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Laura Oliveira – 02/05/2023
Direito Constitucional do Trabalho
O caput do artigo 7º da Constituição Federal de 1988 prevê que os incisos nele elencados
“são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social [...]” (BRASIL, 1988).
Embora o artigo 7º não tenha status de clausula pétrea, ela funciona como verdadeira
barreira, protegendo os direitos trabalhistas de tentativas de retrocesso.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,
conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI,
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
Direito Constitucional do Trabalho
Art. 7º CR/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA),
desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
(Vide Lei Complementar nº 146, de 2014)
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II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a:
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da primeira solicitação;
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda solicitação; e
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das demais solicitações;
III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social,
excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço
previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.
VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos termos do regulamento, em curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional
habilitado pelo Ministério da Educação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, ofertado por meio da Bolsa-Formação
Trabalhador concedida no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído pela Lei no 12.513, de 26 de
outubro de 2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica.
Art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia subseqüente à rescisão do
contrato de trabalho.
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III - fundo de garantia do tempo de serviço;
O FGTS é um fundo formado por recolhimentos mensais incidentes sobre a remuneração do empregado,
efetuados em conta vinculada aberta na Caixa Econômica Federal em nome do trabalhador, que visa
principalmente à subsistência do trabalhador durante o período de desemprego, em substituição à antiga
indenização celetista prevista no art. 478 da CLT. O FGTS passou a ser obrigatório a partir da Constituição de
1988, antes era opcional. A lei que o instituiu é a Lei 5.107/1966.
Forma de flexibilização da legislação do trabalho, sendo um exemplo claro dessa desregulamentação imposta
pelo Estado a criação do FGTS, que eliminou a estabilidade decenal do empregado justamente para facilitar e
baratear para o empregador o ato da dispensa.
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IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
O salário mínimo constitui o menor valor que deve ser assegurado mensalmente a um empregado,
inclusive aquele que trabalha por produção. (art. 76, CLT)
O salário mínimo é nacionalmente unificado (não existem mais salários mínimos regionais, razão pela qual
todas as remissões a salário mínimo regional na Consolidação das Leis Trabalhistas devem ser lidas como
salário mínimo nacionalmente unificado).
Direito Constitucional do Trabalho
Súmula vinculante 4 (STF): Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído
por decisão judicial. (Súmula 228 TST)
Sumula 228 (TST): ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. A partir de 9 de maio de 2008, data da
publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado
sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
Direito Constitucional do Trabalho
SALÁRIO MÍNIMO - SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES VITAIS BÁSICAS - GARANTIA DE PRESERVAÇÃO DE SEU PODER AQUISITIVO. - A cláusula constitucional inscrita no
art. 7º, IV, da Carta Política - para além da proclamação da garantia social do salário mínimo - consubstancia verdadeira imposição legiferante, que, dirigida ao
Poder Público, tem por finalidade vinculá-lo à efetivação de uma prestação positiva destinada (a) a satisfazer as necessidades essenciais do trabalhador e de sua
família e (b) a preservar, mediante reajustes periódicos, o valor intrínseco dessa remuneração básica, conservando-lhe o poder aquisitivo. - O legislador
constituinte brasileiro delineou, no preceito consubstanciado no art. 7º, IV, da Carta Política, um nítido programa social destinado a ser desenvolvido pelo Estado,
mediante atividade legislativa vinculada. Ao dever de legislar imposto ao Poder Público - e de legislar com estrita observância dos parâmetros constitucionais de
índole jurídico-social e de caráter econômico-financeiro (CF, art. 7º, IV) -, corresponde o direito público subjetivo do trabalhador a uma legislação que lhe assegure,
efetivamente, as necessidades vitais básicas individuais e familiares e que lhe garanta a revisão periódica do valor salarial mínimo, em ordem a preservar, em
caráter permanente, o poder aquisitivo desse piso remuneratório. SALÁRIO MÍNIMO - VALOR INSUFICIENTE - SITUAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR
OMISSÃO PARCIAL. - A insuficiência do valor correspondente ao salário mínimo, definido em importância que se revele incapaz de atender as necessidades vitais
básicas do trabalhador e dos membros de sua família, configura um claro descumprimento, ainda que parcial, da Constituição da República, pois o legislador, em tal
hipótese, longe de atuar como o sujeito concretizante do postulado constitucional que garante à classe trabalhadora um piso geral de remuneração (CF, art. 7º, IV),
estará realizando, de modo imperfeito, o programa social assumido pelo Estado na ordem jurídica. - A omissão do Estado - que deixa de cumprir, em maior ou em
menor extensão, a imposição ditada pelo texto constitucional - qualifica-se como comportamento revestido da maior gravidade político-jurídica, eis que,
mediante inércia, o Poder Público também desrespeita a Constituição, também ofende direitos que nela se fundam e também impede, por ausência de medidas
concretizadoras, a própria aplicabilidade dos postulados e princípios da Lei Fundamental. - As situações configuradoras de omissão inconstitucional - ainda que se
cuide de omissão parcial, derivada da insuficiente concretização, pelo Poder Público, do conteúdo material da norma impositiva fundada na Carta Política, de que é
destinatário - refletem comportamento estatal que deve ser repelido, pois a inércia do Estado qualifica-se, perigosamente, como um dos processos informais de
mudança da Constituição, expondo-se, por isso mesmo, à censura do Poder Judiciário. (ADI 1458 MC, Relator: CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em
23/05/1996, DJ 20-09-1996 PP-34531 EMENT VOL-01842-01 PP-00128)
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V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
Piso salarial é diferente de salário mínimo: Piso salarial é fixado em valores distintos, seja em relação a
categorias, seja em relação aos trabalhadores ou servidores dos Estados ou do Distrito Federal.
Lei Complementar 103/2000: autorizou os Estados e o Distrito Federal a instituir, mediante lei de iniciativa do
Poder Executivo, o piso salarial para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal,
convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Direito Constitucional do Trabalho
Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo,
o piso salarial de que trata o inciso V do art. 7o da Constituição Federal para os empregados que não tenham piso
salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
I – no segundo semestre do ano em que se verificar eleição para os cargos de Governador dos Estados e do
Distrito Federal e de Deputados Estaduais e Distritais;
§ 2o O piso salarial a que se refere o caput poderá ser estendido aos empregados domésticos.
A irredutibilidade diz respeito ao salário nominal (valor), e não ao salário real (poder aquisitivo).
Exceção à regra da irredutibilidade do salário: negociação coletiva, com vistas à preservação da empresa e,
consequentemente, dos empregos. Admite-se que acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho
estipule a redução temporária dos salários, sem prejuízo da garantia do salário mínimo. Também é possível
negociar a redução salarial com proporcional redução de jornada.
- MP 963/2020 atualizada pela MP 1045/2021 (com força de lei): institui o Programa Emergencial de Manutenção
do Emprego e da Renda, editada durante a pandemia da COVID 19:
Art. 2º Fica instituído o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da
Renda, pelo prazo de cento e vinte dias, contado da data de publicação desta Medida
Provisória, com os seguintes objetivos:
I – preservar o emprego e a renda;
II – garantir a continuidade das atividades laborais e empresariais; e
III – reduzir o impacto social decorrente das consequências da emergência de saúde pública
de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19).
O trabalhador que recebe salário fixo terá sempre garantido o salário mínimo, desde que cumpra
jornada completa de trabalho.
Também é garantido o mínimo ao empregado que recebe remuneração variável, como, por exemplo,
aqueles que trabalham à base de comissões (comissionistas), por tarefa (tarefeiros) ou por peça
(pecistas).
O décimo terceiro é devido até o dia 20 de dezembro de cada ano, com valor equivalente à remuneração devida
em dezembro.
A título de adiantamento, deverá o empregador pagar ao empregado, entre os meses de fevereiro e novembro
(portanto, até 30 de novembro), metade do décimo terceiro devido, parcela esta que será compensada quando do
pagamento em dezembro.
São beneficiários do décimo terceiro-salário os empregados urbanos, rurais e domésticos, bem como os
trabalhadores avulsos.
Direito Constitucional do Trabalho
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
O trabalho noturno é mais gravoso à saúde do empregado, razão pela qual é devido o adicional salarial a este
título.
A Constituição apenas assegura a remuneração superior do trabalho noturno, não definindo percentual mínimo
para o respectivo adicional. Os percentuais estão nas disposições da legislação infraconstitucional.
Art. 73 CLT - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração
superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo
menos, sobre a hora diurna.
Art. 7º, p. único Lei n. 5.889/73 - Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a
remuneração normal.
Dada a sua natureza alimentar, o salário merece proteção especial do ordenamento jurídico.
Art. 203, CPB - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
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XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,
conforme definido em lei;
.Sobressai
do dispositivo constitucional a natureza não salarial da parcela
em referência.
Direito Constitucional do Trabalho
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
O salário-família não se confunde com parcela de natureza salarial. Trata-se de benefício previdenciário,
regulamentado pelos arts. 65 a 70 da Lei nº 8.213/1991.
A duração normal do trabalho tem por objetivo a limitação da carga diária e semanal de trabalho, razão
pela qual constitui o teto.
O regime especial de jornada para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento tem
como objetivo precípuo tentar proteger a saúde do empregado, vez que este tipo de jornada de
trabalho, abrangendo varias horas do dia e da noite, ou seja, ora na parte da manhã, ora na parte da
tarde, e ora na parte da noite, traz um desgaste muito maior para o trabalhador que as jornadas
convencionais.
Uma vez por semana, preferencialmente aos domingos, o empregado tem direito a um descanso de, no
mínimo, 24 horas consecutivas, sem prejuízo do salário normal, observados os requisitos de frequência
e pontualidade ao longo da semana.
Direito Constitucional do Trabalho
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
cento à do normal;
A licença à gestante é o período de interrupção contratual, com duração de 120 dias, no qual a empregada
permanece cuidando de seu filho recém-nascido, porém recebendo da Previdência Social o seu salário normal
(salário-maternidade).
Artigos 392-A, §5º, 392-B e 392-C, CLT: possibilidades de gozo da licença maternidade à outras pessoas.
Direito Constitucional do Trabalho
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Ainda não há lei que defina a duração da licença, prevalecendo o previsto no art. 10, §1º do
ADCT:
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da
licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.
Art. 198 CLT - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor
e da mulher.
Art. 390 CLT - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o
emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25
(vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
Parágrafo único - Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou
quaisquer aparelhos mecânicos.
Direito Constitucional do Trabalho
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo
de trinta dias, nos termos da lei;
Tema 932 STF: O art. 927, parágrafo único, do CC é compatível com o art. 7º, XXVIII, da
CR/88, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos
decorrentes de acidentes de trabalho, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habitual a risco
especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos demais
membros da coletividade.
Direito Constitucional do Trabalho
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
Art 12, VI da Lei n. 8.212/91 - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas
empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos
no regulamento.
Continuam, contudo, não sendo asseguradas garantias como piso salarial; proteção
do mercado de trabalho da mulher; e adicional de remuneração para atividades
penosas, insalubres ou perigosas; dentre outros (respectivamente, os incisos V, XX e
XXIII do art. 7º da CR/88).
Contrato de trabalho
Contrato de trabalho – art. 442 e ss., CLT
Contrato consensual: o contrato de trabalho pode ser ajustado
livremente pelas partes contratantes, sem necessidade da observância
de formalidades imperativas, sendo suficiente para atribuir validade ao
contrato o simples consentimento. Nasce da manifestação da vontade
livre das partes e, como regra, não depende de forma prevista em lei,
podendo ser celebrado verbalmente, por escrito ou até tacitamente.
Art. 442 CLT - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego.
Contrato de trabalho
• Contrato de Direito Privado: não obstante o fato de o Direito do Trabalho se
caracterizar pela predominância de normas imperativas e indisponíveis
(normas de ordem pública), o contrato de trabalho insere -se no âmbito do
Direito Privado.
• Contrato sinalagmático: trata-se de pacto de natureza bilateral, que gera
obrigações recíprocas às partes contratantes, buscando um equilíbrio formal
entre as prestações ajustadas. O sinalagma deve ser aferido levando-se em
consideração o conjunto do contrato de trabalho, e não apenas o
contraponto de obrigações específicas (trabalho x salário, por exemplo). Isto
porque nos períodos de interrupção contratual, como, por exemplo, no
período de férias, a obrigação do trabalho não é exigida, permanecendo,
porém, a obrigação de pagamento do salário.
Contrato de trabalho
• Contrato intuitu personae: gera uma obrigação pessoal em relação a
um de seus sujeitos, o empregado. A obrigação de prestar serviços é
infungível. Tal característica está ligada à fidúcia que decorre do
contrato de trabalho e que permite que o empregador exija a
prestação de serviços daquele que contratou como empregado. A
pessoa do empregado é crucial e determinante para a celebração do
contrato de trabalho. A escolha do empregado é feita intuitu personae
e se funda em uma série de fatores que o distinguem de outros
candidatos e influenciam decisivamente na sua contratação.
Contrato de trabalho
• Contrato comutativo: é dado conhecimento prévio às partes das
vantagens que receberão por conta do adimplemento do contrato - o
empregado sabe quanto receberá pelos serviços prestados e o
empregador sabe quais atividades laborais poderá exigir do
empregado.
• Contrato de trato sucessivo: vincula as partes contratantes ao
cumprimento de obrigações de débito permanente, que se sucedem
continuadamente no tempo, cumprindo -se e vencendo -se
seguidamente. O contrato de trabalho não se esgota com o
cumprimento da obrigação, que, após cumprida, renasce. Tal dinâmica
perdura enquanto vigorar o contrato.
Contrato de trabalho
• Contrato oneroso: as obrigações assumidas em decorrência do contrato de
trabalho são, para ambas as partes, economicamente mensuráveis. Do
contrato decorrem perdas e vantagens econômicas tanto para o empregado
como para o empregador. Importante ressaltar que “a ausência da
onerosidade só descaracteriza o contrato de emprego quando o trabalhador
voluntariamente dela se despoja, trabalha gratuitamente, do contrário, o
que existe é mora salarial do empregador”.
• Contrato complexo: possibilidade de que sejam celebrados contratos
acessórios a ele, como, por exemplo, um contrato de locação, um contrato
de mandato, um contrato de comodato etc. Tais contratos auxiliares
dependem do contrato principal, o que significa dizer que seguem a sorte
dele - extinto o contrato de trabalho, extinguem-se os contratos acessórios
Contrato de trabalho
• Contrato dotado de alteridade: a prestação laboral do tipo
empregatício corre por conta alheia ao prestador. O risco inerente à
prestação de serviços e a seu resultado, além dos riscos do próprio
empreendimento empresarial, todos são estranhos à figura do
prestador (o obreiro, portanto), recaindo sobre o adquirente de tais
serviços.
Contrato de trabalho
• Contrato de adesão: via de regra, o empregado adere às condições
impostas unilateralmente pelo empregador. Na prática, verifica-se que
quanto mais baixa a qualificação profissional e formação educativa do
empregado mais ele se sujeita à mera adesão ao contrato de trabalho
que lhe é apresentado para assinatura pelo empregador.
Formação do contrato de trabalho perpassa a ideia de seres
juridicamente livres, ainda que se saiba que tal liberdade muitas vezes
tem dimensão extremamente volátil ou enganosa. (DELGADO, 2019, p.
612)
Contrato de trabalho
“No Direito do Trabalho, a figura do contrato desponta com toda sua
faceta enigmática. É que, de um lado, está-se diante talvez do mais
eloquente exemplo de contrato de adesão fornecido pelo mundo
contemporâneo, onde o exercício da liberdade e vontade por uma das
partes contratuais — o empregado — encontra-se em polo extremado
de contingenciamento. De outro lado, porém, a simples presença das
noções de liberdade e vontade no contexto dessa relação contratual já
alerta para o potencial de ampliação de seu efetivo cumprimento em
harmonia com avanços sociopolíticos democráticos conquistados na
história.” (DELGADO, 2019, p. 613)
Contrato de trabalho
• Elementos essenciais: aqueles imprescindíveis à formação do contrato.
Sua ausência ou irregularidade pode comprometer a própria existência
ou validade do contrato (art. 104 CC)
I- agente capaz;
II-objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III-forma prescrita ou não defesa em lei;
IV-consentimento válido (requisito do contrato de trabalho).
Contrato de trabalho
I - Capacidade das partes: aptidão para adquirir direitos e para contrair
obrigações. A capacidade trabalhista revela-se, portanto, como sendo
aquela que permite o exercício de atos da vida laborativa. A contratação
de empregados com desrespeito às regras de capacidade é proibida,
tornando inválido o contrato de trabalho.
Art. 444 CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições
de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às
decisões das autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às
hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e
preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de
diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Contrato de trabalho
Classificação do contrato de trabalho
Contrato do autônomo
“Os diversificados vínculos de trabalho autônomo existentes afastam-se da
figura técnico-jurídica da relação de emprego essencialmente pela ausência
do elemento fático-jurídico da subordinação. “ (DELGADO, 2019, p. 397)
Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo
trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de
satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação,
habitação, vestuário, higiene e transporte.
Remuneração e salário
• Remuneração
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido
e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada
pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)
§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu
pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista
e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como
também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição
aos empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017)
§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor
em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente
esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Remuneração e salário
Em essência:
Salário Normativo / Piso Salarial: fixado por meio de ACT, CCT ou sentença normativa, aplicável a uma
categoria específica.
Salário Base: valor fixo pago ao empregado sem outras parcelas salariais adicionais.
Salário condição: representa as parcelas que dependem de condições específicas para ser pago e, no
caso de cessadas tais condições, deixam de ser devidos ao empregado.
Salário Complessivo: O pagamento do salário deve ser feito de forma clara e transparente. O
salário em que não há discriminação das verbas salariais, e que impede o empregado de
averiguar se seus direitos estão sendo pagos da forma correta, é vedado pela legislação.
Remuneração e salário
Parcelas salariais: parcelas pagas diretamente pelo empregador, dotadas de estrutura e dinâmica diversas do
salário básico, mas harmônicas a ele no tocante à natureza jurídica
As parcelas salariais podem ser classificadas em tipificadas, não tipificadas e, finalmente, dissimuladas.
• A) Parcelas Salariais Tipificadas — São aquelas previstas em regra legal, ainda que dela não recebam tipificação
rigorosa. Trata-se de: salário básico; abonos; percentagens, inclusive os adicionais; gratificações habituais,
inclusive o 13º salário; comissões.
• B) Parcelas Salariais Não Tipificadas — São aquelas instituídas pela criatividade privada, embora, após
elaboradas, submetam-se às regras trabalhistas cabíveis. Trata-se, por exemplo, dos prêmios e/ou bônus,
além das gueltas (bonificação paga habitualmente por terceiros).
• C) Parcelas Salariais Dissimuladas — São parcelas que, não tendo originalmente previsão pelo empregador
para cumprimento de função salarial (ou aparentemente não o façam), cumprem efetivamente esse papel de
modo disfarçado, na prática contratual trabalhista. É o que se passa, ilustrativamente, com as diárias para
viagem e ajudas de custo que sejam fraudulentas.
Remuneração e salário
Salário in natura/salário utilidade
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a
alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do
costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas
alcoólicas ou drogas nocivas.
§ 1º Os valôres atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em
cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82).
(...)
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam
e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-
contratual.
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante
a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização
da mesma unidade residencial por mais de uma família.
Remuneração e salário
Salário in natura/salário utilidade
Súmula nº 367 do TST
UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO
SALÁRIO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res. 129/2005,
DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando
indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo,
seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 131 -
inserida em 20.04.1998 e ratificada pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 - inserida em
20.06.2001)
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. (ex-OJ nº 24 da
SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)
Remuneração e salário
Salário in natura/salário utilidade
O salário do empregado poderá ser pago parte em dinheiro (30%) e parte em
utilidades. No salário in natura ocorre a substituição da parte paga em dinheiro por
utilidades que seriam adquiridas pelo empregado com seu salário, como moradia e
alimentação.
As parcelas pagas em utilidades são “descontadas” do salário do empregado, sendo
que alguns desses descontos possuem limites legais. Os demais, deverão respeitar o
valor real da utilidade:
• Urbano: alimentação 20% e moradia 25% - salário contratual art.458 §3º
• Rural - alimentação 25% e moradia 20% - salário mínimo
Remuneração e salário
Salário in natura/salário utilidade – empregado doméstico
É vedado o desconto relacionado à alimentação, vestuário, higiene ou
moradia. Em relação a domésticas acompanhando em viagens, despesas
com transportes, hospedagem e alimentação também não poderão ser
descontadas.
Remuneração e salário
Salário in natura/salário utilidade
Para possuir natureza salarial, a utilidade percebida pelo
empregado deve preencher alguns requisitos.
• Contraprestação: Para o trabalho ou pelo trabalho? Se o
empregado recebe a utilidade para exercer suas funções,
como ferramenta indispensável á realização dos serviços,
essa não terá caráter salarial. (Sum. 367) Porém, se é um
benefício em virtude do serviço prestado, passa a ser pelo
trabalho, e terá caráter salarial.
• Habitualidade
Remuneração e salário
Forma, tempo e local de pagamento
Art. 459 CLT - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve
ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões,
percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar,
até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.
Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se
como não feito.
Remuneração e salário
Forma, tempo e local de pagamento
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo
empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não
sendo esta possível, a seu rogo.
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária,
aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em
estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.
Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho,
dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo
quando efetuado por depósito em conta bancária, observado o disposto no artigo
anterior.
Remuneração e salário
Forma, tempo e local de pagamento
• O salário poderá ser fixado de três formas:
• Salário por unidade de tempo: o empregado recebe pelas horas e
minutos que encontra-se a disposição do empregador, aguardando
ou executando ordens, independente de sua produção.
• Salário por unidade de obra ou salário por produção: o empregado
recebe de acordo com o que produz. Como se trata de salário
variável, garante-se sempre o mínimo.
• Salário por tarefa: forma mista de pagamento: recebe conforme o
serviço prestado (produção) e em período previamente fixado.
Remuneração e salário
Forma, tempo e local de pagamento
• Quanto a peridiocidade, o pagamento do salário deverá ocorrer em períodos não
superiores a um mês, podendo ser pago por dia, semana, quinzena ou mês.
• A data de pagamento, porém, poderá ser alterada:
• OJ-SDI1-159 DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. ALTERAÇÃO. Inserida em
26.03.99
Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em instrumento
normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o art.
468, desde que observado o parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT.
Remuneração e salário
Parcelas salariais, não salariais e remuneratórias
Art. 457 CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário
devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador.
§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu
pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista
e previdenciário.
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como
também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição
aos empregados.
§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor
em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente
esperado no exercício de suas atividades.
Remuneração e salário
Parcelas salariais, não salariais e remuneratórias
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura"
que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou
drogas nocivas.
§ 1º Os valôres atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do
salário-mínimo (arts. 81 e 82).
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
VII – (VETADO)
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e
cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual.
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-
habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família.
§ 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos,
aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e
coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no
8.212, de 24 de julho de 1991.
Remuneração e salário
Parcelas de natureza não salarial
• Indenizatórias: vale-transporte; férias não gozadas; aviso prévio indenizado (questionável);
indenização por dispensa antecipada; indenização por dispensa no mês anterior à data-base;
indenização por não recebimento de seguro-desemprego; dano moral ou material;
Art. 59-A, Parágrafo único CLT. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste
artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e
serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de
que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.
Direito do Trabalho
Adicionais e repercussões
1) Adicional noturno
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e,
para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte.
Art. 7º Lei n. 5.889/73 - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte e uma horas de um
dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na
atividade pecuária.
Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remuneração normal.
Art. 20, § 3º Lei n. 8.906/94 - As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são
remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
Adicionais e repercussões
1) Adicional noturno
Art. 193, § 2º CLT - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que
porventura lhe seja devido.
x
Convenções 148 e 155 da OIT, ratificadas pelo Brasil (Decreto n. 10.088/2019)
Remuneração e salário
Adicionais e repercussões
3) Adicional de insalubridade e periculosidade
ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE E DE INSALUBRIDADE. CUMULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. A
controvérsia reside na possibilidade de cumulação dos adicionais de insalubridade e de
periculosidade. A matéria foi pacificada pela SBDI-1, por meio do julgamento do IRR - 239-
55.2011.5.02.0319, Redator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 15/05/2020 , na
qual fixou o entendimento de que "O art. 193, § 2º, da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal
e veda a cumulação dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, ainda que decorrentes de
fatos geradores distintos e autônomos". Desse modo, é indevida a cumulação dos adicionais de
insalubridade e de periculosidade, ainda que advindos de fatos geradores distintos. Reforma-se,
assim, a decisão regional, para afastar da condenação o pagamento cumulado dos adicionais de
periculosidade e de insalubridade, devendo ser restabelecida a r. sentença na qual se determinou que
o reclamante, na ocasião da liquidação, deverá fazer a opção pelo adicional que lhe for mais benéfico
. Recurso de revista conhecido, por violação do art. 193, § 2º, da CLT, e provido. (TST - RR:
109769120145150112, Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento:
26/04/2022, 8ª Turma, Data de Publicação: 29/04/2022)
Prescrição trabalhista
Prescrição e decadência
Prescrição e decadência
Art. 202 CC. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo
devedor.
Prescrição e decadência
Prescrição – prazos prescricionais
Regra:
• 2 anos após o encerramento do contrato;
• 5 anos após a lesão do direito - a cada lesão, o empregado tem 5 anos
para pedir a reparação
Prescrição e decadência
Prescrição – prescrição intercorrente
Art. 11-A CLT. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no
prazo de dois anos.
§ 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o
exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou
declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.
Súmula 114 poderá ser revista pelo TST em virtude do art. 8º, §2º CLT e das
alterações legislativas
Prescrição e decadência
Prescrição – prescrição intercorrente
Súmula 327 STF - O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente.
(Sessão Plenária de 13/12/1963)