/95 –
ROREO-0101 /94 – Rel. Juiz Fausto Lustosa Neto – DJPI 27.09.1995)

Devido a extinção do contrato de trabalho sem justa, o consignante pretende


quitar todas as verbas trabalhistas as quais o consignatário tem direito, com o objetivo
de que seja declarada extinta a obrigação com o consignatário.

II.I. DAS VERBAS TRABALHISTAS DEVIDAS:

- Saldo de salário

João, foi demitido sem justa causa no dia 10/10/2018 sem receber o
pagamento. Com isso o empregado faz jus ao saldo dos 10 dias trabalhados;

- Aviso prévio

O empregador concedeu porém, não pagou o aviso prévio indenizatório


proporcional aos dias que João laborou. O empregador tem até 30 dias para realizar o
pagamento. João faz jus ao pagamento pois foi demitido sem justa causa como
previsto no Art. 487 , II, §4°;
- 13º salário proporcional
João faz jus ao décimo terceiro proporcional á 1/12 avos referente ao ano de
2018. Como direito previsto no Art. 7°, VIII do CPC;

- Férias proporcionais

João tem direito as férias proporcionais do ano de 2018, acrescidas de 1/3.


Como está previsto no Art 7°, 17 da CF/88 e também na súmula 328 e 146 da CLT;

- Depósito FGTS

É direito do empregado o reconhecimento do FGTS pelo empregador,


assegurado e garantido pelo Art. 7°, I II de CF. com isso requer a liberação das guias de
saques do FGTS;

- Deposito de indenização 40% do FGTS

Quando se trata de demissões se m justa causa o empregador tem a obrigação


de pagar uma multa de 40% do valor depositado no FGTS, previsto no Art. 18 da lei
8036/90.
Para Pedro Paulo Teixeira Manus: “após a vigência do art. 7º da Constituição
Federal e sem a lei complementar a que se refere, temos por ora equiparadas, quanto
aos seus efeitos, a dispensa sem justa causa e a dispensa arbitrária, ensejando ambas a
multa do FGTS”.

III – DOS PEDIDOS:

Requer-se:

- A procedência do pedido para se concretizar a quitação judicial;


- Que seja deferido o depósito judicial na quantia total de R$ xxxxxxxxxxx no
prazo de 05 dias, conforme o artigo 542, I do CPC ;
- Que haja a citação do Consignatário, para os fins de levantamento de
depósito com efeito de quitação ou oferecer resposta em audiência, sob pena de
revelia e declaração da extinção da obrigação, conforme artigo 542, II do CPC;
- O recolhimento e a produção de todos os meios de provas em direito
admitidos, em especial a prova documental;
- Requer, ainda, a devolução dos pertences pessoais do consignatário, que se
encontram no armário da empresa e a entrega da CTPS, nos moldes do artigo 542, I do
CPC.
- Caso não ocorra o levantamento do valor do débito em audiência, que seja
concedida a procedência do pedido com a declaração de extinção da obrigação e
condenação do Consignatário em custas e honorários advocatícios no importe de 15%,
nos termo s do artigo 791-A da CLT .
- Por fim, postula o Consignante o depósito das verbas rescisórias citadas no
mérito, visando a extinção da obrigação.
Atribui-se à causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxxxx

Nestes termos,
Pede deferimento.
Campinas/SP, (DATA)
Assinatura do Advogado (a) - OAB

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