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APOSENTADORIA ESPECIAL

É espécie de aposentadoria por tempo de contribuição devida ao segurado que tiver


trabalhado em condições especiais que acarretem o prejuízo de sua saúde ou integridade
física.
A Lei 8213/91, em seu art. 57, alterada pela lei 9032/95, estabeleceu os seguintes
requisitos:
I. Carência de 180 contribuições mensais observada a regra de transição do art.
142.
II. 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade profissional.
III. Manteve a contagem do tempo de especial para comum.
IV. 100% do valor do salário benefício (media das contribuições).
V. Comprovação do tempo de trabalho permanente (não ocasional).
VI. Comprovação de exposição a agentes nocivos – químicos, físicos ou
biológicos – à saúde ou a integridade física.
VII. Veda a permanência em exercício de atividade especial àquele que aposentar
especial.

A Lei 9528/97 trouxe as seguintes alterações:


a. Relação de agentes nocivos disciplinada por regulamento.
b. Comprovação da exposição através de PPP’s.
A partir deste momento não se fala de aposentadoria especial somente por
enquadramento em categoria profissional, sendo necessária a efetiva comprovação de
exposição a agentes nocivos.
Relação de agentes nocivos:
O rol dos agentes nocivos estão estampados nos decretos:
53.831/64
83.080/79
Contudo, o rol é meramente exemplificativo, podendo existir labores que não estão
previstos mas que serão enquadrados por analogia. Ex. torneiro mecânico em razão do
serralheiro.
Os mais comuns são o calor, ruído, hidrocarbonetos aromáticos (gasolina, solvente,
tinta, thinner, verniz, etc).

Ocorre que a reforma da previdência alterou profundamente as regras da aposentadoria


especial.
A primeira modificação consiste na impossibilidade do segurado realizar a conversão do
período laborado em atividades nocivas em período comum (para tempo de
contribuição). Assim, quem trabalhou em atividades especiais até 13/11/2019, data de
entrada em vigor da reforma, poderá converter, a partir deste dia não.
Ainda, é certo que após a reforma, passaram a existir duas formas de conseguir a
aposentadoria especial.

A primeira delas, é a regra de transição, que abrange os segurados que trabalhavam em


atividades especiais antes da reforma, sendo neste caso necessário cumprir:
 66 pontos (soma da idade com o tempo de contribuição, incluindo meses e dias)
+ 15 anos de atividade especial, para as atividades de alto risco;
 76 pontos + 20 anos de atividade especial, para as atividades de médio risco;
 86 pontos + 25 anos de atividade especial, para as atividades de baixo risco.
Por exemplo:
Guilherme tem em 2019 40 anos e iria se aposentar em 2022 com uma aposentadoria
especial por risco baixo (exposição a ruído).
Com esta regra de transição, ele só atinge os requisitos da aposentadoria especial em
2031 (9 anos depois).
Este é o impacto na vida de quem estava perto de se aposentar.
O que o segurado deve fazer então?
1. Verificar se não tem benefícios melhores ou que cheguem antes.
2. Analisar se não é possível reconhecer algum período antes da Reforma e se
aposentar com direito adquirido.
3. Esperar.

A segunda se aplica aos segurados que começaram a trabalhar após a reforma, neste
caso é preciso cumprir uma idade mínima, além do tempo de atividade especial. Para se
aposentar, você precisa de:
 55 anos de idade + 15 anos de atividade especial, para as atividades de alto
risco;
 58 anos de idade + 20 anos de atividade especial, para as atividades de médio
risco;
 60 anos de idade + 25 anos de atividade especial, para as atividades de baixo
risco.
Como a Regra de Transição anterior, os requisitos para a Aposentadoria Especial são
cruéis. Além de 25 anos de atividade especial, você precisa cumprir 60 anos de idade.
Imagine alguém que começou a trabalhar sujeito a frio intenso com 23 anos de idade.
Com as regras antes da Reforma, ele ia conseguir se aposentar com 48 anos de idade,
após 25 anos de atividade especial.
Agora ele vai precisar ter 60 anos de idade para se aposentar. São mais mais 12 anos,
um total de 37 anos de atividade especial. Isso é muito tempo!

Outra questão importante com a reforma da previdência, é a alteração dos valores pagos
na aposentadoria especial, sendo que, aqueles que forem receber o benefício após a
entrada em vigor, estarão sujeitos às seguintes regras:
 será feita a média de todos os seus salários, a partir de julho de 1994 ou de
quando você começou a contribuir;
 desta média você receberá 60% + 2% ao ano acima de 20 anos de atividade
especial para os homens e acima de 15 anos de atividade especial para as
mulheres;
 para quem trabalha em minas subterrâneas, o acréscimo de 2% ao ano de
atividade especial será acima de 15 anos de atividade especial para os homens e
mulheres.

Exemplificando, o Josuel trabalhou exposto a ruído por 28 anos.


Calculando com as novas regras da Reforma: a média de todos os salários dela foi de R$
4.100,00. O valor que ela vai receber será de 60% + 26% (2% x 13 anos de atividade
especial) = 86% de R$ 4.100,00. Isto é, ela receberá R$ 3.526,00 de aposentadoria
especial.

APOSENTADORIA POR IDADE

A aposentadoria por idade, traz em sua gênese a proteção do risco social, em razão da
perda da força produtiva do indivíduo em razão da idade, de tal sorte que vem o Estado
acobertar aqueles que em razão da idade avançada não mais guardam em sim o vigor
necessários para o enfrentamento que o trabalho muitas vezes exige. Tem por fim ainda
garantir ao indivíduo uma velhice com dignidade, impedindo que assim como escravos
trabalhem até a morte, que possam ter o merecido descanso e reconhecimento pela sua
contribuição na prosperidade do Estado, assim tem em si a aposentadoria por idade
latente proteção ao risco social, prova é que diante da penosidade conhecida do
trabalho no campo na busca de poupar o cidadão e preservar-lhe a dignidade entendeu
o Legislador por justo a redução de cinco anos do requisito da idade mínima pois o
trabalho do campo exige um vigor distinto daquele urbano.

Previsão legal – art. 201, §7º, II da CF.


“É assegurada a aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da Lei
aqueles que completarem 65 anos se homem e 60 anos se mulher reduzindo em 5 anos
esse requisito quando se tratar de trabalhadores rurais em regime de economia familiar,
o produtor rural, o garimpeiro, e o pescador artesanal”.

A matéria é regulamentada pelos artigos 48 e seguintes da Lei 8.213/91.

Assim, percebe-se que existem regras diferenciadas para os trabalhadores urbanos e os


rurais. Vejamos:
Trabalhador urbano:
Quem pode utilizar esse serviço?
 O trabalhador urbano com idade mínima: 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher);
 Pessoa com tempo mínimo de 180 meses de contribuição.
Carência:
 Ingresso após a Lei 8213/91 - Deverão comprovar concomitantemente o
preenchimento da carência mínima de 15 anos (180 contribuições).
 Ingresso anterior à Lei 8213/91 - Deverão observar a tabela do artigo 142 da Lei
8.213/91 para fins de carência considerando a data de aniversário do segurado.
Nossa Jurisprudência já firmou entendimento de que a carência a ser cumprida é aquele
apontada na tabela quando completado o requisito idade, e não a da data de entrada de
requerimento de concessão do benefício.
Exemplos: se o segurado completou 65 anos em 2004 a carência mínima seria 138
meses, supondo que em 2004 contava o segurado apenas com 102 contribuições, poderá
requerer o benefício em 2006 quando completadas as 138 contribuições, mesmo que
para 2006 a carência seja 150 meses, pois como dito o que se leva em consideração é a
data em que preencheu o requisito idade mínima e como o preenchimento não precisa
ser concomitante, independentemente da data em que for requerido a carência será
sempre a da idade mínima, para os demais segurados ingressos após a Lei 8.213/91 a
carência será sempre 180 meses.
Com a reforma da previdência algumas alterações ocorreram, a Reforma veio e
aumentou a idade mínima para as mulheres e o tempo de contribuição (e não mais
carência) para os homens.
Agora, se você começar a trabalhar depois da reforma, serão necessários, para poder se
aposentar por idade, os seguintes requisitos:
 65 anos de idade para o homem ou 62 anos de idade para as mulheres
 20 anos de tempo de contribuição para o homem ou 15 anos de contribuição
para a mulher
Caso você não tivesse cumprido o tempo mínimo até a reforma da previdência, você
entrará para a regra de transição, que tem como requisito:
 65 anos de idade e 15 anos de tempo de contribuição + 6 meses por ano, a partir
de 2020, até chegar em 20 anos de contribuição, lá em 2029, para os homens
 60 anos de idade + 6 meses por ano, a partir de 2020, até chegar em 62 anos de
idade, lá em 2023, e 15 anos de contribuição para as mulheres

Trabalhador Rural:
É o benefício devido ao cidadão que comprovar o mínimo de 180 meses trabalhados na
atividade rural, além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher.
O segurado especial (agricultor familiar, pescador artesanal e indígena) para solicitar a
aposentadoria por idade e ser beneficiado com a redução de idade para trabalhador rural
deve estar exercendo a atividade na condição de segurado especial (ou seja, rural)
quando fizer a solicitação ou quando implementar as condições para o recebimento do
benefício.
Os empregados, contribuintes individuais e trabalhadores avulsos rurais também têm
direito à redução da idade mínima exigida para a aposentadoria por idade, se todo o
tempo de contribuição realizado for na condição de trabalhador rural.
Caso não comprove o tempo mínimo de trabalho necessário como segurado especial, o
trabalhador poderá solicitar o benefício com a mesma idade do trabalhador urbano,
somando o tempo de trabalho como segurado especial (rural) ao tempo de trabalho
urbano.
O trabalhador rural deverá comprovar, no ato do requerimento administrativo, o
exercício da atividade rural ainda que de forma descontinua em período imediatamente
anterior à data do requerimento administrativo de aposentadoria.
Ocorre que a lei não disciplina o que seria imediatamente anterior, sendo que nossa
Jurisprudência tem nesses termos considerando para fins de preenchimento deste
requisito um máximo de 36 meses, o que equivaleria ao período de graça máximo da
previdência Social, entre o fim da atividade e a perda da qualidade de segurado.

Valor do benefício:
O valor do beneficio constituirá numa renda mensal de 70% da média da Renda mensal
Inicial, mais 1% para cada ano de contribuição limitado em a 100%.
Com a reforma, o calculo do beneficio mudou, consistindo na média todos os salários (e
não mais os 80% maiores salários), e o que você ganhará é 60% dessa média + 2% por
ano que ultrapassar 20 anos de tempo de contribuição para os homens ou 15 anos de
tempo de contribuição para as mulheres.
Isto é, você precisará de 40 anos, se for homem, ou 35 anos, se for mulher, de tempo de
contribuição para receber a aposentadoria integral.

A data início de contagem para recebimento do beneficio aposentaria por idade, será:
Da data do desligamento da empresa, quanto entre o desligamento e o requerimento de
beneficio não tiver decorrido mais de 90 dias, ou quando decorridos, da data de entrada
do requerimento administrativo,

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