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TRABALHO DE PESQUISA

25 out 2022

TEMA: APOSENTADORIA POR IDADE – O DESCARTE DE SALÁRIOS – O


MILAGRE DA CONTRIBUIÇÃO ÚNICA

PROF. Daniel

Aluno: Edimar Mendes da Silva – RA 2018025636 – 10º Sem. Manhã

Introdução

Os pedidos de aposentadoria por idade em 2019 dispararam chegando a


115% somente nos primeiros três meses do ano em que ocorreu a reforma da
previdência. Esses dados demonstram a preocupação do trabalhador com a
Reforma da Previdência. A Reforma da Previdência entrou em vigor na data
de publicação da Emenda Constitucional nº 103 no Diário Oficial da União,
em 13 de novembro de 2019. As novas regras valem para segurados do
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e do Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS) da União. Sabendo que o RGPS é destinado aos
servidores públicos efetivo e o RPPS que é destinado aos demais
trabalhadores. A contribuição é mensal e obrigatória para todos aqueles que
exercem atividade remunerada.

O que é aposentadoria por idade?


A aposentadoria por idade é um benefício garantido para os trabalhadores que
atingiram uma determinada idade somada ao número de carência mínima de 180
contribuições. Os trabalhadores que podem solicitar esse benefício eles são divididos
em quatro (04) categorias:
a) O segurado contribuinte individual. Que é aquele que não possui vínculo
empregatício;
b) Os segurados especiais, que podem se incluir aqui: (a) os trabalhadores
rurais que exercem atividade em regime de economia familiar; (b)
seringueiros ou artesões;
c) Os segurados avulsos que são aqueles que podem prestar atividade para
uma empresa, sejam no meio urbano ou, então seja, uma atividade rural,
mas, que não tem vínculo empregatício;
d) E por fim, os segurados empregados que podem ser os trabalhadores
rurais ou os trabalhadores urbanos.

Mudanças da aposentadoria por idade


Com a reforma da previdência a aposentadoria por idade teve três grandes
mudanças, mas, é importante dizer que essas mudanças somente atingem aqueles que
passaram a contribuir após a vigência da reforma da previdência.
As mulheres foram as principais atingidas na aposentadoria por idade. Por que? A
idade mínima passou de 60 anos para 62 anos. Quanto aos homens a idade mínima
continuou sendo de 65 anos.
O que mudou também foi o quesito da contribuição, porque até então a
aposentadoria por idade considerava a carência e agora passa a ser considerado o
tempo de contribuição. Por exemplo, imagine um trabalhador que tenha trabalhado
de 05/05/2019 até 10/05/2019, ou seja, em nosso exemplo essa pessoa 5 dias de
tempo de contribuição, mas, esses 5 dias em carência significa na verdade um (01) mês
de carência.
E com a reforma o tempo de contribuição mudou da seguinte forma: São
necessários 20 anos de contribuição para os homens que significa que foram
acrescidos 5 anos e para as mulheres permaneceram 15 anos, mas, ao invés de
carência, será computado 15 anos de tempo de contribuição.
A terceira mudança ocorreu no modo do cálculo desse benefício. Antes da
Reforma o valor do cálculo era feito a partir de 100% da média das contribuições. Após
a Reforma o cálculo passa a ser feito a partir de 60% da média das contribuições,
aumentando 2% a cada ano que exceder os 20 anos de contribuição, para os homens.
E para as mulheres também haverá esse aumento de 2% a cada ano que ultrapassar os
15 anos de contribuição. Lembrando que tanto para o homem quanto para a mulher o
limite máximo é o 100%.
Na prática imagine um trabalhador que começou a contribuir com o INSS após a
reforma da previdência. Imagine que ele tenha alcançado 35 anos de contribuição,
com isso, a média de todos os salários dessa pessoa por exemplo tenha ficado em R$
1.500,00 (mil e quinhentos reais). Agora imagine que ele tenha entrado com o pedido
de aposentadoria por idade e que o cálculo tenha ficado assim: 60% que corresponde a
média somados a 30% referente a esses 15 anos a mais que ele contribuiu. Lembrando
que o mínimo é 20 anos de contribuição. Isso significa dizer que esse trabalhador vai
receber apenas 90% da média calculada no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos
reais), ou seja, o benefício dele vai cair para o valor de R$ 1.350,00 (mil trezentos e
cinquenta reais). O resultado é uma perda de pelo menos R$ 150,00 (cento e
cinquenta reais).

Aposentadoria da pessoa com deficiência e rural


É bom também mencionarmos a aposentadoria por idade da pessoa com
deficiência, este é um benefício concedido a todos os brasileiros que possuam mais de
60 anos se for o homem e mais de 55 anos se for mulher. Obedecendo o requisito de
180 meses de carência e comprovar algum tipo de deficiência. Esse benefício ele não
sofreu nenhuma alteração com a reforma da previdência. Outra categoria que também
não sofreu com a reforma foi a aposentadoria por idade do trabalhador rural. Sendo os
mesmos requisitos 60 anos se for o homem e mais de 55 anos se for mulher e mais 180
meses de carência.

Documentos para pedir aposentadoria por idade


Em relação aos documentos para solicitar o benefício, são necessários: RG e CPF;
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); Carnê de contribuição e outros
documentos hábeis para comprovar a quitação das parcelas no INSS.

É possível cumular aposentadorias?


É importante dizer que a cumulação de benefícios com a aposentadoria por
idade, não escapou das mudanças que a reforma trouxe. Esse direito continua valendo,
mas, ou você vai receber o benefício que for mais vantajoso, ou a pessoa vai receber
os dois, recebendo apenas uma porcentagem desse segundo benefício. Por exemplo:
80% do valor sobre um benefício igual ou inferior ao valor de um salário mínimo. 60%
se o benefício for maior que um salário mínimo e se for menor que dois salários
mínimos. 40% do benefício que passar de dois salários mínimos, mas, não ultrapassar à
três salários mínimos e 20% do benefício se ele for maior que três salários mínimos e
não ultrapassar à quatro salários mínimos. E por fim, caso esse benefício supere quatro
salários mínimos, a pessoa receberá apenas 10% referente à esse valor.
Essas são regras que se aplicam apenas aos trabalhadores que passaram a
contribuir, após, a vigência da reforma da previdência. Se você já fechou os requisitos
pra se aposentar por idade você possui direito adquirido.

O descarte de Salário
Com a reforma da previdência houveram também mudanças positivas, como é o
caso do chamado de descarte de salários ou, então, a regra da melhor RMI (Renda
Mensal Inicial), ou seja, é o valor de aposentadoria que o segurado recebe a partir do
momento em que se aposenta. A reforma trouxe a seguinte previsão:
O § 6º do artigo 26 estabeleceu que “poderão ser excluídas da média as
contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o
tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para
qualquer finalidade”.
Diferentemente como ocorria antes da reforma, vai poder ser descartado desde
que mantenha o tempo mínimo de contribuição. E por que isso? Quando falamos em
descarte de contribuições, é exatamente isso mesmo, descartar, jogar fora, não
considerar para mais nada. Inclusive, se é feito o descarte a pessoa não poderá
aproveitar esse período para poder utilizar em outro regime. A partir do momento que
é feito o descarte, isso significa dizer que você está descartando o salário, aquele mês
ou aquele período de contribuição e também a carência.
O descarte de contribuições é a possibilidade de retirar do seu cálculo as
contribuições mais baixas, que diminuem a média contributiva. Estas contribuições
devem ser posteriores a julho de 1994, e você precisa ter mais de 15 anos “sobrando”
para conseguir aposentar-se. Como exemplo eu vou citar o senhor José, que possui 18
anos de contribuição. Destes 18 anos contribuídos ele poderá descartar 36
contribuições posteriores a julho de 1994 que estão diminuindo a sua média
contributiva. Ocorre que isso se deu até 05 de maio de 2022, onde a Lei 14.331/22
trouxe o divisor mínimo de 108 meses.

O que é o mínimo divisor de aposentadoria?


É o número mínimo de meses utilizados na sua média de cálculo da
aposentadoria. Ele evita que haja uma desproporção nos valores contribuídos e o valor
da aposentadoria a ser recebida. Antes da reforma da previdência, a Lei 9.876/99
estipulava que ele deveria ser de 60% o número de meses entre julho de 1994 e o mês
anterior ao seu pedido de aposentadoria do INSS. Exemplo: você pediu sua
aposentadoria 200 meses após julho de 1994, o número mínimo a ser utilizado na
divisão da média seriam 120 meses (60% de 200). Se você contribuiu por 100 meses,
na média a divisão não seria por 100 e sim por 120. Após a reforma de a previdência
estar em vigência, o divisor mínimo caiu, o que trouxe o “milagre da contribuição
única”, porém, a Lei 14.331/22 de 05 de maio de 2022 passou a estipular um divisor
mínimo de 108 meses para todos os casos.

O que é o milagre da única contribuição?


É a possibilidade de com apenas uma contribuição o segurado obter uma
aposentadoria de 60% o teto do INSS, após a reforma da previdência. O teto hoje do
INSS está em R$ 7.087,22, portanto a aposentadoria com apenas uma contribuição
seria de R$ 4.525,33.
Importante:
a) Você precisaria ter 15 anos de contribuições anteriores a julho de 1994
(180 meses);
b) A contribuição no teto ser anterior a 05 de maio de 2022 (Lei
14.331/2022);
c) Pode ter mais de uma contribuição após julho de 1994, pois elas podem
ser descartadas;
d) Tomem muito cuidado com a ação, pois necessita de análise documental
e cálculo, fazendo um planejamento previdenciário. Em alguns casos os
2% a mais para cada ano contribuído podem ser vantajosos, são exceções,
mas existem.
Contribuinte individual
A contribuição deve ser paga na condição de contribuinte individual se o
contribuinte exercer atividade profissional remunerada por conta própria
(como autônomo). Se o autônomo não possuir CNPJ, deve recolher a sua contribuição
pelo Sistema de Acréscimos Legais (SAL) da Receita Federal. E a Guia da Previdência
Social (GPS) deve ser emitida com o código 1007 (alíquota de 20%). Caso possua CNPJ,
a contribuição deve ser descontada do seu pró-labore com alíquota de 11%. No caso
do prestador de serviço para pessoa jurídica, a contribuição de 11% deve ser
descontada no Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). E, no caso do MEI, deve ser
paga também a complementação de 15%.

Contribuinte facultativo
Já o contribuinte facultativo é aquele que não exerce atividade remunerada, não
está vinculado a nenhum Regime de Previdência Social e quer pagar o INSS por conta
própria. O contribuinte facultativo também deve recolher a sua contribuição pelo
Sistema de Acréscimos Legais (SAL) da Receita Federal. E a Guia da Previdência Social
(GPS) deve ser emitida com o código 1406 (alíquota de 20%).

Empregado e trabalhador avulso


No caso do empregado e do trabalhador avulso, a contribuição deve ser
descontada, recolhida e paga pela empresa contratante. Portanto, o “controle” do
contribuinte é bem menor neste caso. E a contribuição só será feita sobre o teto do
INSS, se a remuneração for igual ou superior ao teto do INSS. Mas, a depender da sua
profissão, é possível definir estratégias para realizar esta contribuição.

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