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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES

Ana Júlia Kachan


Direito Previdenciário
Aula 5

ROTEIRO DE AULA

Tema: Aposentadoria após a Reforma da Previdência

Ana Júlia B. Pires Kachan


apires@kachan.adv.br
@profanajuliakachan

⮚ APOSENTADORIA APÓS A REFORMA DA PREVIDÊNCIA – EC 103/19 – Segurados que


ingressaram no sistema após 13/11/2019

Nova sistemática de Aposentadorias após a EC 103/19 (reforma da Previdência Social) –


RGPS.

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APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA COM TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE MÍNIMA/
APOSENTADORIA POR IDADE

● Homem: 65 anos de idade + 20 anos de tempo de contribuição (+ carência 180 meses)


● Mulher: 62 anos de idade + 15 anos de tempo de contribuição (+ carência 180 meses)

15 Mulher
Cálculo: 60% + 2%
20 Homem

● Para o trabalhador rural e para os que exercem atividade em regime de economia


familiar, incluído produtor rural, garimpeiro e pescador artesanal, mantida a idade de
60 homem e 55 mulher (neste caso exige-se apenas carência (180 meses) – artigo 56 do
Dec. 3048/99)

⮚ Novo critério de cálculo – Art. 26 EC 103/19

O valor da aposentadoria corresponderá a 60% do valor do salário de benefício (média


integral de todos os salários de contribuição desde julho de 1994, corrigidos monetariamente),
com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano que exceder o tempo de 20 anos de
tempo de contribuição para homens e 15 anos para as mulheres.

Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do


benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido e vedada a utilização
para qualquer finalidade, para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção
dos proventos de inatividade dos militares.

LEMBRANDO QUE HÁ DIVISOR MÍNIMO DE 108.

⮚ Aposentadoria do Professor

Homem: idade mínima 60


Mulher: idade mínima 57

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● Tempo de efetivo exercício de magistério por 25 (vinte e cinco) anos, na educação
infantil, ensino médio ou fundamental.

● Se retirados os 25 anos de atividade dos 60 anos de idade mínima, chega-se a 35 (trinta


e cinco) anos. Ou seja, se o professor iniciar sua atividade mais jovem do que 35 anos,
alcançará o tempo mínimo de magistério muito antes da idade mínima, não podendo
se aposentar.

⮚ Decreto 10.410/20

o Art. 19-C – Contagem do tempo de contribuição

Art. 19-C. Considera-se tempo de contribuição o tempo correspondente aos


períodos para os quais tenha havido contribuição obrigatória ou facultativa
ao RGPS, dentre outros, o período:
I - de contribuição efetuada por segurado que tenha deixado de exercer
atividade remunerada que o enquadrasse como segurado obrigatório da
previdência social;
II - em que a segurada tenha recebido salário-maternidade;
III - de licença remunerada, desde que tenha havido desconto de
contribuições;
IV - em que o segurado tenha sido colocado em disponibilidade remunerada
pela empresa, desde que tenha havido desconto de contribuições;
V - de atividade patronal ou autônoma, exercida anteriormente à vigência da
Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que tenha sido indenizado
conforme o disposto no art. 122;
VI - de atividade na condição de empregador rural, desde que tenha havido
contribuição na forma prevista na Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, e
indenização do período anterior, conforme o disposto no art. 122;
VII - de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal,
desde que tenha havido contribuição na época apropriada e este não tenha
sido contado para fins de aposentadoria por outro regime de previdência
social;
VIII - de licença, afastamento ou inatividade sem remuneração do segurado
empregado, inclusive o doméstico e o intermitente, desde que tenha havido
contribuição na forma prevista no § 5º do art. 11; e
IX - em que o segurado contribuinte individual e o segurado facultativo
tenham contribuído na forma prevista no art. 199-A, observado o disposto
em seu § 2º.

- Antes da EC 103/19: Data a data. Contagem diária.


- Depois da EC 103/19: Contagem por mês, desde que o salário de contribuição seja igual
ou superior ao mínimo.

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o Art. 19 – C, §1° - altera a regra que diferenciava os benefícios acidentários:
tempo em benefício por incapacidade será computado desde que intercalado,
exceto para fins de carência.

§ 1º Será computado o tempo intercalado de recebimento de benefício por


incapacidade, na forma do disposto no inciso II do caput do art. 55 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, exceto para efeito de carência.

o Em contrário:
Lei 8.213/91 – art. 55 → Diferencia o benefício comum e o acidentário. No comum, para
contar como tempo de contribuição deve intercalar entre períodos de atividade. O acidentário
não precisa intercalar, sempre valerá como tempo de contribuição.

Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no


Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de
qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo
que anterior à perda da qualidade de segurado:
I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e o previsto no § 1º do
art. 143 da Constituição Federal, ainda que anterior à filiação ao Regime
Geral de Previdência Social, desde que não tenha sido contado para
inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço
público;
II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez;
III - o tempo de contribuição efetuada como segurado
facultativo; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
IV - o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo federal,
estadual ou municipal, desde que não tenha sido contado para efeito de
aposentadoria por outro regime de previdência social; (Redação
dada pela Lei nº 9.506, de 1997)
V - o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de ter deixado de
exercer atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei;
VI - o tempo de contribuição efetuado com base nos artigos 8º e 9º da Lei nº
8.162, de 8 de janeiro de 1991, pelo segurado definido no artigo 11, inciso I,
alínea "g", desta Lei, sendo tais contribuições computadas para efeito de
carência. (Incluído pela Lei nº 8.647, de 1993)

● Decisão:
Tema 1125 do STF: sempre conta para carência desde que intercalado com período de
atividade!

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Tema 1125 - Possibilidade de contagem, para fins de carência, do período
no qual o segurado esteve em gozo de auxílio-doença, desde que
intercalado com períodos de atividade laborativa.
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute à luz dos artigos 2º, 5º,
195, §5º, e 201, da Constituição Federal, se o período em que o beneficiário
esteve em gozo de benefício de auxílio doença, intercalado com períodos
contributivos, deve ser computado como de carência.
Tese: É constitucional o cômputo, para fins de carência, do período no qual
o segurado esteve em gozo do benefício de auxílio-doença, desde que
intercalado com atividade laborativa.

● Art. 188-G do Decreto 3.048/99 – Nova contagem do tempo (data a data até 13/11/19
e, posteriormente, cômputo integral desde que o salário de contribuição seja igual ou
superior ao mínimo legal).

Art. 188-G. O tempo de contribuição até 13 de novembro de 2019 será


contado de data a data, desde o início da atividade até a data do
desligamento, considerados, além daqueles referidos no art. 19-C, os
seguintes períodos: (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
I - o tempo de serviço militar, exceto se já contado para inatividade
remunerada nas Forças Armadas ou auxiliares ou para aposentadoria no
serviço público federal, estadual, distrital ou municipal, ainda que anterior à
filiação ao RGPS, obrigatório, voluntário ou alternativo, assim considerado o
tempo atribuído pelas Forças Armadas àqueles que, após o alistamento,
alegaram imperativo de consciência, entendido como tal aquele decorrente
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, para se eximirem
de atividades de caráter militar; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
II - o tempo em que o anistiado político esteve compelido ao afastamento de
suas atividades profissionais, em decorrência de punição ou de fundada
ameaça de punição, por motivo exclusivamente político, situação que será
comprovada nos termos do disposto na Lei nº 10.559, de 13 de novembro de
2002; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
III - o tempo de serviço público federal, estadual, distrital ou municipal,
inclusive aquele prestado a autarquia, sociedade de economia mista ou
fundação instituída pelo Poder Público, regularmente certificado na forma
prevista na Lei nº 3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a certidão
tenha sido requerida na entidade para a qual o serviço tenha sido prestado
até 30 de setembro de 1975, data imediatamente anterior ao início da
vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
IV - o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência
novembro de 1991; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
V - o tempo de exercício de mandato classista junto a órgão de deliberação
coletiva em que, nessa qualidade, tenha havido contribuição para a
previdência social; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
VI - o tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, às serventias
extrajudiciais e às escrivanias judiciais, desde que não tenha havido
remuneração pelo erário e que a atividade não estivesse, à época, vinculada
a regime próprio de previdência social; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)

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VII - o tempo de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade brasileira no
exterior amparados pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993,
anteriormente a 1º de janeiro de 1994, desde que a sua situação
previdenciária esteja regularizada no INSS; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
VIII - o tempo de contribuição efetuado pelo servidor público de que tratam
as alíneas “i”, “j” e “l” do inciso I do caput do art. 9º e o § 2º do art. 26, com
fundamento do disposto nos art. 8º e art. 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro
de 1991, e no art. 2º da Lei nº 8.688, de 21 de julho de 1993; e (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
IX - o tempo exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de
aprendizado profissional realizado em escola técnica, desde que
comprovados a remuneração pelo erário, mesmo que indireta, e o vínculo
empregatício. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Parágrafo único. O tempo de contribuição de que trata este artigo será
considerado para fins de cálculo do valor da renda mensal de qualquer
benefício. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

⮚ Regras de Transição

a) Regra de Transição 1: sistema de pontos (tempo de contribuição) → sem idade mínimo


+ fator previdenciário no cálculo

- 30 anos de contribuição, se mulher e 35 se homem;


- Somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86
pontos, se mulher e 96 pontos se homem;
- A partir de janeiro/2020, a pontuação será acrescida de 1 ponto a cada ano, até chegar
a 100 pontos se mulher (2033) e 105 pontos se homem (2029);
- Professor (81 x 91, chegando a 92 x 100);
- Cálculo pelo artigo 26 da EC 103/19.

15 Mulher
Cálculo: 60% + 2% x Salário de Benefício 100% da média
20 Homem

b) Regra de Transição 2: tempo de contribuição + idade mínima

- 30 anos de contribuição, se mulher e 35 se homem;


- Idade de 56 anos, se mulher, e 61, se homem;

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- A partir de janeiro/2020, a idade será acrescida de seis meses a cada ano, até atingir 62
anos se mulher (2031) e 65 anos se homem (2027);
- Para professor 25 anos de contribuição mulher e 30 homem e idade 51 mulher e 56
homem, aumentando 6 meses por ano até chegar a 57 mulher e 60 homem;
- Cálculo pelas regras do artigo 26 da EC 103/19.

15 Mulher
Cálculo: 60% + 2% x Salário de Benefício 100%
20 Homem

c) Regra de Transição 3: pedágio de 50% do tempo faltante (na data da EC 103/19) → sem
idade mínimo

- 30 anos de contribuição, se mulher e 35 se homem;


- Cumprimento de período adicional correspondente a 50% do tempo que, na data de
entrada em vigor da EC 103/19, faltava para atingir 30 anos de contribuição, se mulher,
e 35 anos, se homem;
- Regra aplicada apenas para segurados que contavam com mais de 28 anos de
contribuição se mulher e 33 se homem, na data da EC 103;
- 100% do salário de benefício (80% ou 100%? dos SC – dúvida de interpretação) x Fator
Previdenciário;

d) Regra de Transição 4: Idade e tempo de contribuição (idade → mulher/tempo de


contribuição → homem)

- 60 anos de idade, se mulher e 65 se homem;


- 15 anos de contribuição, para ambos os sexos; (para chegar em 100% a mulher precisa
de 35 anos de TC e o homem 40 anos de TC + a idade acima)
- A partir de janeiro de 2020 a idade da mulher será acrescida de 6 meses por ano, até
atingir 62 anos em 2023;
- Cálculo pela regra do artigo 26 da EC 103/19.

15 Mulher
Cálculo: 60% + 2% x Salário de Benefício 100%
20 Homem

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e) Regra de Transição 5: Pedágio de 100% do tempo faltante – Tempo de Contribuição

- 57 anos de idade, se mulher e 60 se homem; (idade mínima - congelada [sem


progressividade])
- 30 anos de contribuição se mulher e 35 se homem;
- Pedágio adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data da EC faltaria
para atingir o tempo mínimo de contribuição
- Benefício calculado em 100% do salário de benefício
- Professor: 52 anos de idade mulher e 55 homem, 25 de tempo mulher e 30 homem +
pedágio 100%

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO - REGRA ANTERIOR À EC 103/19 – regra


para quem tem direito adquirido (independentemente da data de requerimento)

Nomenclatura que surge com a EC 2.098, antes disso o benefício era chamado de
aposentadoria por tempo de serviço.
Fundamento legal: Artigos 52 a 56 da Lei 8213/91 (não recepcionados pela EC 20/98 e
EC 103/19) e 56 a 63 do Decreto 3048/99.

Devida a todas as espécies de segurados, com exceção do segurado especial e do


segurado optante pelo plano simplificado de previdência (a não ser quando faz
complementação).

A Lei 10666/2003 afastou a exigência da qualidade de segurado, como requisito para o


benefício.

● OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Segurado especial só tem direito a aposentadoria por


tempo de contribuição quando paga como facultativo (art. 39, II, da Lei 8.213/91) –
Súmula 272/STJ.

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Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do caput do art.
11 desta Lei, fica garantida a concessão: (Redação dada pela Lei nº 13.846,
de 2019)
II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma
de cálculo estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a
Previdência Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade
Social.

SÚMULA N.º 272 O trabalhador rural, na condição de segurado especial,


sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada,
somente faz jus à aposentadoria por tempo de serviço, se recolher
contribuições facultativas.

Os Segurados que optam pelo Plano Simplificado de Previdência Social não têm direito
a esse benefício, a não ser que contribuam complementativamente.

⮚ CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS

1. Carência de 180 contribuições; (carência → 1ª contribuição em dia e recolhe antes da


perda da qualidade de segurado, sob pena de ser computado apenas como tempo de
contribuição)

⮚ Recolhimento em atraso:

a) Segurado Facultativo: Antes de vencer o período de manutenção da qualidade de


segurado (período de graça), desde que tenha a primeira contribuição em dia, pode
recolher as contribuições em atraso.

b) Contribuinte Individual:

a. Vencido há mais de 05 anos: Decadência → a receita não pode cobrar (Súmula


Vinculante 08 do STF) → contribuinte vai pagar uma indenização ao sistema;

Súmula vinculante 8 – Enunciado: São inconstitucionais o parágrafo único do


artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº
8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.

b. Vencido a menos de 05 anos: recolhimento com acréscimos legais.

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● Observação: Em ambos tem que comprovar atividade.

2. 35 anos de contribuição se homem e 30 anos de contribuição se mulher (art 201 CF);


Art. 201, § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência
social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de
contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998) (Revogado)

3. Este tempo será reduzido em 5 anos para os professores da educação infantil,


fundamental e médio (função de magistério) – incluídas as funções de direção de
unidade escola e coordenação – art. 56 do Decreto. (subespécie de aposentadoria por
tempo de contribuição, por isso se mantinha a aplicação do fator previdenciário)

4. 100% do salário-de benefício e fator previdenciário obrigatório (observada a regra


progressiva 85/95);

✔ ATENÇÃO: DEPOIS DA EC 20/98 O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NÃO TEM DIREITO À


REDUÇÃO:

“São consideradas funções de magistério as exercidas por professores e


especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando
exercidas em estabelecimentos de educação básica em seus diversos níveis
e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico” (Lei
11.301/2006 – STF ADI 3.772-2)

✔ STF – Tema 1091 – constitucionalidade do fator previdenciário!

Tema 1091 - Constitucionalidade do fator previdenciário, previsto no art.


29, caput, incisos e parágrafos, da Lei nº 8.213/91, com a redação dada pelo
art. 2º da Lei nº 9.876/99.
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 5º, caput;
6º; 102, § 2º; 195, § 5º; e 201, §§ 1º, 7º e 8º, da Constituição Federal, a
constitucionalidade do fator previdenciário, previsto no art. 29, caput, incisos
e parágrafos, da Lei nº 8.213/91, com a redação dada pelo art. 2º da Lei nº
9.876/99, bem como se é devida sua incidência no cálculo dos proventos de
aposentadoria de professor.
Tese: É constitucional o fator previdenciário previsto no art. 29, caput, incisos
e parágrafos, da Lei nº 8.213/91, com a redação dada pelo art. 2º da Lei nº
9.876/99.

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✔ STJ - Tema 1011 – incide fator previdenciário na aposentadoria do professor!

Tema Repetitivo 1011


Questão submetida a julgamento: Incidência ou não do fator previdenciário
no cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de
contribuição de professor, quando a implementação dos requisitos
necessários à obtenção do benefício se der após a edição da Lei 9.876/1999.
Tese Firmada: Incide o fator previdenciário no cálculo da renda mensal inicial
de aposentadoria por tempo de contribuição de professor vinculado ao
Regime Geral de Previdência Social, independente da data de sua concessão,
quando a implementação dos requisitos necessários à obtenção do
benefício se der após o início da vigência da Lei 9.876/1999, ou seja, a partir
de 29/11/1999.

Não será computado tempo de contribuição já utilizado para a concessão de outra


aposentadoria, seja ela do regime geral ou de qualquer outro regime. SÓ SE USA TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO UMA VEZ!

Conforme dispõe o Decreto 6.722/2008, os dados constantes no Cadastro Nacional de


Informações Sociais CNIS valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência
Social, relação de emprego, tempo de serviço ou de contribuição e salários-de-contribuição,
podendo, em caso de dúvida, ser exigida pelo INSS a apresentação dos documentos que
serviram de base à anotação.

A identificação do trabalhador junto à Previdência Social se faz pelo NIT – (Número de


Inscrição do Trabalhador) – RG da Previdência.

SÚMULA 577 STJ - É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior


ao documento mais antigo apresentado, desde que amparado em
convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório.

⮚ INÍCIO DO PAGAMENTO – Tempo de Contribuição:

I - para o segurado empregado e doméstico:

a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até esta data ou até 90 dias depois
dela;

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b) na data do requerimento quando não houver desligamento ou quando ultrapassados os 90
dias;

II - para os demais segurados, na data do requerimento.

✔ STJ – RESP 1.296.267/RS – Admitindo a reafirmação da DER (data de entrada do


requerimento) quando há contribuição posterior à entrada do requerimento
administrativo ou ajuizamento de ação judicial.

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. IMPLEMENTAÇÃO DA CARÊNCIA APÓS O AJUIZAMENTO DA
AÇÃO. FATO SUPERVENIENTE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. O Superior
Tribunal de Justiça tem entendimento consolidado de que não constitui
julgamento extra ou ultra petita a decisão que, verificando a inobservância
dos pressupostos para concessão do benefício pleiteado na inicial, concede
benefício diverso por entender preenchidos seus requisitos. 2. O art. 687 e
690 da Instrução Normativa INSS/PRES 77, de 21 de janeiro de 2015, que
repete as já consagradas proteções ao segurado dispostas em Instruções
Normativas anteriores, dispõe que, se o postulante de uma prestação
previdenciária preenche os requisitos legais somente após o pedido, o ente
autárquico reconhece esse fato superveniente para fins de concessão do
benefício, fixando a DIB para o momento do adimplemento dos requisitos
legais. 3. Essa mesma medida deve ser adotada no âmbito do processo
judicial, nos termos do art. 462 do CPC, segundo o qual a constatação de fato
superveniente que possa influir na solução do litígio deve ser considerada
pelo Tribunal competente para o julgamento, sendo certo que a regra
processual não se limita ao Juízo de primeiro grau, porquanto a tutela
jurisdicional, em qualquer grau de jurisdição, deve solucionar a lide na forma
como se apresenta no momento do julgamento. 4. As razões dessa proteção
se devem ao fato de que os segurados não têm conhecimento do complexo
normativo previdenciário, sendo certo que a contagem do tempo de serviço
demanda cálculo de difícil compreensão até mesmo para os operadores da
área. Além disso, não é razoável impor aos segurados, normalmente em
idade avançada, que intentem novo pedido administrativo ou judicial,
máxime quando o seu direito já foi adquirido e incorporado ao seu
patrimônio jurídico. 5. Diante dessas disposições normativas e dos princípios
da economia e da celeridade processual, bem como do caráter social das
normas que regulamentam os benefícios previdenciários, não há óbice ao
deferimento do benefício, mesmo que preenchidos os requisitos após o
ajuizamento da ação. 6. Recurso Especial provido para julgar procedente o
pedido de concessão de aposentadoria a partir de agosto de 2006.
(STJ - REsp: 1296267 RS 2011/0295088-5, Relator: Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 01/12/2015, T1 - PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJe 11/12/2015)

⮚ APOSENTADORIA POR IDADE - REGRA ANTERIOR À EC 103/19

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Fundamento legal: Artigos 48 a 51 da Lei 8213/91.

Exige, como requisito, carência de 180 contribuições mensais para quem se filiou após
julho de 1991, quando do advento da Lei 8213 + idade (60 mulher/65 homem)

Para os anteriormente vinculados, utiliza-se a tabela do artigo 142 da Lei 8.213/91 →


regra de transição – data do requisito etário.

⮚ Devida a todos os segurados, sem restrição. Beneficiam-se da redução de 5 (cinco) anos:


a) empregado rural;
b) trabalhador eventual em serviço de natureza rural;
c) trabalhador avulso rural;
d) segurado especial;
e) garimpeiro, desde que trabalhe em regime de economia familiar.

⮚ Trabalhadores urbanos: 65 anos para homens e 60 para mulheres.

⮚ Menos 05 anos para trabalhador rural, ou seja:

Trabalhadores rurais: 60 anos para homens e 55 para mulheres. → mantida mesmo após a
emenda 103/19

Os trabalhadores rurais devem comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda


que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício.

Se não contar com o tempo mínimo de carência, o rural pode aposentar-se aos 65 se
homem e 60 se mulher somando o tempo rural com tempo de contribuição em outras
categorias (aposentadoria híbrida) → idade rural + tempo rural com tempo urbano

- Neste caso o cálculo da RMI é feito pelo salário de benefício (média).

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✔ Tema 1007 do STJ – não precisa ser rural quando do requerimento e pode computar
tempo remoto e descontínuo. Mantida pelo Decreto 3048/99. SEM REGRA DE
TRANSIÇÃO

Tema Repetitivo 1007


Questão submetida a julgamento: Possibilidade de concessão de
aposentadoria híbrida, prevista no art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, mediante
o cômputo de período de trabalho rural remoto, exercido antes de 1991, sem
necessidade de recolhimentos, ainda que não haja comprovação de
atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento
administrativo.
Tese Firmada: O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo,
anterior ao advento da Lei 8.213/1991, pode ser computado para fins da
carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda
que não tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos
do art. 48, § 3o. da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância do labor
misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no
momento do implemento do requisito etário ou do requerimento
administrativo.

● O artigo 51 da Lei 8213/91 criou a aposentadoria compulsória (do RGPS) que funciona
como uma rescisão indireta do contrato de trabalho: para que a empresa exercite o
direito de requerer a aposentadoria compulsória de seu empregado é necessário que
ele tenha cumprido a carência e tenha completado setenta (70) anos de idade, se do
sexo masculino e sessenta e cinco (65) anos, se do sexo feminino. É devida indenização
na forma da legislação trabalhista, e considera-se como data da rescisão do contrato de
trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria;

Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde
que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e
completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65
(sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em
que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação
trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a
imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

Recurso Repetitivo – STJ – 1354908/SP – “O segurado especial tem que estar


laborando no campo, quando completar a idade mínima para se aposentar
por idade rural, momento em que poderá requerer o seu benefício.
Ressalvada a hipótese do direito adquirido, em que o segurado especial,
embora não tenha requerido sua aposentadoria por idade rural,
preenchera de forma concomitante, no passado, ambos os requisitos
carência e idade”.

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⮚ APOSENTADORIA DO DEFICIENTE – LEI COMPLEMENTAR 142/2013 – MAIO DE 2013 →
Não alterada pela Emenda 103/19 (reforma da previdência) → Preservados requisitos
e critério de cálculo

Artigo 22 da EC 103/19 – até que a lei discipline o inciso I, do § 1º do artigo 201, a


aposentadoria do deficiente será concedida na forma da Lei Complementar 142/2013, inclusive
quanto à forma de cálculo.

Art. 22. Até que lei discipline o § 4º-A do art. 40 e o inciso I do § 1º do art.
201 da Constituição Federal, a aposentadoria da pessoa com deficiência
segurada do Regime Geral de Previdência Social ou do servidor público
federal com deficiência vinculado a regime próprio de previdência social,
desde que cumpridos, no caso do servidor, o tempo mínimo de 10 (dez) anos
de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo
em que for concedida a aposentadoria, será concedida na forma da Lei
Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013, inclusive quanto aos critérios
de cálculo dos benefícios.

Deficiente: pessoa com impedimento de longo prazo de natureza física, mental,


intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

❖ Deficiência (não impede o exercício da capacidade laborativa) ≠ Incapacidade (impede


o exercício da capacidade laborativa)

O deficiente, na forma da lei, terá o tempo de contribuição exigido para a aposentadoria


reduzido, de acordo com o grau de deficiência. → ou idade reduzida

- Avaliação: conceito de funcionalidade CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade,


Incapacidade e Saúde) e IFBrA (Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para fins de
Aposentadoria)

Pontuação → Critérios Médicos e Critérios Sociais

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● Critérios diferenciados:

- Tempo de Contribuição:
Normal:
Homem: 35 anos
Mulher: 30 anos

Homem: 25 TC
a) deficiência grave:
Mulher: 20 TC
Menos 10 anos TC

Homem: 29 TC
b) deficiência moderada:
Mulher: 24 TC
Menos 06 anos TC

Homem: 33 TC
c) deficiência leve:
Mulher: 28 TC
Menos 02 anos TC

Poderá, ainda, independentemente do grau de deficiência, aposentar por idade, com


idade reduzida para 60 anos, se homem e 55 anos, se mulher, com carência de 180
contribuições (comprovar condição de PCD) → Aposentadoria por Idade

- Critério de cálculo: Também não sofreu alteração pela reforma.


o 100% da média, afastando o fator previdenciário.

⮚ APOSENTADORIA ESPECIAL

Nova redação da Constituição:

Artigo 201, § 1º

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É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de
benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de
previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para
concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.”

- Aposentadoria especial/ Nova regra com idade mínima

55 anos de idade - para 15 de exposição


58 anos de idade - para 20 de exposição gravidade do agente
60 anos de idade - para 25 de exposição

- Vedação à conversão de tempo especial em tempo comum após a EC 103/19;


- Vedação à contagem recíproca de tempo fictício;
- Cálculo pelas novas regras → Critério pós-reforma.

● Regras de Transição – EC 103/19

Utilização do critério de pontuação, devendo-se levar em conta também o tempo de exposição.

Pontos = Idade + Tempo de Contribuição (tempo especial mínimo exigido)

66 pontos - para 15 de exposição


76 pontos - para 20 de exposição
86 pontos - para 25 de exposição

- Cálculo pelas novas regras → Critério pós-reforma.

- Fundamento legal: Constituição Federal, art. 201, § 1º; Artigos 57 e 58 da Lei 8213/91;
artigo 22, II da Lei 8212/91 e artigos 64 a 70 e anexo IV (agentes nocivos) do Decreto
3.048/99.

- IV (agentes nocivos - Agente → Tempo Especial

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A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência (18 meses) exigida, será devida
ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando
cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção (custeio/adicional RAT), que
tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (regra não compatível
com a EC 103/19 → exclusão do termo integridade física)

- STJ – RESP 1436794 E TNU - SUM 62 – RECONHECEM DIREITO DO CONTRIBUINTE


INDIVIDUAL AO BENEFÍCIO.

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA ESPECIAL.


VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC. NÃO CARACTERIZAÇÃO. EXERCÍCIO DE
ATIVIDADE ESPECIAL. SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL NÃO
COOPERADO. POSSIBILIDADE. COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL.
REVISÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA 7/STJ. RECURSO ESPECIAL
PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE NÃO PROVIDO. 1. Não há
violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, pois in casu o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região analisou integralmente todas as questões
levadas à sua apreciação, notadamente, a possibilidade de se reconhecer ao
segurado contribuinte individual tempo especial de serviço, bem como
conceder o benefício aposentadoria especial. 2. O caput do artigo 57 da Lei
8.213/1991 não traça qualquer diferenciação entre as diversas categorias de
segurados, elegendo como requisitos para a concessão do benefício
aposentadoria especial tão somente a condição de segurado, o cumprimento
da carência legal e a comprovação do exercício de atividade especial pelo
período de 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos. 3. O artigo 64
do Decreto 3.048/1999, ao limitar a concessão do benefício aposentadoria
especial ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte
individual cooperado, extrapola os limites da Lei de Benefícios que se propôs
regulamentar, razão pela qual deve ser reconhecida sua ilegalidade. 4. Tese
assentada de que é possível a concessão de aposentadoria especial ao
contribuinte individual não cooperado que cumpra a carência e comprove,
nos termos da lei vigente no momento da prestação do serviço, o exercício
de atividade sob condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou sua
integridade física pelo período de 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte cinco)
anos. 5. Alterar a conclusão firmada pelo Tribunal de origem quanto à
especialidade do trabalho, demandaria o necessário reexame no conjunto
fático-probatório, prática que esbarra no óbice da Súmula 7/STJ. 6. Recurso
especial parcialmente conhecido e nessa parte não provido.
(STJ - REsp: 1436794 SC 2013/0406240-1, Relator: Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 17/09/2015, T2 - SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJe 28/09/2015)

Súmula n. 62 do TNU: O segurado contribuinte individual pode obter


reconhecimento de atividade especial para fins previdenciários, desde que
consiga comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade
física.

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● CRITÉRIO DE COMPROVAÇÃO:

A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado,


perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho permanente, não
ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física (supressão por força da EC 103/19), durante o período mínimo fixado no
caput.

Até a edição da Lei 9032/95, o enquadramento se dava em função da categoria


profissional. Ex. engenheiro

Após a Lei 9032/95, há necessidade de comprovação da efetiva exposição do


trabalhador aos agentes prejudiciais à saúde, de forma efetiva, habitual e permanente.

Atualmente, comprovação pelo PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), preenchido


pela empresa, pela cooperativa ou pelo órgão gestor de mão de obra ou sindicato (trabalhador
avulso), para todos os agentes agressivos. Anteriormente só se exigia laudo para ruído e calor.

Esse documento é elaborado com base em laudo técnico (médico ou engenheiro do


trabalho), devendo constar dele, ainda, questões como o uso de equipamentos de proteção
individual e coletiva, de acordo com a legislação trabalhista.

Observar princípio tempus regit actum → lei da época em que prestada a atividade com
agente agressivo.

Ou seja, verificar qual a legislação estava em vigor no tempo do exercício da atividade.

PARA TER DIREITO À APOSENTADORIA ESPECIAL, É NECESSÁRIO QUE O SEGURADO TRABALHE


DURANTE TODO O TEMPO EM ATIVIDADE ESPECIAL, NÃO PRECISA SER NA MESMA EMPRESA
OU NA MESMA ATIVIDADE, MAS PRECISA SER ESPECIAL.

A Lei vedou a conversão de tempo de serviço comum em especial, mantendo-se


somente a conversão do tempo de trabalho exercido sob condições especiais em comum, no
em tempo trabalhado até a EC 103/19.

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Vedou também ao segurado que recebesse aposentadoria especial continuar ou
retornar ao exercício de atividades ou operações que o sujeitassem aos agentes nocivos
químicos, físicos, biológicos (Tema 709 STF).

Tema 709 - Possibilidade de percepção do benefício da aposentadoria


especial na hipótese em que o segurado permanece no exercício de
atividades laborais nocivas à saúde.
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 5º, XIII;
7º, XXXIII, e 201, § 1º, da Constituição federal, a constitucionalidade do § 8º
do art. 57 da Lei 8.213/1991, que veda a percepção do benefício da
aposentadoria especial pelo segurado que continuar exercendo atividade ou
operação nociva à saúde ou à integridade física.
Tese: I) É constitucional a vedação de continuidade da percepção de
aposentadoria especial se o beneficiário permanece laborando em atividade
especial ou a ela retorna, seja essa atividade especial aquela que ensejou a
aposentação precoce ou não. II) Nas hipóteses em que o segurado solicitar a
aposentadoria e continuar a exercer o labor especial, a data de início do
benefício será a data de entrada do requerimento, remontando a esse
marco, inclusive, os efeitos financeiros. Efetivada, contudo, seja na via
administrativa, seja na judicial a implantação do benefício, uma vez
verificado o retorno ao labor nocivo ou sua continuidade, cessará o o
pagamento do benefício previdenciário em questão.

● Agentes nocivos podem ser definidos como os que podem trazer ou ocasionar
danos à saúde ou à integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em
função de sua concentração, intensidade ou exposição aos agentes.

● Agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como ruído, vibração, frio, calor, pressões anormais, radiações
ionizantes, umidade, etc.

● Agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar


no organismo pela via respiratória ou que, pela natureza da atividade da exposição,
possam ter contato ou ser absorvidas pelo organismo através da pele ou por
ingestão. São exemplos névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases, vapores de
substâncias nocivas, etc.;

● Agentes biológicos são microorganismos como bacilos, bactérias, fungos, parasitas,


etc.;

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- Os agentes podem ser:
o Qualitativos: nocividade presumida pela presença do agente no ambiente de
trabalho, independentemente de mensuração
Agentes cancerígenos – vide artigo 68, §4° do Decreto 3048/99 – possibilidade de EPI
eficaz afastar a nocividade:

§ 4º Os agentes reconhecidamente cancerígenos para humanos, listados


pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, serão avaliados em conformidade com o disposto nos § 2º e § 3º
deste artigo e no caput do art. 64 e, caso sejam adotadas as medidas de
controle previstas na legislação trabalhista que eliminem a nocividade, será
descaracterizada a efetiva exposição. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)

o Quantitativos: ultrapassa os limites de tolerância.

TABELA 1 – EXERCÍCIO DE MAIS DE UMA ATIVIDADE ESPECIAL

(Mais comum → Conversão de tempo especial para comum)

TEMPO A CONVERTER PARA 15 ANOS PARA 20 ANOS PARA 25 ANOS

DE 15 ANOS 1,33 1,67

DE 20 ANOS 0,75 - 1,25

DE 25 ANOS 0,60 0,80

Exemplo prático: José trabalhou 10 anos em uma atividade que lhe garantia aposentadoria
especial com 20 anos. Depois trabalhou em atividade que lhe garantia aposentadoria especial
com 25 anos.
Então converte-se o tempo de 16 anos na faixa de 20 para a faixa de 25, multiplicando-se por
1,25: resultado 20 ou seja, precisa trabalhar mais 5 anos para se aposentar especialmente na
atividade que desempenha atualmente.

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TABELA 2 – CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM – CUIDADO - NESTE CASO
A APOSENTADORIA QUE SERÁ CONCEDIDA É A POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E NÃO A
ESPECIAL

TEMPO A CONVERTER MULHER (PARA 30 ANOS) HOMEM (PARA 35 ANOS)


DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

Exemplo: Joaquim trabalhou 15 anos em atividade especial, que lhe garantia a aposentadoria
após 25 anos. Depois disso passou a exercer atividade comum.
Para converter o tempo especial em tempo comum, multiplicamos o tempo trabalhado, 15 anos,
por 1,40. Atingimos, então, o tempo de 21 anos. Nesse caso, Joaquim terá que trabalhar mais
14 anos em atividade comum para se aposentar com 35 anos de contribuição (sem a conversão,
deveria trabalhar mais 20 anos);

⮚ JURISPRUDÊNCIA:

● ARE 664.335 = EPI comprovadamente eficaz afasta o direito à aposentadoria especial →


Ruído – ônus da prova

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.


FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI COMO
FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.
RELEVÂNCIA DA MATÉRIA E TRANSCENDÊNCIA DE INTERESSES.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.
(STF - ARE: 664335 SC, Relator: LUIZ FUX, Data de Julgamento: 14/06/2012,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: 07/06/2013)

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● RESP 1.306.113-SC = STJ reconhece a eletricidade é considerada para fins de
aposentadoria especial;

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO


STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ATIVIDADE
ESPECIAL. AGENTE ELETRICIDADE. SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997
(ANEXO IV). ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES
NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS NÃO
PREVISTOS. REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. SUPORTE TÉCNICO
MÉDICO E JURÍDICO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM
INTERMITENTE (ART. 57, § 3º, DA LEI 8.213/1991). 1. Trata-se de Recurso
Especial interposto pela autarquia previdenciária com o escopo de
prevalecer a tese de que a supressão do agente eletricidade do rol de agentes
nocivos pelo Decreto 2.172/1997 (Anexo IV) culmina na impossibilidade de
configuração como tempo especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) de tal
hipótese a partir da vigência do citado ato normativo. 2. À luz da
interpretação sistemática, as normas regulamentadoras que estabelecem os
casos de agentes e atividades nocivos à saúde do trabalhador são
exemplificativas, podendo ser tido como distinto o labor que a técnica
médica e a legislação correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro,
desde que o trabalho seja permanente, não ocasional, nem intermitente, em
condições especiais (art. 57, § 3º, da Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ. 3.
No caso concreto, o Tribunal de origem embasou-se em elementos técnicos
(laudo pericial) e na legislação trabalhista para reputar como especial o
trabalho exercido pelo recorrido, por consequência da exposição habitual à
eletricidade, o que está de acordo com o entendimento fixado pelo STJ. 4.
Recurso Especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C
do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
(STJ - REsp: 1306113 SC 2012/0035798-8, Relator: Ministro HERMAN
BENJAMIN, Data de Julgamento: 14/11/2012, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJe 07/03/2013)

● RESP 1.410.057 – 11.12.2017 → vigilante tem direito à aposentadoria especial

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGILANTE.


SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997. ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991.
ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO.
AGENTES PREJUDICIAIS NÃO PREVISTOS. REQUISITOS PARA
CARACTERIZAÇÃO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM
INTERMITENTE (ART. 57, § 3o., DA LEI 8.213/1991). ENTENDIMENTO EM
HARMONIA COM A ORIENTAÇÃO FIXADA NA TNU. RECURSO ESPECIAL DO
INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Não se desconhece que a
periculosidade não está expressamente prevista nos Decretos 2.172/1997 e
3.048/1999, o que à primeira vista, levaria ao entendimento de que está
excluída da legislação a aposentadoria especial pela via da periculosidade. 2.
Contudo, o art. 57 da Lei 8.213/1991 assegura expressamente o direito à
aposentadoria especial ao Segurado que exerça sua atividade em condições
que coloquem em risco a sua saúde ou a sua integridade física, nos termos
dos arts. 201, § 1o. e 202, II da Constituição Federal. 3. Assim, o fato de os
decretos não mais contemplarem os agentes perigosos não significa que não

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seja mais possível o reconhecimento da especialidade da atividade, já que
todo o ordenamento jurídico, hierarquicamente superior, traz a garantia de
proteção à integridade física do trabalhador. 4. Corroborando tal assertiva, a
Primeira Seção desta Corte, no julgamento do 1.306.113/SC, fixou a
orientação de que a despeito da supressão do agente eletricidade pelo
Decreto 2.172/1997, é possível o reconhecimento da especialidade da
atividade submetida a tal agente perigoso, desde que comprovada a
exposição do trabalhador de forma permanente, não ocasional, nem
intermitente. 5. Seguindo essa mesma orientação, é possível reconhecer a
possibilidade de caracterização da atividade de vigilante como especial, com
ou sem o uso de arma de fogo, mesmo após 5.3.1997, desde que
comprovada a exposição do trabalhador à atividade nociva, de forma
permanente, não ocasional, nem intermitente. 6. No caso dos autos, as
instâncias ordinárias, soberanas na análise fático-probatória dos autos,
concluíram que as provas carreadas aos autos, especialmente o PPP,
comprovam a permanente exposição à atividade nociva, o que garante o
reconhecimento da atividade especial. 7. Recurso Especial do INSS a que se
nega provimento.
(STJ - REsp: 1410057 RN 2013/0342505-2, Relator: Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 30/11/2017, T1 - PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJe 11/12/2017 RSTJ vol. 249 p. 347)

● STJ – Tema 1031 - É possível o reconhecimento da especialidade da atividade de


Vigilante, mesmo após EC 103/2019, com ou sem o uso de arma de fogo, em data
posterior à Lei 9.032/1995 e ao Decreto 2.172/1997, desde que haja a comprovação da
efetiva nocividade da atividade, por qualquer meio de prova até 5.3.1997, momento
em que se passa a exigir apresentação de laudo técnico ou elemento material
equivalente, para comprovar a permanente, não ocasional nem intermitente,
exposição à atividade nociva, que coloque em risco a integridade física do Segurado.
(MATÉRIA ESTÁ NO STF – TEMA 1209)

● Tema 278 – TNU “ I - O(A) segurado(a) que trabalhava sob condições especiais e
passou, sob qualquer condição, para regime previdenciário diverso, tem direito à
expedição de certidão desse tempo identificado como especial, discriminado de data
a data, ficando a conversão em comum e a contagem recíproca à critério do regime de
destino, nos termos do art. 96, IX, da Lei n.º 8.213/1991; II - Na contagem recíproca
entre o Regime Geral da Previdência Social - RGPS e o Regime Próprio da União, é
possível a conversão de tempo especial em comum, cumprido até o advento da EC n.º
103/2019”.

● EC 120/22 – APOSENTADORIA ESPECIAL DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E


DOS AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS. → em função da pandemia

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● Tema 1018 – STJ:

Tema Repetitivo 1018


Questão submetida a julgamento: Possibilidade de, em fase de
Cumprimento de Sentença, o segurado do Regime Geral de Previdência
Social receber parcelas pretéritas de aposentadoria concedida judicialmente
até a data inicial de aposentadoria concedida administrativamente pelo INSS
enquanto pendente a mesma ação judicial, com implantação administrativa
definitiva dessa última por ser mais vantajosa, sob o enfoque do artigo 18, §
2º, da Lei 8.213/1991.
Tese Firmada: O Segurado tem direito de opção pelo benefício mais
vantajoso concedido administrativamente, no curso de ação judicial em que
se reconheceu benefício menos vantajoso. Em cumprimento de sentença, o
segurado possui o direito à manutenção do benefício previdenciário
concedido administrativamente no curso da ação judicial e,
concomitantemente, à execução das parcelas do benefício reconhecido na
via judicial, limitadas à data de implantação daquele conferido na via
administrativa.

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