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A estrutura familiar é ainda composta por funções básicas. Cada membro possui um grupo de
tarefas específicas. A mãe tem a função materna, o pai tem a função paterna, os filhos têm a
função de aprendizagem, entre outras. Quando cada um está ciente e de acordo com as funções
desempenhadas, o sistema familiar age em uníssono. Ao longo do tratamento, são identificadas
oportunidades de aprendizagem e de mudança. Os membros da família devem estar dispostos a
colaborar uns com os outros.
Terapia de Casal
Para melhorar a qualidade de seus relacionamentos, muitos casais procuram a Terapia
Relacional Sistêmica.
Contudo, os primórdios mais evidentes dessa terapia surgiram com o antropólogo Gregory Bateson e
sua equipe de veteranos na “Administration Hospital de Palo Alto”. Bateson se uniu a outros
pesquisadores como Jackson, Haley e Weakland para analisar o sistema comunicativo das famílias
esquizofrênicas.
Uma das teorias mais interessantes que surgiu a partir das pesquisas foi a teoria do vínculo
duplo. Essa teoria explica como a contradição entre duas ou mais mensagens pode induzir ao delírio para
fugir da realidade, já que a contradição implica receber ordens simultâneas impossíveis de cumprir, pois a
realização de uma implica desobedecer a outra. Um exemplo pode ser a expressão “te amo” para uma filha
de sua mãe, que a nível gestual transmite rejeição.
Paralelamente, em 1962, Jackson e Ackerman fundaram a revista Family Process e Bertalanffy formulou a
Teoria Geral de Sistemas, sendo esta última a teoria que desenvolve uma série de fatores comuns a todas as
terapias sistêmicas.
Aspectos comuns das terapias sistêmicas
Apesar de as terapias sistêmicas serem muito amplas e abarcarem, como dissemos anteriormente, um
grande grupo de disciplinas, existe uma série de aspectos comuns a todas elas. O mais importante é o
conceito de sistema que já mencionamos como “um conjunto de objetos ou elementos que se relacionam
entre si”.
Na sua Teoria Geral de Sistemas, Bertalanffy também destacou o conceito de interação, pressupondo
dessa maneira que um sistema implica uma interdependência entre as partes, ou no caso das terapias
sistêmicas, das pessoas envolvidas na relação.
Também é importante diferenciar os sistemas abertos dos fechados, apesar de não existir um
critério unificado entre os pesquisadores para diferenciar os mesmos. Seguindo a conceitualização
de Bertanlaffy, um sistema fechado é aquele que não realiza nenhum tipo de troca com o meio, ao
passo que um sistema aberto está em constante intercâmbio com o meio e com outros sistemas.
Por exemplo, os sistemas fechados de família não mantêm nenhum tipo de troca com o meio. O
estado final depende das condições iniciais de tal sistema e existe um empobrecimento de energia
progressivo na união e no sistema familiar.
Dessa observação, autores como Watzlawick, Beavin e Jackon da escola de Palo Alto, e da derivação do estudo
de outros conceitos da Teoria Geral de Sistemas, surge a “teoria da comunicação humana”. Essa teoria
proporciona aspectos e ideias comuns a todos os modelos sistêmicos como:
É impossível não comunicar. Essa teoria parte da ideia de que toda conduta é comunicação, incluindo o
silêncio. Além disso, ela considera que em situações o “sintoma” pode ser a forma de comunicação.
Existem dois níveis de comunicaçao nível digital ou de conteúdo e o nível analógico ou relacional. Se
houver incongruência entre ambos os níveis, surgem as mensagens paradoxais.
A interação está condicionada pelas pontuações que os participantes introduzem. Isso quer dizer que
dependendo da versão que construímos daquilo que vemos e sentimos, estabeleceremos a relação
com as outras pessoas e vice versa. Dessa forma, a ausência de concordância em relação à maneira de
pontuar os acontecimentos é a causa de vários conflitos nas relações.
Existe um sistema de regras que o terapeuta sistêmico deve conhecer: as regras conhecidas, as regras
simétricas, as regras secretas e as metarregras.
Padrão de funcionamento
Dentro da Terapia Relacional Sistêmica, este padrão é construído na infância. A criança aprende o padrão
de funcionamento com a família. Ela absorve fatores implícitos no comportamento e no ambiente familiar.
Por isso, muitas pessoas não conseguem entender
traços de personalidade e crenças que regem as suas vidas, especialmente quando essas são negativas.
Quando as suas origens são investigadas, normalmente descobre-se que a causa está enraizada em algum
acontecimento, lembrança ou problema familiar do passado.
A maneira como os pais e demais parentes próximos lidam com as situações da vida dita como a criança
vai responder as mesmas ou diferentes situações.
É possível identificar os aspectos do padrão de funcionamento ao observar como a
pessoa faz uso deles nas relações sociais, como, por exemplo, a comunicação, a forma de
se vestir, a profissão escolhida, a sexualidade, a saúde, e muito mais.
Essas estratégias, além de poderem ser limitadas, podem não ser tão úteis quanto a pessoa acredita.
Ainda assim, ela age de acordo com as regras pré-estabelecidas na infância ou no convívio com
familiares, procurando manter o status.
Para exemplificar, pense nas pecas de um relogio de ponteiro. Para que essas continuem a marcar as
horas e os minutos, todas as partes devem desempenhar o seu papel dentro da estrutura mecanica.
Se uma estiver em defeito, os ponteiros permanecerao imoveis.
O mesmo se aplica em pessoas, que quando todos os fatores que constituem o ser (emocoes, crencas,
comportamentos e pensamentos) estao em equilibrio, estamos de bem com a vida. Ja na situacao
contraria, os problemas emocionais que afetam a nossa saude, carreira e relacionamento comecam a
tomar conta.
É comum pensar na terapia sistematica como uma terapia voltada apenas para a familia ou grupos, ja
que, neste caso, cada membro corresponde a uma parte do sistema. No entanto, esta abordagem
tambem pode ser aplicada em processos individuais.
Conclusão
Concluimos que apartir do referencial relacional sistêmico e do trabalho focado nos padrões de
funcionamento, aborda-se o trabalho com psicoterapia individual, de casais, famílias e grupos, nos seus
aspectos clínico, técnico, teórico e vivencial. Outro ponto importante deste trabalho são os aspectos do
terapeuta relacional sistêmico, no seu desenvolvimento técnico e pessoal.
A terapia familiar apresenta-se como uma área de estudo multidisciplinar que procura compreender o
funcionamento das relações de casal e familires, centrando a sua intervenção no meio familiar em que o
individuo se encotra.
MUITO OBRIGADO!