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2ª FASE OAB | TRABALHO | 39º EXAME

Direito Constitucional do Trabalho I


Medicina, Segurança do Trabalho e
Força Maior
Prof. Luiz Henrique Dutra

SUMÁRIO
1. Direito Constitucional do Trabalho 3

2. Medicina e Segurança do Trabalho 6

2.1 Considerações Iniciais 6

2.2 Da inspeção prévia, embargo ou interdição 6

2.3 Do equipamento de proteção individual 7

2.4 Das medidas de proteção 7

3. Força Maior 9

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em setembro de 2023.

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1. Direito Constitucional do Trabalho

Prof. Luiz Henrique Dutra


@prof.luiz.henrique

Importante a leitura dos arts. 7ª ao 11ª da CF, ao qual segue a transcrição abaixo:

Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos.
II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
Ver Lei 7.998/90
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
Ver Lei 8.036/90, em especial os arts. 2, 15, 18 e 20.
IV - Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
V - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.
VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
Ver art. 611-A, §3ºda CLT.
VII - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável.
Ver. Art. 466 da CLT.
VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria.
Ver Lei 4.749/65 e Lei 4.090/62.
IX – Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
Ver art. 73 da CLT.
X - Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.
XI – Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
Ver Súmula n. 451 do TST e Lei 10.101-2000.
XII - Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei.
Ver Lei 4.266/63
XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
Ver art. 58 a 62 da CLT.
XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva.
Ver Súmula n. 423 do TST e OJ n. 420 e 275 da SDI-1 do TST.
XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
Ver art. 385 e 67 da CLT.
XVI - Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento
à do normal.
Ver art. 59, §1º da CLT e Súmula 146 do TST.
XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal.

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XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento
e vinte dias.
Ver arts. 392 e seguintes da CLT.
XIX - Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei.
Ver art. 372 a 401 da CLT.
XXI - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei.
Ver art. 487 a 491 da CLT.
XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança.
Ver art. 154 a 200 da CLT.
XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei.

ATENÇÃO:
Não existe regulamentação para atividades penosas, logo, tal direito não é devido.

Ver arts. 189 a 197 da CLT.


XXIV – Aposentadoria.
XXV - Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
de idade em creches e pré-escolas.
XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
Ver arts. 611 a 625 da CLT.
XXVII - Proteção em face da automação, na forma da lei.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho.
Ver art. 11 e 11-A da CLT.
XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Ver art. 461 da CLT.
XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão
do trabalhador portador de deficiência.
Ver art. 461 da CLT.
XXXII - Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos.
Ver art. 461 da CLT.
XXXIII - Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos.
Ver art. 402 a 440 da CLT.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e
o trabalhador avulso.
Ver lei 12.023-2009
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

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Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção
na organização sindical.
II - É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à
área de um Município.
III - Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
IV - A assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação
sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei.
Ver arts. 578 e 579 da CLT e Súmula 666 do STF e Súmula Vinculante n. 40 do STF.
V - Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.
VI - É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
VII - O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.
VIII - É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura
a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano
após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais
e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10 - É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados


dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
de discussão e deliberação.

Art. 11 - Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um


representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto
com os empregadores.
Ver Arts. 510-A até 510-D da CLT.

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2. Medicina e Segurança do Trabalho

2.1 Considerações Iniciais

A segurança do trabalhador é um dever do empregador, desdobrando-se em quatro


deveres específicos:

► Organização racional do trabalho;


► Higiene e segurança dos locais de trabalho;
► Prevenção de acidentes;
► Reparação de sinistro ou incapacidades.

Prevê a Constituição Federal:

Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXII – Redução dos riscos inerente ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII – Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

2.2 Da inspeção prévia, embargo ou interdição

Art. 160 da CLT - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia
inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente
em matéria de segurança e medicina do trabalho.
§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas
instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar,
prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do
Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.

Art. 161 da CLT - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando
na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão
ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas
determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.

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§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da
Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical.
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no
prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou
o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico
do serviço competente, poderá levantar a interdição.
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os
empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

2.3 Do equipamento de proteção individual

O EPI deve ser adequado ao risco, estar em perfeito estado de conservação e


funcionamento, bem como ter certificado de aprovação no Ministério do Trabalho.
A regulamentação dos EPIs encontra-se na NR-6 da Portaria do Ministério do Trabalho n.
3.214/78, segundo o qual se considera equipamento de proteção individual todo dispositivo ou
produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e saúde no trabalho.

Art. 166 da CLT - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,


equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Art. 167 da CLT - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado
com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

Súmula nº 289 do TST. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO


APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do
pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à
diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do
equipamento pelo empregado.

2.4 Das medidas de proteção

A NR-7 da Portaria do Ministério do Trabalho n. 3.214/78, que estabelece a


obrigatoriedade dos empregadores elaborarem e implementarem um Programa de Controle

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Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde
do conjunto de seus trabalhadores.
O PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos
agravos à saúde relacionados ao trabalho.

Art. 168 da CLT - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho:
I - a admissão;
II - na demissão;
III - periodicamente.
§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão
exigíveis exames:
a) por ocasião da demissão;
b) complementares.
§ 2º - Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para
apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva
exercer.
§ 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tempo
de exposição, a periodicidade dos exames médicos.
§ 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de
primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade.
§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será
comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica.
§ 6º - Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admissão e por ocasião do
desligamento, quando se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à
contraprova em caso de resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos
respectivos exames.
§ 7º - Para os fins do disposto no § 6º, será obrigatório exame toxicológico com janela de
detecção mínima de 90 (noventa) dias, específico para substâncias psicoativas que
causem dependência ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção,
podendo ser utilizado para essa finalidade o exame toxicológico previsto na Lei nº 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos
últimos 60 (sessenta) dias.

Competência para apreciar e julgar questões relacionadas ao meio ambiente do trabalho.

Súmula n. 736 do STF - Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como
causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e
saúde dos trabalhadores

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3. Força Maior

Art. 501 da CLT - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação
à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.
§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for
suscetível de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa
não se aplicam as restrições desta Lei referentes ao disposto neste Capítulo.

Art. 502 da CLT - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa,
ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este,
quando despedido, uma indenização na forma seguinte:
I - Sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478:
II - Não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem
justa causa.
III - Havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei,
reduzida igualmente à metade.

Art. 503 da CLT - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados,
a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários
de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento),
respeitado, em qualquer caso, o salário-mínimo da região.
Parágrafo único - Cessados os efeitos decorrentes do motivo de força maior, é garantido
o restabelecimento dos salários reduzidos.

Art. 504 da CLT - Comprovada a falsa alegação do motivo de força maior, é garantida a
reintegração aos empregados estáveis, e aos não-estáveis o complemento da indenização
já percebida, assegurado a ambos o pagamento da remuneração atrasada.

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