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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA
A ação de consignação em pagamento é proposta pelo devedor que objetiva o depósito da coisa ou da quantia devi-
da em juízo com o propósito de ver extinta a obrigação.
A competência para propositura da ação de consignação em pagamento é fixada à luz do art. 651 da CLT, ou seja, o
juízo competente para o processamento e julgamento da ação é o do local da prestação dos serviços.
Deve figurar no polo passivo o credor ou potenciais credores. Nos moldes do art. 75, VII, do CPC, o espólio é
representando pelo inventariante.
a) deferimento do depósito da quantia ou coisa devida, no prazo de 5 dias (art. 542, I, do CPC);
b) citação do réu para comparecer em audiência e levantar o depósito com efeito de quitação ou oferecer resposta
(art. 542, II, do CPC);
c) declaração de extinção da obrigação; e
d) condenação do réu nas custas e honorários advocatícios.
Atente-se para o teor do art. 542 do CPC:
I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, res-
salvada a hipótese do art. 539, § 3o;
II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito.
A ação de consignação em pagamento tem rito próprio, razão pela qual não observa os procedimentos sumário,
sumaríssimo e ordinário.
Deferido o depósito, este será realizado e designada a audiência, sendo o consignatário notificado para levantar o
valor ou oferecer defesa.
Caso concorde com o valor depositado, este será liberado a seu favor, sendo considerada extinta a obrigação do
consignante.
Na contestação, o réu poderá alegar que: a) não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; b) foi
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justa a recusa; c) o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; e d) o depósito não é integral, caso
em que deverá apontar o montante que entende devido (art. 544 do CPC), podendo o autor complementá-lo em 10
dias (art. 545, caput, do CPC).
A ação de consignação em pagamento tem caráter dúplice (art. 545, § 1o, do CPC), assim, se o réu alegar que o
depósito foi realizado a menor, poderá levantar a quantia depositada, liberando parcialmente o autor, prosseguindo
o processo quanto à parte controvertida. Isso significa que, na hipótese de valor controverso, o autor da ação de
consignação poderá ser condenado a pagar as diferenças independentemente de nova ação.
Caso o réu não conteste a ação, será declarado revel, e o juiz declarará extinta a obrigação e o condenará ao paga-
mento de custas e honorários advocatícios (art. 546 do CPC).
Art. 546 do CPC. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento
de custas e honorários advocatícios.
I – FATOS
O consignante deverá narrar os fatos, relatando, por exemplo:
a) a recusa por parte do empregado em receber as verbas rescisórias;
b) a recusa por parte do empregado em receber outras verbas trabalhistas, como, por exem-
plo, comissões que o empregador entende que lhe são devidas;
c) a situação de morte do empregado, em que o empregador tem dúvida sobre quem tem o
direito de receber as verbas;
d) a recusa por parte do empregador em receber as ferramentas de trabalho.
II – MÉRITO
O consignante deverá afirmar qual a obrigação cujo valor pretende depositar com efeito de qui-
tação e especificar, de forma líquida e certa, cada parcela consignada.
Deve esclarecer a que corresponde o valor total e indicar os valores de cada uma das parce-
las.
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gação (art. 542, II, do CPC);
c) a produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial a prova docu-
mental;
d) por fim, caso o valor não seja levantado em audiência, a procedência do pedido com a de-
claração de extinção da obrigação e condenação do Consignatário em custas e honorários
advocatícios no importante de 15%, nos termos do art. 791-A da CLT.
Zenga Modas Ltda., CNPJ: 1.1.0001/00, com sede na Rua Lopes Quintas, 10, Maceió/AL, encontra-se na seguinte
situação: Joana Firmino, brasileira, casada, costureira, residente na Rua Lopes Andrade, 20, Maceió/AL, CEP:
10.0001-00, foi contratada por Zenga Modas Ltda., em 12.09.2008, para exercer a função de costureira, na unidade
de Maceió/AL, sendo dispensada sem justa causa em 11.10.2012, mediante aviso prévio indenizado. Naquele dia,
Joana entregou a CTPS à empresa para efetuar as atualizações de férias, e tal documento ainda se encontra custo-
diado no setor de recursos humanos.
Joana foi cientificada de que no dia 15.10.2012, às 10h, deveria comparecer na empresa para receber suas verbas
rescisórias. Contudo, na data e hora designadas, a empregada não compareceu.
Procurado por Zenga Modas Ltda. em 17.10.2012, apresente a medida judicial adequada à defesa dos interesses
empresariais, sem criar dados ou fatos não informados, ciente de que a empregada fruiu férias dos períodos
2008/2009 e 2009/2010 e de que, no armário dela, foi encontrado um telefone celular de sua propriedade, que se
encontra guardado no almoxarifado da empresa.
Resolução
ZENGA MODAS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n o
1.1.0001/00, com sede na Rua Lopes Quintas, 10, Maceió/AL, vem, respeitosamente, peran-
te Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa),
com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações,
com fulcro nos arts. 539 a 549 do CPC, PROPOR:
em face de Joana Firmino, brasileira, casada, costureira, residente na Rua Lopes Andrade, 20, Ma-
ceió/AL, CEP: 10.0001-00, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – FATOS
A consignatária foi contratada por Zenga Modas Ltda., em 12.09.2008, para exercer a função
de costureira, na unidade de Maceió/AL, sendo dispensada sem justa causa em 11.10.2012,
mediante aviso prévio indenizado. Em seu armário foi encontrado um telefone celular de sua
propriedade. Joana foi cientificada de que no dia 15.10.2012, às 10h, deveria comparecer na
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empresa para receber suas verbas rescisórias. Contudo, na data e hora designadas, a em-
pregada não compareceu.
A empresa tem o intuito de pagar as verbas devidas à consignatária, razão pela qual propôs
a presente medida processual.
II – MÉRITO
Em razão da extinção do contrato de trabalho sem justa causa são devido à consignatária as
seguintes verbas, no importe de R$ ____, as quais a consignante pretende depositar com o
objetivo de que seja declarada extinta a obrigação:
Requer, ainda, a devolução do aparelho celular e a entrega da CTPS, com a devida baixa,
nos moldes do art. 542, I, do CPC.
Ressalte-se que por não haver atraso no pagamento das verbas rescisórias é indevida a
multa prevista no art. 477, § 8o, da CLT.
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Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB no
ESPELHO DE CORREÇÃO
FAIXA DE ATENDIMENTO AO
QUESITOS AVALIADOS
VALORES QUESITO
13o salário proporcional (0,20) de 11/12 avos (0,20). 0,00/ 0,20/ 0,40
O inquérito judicial é uma ação cujo objetivo é rescindir um contrato de trabalho por justa causa do empregado.
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a) empregado com garantia provisória no emprego;
b) prática de falta grave; e
c) a lei exigir o inquérito para dispensa por justa causa desse empregado.
O empregador tem a faculdade de suspender o empregado estável que cometer falta grave (art. 494 da CLT), de-
vendo, nesse caso, ajuizar o inquérito no prazo decadencial de 30 dias (art. 853 da CLT).
A petição inicial deverá ser escrita (art. 853 da CLT) e o número máximo de testemunhas é de 6 para cada parte (art.
821 da CLT).
Julgado procedente o inquérito, o contrato é extinto por justa causa do empregado, a contar da data de suspensão
do contrato de trabalho.
Todavia, se julgado improcedente, o empregador (autor do inquérito) ficará obrigado a reintegrar o empregado no
serviço e a pagar-lhe os salários e demais verbas a que teria direito no período da suspensão, pois o inquérito se
trata de uma ação de caráter dúplice, à luz do art. 495 da CLT.
I – FATOS
Relatar o caso.
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS
1. Do prazo
Esclarecer que a ação está sendo proposta dentro do prazo decadencial de 30 dias, contados da
suspensão do empregado estável (art. 853 da CLT).
2. Do cabimento do inquérito
Apontar os dispositivos legais ou jurisprudenciais (súmulas e OJs) que indicam que o empregado
estável somente pode ser dispensado por justa causa mediante inquérito judicial para apuração
de falta grave.
III – MÉRITO
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O Examinando deve:
c) pedir a declaração de extinção do contrato por justa causa do empregado, com data retroativa
à suspensão contratual.
IV – REQUERIMENTOS FINAIS
a) a notificação do requerido para que ofereça resposta em audiência a ser designada por este
juízo;
c) por fim, o julgamento procedente dos pedidos e, consequentemente, que seja o contrato de
trabalho rescindido por justa causa do requerido, retroativamente à data de sua suspensão.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB no
Tonassiando Agostinho é empregado da empresa Pastelaria Beiçola Ltda. desde 01.02.2015, exercendo, no Municí-
pio de Pindamonhangaba/SP, a função de administrador. Em 21.05.2017 foi eleito dirigente sindical. Ocorre que em
21.04.2018 descobriu-se que o empregado havia depositado cheque de pagamento feito por cliente à empresa em
sua conta bancária. A revelação do ocorrido deu-se porque um cliente havia emitido um cheque sem fundos em
favor da empresa e ligou propondo ir à mesma levar o dinheiro e resgatar o cheque. O contato foi feito com Lineu,
supervisor de Tonassiando, que não conseguiu localizar o depósito. Por conta disso, requereu ao cliente que solici-
tasse ao seu banco uma microfilmagem do cheque, foi quando, para sua surpresa, descobriu que havia sido deposi-
tado na conta do administrador. No mesmo dia, Lineu suspendeu Tonassiando e registrou a ocorrência na delegacia
de polícia, com a instauração de inquérito policial.
Em 25.04.2018, a Pastelaria Beiçola Ltda. pretende dispensar o empregado. Para tanto, elabore a medida judicial
cabível.
RESOLUÇÃO
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PASTELARIA BEIÇOLA LTDA., qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração
anexa), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notifica-
ções, com fulcro nos arts. 494 e 853 da CLT, PROPOR:
I – DOS FATOS
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS
1. Do prazo
Esclarece-se que o inquérito está sendo proposto dentro do prazo decadencial de 30 dias,
contados da suspensão do empregado estável (arts. 494 e 853 da CLT), a qual ocorreu em
21.04.2018.
2. Do cabimento do inquérito
Nos moldes das Súmulas 197 do STF e 379 do TST, o dirigente sindical somente pode ser
dispensado por justa causa mediante inquérito judicial para apuração de falta grave, sendo
esta, portanto, a medida cabível com este propósito.
II – MÉRITO
O empregado é dirigente sindical e, por isso, possui estabilidade provisória no emprego desde
o registro da candidatura e, se eleito, até um ano após o término do mandato, nos termos dos
arts. 8o, VIII, da CF e 543, § 3o, da CLT.
Evidencia-se que o reclamado praticou ato de improbidade ao depositar o cheque emitido pelo
cliente em favor da empresa em sua conta bancária. Tal conduta caracteriza falta grave, à luz do
art. 482, “a”, da CLT, justificando a suspensão do dirigente-empregado (art. 494 da CLT) e a
extinção de seu contrato de trabalho por justa causa.
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Isto posto, requer:
a) a notificação do requerido para que ofereça resposta em audiência a ser designada por
este juízo;
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB no
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