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TERAPIA

FAMILIAR

FORMAÇÃO PSICANALÍTICA

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Conceito de família

A família é uma unidade fundamental que acompanha a


formação e o desenvolvimento do ser humano. É composta
por pessoas que estabelecem entre si profundas ligações
emotivas, que são naturalmente complexas e diferentes ao
longo da vida e muitas vezes unem várias gerações,
podendo possuir elementos que, não tendo ligação
biológica com a família, são afetivamente muito
importantes no enredo das relações familiares.

A família designa assim um conjunto de elementos


emocionalmente ligados entre si.

A terapia familiar pode ser uma excelente alternativa para


famílias que estão passando por momentos de conflitos e
desarmonia. Nesse contexto, a família pode ser vista tanto
em sua estrutura nuclear — pai, mãe e filhos — quanto em

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sua estrutura estendida, incluindo assim avós, primos,
genros, noras, etc.

O que é a Terapia Familiar?

A Terapia Familiar é um diálogo que se constrói e


desenvolve no tempo, envolvendo um terapeuta disponível
e uma família normalmente em grande sofrimento.

É uma procura de novas alternativas que não passa por


resolver problemas e corrigir erros, mas, principalmente,
por colocar em evidência a competência da própria família,
ativando a sua participação na resolução dos seus
problemas.

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O Terapeuta não transforma, mas suscita ocasiões
favoráveis à mudança.

Por que tratar a família?

O que acontece com um membro da família afeta a todos


os demais.

O que ocorre com a família influencia todos os membros.

Pensar a família como unidade.

O terapeuta de família dá atenção à estrutura familiar


(como ela se constitui, se organiza e se mantém) e aos seus
processos (como ela se adapta e evolui ao longo do tempo)
simultaneamente.

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É um sistema vivo em evolução, organizado de forma
complexa e durável, cujo todo é mais do que a simples
soma de suas partes. (é mais do que a soma de seus
membros).

Fundamentos Teóricos:

A terapia de família surgiu após a Segunda Guerra


Mundial, em um contexto de crise, com as pessoas ainda
chocadas com a destruição recente.

Neste período as ciências humanas preocuparam-se em


aprofundar os conhecimentos sobre as relações entre o
indivíduo e o contexto.

A terapia familiar se desenvolveu nos EUA, na década de


1950.

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Ackerman, psicanalista de Nova Iorque cunhou o termo
―terapia de família para uso na psiquiatria infantil.

ESCOLAS DE TERAPIA DE FAMÍLIA

Ackerman introduziu a idéia de trabalhar com a família


nuclear, utilizando métodos psicodinâmicos, com ênfase
nos mecanismos de defesa grupais e na teoria das relações
de objeto.

Bowen desenvolveu a escola trigeracional de terapia


familiar, com a abordagem dos conflitos transgeracionais:
diferenciação, triangulação e rupturas.

Witeker e Satir foram expoentes da escola existencial, que


enfatiza o trabalho intenso com as emoções e vivências no
aqui e agora da família e do terapeuta.

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Salvador Minuchin criou a terapia familiar
estrutural/sistêmico que enfatiza as questões
organizacionais da família na gênese e na resolução dos
problemas.

Em Palo Alto desenvolveu-se a escola comunicacional, na


qual o trabalho concentra-se nas comunicações
interpessoais verbais e não verbais incongruentes que se
estabelecem na tentativa infrutífera de resolver o sintoma.

Haley criou a escola estratégica para os problemas


decorrentes de arranjos hierárquicos e papéis bem como as
reações em suas mudanças.

Escola comportamental (Paterson, Margolin) para


problemas que podem ser mantidos ou estimulados pelas
atitudes da família.

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Psicoeducacional de caráter informativo, envolvendo o
manejo de doenças crônicas, redução do estresse e manejo
de crises.

Terapia familiar com enfoque cognitivo-comportamental.

A partir da década de 80, tornou-se mais nítida a tentativa


de síntese e integração de teorias e técnicas, coincidindo
com a introdução da terapia familiar no Brasil.

Ganhou destaque o trabalho com instituições e


comunidades com um enfoque sistêmico.

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CARACTERÍSTICAS DE FAMÍLIAS COM BOM
FUNCIONAMENTO

Igualdade de poder entre os cônjuges

Ampla expressão de ideias e afetos

Incentivo à autonomia pessoal com respeito às


necessidades do outro

Percepção e respeito pela interdependência entre os


membros da família

História familiar compartilhada

Capacidade de usar adequadamente o humor

Envolvimento com grupos e movimentos sociais

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MUDANÇAS AO LONGO DO CICLO VITAL DA
FAMÍLIA

As fases do ciclo vital da família são: individuação do


adulto, casamento, nascimento do primeiro filho, família
com filhos pequenos, família com filhos adolescentes e o
chamado ―ninho vazio‖ ou família da maturidade.

As diversas fases exigem acomodação e mudança de cada


membro e da família como um todo, sempre mantendo a
estabilidade do grupo.

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DIAGNÓSTICO DA ESTRUTURA E DINÂMICA
FAMILIAR

Durante a primeira entrevista já é possível conhecer o


paciente e sua família o suficiente para poder estabelecer
uma hipótese diagnóstica.

O diagnóstico é um processo dinâmico que precisa ser


refeito ao longo do tratamento à medida que a família e os
indivíduos vão mudando.

A busca do tratamento

A procura de atendimento costuma ocorrer por meio de um


membro da família, que se diz necessitando de tratamento
ou que busca ajuda para um familiar identificado como
problemático pelo grupo.

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A organização do primeiro encontro terapêutico dependerá
da avaliação inicial da situação.

Quando o paciente identificado é uma criança, é de praxe


convidar todos os que moram na casa, mas se é um jovem
adulto, pode ser mais aconselhável iniciar o processo
vendo-o só.

O encontro terapêutico

No primeiro encontro deve-se procurar estabelecer um


clima de confiança e intimidade que permita às pessoas
envolvidas revelar suas preocupações e mostrar suas forças
peculiares de interagir.

Frequentemente, aquilo que era considerado um problema


individual passa a ser percebido como algo que está
influenciando a todos e que é influência de todos.

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Segredos, dificilmente surgem em uma primeira consulta e
é bom que assim seja, assim que o terapeuta possa construir
em conjunto com a família a melhor forma de abordá-los.

O objetivo da primeira consulta é estabelecer uma boa


relação e fazer uma hipótese diagnóstica do problema que
uma vez compartilhada com a família, permite combinar
um plano terapêutico.

Segredos como adoção, maus-tratos e casos extraconjugais


podem exigir entrevistas diagnósticas individuais
concomitantes.

Pode ser também necessário, já no início, o


encaminhamento para a avaliação por outros especialistas.

Aspectos a serem considerados ao formular o


diagnóstico da família:

Qual o nível socioeconômico e quais são as características


étnico-culturais da família?

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Estão vivenciando uma crise vital ou uma crise situacional?
Qual é o estágio de desenvolvimento da família? É possível
compreender os sintomas como um bloqueio ao
desenvolvimento, tendo em vista a crise existencial que a
família vive?

Como estão a estrutura e a organização familiar? Os


adultos conseguem liderar a família? Quais são as alianças
e os estilos de funcionamento?

Como está sua capacidade de comunicar-se, resolver


problemas e expressar afeto?

Pode-se encontrar uma função de proteção familiar para o


sintoma? Quais os nexos entre o comportamento
disfuncional e a história familiar trigerencional?

Há evidências de algum membro estar apresentando


transtorno mental?

Como classificar o funcionamento familiar?

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A família tem motivação para o tratamento?

TÉCNICAS PSICOTERAPÊUTICAS

Ênfase na busca e na mobilização dos aspectos saudáveis


do grupo.

Trabalha-se muito no presente, procurando que apareça na


sessão, os problemas interacionais sentidos e relatados pela
família. (Minuchin, 1982)

Para trabalhar problemas intergeracionais mais


estruturados, situações que se repetem inconscientemente e
comportamentos herdados de gerações anteriores,
frequentemente trabalha-se incluindo os avós em algumas
sessões. (Andolfi; Angelo,1989).

O terapeuta utiliza-se de recursos de sua própria


personalidade, procurando criar um clima de empatia e
confiança.

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Dentro desta atmosfera deve desenvolver-se o complexo
processo terapêutico, que tem como objetivo criar
condições para os membros da família sentirem-se
plenamente parte do sistema familiar e ao mesmo tempo
promover a individuação de cada um deles.

Busca-se proporcionar novas experiências relacionais por


meio do humor e de técnicas criativas, e introduzir novas
formas de perceber e resolver os problemas de modo a
ampliar o repertório de respostas das famílias.

Outro grupo de técnicas, predominantemente verbais,


visam melhorar a comunicação e resolver problemas
específicos.

Buscam compreender as queixas principais, segundo o


ponto de vista de cada integrante da família, identificando
os objetivos comuns, clareando e resolvendo conflitos para
estabelecer novas regras de relacionamento.

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Os terapeutas trabalham, principalmente, no aqui e no
agora, procurando fazendo emergir na sessão informações
e interações relacionadas com a queixa trazida pela família.
Quando necessário, utilizam interpretações para vincular o
que veem no presente com experiências passadas do núcleo
familiar ou dos avós (e às vezes de gerações anteriores).

Nas famílias gravemente disfuncionais há desconhecimento


ou distorção da história familiar.

Essas técnicas requerem a participação conjunta dos


membros da família, especialmente do subsistema do casal.
Às vezes incluem-se avós, pais e netos na mesma sessão,
procurando trabalhar as afinidades e os conflitos entre
várias gerações.

Pode também ser necessária a presença de outros familiares


e de pessoas importantes para a família, configurando o
que se chama de terapia de rede social (Sluzki,1987).
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Técnicas mais diretivas

Visam a reestruturação ou à aquisição de capacidades


operativas que a família perdeu ou nunca desenvolveu
(Minuchin;fishman,1984).

O terapeuta observa os padrões interacionais da família que


ao discutir seus problemas permite a intervenção quando se
identificam as sequências interacionais disfuncionais. Na
intervenção se mostra a família os pontos disfuncionais,
bloqueia-se sua continuação e estimula-se que encontrem
formas alternativas de interagir.

Uma das intervenções mais frequentes é a delimitação de


fronteiras pessoais e entre os subsistemas. Quando não há
espaço para a reflexão individual ou o diálogo, porque
todos falam simultaneamente a respeito de tudo. O
terapeuta precisa sensibilizar a família para esse problema
e interromper as intromissões.

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Deve também delimitar espaços especiais para assuntos do
casal, ou para assuntos dos irmãos, que podem ser
resolvidos sem a participação dos pais.

No trabalho com crianças pequenas utilizam-se brinquedos


para criar possibilidades de interação entre os pais e filhos.
O terapeuta utiliza seus conhecimentos de ludoterapia e
desenvolvimento infantil para ajudar os pais a compreender
a linguagem metafórica da criança.

A criação de experiências de prazerosas, brincando com os


filhos, já é suficiente para transmitir aos pais a noção de
que eles são mais saudáveis do que imaginavam e que têm
mais recursos e competências do que pensavam.

Há certas técnicas para serem aplicadas fora e dentro do


consultório, como prescrição de tarefas, de rituais ou
prescrições paradoxais. Um exemplo de tarefa para um
casal que não tem nenhum espaço para si, é recomendado
que cada noite feche a porta de seu quarto e converse dez

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minutos sobre os acontecimentos do dia. Essa simples
prática pode facilitar inclusive a melhora da relação sexual
do casal.

Também se incluem técnicas mais diretivas como apoio,


psicoeducação e a orientação da família nos seus sentidos
mais amplos e conhecidos. São técnicas psicoeducacionais
muito úteis para famílias com doença física ou mental
crônica.

O terapeuta familiar é ativo na busca de técnicas que


permitem apresentar novas experiências à família, que em
geral procura tratamento quando já esgotou suas próprias
alternativas de mudança e está temporariamente paralisada
no seu desenvolvimento.

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CARACTERÍSTICAS DA PSICOTERAPIA
FAMILIAR:

Frequentemente é focal

De curta duração

Com grande poder preventivo

A psicoterapia do grupo familiar em geral se inicia com


sessões que duram pelo menos uma hora com frequência
semanal e sempre que possível com a participação de todos
os membros da família.

A duração média do tratamento familiar costuma ser em


torno de seis meses. Nas famílias gravemente
disfuncionais, com indivíduos psicóticos ou com transtorno
severo de conduta pode se prolongar por anos.

Se o paciente for adulto, a família pode ser incluída mais


tarde, ou mesmo ir apenas algumas sessões. À medida que

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a terapia progride, a frequência pode passar a ser quinzenal
ou mensal.

É frequente também dividir-se o tempo das sessões para


poder trabalhar com subsistemas diferentes: os pais, os
irmãos ou um indivíduo.

Os problemas podem ser solucionados dentro da terapia


familiar, mas às vezes é necessário continuar a terapia com
o indivíduo, com o casal, ou indicar tratamento de grupo.

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Indicações da terapia familiar

Quando é solicitado a terapia familiar.

Doença física ou mental grave em adultos, gerando um alto


grau de disfunção familiar (Esquizofrenia, TOC, TAB,
Transtorno do Pânico, dependência a drogas ou ao álcool,
transtornos alimentares, etc).

O problema atual envolve dois ou mais membros da


família.

A família enfrenta uma crise de transição que pode levá-la


à ruptura (mudanças de papéis).

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Contraindicações da terapia familiar

A família nega que estejam ocorrendo problemas


familiares.

Um dos membros da família é muito paranoico, psicótico,


agressivo ou agitado.

Em situações em que membros importantes da família não


poderão estar presentes.

Crenças religiosas ou culturais muito fortes impedem


intervenções externas na família.

Existem problemas individuais que necessitam,


previamente, de outros tratamentos.

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Compreensão Sistêmica

Todos os indivíduos participam da sessão;

A família funciona como um todo, e as pessoas interagem


umas com as outras;

Ou seja, se houver mudança em alguma parte, vai afetar e


alterar todas as outras.

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Pensamento básico sistêmico:

Família: sistema complexo de elementos em interação;

Unidade - Movimento contínuo e circular de troca entre


sistema familiar e estrutura individual;

Para crescer é preciso estar dentro do grupo trocando e


aprendendo;

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Pensamento básico sistêmico:

A família passa por ciclos de vida - De diferentes maneiras,


busca manter um equilíbrio;

Conceito de família ―funcional‖.

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COMPREENSÃO COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

Fatores cognitivos:

Pensamentos automáticos disfuncionais: distorções


cognitivas - importantes fontes geradoras de conflitos.

Ex.: Leitura mental – Ex.: ―marido está falando,


esposa boceja por estar cansada, ele pode pensar...‖.

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COMPREENSÃO COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

Postura do Terapeuta: relacionamento colaborativo

Promover um ambiente favorável em que o cliente não se


sinta exposto e/ou desconfortável em expor sua intimidade
e vulnerabilidade / ameaça do julgamento;

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POSTURA DO TERAPEUTA

Desenvolvimento da Pertinência para Mudança;

Adequação do que é útil para o cliente;

Ex.: ―Não dê o peixe, ensine a pescar‖!

Foco na Potência, Responsabilidade, Autonomia e


Mudança - Não existe ―vítima X bandido‖!

PRÁTICA CLÍNICA

Encaminhamento;

Primeiro Telefonema;

Primeira Sessão;

Pedido (O paradoxo do pedido: mudança X permanecer


igual, justificar...);

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Avaliação constante;

Planejamento de sessões e de processo.

As sessões podem ser espaçadas em intervalos menos


frequentes;

Duração: 60min, 90min, 120min;

Terapia Individual + Terapia de Casal/Família ??;

Trabalho interdisciplinar.

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Cliente: assumir a terapia como um espaço para se
conhecer e treinar posturas novas;

Diversos fatores têm favorecido a adoção de técnicas da


TCC por terapeutas de casal e família:

Abordagem pragmática;

Postura mais proativa para a resolução de problemas e


desenvolvimento de habilidades que podem ser utilizadas
para enfrentar dificuldades futuras;

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Relacionamento colaborativo entre terapeuta e cliente.

TERAPIA DE CASAL

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SITUAÇÕES:

Casais em conflito, recasamento, namorados, noivos,


amantes.

PERGUNTAS-CHAVE:

a) O que já fizeram? / Sabem fazer?


b) O que estão dispostos a fazer?

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MOTIVOS:
- comunicação
- ciúme
- brigas
- família de origem
- sexo
- filhos
- trabalho
- decisões importantes
- $
- prevenção

-
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Como se escolheram?

Qual era/é o CONTRATO desta relação?

O que é ser um casal?

Que tipo de casal vocês são?

Vieram para quê? O que esperam? Qual é o


desejo?

O foco é FAZER BOM USO das diferenças e


semelhanças como forma de aprimoramento pessoal
e do casal;

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Saber lidar com o MELHOR e com o PIOR – seu e
do outro!

Máximas:

―Dois parceiros nunca correspondem /


satisfazem completamente um ao outro‖.

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―Todo relacionamento tem seus pontos fortes
e fracos‖.

―Cada um pode cometer erros e descontroles‖


- Bom uso e bons treinos!

―Todos irão ganhar e perder coisas no


caminho: não é só do meu jeito e eu não vou ter
tudo o que eu quero o tempo todo‖.
Família de origem: papel fundamental na formação
das interpretações pessoais;

Entender a reação do outro como algo DELE, é o


que ele sabe fazer.

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Quando um casal se forma...
Expectativas, necessidades, motivações e carências
diferentes entram em contato; podem causar
conflitos;
afetar os filhos.

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Principais objetivos:

 Reestruturação de cognições inadequadas;


 Manejo das emoções;
 Modificação de padrões de comunicação
disfuncionais;
 Desenvolvimento de estratégias para solução
de problemas;
 Independência da família de origem.

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Avaliação:

São utilizados diferentes tipos de entrevistas,


inventários e escalas:

Inventário de Satisfação Conjugal (Dela Coleta,


1989);
Medida da Satisfação em Relacionamento de Casal
(Wachelke, Andrade, Cruz, Faggiani & Natividade,
2004);
IHSC – Inventário de Habilidades Sociais
Conjugais (Villa&Del Prette, 2012).

Saber PRA QUÊ avaliar X Ter um diagnóstico,


achar um ―bode expiatório‖!
Usualmente, a primeira sessão é realizada com a
presença de ambos os cônjuges. Verificar:

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 Áreas problemáticas no relacionamento;
 Interação entre o casal, comunicação;
 Pontos fortes da relação;
 Fatores externos que possam estar estressando
os parceiros; etc.
 Formulação de hipóteses!

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Após entrevista inicial - sessões individuais (coletar
informações que não foram apresentadas).
Ex.: Parceiro inibido na presença do outro -
abuso na infância, violência intrafamiliar, adultério
e desejo de se divorciar.

Questões éticas!!! Informações só podem ser


reveladas com a autorização dos participantes.
Processo terapêutico: Terapeuta explica a relação
entre as ideias, sentimentos e comportamentos.
- Cada parceiro aprende a identificar, avaliar e
responder aos pensamentos distorcidos.

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Técnicas mais utilizadas:

Psicoeducação;
Identificar os pensamentos automáticos e as
emoções e comportamentos associados;
Registros de pensamentos automáticos;
Questionamento socrático;
Apresentação de uma folha contendo uma lista de
distorções;
Imagens mentais;
Dramatizações/Inversão de papéis;
Abordagem e reestruturação dos esquemas;
Técnica do bloco e do lápis: quando há interrupções
contínuas;
Treino de assertividade;
Prevenção de recaída.
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TÉCNICA DE RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS

Definição do problema - em termos claros e


específicos.

Definição dos passos para a resolução do problema:


Discussão das possíveis soluções;
Adoção de uma das alternativas;
Estabelecimento de um período para a sua
implementação.

Verificar se essa opção foi eficaz. Em caso


contrário outro procedimento é adotado.

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COMUNICAÇÃO:

Parece óbvio dizer que, durante uma conversa, uma


pessoa deve ouvir enquanto a outra fala e vice-
versa.
Os parceiros falam ao mesmo tempo;

Não prestam atenção no que dizem um para o outro;


Não dão importância para o desejo/pedido do outro.

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Para que a comunicação seja clara, emissor e
receptor da mensagem têm responsabilidade.

Emissor - Rever e aprender jeitos novos de passar a


mensagem
Receptor - Avaliar e aprender jeitos diferentes de
receber a mensagem

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TREINAMENTO EM COMUNICAÇÃO:
 fornecer ao casal habilidades de escuta, dar
liberdade para o outro falar;
 diálogo construtivo, saber falar;
 Solução boa para os dois lados;

Destaca-se:

Apresentação de pensamentos e sentimentos


pessoais;
Comunicação gentil e polida;

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Escuta empática (verbalizações, tom de voz e
gestos);
Terapeuta pode servir como modelo de escuta e
fala.
Para que a comunicação seja clara, emissor e
receptor da mensagem têm responsabilidade.

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Tempo:

Ao longo dos anos de convivência...

Atração e Admiração pelo jeito diferente se


perdem: Rótulos!

Polarização;

As pessoas mudam!
Tempo + Relação Estável: Contato com quais
competências?

Tolerar emoções desagradáveis;


Expressar seus sentimentos de forma não exagerada
e não acusatória;
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Contratos e Recontratos.
Incentivar os parceiros a demonstrarem
comportamentos mais amistosos... Mas...
- QUEM VAI DAR O PRIMEIRO PASSO????

Esperar que o outro modifique primeiro seus


comportamentos: PARA QUÊ?! Qual é a função?!
Vantagens X Desvantagens;
Importância da modificação do próprio
comportamento para a satisfação conjugal e
individual.

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BRIGAS
Briga inútil e perigosa X Briga boa;

Para que serve a ―briga boa‖?


Para dizer o que não é dito;
Para ter mais conhecimento sobre si e sobre o outro;
Para fazer mudanças.

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O que NÃO pode em uma briga:

Usar ―golpes baixos‖;


Insultar / Fazer críticas destrutivas;
Desenterrar problemas antigos;
Descarregar no companheiro queixas e frustrações;
Fazer acusações;
Retrucar o que foi dito;
Falar mal da família do companheiro;
Usar álibis nas brigas.
O que DEVE ser feito:

Independente do desfecho...

Buscar a melhor solução para ambos sempre!

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Terapia de família

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As famílias passam por diferentes fases:

Casais sem filhos;


Gravidez;
Famílias com filhos pequenos/adolescentes/adultos
Pais com seus pais idosos: cuidados especiais e
com perspectiva de morte + próxima.

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Outras situações:

Divorciadas;
Recasamento;
Famílias monoparentais;
Filhos com necessidades especiais ;
Inclusão de filhos de famílias anteriores ;
Doença terminal ;
Morte ;
Adoção;
Violência;
Drogadição ;
Desemprego;
Impossibilidade de ter filho;
Incluir avó, motorista, babá!
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Todas as famílias estão sujeitas às tensões
existentes na sociedade moderna:

Criar filhos autoconfiantes;


Gerenciar novos papéis e tarefas - masculino e
feminino;
Necessidade de status;

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Ser bonito, saudável, rico, bem-sucedido e
Encontrar tempo para tudo isso!

Cada etapa do ciclo de vida familiar exige


mudanças e adaptações por parte de todos os
membros da família;

Considerando esta diversidade de estrutura e


momentos das famílias...

É difícil – e muitas vezes desnecessário –


determinar os padrões ―normais‖ de convivência.

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Contudo, é possível entender, avaliar e desenvolver
a saúde, as relações familiares e os indivíduos.
Motivos:

―Última chance‖;
Tratar - Indivíduo com TOC, Fobia, etc.;
Crise - situações que gerem stress e demanda de
reorganização de papéis, sentimentos,
comportamentos ou pensamentos;
Melhorar, desenvolver;
Prevenir!

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Técnicas (avaliar e desenvolver):

Genograma familiar:
Organiza dados sobre a família de origem;
Facilita a compreensão da estrutura da família, de
seu movimento e de seu funcionamento.

Inventário de Estilos Parentais (IEP)– Paula


Gomide;
Intervenções podem ser agrupadas em:

Ensinar a identificar OS SEUS pensamentos


automáticos + emoções e comportamentos
associados;

Testar e reinterpretar os pensamentos automáticos;

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Treinamento em comunicação;

Treinamento na solução de problemas;

Acordos para mudança de comportamento;

Intervenções para déficits e excessos de reações


emocionais.

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Convivência familiar:
Homens, mulheres, crianças, adolescentes e
idosos ganham novas possibilidades de
comportamento e papéis:

Pode libertar e promover aprendizagens;


Pode confundir e afastar as pessoas pela dificuldade
em lidar com o diferente.

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Convivência familiar:

A preocupação deixa de ser com ―ganhar a


briga‖ ou ―ter razão‖ para buscar uma solução
satisfatória para todos os envolvidos.

 É preciso saber ―engolir sapos‖ e não apenas


idealizar que ―sapos não deveriam existir‖!
 Contudo, isso não autoriza que sapos ocorram
de forma indiscriminada e irresponsável...

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Processo de educação:

1) Reação dos pais ao comportamento problemático


dos filhos:
- Aparenta funcionar como punição, mas pode
reforçar a atitude da criança: mesmo zangados,
oferecem atenção...
2) Pais fazem ameaças e não cumprem, usam
punições leves que não surtem efeito ou severas que
causam medo e ansiedade.
3) Pais rotulam e não dão condição de mudança.

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4) CULPA X RESPONSABILIDADE

Adolescentes:

Que tipo de adulto quer ser

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Objetivo: AUTONOMIA, que engloba:

Pertencer / Separar - Saber SOBRAR (Rejeitar / Ser


rejeitado);

Responsabilidade pelas escolhas;

Bancar o Preço da mudança (ônus e bônus).


O foco está nas APRENDIZAGENS que cada
membro precisa/quer fazer:
 No seu funcionamento;
 Na adequação às mudanças de ciclos da
família;
 No seu contexto;
 Nas relações intra e extra familiares.

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Atividade: Família animal / elemento da natureza;

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Famílias diferentes - NÃO É MELHOR NEM
PIOR!!! Tudo tem seu ônus e bônus.

INSTRUMENTOS / ESTRATÉGIAS
TÉCNICAS
- Pra quê?! (lúdico, avaliar, desenvolver, clarear
objetivos...);

RITUAIS
- Possibilitar a expressão e experimentação do que
não se pode por em palavras;

TAREFAS

RELAÇÃO TERAPÊUTICA (vínculo)

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- Instrumento terapêutico que desencadear
experiências transformadoras.

O TERAPEUTA
Não ter interesse pessoal em provar a culpa de
alguém;

Fazer Auto Supervisão;

Falar sobre o que vê de possibilidades de mudança;

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Desejar clientes com diversos tipos de
funcionamentos, para que possa treinar os clientes e
nos treinar!!!

MUDANÇAS
MUDAR NÃO É RUIM, Mas...

Mudar não é fácil!!!

Envolve muitas coisas;

―Se é bom ou ruim‖… (Texto Rubem Alves)

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Referências Bibliográficas

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Grato!

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