E BookConstelaçãoFamiliar

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Constelação
Familiar
MARTA FRANCO
www.renascersaude.com.br
Sobre
Marta Franco
Marta Franco é terapeuta, consteladora e coach com
mais de 12 anos de experiência em Constelação
Familiar, Regressão, Renascimento, Reiki, entre
outras especialidades, e fundadora do Renascer
Saúde Instituto de Desenvolvimento Humano
(www.renascersaude.com.br).
Neste material vou lhe apresentar os conceitos
básicos e os princípios da Constelação Familiar, uma
abordagem psicoterapêutica desenvolvida por Bert
Hellinger, e como ela influencia em nossas vidas.
Espero que possa fazer a diferença para você.
Sou grata a todas as abordagens e a todos os
que contribuíram para que eu as acessasse,
através de livros ou presencialmente. Vejo que
elas são complementares e pude “ser tomada”
pelo movimento das constelações porque já me
exercitava nas conexões com os campos
mórficos há muito tempo
MARTA FRANCO
O que é?
Constelação Familiar é uma abordagem psicoterapêutica, sistêmica e fenomenológica, desenvolvida pelo
filósofo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger.
Esta abordagem foi criada na Alemanha com o nome – familienaufstellung que significa colocação ou
representação familiar. Porém, o verbo “stellen” foi traduzido para o inglês como “constellate”, ou seja,
posicionar os elementos numa configuração dada. Como o primeiro livro chegou ao Brasil a partir de uma
tradução do inglês, surgiu e permaneceu como constelação familiar, o que não tem relação alguma com
astros ou esoterismo e sim com a ideia de que elementos são colocados observando as relações entre eles.
A constelação é o caminho para um nível de consciência mais elevada, o qual mostra, através de um campo
morfogenético, as forças atuantes nas famílias, sociedade e organizações. Ela nos coloca em contato com os
níveis mais profundos da alma dos sistemas, apresentando os emaranhamentos familiares e organizacionais
que geram no agora conflitos, dificuldades de relacionamento, financeiras, dores, doenças, entre outras
desordens e as possíveis soluções.
O que é?
Hellinger descobriu que muitos problemas, dificuldades e doenças estavam ligadas a destinos de membros
anteriores dos grupos familiares. Este é um movimento da alma, não só da alma pessoal e individual,
mas sim, de uma grande alma que atua e conduz, que nos possui e movimenta, além de nosso próprio
desejo. Tem como objetivo “unir amorosamente tudo que esteja separado”. Percebeu que há uma
“consciência de clã”, gerador de um movimento inconsciente que propõe essa repetição, ao que ele chamou
de “ordens do amor”. Essas ordens/princípios se norteiam independentemente do nosso conhecimento
delas.
A Constelação Familiar não está ligada
a nenhuma religião ou crença. Quem
utiliza esta abordagem misturando-a
com qualquer conceito religioso não
segue a proposta de seu criador
Como Surgiram as Constelações Sistêmicas?
Hellinger desenvolveu seu método a partir de observações empíricas, fundamentadas em diversas formas de
psicoterapia familiar, dos padrões de comportamento que se repetem nas famílias, grupos familiares e
países ao longo de gerações.
Bert percebeu esse fenômeno ao observar a psicoterapeuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando
esta trabalhava com o seu método das “esculturas familiares”: quando uma pessoa estranha, convocada a
representar um membro de outra família, passava a se sentir exatamente como a pessoa a qual
representava, às vezes reproduzindo, de forma exata, sintomas físicos dessa pessoa, mesmo sem saber nada
a respeito dela.
Como tudo, as constelações também evoluem para áreas mais profundas. Entre os anos 2003 e 2005,
Hellinger apurou sua forma de trabalho para um desenvolvimento ainda mais abrangente, que ele
denominou "movimentos da alma". Estes abrangem contextos mais amplos do que o grupo familiar, tais
como o grupo étnico. Descobriu e descreveu, ainda, os efeitos das intervenções (chamado de “ajuda”) e os
princípios que efetivamente norteiam a ajuda efetiva, criando assim, também, as chamadas “ordens da
ajuda” (que veremos em uma outra oportunidade)
Em 2005, ao atender um cliente com
uma questão empresarial, Bert
percebeu que essas ordens também
atuam nas organizações financeiras,
iniciando, assim, as constelações
organizacionais
Em Que Se Baseiam as Constelações Sistêmicas?
Esse fenômeno já havia sido descrito anteriormente por Jacob Levy Moreno, criador do psicodrama,
também notado pela teoria de evolução dos campos morfogenéticos, formulada pelo biólogo britânico
Rupert Sheldrake e apoiando-se em conceitos da Física Quântica.
Morfo vem da palavra grega morphe, que significa forma; genética vem de gêneses, que significa origem. Os
campos morfogenéticos são campos de forma, campos padrões, estruturas de ordem. Esses campos
organizam não só os campos de organismos vivos, mas, também, de cristais e moléculas. Cada tipo de
molécula, cada proteína, por exemplo, tem o seu próprio campo mórfico – hemoglobina, insulina, etc. De
um mesmo modo, cada tipo de cristal, cada tipo de organismo, cada tipo de instinto ou padrão de
comportamento tem seu campo mórfico. Esses campos são os que ordenam a natureza. Há muitos tipos de
campos porque há muitos tipos de coisas e padrões dentro da natureza.¹
¹Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2011/03/14/a-teoria-dos-campos-morficos-do-biologo-rupert-sheldrake-artigo-de-antonio-silvio-hendges/
De posse de detalhadas observações
sobre tal fenômeno, Hellinger
identificou os 3 princípios básicos que
regem a constelação
Hierarquia
significa que quem nasceu primeiro deu e pode continuar a dar a quem veio depois, sem que ocorra algum
mau efeito. Imagine a vida como uma grande fonte que passa de geração em geração fazendo brotar novas
vidas. Assim, cabe aos descendentes serem gratos aos ancestrais, pela vida que receberam de presente. No
entanto, se algum membro descendente desrespeita, exige algo mais, ou quer ajudar um ancestral, pelo
muito que recebeu ou por prepotência, acarretará para ele problemas em sua vida de relação e profissional.
Mesmo quando esse cuidado é amoroso e realmente necessário, como, por exemplo, cuidar dos pais
enfermos, isso poderá deixar os filhos enfraquecidos caso eles se sintam maiores que seus pais. Podemos
observar os filhos de pais com Alzheimer como exemplo
Pertencimento
isto quer dizer que todos têm o direito de pertencer e ser olhado com respeito pelos outros membros. Se
alguns se envergonham, falam mal ou excluem um familiar ou um sintoma físico ou emocional, um ou mais
descendentes irão representar o excluído, apresentando os mesmos sintomas, até que esta ordem seja
restabelecida
Equilíbrio no dar e receber
esta ordem mostra que para as relações se manterem é preciso haver equilíbrio nas trocas. Diferentemente
da relação pais e filhos, que os primeiros podem dar, enquanto os filhos não podem devolver sem terem mal
efeito, nas relações de casal, amizade e profissional é preciso “trocarem” com igual valor. Se um dos
parceiros presenteia de forma exagerada, sem, contudo, dar tempo ao outro de devolver, esta relação
correrá o risco de acabar. E por aí vai…
As ordens do amor são forças dinâmicas e
articuladas que atuam nas famílias, nas
empresas, países e em todos os relacionamentos
que envolvem pequenos ou grandes grupos.
Essas desordens geram sofrimento e doença. Em
contrapartida, em harmonia propiciam equilíbrio
e sensação de bem-estar consigo mesmo, nos
relacionamentos e no mundo
Como Acontecem?
As constelações acontecem em grupos de pessoas, geralmente sentadas em um grande semicírculo.
Em um movimento de “constelação familiar” um cliente apresenta um tema, uma questão para a qual
gostaria de olhar e perceber “qual das ordens do amor” (hierarquia – pertencimento – equilíbrio) foi
violada, onde seu amor está preso, a fim de que possa fluir de novo. Em seguida, o terapeuta pode iniciar o
movimento da constelação ou solicitar algumas informações sobre a vida de membros de sua família, tais
como mortes precoces, suicídios, assassinatos, doenças graves, casamentos anteriores, número de filhos ou
irmãos.
Com base nessas informações, escolhem-se pessoas do grupo, de preferência estranhos à história do cliente,
para representar membros da família, sintomas ou ele mesmo. Esses representantes são colocados, no
primeiro momento, geralmente em pé no espaço destinado ao trabalho. Em seguida, através das reações
desses representantes, pelo conhecimento das "ordens do amor", pela sua conexão com o sistema familiar
do cliente e deixando-se conduzir pela mesma “força” que move a todos neste momento, o terapeuta, tanto
quanto possível, esclarece ao cliente a causa antiga ou atual geradora do sintoma apresentado no início.
Em uma postura humilde, ao
constelador é permitido, às vezes,
interferir, a fim de restabelecer a
ordem desses princípios. Outras vezes,
o próprio “movimento desta grande
alma”, na constelação familiar,
apresenta a solução
Quais os Temas Podem Ser Colocados
Numa Constelação?
Relacionamento de casais e de pais e filhos

Relações interpessoais e dificuldades em algum setor nas empresas
Relações no ambiente educacional
Tomada de decisões familiares ou empresariais
Conflitos empresariais ou em setores específicos
Doenças físicas e emocionais em geral
Conflito entre grupos ou etnias
O que é um Constelador?
É quem conduz a constelação. Alguém que se preparou para essa tarefa, que, juntamente com o estudo e
compreensão das “leis do amor”, desenvolveu interna e externamente a vivência, o respeito, a postura
dessa compreensão.
Alguém onde não há espaço para julgamentos, que consegue se conectar e se entregar ao campo e se deixar
ser movido por ele, conduzido por ele. Alguém que consegue caminhar com o sistema de seu cliente e não
somente com seu cliente, que atua com coragem em favor do sistema, com amor, mas, sem intenção
específica, ou seja, intenção própria. Apenas como sua função ao momento de auxiliar na ordem dos
princípios, das ordens do amor.
Um constelador sempre se coloca como
último lugar no sistema de seu cliente
para, aí sim, poder atuar
Como o Cliente Deve Agir Diante Da Constelação?
O que acontece numa constelação é a projeção das memórias, as informações que estão na alma do cliente.
Este deve olhar para tudo com seu coração e com respeito por sua própria história e dos seus familiares.
Sem julgamentos, porém observando o que aconteceu, com amor e o desejo profundo de mudar as atitudes
que lhe compete mudar.
Se for uma constelação de decisão, que esteja preparado para acolher em seu íntimo o que o campo
apresentar. Nossa sugestão é que aproveite o que foi “mostrado” e faça suas escolhas. Particularmente,
sempre segui o que o campo me mostrou e tive resultados satisfatórios em todos eles.
A constelação é o início, e não o fim. De nada adianta fazer uma constelação se o cliente não levar aquele
movimento para dentro de seu coração e se modificar com isso.
Qual a Postura Correta e as Vantagens de Ser um
Ouvinte?
Olhar para as questões e histórias, sem julgamento. Considerando que em todas as famílias, incluindo a sua,
aconteceram muitas coisas. Em silêncio e centrados poderemos ganhar muito com as questões e soluções
dos nossos colegas, pois, quando acompanhamos com nosso coração e nossa alma, aquilo que se
apresenta transforma-nos também. E dessa forma atua diretamente e positivamente na alma do nosso
sistema.
Como decidir se devo participar como ouvinte ou
constelar?
Nas duas situações ganhamos muito. No entanto, deverá ser uma escolha do nosso coração. Como
terapeuta, constelador, amigo ou familiar, podemos sugerir, mas nunca devemos impor ou forçar a pessoa a
fazer uma constelação.
Sugiro aos meus clientes de atendimentos individuais que participem primeiro como ouvintes para depois
decidir, mesmo que eu tenha sugerido a constelação e veja claramente que poderá ajudá-los.
É sempre a pessoa que deve expor seu tema (aquilo que o incomoda) e, a partir daí, algo se mostrará. Na
minha opinião é indevido dizer que a pessoa deveria constelar sua família de origem, ou qualquer outra
questão, pois seria uma prepotência de nossa parte definir antecipadamente onde está a solução
Como se Tornar um Constelador?
Existem alguns excelentes cursos básicos, ministrados por pessoas maravilhosas e comprometidas em levar
esta abordagem de forma pura e respeitosa, como nos apresenta Hellinger. Porém, com um treinamento
básico, nem sempre conseguimos chegar à “postura correta” necessária a um constelador. Percebemos, na
maioria das vezes, que precisamos de anos de exercício, com vários consteladores, com os
quais aprenderemos “o que fazer” e “o que não fazer” numa constelação.
Sofie Hellinger disse: - “uma constelação é uma cirurgia na alma do sistema familiar de alguém”. Assim,
quando nos sentirmos seguros como um cirurgião, estaremos prontos para darmos os primeiros passos.
Se resta dúvida quanto a nossa preparação, tenha coragem de colocar um representante para você e alguns
para os prováveis clientes. Se seu representante mantiver-se parado e alguns dos representantes dos
clientes vierem em direção ao seu representante, possivelmente você está pronto. Outra opção é fazer uma
constelação de decisão
Gratidão por ter chegado até
aqui
Espero que possa ter trazido clareza a você quanto ao tema
"O que é Constelação Familiar"
Saiba que esse é só o início. Existe um mundo belo de cura,

transformação e prosperidade te esperando.
Cada vez mais dicas virão para você que está decidido a tomar a vida do
jeito que ela lhe foi dada.
Marta Franco
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