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Acessão por construção

Alunas: Alana Roos, Bianca Cardoso e Suélen v. Dullius


Definição do direito de acessão:

É uma forma de aquisição originária, no qual em


virtude da lei, o que foi acrescido ao bem, tanto no
valor quanto no volume, o integra e passa a ser direito
do proprietário também, sendo que a incorporação
pode se dar de forma natural ou artificial. A acessão
adere ao princípio de que a coisa acessória segue o
principal, contudo observando sua consequência no
aspecto do princípio que veda o enriquecimento sem
causa.
Segundo nosso código civil, Art 1248, existem 5
formas de acessão:
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I - por formação de ilhas;
II - por aluvião;
III - por avulsão;
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções.
Elas se dividem em duas formas:
- NATURAIS: sem intervenção humana. São as que
constam no Art. 1248, incisos I a IV, C.C.
- INDUSTRIAL OU ARTIFICIAL: quando resulta do
trabalho do homem, podendo ser móveis ou imóveis.
São as que constam no Art. 1248, inciso V, C.C.
As acessões por construções estão dispostas nos
artigos 1253 a 1259 do C.C.
Elas diferem das benfeitorias pois essas são feitas
com o objetivo de conservar, melhorar a coisa ou
embelezá-la, já as acessões são obras que criam coisas
novas e diferentes, que posteriormente vem a aderir a
coisa já existente.
Nas disposições seguintes encontramos algumas
características das aquisições por acessões:
Conforme art 1253 C.C : A sua presunção é
relativa, sendo que as construções e plantações de
um prédio por exemplo são presumidas feitas pelos
proprietários e a sua custa até que se prove em
contrário.
Seguindo tem-se dissertado:
Art. 1254 – o dono do solo edifica no próprio terreno com
materiais alheios, assim adquire a propriedade pela
edificação, caso o proprietário não pague o valor devido aos
materiais e tenha agido de má fé responderá pelo valor dos
respectivos materiais além de perdas e danos.
Art 1255 – o dono dos materiais constrói em terreno
alheio, passando a ser proprietário da construção, caso tenha
agido de boa fé terá direito a indenização, se de má fé deverá
repor a coisa no estado anterior, se possível e pagar os
prejuízos causados. No Parágrafo único diz que se a
construção exceder o valor do terreno e aquele que edificou
estava de boa fé passará este a ser proprietário do solo desde
que pague a indenização.
Art 1256: Se ambos estiverem de má fé o
proprietário do terreno adquirirá a edificação
devendo indenizar o possuidor. P.Ú. é presumida a
má fé quando o proprietário sabia da construção e
não a impugnou.
Art 1257 – acontece quando o terceiro edifica em
terreno alheio com material alheio, é verificado a
boa fé do dono do terreno (terceiro). Assim, o
agente será ressarcido do valor das acessões pelo
proprietário do solo e aquele ressarcirá o
proprietário dos materiais.
Art. 1258 - Uma invasão de uma parcela pequena do terreno
invadido. O invasor-construtor está de boa-fé (construí ignorando que
estava invadindo). O valor da construção excede o valor da parcela
invadida. -> nesse caso, o construtor tem direito a adquirir a parcela
invadida indenizando o dono dessa parcela – é uma indenização que
leva em consideração o valor da área invadida e também a
desvalorização que a subtração dessa parcela pode causar ao terreno
– a indenização vai ser a mais ampla possível.
Art. 1258, parágrafo único - é uma invasão de pequena
proporção. Diferença da situação anterior: construtor está de má-fé,
sabe que invadiu o terreno vizinho – nesse caso, o direito do
construtor de adquirir a parcela invadida depende de requisitos
adicionais -> o valor da construção deve receber consideravelmente
superior ao valor da parcela invadida. Mas o que seria
consideravelmente? Não se sabe. Nesse caso, para que o construtor
tenha direito a parcela invadida, a porção invasora não possa ser
destruída, demolida sem grave consequência para a construção toda.
Isso é para não incentivar a atitude de má-fé, colocam-se situações
mais restritivas. Tem que pagar uma indenização multiplicada por 10.
Art. 1259 - diferença: o tamanho da invasão – é uma
invasão considerável. Construtor só tem direito ao terreno
invadido se ele estiver de boa-fé e terá que indenizar. Não
fala de valores. A indenização inclui o valor da parcela
perdida, a desvalorização da área remanescente e o valor
que a invasão acresceu. Se estiver de má-fé tem que
demolir tudo e pagar a indenização em dobro.
JURISPRUDÊ NCIA:
Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA. ACESSÃO. BEM IMÓVEL. INDENIZAÇÃO. MATÉRIA
DA SUBCLASSE "PROPRIEDADE E DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS".
RESOLUÇÃO Nº 01/98, DESTA CORTE. No caso dos autos, os requerentes
pretendem indenização por conta dos gastos empreendidos na construção de
uma casa de alvenaria no terreno de propriedade dos réus, tendo em vista o
aval dos proprietários. Ainda, buscam a condenação dos requeridos ao
pagamento de aluguéis pelo uso da referida casa durante o período em que os
autores permaneceram afastados da residência. Portanto, a questão principal
da demanda cinge-se à discussão por conta de aquisição por acessão, ou seja,
em razão da construção de uma casa em terreno alheio, sendo o que pedido
indenizatório passa pela análise da existência de contratação verbal e da
suposta boa-fé dos autores, nos termos do art. 1.255, do Código Civil. Logo,
não se trata de responsabilidade civil pura, ou extracontratual. Matéria que se
enquadra na subclasse "propriedade e direitos reais sobre coisas alheias", cuja
competência pertence a uma das Câmaras dos colendos 9º e 10º Grupos
Cíveis, nos termos do art. 11, IX, "c", da Resolução nº 01/98, desta Corte.
Correção da distribuição anterior. DÚVIDA DE COMPETÊNCIA SUSCITADA, EM
DECISÃO MONOCRÁTICA. (Apelação Cível Nº 70067756379, Quinta Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge André Pereira Gailhard, Julgado
em 27/05/2016)
FONTES:
BRASIL. Lei nº 10.406 de 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> .Acesso em: 11 Maio 2017.
 
GUIMARÃES, Luis P. C; MEZZALIRA, Samuel. Artigo 1257. Disponível em:
<http://www.direitocom.com/codigo-civil-comentado/artigo-1257>.Acesso em: 11 Maio 2017.

TJRS. Publicado pelo Tribunal de Justiça de Rio Grande do Sul. Disponível em: <
http://www.tjrs.jus.br/busca/search?
q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca
%3DTribunal%2Bde%2BJusti%25E7a%26versao%3D%26versao_fonetica%3D1%26tipo
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8&numProcesso=70067756379&comarca=Comarca%20de%20Cerro
%20Largo&dtJulg=27/05/2016&relator=Jorge%20André%20Pereira%20Gailhard&aba=juris >.
Acesso em: 15 maio 2017.

PABLO. Direito das coisas/ Ações Possessórias. Disponível em: <


https://www.passeidireto.com/arquivo/1026081/direito-das-coisas/8>. Acesso em: 15 Maio 2017.

WANDERLEY, Wellington. Aquisição por acessão. Disponível em:


<http://wellingtonwanderleyadvogado.blogspot.com.br/2012/08/aquisicao-por-
acessao.html>.Acesso em: 11 Maio 2017.
QUESTÃ O:
(TRF_3ª Região_11º Concurso) Aquele que semeia, planta ou
edifica em terreno alheio:

(A) ganha, em desfavor do proprietário, as sementes, plantas e


construções;
(B) perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e
construções;
(C) perde, em proveito do proprietário o que plantou e
construiu, mas tem direito à
indenização, caso tenha procedido de boa-fé;
(D) deverá pagar ao proprietário pelas benfeitorias realizadas
no imóvel sem a
devida autorização.

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