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PREVIDÊNCIA SOCIAL

A legislação previdenciária brasileira em vigor está estabelecida na


Constituição Federal de 1988 (CF/1988), que recebeu quatro emendas desde
então. Além disto, três leis recentes a complementam. Ressalta-se que os
direitos relativos à previdência social podem ser considerados direitos sociais
fundamentais que têm adquirido uma força normativa crescente e atingiram o
seu mais alto grau nessa Constituição (Nolasco, 2012). A previdência social foi
inserida em um sistema de proteção social mais amplo.
Esta, conjuntamente com a saúde e a assistência social, compõe o sistema de
seguridade social, conforme estabelece o art. 194 do capítulo da CF/1988, que
trata da seguridade social.
A década de 1980 foi marcada pela promulgação da nova Constituição Federal,
que mostrou uma grande preocupação com as questões sociais. Uma dessas
preocupações foi a de proteger os trabalhadores do setor privado de eventuais
violações de direitos, o que fez com que muitas medidas previdenciárias
passassem a fazer parte dessa nova legislação constitucional. A CF/1988
introduziu um conceito mais inclusivo de seguridade social, que consiste em
um conjunto de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade,
destinado a assegurar o direito à saúde, à previdência social e à assistência
social (art. 194 e art. 201).
O texto legal estabeleceu como princípios básicos a universalização da
cobertura e do atendimento; a equivalência de benefícios urbanos e rurais; a
seletividade na concessão; a irredutibilidade do valor das prestações
previdenciárias; a equanimidade no custeio; a diversificação da base de
financiamento; a descentralização e a participação da comunidade, de
trabalhadores, empregadores e aposentados na gestão; a fixação do benefício
mínimo que substitui o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho em
um salário mínimo.
Foi estabelecido um orçamento único em todo o sistema de seguridade para o
financiamento das ações em saúde, previdência e assistência, cuja provisão
advém das contribuições sobre os salários, os lucros das loterias, o
faturamento (PIS – Programa de Integração Social/ Cofins – Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social), os lucros das empresas e as receitas
da União.
Chama-se a atenção para as diferenças entre os conceitos de assistência e
previdência social. Enquanto a primeira é financiada pelo governo, por meio
dos tributos pagos pela sociedade, a segunda consiste em um seguro de
contribuição mútua para que haja o recebimento, pelo segurado, de um
benefício no futuro. Segundo o art. 201 da CF/1988, “a previdência social será
organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”
(Brasil, 1988). Ou seja, a previdência social consiste em uma poupança
forçada, imposta ao cidadão para que este possua condições financeiras para
manter a sua capacidade de consumo quando não mais possuir capacidade
para trabalhar.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar
a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
(Revogado)
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas
contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas
vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado
o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com
a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários
e aposentados.
(Revogado)
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

O que a Constituição fala sobre Previdência Social?


Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e desta Lei,
mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e de contribuições sociais.
O sistema de proteção social é baseado em três pilares
principais: saúde, previdência e assistência social.
Ele prevê que o Estado empreenda um conjunto de ações, de maneira
integrada com a sociedade, com a finalidade de garantir que os cidadãos mais
vulneráveis tenham seus direitos básicos assegurados. Confira a que se refere
cada um desses pilares:
 Saúde: de acordo com a Constituição, a saúde é um direito universal e
deve ser garantida à toda a população do país. É dever do Estado
financiar o Sistema Único de Saúde (SUS);
 Assistência Social: esse pilar do sistema de proteção social se
relaciona com outras necessidades básicas do indivíduo como proteção
à infância, à adolescência, à velhice, à pessoa portadora de deficiência,
à maternidade e à família. Aqui é prevista a participação da população
na formulação de políticas públicas e controle das ações realizadas;
 Previdência social: concessão de seguro social para que o indivíduo
tenha sua renda assegurada quando não puder mais trabalhar, ou seja,
em casos de alcance do tempo mínimo de contribuição, doença,
invalidez, desemprego, maternidade, entre outros.
De acordo com o sistema de proteção social brasileiro, o governo ainda é o
ente responsável por gerir programas de transferência de renda.

PROVA SABER DISCORRER 3 DESSES TÓPICOS


ABAIXO
 Reforma previdenciária.
 Idade e tempo de contribuição:
Então, após a reforma, para se aposentar por idade, o contribuinte deve:
 Se homem:
o Ter 65 anos de idade e 15 anos de contribuição ao RGPS ou
o Pontuar 99 pelo sistema de pontos.
o 180 meses de carência. (não são 15 anos, são 180 meses)
 Se mulher:
o Ter 61,5 anos de idade e 15 anos de contribuição ao RGPS ou
o Pontuar 89 pelo sistema de pontos.
o 180 meses de carência. (não são 15 anos, são 180 meses)
 Aposentadoria especial
O benefício da aposentadoria especial é concedido a trabalhadores que são
expostos a condições específicas de trabalho.
É o caso, por exemplo, de quem atua com agentes químicos, físicos ou
biológicos e/ou em condições que são prejudiciais à saúde.
O contribuinte que trabalhava nessas condições poderia se aposentar desta
forma:
 Tempo mínimo de contribuição: 15, 20 ou 25 anos, de acordo com o
fator de risco da atividade
 Idade mínima: sem idade mínima.
Após a Emenda 103/2019, no entanto, a aposentadoria especial tem as
seguintes exigências:
 Tempo mínimo de contribuição: 15, 20 ou 25 anos, de acordo com o
fator de risco da atividade
o 15 anos de exposição + 55 anos de idade em atividades de alto
risco
o 20 anos de exposição + 58 anos de idade em atividades de risco
médio
o 25 anos de exposição + 60 anos de idade em atividades de baixo
risco.
Existe a regra de transição de pontos, onde a somatória da idade mais o tempo
de contribuição deve somar 86 pontos, com o mínimo de 25 anos trabalhados
em atividade especial.
Além disso, o cálculo do valor do benefício mudou.
Antes, o INSS utilizava apenas as 80% maiores contribuições para descobrir o
valor da aposentadoria especial.
Agora, o órgão usa 100% dos valores pagos para calcular o benefício.

 Pensão por morte


A pensão por morte é um benefício concedido pelo INSS aos dependentes do
aposentado que venha a falecer ou que tenha a morte decretada pela Justiça – como
acontece no caso de desaparecimento do filiado.
Assim, ela é destinada aos seguintes dependentes do trabalhador urbano falecido:
 Cônjuge ou companheiro de união estável
 Filhos e equiparados menores de 21 anos de idade
 Filhos e equiparados, de qualquer idade, na condição de invalidez ou
deficiência
 Pais em situação de dependência econômica
 Irmãos, menores de 21 anos, em situação de dependência econômica
 Irmãos, de qualquer idade, em situação de dependência econômica e na
condição de invalidez ou deficiência.
Com a Reforma da Previdência, houve uma mudança considerável no cálculo da
pensão por morte.
Antes, os dependentes recebiam 100% da aposentadoria do falecido.
Estas regras valem para os pensionistas da iniciativa pública e privada.
A partir de agora, o benefício será pago da seguinte forma:
 50% do valor calculado da pensão;
 +10% por dependente, até o limite de 100% para cinco ou mais dependentes.
Para ficar mais claro, preparei uma tabela sobre o pagamento desse benefício.
Entenda:

Quantidade de Dependentes Porcentagem que os dependentes terão direito

1 60%

2 70%

3 80%

4 90%

5 100% (limite)

6 100%

… 100%

Por exemplo: imagine que o valor calculado para a pensão por morte para uma família
de 3 dependentes seja de R$ 4.000,00.
Como são 3 dependentes, eles terão direito a 80% desse valor, ou seja R$ 3.200,00
no total, ou R$ 1.066,66 por pessoa.
Importante: o valor total pago aos dependentes não pode ser inferior a 1 salário-
mínimo. Caso seja, o valor que os dependentes vão receber será de 1 salário-mínimo.
Se a pensão por morte for a única fonte de renda da família, será garantido 1
salário-mínimo como valor de benefício.
Só para confirmar para você: quem já recebia pensão por morte antes da vigência da
Reforma, não terá seu benefício alterado.
 Aposentadoria por incapacidade permanente
Antigamente essa aposentadoria era chamada de “Aposentadoria por Invalidez” e
agora, com a Reforma da Previdência, recebe o nome de Aposentadoria por
Incapacidade permanente.
Preciso te avisar que a incapacidade do trabalhador é atestada através de um laudo
médico-pericial, constatando que ele não possui mais condições de continuar
trabalhando de forma total e permanente. 
Essa aposentadoria funciona assim: quando há algum tipo de doença que incapacite o
trabalhador para exercer suas atividades, ele entra com um requerimento de perícia
médica para comprovar essa incapacidade. 
Na perícia, o médico pode:
 atestar a incapacidade para o trabalho de forma temporária, sendo concedido o
auxílio-doença;
 atestar a incapacidade total e permanente para o trabalho, sendo concedida a
Aposentadoria por Incapacidade Permanente;
 atestar a capacidade laboral e o trabalhador deve retornar ao trabalho.
Há hipóteses em que o Auxílio-Doença pode ser convertido em Aposentadoria
por Incapacidade Permanente.
Esse caso acontece quando há o fim do período de auxílio-doença e há uma nova
perícia que atesta a incapacidade total e permanente.
Te expliquei de forma prática como funciona essa aposentadoria, agora vamos para as
regras necessárias…
Requisitos
Os homens e as mulheres precisam:
 cumprir carência mínima de 12 meses;
 estar contribuindo para o INSS no momento em que a doença incapacita o
trabalhador ou estar no período de graça de manutenção de qualidade
de segurado;
 ter incapacidade total e permanente para o trabalho. Isto é, a pessoa precisa
estar incapaz para o trabalho habitual e insuscetível de pode ser recuperar
para o exercício de suas atividades laborais.
Importante te dizer que o requisito da carência não é exigido quando o
trabalhador tiver as seguintes doenças:
 tuberculose ativa;
 hanseníase;
 alienação mental;
 esclerose múltipla;
 hepatopatia grave;
 neoplasia maligna (câncer);
 cegueira;
 paralisia irreversível e incapacitante;
 cardiopatia grave;
 doença de Parkinson;
 espondiloartrose anquilosante;
 nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
 síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS);
 contaminação por radiação, de acordo com uma análise médica especializada;
 incapacidade decorrente de acidente de qualquer natureza, acidente de
trabalho, doenças profissionais ou do trabalho.

 Aposentadoria híbrida
A aposentadoria híbrida é uma espécie de aposentadoria por idade, possuindo as
mesmas regras para quem vai se aposentar por idade na aposentadoria comum. Ou
seja, exige idade mínima de 65 anos para o homem e 62 anos para a mulher e
carência de 180 meses.
A diferença é que, na aposentadoria híbrida, é possível somar o período trabalhado na
zona rural com o período trabalhado na zona urbana para cumprir os requisitos do
benefício. O que é maravilhoso, visto que antigamente muitos trabalhadores foram
prejudicados por não poderem somar.
O tempo de trabalho rural pode ser computado para carência, nessa modalidade de
aposentadoria (por idade), sem a necessidade de recolhimento das contribuições.
Portanto, o período rural pode ajudar (e muito) o segurado que não completou os 15
anos de trabalho urbano, a conseguir se aposentar. 

Aposentadoria híbrida por tempo de contribuição


Na modalidade de aposentadoria por tempo de contribuição, onde o homem precisaria
de 35 anos de tempo de contribuição, e a mulher precisaria de 30 anos de tempo de
contribuição para se aposentar até 12/11/2019, também é possível somar o período de
trabalho rural ao urbano.
Ocorre, que nesse caso, tanto o homem quanto a mulher precisam comprovar as 180
contribuições a título de carência no âmbito urbano, seja por meio do pagamento de
carnê/guia de INSS, ou de Carteira Assinada, ou mesmo os dois. 
O tempo que faltar para completar os 35 ou 30 anos de tempo de contribuição, pode
ser completado pelo período de trabalho rural. Ultimamente tem-se considerado para
fins de aposentadoria, até mesmo o período rural anterior aos 12 anos de idade, desde
que comprovado o efetivo trabalho rural. 
O tempo rural exercido antes de 31/10/1991, não precisa ser indenizado ao INSS, ou
seja, o segurado não precisa fazer nenhum recolhimento para que seja considerado
na aposentadoria. Já o período posterior a esta data, precisam ser pagos
retroativamente para serem considerados na aposentadoria. Quem emite a Guia de
Recolhimento é o próprio INSS mediante a comprovação da atividade rural. 

Quem tem direito à aposentadoria híbrida por idade?


Têm direito à aposentadoria híbrida os segurados do INSS que exerceram atividade
urbana e rural e desejam somar estes tempos de trabalho para conseguir o benefício
previdenciário.
Importante destacar que a pessoa que trabalhou antes de 31/10/1991, pode ter o
tempo de lavoura acrescentado na sua aposentadoria, sem a necessidade de ter
contribuído para o INSS nesse período. Para tanto, o trabalhador deve ter laborado
como trabalhador rural, ou regime de economia familiar, para o seu próprio sustento,
sem finalidade de comércio ou turismo e sem empregados. Há exceções a essas
regras as quais devem ser analisadas caso a caso.
Para acrescentar o período de atividade rural ou de pesca artesanal no tempo de
contribuição, é possível considerar o trabalho realizado junto com os pais desde os 12
anos de idade (ou até mesmo antes disso), até a data que saiu da zona rural, seja
quando começou a trabalhar de carteira assinada, ou que se mudou para a zona
urbana. 
É preciso comprovar a atividade rural por meio de documentos e eventualmente de
testemunhas. Tais documentos podem ser: Certidão de Nascimento ou Casamento do
Segurado ou dos familiares onde conste a profissão dos pais ou do Segurado como
“agricultor” ou “lavrador”, Documentos escolares de escolas rurais, Documentos
sindicais em nome dos pais ou em nome próprio, Escritura ou Matrícula do imóvel rural
onde o serviço foi prestado, dentre outros.
Para esta modalidade de benefício é irrelevante se o indivíduo não apresenta a
qualidade de segurado. Em outras palavras, não importa se você está exercendo
atividade rural, urbana ou nenhuma delas, quando completa a idade ou apresenta o
requerimento administrativo. O tipo de trabalho predominante também é indiferente.
Quais são as regras para ter a aposentadoria híbrida?
Os requisitos dessa modalidade de aposentadoria são basicamente os mesmos da
aposentadoria por idade urbana, os quais foram modificados com a Reforma da
Previdência.
Se o segurado não completou os requisitos até a data da reforma da previdência em
13/11/2019, será necessário:
Para os homens:
· 65 anos de idade
· 180 meses de carência  (somado tempo urbano+rural)
· 15 anos de tempo de contribuição (somado tempo urbano+rural)
O homem que começou a contribuir para o INSS somente após 13/11/2019, precisará
comprovar 20 anos de tempo de contribuição.
Para as mulheres:
· 61 anos e 6 meses de idade em 2022 e 62 anos de idade a partir de 2023 em diante
· 180 meses de carência  (somado tempo urbano+rural)
· 15 anos de tempo de contribuição (somado tempo urbano+rural)
A reforma da previdência trouxe 3 mudanças, tais como necessidade de tempo de
contribuição além da carência; +5 anos de tempo de contribuição para os homens que
começaram a contribuir para o INSS a partir de 13/11/2019, e +2 anos de idade para
as mulheres.
A carência das aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial, pode
variar segundo a data da filiação do segurado ao regime geral de previdência, em
conformidade com o artigo 142, da lei 8.213/91, podendo ser inferior à 180 meses para
segurados que ingressaram ao sistema antes de 1991. 

 BPC - Benefício de Prestação Continuada


Um dos direitos que a pessoa com baixa renda tem é o Benefício de
Prestação Continuada (BPC).
Ele é uma prestação mensal garantida pela Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS).
O valor atual do BPC é de um salário-mínimo (R$ 1.212,00 em 2022).
Existem duas categorias de beneficiários do BPC:
 Pessoas com deficiência, sem idade mínima estabelecida; e
 Idosos a partir dos 65 anos de idade.
Atenção: o direito ao BPC somente é garantido mediante a comprovação
da necessidade do recebimento deste auxílio.
Requisitos do BPC
Para ter direito ao BPC, você precisará cumprir os seguintes requisitos:
 Ter renda familiar igual ou inferior a ¼ do salário-mínimo (R$ 303,00 em
2022) para cada membro familiar que vive com o requerente do
benefício;
 Atenção: o requisito de baixa renda pode ser relativizado na
Justiça.
 Ser constatada a baixa renda/miserabilidade social do requerente do
BPC, em uma avaliação social de sua residência, por meio de um
assistente social do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS)
da sua região;
 Estar inscrito e com a matrícula atualizada no Cadastro Único de
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Lembre-se: os únicos que podem solicitar o benefício são os idosos, acima
de 65 anos de idade, e as pessoas com deficiência, sem uma idade mínima
estabelecida.
Aliás, cabe dizer que o BPC não é uma aposentadoria, e sim um benefício
assistencial pago pelo Governo Federal. 
Também, o BPC não é vitalício, pois poderá ser cessado quando a
situação econômica do beneficiário alterar.

 Regime geral da Aposentadoria


É a previdência dos servidores exclusivamente comissionados, conforme
determina o artigo 40, §13, da Constituição da República. Está regulamentada
pela Lei 8.213/91 e pelo Decreto 3.04899.

A gestão do regime é feita pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

Assegura aos servidores os benefícios de aposentadoria por tempo de


contribuição e por invalidez, auxílio-doença e auxílio-maternidade. Para os
dependentes, estão previstos os benefícios de pensão por morte e auxílio-
reclusão.

O servidor filia-se a partir da posse no cargo.

O salário de contribuição é composto pelas verbas percebidas pelo servidor


(vencimento, triênio, auxílio-alimentação, auxílio-creche).

A contribuição para o servidor é de 11% sobre o salário de contribuição. Já a


cota patronal é de 20,5%.

 Período de graça dos segurados


 Entenda melhor o que é esse período:
Os segurados obrigatórios têm, no mínimo, 12 meses de período de graça.
Isso significa que se um empregado for demitido, por exemplo, ele mantém a
qualidade de segurado por mais 12 meses.
Eu disse que eles têm, no mínimo, 12 meses de período de graça porque há
situações em que esse tempo pode ser maior. Vou explicar isso melhor no
próximo tópico.
Já os segurados facultativos têm 6 meses de período de graça após pagar
o seu último recolhimento.
Há uma outra situação específica: as pessoas que ingressaram no serviço
militar com qualidade de segurado terão 3 meses de período de graça após
encerrar este vínculo.
Além disso, existem duas hipóteses para os segurados obrigatórios em que
pode existir uma extensão desse período de 12 meses.
Isso significa que os segurados facultativos estão de fora dessas
hipóteses, exceto se eram segurados obrigatórios antes de começar a
contribuir como facultativo e estavam no período de graça.
1ª hipótese: 120 contribuições ao INSS
Se você tem 120 contribuições ou mais à Previdência Social, seu período de
graça aumenta em mais 12 meses. 
Isso significa que você pode manter a qualidade de segurado por 24 meses
após parar de contribuir para o INSS.
Vale dizer que essas 120 contribuições não precisam ser consecutivas.
Além disso, você não pode ter perdido a qualidade de segurado durante
estas 120 contribuições.
Exemplo do Leandro
Imagine a situação de Leandro, advogado em uma empresa de cosméticos.
Ele trabalhou lá entre fevereiro de 2009 a abril de 2021 até que pediu
demissão do emprego para cuidar de sua mãe.
Após um tempo, em setembro de 2022, Leandro é diagnosticado com
tuberculose, deixando-o incapacitado de forma total e temporária para o
trabalho. 
Nesse caso, você acha que ele manteve a qualidade de segurado para que ele
possa pedir um Auxílio-Doença?
Se você respondeu que sim, você acertou! 
Embora tenha decorrido 12 meses entre a pausa nas contribuições desde que
ele pediu demissão no emprego, Leandro possui mais de 120 contribuições
mensais ao INSS (fevereiro de 2009 até abril de 2021).
Desse modo, ele possui mais 12 meses de período de graça, totalizando 24
meses.
2ª hipótese: desemprego involuntário
Você pode conseguir mais 12 meses de período de graça se comprovar que
estava desempregado involuntariamente.
Para isso, você deve comprovar esta situação em órgão do Ministério do
Trabalho. Parece meio difícil, né?
O próprio Ministério do Trabalho tem banco de vagas para diversas
profissões. Pelo simples fato de você se candidatar a elas, você já prova que
não está desempregado de forma voluntária.
Mas podem não existirem profissões na sua área de trabalho nesse banco de
vagas, correto?  
Nesse caso, as formas mais comuns de comprovar a situação de desemprego
involuntário para o INSS e para a justiça são feitas da seguinte maneira:
 falta de anotações na carteira de trabalho;
 cópia de email provando que você enviou seu currículo para algum
emprego;
 cadastro em outros bancos de vagas;
 recebimento de seguro desemprego.
Desse modo, fica mais que evidente que você estava desempregado contra
sua própria vontade.
Vale lembrar que você pode atestar a sua situação através de testemunhas.
Pronto! Se for verificada a situação de desemprego involuntário, você pode ter
mais 12 meses de período de graça.
Isso quer dizer que você pode ter até 36 meses de qualidade de segurado
após cessar as contribuições para o INSS, caso seja o seu caso da primeira e
da segunda hipótese do aumento do período de graça.
Mas se você não tiver 120 contribuições mas está em situação de desemprego
involuntário, você só terá 24 meses de período de graça mesmo…
Informação importante: há uma discussão nos tribunais sobre a seguinte
questão: o recebimento de Seguro-Desemprego conta no período de graça ou
só depois do término deste benefício?
A Turma Nacional de Uniformização (TNU) diz que o mero fato do
recebimento do Seguro-Desemprego não muda nada o período de graça, então
a contagem é feita normalmente durante o recebimento do benefício.
Já o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não adotou uma posição certa sobre o
tema. Alguns Tribunais Regionais de Justiça (TRFs) afirmam que o
recebimento do Seguro mantém a qualidade de segurado e outros TRFS
não.
É importante ter isso em mente quando você for solicitar um pedido na justiça. 
Meu conselho é que só utilize esta tese da manutenção de qualidade de
segurado com o recebimento do Seguro Desemprego somente em último
caso, exatamente pelo fato de não ter uma resposta única da justiça.

4. Como contar o período de graça?


A lei deixou a forma de contagem do período de graça bastante complicada,
mas vou te explicar de uma maneira fácil e com um exemplo.
Primeiro é importante dizer que a contagem é feita em meses. Você começa
contando a partir do mês seguinte que você parou de contribuir.
Por exemplo, se você parou de contribuir em janeiro de 2020, você começa a
contar os meses do período de graça a partir de fevereiro de 2020.
Agora você deve seguir estes passos:
1. veja qual mês termina o prazo do seu período de graça (12, 24 ou 36
meses após a cessação das suas contribuições ao INSS);
 lembrando que a contagem é feita de mês a mês, então não
“importa” o dia da cessação das contribuições e sim o mês.
2. após saber o mês, adicione mais um mês (cheio);
3. adicione mais 15 dias (prazo de pagamento de uma contribuição para
você não perder a qualidade de segurado).
Ou seja, a lei dá a você mais um mês de período de graça e mais 15 dias
como prazo fatal para você contribuir para o INSS e não perder a qualidade de
segurado.
Resumindo: você deve adicionar um mês cheio e mais 15 dias para saber o
fim do prazo do seu período de graça.
Como sempre teremos que adicionar isso, o prazo fatal sempre se encerrará
no dia 15 do mês calculado (exceto se cair em dia que é feriado ou em final de
semana, caso que será adiado até o próximo dia útil).
Elaborei esta tabela para você entender melhor o que eu disse:

Período de graça Período de graça real

4 meses e 15 dias (prazo que encerra o período de graça é sempre


3 meses
no dia 15 do mês calculado)
Período de graça Período de graça real

7 meses e 15 dias (prazo que encerra o período de graça é sempre


6 meses
no dia 15 do mês calculado)

13 meses e 15 dias (prazo que encerra o período de graça é sempre


12 meses
no dia 15 do mês calculado)

25 meses e 15 dias (prazo que encerra o período de graça é sempre


24 meses
no dia 15 do mês calculado)

37 meses e 15 dias (prazo que encerra o período de graça é sempre


36 meses
no dia 15 do mês calculado)

Por exemplo, imagine que Afonso parou de contribuir como MEI em


02/04/2021 e não tem 120 contribuições mensais ao INSS e não está em
situação de desemprego involuntário.
Ele tem o período de graça base: 12 meses. 
Em tese, seu período de graça acabaria em 04/2022. Contudo, é preciso seguir
os passos que expliquei agora há pouco.
No caso, adicionamos mais um mês cheio ao prazo de 04/2022: 05/2022.
Como incluímos um mês cheio, Afonso tem, pelo menos, até o dia 31/05/2022
de período de graça.
Agora adicionamos 15 dias no mês cheio incluído anteriormente: 15/06/2022.
Esse é o último dia do período de graça de Afonso.
Caso a data caia em feriado ou dia não útil (fins de semana), o prazo
é prorrogado até o próximo dia útil.

5. Meu período de graça está acabando, o que fazer?


É um tópico simples e direto para você não se desesperar: caso seu período
de graça esteja no fim e você seja segurado obrigatório, você pode começar a
contribuir como segurado facultativo para continuar mantendo a qualidade de
segurado.
É uma luz no fim do túnel, ufa! Simples, não? Com uma simples contribuição
como facultativo (caso você seja segurado obrigatório), você volta a ter
qualidade de segurado para poder usufruir dos benefícios do INSS.
Além disso, caso volte a contribuir novamente como segurado obrigatório ou
facultativo durante o período de graça, você voltará a ter qualidade de
segurado normalmente.
Imagine a situação de uma pessoa que falta um mês para acabar o período de
graça. Mas, felizmente, ela foi aprovada em um processo seletivo e começou
a trabalhar neste tempo. Ela voltou a ter qualidade de segurado.
Um alerta: tome cuidado com o fim dos prazos do período de graça.

6. Período de graça acabou, e agora?


Você infelizmente esqueceu sobre o período de graça e perdeu a qualidade
de segurado… agora você pensa: “o que posso fazer para recuperá-la?”.
É simples, basta você voltar a recolher para o INSS que você terá de volta
sua qualidade de segurado, mas há um problema: a carência.
Para alguns benefícios do INSS, se você perde a qualidade de segurado, a
carência dos seus meses de recolhimento realizados anteriormente perde
valor.
Os benefícios em questão são:
 Auxílio-Doença;
 Aposentadoria por Invalidez;
 Salário-Maternidade;
 Auxílio-Reclusão. 
Caso você tenha perdido a qualidade de segurado e queira requerer estes
benefícios, você precisará cumprir metade da carência exigida inicialmente.
É o caso do Auxílio-Doença, em que você deve ter, no mínimo, 12 meses de
carência, para ter acesso ao benefício.
Agora, caso você tinha cumprido este tempo e depois perdeu a qualidade de
segurado, para voltar a ter direito você precisará cumprir 6 meses para ter
direito ao Auxílio.
Por exemplo, imagina que você trabalhou por 5 anos seguidos, mas perdeu a
qualidade de segurado (com o período de graça encerrado) em abril de 2022. 
Em junho de 2022 você consegue um novo emprego e começa a trabalhar
normalmente, voltando a ser segurado normalmente.
No mês seguinte, você fica incapacitado de forma total e
temporária, hipótese em que requer o Auxílio-Doença.
No caso, você não terá direito ao benefício (exceto em casos de doenças
graves e acidentes), porque não voltou a cumprir a carência mínima tendo em
vista que as perdeu quando deixou de ter a qualidade de segurado
anteriormente.
Será somente a partir de dezembro de 2022 que você volta a ter a carência
exigida para o Auxílio-Doença (6 meses, metade do tempo exigido
inicialmente).

 Questão para prova: discorra sobre 3 mudanças


trazidas com a reforma previdenciária
A Reforma da Previdência trouxe significativas mudanças para quando você for
pedir o seu benefício ao INSS, e isso não é apenas a criação da idade mínima
para aposentar-se, pois ela trouxe mudanças na pensão por morte, benefícios
por incapacidade, aposentadoria por tempo de contribuição e suas regras de
transição (podendo aposentar sem precisar de idade mínima), aposentadoria
especial (e conversão de tempo especial em comum) e até mesmo nas
alíquotas de pagamento.

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