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VOLUME 2
FORMAÇÃO EM CONSTELAÇÃO FAMILIAR E SISTÊMICA
“Bert Hellinger descobriu que por amor, lealdade e fidelidade à família, quando algum
ancestral deixa situações por resolver, pessoas de gerações seguintes trarão o sentimento e
o comportamento, a ação para a resolução dessas situações, ‘emaranhando-se’ e
permanecendo, assim, prisioneiros a fatos e eventos pelos quais não são responsáveis e
dos quais sequer têm conhecimento. Esta é a herança afetiva, uma transmissão
transgeracional de problemas familiares, que acaba criando dificuldades na vida a pessoa”.
Também conhecida por TGS, esta teoria busca aplicações empíricas da realidade.
Empírico é tudo aquilo que é baseado na experiência e na observação.
A teoria geral do sistema aponta para a integração ou articulação das ciências naturais e
sociais isso pode levar a uma integração da educação científica.
A TGS propõe então, a consideração dos sistemas como um todo e não de maneira
setorizada ou fragmentada.
E é nessa teoria que a constelação se apoia ao considerar as questões a partir dos diversos
sistemas no qual o ser humano está inserido e assim olha então para a família saúde e o
corpo humano, empresa, escola, amigos, cidade, estado, nação, entre outros.
ORDENS DO AMOR
Quando falamos em constelações sistêmicas, nos deparamos como os princípios ou
fundamentos, chamadas por Bert Hellinger de ordens do amor.
Na verdade, é considerado que a vida ela flui de geração em geração e com a vida flui o
amor.
É importante cuidar para que não haja bloqueios que possam interromper esse fluxo e
quando eles existirem, temos então as ferramentas para o desbloqueio.
Conhecer as ordens do amor é importante para que as pessoas sejam bem sucedidas e
possam deixar livre os canais Desse fluxo.
Dessa forma, um amor cego inconsciente e até mesmo imaturo, que desconsidera essas
ordens pode gerar emaranhados, desajustes e até mesmo sofrimento.
Bert menciona três leis eu arrisco incluir neste momento uma quarta lei, que a meu ver é a
pedra fundamental de todas as construções, veja o gráfico abaixo:
Bert Hellinger diz “Um amor cego e inconsciente pode levar a descaminhos, por isso
procuro antes de tudo pelo amor e oponho-me a tudo que o coloque em risco.”
É por isso que eu considero que a quarta ordem é fundamental. A lei do amor é maior.
“Se eu não tiver amor, de nada valerá, serei como um sino que soa.” “Tudo Pode Passar,
mas o amor permanece.” “Deus é Amor” (Jesus).
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que
queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? (Fernando
Pessoa)
Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele. (Victor Hugo)
Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção. (Antoine de
Saint-Exupéry)
Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações
possíveis. (Carlos Drummond de Andrade)
Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é o
amor. (Antoine de Saint-Exupéry)
PERTENCIMENTO
Essa lei fala sobre a necessidade de pertencer, de estar ligado pelos vínculos.
E nós estamos sempre sujeitos aos movimentos que vêm da vida dos nossos pais.
Sem o pertencimento não pode existe hierarquia e também não há a lei do equilíbrio.
Algumas pessoas podem ser excluídas dentro das famílias e isto vai trazer impacto.
Não importa o tamanho de um ser dentro de um sistema, se ele for excluído, causará
impacto, assim diz a TGS (teoria geral dos sistemas). Gosto de ilustrar isto usando o
exemplo do nosso corpo, imagine o tamanho de um dedo mindinho… Ele é tão pequeno
quando comparado ao restante do corpo, mas basta uma cutícula da unha inflamar, para
sentirmos uma dor enorme e incessante, que nos levará a procurar ajuda.
Pai e mãe podem ter falhado como seres humanos, mas deram a vida, eu temos uma
porcentagem deles na nossa essência.
TEORIA DO ICEBERG
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https://www.udemy.com/course/curando-a-alma-feminina/?referralCode=3A0DB21B43F0948E5636
Muito disso nós nem mesmo temos conhecimento no nosso dia-a-dia e precisamos então
cavar um pouco mais profundo, para conhecermos melhor a nós mesmos.
Às vezes não parece que é acionado um gatilho e você tem uma reação que não sabe de
onde veio?
No caso de uma exclusão : o sistema pode achar uma forma de substituir o elemento
excluído ou o elemento que abandonou o clã.
Todos os nossos antepassados pertencem ao nosso sistema, mas de uma forma mais
direta somos influenciados de maneira mais significativa pela 3ª e 4ª geração.
HIERARQUIA
O que dita a regra é o fator tempo: os mais velhos, vieram antes, têm prioridade, devem ser
olhados como maiores, independente da situação.
Isso promove relações mais harmoniosas e pode trazer mais respeito e honra para os
relacionamentos, à medida que atribui o devido valor.
Quando um filho olha para o pai ou a mãe com olhos críticos, tira a dignidade, deixa
de dar o devido respeito.
As circunstâncias da vida podem fazer com que filhos assumam um lugar que não é seu
(medo, dor, mortes, separações, desentendimentos e até mesmo amor cego…).
Isso pode gerar o que chamamos de emaranhados - viver uma vida fora do seu lugar.
Nas relações damos e tomamos o tempo todo e isto tem que ser equilibrado. Quantas vezes
você já ouviu uma mãe, ou um pai (que pode ser você), dizendo: “Estou cansado(a)! Tudo
eu aqui nesta casa! Vocês não me dão valor!” Este é um exemplo da lei do equilíbrio em
desordem.
Quando em uma relação, um “dá, ou se dá mais”, fazendo pelo outro o que ele poderia
fazer, o que é a carga do outro, a relação se desequilibra. Tira a dignidade do que apenas
recebe. O que dá será visto como maior e o que só recebe se sentirá menor. Ao contrário
que que se pensa, esta prática atrapalha o processo de desenvolvimento pessoal de ambos.
Relacionamentos funcionam na base das trocas. O ser humano vive de troca - “Dai e
dar-se-vos há”.
Nossos pais nos deram a vida, assim como os nossos avós deram a vida para eles e os
bisavós para os nossos avós.
Em muitos casos, pode ocorrer dos filhos não tomarem a vida de seus pais, por não os
aceitarem e, neste caso, seguem a vida fora do lugar, vivendo as consequências desta
desordem.
MODALIDADES
Há duas modalidades de atendimento: a grupal e a individual.
Apenas para evitar um ambiente com muitos estímulos e dispersão, o que poderá
comprometer a dinâmica da Constelação.
É possível dizer que a única diferença entre a constelação familiar em grupo e individual é a
dinâmica em si.
Nas duas modalidades, o facilitador, por meio de sua sensibilidade, associada ao seu
conhecimento e experiência, consegue captar todas as informações relevantes do campo.
A Constelação inicia com a apresentação de um tema, a dor do cliente, o que ele/ a deseja
olhar.
Estes elementos são dispostos no espaço, levando em conta a imagem interna do cliente,
seus sentimentos e sensações.
Na modalidade em grupo on line, o cliente procura o constelador e expõe o que deseja olhar
na constelação.
O constelador divulga a data e horário da constelação, bem como o meio que será realizada
(Google Meet, Zoom, Teams…).
Velada: Os participantes e representantes não sabem o que está sendo “olhado” e quem é a
pessoa constelada. O cliente expõe em particular ao constelador, que conduz o momento da
constelação de maneira sigilosa, sem abrir os detalhes com os presentes.
Imagine como uma Rede de Wi-fi: você busca a memória numa nuvem virtual e todo o seu
sistema está conectado a esta nuvem. Isto é o que chamamos de campo. Aí estão
armazenadas as suas memórias e as memórias do seu sistema familiar.
Neste campo está a chave para a resolução dos conflitos e desordens. O campo, na
verdade, é um campo de informações.
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Para saber mais, leia Uma Nova Ciência da Vida:
https://www.amazon.com.br/Nova-Ci%C3%AAncia-Vida-Rupert-Sheldrake-ebook/dp/B00ZSETZ18/ref
=asc_df_B00ZSETZ18/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379726090702&hvpos=&hvn
etw=g&hvrand=5774101898410157615&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=
&hvlocphy=1001773&hvtargid=pla-834935353354&psc=1
3
Inconsciente Coletivo, segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl
Gustav Jung, é a camada mais profunda da psiquê. Ele é constituído pelos materiais que foram
herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns
a todos os seres humanos (Wikipédia).
Jung, fala do inconsciente coletivo, que ele classificava como uma força inconsciente que
fazia com que todas as pessoas daquela família tivessem tais comportamentos, o que aqui
chamamos de pertencimento.
Sobre o sistema familiar, Bert Hellinger diz que sempre haverá aqueles que despertarão a
fazer algo novo e diferente:
“As chamadas ovelhas negras da família são, na verdade, caçadores natos de caminhos
crenças, indo na contramão dos caminhos marcados pelas tradições familiares, aqueles
As “ovelhas negras”, as que não se adaptam, as que gritam rebeldia, cumprem um papel
básico dentro de cada sistema familiar, elas reparam, apanham e criam o novo e
Graças a estes membros, as nossas árvores renovam as suas raízes. Sua rebeldia é terra
fértil, sua loucura é água que nutre, sua teimosia é novo ar, sua paixão é fogo que volta
a acender o coração.
árvore genealógica, por inércia quererá continuar a manter o curso castrador e tóxico
do seu tronco, o que faz a tarefa das nossas ovelhas um trabalho difícil e conflituoso.
No entanto, quem traria novas flores para a nossa árvore se não fosse por elas? Quem
criaria novos ramos? Sem elas, os sonhos não realizados daqueles que sustentam a
Que ninguém te faça duvidar, cuida da tua raridade como a flor mais preciosa da tua
4
Este texto circula na mídia como sendo de autoria de Bert Hellinger, mas até hoje não encontrei,
em nenhum de seus livros escritos ou nos áudios e entrevistas disponíveis, este texto. Talvez algum
(a) Constelador(a) acabou atribuindo à Bert esta autoria.
Os emaranhados sistêmicos são como “fios invisíveis que prendem esses membros desse
sistema a problemas que parecem impossíveis de serem resolvidos, padrões de repetição,
doenças, eles chamam a atenção no sistema através de doenças repetitivas,
comportamentos recorrentes, falências repetitivas, entre outros, até que alguém do sistema
“se levante em busca da libertação e cura.” Bert chama esta pessoa de “buscador”, que será
o canal de entrada da bênção, agente de libertação do seu sistema e interromper o sistema
de repetição.
E assim como a “visitação das legalidades alcance a terceira e quarta geração, a bênção se
estende a milhares.”
1. Emaranhados
A essência deste comportamento recorrente é “o que não foi resolvido, olhado, honrado
numa geração, se repetirá na geração seguinte, gerando uma identificação inconsciente e
fazendo com que a pessoa “reviva” ou repita o problema. “Como nossos pais”.
2. Tomar
A constelação aponta para a importância de não apenas receber a vida, o que seria uma
atitude passiva e natural, mas também de “tomá-la”.
Tomar é um movimento de aceitação, honra e inclusão.
4. Aceitação
Aceitar não é concordar, mas olhar com consideração e respeito. Permitindo que a
experiência faça parte da vida, acolhendo luz e sombra como partes complementares e
integrantes da vida.
5. Honra
“A honra a outras pessoas do sistema está em reconhecer o papel de cada um para que a
vida fosse passada adiante.
6. Lealdades invisíveis
Temos falado que a família é o primeiro círculo ao qual temos contato, sendo o mais
importante para o nosso desenvolvimento.
Lealdade é um padrão que envolve ordem, equilíbrio e pertencimento. É uma “ligação” com
as pessoas do sistema que vieram antes.
Esta ligação pode gerar repetição de história, sendo um vínculo profundo no sistema
familiar, inconscientemente.
Segundo Bert Hellinger e outros terapeutas, como Joan Garriga, Stephan Hausner e
Marianne Franke somos todos movidos por lealdades invisíveis a integrantes de nosso
sistema familiar e essas lealdades são acessadas pelo inconsciente de cada indivíduo.
7. Movimento Interrompido
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www.constelacaoclinica.com/
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Bert Hellinger - ‘Um lugar para os excluídos.’
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Bert Hellinger - ‘Um lugar para os excluídos.’
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Amor interrompido: https://www.youtube.com/watch?v=aK6OjpDJMAo&t=111s
Desde o seu nascimento o filho vive uma dependência absoluta com a sua mãe até
praticamente o terceiro ou quase quarto ano da sua vida.
Durante os nove meses de gestação, a criança e a mãe são uma coisa só. Chamamos isso
de simbiose.
A simbiose pode ser definida como uma associação a longo prazo entre dois organismos de
espécies diferentes seja essa relação benéfica para ambos os indivíduos envolvidos ou
não.9
E mesmo depois do nascimento até os quatro anos de idade essa dependência continua
mesmo fora da barriga da mãe, de maneira que é necessário ter alguém que cuide dessa
criança suprindo as suas necessidades básicas.
A própria mãe vive essa simbiose mesmo sabendo que a criança não é extensão de si.
E isso é bom, nutre a vida, gerando conexões.
9
Wikipedia
10
O quadro acima é um resumo das facetas do desenvolvimento humano, embora não deva
ser considerado de maneira estática e generalizada, em função do princípio de
individualidade e o sistema de cada indivíduo, serve como ponto de partida para um estudo
mais aprofundado.
Ao final de cada fase ocorre “um luto interno”, natural e espontâneo, onde uma fase “se
despede” da anterior e dá lugar à nova fase. Isto é saudável.
Através das Constelações Familiares podemos ver claramente o amor que cura e o amor
que adoece.
10
Curando a alma feminina -
https://www.udemy.com/course/curando-a-alma-feminina/?referralCode=3A0DB21B43F0948E5636
As lealdades invisíveis podem produzir doenças, somos leais por Amor. O amor cego e
infantil.
Bert Hellinger diz que "Temos que reconhecer este amor profundo”. “O amor que reconhece
a família e a profundidade da vinculação, com respeito, restabelece a saúde e traz as
bênçãos”.
Muitas doenças são sistêmicas, vêm compensar, de algum modo, algo que ocorreu na
família. Uma desordem, um emaranhado, uma exclusão uma injustiça… São dinâmicas
presentes nos sistemas familiares, invisíveis, que muitas vezes são repetidas por muitas
gerações.
O amor que adoece "tem origem na interrupção do fluxo de amor entre pais e filhos e pode
levar a uma redução na capacidade de estar presente e sentir emoções primárias."11
E como então podemos interferir nisto? O que fazer quando uma separação é
aparentemente natural e por um Tempo muito curto ou razoável do ponto de vista do adulto
e a criança recebe esta separação como um trauma e lhe parece morte?
11
Franke-Bryson, Úrsula - O Movimento Interrompido
“Quando alguém que tenha sofrido a interrupção de um movimento precoce vai ao encontro
de outra pessoa, digamos, de um parceiro, a lembrança daquela interrupção torna a aflorar,
mesmo que apenas como memória corporal inconsciente. Então a pessoa torna a
interromper o movimento, no mesmo ponto em que o interrompeu da primeira vez.” 12
Segundo Bert Hellinger a melhor forma de buscar a solução para um amor interrompido é
fazer um movimento em direção a mãe, porque em geral esse movimento é dirigido a
própria mãe.
“Com crianças pequenas a mãe ainda consegue isso facilmente. Ela toma o filho nos
braços, aperta-o amorosamente contra si e o mantêm pelo tempo necessário, até que esse
amor, que tinha se transformado em raiva e tristeza, flua de novo abertamente para ela.”
Bert Hellinger.
Com filhos adultos também é possível que a mãe ajude porém é necessário um trabalho
para acessar e se comunicar com esse filho, lá no momento onde houve esta interrupção.
Então esta seria uma sutileza na qual a constelação sistêmica e até mesmo outras
ferramentas do coaching, PNL, gestão de emoção podem ajudar.
Quando o pai ou a mãe não estão mais disponíveis, pode ser trabalhado através outros
programas terapêuticos e de desenvolvimento pessoal, até mesmo de crescimento
emocional.
12
Bert Hellinger - “Ordens do amor.”
De nossos ancestrais podemos herdar bens materiais, tom da pele, cor dos olhos…
características emocionais, manias e até mesmo um legado espiritual..
Mesmo os elos perdidos e pessoas que não estão mais acessíveis continuam tendo seu
lugar e sua importância na árvore genealógica é assim no sistema.
É importante que nós conheçamos toda a nossa árvore genealógica, para entendermos o
que é que está por trás das situações de nosso cotidiano.
Assim, há muitas ações, crenças ou sentimentos praticados por nossos antepassados que
podem afetar a nossa vida. Conhecer tudo isso é o primeiro passo para cura e libertação.
A árvore genealógica pode ser expressa através do Genograma, uma ferramenta poderosa
que informa, de maneira completa os detalhes de um sistema.
13
Wikipédia
14
O Genograma é uma ferramenta clínica idealizado pelo psiquiatra norte americano Murray
Bowen, em meados de 1954.
“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”. (Edmund Burke,
posteriormente parafraseada por Bert Hellinger como: "Aquele que não conhece a própria
história tende a repeti-la".)
Construir um legado não é um evento único. Pelo contrário, é um processo ao longo da vida
que é influenciado e também influencia a família.
14
https://www.psicologiamsn.com/2014/04/genogramas-o-que-sao-e-como-fazer.html
O capital de uma família não é apenas capital financeiro, como também intelectual, familiar,
social e espiritual familiar.
ANCESTRALIDADE
Muitas pessoas têm resistência com este termo, julgando se tratar de religiosidade
ou algo de cunho espiritualista.
Ancestralidade
1.Qualidade de ancestral.
2.Legado de antepassados; atavismo, hereditariedade.
O PAPEL DO PAI
Na visão sistêmica pai e a mãe possuem funções que se completam.
Tendo o pai como referencial a criança saberá como se colocar na fase adulta diante das
pessoas e situações de conflito.
Como toda falta, assim também a ausência da figura paterna gera um desequilíbrio no
sistema, podendo desencadear desordens e, em grau maior, traumas e feridas.
O PAPEL DA MÃE
“A maior herança de uma mãe para uma filha é ter se curado como mulher”. (Christiane
Northrup)
Cada um tem a mãe ideal para si. E tem em si 50% de seu pai e 50% de sua mãe.
A vida vem de longe, de gerações até nós. E todos temos em comum ter nascido de uma
mãe.
Quando a mãe libera o filho, promove empoderamento, dá força ao clã. Quando o filho
honra os pais, prospera e a vida flui.
15
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922013000300010#:~:text=A%20tra
nsmiss%C3%A3o%20geracional%20tem%20duas,heran%C3%A7a%20geneal%C3%B3gica%20%C
3%A9%20inconsciente%20e
HONRAR PAI E MÃE: É apoiar, não criticar e nutrir um profundo respeito por aqueles que
foram conferidos como autoridade sagrada de pai e mãe.16
Uma pessoa está plena quando está bem conectada com sua mãe, isso porque a mãe é um
modelo do servir e promove a multiplicação da vida porque ela mesmo está a serviço da
vida.
“O sucesso em nossa vida tem a cara da mãe! O progresso tem a cara do pai.”
Ao falarmos sobre “tomar a mãe em nosso coração”, nos remetemos a aceitação, sem sem
queixa, sem julgamento, sem reclamação, simplesmente aceitar e honrar, tomando dela a
vida como o bem maior que ela poderia nos dar e fazer.
Também nos leva a olhar para essa mulher com suas humanidades, vulnerabilidades,
fragilidade e imperfeições.
Bert Hellinger diz: “Precisamos primeiro desistir de ser uma pessoa especial e
concordarmos em ser uma pessoa comum, pois como pode alguém especial ser filho de
pessoas comuns?
Ser efetivamente capaz de assumir uma postura de total Gratidão a ela é a base do
sucesso.
Esse é o primeiro curso da ação, a base de tudo o mais”.
16
https://blogsoteologia.wordpress.com
Entrevista com Bert Hellinger realizada por Esther Lak, em Novembro de 2005 – Tradução
do espanhol por Eva Jacinto
A felicidade começa muito precocemente, começa com a mãe e é mantida na relação com
ela.
Pode observar-se, às vezes faço-o quando estou a ver televisão: olhamos para os atores ou
para os que estão a falar na televisão e então a minha mulher pergunta “que relação tem
este com a mãe dele?”.
Pode ver-se de imediato: os que estão em conexão com a mãe brilham, têm uma expressão
de alegria e são amados pelos outros, isto nota-se facilmente.
Quando alguém vem dizer que não se sente feliz, eu pergunto-lhe sobre a sua mãe, pelo
relacionamento que tem com ela. Tenho no meu coração a mãe desta pessoa,
imediatamente presente com respeito, e como eu a respeito, posso levá-lo até ela e em
breve começa também a irradiar, a brilhar. Este é um caminho para a felicidade.
Muitas relações com a mãe estão bloqueadas porque temos expectativas em relação a essa
pessoa que vão para além do que se pode esperar de um ser humano. Se os pais fossem
17
Bert Hellinger - A Fonte não precisa perguntar pelo caminho
Somos capazes de viver porque os nossos pais têm falhas. Isso é o que nos introduz na
verdadeira vida, ou seja, amamos os nossos pais assim como eles são, exatamente como
eles são, e assim tornamo-nos felizes.
Estava a pensar se tudo o que recebemos dos nossos pais, as coisas que nos ferem, por
exemplo, se tudo é perdoável?
Um filho que perdoa está ao mesmo tempo a acusar os pais (o perdão é visto aqui como
uma ação de prepotência por Hellinger – assim como a rejeição imediata – o que significa
que se houve de fato algo muito sofrido em direção ao filho, como um abuso, por exemplo,
não perdoar significa reconhecer que essa ação e culpa é dos pais, não do filho, permitindo
deixar a culpa com eles para um futuro reparo no relacionamento, se possível).
Nesse sentido, esse filho está a colocar-se acima deles e assim perde-os, bem como ao seu
destino e a sua felicidade.
Se posso admitir tudo o que acontece, dizer-lhe sim, o sucedido converte-se numa força;
quando o rejeito ou o perdoo, fico frágil, coloco-me acima e ao mesmo tempo permaneço
pequeno.
Não é o mesmo que aceitar. Estou a dizer-lhe sim, o que significa que quando aceito sou
passivo, quando digo sim sou ativo e ao dizer que sim algo se transforma, enquanto que ao
aceitar nada se transforma.
Esta é uma diferença muito importante (Uma pessoa pode aceitar algo mas internamente
estar rejeitando o que recebeu. Dizer sim, ao contrário, significa reconhecer as coisas como
são, boas ou ruins).
Se existisse em mim um brilho, pelo tipo de relacionamento que tenho com a minha
mãe, o que aconteceria com a minha mãe em relação a mim?
Ela, como é evidente, está também feliz; sobretudo porque se abre o coração da mãe e o
seu amor pode fluir para ti, as duas vão estar felizes.
Um homem disse-me certa vez que a mãe dele o odiou quando ele era pequeno.
Ela morava muito perto do local onde estávamos a fazer o seminário e então eu disse-lhe
“vai visitá-la”.
No dia seguinte ele voltou, estava radiante e eu disse-lhe “mas o que é que fizeste?”, “fui
visitá-la e disse à minha mãe: eu estou feliz por me teres dado à luz…”, e a mãe brilhava,
irradiava e ele também. Tão fácil é a felicidade.
Como nos preparamos então para ser boas mães ou sermos as mães que queremos
brilhar nos olhos dos nossos filhos?
Muito simples: amar a nossa própria mãe. Agora você também brilha…
Para fechar esta nota, queria perguntar sobre como fica o lugar do pai, uma vez que
falávamos somente do lugar feminino.
O pai tem uma demanda, tem protagonismo, ou pelo fato de a mãe ocupar este lugar o seu
papel é complementar?
Sim, o pai está em segundo lugar. Mas, hoje em dia, os pais estão muitas vezes excluídos,
e o pai que está excluído põe a mãe triste, fá-la infeliz.
Para a mãe estar feliz, ela tem que respeitar e amar o pai e isso nem sempre é simples,
porque os homens são diferentes, e temos de os amar assim como são – diferentes.
E as crianças precisam do pai, para a felicidade é necessário que elas possam ter o pai.
Então, as crianças felizes são aquelas que são olhadas pela mãe e a mãe, através desta
criança, ama também o pai; e o pai olha para os filhos e, através deles, ama também a mãe.
Essas crianças são crianças felizes.
“Quando alguém se alegra com sua mãe, também se alegra com sua vida e seu trabalho.
À medida em que alguém toma a sua mãe totalmente, com tudo aquilo que ela lhe
presenteou tomando isso com amor, a sua vida e seu trabalho o presentearão, na mesma
medida, com sucesso.
Quem tem reservas em relação a sua mãe, as tem também em relação à vida e à felicidade.
Assim como sua mãe se afasta dele como consequência de suas reservas e sua rejeição,
assim a vida e o sucesso se afastam dele.
Onde começa o nosso sucesso? Começa com nossa mãe.
Como o sucesso chega a nós? Como pode vir?
Quando a nossa mãe pode vir a nós e quando nós a honramos como tal.”
Da mesma forma como um filho está com sua mãe, ele está com o sucesso.
E essa legalidade pode chegar em forma de lealdade inconsciente, fazendo com que nos
encontremos em dado momento em padrões repetitivos.
Para que a vida flua e com ela o fluxo do amor, é de suma importância se libertar dessa
lealdade inconsciente.
Libertar-se da lealdade aos pais não significa deixar de amá-los e sim tornar-se adulto.
A grande dificuldade ocorre quando os próprios pais lançam o projeto as suas carências
sobre os filhos, numa tentativa ainda que inconsciente de suprir aquilo que eles faltou.
“Quando os pais resolvem a vida de filhos (adultos) não os estão ajudando, na realidade os
estão tornando incapazes.” (Bert Hellinger)
Por tudo aquilo que ela já viveu e por todas as informações genéticas que ela traz.
A genética, às vezes, pula uma geração e, sendo assim, carregamos informação da avó
materna.
A avó tem o óvulo, o avô tem o espermatozóide. É o óvulo que contém parte da informação
genética mitocondrial, que está na membrana da célula.
Atrás da nossa mãe, há uma fila de mulheres das quais recebemos influências.
Este legado pode ser bom ou ruim, pesado ou leve, saudável ou tóxico.
A relação mãe e filha está desenhada para ser uma das mais íntimas e significativas da
vida, porém isso nem sempre acontece
“Se olharmos para nossa família, para os ancestrais vindos de nosso pai e mãe, vemos que
por trás de cada um está o seu destino de forma imponente.
Voltamo-nos para cada uma dessas pessoas e olhamos para além dela, diretamente para o
seu destino. Curvamo-nos diante desses destinos e retiramo-nos de maneira que cada um
permaneça com o seu.
Depois viramo-nos de costas para as pessoas e vemos o nosso destino diante de nós.
Curvamo-nos diante dele, entramos em sintonia com o mesmo e concordamos com ele da
maneira como ele é.
Quando o aceitamos,experimentamo-nos vinculados e livres ao mesmo tempo.
Nada é maior do que eles. (Bert Hellinger)
A CRIANÇA INTERIOR
"Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a
ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a
parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa"
Carl Gustav Jung
Todos temos uma criança interior que nos acompanha - essa criança somos nós
Segundo Jung, essa criança está sempre conosco, nos acompanhando dia a dia.
Ao longo da vida, todos sofremos as intempéries, o “dia mau” veio para todos. Quem não
viveu momentos difíceis, traumas, adversidades?
Eles vieram a nós em formato de abusos (físicos, morais, emocionais e até espirituais),
perdas, separações traumáticas, bullying…
É possível dizer que o período de formação e impacto em nossa criança interior é até os 5
ou 6 anos de idade.
Uma criança interior com “feridas abertas” influenciará a fase adulta, com atitudes de
rebeldia, birra, “alta fragilidade emocional”, culpar os pais por acontecimentos ruins,
sentimento de vingança e revide, muitos medos e insegurança, entre outras.
Os principais sintomas de uma criança interior ferida são: carência; vazio; medo da solidão;
dependência financeira e/ou emocional; necessidade constante de aprovação, atenção e
amor; e baixa auto estima.
Onde houve um movimento de amor interrompido, pode haver uma criança interior ferida.
Este movimento remete ao momento em que a criança precisou do pai e/ ou da mãe e eles
não estavam presentes, gerando o sentimento de abandono, raiva, desespero, dor.
Nessas condições, a criança “se recolhe”, se retira. Esta atitude poderá acompanhar o
adulto ao longo da sua vida.
Como já visto anteriormente, Bert Hellinger, orienta que a solução para o amor interrompido
está “na mãe” - segundo ele, onde tudo começou. O percurso tem início com a aceitação -
de que ela não é perfeita e, portanto, passível de falhas e limitações. A perfeição da figura
materna se apoia na essência de sua missão: trouxe-nos à vida.
AUTORRESPONSABILIDADE E RESSIGNIFICAÇÃO18
Imagine que você está na fila do supermercado, com suas compras no carrinho, para passar
pelo caixa e pagar.
A pessoa que está à sua frente se atrapalha, demora muito tempo, esquece-se de pesar
itens, e precisa voltar para a balança e pesá-los.
Quando chega sua vez, o tal funcionário está nervoso e trata-o com a mesma irritação e
grosseria com que reagiu ao cliente que estava à sua frente, “descontando” em você o
tempo gasto com o cliente anterior.
18
Assista: https://www.instagram.com/tv/CFNHMFLFp4o/?igshid=1nw4pnqhy9mz3 -
RESSIGNIFICAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE CURA
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Almenara Editorial - Cartas de Cristo
A pergunta é o que cada um faz com os limões que a vida lhe oferece?
Ressignificar é não ficar à beira do caminho, antes prosseguir para o alvo e cumprir seu
propósito.
Lembre-se: Numa tragédia podem estar oportunidades trazidas pelo Criador. Da dor, nasce
missão.
Se a sua dor é ter sido traído pela pessoa que amava (namorado, esposo, noivo) você pode
escolher ser um companheiro fiel, que demonstra afeto, que cuida e se permite amar
novamente e ser amado.
Se você foi abandonada por seu pai ou sua mãe, coloque-se na dispensação do Sopro
Divino, deixe que Ele traga a cura e ressignifique sua dor para que você perdoe e possa
cuidar de outras pessoas que experimentaram situações semelhantes.
Permita-se!
RELACIONAMENTO
A Constelação sistêmica, por definição, organiza os eventos e as relações no nosso
sistema. Na questão dos relacionamentos não poderia ser diferente.
Esta é a razão pela qual é importante iniciar olhando para o relacionamento com nossos
pais, para as faltas e fartas.
EQUILÍBRIO
Num relacionamento cada um é responsável por 50% daquela relação, incluindo tudo o que
dá certo e tudo o que não é tão bom assim.
Deixar a responsabilidade total para o outro é um peso muito grande e promove um imenso
desequilíbrio, dificultando que o relacionamento prospere.
EMARANHADOS E RELACIONAMENTOS
Há vida e plenitude em mim e eu escolho você para seguirmos juntos uma jornada de vida
abundante.
Eu olho para você como homem (mulher), esposo (esposa), não como meu pai (minha
mãe).
A união
A ordem natural é que “cada um deixe pai e mãe e se una ao seu companheiro (sua
companheira). E por deixar entende-se “cortar o cordão umbilical”, assumir a vida de adulto,
protagonista da sua própria história.
O sistema original contudo, não fica “zerado”, dele sofremos influências, que precisam ser
olhadas e tratadas sob à visão sistêmica.
Permanecer num relacionamento é, de fato, uma arte e vale muito a pena investir nisso.
Num relacionamento, cada um tem a sua história e sua cultura familiar. Respeito é uma
peça chave nesse contexto.
No entanto, “ir para a vida”, cortando os laços que prendem ao sistema original, é salutar.
Nele, o autor, Bert Hellinger descreve as “ordens da ajuda” básicas e suas respectivas
“desordens” e também a sua percepção sobre este assunto na sua longa carreira como um
profissional da ajuda.
Um livro para todos aqueles que se interessam pelo tema “ajuda” - médicos, psicólogos,
assistentes sociais, terapeutas, advogados, juízes, etc.
A maturidade faz parte das ordens de ajuda, tanto ao outro, como a nós mesmos.
Os relacionamentos devem acontecer na esfera do adulto.
As ordens do amor e as ordens da ajuda servem de fundamento para que possamos viver
adequadamente.
Elas nos ensinam a exercer uma postura humanizada, porém na medida certa, sem
exageros ou faltas.
Por mais amor que haja permeando uma relação, só será saudável se compreendermos
que cada um deve assumir suas próprias responsabilidades e que o outro é “um território”
sobre o qual não temos ingerência, cabendo apenas o respeito.
Somente vivendo sua própria história e caminhando sua própria jornada, assumindo a dor e
a delícia de ser quem é, o indivíduo poderá alcançar pleno desenvolvimento e evolução
pessoal.
PENSAMENTO SISTÊMICO
“O pensamento sistêmico é uma forma de abordagem da realidade que surgiu no século XX,
em contraposição ao pensamento "reducionista-mecanicista" herdado dos filósofos da
Revolução Científica do século XVII, como Descartes, Francis Bacon e Newton”.20
20
Wikipédia
21
Segundo ele, “os sentimentos secundários servem como substitutos dos primários. É a
emoção primária, segundo Bert, que leva a ação.
21
Capra e Luisi, 2014
22
Leia o artigo na íntegra: https://bit.ly/37ciF4n
A inveja23
Inveja significa querer ter algo sem querer pagar o seu preço.
Em vez de o terapeuta trabalhar com a inveja no paciente, seria mais prudente conduzir o
cliente a um ponto em que ele mesmo pudesse decidir se está mesmo disposto a pagar o
preço total pelas vantagens e pelo sucesso.
A raiva
A mesma coisa que acontece na inveja, se dá com a raiva. A raiva primária surge quando
somos atacados.
Esta raiva dá forças para que o indivíduo se defenda e por isso ela é boa. Ela leva a pessoa
a agir.
23
Bert Hellinger e Gabriela Ten Hövel - O reconhecimento das ordens do amor pags. 88
a 93.
Hellinger nos dá um exemplo para elucidar este caso: Pude observar isso em mim mesmo
quando trabalho, diz Hellinger. Se eu ficar zangado com as pessoas, numa constelação,e
começar a me perguntar:O que há de errado com estas pessoas? Por que estão contra
mim? Sei imediatamente que estas suposições são fantasiosas. Porque todas as vezes que
eu investiguei a verdadeira causa era diferente daquela que eu tinha imaginado. Essa
espécie de raiva não se baseia em informações. Baseia-se em projeções e suspeitas.
Segundo o autor, a raiva também tem a ver com um direito que a pessoa não reivindica.
Os sentimentos decisivos são a dor e o amor. Em vez de encarar a dor, talvez a pessoa
fique com raiva.
Numa sessão, o paciente lembra que apanhava do pai e fica com raiva. Ele fica com raiva
para não sentir a dor. Se sente raiva, não pode sentir dor. Mas se ele disser: Isso realmente
me magoou, ele passará a outro nível muito mais introspectivo e forte. Penetrará mais fundo
do que se ele disser: Você vai me pagar!
O ódio
O ódio é somente a outra face do amor. Ele brota quando alguém é ferido em seu amor.
Se uma pessoa expressa o ódio ela bloqueia o seu acesso ao amor. Mas se ela disser: Eu
te amei muito e isso me machuca demais, então não existirá mais espaço para o ódio.
Quando um casal vai para a terapia e diz que não podem mais viver juntos é só observar se
há algum tipo de envolvimento.
Se sofrem muito, existe ainda envolvimento e as chances para a reconciliação são boas.
O medo é um sentimento que se prende a algo. Se retirarmos tudo aquilo no qual o medo
pode se fixar, ele cresce.
É mais nobre encarar diretamente as situações que provocam o medo. Se numa família
falecesse o avô, seria prudente pegar a criança pela mão e dizer a ela: Veja a mão do vovô
agora está fria. Vamos enterrá-lo. Mas você poderá se lembrar sempre dele. Assim a
criança pode olhar para o morto sem medo.
A depressão
Os pacientes depressivos na visão de Hellinger não ficam doentes porque reprimem a raiva,
mas porque reprimem a ação que levaria a solução.
Muitos se castigam por não tomarem os pais como são simplesmente, fracassando em suas
profissões, perdendo seus parceiros ou muito dinheiro.
Não importa como são os pais. Aquele que ousa desprezar os pais irá repetir em sua
própria vida o que ele despreza.
Quanto mais uma pessoa rejeita os pais, mais irá imitá-los. Essa rejeição também acabará
refletindo em outras áreas da vida do filho.
Quando um filho quer impor aos pais a maneira como eles devem ser e agir com os filhos,
impedem a si mesmo de tomar da vida o que é essencial.
Olhar para os pais e dizer: Eu sou o filho certo para você e vocês são os pais certos para
mim e eu os liberto de toda a expectativa pode ser um grande caminho para a cura.24
Muitas vezes, as questões do cliente têm muito a ver com as emoções, por vezes
influenciadas por padrões de comportamento, feridas e traumas emocionais, cultura familiar,
entre outras.
O pensamento sistêmico deve ser um estilo de vida que nos guiará a olhar para todas as
questões da vida, nos mais variados sistemas, uma vez que nos ajudará a olhar do todo
para a parte, considerando todos os aspectos e sistemas envolvidos num evento.
PROSPERIDADE E DINHEIRO
Afinal: por que uns têm tanto dinheiro e outros têm tão pouco e chegam a passar
necessidade?
Nestes últimos dias me deparei com a seguinte citação de Bert Hellinger, no livro “Leis
Sistêmicas da Assessoria Empresarial”:
24
Bert Hellinger e Gabriela Ten Hövel - O reconhecimento das ordens do amor pags. 88
a 93.
Quer ficar com aqueles que o ganharam honestamente, com o suor do seu trabalho. Quer
voltar para aqueles que trabalharam duro para obtê-los ou para aqueles que o receberam de
outros com a condição de administrá-lo e multiplicá-lo honestamente, a serviço da vida.”
O dinheiro que outros ganharam para nós (heranças, por exemplo) quer ficar conosco
quando os recompensamos corretamente. Acima de tudo, uma vez que pertence à vida, o
dinheiro quer ser gasto e transmitido a serviço da vida.
O dinheiro se alegra quando é gasto. Ele retorna ainda mais rico para nós.”
Completo com uma frase, cujo autor desconheço, que costumo citar sempre: “ O dinheiro é
um ótimo servo, um mau conselheiro e um péssimo senhor.”
Entendo melhor esta afirmação quando reflito à luz dos princípios da Constelação Familiar e
Sistêmica.
Se o dinheiro tem alma e é uma energia espiritual, é certo que irá desejar estar a serviço do
ser humano. Comprar e vender com significado e propósito passa a ser um motivo de
atraí-lo e mantê-lo conosco.
Igualmente deixar que o egoísmo ou a impulsividade dite as regras em nossa vida não é um
bom negócio, pois nos levará para caminhos de materialismo.
Tomar o dinheiro apenas como números e deles tirar conselho sobre causas que inspiram
altruísmo, também nos levará por caminhos distantes da prosperidade.
E por falar em prosperidade, qual o sentido desta palavra? Tão perseguida, tão desejada…
Será que prosperidade limita-se ao dinheiro?
Ao longo da minha jornada, fui percebendo que, no fundo, tudo o que o ser humano deseja
é ser feliz, avançar na direção dos seus sonhos e propósito, ser uma pessoa afortunada e
próspera, ainda que muitos não tenham descoberto o seu propósito de vida, a razão pela
qual nasceram e o motivo que os move nessa jornada chamada vida.
Afortunado é aquele que é ou foi abençoado com boa sorte, êxito, felicidade, abastança;
bem-aventurado. 26
Desta forma, feliz e afortunada é a pessoa que empenha seus esforços na busca da
prosperidade, entendendo que é muito mais que dinheiro.
Você prospera quando avança na direção dos sonhos e propósitos do Criador para a sua
vida.
CRENÇAS LIMITANTES
Muitas vezes nos deparamos com clientes que têm a vida “travada” em função de crenças
limitantes.
25
https://origemdapalavra.com.br
26
www.dicio.com.br
A pessoa está insatisfeita com seu trabalho. Quando o despertador toca, ela pensa:
“Ai, não acredito! Que chato! Tenho que ir trabalhar! Não quero ir! Não estou satisfeita!” Esta
comunicação interior produziu um estado, e então, ela levanta contrariada, “pesada”. Toma
seu banho e seu café e sai de casa nervosa. Briga no trânsito, no transporte, fala palavras
duras (ações). Chega no trabalho nervosa, desanimada, não produz como deveria, seus
resultados ficam abaixo do esperado. E em função de tudo isso, ela pensa: “realmente não
consigo prosperar, nada dá certo pra mim”.
E aí se formou uma crença limitante, que vai influenciar sua comunicação e seus resultados
futuros e o ciclo se repete.
As crenças limitantes se instalam como sofismas, argumentos astutos que têm um único
objetivo: induzir ao erro.
SABOTADORES
Podemos dizer que os sabotadores estão sempre de mãos dadas com as crenças
limitantes.
São frases que você fala pra você mesmo, alimentando a sua crença limitante. Por
exemplo:
E quanto mais acredita nestes sabotadores, mais abre mão de viver uma vida abundante,
pois se abandona, se esquece, se priva do valor que realmente tem.
Você tem falado alguma frase que adotou como “verdade” e hoje percebeu que precisa se
livrar dela?
Muitas vezes, por uma lealdade ao sistema, aos que vieram antes (antepassados, fator
transgeracional), e tiveram uma vida de muita escassez, passaram dificuldades,
necessidades e privações, a pessoa não “vai além”, cada vez que atinge certo nível de
prosperidade e realização, um “sabotador interno” entra em ação, de maneira inconsciente,
fazendo com que a pessoa procrastine, paralize e não avance para “além dos ascendentes”.
É muito importante olhar para isto a fim de identificar as lealdades, desfazer emaranhados,
identificando a origem desta escassez para então seguir!!!
Constelar é preciso!
Se quer ter êxito na profissão, resgate os princípios vitais que compõem sua família.
Há uma pergunta fundamental a ser feita em relação à dificuldade financeira que pode
desatar vários nós:
Nos meus atendimentos, muitas vezes me deparei com pessoas diligentes, esforçadas,
porém nunca tinham dinheiro.
Percebi que as pessoas que “colocam o foco no dinheiro”, “no ganhar”, apresentam mais
dificuldade em obtê-lo e até mesmo desfrutar dele.
“Dêem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a
vocês.” (Jesus)
A maioria, senão tudo, que aprendemos sobre dinheiro é aprendizado da infância. Alguns
aprendizados foram adquiridos mesmo antes de nascermos, fazem parte do legado que
vem de geração em geração até nós.
A questão é que isso afeta a vida financeira. Para bem ou para o mal.
Muitas pessoas não conseguem chegar ao nível financeiro que gostaria é porque está com
a programação errada sobre ele…
Para ajudar o seu cliente, será importante você entender sobre estas crenças e
programações mentais, pois nem toda queixa terá origem apenas sistêmica.
O dinheiro em si é um pedaço de papel. Todo o poder, valor e energia que emana dele é
uma convenção da nossa sociedade para tornar as trocas entre os indivíduos mais
igualitárias, por isso dizemos que ele é uma energia.
O dinheiro, para permanecer com quem o recebe, exige que a troca seja justa, para ambos.
Quando há um desequilíbrio, acontece uma disfunção na gestão do valor.
A despeito de todas estas questões, o dinheiro pede a cada um a a coragem para poder
andar lado a lado.
Ao mesmo tempo, se ainda não estamos prontos para assumir nossa vida, ele aguarda até
sermos responsáveis para lidar com as decisões e a maturidade que ele nos exige.
CARREIRA E PROFISSÃO
Neste momento, indico que você assista a live que realizei lá no Instagram sobre sucesso,
carreira e profissão. 27
À medida que se desenvolve, o indivíduo vai mudando de fase e também de interesses. Até
que chegue o momento da escolha profissional.
27
https://www.instagram.com/tv/CEM9gBCHJyc/?igshid=kww8i30yd0gb
28
Bert Hellinger - Ordens do sucesso - êxito na vida, êxito na profissão
Como o próprio nome indica, âncora é algo que traz segurança. São elas:
● Autonomia e Independência;
● Competência Administrativa Geral;
● Competência Técnica e Funcional;
● Criatividade Empresarial;
● Dedicação a uma Causa;
● Desafio Puro;
● Estilo de Vida;
● Segurança / Estabilidade.
A escolha de carreira em geral será amparada pela âncora, mesmo que a pessoa não a
conheça. Por exemplo: se minha âncora de carreira é Estilo de vida, vou buscar isso nos
empregos em que trabalho. Se minha âncora é Segurança e estabilidade, vou buscar
também um trabalho ou uma profissão em que sou desafiado constantemente.29
Ocorre muitas vezes que para honrar quem veio antes, as pessoas fazem escolhas que não
são delas de fato. Estão ligadas à uma necessidade de equilibrar seu sistema familiar
através da sua profissão e é por esse motivo que muitas vezes não encontram satisfação
em sua carreira.
Você deve conhecer pessoas que escolheram a Faculdade por ser a profissão do pai, do
avô… Ou por desejar seguir a profissão da mãe, das tias…
E ainda há pessoas que não cursaram a Faculdade dos seus sonhos, porque o pai ou a
mãe “queriam” que o filho (ou a filha) seguisse a carreira que eles mesmos não tiveram
condições.
29
Por conta destas lealdades (inconscientes) e emaranhados, tem muita gente infeliz na
profissão.
A constelação ajuda a olhar para tudo isto e reorganizar de maneira que a pessoa possa
estar livre para tomar as suas próprias decisões.
O movimento das constelações familiares também nos ajudará a olhar para nosso papel
para nós como filhos, ou seja: a forma como nos colocamos no trabalho é muito semelhante
à forma como nos portamos com nossos pais.
“Muitos que reclamam dos seus pais olham para questões secundárias e não para o
essencial. Assim perdem o essencial. Em todas as situações onde alguém critica seus pais
está diminuindo o essencial dentro de si. Fica mais estreito, menor, limitado. Quanto mais o
fizer, mais limitado fica. Ao contrário, se alguém olha para o essencial e toma a vida em sua
plenitude e pelo preço total que custou aos seus pais e que lhe custa, essa pessoa pode
enfrentar todas as situações.”
Bert Hellinger
Quanto mais reivindicações e julgamentos tivermos em relação aos nossos pais, mais o
sucesso estará distante de nós.
Perceba que o pensamento sistêmico articula todas as áreas (ou sistemas) para oferecer
um olhar abrangente sobre cada situação e dor.
“As constelações sistêmicas com doentes podem revelar conexões transgeracionais entre
as doenças e os acontecimentos traumáticos nas famílias de origem do paciente.”
(Stephan Hausner)
Um sintoma pode ser olhado como uma memória sistêmica que pede por mudança.
O sintoma, sob o olhar sistêmico, aparece como uma parte de revelação ou materialização
das ligações com tudo aquilo que está dentro de nós e que nos conecta com nossa
transgeracionalidade.
Pode-se dizer que alguns sintomas ou doenças estão relacionados com acontecimentos e,
muitas vezes traumas, que aconteceram no sistema familiar.
O jeito de pensar a vida, de sentir, de atuar nos movimentos, os modelos de certo e errado,
a visão do mundo e propósitos…tudo isso se mistura quando os pais se encontram e, de
certa maneira, ao nascer passamos a estar conectados com essa dinâmica.
"A constelação da doença ou do sintoma, em relação com o paciente ou com sua família,
consegue trazer à luz essas conexões que geralmente são inconscientes."
(Stephan Hausner)
Tendo em vista a visão sistêmica, é possível afirmar que um sintoma não é apenas de uma
pessoa e sim de todo o seu sistema, já que existe o entendimento da pessoa como um ser
integrado às suas dinâmicas biográficas e transgeracionais.
Ainda é possível dizer que há muitos casos em que a saúde está a serviço do sistema
familiar.
“A doença é o estado do ser humano que indica que, na sua consciência, a pessoa não está
mais em ordem, ou seja, sua consciência registra que não há harmonia.”
(Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke)
Muitas vezes encontramos filhos que “fazem sintomas'' pelos pais, numa tentativa de
“expiar” a doença do clã.
Bert Hellinger diz que somos movidos no nosso inconsciente pela nossa lealdade ao
sistema familiar que fazemos parte. Ou seja, somos leais ao meio a que pertencemos.
1. Pertencimento de todos que fazem parte (não pode haver exclusão de nenhum
membro);
2. Equilíbrio entre as relações (trocas sem abismos entre o que se recebe e o que se
dá);
3. Ordem entre os membros, definidas pela data de chegada (respeito pela autonomia
dos membros mais antigos em relação aos membros mais novos), chamada de
hierarquia.
● Os movimentos;
● A representação;
Escuta atenta diz respeito à sua postura enquanto ouve o cliente. E aqui é importante ouvir
não apenas o que está sendo dito, como igualmente o que não é dito, pois o corpo fala, a
respiração fala… E por vezes, falará mais que a comunicação verbal.
À medida que ouve, deixe fluir não apenas os conhecimentos técnicos, mas também a
sensibilidade e experiência para, sempre que necessário, intervir nos movimentos.
Sempre que possível, deixe que o próprio cliente escolha os representantes, mas esteja
aberto para as ocasiões em que você precisará fazer esta escolha, como, por exemplo, nas
constelações veladas, ou até mesmo nas constelações on line. Faça tudo sempre em
harmonia com o cliente.
O que deve ser observado, ao final da Constelação, é que os pais estão atrás (na posição
de impulsionar para a vida) e filhos à frente (indo para a vida).
Quando “aparecer a criança interior”, é orientado que, ao final da Constelação, ela esteja ao
lado do(a) cliente (olhando para ele/a), que a partir deste momento, assumirá o controle da
vida.
Quanto ao resultado, podemos dizer que tem a mesma eficácia e intensidade, o que irá se
diferenciar são as características pessoais do cliente e seu modo de funcionamento.
CONSTELAÇÕES ORGANIZACIONAIS
A Metodologia das Constelações familiares também é muito eficaz no ambiente das
Organizações.
É na esfera da Gestão de Pessoas que se encontram os grandes desafios que podem até
mesmo “quebrar a empresa”.
Comunicação eficaz, relações interpessoais entre pares e hierarquias e mesmo entre o time
e os clientes podem ser olhados à luz das constelações sistêmicas.
UM CASE DE SUCESSO30
A empresa Y vivia uma crise: os colaboradores não trabalhavam unidos, não havia equipe
coesa.
Havia uma divisão, como se fossem dois times, que competem entre si: empregador X
empregados. Os maiores concorrentes eram os próprios funcionários.
30
Sandra Mendes dos Santos - Coragem para ressurgir
Escuta atenta e olhar empático e sistêmico são, sem dúvida, ferramentas eficazes para criar
estratégias anti-crise.
Após a análise de diversos fatores, foi possível fazer um diagnóstico acerca do que deveria
ser alterado, melhorado e otimizado.
A Constelação empresarial também se apóia nos três princípios, chamados por Bert
Hellinger de Ordens do amor: hierarquia, pertencimento e equilíbrio.
PERGUNTAS PODEROSAS
Sou “amante” das perguntas poderosas. E sempre digo que são elas que movem o mundo.
Para empresas com maior porte e complexidade é orientado que se faça consultorias
sistêmicas31 para se compreender a dimensão dos problemas, podendo-se então,
personalizar e oferecer um Programa de Mentoria a ser desenvolvido ao longo de um
período pré-estabelecido.
31
Chamamos de Consultoria Sistêmica aos Programas elaborados de maneira personalizada para
atender um ou mais objetivos específicos, Podem ter a duração de 3 meses a 1 ano, de acordo com
o porte da empresa e/ou as áreas que serão trabalhadas.
CONSTELAÇÃO NA EDUCAÇÃO
Um educador com olhar sistêmico considera que o ser humano é influenciado pelos
sistemas nos quais interage e também influencia.
A Pedagogia Sistêmica aplica os princípios sistêmicos na sala de aula, trazendo uma nova
postura e um novo olhar nas práticas educativas.
32
https://constelacaoclinica.com
33
Wikipedia
No decorrer do ano letivo, a jovem demonstrou comportamento que nos chamava atenção:
chegava na escola com uniforme sujo, por vezes aparentava estar sem as peças íntimas,
criava atritos entre meninos e meninas, em geral, saindo de “vítima’, sem contar de crises
de choro quando algum adulto se dirigia a ela, lembrando dos “combinados”.
Foi então que a professora veio até mim e passamos a observar a aluna.
Após alguns dias observando, chamei-a na minha sala. Conversamos e, em dado momento,
coloquei um fundo musical relaxante, entreguei à menina uma folha de papel e deixei sobre
a mesa um pote de lápis de escrever e de cor.
Pedi que ela fechasse os olhos e pensasse em sua família de origem, que percebesse cada
um deles.
Depois de uns minutinhos, pedi que ela abrisse os olhos e desenhasse a família de acordo
com a imagem do seu coração, que havia visto quando fechou os olhos.
34
Parte integrante do curso Uso do desenho nos atendimentos - Sandra Santos -
https://www.udemy.com/course/uso-terapeutico-do-desenho/?referralCode=2540D6A8A15FF597F85
9
A partir daquele dia, passei a chamar a estudante na minha sala, semanalmente para
ouvi-la, saber como havia sido seu fim de semana, perguntar se estava entendendo a
matéria… Tudo isto com a finalidade de despertar nela o sentimento de pertencer e de ser
vista.
Expliquei que XXX não se sentia vista e isto estava comprometendo seu desempenho
acadêmico e seu desenvolvimento emocional.Ela sentia que o irmãozinho era mais amado,
por isto estava tão próximo da mãe.
Observando o desenho, vi que a menina tinha um grande amor e admiração pela mãe, haja
vista a riqueza de detalhes, cores alegres e o cabelo da mãe, isto em contrapartida a ela
mesma (a aluna) e ao pai, os quais desenhou sem detalhes.
Quanto à lei da hierarquia, desenhou primeiro o bebê, que para ela é o mais importante,
pois tem maior proximidade da mãe; depois desenhou a mãe, a quem a menina admira,
mas tem por inacessível (veja que está acima).
O pertencimento também está em desordem, pois ela se desenhou no fim “da fila” e mais
distantes dos demais. E desenhou-se “numa linha abaixo de todos”.
Talvez um profissional sem o olhar sistêmico, tão somente encaminhará esta aluna para
aulas de reforço e faria relatórios de “mau comportamento”.
Um educador com olhar sistêmico considera que o ser humano é influenciado pelos
sistemas nos quais interage e também influencia.
Se você deseja dar um mergulho mais profundo neste tema, sugiro a leitura do livro “Você é
um de nós”, da Professora Marianne Franke, onde relata suas experiências de
Constelações Familiares com os alunos, dentro de sala de aula.
“No Direito se olha para o conflito visível, se baseia nas provas dos autos, nas constelações,
a partir do que se é visível, busca-se também o oculto, que não se mostra nas petições
juntadas aos autos, mas a partir, do que hoje se chama, olhar sistêmico, pelo qual
35
● ttps://cnj.jusbrasil.com.br/noticias/241147282/cejusc-de-sorriso-usa-metodo-da-constelacao-familiar-e-evita-divorcio
h
● http://www.fecema.org.br/arquivos/2862
● https://g1.globo.com/bemestar/noticia/constelacao-familiar-tecnica-terapeutica-e-usada-na-justica-para-facilitar-aco
rdos-e-propagar-cultura-de-paz.ghtml
● https://portal.tjsc.jus.br/web/sala-de-imprensa/-/justica-sistemica-e-constelacoes-familiares-ganham-espaco-nas-co
marcas-catarinenses
O olhar sistêmico permite olhar de maneira ampla, sem contemplar apenas a polaridade, ou
a dualidade (ou isto ou aquilo).
Ele não fazia propriamente uma constelação, mas se utilizava de frases de cura e exercitava
o olhar sistêmico nas causas em que atuava.
Dr. Sami chegou a fazer uso dos bonecos numa causa de guarda de menores.
E a partir de 2012, o juiz ampliou a prática das constelações nas causas sob a sua
orientação:
● Ações alimentícias;
● Guarda;
● Interdição;
● Uso de drogas;
● Menores infratores…
Ele atua até hoje na Comarca de Itabuna e seu trabalho ganhou expressão para o próprio
Bert Hellinger e sua esposa Sophia Hellinger, fundadora da Hellinger Schule.
36
https://www.constelareviver.com/
37
https://www.conjur.com.br/2018-jun-20/sami-storch-direito-sistemico-euma-luz-solucao-conflitos
"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte
da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um
promontório, como se fosse a casa de teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer
homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por
quem os sinos dobram; eles dobram por ti."38
“ A lógica é uma tentativa de entender e de fixar a realidade. Ela é válida em certas áreas.
Entretanto, neste trabalho, tenta-se compreender o movimento da força. Vai-se com esse
movimento também quando ele infringe a lógica. Por isso, não se pode considerar como
algo rijo, o que, às vezes, chamo de ordens do amor. (...)
“ Esse é o procedimento fenomenológico. Ele não conhece o fim, sempre conhece somente
o próximo passo. No fim, vê-se que teve sentido, porém não antes. Isso contradiz o
procedimento científico, que tem um alvo claro e determina o caminho segundo esses
alvo.”39
Vamos falar sobre o autodesenvolvimento que todo profissional das ordens da Ajuda deve
buscar, afinal, o constelador é parte do campo!
38
JOHN DONNE - (1572 - 1631) inglês, poeta, pastor e advogado.
39
BERT HELLINGER - Para que o Amor dê certo, editora Cultrix, 2ª ed., São Paulo, 2016
Ele deve estar apoiado numa base desenvolvimento pessoal, que chamamos de
autodesenvolvimento.
Vemos hoje em dia no mundo terapêutico das constelações, muitas pessoas agindo de
maneira informal: por um lado, o cliente ou o buscador desejando uma receita de bolo e
resolva o seu problema e amenize a sua dor, por outro lado, muitos profissionais
desenvolvendo um trabalho informal, sem um método e se deixando levar pelo jogo de
buscas, ansiedade e súplicas do cliente.
Que bom que você chegou até aqui, isto demonstra que você está buscando se
profissionalizar, buscando a excelência em suas práticas!
O seu objetivo como constelador (a) ou facilitador(a) de uma constelação será servir ao
propósito e trazer a ordem e harmonia para o sistema familiar ao qual está servindo.
“Aquilo que é essencial não pode ser observado. As coisas essenciais se encontram atrás
das coisas que conseguimos observar. E como alcançamos o conhecimento essencial?
Expomo-nos a uma situação sem o desejo de que ela seja diferente daquilo que é.
Expomo-nos, por exemplo, a um cliente sem o desejo de que alguma coisa seja diferente
daquilo que é.
E expomo-nos a nós próprios sem o desejo de que devemos saber mais. Desta forma
tornamo-nos vazios.
E então, de repente, aquilo que é essencial é visto”. 40
Podemos dizer que este estado ou lugar, que Bert Hellinger chama de “vazio”, é um estado
de “pureza”, é o nosso centro, lugar de equilíbrio, “no centro encontramos leveza”.
Aprendemos aqui que o terapeuta, constelador, deve ir para o seu atendimento, esvaziado
de seus preconceitos, ideias pré-concebidas opiniões.
“Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.”
Jung
Este despertar fará a diferença nos atendimentos. As informações que precisamos para
desatar nós, emaranhados e identificar bloqueios, estão imersas dentro de cada um de nós.
É do interior, deste centro livre de julgamentos e ideias pré-concebidas, que vêm a intuição
e a sensibilidade, essenciais para promover a cura.
40
Bert Hellinger - O essencial é simples
Mentor41
(do grego: Méntor; do latim: Mentŏre):
1. Indivíduo com grande experiência ou sapiência em determinada área, que orienta e
aconselha outras pessoas; conselheiro, professor, guia ou orientador;
2. Pessoa que idealiza, cria e dirige um trabalho, uma obra, um esquema ou um projeto; 3.
Indivíduo que provoca inspiração noutros.
“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado,
com certeza vai mais longe.”
Clarice Lispector
“A primeira ordem da ajuda consiste em dar apenas o que se tem e somente esperar e
tomar o que se necessita.
Nas Constelações Familiares nos é mostrado o que o ajudante deve exigir, tanto de si como
daquele que procura a sua ajuda. Essa humildade e essa renúncia contradizem muitas
ideias tradicionais sobre a maneira correta de ajudar e, frequentemente, expõem o ajudante
a graves acusações e ataques.
Muitos ajudantes, por exemplo, na psicoterapia e no trabalho social, pensam que precisam
ajudar aqueles que procuram ajuda, como os pais ajudam seus filhos pequenos.
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Inversamente, muitos que procuram ajuda esperam que os ajudantes se dediquem a eles
como pais em relação a seus filhos e esperam receber deles, mais tarde, o que ainda
esperam ou exigem de seus próprios pais.
Busque a sua cura, olhe de maneira corajosa para as suas feridas e dores. Por que
você age como age?
“É fato que muitos que começam com este trabalho ainda têm seus determinados limites.
Alcançarão menos, em função disso? Quando estão em sintonia com os seus limites, a
alma atua de um modo determinado. Quando alguém assume que não pode fazer nada, que
chegou aos seus limites, talvez isso tenha o maior efeito na alma do outro. O ajudante
precisa realmente confiar em sua alma. Por isso, o grande Freud já descobriu que, algumas
vezes, os iniciantes tinham mais sucessos que os macacos velhos. Pois são modestos, e
isso concede espaço à alma.”
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BERT HELLINGER
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Bert Hellinger - Ordens da ajuda
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Bert Hellinger - “O amor do espírito
Alguns irão optar por agregar as práticas e aprendizados à profissão que já exercem,
enriquecendo as práticas e oferecendo um diferencial nos serviços prestados.
Outros, com certeza, têm em mente a criação de um projeto autossustentável, desejam ter o
seu negócio, ou já o têm.
Por se tratar de uma modalidade que atua diretamente com pessoas, tendo como objetivo
ser instrumento de cura e libertação, é uma profissão muito procurada nos dias atuais.
É fundamental ter um planejamento que norteie onde você quer chegar e só então,
poderá selecionar os melhores métodos e o melhor caminho.
Ilude-se quem pensa que o empreendedor, por ser o “seu próprio patrão”, tem
regalias, trabalha menos e tem a vida mais fácil.
Um negócio auto sustentável é aquele que tem entrada de capital maior que a saída.
É aquele que tem fundo de caixa, que “cobra” valores justos e que pratica a lei do
equilíbrio.
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Definições de Oxford Languages