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DIREITO DO TRABALHO

(NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO)

O "Negociado sobre o Legislado" é um princípio jurídico que prevê que o que é acordado entre
as partes em uma negociação (por exemplo, entre um empregador e um empregado, ou entre
uma empresa e um sindicato) tem força de lei, podendo se sobrepor ao que está previsto na
legislação.
Este princípio ganhou destaque com a aprovação da Reforma Trabalhista no Brasil em 2017. O
objetivo é permitir que empregadores e empregados possam negociar livremente condições de
trabalho que atendam às suas necessidades específicas, dentro de limites estabelecidos pela
Constituição e pela legislação.
Assim, por exemplo, uma empresa e um sindicato podem, mediante negociação coletiva, definir
jornadas de trabalho, horários de descanso, formas de remuneração, entre outros aspectos, que
sejam diferentes do que é previsto na legislação trabalhista.
No entanto, é preciso destacar que este princípio não permite a violação dos direitos trabalhistas
básicos garantidos pela Constituição, como o direito a um salário mínimo, à limitação da
jornada de trabalho, à segurança e medicina no trabalho, dentre outros.
Existem debates e críticas a respeito deste princípio, principalmente relacionadas à possível
precarização das condições de trabalho e à fragilidade dos trabalhadores no processo de
negociação. Mas também existem defensores que argumentam que ele contribui para flexibilizar
as relações trabalhistas e estimular a produtividade e o crescimento econômico. O "Negociado
sobre o Legislado" é um princípio jurídico que prevê que o que é acordado entre as partes em
uma negociação (por exemplo, entre um empregador e um empregado, ou entre uma empresa e
um sindicato) tem força de lei, podendo se sobrepor ao que está previsto na legislação.
Este princípio ganhou destaque com a aprovação da Reforma Trabalhista no Brasil em 2017. O
objetivo é permitir que empregadores e empregados possam negociar livremente condições de
trabalho que atendam às suas necessidades específicas, dentro de limites estabelecidos pela
Constituição e pela legislação.
Assim, por exemplo, uma empresa e um sindicato podem, mediante negociação coletiva, definir
jornadas de trabalho, horários de descanso, formas de remuneração, entre outros aspectos, que
sejam diferentes do que é previsto na legislação trabalhista.
No entanto, é preciso destacar que este princípio não permite a violação dos direitos trabalhistas
básicos garantidos pela Constituição, como o direito a um salário mínimo, à limitação da
jornada de trabalho, à segurança e medicina no trabalho, dentre outros.
Existem debates e críticas a respeito deste princípio, principalmente relacionadas à possível
precarização das condições de trabalho e à fragilidade dos trabalhadores no processo de
negociação. Mas também existem defensores que argumentam que ele contribui para flexibilizar
as relações trabalhistas e estimular a produtividade e o crescimento econômico.
O princípio do Negociado sobre o legislado trata-se de uma previsão da Lei da Reforma
Trabalhista (Lei 13.467/17), a qual prevê que o acordo individual ou coletivo entre empregador
e empregado prevaleça sobre a legislação, o objetivo desta disposição consiste em dar mais
autonomia a vontade coletiva.

O princípio consta no artigo 611-A e 611-B da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Vejamos:

“Art. 611 – A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm


prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites


constitucionais;

II – banco de horas anual;

III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de 30 minutos


para jornadas superiores a seis horas;

IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº


13.189, de 19/11/2015;

V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição


pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se
enquadram como funções de confiança;

VI – regulamento empresarial;

VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;

VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas


pelo empregado, e remuneração por desempenho individual;

X – modalidade de registro de jornada de trabalho;

XI – troca do dia de feriado;

XII – enquadramento do grau de insalubridade;

XIII – prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença


prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;

XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente


concedidos em programas de incentivo;
XV – participação nos lucros ou resultados da empresa.”

“Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de


acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução
dos seguintes direitos:

I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na


Carteira de Trabalho e Previdência Social;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo


de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

IV - salário mínimo;

V - valor nominal do décimo terceiro salário;

VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua


retenção dolosa;

VIII - salário-família;

IX - repouso semanal remunerado;

X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


50% (cinquenta por cento) à do normal;

XI - número de dias de férias devidas ao empregado;

XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal;

XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte


dias;

XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei;

XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no


mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em
lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;

XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,


insalubres ou perigosas;

XIX - aposentadoria;

XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;

XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,


com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho;

XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e


critérios de admissão do trabalhador com deficiência;

XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos;

XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;

XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo


empregatício permanente e o trabalhador avulso;

XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do


trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e
prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos
em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho;

XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre


a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender;

XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e


disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade em caso de greve;

XXIX - tributos e outros créditos de terceiros;


XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394,
394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação.

Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não


são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho para os fins do disposto neste artigo.”

O artigo 611-A dispõe a respeito do que poderá ser negociado através de acordos e convenções
coletivas. Já o artigo 611-B é de suma importância, pois vem para dar um limite ao artigo
anterior, trazendo os pontos que em hipótese alguma poderão ser negociados. Considerando que
o termo “entre outros” da introdução do artigo 611-A poderia dar abertura para que mais
questões pudessem ser negociadas, o artigo 611-B impede que direitos possam ser suprimidos e
a dignidade da pessoa humana seja colocada em risco.

O princípio do Negociado sobre o legislado implementado na Reforma Trabalhista tem sido


objeto de discussão doutrinária. De um lado há um forte entendimento de que a aplicação desse
princípio seja inconstitucional, justificando que a Constituição em seu artigo 7º já estabelece
determinações para adequação das condições de trabalho e que em detrimento do contexto
social que vivemos de instabilidade e fragilidade, o princípio deixa a categoria de trabalhadores
desprotegida, ferindo as garantias conferidas pela Constituição. Seguem este pensamento
autores como Gustavo Garcia e Francisco Menton. Por outro lado, há quem defenda sua
constitucionalidade e garante que Lei 13.467 garante benefícios e possui formas de evitar que os
direitos fundamentais sejam violados, visto que o sindicato das categorias será o intermediador
das negociações, segue esta linha o autor Aurélio Franco de Camargo.
1) Limites Constitucionais: O princípio do ‘negociado sobre o
legislado’ pode levar a acordos que violem direitos fundamentais
garantidos pela Constituição?
O princípio do 'negociado sobre o legislado' permite que sejam feitos acordos individuais ou
coletivos entre patrões e empregados para diversos aspectos da relação de trabalho. No entanto,
esses acordos não podem violar os direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Ainda
que ocorram negociações, esses direitos constituem um patamar mínimo e intransponível.

2) Equilíbrio de Poder: Considerando a disparidade de poder entre


empregadores e empregados, é possível afirmar que os acordos
resultantes do princípio do ‘negociado sobre o legislado’ são
verdadeiramente equilibrados e justos para ambas as partes?
É certo que há disparidade de poder entre empregadores e empregados, o que levanta
questionamentos sobre se os acordos resultantes são realmente equilibrados e justos.
Geralmente, a presença de sindicatos pode ajudar a equilibrar essa negociação. No entanto, há
críticas quanto ao potencial para que empregadores usem de pressões e influência para impor
termos menos favoráveis aos empregados.

3) Impacto nos Sindicatos: Como o princípio do ‘negociado sobre o


legislado’ afeta o papel e a relevância dos sindicatos nas
negociações trabalhistas? Ele fortalece ou enfraquece a atuação
sindical?
O princípio do 'negociado sobre o legislado' pode ter variados efeitos sobre os sindicatos. Pode,
em teoria, fortalecer seu papel, dando-lhes maior relevância e autonomia nas negociações. No
entanto, criticamente, é possível que enfraqueça a atuação sindical, caso as negociações
conduzam à redução de direitos previstos em lei ou diminuam a proteção dos trabalhadores

4) Consequências Econômicas: Quais são as potenciais


consequências econômicas da aplicação do princípio do
‘negociado sobre o legislado’?
As consequências econômicas da aplicação do princípio do 'negociado sobre o legislado'
são complexas e dependem de muitos fatores. De modo geral, há a possibilidade de
favorecer a flexibilidade e adaptação das condições de trabalho às necessidades especificas
de cada empresa, o que pode contribuir para a produtividade e eficiência econômica. No
entanto, há o risco de deterioração das condições de trabalho e a potencial redução de
salários e benefícios, o que pode afetar negativamente os trabalhadores e, em última
análise, o consumo e a demanda agregada da economia.

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