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 PENHORAS

PENHORA VEÍCULO

Defiro a penhora sobre o veículo indicado (ID...).

Proceda-se à restrição RENAJUD do veículo quanto à transferência.

Esclareça o credor, em 05 dias, se pretende a remoção e guarda do


bem.

Caso positivo, indique o nome da pessoa física que ficará com o


encargo de fiel depositário, tendo em vista que não há espaço físico no depósito
público do TJDFT.

Caso não haja manifestação, o devedor ficará com o encargo de fiel


depositário.

Na oportunidade, indique o endereço em que o veículo poderá ser


encontrado.

Após o esclarecimento do credor, expeça-se mandado de penhora e


avaliação.

Intimem-se.

PENHORA IMÓVEL

Defiro a penhora do imóvel. Lavre-se o respectivo termo, atentando-


se aos requisitos do art. 838 do CPC. Nomeio o executado para figurar como
depositário do bem.

Formalizada a constrição, intime-se a parte exequente para que


promova o registro da penhora na matrícula do imóvel.

Sem prejuízo, intime-se o executado da penhora, na pessoa do seu


advogado, a fim de que apresente impugnação, caso queira, no prazo de 15 dias.

Por cautela, intimem-se os atuais ocupantes do imóvel.

Expeça-se, ainda, mandado de avaliação.


PENHORA DE DIREITOS SOBRE IMÓVEL IRREGULAR

Defiro a penhora dos direitos sobre o imóvel indicado pelo credor.


Nomeio o executado para figurar como depositário do bem.

Expeça-se mandado de penhora e avaliação. Na oportunidade, deverá


o oficial de justiça intimar, além do executado, eventuais ocupantes do imóvel,
caso este esteja ocupado por terceiros.

PENHORA DE DIREITOS AQUISITIVOS DE VEÍCULO.

Defiro a penhora sobre os direitos aquisitivos do veículo indicado (ID


18264579, pág. 208).

Intime-se o executado e o credor fiduciário (Banco GMAC) acerca da


penhora.

Cumpra-se. I.

PENHORA RESIDÊNCIA/ESTABELECIMENTO

Defiro a penhora de bens que guarnecem a residência da parte


devedora, ressalvando-se a impenhorabilidade daqueles essenciais à
habitabilidade.

Esclareça o credor se pretende a remoção e guarda do bem.

Caso positivo, indique o nome da pessoa física que ficará com o


encargo de fiel depositário, bem como telefone para contato.

Não havendo manifestação, o devedor ficará com o encargo de fiel


depositário.

Após o esclarecimento do credor, expeça-se mandado de penhora e


avaliação.

Tendo em vista que a executada não possui advogado constituído nos


autos, intime-se pessoalmente da penhora.

Indefiro, desde já, eventual pedido de remoção do bem para depósito


público, tendo em vista a notória a falta de espaço no local.

Na hipótese de não serem localizados bens penhoráveis, remetam-se


os autos ao arquivo provisório, nos termos da decisão de ID. 27894039.

OU
Defiro a penhora de bens que guarnecem o estabelecimento da parte
devedora, ressalvando-se a impenhorabilidade daqueles essenciais ao exercício
da sua atividade empresarial.

Esclareça o credor se pretende a remoção e guarda do bem.

Caso positivo, indique o nome da pessoa física que ficará com o


encargo de fiel depositário.

Não havendo manifestação, o devedor ficará com o encargo de fiel


depositário.

Após o esclarecimento do credor, expeça-se mandado de penhora e


avaliação.

Intimem-se.

PENHORA PRÓ-LABORE DO SÓCIO

A empresa e seu sócio possuem personalidades jurídicas próprias.


Portanto, somente mediante incidente de desconsideração da personalidade
jurídica e, desde que demonstrados os respectivos pressupostos previstos no art.
50 do Código Civil, a penhora poderá atingir o patrimônio da pessoa jurídica.

Contudo, é possível que os sócios façam retiradas mensais


(distribuição de lucros) ou recebam "pró-labore", os quais passam a integrar o
seu patrimônio pessoal.

Portanto, defiro a penhora dos valores recebidos pelo executado a esse


título.

Expeça-se mandado de penhora. Nomeio o sócio-administrador da


empresa como administrador-depositário, o qual deverá mensalmente depositar
o valor da distribuição de lucros ou pró-labore cabível ao sócio NICEZIO, com
o respectivo balancete mensal.

Intimem-se.
PENHORA PREVIDÊNCIA

Indefiro o pedido de pesquisa sobre a existência de previdência


complementar em favor do executado em razão da natureza impenhorável dessa
verba. Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO -


PENHORA - SALDO EM FUNDO DE PLANO DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA - NATUREZA ALIMENTAR -
IMPOSSIBILIDADE - ART. 649, IV, DO CPC. 1.
Conforme orientação do e. STJ, "Embora não se negue que o
PGBL permite o 'resgate da totalidade das contribuições
vertidas ao plano pelo participante' (art. 14, III, da LC
109/2001), essa faculdade concedida ao participante de
fundo de previdência privada complementar não tem o
condão de afastar, de forma inexorável, a natureza
essencialmente previdenciária e, portanto, alimentar, do
saldo existente" ( EREsp 1121719/SP). 2. Nesse sentido,
deve ser reconhecida a impenhorabilidade do saldo constante
em fundo de Previdência Privada como complementação da
aposentadoria, de acordo com o constante no art. 649, IV, do
CPC. 3. Recurso conhecido e não provido. (Acórdão
n.930100, 20150020305337AGI, Relator: JOSAPHA
FRANCISCO DOS SANTOS 5ª TURMA CÍVEL, Data de
Julgamento: 17/03/2016, Publicado no DJE: 05/04/2016.
Pág.: 407/415)

As pesquisas ao alcance deste juízo para a localização de bens da


parte executada foram realizadas, sem qualquer sucesso. Nem mesmo o
bloqueio eletrônico de ativos financeiros foi satisfatório, ante a ausência de
valores depositados em contas bancárias da parte ré.

Nesse sentido, reconheço que foram esgotados os meios à


disposição para a identificação de bens passíveis de constrição, razão pela qual
autorizo a quebra do sigilo fiscal da parte executada, via INFOJUD, para acesso
à sua última declaração de imposto de renda.

A fim de assegurar a confidencialidade dos dados (art. 773,


parágrafo único, do CPC), a declaração permanecerá arquivada em pasta
própria na secretaria do juízo, pelo prazo de 60 dias, facultado o acesso tão-
somente ao advogado da parte exequente. Escoado o prazo, o documento deverá
ser destruído.

Concluída a pesquisa, intime-se a parte credora do resultado e para


que indique bens passíveis de constrição, no prazo de 5 dias.
Caso não haja manifestação ou caso a parte desconheça bens
passíveis de penhora, fica desde já deferida a suspensão da execução por um
ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o processo deverá
aguardar em arquivo provisório, sem baixa das partes, facultado o
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da


prescrição intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da
suspensão do processo.

Intimem-se.

PENHORA IMPOSTO DE RENDA

PENHORA GRATIFICAÇÃO. INDEFERE

Cuida-se de execução de título extrajudicial em que o exequente


requer a penhora da gratificação recebida pela executada por participação em
órgão deliberativo colegiado como conselheiro.

É o breve relatório. Decido.

Dispõe o artigo 833 do CPC que são impenhoráveis os vencimentos,


os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, ressalvado o § 2º.

Conforme o artigo 457 da CLT, a remuneração é o conjunto de


retribuições recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de
serviços, seja em dinheiro ou em utilidade, provenientes do empregador ou de
terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer suas
necessidades básicas e de sua família.

Já consoante a Lei 8.112/90, remuneração é o vencimento do cargo


efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

No caso em apreço, o valor que a executada percebe a título de


retribuição/vantagem em razão de sua participação como membro suplente do
Conselho de Políticas sobre Drogas do Distrito Federalem está vinculado,
diretamente, ao seu cargo público na Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do
Distrito Federal. Logo, é nítida a sua natureza dessa remuneração, portanto,
impenhorável.

ISSO POSTO, indefiro o pedido de constrição.

Considerando que a parte exequente desconhece bens passíveis de


constrição, mantenha-se o processo suspenso, nos termos da decisão de ID....
Intimem-se.

PENHORA PERCENTUAL DO FATURAMENTO DA EMPRESA

O art. 866 do CPC dispõe que: "se o executado não tiver outros bens
penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes
para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual
de faturamento de empresa."

No caso em tela, este juízo já realizou todas as medidas ao seu alcance


para localização de bens passíveis de penhora, por meio de pesquisas aos
sistemas BACENJUD, RENAJUD, eRIDF e INFOJUD, as quais restaram
infrutíferas.

Desse modo, defiro a penhora do percentual de 10% (dez por cento)


sobre o faturamento bruto da executada, até o limite do montante devido.

Nomeio como administrador-depositário os representantes legais da


executada, os quais deverão submeter à aprovação judicial, em 30 dias, a forma
de sua atuação e prestar contas mensalmente, entregando em juízo as quantias
recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no
pagamento da dívida, nos termos do § 2º, do referido artigo.

Intimem-se.

PENHORA BOCA DO CAIXA. DEFERE

Considerando que o valor da execução é inferior a R$ 2.500,00 (dois


mil e quinhentos reais), a penhora de dinheiro "na boca do caixa" não
prejudicará ou inviabilizará o desenvolvimento da atividade educacional da
executada.

Portanto, defiro a penhora de dinheiro diretamente na tesouraria da


requerida, a ser cumprida nos dias de vencimento das mensalidades indicados
na petição de ID....
Expeça-se mandado.

Intimem-se.

PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS

Defiro a penhora no rosto dos autos de nº 9672-8/2006, em curso


perante a Segunda Vara de Órfãos e Sucessões de Brasília. Expeça-se o
necessário para o cumprimento da diligência.

Por cautela, intime-se o devedor do processo em que incidiu a penhora


no rosto dos autos para que se abstenha de realizar qualquer pagamento ou
transação com o credor daquele processo, sob pena desse pagamento ser
considerado ineficaz em relação a esta execução.

PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS DE INVENTÁRIO

Nos termos do art. 642 do CPC, os credores do espólio poderão


requerer ao juízo do inventário, antes da partilha, o pagamento das dívidas
vencidas e exigíveis, tendo em vista que a dívida exequenda é do próprio
espólio e a habilitação constitui medida mais célere para promover o
recebimento do crédito.

À Secretaria para que expeça certidão para fins de habilitação de


crédito, junto ao juízo do inventário.

O credor deverá instruir seu pedido com cópia da sentença e do


acórdão exequendos.

Após adotadas as providências necessárias, a parte credora deverá


informar neste processo se houve êxito na sua habilitação no inventário.

Mantenha-se o processo suspenso por até 60 dias.

Intimem-se.

PENHORA CARTÃO DE CRÉDITO

É público e notório que a maioria dos pagamentos são realizados por


meio de cartões de crédito e de débito por meio das redes CIELO, REDECAR,
GETNET e PAGSEGURO – UOL. Assim, em prestígio aos princípios da
celeridade e efetividade, é possível que a constrição a título de penhora de
percentual do faturamento recaia sobre os valores recebidos por esse canal.

Entretanto, a fim de evitar prejuízo ao desenvolvimento de sua


atividade empresarial e, em prestígio ao princípio da menor onerosidade em
face do devedor, defiro a penhora de tão-somente 10% (dez por cento) dos
valores recebidos pela executada por meio daquelas empresas, até a satisfação
integral da dívida.

Oficie-se às empresas para que cumpram a determinação, devendo


depositar em juízo 10% de tudo que tiverem que repassar à executada, até a
satisfação da dívida.

Intime-se a executada da penhora.

PENHORA ALUGUÉIS

Defiro o pedido de penhora dos aluguéis. Expeça-se mandado,


intimando-se a locatária no endereço indicado à fl. 530/531 a Empresa Gestora
de Ativos - EMGEA para que deposite em conta judicial vinculada a estes autos
a integralidade do valor dos alugueis mensais até a satisfação da dívida.

PENHORA SALÁRIO. INDEFERE.

Cuida-se de cumprimento de sentença em que a parte autora requereu


penhora de percentual do salário de uma das executadas.

O art. 833, IV do CPC estabelece que os vencimentos são


impenhoráveis. O § 2º do mesmo dispositivo ressalva a possibilidade de
penhora de verba salarial para pagamento de prestação alimentícia,
independentemente de sua origem, bem como importâncias excedentes a 50
(cinquenta) salários-mínimos mensais.

No caso em apreço, é possível observar do documento apresentado


pela parte autora à fl. 86 que os vencimentos da autora não superam 50 salários-
mínimos mensais.

Assim, tendo em vista que a constrição sobre o salário não é admitida,


indefiro o pedido de penhora.

Não há perspectiva de composição amigável, tendo em vista que a


executada sequer compareceu aos autos. Ademais, se a parte credora tiver
interesse, poderá estabelecer contato direito com a devedora para essa
finalidade, razão pela qual deixo de designar audiência de conciliação.

À parte exequente para que indique bens à penhora.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.

PENHORA SALÁRIO. EXECUÇÃO DE HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS. DEFERE

Conforme o disposto no § 2º do art. 833 do CPC, a impenhorabilidade


da verba de natureza salarial não se aplica ao caso de constrição para pagamento
de prestação alimentícia, independentemente de sua origem.

Por seu turno, o art. 85, § 14, do CPC dispõe que os honorários
advocatícios configuram direito próprio do advogado e possuem natureza
alimentar. Logo, no caso de execução de honorários sucumbenciais, em face da
natureza alimentícia dessa verba, deve ser admitida a penhora de percentual do
salário do executado, desde que não se comprometa a sua própria subsistência.
Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. PENHORA ON-LINE DE


SALÁRIO. POSSIBILIDADE, DADA A NATUREZA
ALIMENTAR DA VERBA EXECUTADA.
HONORÁRIOS DE ADVOGADO. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 649, § 2º, DO CPC/1973. SÚMULA 83/STJ.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. "O caráter
absoluto da impenhorabilidade dos vencimentos, soldos
e salários (dentre outras verbas destinadas à remuner
ação do trabalho) é excepcionado pelo § 2º do art. 649
do CPC, quando se tratar de penhora para pagamento de
prestações alimentícias" ((REsp 1.365.469/MG, Relatora
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
DJe de 26/6/2013).
2. Os honorários advocatícios, contratuais ou
sucumbenciais têm
natureza alimentícia, sendo, assim, possível a penhora
de 30% da verba salarial para seu pagamento. Incidência
à hipótese da Súmula 83 do STJ. 3. Agravo interno não
provido. (AgInt no AREsp 814.440/PR, Rel. Ministro
RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
28/03/2017, DJe 03/04/2017)

ANTE O EXPOSTO, defiro a penhora de 10% (dez por cento) dos


rendimentos líquidos dos executados até que se alcance o valor de R$
35.593,79 (trinta e cinco mil quinhentos e noventa e três reais e setenta e
nove centavos).

Expeça-se mandado de penhora a ser cumprido por Oficial de Justiça.

Intimem-se.

PENHORA FIES

Conforme determina a Lei nº 10.260/01, o crédito oriundo do FIES é


feito mediante a emissão de títulos da dívida pública.

Os referidos títulos são custodiados na Central de Custódia e de


Liquidação Financeira de Títulos - CETIP, em nome da Caixa Econômica
Federal, que detém a sub-custódia na qualidade de agente operadora do FIES.

Assim, oficie-se à Caixa Econômica Federal (CETIP) para que


promova a penhora de R$ 38.078,88 do crédito oriundo do FIES a ser repassado
ao ICESP.

PENHORA FGTS PIS. INDEFERE.

Cuida-se de execução em que o exequente pugna pela penhora de


eventuais contas vinculadas ao FGTS e PIS de titularidade do executado, com
fulcro na natureza alimentar dos honorários advocatícios.
Conforme o artigo art. 2º, § 2º, da Lei n. 8.036/90 e do art. 4º da Lei
Complementar n. 26/75, são impenhoráveis as contas vinculadas ao FGTS e
PIS. Nada obstante, consoante entendimento jurisprudencial, tal
impenhorabilidade é mitigada no que se refere à execução de alimentos, por ser
o único meio de se promover, de modo imediato, o sustento do credor e a
dignidade da pessoa humana.

Nesse contexto, cumpre esclarecer que a presente execução não é de


alimentos, mas de verba de natureza alimentar, o que não se pode confundir. A
primeira diz respeito à possibilidade de exigir, em razão do vínculo familiar,
alimentos indispensáveis à subsistência, dos quais se necessite para viver de
modo compatível com a sua condição social, consoante artigo 1.694 e seguintes
do Código Civil.

Já a execução de verba alimentar objetiva a satisfação de um crédito


decorrente de uma obrigação vinculada ao pagamento de salário ou outras
formas de remuneração, na qual se inclui os honorários advocatícios
perseguidos nestes autos.

Assim, considerando que a pretensão do credor não é a execução de


alimentos, mas de verba honorária advocatícia de natureza alimentar, não há
como admitir a penhora. Nesse sentido, confira-se o julgado:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE VERBA


DE NATUREZA ALIMENTAR. PENHORA EM CONTA
VINCULADA AO FGTS. IMPOSSIBILIDADE. 1. As
contas vinculadas ao FGTS e ao PIS são absolutamente
impenhoráveis, conforme o preceituado no art. 2º, § 2º da Lei
8.036/90 e no art. 4º da Lei Complementar nº 26/75. 2.
Somente na hipótese de Ação de Execução de Alimentos, é
possível excepcionar a regra quanto à impenhorabilidade dos
valores das contas vinculadas ao FGTS e ao PIS, por
envolver a própria subsistência do alimentado e a dignidade
da pessoa humana. 3. Agravo de Instrumento conhecido e
não provido. (Acórdão n.973197, 20160020092980AGI,
Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA 1ª TURMA CÍVEL, Data
de Julgamento: 05/10/2016, Publicado no DJE: 17/10/2016.
Pág.: 206-220).

Ante o exposto, em face da impenhorabilidade das contas vinculadas


ao FGTS e PIS, relativizada somente quanto à execução de alimentos, indefiro
o pedido retro.
Intime-se o exequente para que indique bens à penhora, no prazo de 5
(cinco) dias. Caso não haja manifestação, o processo deverá ser suspenso, nos
termos da decisão de ID....

PENHORA DE BEM APREENDIDO EM RAZÃO DE COMETIMENTO


DE CRIME.

Defiro a penhora da motocicleta, com a ressalva de que a penhora será


desconstituída caso o juízo da 3ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal
decrete o perdimento do bem.

A fim de evitar que o veículo seja restituído ao executado, oficie-se ao


juízo da 3º Vara de Entorpecentes do Distrito Federal e ao delegado de polícia
para que tomem ciência da penhora que incidiu sobre o bem e para que
informem sobre eventual liberação do bem, tendo em vista que ele deverá ser
entregue ao fiel depositário a ser nomeado por este juízo.

Int.

PENHORA BACENJUD. DEFERIMENTO

Defiro a penhora de ativos financeiros, via BACENJUD, conforme


requerido.

Aguarde-se a resposta.

PENHORA BACENJUD. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. CNPJ

Conforme comprovante de inscrição de CNPJ (ID...), certidão


simplificada (ID...) e requerimento (ID...), o devedor é o único sócio da
empresa, constituindo-se como empresário individual.

A personalidade da firma individual se confunde com personalidade


da pessoa física que a representa, comunicando assim seus bens, razão pela qual
defiro a penhora de ativos financeiros da firma individual da parte executada,
por meio do CNPJ nº14.294.089/0001-50.
BACENJUD INTEGRAL

O valor bloqueado foi transferido para conta bancária à disposição do


Juízo, o qual fica convertido em penhora, independentemente da lavratura de
termo, conforme o disposto no § 5º do art. 854 do CPC.

Intime-se a parte devedora da penhora, advertindo-a de que eventual


manifestação quanto à nulidade da penhora poderá ser deduzida por simples
petição nos autos, no prazo de 05 dias.

Diga a parte credora se dá quitação do débito em face do valor


penhorado. Advirta-se de que o silêncio será tido como concordância e
implicará a extinção do feito pelo pagamento.

BACENJUD PARCIAL

O valor bloqueado foi transferido para conta bancária à disposição do


Juízo, o qual fica convertido em penhora, independentemente da lavratura de
termo, conforme o disposto no § 5º do art. 854 do CPC.

Intime-se a parte devedora da penhora, advertindo-a de que eventual


manifestação quanto à nulidade da penhora poderá ser deduzida por simples
petição nos autos, no prazo de 05 dias.

Caso não haja manifestação da parte devedora, expeça-se alvará em


favor da parte credora e intime-a para indicar outros bens à penhora.

Considerando que o valor penhorado é inferior ao crédito exequendo,


determino a realização de pesquisas de bens nos demais sistemas
informatizados à disposição deste juízo (eRIDF e RENAJUD). – se não tiver
realizado essas pesquisas ainda

BACENJUD. BANCO NÃO TRANSFERIU VALOR PENHORADO.


INTIMAÇÃO

Cuida-se de fase de cumprimento de sentença em que, realizado o


bloqueio via BACENJUD (ID...), o valor bloqueado não foi transferido à conta
judicial nem tampouco foi desbloqueado, apesar de haver ordem para
transferência do numerário.

Encaminhado ofício ao Banco de Brasília, este esclareceu que a ordem


não foi recebida pela instituição financeira, e que por este motivo o valor
permaneceu bloqueado até a data de 26/04/2016 sem sofrer qualquer
atualização.

Intimado a se manifestar, o credor requereu que este juízo


determinasse ao Banco que promovesse o depósito judicial do valor referente à
atualização que deveria ter sofrido o montante bloqueado até a data da
transferência para conta judicial.

É o breve relatório. Decido.

No caso em apreço, verifica-se que o Banco de Brasília manteve o


valor bloqueado por mais de sete anos sem cumprimento da ordem de
transferência para conta judicial e nem tampouco informou a este juízo que o
valor permanecia bloqueado sem sofrer a devida remuneração.

Assim, observa-se que durante todo o período acima citado o montante


bloqueado esteve de posse da instituição financeira, de forma que a ausência de
remuneração de tal valor constituiria flagrante enriquecimento sem causa.

Observe-se que a ausência de transferência da quantia bloqueada não


foi realizada por falha da instituição financeira que, mesmo após o recebimento
do ofício de fl. 606, não informou a este juízo que o valor não havia sido
depositado em conta judicial.

No mais, a súmula 271 do STJ dispõe que "A correção monetária dos
depósitos judiciais independe de ação específica contra o banco depositário."

Dessa forma, defiro o pedido da parte autora para determinar que seja
intimado o Banco de Brasília para que promova, no prazo de 5 dias, o depósito
judicial do valor relativo à remuneração do valor bloqueado (ID...) até a data da
efetiva transferência do numerário bloqueado para conta judicial à disposição
deste juízo.

Int.

PESQUISA DE BENS. SISTEMAS. DEFERE.

Em homenagem aos princípios da cooperação, efetividade, celeridade


e economia processual, determino a realização de pesquisas de bens nos demais
sistemas informatizados à disposição deste juízo (eRIDF e RENAJUD).
PESQUISA DE BENS. INFOJUD. DEFERE

As pesquisas ao alcance deste juízo para a localização de bens da parte


executada foram realizadas, sem qualquer sucesso (BACENJUD, eRIDF e
RENAJUD).

Nesse sentido, reconheço que foram esgotados os meios à disposição


para a identificação de bens passíveis de constrição, razão pela qual autorizo a
quebra do sigilo fiscal da parte executada, via INFOJUD, para acesso à sua
última declaração de imposto de renda. O resultado da pesquisa deverá ser
inserido no PJe com a restrição "sigiloso".

Concluída a pesquisa, intime-se a parte credora do resultado e para que


indique bens passíveis de constrição, no prazo de 5 dias.

Caso não haja manifestação ou caso a parte desconheça bens passíveis


de penhora, fica desde já deferida a suspensão da execução por um ano, nos
termos do art. 921, § 1º, do CPC.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intime-se.

PESQUISA DE BENS. MEDIDA DIVERSA DOS SISTEMAS


INFORMATIZADOS. INDEFERE.

Indefiro o pedido retro. A medida pleiteada não faz parte dos sistemas
informatizados à disposição deste juízo.

Em homenagem aos princípios da cooperação, efetividade, celeridade


e economia processual, determino a realização de pesquisas de bens nos demais
sistemas informatizados à disposição deste juízo (BACENJUD, eRIDF e
RENAJUD).

Int.
PESQUISA DE BENS. REITERAÇÃO RENAJUD E ERIDF.
INDEFERE.

Em homenagem aos princípios da cooperação e da efetividade, este


juízo já efetuou pesquisa nos sistemas à disposição para a localização de bens
penhoráveis da parte devedora.

A pesquisa de veículos e de imóveis nos sistemas RENAJUD e eRIDF


não foi frutífera e, diante desta execução em curso, não há nenhuma perspectiva
de que a parte devedora tenha adquirido algum automóvel ou imóvel e efetivado
o registro em seu nome, pois tem consciência de que a identificação destes bens
ensejará a sua constrição. Logo, a reiteração dessas diligências somente geraria
sobrecarga aos trabalhos desta vara, sem nenhum sucesso.

Isso posto, indefiro o pedido de reiteração da consulta aos sistemas de


pesquisa de bens RENAJUD e eRIDF.

Considerando que a parte exequente desconhece bens passíveis de


constrição, determino a suspensão da execução por um ano, nos termos do art.
921, § 1º, do CPC.

Mantenha-se o processo em arquivo provisório, sem prejuízo do seu


desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor. Esclareço à parte credora de que a permanência do processo em
arquivo provisório não lhe acarreta nenhum prejuízo, tendo em vista que essa
medida não gera a baixa da execução.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.

PESQUISA DE BENS. REITERAÇÃO. DEFERE APENAS BACENJUD

As pesquisas de bens em nome da executada TECNOGENE (CNPJ


03.233.732/0001-10) já foram realizadas, conforme certidões de ID 12854328,
13068175 e 13217105. Assim, defiro a reiteração apenas da pesquisa de bens
via sistema BACENJUD, visto que a reiteração das demais pesquisas apenas
geraria sobrecarga aos trabalhos desta vara, sem resultados positivos.

Remetam-se os autos para a realização da pesquisa BACENJUD e,


após o resultado, dê-se vista à parte exequente para que indique bens passíveis
de constrição, no prazo de 10 dias.
PESQUISA DE BENS. REITERAÇÃO INFOJUD. INDEFERE

Em homenagem aos princípios da cooperação e da efetividade, este


juízo já efetuou pesquisas nos sistemas à disposição para a localização de bens
penhoráveis da parte devedora (ID 17388724, ID 17388730, ID 17388731 e ID
17388749), inclusive reiterou diligências nos sistemas BACENJUD e
RENAJUD, não apresentando, todavia, êxito para a satisfação integral
do integral do débito (ID 17724292 e ID 25600162).

No que tange à pesquisa no sistema INFOJUD, esta não foi frutífera


no exercício do ano de 2017 e, diante desta execução em curso, não há nenhuma
perspectiva de que a parte devedora tenha adquirido algum bem e efetivado o
registro em seu nome, pois tem consciência de que a identificação destes bens
ensejará a sua constrição, conforme demonstra o resultado infrutífero das
demais pesquisas já efetuadas nos sistemas à disposição deste juízo.

Ademais, o credor não juntou qualquer documento que indique que


houve declaração de rendimentos no presente exercício financeiro por parte do
devedor. Logo, a reiteração da pesquisa Infojud somente geraria sobrecarga aos
trabalhos desta vara, sem nenhum sucesso.

Isso posto, indefiro o pedido de reiteração da consulta ao sistema de


pesquisa de bens INFOJUD (ID 26169428).

Considerando que a parte exequente desconhece bens passíveis de


constrição, determino o retorno do presente processo eletrônico ao arquivo
provisório, nos termos da decisão de ID 17388771.

Intimem-se.

PESQUISA DE BENS. DOI. INDEFERE

Cuida-se de processo em fase de cumprimento de sentença, no qual a


parte exequente requer a realização de consulta, junto à Receita Federal, sobre
a eventual existência de declaração de operações imobiliárias - DOI realizadas
pela parte devedora ou declaração de imposto territorial rural - DITR, referente
a transações imobiliárias relacionadas a imóveis rurais.

Ocorre, contudo, que este juízo já efetuou pesquisas em todos os


sistemas disponíveis, inclusive no sistema INFOJUD, e teve acesso à
declaração de imposto de renda da parte devedora, em que estão relacionados,
entre outros dados, os bens e direitos de propriedade do declarante.
Nesse sentido, reputo que a declaração de bens e rendimentos a que a
parte exequente teve acesso é suficiente para conhecimento acerca da existência
de imóveis, não havendo justificativa de nova busca com a mesma finalidade.

POSTO ISSO, indefiro o pedido da exequente.

Ante a inexistência de bens penhoráveis, determino que o processo


permaneça arquivado, tendo em vista que o seu prosseguimento, no decurso de
um ano previsto no art. 921, § 1º, do CPC, somente é admitido quando houver
a indicação precisa sobre a existência de bens que possam responder pela
execução.

Intime-se

PESQUISA DE BENS SIMBA E BACENJUD CCS. INDEFERE.

O sistema BACENJUD CCS está incorporado à ordem de pesquisa de


ativos financeiros já realizada. Portanto nada a prover em relação a esse pedido.

O sistema SIMBA é utilizado para a verificação de movimentação


financeira, não tendo nenhuma utilidade para a penhora de ativos financeiros.
Com efeito, indefiro o pedido de pesquisa mediante esse sistema.

É público e notório que a maioria dos pagamentos são realizados por


meio de cartões de crédito e de débito por meio das redes CIELO, REDECAR,
PAGSEGURO - UOL e GETNET. Assim, em prestígio aos princípios da
celeridade e efetividade, é possível que a constrição a título de penhora de
percentual do faturamento recaia sobre os valores recebidos por esse canal.

Entretanto, a fim de evitar prejuízo ao desenvolvimento de sua


atividade empresarial e, em prestígio ao princípio da menor onerosidade em
face do devedor, defiro a penhora de tão-somente 10% (dez por cento) dos
valores recebidos pela executada por meio daquelas empresas, até a satisfação
integral da dívida.

Oficie-se às empresas para que cumpram a determinação, devendo


depositar em juízo 10% de tudo que tiverem que repassar à executada, até a
satisfação da dívida.

Intimem-se.
PESQUISA DE BENS CNIB. INDEFERE

A CENTRAL NACIONAL DE INDISPONIBILIDADE DE BENS -


CNIB é um sistema criado para o cumprimento de decisões judiciais que
determinam a indisponibilidade de bens, instituto que não se confunde com a
constrição patrimonial decorrente de atos de penhora. Portanto, incabível a
utilização deste sistema para a finalidade pretendida pelo exequente, razão pela
qual indefiro o pedido.

Caso queira identificar a existência de imóveis de propriedade da parte


executada, deverá fazer a consulta perante os cartórios de registro de imóveis.

Considerando que o exequente desconhece bens passíveis de


constrição, determino a suspensão do processo por um ano, nos termos do art.
921, § 1º, do CPC.

Intimem-se.

PESQUISA DE BENS CAGED. MINISTÉRIO DO TRABALHO.


INDEFERE.

Cuida-se de processo em fase de cumprimento de sentença, no qual a


parte exequente requer a expedição de ofício ao Ministério do Trabalho e
Emprego para que seja informada a atual situação cadastral do único sócio da
empresa executada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados –
CAGED.

Ocorre, contudo, que este juízo já efetuou pesquisas em todos os


sistemas disponíveis, inclusive no sistema INFOJUD, no qual constou que o
sócio da executada não entregou declaração de imposto de renda no exercício
de 2018. Ademais, a consulta ao referido cadastro não gerará nenhum resultado
prático para o pagamento do débito, visto que o referido cadastro não é
atualizado constantemente e, mesmo que a consulta encontrasse o atual
emprego do sócio da empresa executada, a verba salarial é impenhorável, nos
termos do artigo 833, IV, do CPC.

Logo, a realização dessa diligência somente geraria sobrecarga aos


trabalhos desta vara e do Ministério do Trabalho e Emprego, sem nenhum
sucesso para este cumprimento de sentença.

ANTE O EXPOSTO, indefiro o pedido da exequente.

Intime-se a parte exequente para indicar outros bens à penhora, no


prazo de 05 dias.
Caso não haja manifestação ou caso a parte desconheça bens passíveis
de penhora, remetam-se os autos ao arquivo provisório, conforme disposto no
artigo 921, §4º, do CPC, nos termos da decisão de ID 21956913.

Intime-se.

PESQUISA DE BENS INFRUTÍFERA

As consultas nos sistemas eRIDF e RENAJUD não identificaram bens


passíveis de penhora.

Ao credor, para que indique bens passíveis de constrição no prazo de


5 dias.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.

PESQUISA DE BENS. REITERAÇÃO. INDEFERE

Em homenagem aos princípios da cooperação e da efetividade, este


juízo já efetuou pesquisa nos sistemas à disposição para a localização de bens
penhoráveis da parte devedora.

A pesquisa de veículos e de imóveis nos sistemas RENAJUD e eRIDF


não foi frutífera e, diante desta execução em curso, não há nenhuma perspectiva
de que a parte devedora tenha adquirido algum automóvel ou imóvel e efetivado
o registro em seu nome, pois tem consciência de que a identificação destes bens
ensejará a sua constrição. Logo, a reiteração dessas diligências somente geraria
sobrecarga aos trabalhos desta vara, sem nenhum sucesso.

Isso posto, indefiro o pedido de reiteração da consulta aos sistemas de


pesquisa de bens RENAJUD e eRIDF.
Considerando que a parte exequente desconhece bens passíveis de
constrição, determino a suspensão da execução por um ano, nos termos do
art. 921, § 1º, do CPC.

Mantenha-se o processo em arquivo provisório, sem prejuízo do seu


desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor. Esclareço à parte credora de que a permanência do processo em
arquivo provisório não lhe acarreta nenhum prejuízo, tendo em vista que essa
medida não gera a baixa da execução.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano a contar da suspensão
do processo.

Intimem-se.

PESQUISA DE BENS. CPF DO CÔNJUGE DO EXECUTADO. DEFERE


APENAS RENAJUD.

A parte credora informou, na petição de ID 25206902, que a executada


é casada sob o regime de comunhão parcial de bens com o Sr. Edirceu Pereira
da Silva Filho. Alegou que a dívida contraída ocorreu em benefício da família
da executada, fato este que, por si só, autoriza a persecução patrimonial em face
do cônjuge da executada, observando-se somente bens contraídos a partir da
data de 25 de setembro de 2009, que corresponde à data do
casamento. Requereu, assim: a) a realização de bloqueio Bacenjud em nome do
cônjuge da executada; b) em caso de resultado negativo, pleiteou o bloqueio de
veículos adquiridos na constância do casamento, que estejam registrados no
nome do Sr. Edirceu Pereira da Silva Filho; c) a renovação do bloqueio
Bacenjud em face da executada; e d) a inclusão do nome da devedora no
cadastro dos órgãos de proteção ao crédito, por meio do Serasajud.

Verifico que as pesquisas realizadas, neste cumprimento de sentença,


para a localização de bens da parte executada foram realizadas sem
sucesso (Bacenjud, ERIDF, Renajud e Infojud). Ademais, ainda que haja êxito
na transferência do crédito trabalhista proveniente da penhora no rosto dos autos
deferida na reclamação Trabalhista nº 0005100-56.2015.5.10.0017 (ID
11163700), este não suprirá o valor total da execução.

De outro turno, a exequente juntou a certidão de casamento da


executada Sabrina Vieira Diniz da Silva, a qual comprova que esta celebrou,
sob regime de comunhão parcial de bens, casamento com o Sr. Edirceu Pereira
da Silva Filho em 25/09/2009 (ID 25206907). A presente ação monitória, por
sua vez, foi distribuída em 07/11/2016, não havendo informações detalhadas
acerca natureza da dívida contraída, visto que proveniente de repasses de
cheque por endosso em branco, conforme petição inicial de ID 25707030.

Assim, em homenagem ao princípio da efetividade e celeridade


processual, e considerando não haver perspectiva de localização de bens em
nome da executada para quitação integral do débito, defiro a realização de
pesquisa de bens no sistema Renajud em nome do cônjuge da executada, Sr.
Edirceu Pereira da Silva Filho (CPF nº 000.009.031-08).

Indefiro, todavia, o pedido de penhora de ativos financeiros do Sr.


Edirceu Pereira da Silva Filho, visto que incidirá sobre sua conta bancária
pessoal, não sendo possível verificar qual a natureza da verba percebida por
este, demonstrando ser medida gravosa para terceiro que não compõe a lide.
Assim, não há como se considerar que esta medida pleiteada seja razoável ou
proporcional à quitação do débito. Ressalto, entretanto, à parte credora que tal
entendimento pode ser reapreciado, caso comprove que a executada se utiliza
da conta bancária do seu cônjuge para realizar movimentações financeiras.

Sem prejuízo, renove-se a penhora, por meio do sistema BACENJUD,


de ativos financeiros da executada Sabrina Vieira Diniz da Silva, tendo em vista
o lapso temporal desde a realização da última consulta a este convênio (ID
10461066).

Defiro, por fim, o pedido da exequente, para proceder à inscrição da


executada no cadastro de inadimplentes pelo sistema Serasajud (ID
25206902). I.

RENAJUD. PENHORA VEÍCULO. ARRENDAMENTO MERCANTIL.


INDICAR INSTITUIÇÃO FINANCEIRA

O veículo indicado pelo autor não tem restrição administrativa ou


judicial pela consulta RENAJUD (fl. 246).

Entretanto, do documento de ID..., observa-se que se trata de


arrendamento mercantil sem a indicação da instituição financeira.

Assim, intime-se o autor para que traga consulta ao DETRAN


atualizada com a indicação, se o caso, do credor fiduciário ou o arrendante do
veículo pretendido.

Intime-se.
RENAJUD. PENHORA VEÍCULO. DEMORA DETRAN. EFETIVAR
PENHORA

Nada a prover quanto ao pedido dos executados para que as penhoras


dos veículos não sejam efetivadas (ID 16338299), visto que a exequente
informou quanto à demora para o atendimento do seu requerimento junto ao
Detran, em virtude da greve ocorrida naquele órgão (ID 16319424).

Assim, defiro o pedido da exequente (ID 16319424). Proceda-se à


consulta no sistema Renajud, em homenagem aos princípios da
cooperação, efetividade e celeridade.

Em caso de localização dos veículos abaixo indicados em nome


dos respectivos executados (ID 16319424), proceda-se, desde já, à restrição
destes bens quanto à transferência.

I) VW Gol 1.0 2003/2004, placa JGR 4050, de propriedade do


executado Felipe Gaião dos Santos, que poderá ser encontrado no SHIGS 707,
Bloco D, casa 36, Brasília – DF CEP: 70.351-704;
II) VW TL 1972, placa AC 2405, de propriedade do executado
Paulo Lucio dos Santos, que poderá ser encontrado na Avenida Pau Brasil,
Quadra 207, Lote 18, Bloco B, apto 201 – Residencial Pau Brasil
Águas Claras – DF CEP: 71.916-500;
III) moto HONDA CG 125 FAN – 2013 - placa JJD 3222, de
propriedade do executado Rafael Gaião dos Santos, que poderá ser encontrada
na Quadra 02, Conjunto A 4, casa 07, Sobradinho – DF, CEP: 73.015-104.

Considerando que a exequente declarou que ficará com o encargo


de fiel depositária (ID 16319424 - pág. 2), intime-a para que informe, no prazo
de 5 dias, o seu telefone de contato para o cumprimento da diligência.

Vindo tal informação, expeça-se mandado de penhora e avaliação


dos veículos, em que se tenha efetivado a restrição no sistema Renajud,
observando-se, para tanto, os endereços supramencionados.

EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À SECRETARIA DE FAZENDA DO DF.


DEFERE.

Defiro o pedido do exequente. Oficie-se à Secretaria de Fazenda do


Distrito Federal requisitando informações acerca da existência de bens imóveis
ou direitos sobre imóveis em nome do executado, tendo em vista a possibilidade
de pagamento do IPTU de imóveis não regularizados.

Vindo a resposta, intime-se o exequente para indique bens à penhora.


Não havendo bens, retornem os autos ao arquivo provisório.

PENHORA SOBRE FATURAMENTO. DEVEDOR INDICAR


ENDEREÇO. NÃO CABE INTIMAÇÃO POR HORA CERTA

Indefiro o pedido de ID..., haja vista não se tratar especificamente de


intimação da parte, mas do procedimento da penhora sobre o faturamento.
Logo, incabível a intimação por hora certa.

Intime-se a executada Centrus Consultoria Empresarial Ltda, na


pessoa do seu advogado, para que indique o atual endereço do seu
estabelecimento comercial ou de seu representante legal, sob pena do seu
silêncio intencional configurar ato atentatório à dignidade da justiça, com a
imposição de multa no montante de 20% (vinte por cento) do valor atualizado
do débito (art. 774, V e parágrafo único, do CPC).

PENHORA DE DIREITOS SOBRE IMÓVEL. CONCESSÃO DE USO


PELA TERRACAP. INDEFERE.

Cuida-se de cumprimento de sentença em que a parte credora pleiteia


a penhora dos direitos possessórios de um imóvel rural.

Da análise dos documentos acostados (ID...), verifica-se que o


contrato entabulado entre a Terracap e o devedor é de concessão de uso oneroso
de imóvel rural.

O termo contratual confere ao executado tão-somente o direito de uso


do imóvel. Logo, o bem indicado à penhora não pode ser penhorado, uma vez
que não integra o patrimônio disponível do devedor.

Nesse sentido já decidiu esse e.TJDFT:

"DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS


DE TERCEIRO. AÇÃO EXECUTIVA. CRÉDITO
FUNDADO EM NOTA DE CRÉDITO COMERCIAL.
CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO.
DESCONSTITUIÇÃO DA PENHORA INCIDENTE
SOBRE O IMÓVEL. INDENIZAÇÃO. BENFEITORIAS.
INVIABILIDADE. 1. O direito real de uso, instituído pelo
artigo 1225 do Código Civil, não admite cessão, não sendo
possível que o concessionário ceda o exercício de seu direito
a título gratuito ou mesmo a oneroso. 2. O termo contratual
celebrado ente o executado e a TERRACAP, atribuem ao
imóvel natureza de direito real de uso, não se constituindo
em direito patrimonial disponível. 2.1 In casu, o próprio
termo contratual prevê, em sua cláusula oitava, como
vedação, "a cessão a qualquer título do imóvel objeto do
presente, sob pena de rescisão deste instrumento". 3.
Qualquer cessão a título oneroso do lote caracterizaria má-
fé, não havendo, nesse sentido, se falar em direito à
indenização. 4. Precedente da Casa. 4.1 "3. O instituto do
direito real de uso não admite a cessão do exercício de seu
direito a título gratuito, nem, muito menos, a título oneroso"
(in 20040810033659APC, Relator Nídia Correa Lima, DJ
21/02/2006 p. 111). 5. Apelo improvido. (Acórdão n.504111,
20060110338219APC, Relator: JOÃO EGMONT, Revisor:
ROMEU GONZAGA NEIVA, 5ª Turma Cível, Data de
Julgamento: 12/05/2011, Publicado no DJE: 16/05/2011.
Pág.: 140)"

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VÍCIOS.


INEXISTÊNCIA. PROPÓSITO DE REJULGAMENTO.
REJEIÇÃO. PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE
TERCEIRO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.
INTELIGÊNCIA DO ART. 515, §3° DO CPC. IMÓVEL
PERTENCENTE À TERRACAP. CONTRATO DE
ARRENDAMENTO E SUBARRENDAMENTO.
PENHORA SOBRE BEM PÚBLICO. RECURSO
PROVIDO. 1. São rejeitados os embargos de declaração
quando o acórdão não padece dos vícios elencados, sendo
claro o propósito de rejulgamento por parte do recorrente. 2.
Os direitos decorrentes do contrato de concessão de uso de
imóvel do domínio público não podem ser transferidos a
terceiros antes de decorrido o prazo de carência, nem antes
de obtido o prévio e expresso consentimento da concedente.
Assim, a obrigação que gerou a presente controvérsia é
absolutamente nula perante a Administração Pública, não
podendo dela decorrer direito algum contra o administrador;
sendo, portanto, nulo o ato de constrição sobre o imóvel
público. 3. Recurso de embargos de declaração conhecido e
desacolhido. (Acórdão n.267242, 20010110414448APC,
Relator: HERMENEGILDO GONÇALVES, Relator
Designado:ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, Revisor:
ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 1ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 07/02/2007, Publicado no DJU SEÇÃO
3: 29/03/2007. Pág.: 104)"
Diante do exposto, indefiro o pedido de penhora dos direitos do
executado sobre o imóvel indicado na petição de ID....

À parte autora, para que indique bens passíveis de penhora no prazo


de 5 dias ou, caso desconheça, requeira a suspensão do processo, nos termos do
art. 921, § 1º, do CPC. I.

IMÓVEL. PENHORA DE EVENTUAL SALDO DA VENDA


EXTRAJUDICIAL.

Diante da notícia de que o imóvel alienado fiduciariamente foi vendido


extrajudicialmente, resta prejudicado o pedido de deferimento de usufruto do
bem para a satisfação da obrigação.

Entretanto, em razão da venda extrajudicial, é possível que haja saldo


remanescente proveniente da venda a ser entregue à executada.

Portanto, defiro o pedido de intimação do Banco Bradesco, por oficial


de justiça, para que informe se há quantia a ser disponibilizada à autora em
razão da venda do imóvel. Caso positivo, fica deferida a penhora do valor
necessário para a satisfação desta execução. O Banco deverá depositar a quantia
em conta à disposição deste juízo. Expeça-se mandado.

IMÓVEL. TRAZER MATRÍCULA ATUALIZADA DO IMÓVEL.

Ao exequente para que traga a certidão atualizada da matrícula do


imóvel para que este juízo tenha a segurança quanto aos registros e averbações
que pendem sobre o bem.

Esclareço, desde já, que a venda em leilão somente ocorrerá após a


juntada deste documento.

Intime-se.

IMÓVEL. PEDIDO DE PENHORA. IMÓVEL DE INCORPORADORA


IMOBILIÁRIA.

Por se tratar de imóvel pertencente a uma incorporadora imobiliária,


intime-se a empresa executada para informar, em 05 dias, se firmou algum
negócio jurídico com o imóvel indicado (Sala 1701, Avenida Pau Brasil, lote
10 – matrícula 309429).

PEDIDO DE PENHORA. IMÓVEL EM QUE PODE TER HAVIDO


CONSTRUÇÃO E ALIENAÇÃO DE UNIDADES HABITACIONAIS.

Vistos sem conclusão.

Suspendo, por ora, a ordem de penhora dos imóveis descritos nas


certidões de ID..., tendo em vista que se trata de lotes em que possivelmente
foram construídos edifícios residenciais, sendo provável que as unidades
imobiliárias já tenham sido alienadas a terceiros, o que geraria um número
expressivo de embargos de terceiros.

Portanto, antes do cumprimento da diligência, determino ao exequente


que promova as diligências necessárias e informe se foi erigida alguma
construção nos referidos imóveis. Caso positivo, indique outros bens livres e
desembaraçados. I.

IMÓVEL. PENHORA. PREFERÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO.


CRÉDITO DE NATUREZA PROPTER REM

A exequente protocolou a petição de ID 22541828 intitulada


"Comunicação de Interposição de Agravo", porém a petição e documentos
anexos (ID 22543213, ID 22543414 e ID 22543270) não correspondem à
interposição de tal recurso.

Assim, esclareça a parte credora se houve mero equívoco no protocolo


ou se realmente foi interposto agravo de instrumento. Caso tenha sido
interposto, apresente a respectiva comunicação, nos termos do art. 1.018,
"caput", do CPC.

Sem prejuízo, passo à analise da petição de ID 22543213 e dos


respectivos documentos (ID 22543414).

A parte autora informou que o valor atualizado do crédito da Fazenda


Nacional, no processo nº 2000.34.00.049303-5, é de R$ 28.189,03, conforme
documentos de ID 22543414. Alegou, ainda, que o seu crédito pretendido neste
cumprimento de sentença tem natureza propter rem, visto que corresponde aos
rateios destinados à construção do edifício dos associados, bem como demais
encargos e cobrança de taxas condominiais para a construção deste edifício
onde se situa a sala penhorada. Sustentou, com isso, que há preferência do seu
crédito em relação ao crédito fazendário. Reiterou, por fim, que seja realizado
novo leilão do bem penhorado no rosto dos autos do processo
supramencionado (Sala 725, situada no 7º pavimento, entrada nº 87, bloco F,
da quadra 02, do Setor Hoteleiro Norte, Brasília), discriminado no laudo de
avaliação já homologado no presente feito.

O art. 186 do Código Tributário Nacional preceitua que "o crédito


tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou
do acidente de trabalho.".

No caso em apreço, o crédito perseguido pela Fazenda Nacional no


processo nº 2000.34.00.049303-5 é de natureza tributária, conforme documento
de ID 22543414, não se cogitando, assim, o reconhecimento de preferência do
crédito de natureza propter rem em relação ao crédito tributário.

Nesse sentido, trago o precedente do C. STJ:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE


COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. PREFERÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO AO
CONDOMINIAL. 1. Ação ajuizada em 15/12/2008. Recurso especial concluso
ao gabinete em 25/08/2016. Julgamento: CPC/73.2. O propósito recursal é
definir se há - sobre o produto da alienação do bem do executado - preferência
do crédito tributário em face do crédito condominial. 3. Nos termos da
jurisprudência pacificada desta Corte, o crédito fiscal possui preferência
absoluta sobre o crédito condominial. 4. Recurso especial conhecido e
provido.(REsp 1584162/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA
TURMA, julgado em 09/05/2017, DJe 16 /05/2017)

Indubitável, portanto, que há preferência do crédito tributário em


relação ao crédito de natureza propter rem.

Assim, defiro a alienação do bem imóvel penhorado, tendo em vista


que houve a homologação da avaliação do imóvel no valor de R$ 256.000,00
(ID 21414691), sendo possível que a arrematação abarque o crédito tributário
de R$ 28.189,03 e ainda remanesça valor em favor do exequente.

Remetam-se os autos ao NULEJ para que designe datas para a


realização do leilão eletrônico.

Faça-se constar no edital que eventuais débitos tributários serão sub-


rogados no valor da arrematação.

Para atender ao disposto no art. 885 do CPC, estabeleço, desde já, que
a venda, em primeiro leilão, deverá observar o preço mínimo de avaliação e,
em segundo leilão, no mínimo 60% (sessenta por cento) da avaliação. O
pagamento deverá ser à vista.

Para dar ampla publicidade, o edital deverá ser publicado no DJe, no


site do TJDFT e, também, em site especializado em venda de direitos sobre
imóveis, no mínimo 5 dias antes do primeiro leilão.

Junte-se, ainda, certidão atualizada da matrícula do imóvel.

I.

 IMPUGNAÇÃO À PENHORA
IMPUGNAÇÃO À PENHORA. SALÁRIO. NÃO RECONHECIMENTO.

Cuida-se de impugnação à penhora apresentada às fls. 108/113 por


VERA MARIA BARBOSA MORAES, sob o fundamento de que a constrição
via BACENJUD incidiu sobre verba de natureza salarial.

Requer a desconstituição integral da penhora.

Conforme o disposto no art. 833, inciso IV, do CPC, as verbas salariais


são de natureza impenhorável. Logo, em regra, não poderão sofrer constrição
para a satisfação de execução, salvo as exceções previstas em lei.

No caso em apreço, foi penhorada por meio do sistema BACENJUD


a quantia de R$ 10.756,80 (dez mil, setecentos e cinquenta e seis reais e oitenta
centavos) da conta 20.335-9, agência 2832, conforme fl. 105 e 132/134.

Dos extratos acostados às fls. 124/128 e 132/134 observa-se que


mensalmente há um saldo residual considerável na conta corrente em que a
requerida percebe seu salário. A título de exemplo, às fls. 127 percebe-se que
antes mesmo de começar o mês de abril havia um saldo de R$ 41.786,26
(quarenta e um mil, setecentos e oitenta e seis reais e vinte e seis centavos)
disponível à executada e antes do início de maio, um montante de R$ 37.522,25
(trinta e sete mil, quinhentos e vinte e dois reais e vinte e cinco centavos) - fls.
128, quantias muito superiores ao seu salário mensal de aproximadamente R$
8.000,00 (oito mil reais).

Consta ainda às fls. 134 que mesmo após o bloqueio Bacenjud houve
um saldo remanescente de R$ 12.683,84 (doze mil, seiscentos e oitenta e três
reais e oitenta e quatro centavos) na conta corrente da devedora.

Nesse sentido, a verba, ainda que tenha a origem salarial, somente


merece a proteção da impenhorabilidade enquanto guarda a atualidade, ou seja,
somente poderá ser excepcionada a penhora quando se tratar de quantia
proveniente do salário mensal, porquanto presume-se que ela custeará a
sobrevivência do executado naquele momento.

A partir do momento em que essa verba perde a atualidade, não se


pode mais considerar que ela será necessária para o custeio das necessidades
mais urgentes do devedor, porquanto essas despesas serão suportadas por outros
meios.

Nesse sentido, ainda que a quantia penhorada seja proveniente de


salário, não remanesce a atualidade que justifica a sua impenhorabilidade, pois,
a rigor, não é mais destinada à subsistência do devedor.

ANTE O EXPOSTO, a verba penhorada não guarda a natureza


impenhorável, pelo que indefiro o pedido de desbloqueio e restituição à
executada.

Preclusa esta decisão, expeça-se alvará de levantamento, referente à


quantia bloqueada dos ativos financeiros da devedora VERA MARIA
BARBOSA MORAES, no valor de R$10.756,80 (dez mil, setecentos e
cinquenta e seis reais e oitenta centavos), em favor da parte credora.

À exequente para que diga se dá quitação ao débito. I.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. SALÁRIO E CHEQUE ESPECIAL.


DESCONSTITUI PENHORA.

Cuida-se de impugnação à penhora apresentada, às fls 197/199


ratificada pela petição de fls. 202/205, por MARIA FERNANDES VIEIRA,
sob o fundamento de que a constrição via BACENJUD incidiu sobre verba de
natureza salarial. A parte exequente se manifestou no sentido de manter a
constrição da porcentagem mínima de 30%, pois tal quantia seria razoável e não
afetaria o sustento da executada a ponto de prejudicar sua dignidade.

Em complemento à sua petição, trouxe extrato bancário e cópia do seu


contracheque.

Conforme o disposto no art. 833, inciso IV, do CPC, as verbas salariais


são de natureza impenhorável. Logo, em regra, não poderão sofrer constrição
para a satisfação de execução, salvo as exceções previstas em lei.

No caso em apreço, foi penhorada por meio do sistema BACENJUD


a quantia de R$ 3.274,83 da conta da devedora, conforme fls. 194.
O extrato da conta bancária em que foi bloqueado o ativo financeiro,
aliado ao contracheque de fl. 204, demonstram que a conta é destinada ao
depósito dos salários mensais da executada.

Em 04/05/2016 foi creditado na conta da devedora o salário na quantia


de R$ 4.195,17. A penhora por meio do sistema BACENJUD foi efetivada em
10/05/2016 e alcançou a quantia de R$ 3.274,83.

Contudo, percebe-se que os débitos anteriores à penhora consumiram


quase que todo o salário percebido pela executada, pelo que o bloqueio
Bacenjud incidiu majoritariamente sobre verbas provindas do cheque especial
disponível à devedora em sua conta corrente.

Ocorre que, mesmo sobre tal verba não pode incidir a penhora, vez
que esta tem como premissa a titularidade do bem constrito pelo devedor. Os
ativos fomentados ao correntista à guisa de cheque especial não estão
integrados ao patrimônio da executada, não lhe pertencendo, pois somente são
colocados à sua disposição via dos contratos firmados com o banco.

Percebe-se, assim, que o valor penhorado advém do salário percebido


pela parte devedora e do limite do cheque especial disponível em sua conta
corrente. Logo, impenhoráveis, motivo pelo qual deve haver sua liberação total.

Nesse sentido, ACOLHO o pedido da devedora e desconstituo a


penhora que recaiu sobre o montante de R$ 3.274,83.

Expeça-se alvará, de imediato, para levantamento da quantia


penhorada (fl. 194) em favor da executada MARIA FERNANDES VIEIRA.

Em homenagem aos princípios da cooperação, efetividade, celeridade


e economia processual, determino a realização de pesquisas de bens nos demais
sistemas informatizados à disposição deste juízo (eRIDF e RENAJUD). I.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. SALÁRIO E POUPANÇA.


ACOLHIMENTO PARCIAL.

Trata-se impugnação à penhora BACENJUD realizada em sede de


cumprimento de sentença que restou parcialmente frutífero, sob fundamento de
que as quantias constritas são de natureza impenhorável (fl. 782, 802/808 e
810/817).

Manifestação do credor (fls. 791/798).

É o breve relatório. Decido.


O art. 833, incisos IV e X, do CPC dispõe que são impenhoráveis os
vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, bem como a quantia depositada em caderneta de poupança,
até o limite de 40 salários-mínimos.

Na hipótese dos autos houve bloqueio BACENJUD em contas do


executado junto ao Citibank, Banco do Brasil, CEF e BRB (fl. 780).

O devedor demonstrou receber o salário em conta corrente do Banco


do Brasil (fl. 805/806), instituição em que foi penhorado o valor de R$ 80,59
(oitenta reais e cinquenta e nove centavos). Na mesma instituição, restou
demonstrada a existência de três contas de poupança com saldo inferior a 40
salários-mínimos (fls. 813/815).

Da mesma forma, demonstrou que os bloqueios junto à CEF (fl. 817)


e BRB (fl. 812) incidiram em conta poupança, também com saldo inferior a 40
salários-mínimos.

Nada obstante as alegações da parte credora, a verba exigida nesta


ação não tem natureza de prestação alimentícia. Com efeito, não incide a
exceção do § 2º do art. 833 do CPC.

Portanto, em relação a todas as contas citadas, vigora a


impenhorabilidade das verbas nela depositadas, de forma que os valores
deverão ser liberados ao executado.

Em relação à penhora que incidiu sobre a conta mantida no Citibank,


observa-se do extrato de fl. 817 que o bloqueio incidiu sobre o saldo de um
depósito que não possui indicação de salário/remuneração, muito menos foi
comprovada a alegação de que é de terceiros. Assim, em relação a esta conta, o
devedor não comprovou que a constrição incidiu sobre valores atingidos pela
impenhorabilidade.

Ante o exposto, acolho, parcialmente, a impugnação para reconhecer


a impenhorabilidade dos valores bloqueados nas contas bancárias do executado,
com exceção da constrição que recaiu sobre a sua conta mantida junto ao
Citibank, no valor de R$ 397,05 (trezentos e noventa e sete reais e cinco
centavos) . Decorrido o prazo recursal sem a notícia de efeito suspensivo,
expeça-se alvará de levantamento do valor penhorado no Citibank em favor do
credor e dos demais em favor do devedor.

Tendo em vista que não houve a satisfação integral do crédito, defiro


o pedido do credor para realização das pesquisas de bens junto ao RENAJUD e
ERIDF.
Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. SALÁRIO. PAGAMENTO DE


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MANTÉM A PENHORA

Dispõe o inciso IV do art. 833 do CPC que são impenhoráveis os


vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, ressalvado a hipótese de penhora para pagamento de prestação
alimentícia, independentemente de sua origem.

De acordo com o art. 85, §14, do CPC, os honorários advocatícios


configuram direito próprio do advogado e possuem natureza alimentar. Logo,
estão inseridos na exceção à regra da impenhorabilidade do salário. Nesse
sentido:

AGRAVO INTERNO. PENHORA ON-LINE DE


SALÁRIO. POSSIBILIDADE, DADA A NATUREZA
ALIMENTAR DA VERBA EXECUTADA.
HONORÁRIOS DE ADVOGADO. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 649, § 2º, DO CPC/1973. SÚMULA 83/STJ.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. "O caráter
absoluto da impenhorabilidade dos vencimentos, soldos e
salários (dentre outras verbas destinadas à remuneração
do trabalho) é excepcionado pelo § 2º do art. 649 do CPC,
quando se tratar de penhora para pagamento de prestações
alimentícias" ((REsp 1.365.469/MG, Relatora Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, DJe de
26/6/2013). 2. Os honorários advocatícios, contratuais ou
sucumbenciais têm natureza alimentícia, sendo, assim,
possível a penhora de 30% da verba salarial para seu
pagamento. Incidência à hipótese da Súmula 83 do STJ. 3.
Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 814.440/PR,
Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 28/03/2017, DJe 03/04/2017)

ANTE O EXPOSTO, defiro o pedido de penhora do salário da


parte ré (CHRISTIANO NOGUEIRA ARAÚJO - CPF n°976.341.581-00),
no montante mensal de 30% (trinta por cento) dos seus rendimentos
líquidos, até o limite do valor de R$5.500,00(cinco mil e quinhentos reais).
Os valores deverão ser transferidos para conta judicial à disposição deste
juízo.

Informe, no ofício, o passo a passo para a realização do depósito


judicial.

Intime-se o exequente para que traga a planilha de cálculo dos


honorários de forma correta, corrigindo o valor original da execução até a data
do cálculo. Sobre o montante atualizado deverá incidir o percentual arbitrado a
título de honorários.

Vindo a planilha, oficie-se à Câmara Legislativa do DF (Praça


Municipal, Qd.2, Lote 5 - CEP: 70.094-902), empregadora do executado, com
cópia desta decisão.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. SALÁRIO. ACOLHE PARCIALMENTE

Cuida-se de impugnação à penhora apresentada pelo segundo


executado, PAULO LUCIO DOS SANTOS, sob o fundamento de que a
constrição via Bacenjud, no valor de R$ 13.232,66 (ID 13192313- pág. 2),
incidiu sobre verba de natureza salarial. Requer, assim, a desconstituição
integral da penhora (ID 13251526).

A exequente apresentou resposta à impugnação à penhora, afirmando


que não há penhora indevida, tendo o bloqueio sido efetuado em conformidade
com a legislação (ID 13801575).

O segundo executado apresentou procuração, regularizando a sua


representação processual (ID 15354241), nos termos da decisão de ID
14010895.

É o breve relatório.

Conforme o disposto no art. 833, inciso IV, do CPC, as verbas salariais


são de natureza impenhorável. Logo, em regra, não poderão sofrer constrição
para a satisfação de execução, salvo as exceções previstas em lei.

No caso em apreço, foi penhorada por meio do sistema BACENJUD


a quantia de R$ 13.232,66 (ID 13192313 - pág. 2 - e ID 13251547).

O extrato bancário juntado pelo executado (ID 13251547) indica que


houve, em janeiro e fevereiro de 2018, o crédito de verbas salariais no valor de
R$ 6.892,92, em 02/1/18 e de R$ 7.150,39, e 1º/2/18, correspondentes aos seus
proventos de dezembro/2017 e janeiro/2018, respectivamente. Logrou
comprovar, ainda, duas transferências feitas pela Fundação Assistencial dos
Servidores do IPEA no dia 31/01/2017 (R$ 370,21 e R$ 338,80), referentes à
devolução de valores descontados do seu salário. Logo, essas quantias também
são de natureza salarial e não poderão responder pela satisfação desta execução.

Contudo, houve outros depósitos no referido período de origem não


salarial. O valor de R$ 2.512,12 foi depositado em dinheiro na conta-corrente,
não tendo sido juntado pelo devedor o extrato da conta bancária encerrada na
Caixa Econômica Federal para demonstrar que tal quantia se referia ao seu
provento, conforme alegado por ele em sua impugnação (ID 13251526 - pág.
2).

No que tange às transferências realizadas no dia 19/12/2017 (R$


910,00) e no dia 08/01/2018 (R$ 1.238,36), não houve prova de que se tratava
de verba de natureza salarial, tendo argumentado o devedor que tais valores
seriam provenientes de transferências realizadas por seus filhos para arcar com
as despesas dos planos de saúde em que estes são os favorecidos, mas o que se
pode inferir é que os valores transferidos (R$ 910,00 e R$ 1.238,36) sequer
correspondem à mensalidade do plano de saúde, conforme documentos de ID
13251570.

Com efeito, considerando que não houve prova da natureza


impenhorável dos valores de R$ 2.512,12, R$ 910,00 e R$ 1.238,36, deverá ser
mantida a penhora do somatório deles, que alcança R$ 4.660,48, liberando-se o
remanescente de R$ 8.572,18 em face de se tratar de verba salarial.

Ante o exposto, acolho, parcialmente, a impugnação para


reconhecer a impenhorabilidade do valor de R$ 8.572,18 que incidiu em
ativos financeiros do executado PAULO LÚCIO DOS SANTOS,
mantendo-se a penhora do valor remanescente de R$ 4.660,48.

Expeça-se, de imediato, alvará de levantamento em favor do


executado Paulo Lucio dos Santos, no valor de R$ R$ 8.572,18, com os
acréscimos legais. Aguarde-se a preclusão desta decisão para liberação do
remanescente à parte exequente.

Houve o bloqueio de outros valores (ID 13192313), quais sejam, R$


5.789,72 na conta do executado Paulo Lucio Santos; R$ 1.610,04 e R$ 124,99
nas contas bancárias do executado Rafael Gaiao dos Santos; R$ 800,00 e R$
32,84 na conta do executado Felipe Gaiao dos Santos, sem impugnação dos
executados. Assim, expeça-se, de imediato, alvará de levantamento em favor
do exequente em relação a estes valores com os devidos acréscimos legais.
Intime-se o credor para trazer planilha atualizada de débito e para
indicar outros bens à penhora, no prazo de 5 dias.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. SALÁRIO. ACOLHE. PROPOSTA DE


PARCELAMENTO DO DÉBITO

Trata-se de impugnação à penhora em que o executado alega, em


síntese, que: I) houve bloqueio judicial na conta-bancária no valor de R$
1.577,26, correspondendo à sua remuneração, sendo, assim, de natureza
impenhorável; II) o respectivo valor tem a função de prover as necessidades
básicas da sua família; III) a manutenção do bloqueio de tal quantia e o seu
levantamento em favor do credor implicarão numa gravosa e irreparável
restrição financeira ao devedor e à sua família; IV) afirma ter a intenção de
quitar a dívida conforme permite as suas possibilidades.

Requer: a) concessão de efeito suspensivo para evitar o levantamento


da quantia bloqueada, independente da intimação da parte contrária; b) o
deferimento de medida liminar sem a oitiva da parte contrária para desconstituir
de imediato 70% do valor bloqueado via Bacenjud (R$ 1.104,08); c) a liberação,
em favor da exequente, de 30% do valor penhorado; d) intimação da parte
exequente quanto à proposta de parcelamento do débito remanescente em 3
parcelas iguais de R$ 368,02; e) subsidiariamente, o desbloqueio integral do
valor bloqueado; f) concessão do benefício da justiça gratuita.

Decido.

I) Da impenhorabilidade do valor bloqueado e dos respectivos


pedidos de efeito suspensivo e medida liminar sem oitiva da parte contrária

Dispõe o art. 9º, parágrafo único, inciso II, do CPC que será possível
proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida na
hipótese de tutela provisória de urgência. Nesse sentido, art. 300 do CPC retrata
que "a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.".

No caso em apreço, foi penhorada por meio do sistema BACENJUD


a quantia de R$ 1.577,26 (ID 16600276 - pág. 2) na conta-bancária do devedor
(ID 16754671 - pág. 1).

Os extratos bancários acostados pelo executado (ID 16754671)


demonstram que no dia 25/04/2018 havia o saldo de R$ 0,00 e no dia
30/04/2018 constou o recebimento de proventos no valor R$ 2.931,40,
constando logo após, nesta mesma data, o bloqueio judicial no valor de R$
1.577,26.

O art. 833, inciso IV, do CPC, preceitua, por sua vez, que as verbas
salariais são de natureza impenhorável. Logo, em regra, não poderão sofrer
constrição para a satisfação de execução, salvo as exceções previstas em lei.

Com isso, indubitável que o valor de R$ 1.577,26 corresponde aos


proventos do executado, o que demonstra que a manutenção do bloqueio de tal
quantia afetará o sustento do devedor e da sua família, causando-lhes perigo de
grave restrição financeira.

Diante de tais informações, a decisão quanto ao bloqueio judicial de


R$ 1.577,26 torna-se premente, ainda que sem a oitiva da parte contrária, visto
que presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano.

Ademais, o executado demonstra boa-fé em querer saldar a dívida ao


propor o levantamento em seu favor de 70% do valor bloqueado (R$ 1.104,08),
a liberação em favor da exequente de 30% do valor bloqueado (R$ 473,18) e o
pagamento do débito remanescente em 3 parcelas iguais de R$ 368,02.

Assim, o pedido de tutela de urgência deverá ser acolhido.

II) Do benefício da justiça gratuita

Nada a prover quanto a este pleito, tendo em vista que o benefício da


justiça gratuita já foi deferido (ID 16017735), cabendo somente a anotação
desse deferimento na autuação.

ANTE O EXPOSTO, acolho, parcialmente, a impugnação para


reconhecer a impenhorabilidade do valor bloqueado, devendo ser liberado
em favor do executado 70% do valor bloqueado (R$ 1.104,08) e em favor
da exequente 30% do valor bloqueado (R$ 473,18), nos termos da
fundamentação.
Expeçam-se os alvarás e intime-se a parte exequente para dizer, no
prazo de 5 dias, se aceita o pagamento do débito remanescente (R$ 1.104,08)
em 3 parcelas iguais de R$ 368,02 ou para que indique outros bens passíveis de
penhora.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. CONTA CONJUNTA. LIBERAÇÃO DE


50%.

Cuida-se de cumprimento de sentença, em que a executada


Ludmylla impugnou a penhora, sob a alegação de que o valor penhorado
pertence a sua mãe, a Sra. Loide de Lima e Lima, a qual é titular da conta
corrente que mantém conjunta com as suas duas filhas, Ludmylla e Betânia.

Alegou, ainda, que o valor penhorado supera o valor da sua parte na


condenação.

Intimada para que comprovasse que o valor bloqueado pertence à


Sra. Loide de Lima e Lima, a executada Ludmylla apenas juntou uma cártula
de cheque na qual consta a Sra. Loide como titular da conta.

Concedida a última oportunidade para que a parte executada


Ludmylla comprovasse a origem do valor bloqueado e os cotitulares da conta
corrente, a executada quedou-se inerte.

A parte exequente, por sua vez, manifestou-se pela liberação de


50% do valor penhorado da conta da executada Ludmylla.

É o relatório. Decido.

O art. 854, §3º, do CPC, dispõe que incumbe ao executado


comprovar que as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis.
Por sua vez, a jurisprudência deste e. TJDFT é no sentido de que em
caso de penhora em conta conjunta, na qual não se comprove que o valor
bloqueado pertence ao cotitular da conta, que não é o executado, presume-se
que os valores constantes na conta pertencem em partes iguais aos
correntistas. Nesse sentido:

PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. BLOQUEIO PELO
SISTEMA BACENJUD. PENHORA DE SALDO DE CONTA
CORRENTE. ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE.
NÃO COMPROVAÇÃO. CONTA CONJUNTA.
LIBERAÇÃO DE 50% DO SALDO BLOQUEADO.
DECISÃO PARCIALMENTE REFORMADA.
1. Nos termos do art. 854, §3°, do CPC, cabe ao devedor
demonstrar que a quantia bloqueada/penhorada via BacenJud
corresponde às hipóteses de impenhorabilidade enumeradas no
art. 833, IV, do CPC de 2015.
2. Tratando-se de conta bancária conjunta e não integrando
o cotitular no polo passivo da execução, presume-se que
cada correntista é detentor da metade do valor depositado.
3. Agravo de Instrumento conhecido e parcialmente provido.
Unânime.
(Acórdão n.1016608, 20160020316427AGI, Relator: FÁTIMA
RAFAEL 3ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 26/04/2017,
Publicado no DJE: 16/05/2017. Pág.: 388/389)

No caso em apreço, foi realizada a penhora no valor de R$


20.452,30 na conta da executada Ludmylla.

A cártula de cheque de ID 18325121 (pág. 225) demonstra que a


executada Ludmylla possui uma conta conjunta com a Sra. Loide.

Nada obstante as alegações da executada, ela não comprovou que


os valores bloqueados pertencem integralmente a cotitular da conta, a Sra.
Loide, bem como que a sua irmã Betânia também é uma das correntistas da
conta.

Em relação à alegação da executada Ludmylla de que o valor


bloqueado supera o valor da sua parte na condenação, nada a prover,
porquanto a executada não trouxe o valor que entende devido, com o
demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo, nos termos do art.
525, §5º, do CPC.
Assim, acolho, parcialmente, a impugnação à penhora para
reconhecer a impenhorabilidade de 50% do valor penhorado, devendo
ser liberado 50% do valor bloqueado em favor da executada Ludmylla,
e os outros 50% do valor bloqueado em favor do exequente.

Preclusa esta decisão, expeçam-se os alvarás de levantamento.

Após, proceda-se as demais pesquisas nos termos da decisão de ID


16316543.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. FUNDO DE INVESTIMENTO. LCI.


INDEFERE.

Cuida-se de impugnação à penhora (ID...) realizada via Bacenjud, sob


a alegação de que o valor é impenhorável, tendo em vista que advém de
investimento em letra de crédito imobiliário, o qual é abrangido pela vedação
de penhora de quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40
salários mínimos.

O exequente manifestou-se pela rejeição da impugnação (ID...).

É o breve relatório. Decido.

Conforme o disposto no art. 789 do CPC, o devedor responde com


seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as
restrições estabelecidas em lei. Portanto, a regra é a penhorabilidade de todos
os bens do devedor que tenham conteúdo patrimonial.

A fim de excepcionar a regra da penhorabilidade, o artigo 833 do CPC


dispõe sobre os bens que, embora integrem o patrimônio do devedor, não
poderão responder por suas dívidas. O inciso X estabelece que é impenhorável
a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos.

A impenhorabilidade das contas de poupança justifica-se pelo


emprego das quantias nela depositadas para o implemento de políticas públicas
relacionadas ao financiamento imobiliário para as camadas mais necessitadas
da população.

Logo, a interpretação do dispositivo deve ser restritiva, não havendo


razão jurídica para que alcance outros tipos de aplicações e, muito menos, os
valores livremente depositados nas contas correntes, sob pena de manifesto
prejuízo à efetividade da execução.

No caso em apreço, houve o resgate da quantia de R$ 22.697,95 do


fundo de investimento mantido pelo devedor em LCI no dia 25/01/2017,
ocorrendo na mesma data a penhora por meio do sistema BACENJUD, a qual
alcançou o valor de R$ 19.493,20 (ID...). Essa quantia insere-se no patrimônio
do devedor, não havendo nenhuma razão para que seja protegido pela
impenhorabilidade das cadernetas de poupança.

Ademais, os extratos acostados pelo executado demonstram


movimentações referentes ao fundo de investimento em LCI que alcançam o
montante de R$ 280.000,00 (ID...), valor muito superior a quarenta salários
mínimos, bem como a manutenção de outra aplicação financeira pelo devedor,
qual seja, BB Curto Prazo 200, a qual é rotineiramente utilizada para saldar os
débitos efetuados na conta corrente do devedor.

Percebe-se, assim, que, nada obstante o valor penhorado advenha de


aplicação em fundo de investimento, a penhora deve ser mantida.

ANTE O EXPOSTO, rejeito a impugnação.

Preclusa esta decisão, expeça-se alvará de levantamento da quantia


penhorada (ID...) em favor do exequente e intime-o para dizer se dá quitação à
obrigação.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BACENJUD. PERCENTUAL DO


FATURAMENTO.

Cuida-se de impugnação à penhora de ativos financeiros apresentada


pela parte ré, sob o argumento de que o bloqueio inviabiliza o desempenho de
sua atividade comercial, bem como que o montante constrito seria necessário
ao pagamento de funcionários.

Requereu a manutenção da penhora apenas sobre 30% do valor


bloqueado, com liberação do restante ou, alternativamente, que seja levantada
a constrição sobre o valor equivalente à folha de pagamento da empresa ré.

Instada a se manifestar, a parte autora pugnou pela manutenção da


penhora.
Posteriormente, requereu a parte ré a substituição da penhora pelas
máquinas que originaram a cobrança, o que foi rejeitado pela parte credora.

É o breve relatório. Decido.

Conforme o disposto no art. 866, § 1º, do CPC, nos casos em que o


executado é uma pessoa jurídica, se não houver outros bens passíveis de
penhora, o juiz deverá fixar, para fins de penhora, percentual do faturamento da
devedora que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável,
mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial.

No caso em apreço, foi deferido o bloqueio de ativos financeiros da


executada via sistema eletrônico BACENJUD, em que se logrou êxito em
bloquear a quantia de R$ 25.910,04 em uma conta bancária mantida pela
devedora junto ao BRB - Banco de Brasília, não havendo a notícia da existência
de outras contas.

A penhora, embora não tenha sido deferida na modalidade de


percentual do faturamento, acabou atingindo a mesma finalidade, pois
constritou o ativo circulante da empresa.

Os balancetes de fls. 165/181 indicam que a receita bruta mensal da


executada gira em torno de R$ 70.000,00, enquanto suas despesas
administrativas e com pessoal somam, aproximadamente, R$ 35.000,00, que
acrescidos ao pagamento de impostos, encargos e investimento na compra de
mercadoria, propiciam lucro líquido bastante modesto.

Diante deste quadro, resta claro que o bloqueio efetivado compromete


o desenvolvimento da atividade empresarial, de forma que deverá ser acolhido
o requerimento da execução, a fim de que a penhora seja reduzida a 30% (trinta
por cento) do valor bloqueado.

Ante o exposto, acolho a impugnação para reduzir a penhora ao


percentual de 30% (trinta por cento) do valor bloqueado à fl. 130.

Transcorrido o prazo para agravo sem a notícia de concessão de efeito


suspensivo, expeçam-se os alvarás de levantamento, observando-se que caberá
à exequente 30% do valor penhorado, liberando-se o saldo remanescente à
executada.

Sem prejuízo, à parte autora para que traga planilha atualizada e


indique outros bens à penhora.

Caso desconheça bens penhoráveis, defiro, desde já, a suspensão do


processo por um ano (art. 921, § 1º, CPC).
Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BACENJUD. PERCENTUAL DO


FATURAMENTO. INTIMA EXECUTADO. BALANÇO CONTÁBIL

À executada, para que traga o seu balanço contábil devidamente


registrado referente aos últimos seis meses para que se possa avaliar se a
penhora incidiu sobre percentual do seu faturamento que possa comprometer o
desenvolvimento da sua atividade empresarial e, por conseguinte, a
impossibilidade de pagamento dos salários dos seus funcionários.

Vindo o balanço contábil, dê-se vista ao exequente.

Após, venham os autos conclusos.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BACENJUD. REJEITA.


ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO

Cuida-se de cumprimento de sentença de obrigação de pagar cumulada


com obrigação de fazer.

A executada efetuou, em 10/08/2018, o pagamento da execução no


valor de R$ 89.931,96 (ID 21231054), informando que não apresentaria
impugnação ao cumprimento de sentença e concordaria com o levantamento do
respectivo valor, desde que tal depósito correspondesse à total e plena quitação
do débito (ID 21231484).

O exequente, por sua vez, se manifestou de forma contrária ao valor


pago, sob o fundamento de que o valor devido até a data do efetivo pagamento
seria de R$ 93.189,83. Para tanto, juntou a planilha de cálculo atualizada até o
dia 10/08/2018, data do efetivo pagamento (ID 21661176). Requereu, assim, a
intimação da executada para efetuar o pagamento do valor restante que seria de
R$ 3.257,87 e a imediata expedição de alvará do valor já depositado (ID
21661080).

Ato contínuo, o bloqueio Bacenjud foi realizado no valor de R$


3.257,87 (ID 21690080) e a parte devedora foi intimada para se manifestar
quanto à penhora (ID 21729530).

A executada impugnou o valor bloqueado, argumentando que efetuou


o pagamento da condenação de forma tempestiva, pleiteando, assim,
desbloqueio de suas contas, em especial o valor de R$ 1.238,72 (ID 21822216).
A credora, de outro turno, requereu, mais uma vez, a expedição de
alvará do valor pago pela devedora e pleiteou a transferência do valor
bloqueado de R$ 3.257,87 para uma conta judicial para quitação da dívida, visto
que não houve impugnação desta quantia pelo executado (ID 22514192).

É o breve relatório. Decido.

A petição de cumprimento de sentença foi protocolada em 06/06/2018


e a respectiva planilha de cálculo foi atualizada até aquela data, constando, por
conseguinte, o montante de R$ 89.931,96 (ID 18094312), em observância ao
título exequendo (ID 19452604 e ID 18094160 – pág. 72).

A executada, ao efetuar o pagamento em 10/08/2018, não realizou a


devida atualização do valor devido para a data do efetivo pagamento, o que
gerou uma defasagem no montante a ser pago (ID 21231504).

Assim, a planilha atualizada da dívida, até o dia 10/08/2018, juntada


pelo exequente, em consonância aos termos da condenação transitada em
julgado, demonstra de forma correta que o seu crédito seria de R$ 93.189,83
(ID 21661176).

Portanto, assiste razão à exequente ao pleitear o pagamento do valor


remanescente de R$ 3.257,87 (R$ 93.189,83 – 89.931,96 = 3.257,87).

Esclareço, por fim, que o único valor transferido para conta judicial
foi de R$ 3.257,87, nos termos da consulta Bacenjud (ID 21690080), não tendo
permanecido o bloqueio do valor de R$ 1.238,72, conforme alegado pela
executada (ID 21822216).

ANTE O EXPOSTO, rejeito a impugnação à penhora e reconheço


a satisfação integral da obrigação de pagar.

Expeça-se, de imediato, alvará de levantamento em favor da parte


credora, no valor de R$ 89.931,96 (ID 21231504), com os devidos acréscimos
legais.

Preclusa esta decisão, expeça-se o alvará do valor controvertido de


R$ 3.257,87, com os devidos acréscimos legais, em favor da parte credora.

No que tange à obrigação de fazer, intime-se a executada para que


se manifeste, no prazo de 5 dias, quanto à petição do exequente (ID
23282074). Deverá, na mesma oportunidade, informar se concorda que a
cirurgia seja realizada pelo médico indicado pelo exequente na referida
petição.

Intimem-se.
IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BACENJUD. CONTA CONJUNTA.
PRESERVAR A MEAÇÃO

Considerando que o bloqueio BACENJUD, cuja pesquisa foi realizada


em 02/05/2018, utilizando-se exclusivamente o CPF da executada SAMARA
NOGUEIRA DA GAMA DE MATOS, foi frutífero, e que o Banco BRB
informou que ela manteve conta conjunta com seu marido até 10/05/2018 (ID
25151915), revela-se que somente metade da quantia bloqueada pode responder
por essa execução, a fim de se preservar a meação do seu cônjuge, notadamente
porque não se trata de dívida constituída em favor da unidade familiar.

Portanto, após a preclusão desta decisão, defiro a expedição, em favor


do credor, de metade do valor encontrado na referida conta, enquanto o
remanescente deverá ser restituído, mediante ofício, à conta atualmente de
titularidade exclusiva do cônjuge de SAMARA.

Indefiro a renovação da pesquisa de bens via sistema BACENJUD em


nome do marido da executada SAMARA, uma vez que ele não integra a lide e,
mesmo casado pelo regime de comunhão parcial com a devedora, a dívida que
ensejou a propositura da presente ação refere-se ao espólio do genitor dela,
portanto, incomunicável.

Tendo em vista que não houve a regularização da representação


processual do executado OSVALDO NOGUEIRA DA GAMA, mesmo após
intimado para tanto, o processo prosseguirá à sua revelia.

Intime-se o credor para que indique bens para a satisfação da dívida


perseguida nos autos, no prazo de 05 dias.

Na oportunidade, apresente planilha atualizada com a exclusão dos


valores já levantados.

I.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. INVIABILIZAÇÃO DA ATIVIDADE


COMERCIAL. REJEITA

Cuida-se de impugnação à penhora de ativos financeiros apresentada


pela parte executada BSB SERVIÇOS DE SAUDE LTDA, sob o argumento de
que o bloqueio inviabiliza o desempenho de sua atividade comercial, bem como
que o montante constrito seria necessário ao pagamento de funcionários.
Instada a se manifestar, a parte exequente pugnou pela manutenção da
penhora, bem como pelo arbitramento de percentual de penhora mensal do
faturamento da executada e novo bloqueio via BacenJud.

É o breve relatório. Decido.

Conforme o disposto no art. 866, § 1º, do CPC, nos casos em que o


executado é uma pessoa jurídica, se não houver outros bens passíveis de
penhora, o juiz deverá fixar, para fins de penhora, percentual do faturamento da
devedora que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável,
mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial.

No caso em apreço, foi deferido o bloqueio de ativos financeiros da


parte executada via sistema eletrônico BACENJUD, em que se logrou êxito em
bloquear a quantia de R$ 7.925,84 (sete mil e novecentos e vinte e cinco reais
e oitenta e quatro centavos) em uma conta bancária mantida pela devedora BSB
SERVIÇOS DE SAUDE LTDA junto ao Itaú Unibanco.

A penhora, embora não tenha sido deferida na modalidade de


percentual do faturamento, acabou atingindo a mesma finalidade, pois
constritou o ativo circulante da empresa.

O balancete analítico no período de 01/01/2018 a 30/06/2018 (ID


20741860, pág. 472) indica que a receita bruta da executada girou em torno de
R$ 926.462,82, enquanto suas despesas administrativas e com pessoal somam,
aproximadamente, R$ 519.506,86, que acrescidos ao pagamento de impostos,
encargos e investimento na compra de mercadoria, propiciam lucro líquido
considerável.

Diante deste quadro, resta claro que o bloqueio efetivado não


compromete o desenvolvimento da atividade empresarial.

Ante o exposto, rejeito a impugnação à penhora.

Proceda-se à realização de pesquisas de bens nos demais sistemas


informatizados à disposição deste juízo (eRIDF e RENAJUD), conforme já
determinado na decisão de ID 19392415.

Defiro, ainda, a penhora de ativos financeiros, via BACENJUD,


conforme requerido.

Caso as pesquisas sejam infrutíferas, tornem conclusos para a


apreciação dos demais requerimentos apresentados pela exequente.

Preclusa esta decisão, expeça-se o alvará de levantamento em favor da


parte exequente do valor bloqueado (ID 19533013, pág. 374).
Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. VALORES VINCULADOS À


EXECUÇÃO DE OBRA. EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO.

Cuida-se de cumprimento de sentença em que, bloqueado o valor de


R$ 11.291,16 por meio do sistema BACENJUD, a parte devedora apresentou
impugnação à penhora (fls. 683/687) afirmando que o montante constrito é
impenhorável por se tratar de créditos oriundos de alienação de unidades
imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da
obra.

Instada a se manifestar, a parte autora afirmou às fls. 690/691 que não


há comprovação de que os valores penhorados estão afetados à execução da
obra, e que se trata de ativo regular da conta corrente da requerida.

À fl. 693, este juízo determinou que a parte executada comprovasse


suas alegações.

A devedora apresentou documentos às fls. 695/723, consistentes em


contrato particular de mútuo para construção do empreendimento imobiliário e
respectivo extrato da conta em que incidiu o bloqueio via BACENJUD.

Manifestação da credora às fls. 728/729, reafirmando que não há prova


de impenhorabilidade do valor bloqueado e pugnando por nova tentativa de
penhora BACENJUD.

É o breve relatório. Decido.

Conforme o disposto no art. 833, inciso XII, do CPC, são


impenhoráveis os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob
regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.

No caso em apreço, a executada comprovou, por meio do contrato de


fls. 697/723, cláusula 2 (fl. 696v) e extrato de fl. 724, que a penhora incidiu
sobre a conta vinculada ao empreendimento Borges Landeiro Garden, cujos
valores nela depositados são destinados à execução das obras. Portanto, a verba
constritada é de natureza absolutamente impenhorável, nos termos do artigo
supracitado.

ANTE O EXPOSTO, acolho a impugnação e desconstituo a penhora


efetivada via BACENJUD.
Preclusa esta decisão, expeça-se alvará de levantamento em favor da
executada.

Intime-se a exequente para que indique bens à penhora ou, caso


desconheça, para que requeira a suspensão do processo, nos termos do art. 921,
§ 1º, do CPC.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. VEÍCULO. BEM DE FAMÍLIA E


UTILIZADO PARA O TRABALHO. INDEFERE.

Cuida-se de impugnação à penhora do veículo indicado pelo credor na


petição de ID..., em que os devedores alegam que o automóvel constitui bem de
família e é impenhorável em razão de ser utilizado pelo executado ROMÁRIO
para se locomover até seu local de trabalho (ID...). Requereram, ao final, a
liberação da constrição.

Em resposta (ID...), a parte autora pugnou pela manutenção da


penhora.

É o breve relatório. Decido.

As hipóteses de impenhorabilidade de bens estão disciplinadas na Lei


nº 8.009/90, que dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família, e no rol
do art. 833 do CPC.

O bem cuja penhora é objeto de insurgência da parte devedora é um


veículo. Dessa forma, não há incidência da Lei 8.009/90, que considera como
bem de família apenas "o imóvel residencial".

O bem também não encontra proteção no CPC, tendo em vista que não
integra o rol do art. 833.

Por fim, ainda que o executado afirme que utiliza o veículo indicado
pelo credor para se deslocar até seu local de trabalho, tal situação não se
confunde com a de automóvel que é efetivamente utilizado para o trabalho,
gerando o sustento à família e sendo indispensável ao exercício da atividade
laboral.

Dessa forma, não há como considerar que o veículo penhorado nos


presentes autos seja impenhorável, razão pela qual rejeito a impugnação
apresentada.

Aguarde-se o cumprimento do mandado de ID.... Int.


IMPUGNAÇÃO À PENHORA. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA

É o relatório. Decido.

Conforme o disposto no art. 1º da Lei nº 8.009/90, "o imóvel


residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não
responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária
ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam
seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei."

No caso em apreço, a pesquisa realizada no sistema eletrônico de


registro de imóveis ERIDF (ID...) revelou que o único imóvel atualmente
pertencente ao executado é o apartamento 111, do bloco T, da QI 02 SRI/Guará,
penhorado na decisão de ID....

Em que pesem os argumentos do credor quanto à condição financeira


manifestada pelo devedor, incompatível com o estilo de vida retratado pelas
despesas realizadas para o sustento da família e o salário declarado junto à
Receita Federal, não há como refutar o fato de que o devedor não possui outros
imóveis em seu nome e que a renda com o aluguel do imóvel está sendo,
presumivelmente, revertida em proveito do executado e de seus filhos.

Ademais, conforme entendimento jurisprudencial dominante, o fato de


o devedor não residir no imóvel não afasta a condição de bem de família, se o
valor auferido com o aluguel é destinado à subsistência da família. Nesse
sentido:

PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PRELIMINAR DE NEGATIVA DE
SEGUIMENTO. REJEITADA.PENHORA SOBRE O ÚNICO BEM DE
FAMÍLIA. IMÓVEL ALUGADO. IMPOSSIBILIDADE. DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA. 1. Em observância aos princípios da instrumentalidade
das formas e da economia processual, previstos em nosso processo civil, deve-
se valorizar a celeridade, combatendo-se o excesso de formalismo,
especialmente quando inexiste prejuízo processual em concreto.2. Conforme
dispõe o art. 1º da Lei 8009/90: "O imóvel residencial próprio do casal, ou da
entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida
civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam,
salvo nas hipóteses previstas nesta lei".3. Ajurisprudência é majoritária no
sentido de que o fato de o imóvel estar alugado não afasta sua
impenhorabilidade como bem de família, se a renda estiver sendo usada para a
mantença da família ou mesmo para o aluguel de outro imóvel.4. Direito à
moradia agasalhado pelo fundamento constitucional da dignidade da pessoa
humana.5. Preliminar Rejeitada. Recurso conhecido e provido.(Acórdão
n.840432, 20140020244847AGI, Relator: SEBASTIÃO COELHO 5ª TURMA
CÍVEL, Data de Julgamento: 11/12/2014, Publicado no DJE: 22/01/2015. Pág.:
388)

Percebe-se, portanto, que a penhora de fl. 904 incidiu sobre bem


absolutamente impenhorável, razão pela qual a penhora deverá ser
desconstituída.

Diante da desconstituição da constrição, fica prejudicada a


impugnação à avaliação apresentada pelo devedor.

ANTE O EXPOSTO, acolho a impugnação para desconstituir a


penhora que incidiu sobre o apartamento 111, do bloco T, da QI 02 SRI/Guará.
Preclusa esta decisão, expeça-se ofício para a baixa do gravame.

Diante da inexistência de notícia de outros bens passíveis de penhora,


diga o exequente sobre o interesse na proposta de pagamento parcelado ou
indique bens passíveis de constrição.

Sem prejuízo do regular processamento do cumprimento de sentença,


diga o credor sobre o interesse na expedição de certidões para viabilizar a
inclusão dos nomes do executado em cadastros de inadimplentes e para
viabilizar o protesto, conforme hipóteses previstas nos art. 782, § 3º do CPC e
art. 517, §§ 1º e 2° do CPC.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.
IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. FIADOR.
EXCESSO DE EXECUÇÃO. NULIDADE DE CITAÇÃO

Cuida-se de impugnação à penhora em que as partes devedoras


alegam, em síntese: a) ausência de citação do sócio da empresa Vitor Hugo
Ribeiro Lelis; b) falta de avaliação do lote penhorado; c) a impenhorabilidade
do imóvel, por se tratar de bem de família; d) o valor do bem penhorado excede
o valor do débito. Ao final requer que seja atribuído efeito suspensivo à
impugnação, bem como a desconstituição da penhora do imóvel residencial,
uma vez que há outro bem como garantia do pagamento.

Intimada a se manifestar, a parte credora argumenta, em síntese, que:


a) a ação de despejo foi ajuizada em face tão-somente da Grelhados e Cia Ltda
-ME e seus fiadores, Francisco Airton da Silva e de José Camilo de Lelis, de
forma que não havia razão para a citação de Vitor Hugo Ribeiro Lelis; b) as
partes foram intimadas da penhora do bem à fl. 554; c) o bem foi avaliado em
R$ 430.000,00, sendo que o valor do débito na época era de R$ 425.927,03; d)
o valor atualizado do débito é de R$ 566.344,30, não havendo excesso de
penhora e) não há óbice na penhora do bem de família pertencente ao fiador.
Requerem que seja indeferido o pedido de concessão de efeito suspensivo e seja
julgada improcedente a impugnação.

É o breve relatório. Decido.

I - Da alegação de falta de citação de Vitor Hugo Ribeiro Lelis da


citação

A ação de despejo foi ajuizada em face da Grelhados e Cia Ltda -ME


e seus fiadores, Francisco Airton da Silva e de José Camilo de Lelis.

A Grelhados e Cia Ltda -ME foi devidamente citada à fl. 131.

José Camilo de Lelis, na qualidade de fiador, foi citado à fl. 247v.

Francisco Airton da Silva, na qualidade de fiador, foi citado à fl. 362.

Portanto, todos os executados foram regularmente citados na fase de


conhecimento, de modo que não há nenhuma nulidade que necessite ser sanada.

Ademais, o impugnante não detém legitimidade para, em nome


próprio, postular a nulidade de citação de terceiros.

Com efeito, a alegação não merece ser acolhida.

II - Da alegação de falta de avaliação do lote penhorado e do excesso


de penhora
Na decisão de ID... foi deferida a penhora dos imóveis indicados pelo
credor (um lote e um sobrado).

O lote indicado à penhora, um imóvel comercial de médio porte,


deixou de ser avaliado, tendo em vista que a oficiala-avaliadora não possuía
qualificações técnicas para avaliá-lo (ID...).

O sobrado foi avaliado em 11/02/2015, no valor de R$ 430.000,00


(ID...).

A planilha apresentada no ID... indicou o valor do débito de R$


425.927,03, atualizado até 01/09/2015.

Conforme nova planilha de cálculos acostada no ID..., o valor


atualizado do débito é de R$ 566.344,30.

Tendo em vista que o imóvel foi avaliado na quantia de R$ 430.000,00


e que o bem avaliado não saldará o débito exequendo, não há que se falar em
excesso de execução e, tampouco, de qualquer irregularidade no laudo de
avaliação.

III - Da alegação de impenhorabilidade de bem de família

Conforme dispõe o art. 3º, inciso VII, da Lei 8.009/90, a


impenhorabilidade do bem de família é oponível em qualquer processo de
execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se
movido por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

Sobre a questão, o c. STJ editou a súmula 549, com o seguinte


enunciado: "é válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de
contrato de locação."

Portanto, ainda que o bem penhorado seja bem de família, poderá


responder pelo pagamento dos débitos locatícios, tendo em vista que o
executado José Camilo de Lelis figura na qualidade de fiador do contrato de
locação, consoante , razão pela qual a impugnação, neste tópico, também
merece ser rejeitada.

ANTE O EXPOSTO, rejeito a impugnação deduzida pelo executado.

Tendo em vista a ausência de manifestação contrária à avaliação do


imóvel (ID...), homologado o laudo de avaliação do imóvel no valor de R$
430.000,00.

Diga o exequente sobre o interesse na adjudicação do bem, na venda


por iniciativa particular ou em leilão judicial.
Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BENS INDISPENSÁVEIS AO


FUNCIONAMENTO DA PEQUENA EMPRESA, MICROEMPRESA E
EMPRESA INDIVIDUAL

Cuida-se de impugnação à penhora, apresentada pela executada


(ID...), sob a alegação de que os bens penhoráveis são indispensáveis às
atividades comerciais e, por isso, são impenhoráveis. Alegou também excesso
de penhora.

O exequente alegou que os bens podem ser penhorados porque a


impenhorabilidade do art. 833 do CPC só protege os empresários individuais e
as pequenas e micro-empresas, onde os sócios exerçam sua profissão
pessoalmente. Diz o exequente que a empresa executada era uma sociedade
limitada no momento em que a obrigação foi contraída, apenas se tornando
EIRELI posteriormente. Por isso, a posterior alteração no contrato social não
afeta os direitos do exequente.

O credor concorda quanto ao excesso de execução e não se opõe à


liberação de uma iogurteira de 50 L, e uma mesa de aço inoxidável.

É o relatório. Decido.

Consoante artigo 833, V, do CPC, são impenhoráveis os livros, as


máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado.

Apesar de o referido artigo se referir à pessoa física, o entendimento


jurisprudencial é de que a sua aplicação estende-se para a empresa individual,
microempresa e empresa de pequeno porte, quando a constrição contribuir para
a inviabilidade da empresa.

No caso em questão, a empresa executada, mesmo sendo uma


sociedade limitada à época do débito, é uma empresa pequena, que possuía
capital social de R$50.000,00 e apenas dois sócios (ID...). Em 2013, a empresa
ficou com apenas um sócio, tendo se tornado uma Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada - EIRELI, com capital social de R$73.000,00
(ID...). Portanto, por se tratar de empresa de pequeno porte, a regra do art. 833,
V, do CPC merece ser prestigiada.

A empresa executada demonstrou que os bens penhorados integram o


centro da sua dinâmica empresarial, são indispensáveis para o desenvolvimento
das suas atividades e, consequentemente, são essenciais para o próprio
funcionamento da empresa. Portanto, a penhora desses bens se mostra
excessivamente onerosa para a executada, devendo ser desconstituída.

ANTE O EXPOSTO, desconstituo a penhora sobre os bens da


executada, deferida na decisão de ID... .

Ao credor, para que indique bens passíveis de constrição no prazo de


5 dias.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. BEM DE TERCEIRO. REJEITA.


ILEGITIMIDADE

Cuida-se de impugnação à penhora apresentada pelo devedor (ID...),


em que alega que o bem penhorado havia sido alienado antes da distribuição do
processo. Requer a desconstituição da penhora

Intimada a se manifestar, a parte autora requereu o prosseguimento do


feito.

É o relatório. Decido.

A teor do art. 18 do CPC, ninguém poderá pleitear direito alheio em


nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.

Assim, somente o terceiro prejudicado com gravame que porventura


recair sobre bem que lhe pertence tem legitimidade para arguir a nulidade da
penhora por meio de Embargos de Terceiro.

Nesse sentido já decidiu este Tribunal:

ILEGITIMIDADE ATIVA. PENHORA. ALEGAÇÃO


NULIDADE. ALIENAÇÃO. BEM DE TERCEIRO. O
devedor não possui legitimidade para, sob alegação de ter
alienado o bem constrito a terceiro, arguir irregularidade de
penhora. O artigo 6º do Código de Ritos obsta que se possa
pleitear, em nome próprio, direito alheio. Desta forma, salvo
as exceções legalmente previstas, apenas o titular do direito
pode demandar acerca dele, cabendo a cada pessoa a
iniciativa de reclamar seus direitos em juízo, determinando o
momento e a conveniência de fazê-lo. Por conseguinte,
somente o novo proprietário do bem é que teria titularidade
para buscar o afastamento de constrição judicial. Recurso
conhecido e provido. Preliminar de ilegitimidade acolhida.
(Acórdão n.542667, 20090111019833APC, Relator: ANA
MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, Revisor: JAIR
SOARES, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 19/10/2011,
Publicado no DJE: 28/10/2011. Pág.: 223)

Desse modo, conclui-se que o devedor não possui legitimidade para


arguir irregularidade de penhora, devendo esta ser mantida.

ANTE O EXPOSTO, rejeito a impugnação, devendo ser mantida a


penhora sobre o bem indicado na petição de ID....

Sem prejuízo, esclareça a exequente se persiste o interesse na penhora


do imóvel, tendo em vista que o possível detentor dos direitos sobre o bem
deverá ser intimado para, se tiver interesse, apresentar embargos de terceiros.
Advirto, desde já, de que se for mantido o interesse na constrição e o terceiro
for vencedor nos embargos de terceiro, a exequente terá que suportar a
condenação quanto às verbas sucumbenciais. I.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. VENDA DO IMÓVEL APÓS A


PENHORA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Trata-se de impugnação à penhora apresentada por IONE LOPES em


que alega a impenhorabilidade do imóvel por ser bem de família, apontando
ainda excesso de execução. A petição foi apresentada em 17/03/2015 (ID...).

A penhora dos direitos sobre o imóvel sito a SHA foi concretizada por
termo nos autos em 16/07/2014 (ID...) e a devedora Ione pessoalmente intimada
da penhora e da avaliação por oficial de justiça em 04/08/2014 (ID...).

O valor da execução foi objeto da decisão de ID....


Em 20/12/2016, a devedora Ione novamente suscita a
impenhorabilidade do imóvel por ser bem de família e impugna a nova
avaliação (ID...).

A credora informa a oposição de embargos de terceiro por Jamille


Ramos Mascarenhas a qual alega ser proprietária do imóvel (SHA, chácara 54,
lote 16) cujos direitos foram penhorados nos presentes autos e que devedora
não é proprietária desde 05/03/2015 (ID...). Requer a fixação de multa por
litigância de má-fé.

A devedora Ione confirma a alienação do imóvel penhorado (ID...).

É o relatório. Decido.

Nos termos do art. 18 do CPC ninguém pode pleitear direito alheio em


nome próprio, de forma que não cabe à devedora Ione alegar a existência de
bem de família em relação ao imóvel objeto da constrição (SHA, conjunto 4,
chácara 54, lote 16), considerando que ela própria já confessou não mais ser
proprietária. Assim, não conheço da alegação de impenhorabilidade em relação
ao bem constrito na decisão de ID....

À secretaria para que junte aos presentes autos cópia do recebimento


dos embargos de terceiro 2016.01.1.122325-6, com o deferimento do efeito
suspensivo em relação à penhora dos direitos sobre o imóvel (ID...). Por essa
razão, deixo de apreciar a impugnação à avaliação.

A credora requer a penhora do imóvel sito a Campestre Clube,


Luziânia, matrícula 65073. Contudo a matricula constante dos autos é datada
de 10/06/2014.

Assim, para verificar a propriedade, à credora para que traga a certidão


de matrícula com a indicação de eventuais ônus do imóvel pretendido, ficando
advertida quanto à informação da devedora de que os seus genitores lá residem.

Reconheço que o ato de a devedora Ione alienar o imóvel após a sua


intimação da penhora (04/08/2014 – ID...) e impugnar a constrição defendendo
ser bem de família (17/03/2015 – ID...) quando já não detinha a propriedade do
bem desde 05/03/2015 (ID...), caracteriza a dedução de defesa contra fato por
ela sabidamente incontroverso, a alteração da verdade dos fatos, a oposição
injustificada ao andamento do processo, a atuação de modo temerário e a
provocação de incidente manifestamente infundado, nos exatos termos do art.
80 do CPC.
Assim, condeno a devedora Ione ao pagamento de multa por litigância
de má-fé que fixo em 10% do valor corrigido da causa, na forma do artigo 81
do CPC.

Ressalte-se, ainda, é dever da parte não praticar inovação ilegal no


estado de fato de bem ou direito litigioso, na forma do art. 77, inc. VI, do CPC
sob pena de caracterizar ato atentatório à dignidade da justiça passível de
imposição das sanções previstas no respectivo parágrafo segundo. Nesse ponto,
fica a devedora advertida quanto à gravidade da conduta referente à alienação
de imóvel constrito.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. PARTIDO POLÍTICO.


IMPENHORABILIDADE

Cuida-se de cumprimento de sentença em que o PARTIDO


TRABALHISTA CRISTÃO - PTC (DIRETÓRIO NACIONAL) requereu o
desbloqueio de R$ 356.887,67 via BACENJUD, sob o fundamento de que a
constrição incidiu sobre duas contas de natureza impenhorável (ID...).

Na decisão de ID... foi deferido o desbloqueio do valor de R$


149.394,86, em face da sua manifesta impenhorabilidade, conforme
comprovação de que a conta corrente nº 403507-0 da agência 0452 do Banco
do Brasil é destinada ao recebimento do fundo partidário.

Intimado a trazer outros documentos que comprovassem a natureza


impenhorável da conta corrente 47.841-5, agência 0452-9, Banco do Brasil,
PTC - Mulher, notadamente o extrato completo da conta, o PTC apresentou os
documentos de ID....

A parte autora apresentou a petição de ID....

É o breve relatório. Decido.

Dispõe o art. 4º, inc, II, da Resolução nº 23.464/15 que os partidos


políticos, em todos os níveis de direção devem proceder à movimentação
financeira exclusivamente em contas bancárias distintas, observada a
segregação de recursos conforme a natureza da receita.

O art. 6º, incs. I, II e III da referida Resolução prevê que os Partidos


Políticos, em cada esfera de direção, devem abrir contas bancárias para a
movimentação financeira das receitas de acordo com a sua origem, destinando
contas bancárias específicas para movimentação dos recursos provenientes: do
"Fundo Partidário", previsto no inciso I do art. 5º desta resolução; das "Doações
para Campanha", previstas no inciso IV do art. 5º desta resolução; dos "Outros
Recursos", previstos nos incisos II, III e V do art. 5º desta resolução.

O parágrafo 3º do art. 17 dispõe, ainda, que os recursos do Fundo


Partidário, ainda que depositados na conta bancária prevista no inciso I do art.
6º desta resolução, são impenhoráveis e não podem ser dados em garantia.

O art. 44, inc. V, da Lei 9096/95 prevê que os recursos oriundos do


Fundo Partidário serão aplicados: na criação e manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos
pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a
secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão
nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do
total.

No caso em apreço, observa-se que a conta corrente 47.841-5, agência


0452-9, Banco do Brasil, destinada ao PTC - Mulher, obedece ao disposto no
art. 44 supracitado.

O executado PTC comprovou, por meio dos extratos bancários


acostados (ID...), que a conta corrente 47.841-5, agência 0452-9, Banco do
Brasil, recebeu exclusivamente os recursos do fundo partidário da conta
403507-0, agência 0452 do Banco do Brasil.

Logo, a quantia bloqueada conta corrente 47.841-5, agência 0452-9,


Banco do Brasil mantém sua natureza impenhorável, uma vez que advém do
fundo partidário, não podendo responder pelo presente cumprimento de
sentença, nos termos do art. 833, inciso XI, do CPC.

Tendo em vista que o bloqueio BACENJUD foi da quantia de R$


356.887,67 e já houve o desbloqueio da quantia de R$ 149.394,86, resta
desbloquear o saldo remanescente, no valor de R$ 207.492,81.

ANTE O EXPOSTO, defiro o cancelamento de indisponibilidade do


valor depositado na conta destinada ao PTC - Mulher.

Ocorre, contudo, que o bloqueio de R$ 356.887,67 não corresponde


aos valores revelados nos extratos apresentados pela executada, sendo possível
que parte daquele valor estivesse depositado em conta de outra natureza.
Portanto, antes de liberar qualquer quantia, a parte devedora deverá informar o
número de todas as contas bancárias mantidas no Banco do Brasil, apresentando
os respectivos extratos do mês de junho de 2017. Advirto-a de que eventual
omissão caracterizará ato atentatório à dignidade da justiça, com a imposição
da multa prevista no CPC.

Intimem-se.

IMPUGNAÇÃO À PENHORA. DEFENSORIA PÚBLICA. INTIMAÇÃO


PESSOAL. INDEFERE

O desinteresse da parte em atender ao chamado da Defensoria Pública


torna presumível que a verba penhorada não é destinada à sua subsistência.

Ademais, a impugnação à penhora não depende de providência a cargo


da parte devedora, tendo em vista que a Defensoria Pública possui aptidão para
impugnar o ato independentemente da participação efetiva do devedor.

Com efeito, indefiro o pedido de intimação pessoal do executado.

Considerando que não houve impugnação à penhora, expeça-se alvará


de levantamento à exequente.

EXCESSO DE PENHORA. IMÓVEL. MANTÉM AS CONSTRIÇÕES.

Em cumprimento à decisão de ID..., passo a analisar a alegação de


excesso de penhora formulada pelo devedor na petição de ID....

A despeito de o valor de avaliação do imóvel penhorado ser muito


superior ao valor total do débito, trata-se de bem indivisível que foi o único
localizado apto a satisfazer o débito executado nos presentes autos.

Assim, a penhora recai sobre o total da quota-parte do executado, que


receberá o produto da alienação do imóvel, proporcional à sua quota-parte,
descontado o valor ora executado.

Ademais, não há nos autos notícia de outros bens cuja penhora seja
menos onerosa à parte devedora. Assim, cumpre a esta indicar tais bens e
requerer a substituição da penhora, não sendo cabível a simples desconstituição
da constrição já realizada, pois haveria frustração da execução.

Ante o exposto, rejeito a impugnação formulada pela parte ré.

Aguarde-se a intimação da esposa do devedor e do co-proprietário


quanto à penhora.
Intime-se.

FRAUDE À EXECUÇÃO. INTIMA O EXECUTADO PARA


ESCLARECIMENTOS

O exequente requer seja declarada a fraude à execução em face do


primeiro executado, Claudio Roberto Schommer, tendo em vista a alienação do
veículo I/Chevrolet Agile LTZ, placa OBB1993, quando já em curso o
cumprimento de sentença, fundamentando-se nos artigos 790, V, e 792, IV e
§1º, todos do CPC.

Considerando que as demais consultas aos convênios Bacenjud,


eRIDF, Renajud (ID 10468365 e ID 12957920) não apresentaram bens
suficientes para pagar o montante da dívida e que já houve a expedição de
certidão para fins de protesto (ID 12562539) e para o cadastro de inadimpentes
(ID 12252868), intime-se o executado para que esclareça a data em que
realizou a venda do automóvel, trazendo os respectivos comprovantes do
negócio, bem como indique outros bens livres e desembaraçados de sua
propriedade passíveis de penhora.

Após, retornem-me conclusos. I.

FRAUDE À EXECUÇÃO. INTIMA TERCEIRO ADQUIRENTE

O primeiro executado Claudio Roberto Schommer quedou-se inerte


diante da intimação para esclarecer a data em que realizou a venda do
automóvel (I/Chevrolet Agile LTZ, placa OBB1993), para trazer os respectivos
comprovantes do negócio, bem como para indicar outros bens livres e
desembaraçados de sua propriedade passíveis de penhora (ID 15543401).

Considerando que o exequente requer seja declarada a fraude


à execução quanto à alienação do veículo supramencionado, intime-se, por
correio, o terceiro adquirente Tadashi Comercio de Veiculos Eireli, para opor,
caso queira, embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do
art. 792, §4º, do CPC. Para tanto, observe-se o endereço indicado pelo
exequente na petição de ID 15236095 - pág. 2.

Após, voltem conclusos.


FRAUDE À EXECUÇÃO. INDEFERE. NÃO CUMPRIMENTO DOS
REQUISITOS.

Trata-se de cumprimento de sentença movido por ELZUITA


FERNANDES DE SENA em face de COOPERAT HABIT DOS
SERVIDORES DE BSB LTDA, em que o exequente requer seja declarada em
fraude à execução a alienação do imóvel descrito às fls. 671/672, com base no
artigo 792, IV, do CPC.

Ocorre que, ao tempo da alienação não se pode deduzir que o presente


processo seria capaz de reduzir o executado à insolvência, isso porque o
montante reclamado não se demonstrava expressivo a tal ponto.

Ainda, nada obstante não terem sido encontrados bens suficientes à


quitação da dívida, não basta à decretação da fraude em execução a simples
insolvência do devedor, pois, em conformidade com a Súmula 375 do Superior
Tribunal de Justiça, o reconhecimento da fraude à execução depende do registro
da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Nesse sentido, inexistindo registro de penhora sobre o imóvel e não


tendo o exequente comprovado a má-fé do adquirente ou seu conhecimento
acerca da demanda, indefiro o pedido.

Diante da inexistência de notícia de bens livres e desembaraçados


passíveis de penhora, envie o processo ao arquivo provisório, sem prejuízo do
seu desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

FRAUDE À EXECUÇÃO. ACORDO DE ALUGUEIS PENHORADOS.

Cuida-se de cumprimento de sentença em que, penhorados os aluguéis


do imóvel de propriedade do devedor, o locatário, após ter sido intimado e ter
efetuado alguns depósitos em juízo, peticionou à fl. 650 informando que
acordou com o executado uma carência de seis meses quanto ao pagamento do
aluguel.

Ocorre, contudo, que os alugueis não estavam na livre disposição do


executado e o locatário tinha ciência inequívoca de que os valores estavam
penhorados por este juízo. Portanto, houve evidente conluio entre o executado
e o terceiro locatário para anular a penhora dos créditos decorrentes dos
alugueis.
Com efeito, a carência concedida pelo locador é absolutamente
ineficaz em relação a esta execução, em face da manifesta fraude à execução,
nos termos do art. 856, § 3º, do CPC.

Portanto, intime-se o locatário, por oficial de justiça, para que


promova o depósito dos valores correspondentes aos alugueis penhorados, em
10 dias, sob pena de ser considerado inadimplente e sujeitar-se ao sequestro de
seus bens.

FRAUDE CONTRA CREDORES. OFÍCIO AO MP PARA


VERIFICAÇÃO DE CRIME.

Às fl. 197 a exequente junta aos autos planilha atualizada do débito e


defende que o executado está agindo de má-fé, obstaculizando a execução. Com
base em tais fatos, requer o prosseguimento da ação com: a) declaração de
fraude contra credores; b) remessa dos autos ao Ministério Público para
averiguação de crime em razão da inexistência de declaração de imposto de
renda, uma vez que o executado é servidor público.

É o breve relatório. Decido.

I - Do reconhecimento da fraude contra credores

A fraude contra credores ocorre quando o devedor, insolvente ou


próximo da insolvência, aliena de forma gratuita ou onerosa seus bens, com o
objetivo de impedir que seu patrimônio seja utilizado pelos credores para saldar
suas dívidas. É classificado como vício social do negócio jurídico.

Para que seja caracterizada a fraude, o credor deverá comprovar a


existência do elemento objetivo, chamado de "eventus damni", que consiste no
prejuízo sofrido e, como elemento subjetivo o "consilium fraudis" que consiste
no conluio fraudulento entre alienante e adquirente.

Não bastasse, o reconhecimento da fraude contra credores deverá ser


feito em ação própria, denominada de "ação pauliana", não podendo ser
reconhecida incidentalmente na presente execução.

Com base em tais motivos, o pedido de reconhecimento de fraude


contra credores não poderá ser acolhido.

II - Do pedido de expedição de ofício ao Ministério Público

O simples fato de não serem localizados de bens de propriedade do


devedor aptos a satisfazer o valor do crédito perseguido pelo credor não
constitui indício de cometimento de crime, motivo pelo qual não vislumbro a
necessidade de ser oficiado o Ministério Público.

ANTE O EXPOSTO, indefiro os pedidos.

Mantenho o processo suspenso, nos temos da decisão de ID...

Intime-se.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.


RECEBIMENTO INICIAL

Tendo em vista que não há notícia de bens da parte executada, admito


a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (ID...)
e suspendo o curso do processo.

Cadastrem-se as partes no sistema (art. 134, § 1º, do CPC).

Citem-se os sócios, nos termos do art. 135 do CPC.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. EMENDA.


APONTAR OS FUNDAMENTOS. QUALIFICAR OS SÓCIOS.
APRESENTAR PEDIDOS FUNDAMENTADOS.

À parte exequente para que emende o requerimento de instauração do


incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

Para tanto, deverá qualificar os sócios que serão atingidos pelo


incidente e apresentar a causa de pedir para a desconsideração, ou seja, os
fundamentos de fato e de direito em que se baseia para postular que este
cumprimento de sentença alcance o patrimônio dos sócios da parte executada.

Se a relação não for de consumo, deverá apontar em que consistiu o


abuso da personalidade jurídica, ou seja, que fatos caracterizaram o desvio de
finalidade ou a confusão patrimonial, conforme o disposto no art. 50 do Código
Civil. Atente-se ao entendimento consolidado na jurisprudência do STJ, no
sentido de que o encerramento irregular da empresa, por si só, não é causa
suficiente para a desconsideração da personalidade jurídica.

Instrua-se o pedido com cópia do contrato social da empresa


executada e das respectivas alterações.
Sem prejuízo, comprove o recolhimento das custas do incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.

Prazo: 15 (quinze) dias.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. PESQUISA


ENDEREÇO DO SÓCIO

Em homenagem ao princípio da cooperação e para atender ao disposto


no art. 256, § 3º, do CPC, autorizo a realização de pesquisas de endereço nos
sistemas informatizados à disposição deste juízo em relação à sociedade Café
do Shopping Ltda (CNPJ nº 32.918.104/0001-76).

A fim de evitar pedidos futuros de novas pesquisas, esclareço à parte


credora que a consulta aos sistemas INFOSEG, SIEL, BACENJUD e
RENAJUD implica no esgotamento dos meios ao alcance deste juízo para a
localização do atual paradeiro da referida empresa.

Se as pesquisas não identificarem novos endereços ou as diligências


forem infrutíferas, a parte credora deverá requerer, de imediato, a citação por
edital, sob pena de extinção do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica. I.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.


INCIDENTE EM AUTOS APARTADOS. ARQUIVAR

O incidente de desconsideração da personalidade jurídica deve ser


instaurado nos autos do mesmo processo de cumprimento de sentença e não em
autos apartados. Portanto, intime-se a parte exequente para que apresente este
incidente no processo principal, de nº 0718617-65.2018.8.07.0001.

Na oportunidade, o exequente deverá apontar e comprovar em que


consistiu o abuso da personalidade jurídica, ou seja, que fatos caracterizaram o
desvio de finalidade ou a confusão patrimonial, conforme o disposto no art. 50
do Código Civil. Atente-se ao entendimento consolidado na jurisprudência do
STJ, no sentido de que o encerramento irregular da empresa, por si só, não é
causa suficiente para a desconsideração da personalidade jurídica.

Instrua-se o referido pedido com cópia do contrato social da empresa


executada e das respectivas alterações e junte, também, o comprovante de
pagamento das custas do incidente.
Arquive-se o presente processo.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. PEDIDO.


EMPRESA LIQUIDADA

Trata-se de incidente de desconsideração da personalidade jurídica por


dissolução da sociedade e insuficiência patrimonial.

O sócio Ricardo Dias Algarte foi citado pessoalmente (ID...) e


promoveu o pagamento parcial do débito (ID...).

Desde já, fica deferido o levantamento pelo credor do valor depositado


para pagamento parcial do débito.

No mais, a teor do art. 1.110 do CC, "encerrada a liquidação, o credor


não satisfeito só terá direito a exigir dos sócios, individualmente, o pagamento
do seu crédito, até o limite da soma por eles recebida em partilha, e a propor
contra o liquidante ação de perdas e danos."

Nesse passo, ao autor para que diligencie junto ao juízo que tramitou
o processo de liquidação de sociedade para apurar se houve a inclusão do seu
crédito naqueles autos e se houve a efetiva dissolução da sociedade,
especialmente porque a sentença juntada por cópia nos autos (ID...) não faz
menção ao encerramento das atividades.

Prazo: 15 dias.

Intimem-se.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. PEDIDO


LIMINAR. BACENJUD DOS SÓCIOS. INDEFERE.

Cuida-se de incidente de desconsideração da personalidade jurídica


com pedido de tutela de urgência com a finalidade de realizar a penhora de
ativos financeiros dos sócios da empresa executada, por meio do sistema
Bacenjud.

Entretanto, nada obstante a existência do direito de crédito, não


reconheço que haja perigo de dano ou risco ao resultado útil do incidente, uma
vez que não há nenhuma evidência de que o patrimônio das empresas sócias,
especialmente da João Fortes Engenharia S/A, esteja sendo dissipado ou
dilapidado ou, até mesmo, que haja dificuldades financeiras apontando para
uma provável insolvência iminente.
Some-se a tal fato, que os bens dos sócios poderão ser alvo de
constrição somente se deferida a desconsideração da personalidade jurídica,
pedido que será analisado somente após a apresentação da defesa no incidente
de desconsideração.

Assim, mostra-se prematura, em sede de tutela provisória, a realização


de penhora nos ativos financeiros dos sócios, notadamente ante a ausência do
contraditório.

ANTE O EXPOSTO, indefiro o pedido.

Tendo em vista que não há notícia de bens da parte executada, admito


a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (ID.
21415225) e suspendo o curso do processo.

Cadastrem-se os sócios no sistema (art. 134, § 1º, do CPC).

Citem-se, nos termos do art. 135 do CPC.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.


SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO. NÃO ADMITIDO EM
REGRA.

A SPE (Sociedade de Propósito Específico) é pessoa jurídica com a


finalidade única de executar um determinado empreendimento ou desenvolver
um projeto específico, muito comum no ramo da construção civil. Diante
dessa particularidade, não deve ser admitido, em regra, que uma SPE seja
alcançada para o pagamento de débitos oriundos de outros empreendimentos
mal sucedidos. Com efeito, exceto quando há demonstração de desvio
patrimonial para a SPE, não deve ser admitida a desconsideração da
personalidade jurídica.

Nesse sentido, intime-se o exequente para que corrija o pólo passivo


do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a fim de que seja
ocupado tão somente pelos sócios da empresa executada ou, caso pretenda uma
desconsideração mais ampla, aponte os fundamentos de fato e de direito em que
se baseia para postular que este cumprimento de sentença alcance o patrimônio
de tantas empresas, uma vez que a comercialização de bem indicado à penhora
e a demora na fase de cumprimento de sentença não são causas, por si sós,
suficientes para a instauração do referido incidente com o alcance pretendido.

Prazo: 15 (quinze) dias.


DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. TEORIA
MENOR. CONSUMIDOR.

Trata-se de cumprimento de sentença movido por SEBASTIAO


MOREIRA DE SOUSA em desfavor de PILOTO EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA., sendo que a parte credora objetiva o
redirecionamento do procedimento em desfavor dos sócios da executada,
mediante incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (ID
17162328).

Os sócios MIRIAM LUIZA DE LIMA e ANDRÉ LUIZ DE LIMA


foram citados (ID’s 19084895 e 27192687), mas não apresentaram resposta no
prazo legal.

É o breve relatório. Decido.

Conforme o disposto no § 5° do artigo 28 do Código de Defesa do


Consumidor, a pessoa jurídica poderá ser desconsiderada sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.

No caso em apreço, o crédito exequendo decorre de relação de


consumo estabelecida entre as partes, em que a ré foi condenada ao pagamento
de valores decorrentes de danos materiais causados ao credor/consumidor em
razão de não ter lhe entregue o lote adquirido.

No curso do cumprimento de sentença foram adotadas todas as


medidas para a localização de bens pertencentes à empresa ré passíveis de
penhora (IDs 9305810, 9305934, 9306039, 9307005, 9308141, 9357046 e
12431539), as quais restaram infrutíferas para a satisfação do crédito, revelando
a insolvência da empresa devedora.

Verifica-se, portanto, que a pessoa jurídica está sendo obstáculo ao


ressarcimento dos prejuízos causados ao autor, em especial, em razão das
diligências infrutíferas em busca de patrimônio passível de penhora

Nesse contexto, em homenagem à teoria menor da desconsideração da


personalidade jurídica, uma vez comprovada a dificuldade de ressarcimento do
prejuízo causado pela pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações
perante o autor, deve ser deferido o pedido de desconsideração da personalidade
jurídica da executada, independentemente da existência de desvio de finalidade
ou de confusão patrimonial.

Ante o exposto, acolho o pedido de desconsideração da


personalidade jurídica da executada PILOTO EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA - ME. para que o cumprimento de sentença se
estenda aos bens dos sócios MIRIAM LUIZA DE LIMA e ANDRÉ LUIZ
DE LIMA.

Defiro a penhora do imóvel indicado pelo credor (ID 17162360).

Lavre-se o respectivo termo, atentando-se aos requisitos do art. 838 do


CPC. Nomeio MIRIAM LUIZ DE LIMA para figurar como depositária do bem.

Formalizada a constrição, intime-se a parte exequente para que


promova o registro da penhora na matrícula do imóvel.

Sem prejuízo, intime-se o executado da penhora, na pessoa do seu


advogado, a fim de que apresente impugnação, caso queira, no prazo de 15 dias.

Expeça-se, ainda, mandado de avaliação, ocasião em que os atuais


ocupantes do imóvel deverão ser intimados da penhora que recaiu sobre o bem
e do valor da avaliação.

Intimem-se.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. TEORIA


MAIOR. INDEFERE

Trata-se de incidente de desconsideração da personalidade jurídica,


em que o exequente sustenta a insuficiência patrimonial do executado e o abuso
de personalidade em face da dissolução irregular da empresa, visto que encerrou
suas atividades sem realizar as devidas baixas.

Os sócios foram citados por edital (IDs 13320881 e 13320960).

Decorrido o prazo para manifestação sem resposta, os autos foram


encaminhados à Curadoria, que apresentou impugnação por negativa geral.

É o breve relatório. Decido.

Conforme o artigo 50 do Código Civil, em caso de abuso da


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Nesse sentido, é obrigatória a demonstração inequívoca de que se
desvirtuou o objetivo social para se perseguirem fins não previstos
contratualmente ou proibidos por lei, no caso do desvio de finalidade ou, na
hipótese de confusão patrimonial, de que a atuação do sócio ou do
administrador se confundiu com o funcionamento da própria sociedade,
utilizada como verdadeiro escudo, não se podendo identificar a separação
patrimonial entre ambos. (Gagliano, Pablo Stolze; Filho, Rodolfo Pamplona.
Novo Curso de Direito Civil, 19ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2017).

No caso em apreço, não foram encontrados bens da empresa


executada, bem como foi verificado que ela não funciona mais no local
constante no seu contrato social. Porém, não há indícios e nem documentos que
comprovem a existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial
praticados pelos seus sócios.

Acresço, ainda, que o encerramento irregular, por si só, não é causa


suficiente para se descortinar o véu da pessoa jurídica, sob pena de fragilizar a
separação entre o patrimônio da empresa mal gerida e o dos seus sócios, que
sem dolo de prejudicar terceiros, levaram a pessoa jurídica à insolvência.
Nesses casos, o caminho mais adequado seria a decretação da falência e a
solução das dívidas perante o juízo universal.

Ante o exposto, ausentes elementos comprobatórios do desvio de


finalidade e da confusão patrimonial, indefiro o pedido de desconsideração
da personalidade jurídica.

Intime-se o exequente para que indique outros bens à penhora, no


prazo de 5 dias.

Caso não haja manifestação, fica desde já deferida a suspensão da


execução por um ano, nos termos do art. 921, § 1º, do CPC, hipótese em que o
processo deverá aguardar em arquivo provisório, sem prejuízo do seu
desarquivamento a qualquer tempo, caso a parte credora localize bens do
devedor.

Consoante o disposto no art. 921, § 4º, do CPC, o prazo da prescrição


intercorrente começará a correr após o decurso de um ano da suspensão do
processo.

Intimem-se.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. TEORIA
MAIOR. DEFERE

Trata-se de incidente de desconsideração da personalidade jurídica,


em que o exequente sustenta a insuficiência patrimonial do executado e o abuso
de personalidade em face do desvio de finalidade, por meio da prática de atos
fraudulentos, e da confusão patrimonial, alegando que o sócio se utilizou em
proveito próprio de bens e recursos da pessoa jurídica.

O sócio Lamarck Freire Rolim foi citado por oficial de justiça (ID
13272800), não tendo se manifestado no prazo legal.

É o breve relatório. Decido.

Conforme o artigo 50 do Código Civil, em caso de abuso da


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Nesse sentido, é obrigatória a demonstração inequívoca de que se


desvirtuou o objetivo social para se perseguirem fins não previstos
contratualmente ou proibidos por lei, no caso do desvio de finalidade ou, na
hipótese de confusão patrimonial, de que a atuação do sócio ou do
administrador se confundiu com o funcionamento da própria sociedade,
utilizada como verdadeiro escudo, não se podendo identificar a separação
patrimonial entre ambos. (Gagliano, Pablo Stolze; Filho, Rodolfo Pamplona.
Novo Curso de Direito Civil, 19ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2017).

No caso em apreço, observa-se que, embora as pesquisas realizadas


nos sistemas Bacenjud e Infojud tenham sido infrutíferas (ID 10171284, ID
10171607 e ID 10171613), houve êxito quanto à pesquisa Renajud.

A existência de veículo penhorável foi confirmada por meio do ofício


expedido ao Banco Bradesco que informou não haver pendência no que tange
à alienação fiduciária (ID 10171470).

Realizada a restrição do referido bem móvel (I/CHRYSLER 300C V6,


placa JIW6716) quanto à transferência no convênio Renajud (ID 10171506),
foi determinada a expedição de mandado de penhora e avaliação do veículo (ID
10171502).

Ocorre, todavia, que o mandado não foi cumprido, constando na


certidão do oficial de justiça a informação de que o sócio Lamarck Freire Rolim
declarou que a empresa não possuía mais o bem indicado, tendo sido vendido,
embora não realizada a transferência do documento (ID 10171526).

Diante de tal alegação, constou na decisão de ID 10171570 a


determinação para expedição de novo mandado de penhora e avaliação do
veículo e para que a parte ré comprovasse a informação por meio de
documentos, o que não foi cumprido pela devedora, conforme certidão do
oficial de justiça de ID 10171575 – pág. 4.

Impende ressaltar que a penhora dos bens que guarnecem o


estabelecimento foi infrutífera e que o oficial de justiça relatou a dificuldade
em estabelecer contato com o sócio Lamarck, em virtude da falta de
colaboração deste (ID 10171575 – pág. 6).

Indubitável que o executado tinha ciência da busca de bens


penhoráveis, pois ciente tanto por meio do seu procurador constituído nos autos
(ID 10171327, ID 10171331, ID 10171486, ID 10171496 e ID 10171498),
quanto pela intimação por meio do oficial de justiça (ID 10171526 e ID
10171575).

A não apresentação de documentos pela executada que comprovasse


a realização da venda do veículo e a falta de colaboração do sócio Lamarck
tornam irrefutável a tese de que a executada atuou com o desvio de finalidade,
isto é, com desvirtuamento da sua função social enquanto empresa e da sua
atuação enquanto parte devedora num processo judicial em que a boa-fé é
princípio indissociável nesta relação jurídica.

Nesse sentido, trago o seguinte precedente:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. DIREITO CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA.
INVIABILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 50 DO
CC/2002. APLICAÇÃO DA TEORIA MAIOR.
INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DESVIO DE
FINALIDADE OU DE CONFUSÃO
PATRIMONIAL. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Em se
tratando de relações jurídicas de natureza civil-empresarial,
o legislador pátrio, no art. 50 do CC de 2002, adotou a teoria
maior da desconsideração, que exige a demonstração da
ocorrência de elemento objetivo relativo a qualquer um dos
requisitos previstos na norma, caracterizadores de abuso da
personalidade jurídica, como excesso de mandato,
demonstração do desvio de finalidade (ato intencional
dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo da
personalidade jurídica) ou a demonstração de confusão
patrimonial (caracterizada pela inexistência, no campo dos
fatos, de separação patrimonial entre o patrimônio da pessoa
jurídica e dos sócios ou, ainda, dos haveres de diversas
pessoas jurídicas). 2. A mera inexistência de bens
penhoráveis ou eventual encerramento irregular das
atividades não ensejam a desconsideração da personalidade
jurídica. 3. Manutenção da decisão monocrática que, ante a
ausência dos requisitos previstos no art. 50 do CC/2002,
afastou a desconsideração da personalidade jurídica. 4.
Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp
120.965/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 18/05/2017, DJe 01/06/2017) (grifos
nossos)

Ante o exposto, acolho o pedido de desconsideração da


personalidade jurídica da executada ZEUS TURISMO EIRELI - ME, para
que o cumprimento de sentença se estenda ao sócio Lamarck Freire Rolim
(CPF nº 150.926.901-00).

Proceda-se à penhora, por meio do BACENJUD, de ativos financeiros


do sócio. Caso não haja sucesso, pesquise-se a existência de bens nos sistemas
à disposição do juízo e intime-se a parte credora dos resultados, advertindo-a
de que as consultas realizadas esgotam a possibilidade de cooperação do juízo
para a localização de bens, de forma que, caso a parte também desconheça a
existência de patrimônio penhorável, o processo será suspenso por um ano, na
forma do art. 921, § 1º, do CPC.

Intimem-se.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. TEORIA


MAIOR. GRUPO ECONÔMICO

Trata-se de incidente de desconsideração da personalidade jurídica,


em que a exequente alega, em síntese: (I) que o sócio João Fortes Engenharia
S.A. e a executada compõem o mesmo grupo econômico; (II) a insuficiência
patrimonial da executada; (II) o abuso de personalidade por meio da confusão
patrimonial, haja vista que o sócio João Fortes Engenharia S.A. tanto integra o
quadro societário da executada, quanto o mesmo grupo econômico que esta
participa, sustentando que o grupo econômico está sendo utilizado para criar
obstáculos à satisfação do crédito da exequente, ocultado bens passíveis de
constrição.
Requer: a) a declaração da existência de grupo econômico e, por
conseguinte, o reconhecimento da solidariedade passiva; b) o deferimento da
desconsideração da personalidade jurídica, incluindo, assim, o sócio João
Fortes Engenharia S.A. no polo passivo desta ação (ID 10868440 e ID
14214982).

O sócio João Fortes Engenharia S.A. apresentou contestação (ID


13980285) e procuração (ID 13980289). Defende que: (I) a executada é uma
Sociedade Propósito Específico (SPE) e que a inexistência de bens passíveis de
constrição não tem o condão de sustentar o pedido de desconsideração da
personalidade jurídica; (II) não se constatou a ocorrência de confusão
patrimonial, fraude, abuso de direito e/ou má-fé em detrimento da exequente.
Requer, assim, o indeferimento do pedido de desconsideração da personalidade
jurídica.

A exequente apresentou réplica na petição de ID 14214982 e


documento de ID 14215037.

É o breve relatório. Decido.

I) Da existência de grupo econômico e subsequente aplicação da


solidariedade passiva

O art. 265 da Lei 6.404/76 preceitua que a sociedade controladora e


suas controladas podem constituir grupo de sociedades, mediante convenção
pela qual se obriguem a combinar recursos ou esforços para a realização dos
respectivos objetos, ou a participar de atividades ou empreendimentos comuns.

No caso em análise, a existência de grupo econômico arguida pela


exequente não foi refutada pelo sócio João Fortes Engenharia S.A. em sua
contestação. Ademais, na ata de audiência juntada pela parte credora (ID
8806241), ocorrida na Justiça do Trabalho, consta a afirmação da preposta da
executada JFE 18 Empreendimentos Imobiliários e do sócio João Fortes
Engenharia S.A. de que estes compõem o mesmo grupo econômico. Com isso,
torna-se irrefutável a alegação da exequente da existência deste grupo
econômico.

Ocorre, todavia, que esse reconhecimento, por si só, não enseja


solidariedade entre as empresas em relação às obrigações contraídas por cada
uma, sob pena de violação da autonomia de suas personalidades jurídicas.

Ademais, é incabível, na fase de cumprimento de sentença, reconhecer


essa solidariedade passiva, visto que o título executivo judicial já está formado
e a empresa João Fortes Engenharia S.A. não participou da fase de
conhecimento, quando caberia a ela exercer amplamente o seu contraditório.
Assim, aplicar a solidariedade passiva na fase de cumprimento de sentença
ensejaria a violação da coisa julgada, a qual não alcançou a empresa João Fortes
Engenharia S.A..

II) Da desconsideração da personalidade jurídica

O artigo 50 do Código Civil retrata que, em caso de abuso da


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Nesse sentido, é obrigatória a demonstração inequívoca de que se


desvirtuou o objetivo social para se perseguirem fins não previstos
contratualmente ou proibidos por lei, no caso do desvio de finalidade ou, na
hipótese de confusão patrimonial, de que a atuação do sócio ou do
administrador se confundiu com o funcionamento da própria sociedade,
utilizada como verdadeiro escudo, não se podendo identificar a separação
patrimonial entre ambos. (Gagliano, Pablo Stolze; Filho, Rodolfo Pamplona.
Novo Curso de Direito Civil, 19ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2017).

No caso em apreço, o contrato social da JFE 18 Empreendimentos


Imobiliários Ltda (ID 7533973) demonstra que no seu quadro societário consta
a empresa João Fortes Engenharia S.A.

É possível verificar que o mandado de citação expedido à JFE 18


Empreendimentos Imobiliários Ltda retornou com a diligência cumprida (ID
7533892) na SRTVS QD 701, bloco O, salas 526/528, Brasília-DF, sendo este
o mesmo endereço indicado no contrato social (ID 7533929). O comprovante
de inscrição e de situação cadastral da Receita Federal apresenta igual endereço
e informa que a empresa está ativa (ID 7533973). As pesquisas nos sistemas,
por sua vez, foram realizadas na tentativa de encontrar bens passíveis de
penhora (BANCEJUD, INFOJUD, RENAJUD e eRIDFT), porém todas
apresentaram resultado infrutífero (ID 8547137, ID 8547142, ID 8547156, ID
8689096, ID 8689361, ID 8689364).

De outro turno, o mandado de penhora, avaliação e intimação,


expedido em face da executada no endereço supracitado, retornou com a
diligência negativa, tendo em vista a informação prestada de que os bens
existentes naquele local são de propriedade da empresa João Fortes Engenharia
S/A (ID 9017271 e ID 9909341).

Por fim, os documentos de ID 8806231 e ID 8806238 juntados pela


exequente reforçam a tese de que a executada e a empresa João Fortes
Engenharia S.A. atuam no mesmo endereço comercial e que a executada está
em plena atividade, embora as pesquisas de bens tenham demonstrado a
insuficiência patrimonial da devedora.

Diante da coincidência de endereços entre a executada e o sócio João


Fortes Engenharia S/A, da insuficiência patrimonial da executada verificada nas
pesquisas realizadas nos sistemas, da comprovação de que a executada está em
funcionamento e da alegação de que os bens existentes no local do
estabelecimento da executada não pertencem a ela, mas à empresa João Fortes
Engenharia S/A, conclui-se que não há separação fática do patrimônio da
executada e do seu sócio, estando configurada a confusão patrimonial, nos
termos do art. 50 do Código Civil, estando consoante à Teoria Maior.

Nesse sentido, trago o seguinte precedente:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO DE LUCROS CESSANTES. POSSE
INDEVIDA DE IMÓVEL. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA. ART. 50 DO CC/02.
TEORIA MAIOR. ATUAÇÃO DOLOSA E
INTENCIONAL DOS SÓCIOS. UTILIZAÇÃO DA
SOCIEDADE COMO INSTRUMENTO PARA O ABUSO
DE DIREITO OU EM FRAUDE DE CREDORES.
COMPROVAÇÃO CONCRETA. AUSÊNCIA. 1. O
propósito recursal é definir se, na hipótese em exame, estão
presentes os pressupostos para a desconsideração da
personalidade jurídica, segundo a teoria maior, prevista no
art. 50 do CC/02. 2. Nas relações jurídicas de natureza civil-
empresarial, adota-se a teoria maior da desconsideração da
personalidade jurídica, segundo a qual a desconsideração da
personalidade é medida excepcional destinada a punir os
sócios, superando-se temporariamente a autonomia
patrimonial da sociedade para permitir que sejam atingidos
os bens das pessoas naturais, de modo a responsabilizá-las
pelos prejuízos que, em fraude ou abuso, causaram a
terceiros. 3. Para a aplicação da teoria maior da
desconsideração da personalidade jurídica exige-se a
comprovação de que a sociedade era utilizada de forma
dolosa pelos sócios como mero instrumento para dissimular
a prática de lesões aos direitos de credores ou terceiros - seja
pelo desrespeito intencional à lei ou ao contrato social, seja
pela inexistência fática de separação patrimonial -, o que
deve ser demonstrado mediante prova concreta e verificado
por meio de decisão fundamentada. 4. A mera insolvência da
sociedade ou sua dissolução irregular sem a devida baixa na
junta comercial e sem a regular liquidação dos ativos, por si
sós, não ensejam a desconsideração da personalidade
jurídica, pois não se pode presumir o abuso da personalidade
jurídica da verificação dessas circunstâncias. 5. In casu, a
Corte estadual entendeu que a dissolução irregular da
sociedade empresária devedora, sem regular processo de
liquidação, configuraria abuso da personalidade jurídica e
que o patrimônio dos sócios seria o único destino possível
dos bens desaparecidos do ativo da sociedade, a configurar
confusão patrimonial. Assim, a desconsideração operada no
acórdão recorrido não se coaduna com a jurisprudência desta
Corte, merecendo reforma. 6. Recurso especial parcialmente
conhecido e, nesta parte, provido. (REsp 1526287/SP, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 16/05/2017, DJe 26/05/2017).

ANTE O EXPOSTO, defiro, parcialmente, os pedidos para: a)


reconhecer a existência de grupo econômico entre a executada JFE 18
EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA e a empresa sócio João
Fortes Engenharia S.A.; b) acolher o pedido de desconsideração da
personalidade jurídica da executada JFE 18 EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA, em virtude da confusão patrimonial, para que o
cumprimento de sentença se estenda ao sócio JOÃO FORTES
ENGENHARIA S/A (CNPJ nº 33.035.536/0001-00).

Proceda-se à penhora, por meio do BACENJUD, de ativos financeiros


do sócio JOÃO FORTES ENGENHARIA S/A. (CNPJ nº 33.035.536/0001-00)
no valor de R$ 104.913,55, conforme planilha atualizada apresentada pelo
credor (ID 10868440 - págs. 6/7). Caso não haja sucesso, pesquise-se a
existência de bens nos sistemas à disposição do juízo e intime-se a parte credora
dos resultados, advertindo-a de que as consultas realizadas esgotam a
possibilidade de cooperação do juízo para a localização de bens, de forma que,
caso a parte também desconheça a existência de patrimônio penhorável, o
processo será suspenso por um ano, na forma do art. 921, § 1º, do CPC.

Intimem-se.

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