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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ENGENHARIA

Curso: Psicologia Clínica e Assistência Social

Tema: Factores e Tipologias de tentativas de suicídio: uma perspectiva social e psicológica,


estudo de caso Hospital provincial de Chimoio (2021-2022).

Chimoio, Abril de 2022


Cátia Maria Tomé

Tema: Factores e Tipologias de tentativas de suicídio: uma perspectiva social e psicológica,


estudo de caso Hospital provincial de Chimoio (2021-2022).

A presente Monografia Científica é


apresentada ao Curso de Psicologia clínica
e assistência social, Departamento de
Psicologia, e orientado por:

Msc. Ferreira Marcos Juliasse sine

Chimoio, Abril de 2022

2
DECLARAÇÃO DE HONRA
O presente trabalho foi realizado pela autora na Universidade Católica de Moçambique em 2022.
Este trabalho é da sua autoria excepto para as citações que aqui foram referenciadas. Nunca foi e
nunca será submetido a nenhuma outra Universidade. Nenhuma parte deste trabalho deveria ser
reproduzida sem a permissão da autora ou da Universidade Católica.

Nome da Autora

Cátia Maria Tomé

_________________________________

24 de Abril de 2022

Nome Do Supervisor

Ferreira Marcos Juliasse Sine

_________________________________

24 de Abril de 2022

i
DEDICATÓRIA
Esta Monografia é dedicada aos meus pais, por terem sido os meus pilares, não só na vida, pois
estes fizeram com que eu chegasse até aqui. Quero também dedicar este estudo a mim mesma,
pelo esforço que tive de ter ao longo dos anos, pois eu nunca desiste apesar das dificuldades que
fui enfrntando ao longo dos anos.

ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus pela bênção que me concedeu, por ter me dado forças
sempre que precisei, pela saúde que me deu até aos dias de hoje.
Agradecer ao meu pai Tome Joao Domingos, pelo incansável esforço e preocupação, por me ter
ajudado a chegar onde estou, mesmo sem muito, me deu o suficiente para que eu tivesse a
melhor da educação e o resto me ensinou a conquistar sozinho.
Agradecer a minha mae Lurdes Pedro Makodzo, que juntamente com meu pai me apoiou, esteve
comigo lado a lado e que sempre me aconselhou a não desistir.
Agradecer ao meu amigo Etelvino por ser o conselheiro nos meus estudos, por dar sempre um
puxão de orelhas quando o assunto se tratava de estudos, agradecer também e pelo apoio
prestado.
Agradecer aos meus irmãos, pois eu os tenho como inspiração e motivo para lutar sempre, a
família em geral.
Agradecer a todos os colegas e docentes do curso e em especial Msc Ferreira Marcos Juliasse
pela orientação e atenção que tem me dado, mesmo sendo tarefas de última hora se mostrou
disponível e deixou os seus afazeres para me atender e me dar apoio nos assuntos académicos.
Agradecer a todos que me deram apoio directa ou indirectamente e não citei.

iii
RESUMO
O presente trabalho tem como tema Factores e Tipologias de tentativas de suicídio: uma perspectiva social e
psicológica, estudo de caso Hospital provincial de Chimoio (2021-2022). O suicídio é um meio de tirar a proria vida,
e ao longo dos anos, o suicidio têm vindo a ganhar espaço, pois varias pessoas com diferentes problemas optam por
este caminho para resolver todos os seus problemas, o trabalho tem como objectivo geral a analise das perspectivas e
factores psicossociais que determinam os diferentes tipos de tentativa de suicídio nos pacientes atendidos no
Hospital Provincial de Chimoio. Em termos metodológicos recorreu-se a pesquisa qualitativa, feita mediante
elaboração de uma entrevista. Nos resultados a pesquisa encontrou que quem mais comete suicídio são as mulheres
em relação aos homens, e que os factores como diagnosticos de doenças e casamento ou relacionamentos falhados
tem contribuído muito para a tentativa do suicídio e que o método mais usado é o envenenamento por comprimidos,
a pesquisa encontrou fortes evidências de que pessoas que tentam o suicídio vêm como meio de resolução de todos
os seus problemas e que causas sócias tem um forte impacto para a tentativa do suicídio. No trabalho se concluiu
que os fatores sociais tais como diagnóstico de doenças, problemas no casamento ou relacionamento e nos factores
psicológicos está patente lá a depressão, estes é que estão por detrás da maioria dos casos de tentativa de suicídio e
que para está prática o método mais usado tem sido o envenenamento e o enforcamento.

Palavras-chave: Tentativa de suicídio; Perspectivas Sociais; Perspectivas Psicológica.

iv
ABSTRACT
The present work has as its theme Factors and Typologies of suicide attempts: a social and psychological
perspective, case study Hospital provincial de Chimoio (2021-2022). Suicide is a means of taking one's own life,
and over the years, suicide has been gaining ground, as several people with different problems choose this path to
solve all their problems, the work has as its general objective the analysis perspectives and psychosocial factors that
determine the different types of suicide attempt in patients treated at the Provincial Hospital of Chimoio. In
methodological terms, qualitative research was used, carried out by means of an interview. In the results, the
research found that women are more likely to commit suicide than men, and that factors such as illness diagnoses
and failed marriages or relationships have contributed a lot to the suicide attempt and that the most used method is
pill poisoning. , the research found strong evidence that people who attempt suicide come as a means of solving all
their problems and that social causes have a strong impact on the suicide attempt. In the work, it was concluded that
social factors such as diagnosis of diseases, problems in marriage or relationship and in psychological factors,
depression is evident, these are what are behind most cases of suicide attempt and that for this method the method
most commonly used has been poisoning and hanging.

Keywords: Suicide attempt; Social perspectives; Psychological perspectives.

v
LISTA DE ABREVIATURAS
DP – Departamento de Psicologia

FENG – Faculdade de Engenharia

HPC – Hospital Provincial de Chimoio

MISAU – Ministério da Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

PCAS – Psicologia Clínica e Assistência Social

UCM – Universidade Católica de Moçambique

HIV - Vírus de Imunodeficiência Humana

vi
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Dados sobre Idade........................................................................................................ 25

Gráfico 2. Dados sobre Sexo ........................................................................................................ 25

Gráfico 3. Dados Sobre conhecimento do Suicídio ...................................................................... 26

Gráfico 4. Dados sobre significado do suicídio ............................................................................ 26

Gráfico 5. Percepção sobre Doença ou Resolução de Problema .................................................. 27

Gráfico 6. Se acha certo o Suicídio ............................................................................................... 28

Gráfico 7. Porque de ter tentado o suicídio................................................................................... 28

Gráfico 8. Dados sobre Métodos Usados ...................................................................................... 29

Gráfico 9. Sentimento Durante o Suicídio .................................................................................... 30

Gráfico 10. Factores da tentativa do suicídio................................................................................ 30

vii
Índice
DECLARAÇÃO DE HONRA ..................................................................................................... i

DEDICATÓRIA.......................................................................................................................... ii

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... iii

RESUMO ................................................................................................................................... iv

ABSTRACT ................................................................................................................................ v

LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................................. vi

LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................................ vii

CAPITULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.1. Delimitações do estudo .................................................................................................... 2

1.2. Justificativa....................................................................................................................... 2

1.2.1. Relevância do Tema ..................................................................................................... 3

1.3. Problematização ............................................................................................................... 3

1.3.1. Pergunta de Partida ....................................................................................................... 5

1.4. Objectivos......................................................................................................................... 5

1.4.1. Geral ............................................................................................................................. 5

1.3.2. Específicos .................................................................................................................... 5

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 6

2.1. Conceito de suicídio ......................................................................................................... 6

2.1.1. Tentativas de Suicídio .................................................................................................. 7

2.2. Tipologias de Suicídios .................................................................................................... 7

2.3. Perspectiva Social do Suicídio ....................................................................................... 11

2.4. Perspectiva Psicológica do Suicídio ............................................................................... 12

2.5. Contexto Psicanalítico sobre o Suicídio ......................................................................... 13

2.5.1. Causas do Suicídio...................................................................................................... 15

viii
2.6. Literatura Empírica ........................................................................................................ 17

2.7. Literatura Focalizada ...................................................................................................... 19

CAPITULO III: METODOLOGIA .......................................................................................... 21

3. Pesquisa quanto a abordagem ............................................................................................ 21

3.1. Quanto ao objectivo ....................................................................................................... 21

3.2. Pesquisa quanto ao procedimento .................................................................................. 21

3.3. Procedimento de amostragem e tamanho da amostra .................................................... 22

3.6. População e Amostra ...................................................................................................... 22

3.7. Técnicas e instrumentos de coleta de dados ................................................................... 23

3.7.1. Entrevista .................................................................................................................... 23

3.7.2. Observação ................................................................................................................. 23

CAPITULO IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................ 24

4.1. Descrição do Local de Estudo ........................................................................................ 24

4.1.1. Hospital Provincial de Chimoio ................................................................................. 24

4.2. Dados Sócio Demográfico ............................................................................................. 25

4.3. Apresentação dos resultados .......................................................................................... 26

4.4. Discussão dos Resultados............................................................................................... 31

CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 40

4.5. Recomendações .............................................................................................................. 41

5. Referências bibliográficas .................................................................................................. 42

Apêndices .................................................................................................................................. 46

ANEXOS ................................................................................................................................... 47

ix
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
A presente Monografia Científica abordou acerca dos factores e tipologias de suicídios numa
perspetiva social e psicológica, estudo de caso Hospital provincial de Chimoio (2021-2022). O
suicídio é o ato de causar a própria morte de forma intencional. Os métodos de suicídio mais
comuns diferem de região para região e estão em parte relacionados com a disponibilidade de
meios. Os dados sobre suicídios, e sobretudo em relação às tentativas de suicídios, são escassos
em Moçambique devido a subnotificação dos casos. A falta de um sistema de vigilância
harmonizado no país faz com que estas mortes sejam classificadas com imprecisões, como não
intencionais e/ou acidentais, e outros ficam perdidos nas estatísticas de outras doenças e
situações como intoxicações, homicídios, ou na comunidade.

Uma grande questão vinculada ao suicídio é que a prevenção, de forma global, é possível. Logo,
os comportamentos suicidas podem ser contextualizados como um processo complexo, que pode
variar desde a ideia de retirar a própria vida, que pode ser comunicada por meios verbais e não
verbais, até a planificação do ato, a tentativa e, no pior dos casos, a morte. As tentativas são mais
comuns nos adolescentes e jovens especificamente do sexo feminino, o que despertou uma certa
inquietude da autora em perceber os reais motivos que levam-nas a optar por esta via. (Szasz,
2002).

A presente Monografia tem como objectivo geral a analise das perspectivas e factores
psicossociais que determinam os diferentes tipos de tentativa de suicídio, este estudo trouxe
aspectos que nos podem fazer perceber os motivos ou causas que determinam as tentativas de
suicídio.

A presente monografia é composta por cinco capítulos, sendo que no primeiro faz-se a menção
dos elementos introdutórios do trabalho, no segundo capitulo faz-se clarificação dos conceitos e
de autores que fundamentam a pesquisa, no terceiro capítulo se encontra os tipos e as categorias
de pesquisa, especificando os tipos de investigação usada para o desenvolvimento do trabalho.
No quarto capítulo trata-se da analise e discussão dos resultados obtidos no campo e no quinto e
ultimo capítulo se encontra as conclusões, recomendações, referencia bibliográficas, anexos e
apêndices.

1
1.1.Delimitações do estudo

A presente pesquisa foi desenvolvida no Hospital Provincial de Chimoio, visto que é o local
onde dão entrada a maior parte dos casos de tentativas de suicídio. A população a ser estudada
serão todos os praticantes destes tipos de suicídios, sejam eles do sexo feminino ou masculino. O
estudo foi realizado de 2021 a 2022, numa altura em que a Organização Mundial da Saúde
considera Moçambique como sendo um dos países com altas taxas de suicídio em África, com
uma média de 17,3 suicídios por cada 100 mil habitantes.

1.2. Justificativa

A partir da vivência como estudante de Psicologia Clinica e Assistencial Social, a escolha do


tema de pesquisa em questão surge pela necessidade de estudar acerca das tipologias do suicídio
e sua perspectiva social e psicológica, sendo este um fenómeno preocupante e muito conhecido
em Moçambique e no mundo “o suicídio”. A escolha do tema justifica-se pelo fato deste
provocar inquietudes sobre as perspectivas em que acontecem essas diferentes tipologias de
suicídio. Este assunto é de grande importância, pois traz a discussão sobre um tema cercado de
tabus e preconceitos, historicamente incómodo para a sociedade e governantes de todo o mundo.

Meios diversos são utilizados para o desfecho de uma tentativa contra a própria vida e com
espaços físicos inapropriados presenciamos o despreparo em abordar esta situação. Com variadas
causas para o ato final de sua existência o suicida experimenta sensações divergentes nomeadas e
discutidas por alguns estudiosos, que buscam na formação infantil a causa que poderia levar o
indivíduo ao desequilíbrio de suas funções, promovendo sofrimento próprio e se estendendo aos
seus familiares (Botega, 2014).

O aumento a nível mundial de casos relacionados ao suicídio provocou reação de entidades


envolvidas nas causas que objetivam a manutenção da vida, promovendo discussões sobre a
necessidade em obter o conhecimento de um fenómeno que acomete jovens, idosos e tem seu
número aumentado consideravelmente entre as mulheres (Conselho Federal De Medicina, 2014).

O alto índice dos comportamentos suicidas aponta para a relevância de se estudar essa temática
que está mais presente na vida das pessoas do que, de uma maneira geral, se pensa. Com relação
ao caráter técnico, ele avança no sentido de dar suporte aos psicólogos que trabalham com a

2
temática auxiliando na comunicação entre os profissionais, além de contribuir para a área de
Psicologia Hospitalar de maneira em geral (Macchiaverni, 2012).

De acordo com os últimos dados dos Relatórios do Departamento de Saúde Mental (MISAU,
2014), recolhidos com base nos relatórios provinciais (dados recolhidos nas unidades sanitárias),
o número de tentativas de suicídio nos anos 2012 e 2013 é de 584 a nível nacional, onde pelos
descritos a província de Manica, província do centro de Moçambique apresenta números
elevados no que concerne às tentativas de suicídio comparativamente às restantes províncias,
sendo que Maputo cidade aparece logo á seguir (Muthemba, 2015).

a presente monografia também tem como justificação o fato da autora estar motivada a fazer uma
analise aprofundada do factores que motivam a tentativa do suicídio, saber o que conduz as
pessoas a esta pratica, e saber o porque deste ser um meio ou caminho para a resolução de
problemas no quotidiano.

1.2.1. Relevância do Tema

O tema apresenta-se relevante cientificamente, na medida em que ira contribuir para estudos
futuros na área não só da psicologia clinica, como em áreas afins, visto que com as informações
que aqui vão conter, poderá contribuir instigar novas pesquisas nesta área.

Também apresenta-se relevante para a sociedade, porque os resultados desta pesquisa podem
ajudar na elaboração de estratégias para evitar a tentativa de suicídio e ainda pode ajudar a evitar
certos comportamentos inadequados na sociedade.

Relevância profissional, com as informações obtidas poderão ajudar aos profissionais da área a
criar formulação de novas intervenções, que sejam mais eficientes e capazes de promover a
saúde psicológica e prevenção de suicídios ou tentativas de suicídio e ainda vai criar
possibilidades para a criação de novas práticas e técnicas de intervenção.

1.3.Problematização

Em 2016 a Organização das Nações Unidas (ONU), utilizando dados fornecidos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), expõe que, um percentual entre 75% dos suicídios
ocorre em países de baixa renda. As tentativas de suicídio configuram em torno de cinco para um

3
suicídio consumado, um relevante fator de risco a ser notificado. Meios comuns como a ingestão
de remédios utilizados em lavouras, esganaduras e até mesmo o uso armas de fogo são
evidenciados. Conflitos sociais que abrange desde guerras e discriminações de todas as formas e
géneros têm sua contribuição aumentando substancialmente as tentativas de suicídio bem como o
suicídio evidenciado (Anónimo, 2016).

A partir da análise do cruzamento dessas informações assume-se como problema de pesquisa "o
porque das pessoas optarem pelo suicídio e quais são as perspectivas psicológicos e sociais que
estão por detrás das diferentes tipologias do suicídio".

Teóricos no decorrer da história buscavam explicações em géneros e idades para tal ato contra a
própria vida. O porquê de se auto-infligir seria a única saída para fugir de um determinado
problema? A resposta ao questionamento é complexa e as causas são amplamente discutidas por
pesquisadores que extraem números não exatos devido à subnotificações a respeito desse assunto
(Ribeiro, 2003).

A cada dia, no mundo, 1000 pessoas tentam o suicídio. Lara, Xavier e Gonçalves (2009), relatam
que o suicídio é um problema de saúde pública, por ser responsável por 0,4 a 0,9% do total de
mortes no mundo e, a terceira maior causa de morte entre os adolescentes. O suicídio contribui
com 30% das mortes entre os estudantes universitários.

De acordo com a OMS (2014), Moçambique registou em 2012 a taxa mais elevada de suicídio
do continente africano, 27.4/100.000 habitantes. O estudo da medicina legal com base nas
autópsias e o presente levantamento, estão em sintonia com os estudos a nível internacional que
realçam que as mulheres fazem mais tentativas e os homens cometem mais suicídios. Entretanto,
a subnotificação dos casos de tentativas de suicidas e até suicídios é uma realidade. Face a
inexistência de um sistema de vigilância harmonizado no país fazem com que estas mortes sejam
classificadas com imprecisões, como não intencionais ou acidentais, e outros ficam perdidos nas
estatísticas de outras doenças e situações como intoxicações e talvez homicídios (Muthemba,
2015).

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1.3.1. Pergunta de Partida

Quais os factores sociais e psicológicos determinantes para tipologias de tentativa de suicídio


nos pacientes atendidos no Hospital Provincial de Chimoio?

Hipótese Primária
Os factores que propiciam para a tentativa de suicídio tem sido o estresse de não saber lidar com
os problemas familiares e relacionais, conflitos, baixa auto-estima, depressão e ansiedade de
aliviar a dor optando por tentar enforcamento, envenenamento, overdose por comprimidos e
automutilação por objetivo ou atirar se de um precipício.

Hipótese Secundaria
Não saber lidar com os problemas familiares, e relacionais, os conflitos, baixa auto-estima,
depressão e ansiedade de aliviar a dor, não tem sido os factores que leva as pessoas a tentarem
tirar as suas próprias vidas.

1.4.Objectivos
1.4.1. Geral
• Analisar as perspectivas e factores psicossociais que determinam os diferentes tipos de
tentativa de suicídio nos pacientes atendidos no Hospital Provincial de Chimoio
1.3.2. Específicos
• Identificar as causas e factores de tentativa de suicídio
• Descrever os diferentes métodos ou tipos de recursos utilizados para a tentativa do
suicídio;
• Apresentar diferentes perspectivas psicológicas e sociais que que levam as pessoas a
tentativas do suicídio.

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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1.Conceito de suicídio
A palavra suicídio vem da expressão latina “sui caedere”, que significa “matar-se”, e foi utilizada
pela primeira vez em 1717 por Desfontaines. Por vezes designado como “morte voluntária”,
“morte intencional” ou “morte auto-infligida”, na língua portuguesa esta palavra significa o acto
deliberado pelo qual um indivíduo possui a intenção e provoca a própria morte.

O suicídio pode alcançar-se pelas próprias mãos, com o auxílio de terceiros ou colocando-se a
pessoa, voluntariamente, em condições de a morte ocorrer. O elemento essencial é a vontade de
pôr termo à vida, sendo secundária a forma de o fazer: por suas próprias mãos, com auxilio
solicitado a outrem ou pela criação ou sujeição a situações donde inevitavelmente ou com muita
probabilidade decorrerá a morte” (Cardoso, 1986).

O suicídio é conceptualizado pela OMS (1984) como sendo “um acto de pôr termo à própria
vida, com um resultado fatal, que foi deliberadamente iniciado e preparado, com prévio
conhecimento do seu resultado final e através do qual o indivíduo pensou fazer o que desejava”
(Mário, 2004).

Segundo Bertolote (2010), o suicídio é um óbito que resulta de uma acção ou omissão iniciada
com a intenção de causar a morte e com a expectativa desse desfecho. Para além da definição do
suicídio propriamente dito, há uma necessidade de encontrarmos uma definição e destrinça entre
esta e outras definições comumente envolvidas em mal entendidos o comportamento suicida e as
tentativas de suicídio.

Na perspectiva de Bertolote (2010), o comportamento suicida é uma expressão que cobre uma
série de fenómenos ligados ao suicídio, dos quais os mais relevantes são o suicídio propriamente
dito (óbito) e a tentativa de suicídio.

O suicídio deve ser compreendido como toda a morte que “resulta direta ou indiretamente de um
ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que ela produziria esse
resultado”. Nesse sentido, para Durkheim, o suicídio é explicado como uma questão social que
varia de acordo com a razão inversa do grau de interação social dos indivíduos com a sociedade.
O elemento central é a coesão social, ou seja, quanto mais existe coesão social menor a taxa de
suicídio numa sociedade (Durkheim, 2014).

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2.1.1. Tentativas de Suicídio

Stengel (1980), considera uma Tentativa de Suicídio, qualquer acto não fatal de automutilação
ou de auto-envenenamento. A intenção de morte não pode ser incluída nesta definição, dado que
nem sempre esta se manifesta. A gravidade da tentativa relaciona-se deste modo com a
potencialidade destrutiva do método que o suicida utiliza e também com a probabilidade de uma
intervenção de terceiros durante o decorrer do acto. Sendo assim, podemos concluir que qualquer
consequência que advenha de um acto suicida dependerá de intervenções exteriores à vontade do
indivíduo, independentemente do grau de seriedade que ele possa imprimir ao acto.

Apenas nas últimas décadas se tem procedido ao estudo das pessoas que efectuaram estas
tentativas e sobreviveram. Até aí, apenas se tinha estudado esta tentativa com base em problemas
originários iguais aos do suicídio que efectivamente se consumam. Isto está errado, pois nem
sempre o indivíduo que tenta o suicídio, tem como objectivo a morte. Como refere Stengel
(1980):

“Crê-se em geral que a maior parte, se não todas as pessoas que cometem actos suicidas estão
claramente resolvidas a morrer. O estudo das tentativas de suicídio não confirma isto. Muitas
tentativas de suicídio e bastantes suicídios são cometidos na ideia de «Tanto se me dá viver como
morrer». Uma pessoa que depois do que parece ter sido uma óbvia tentativa de suicídio nega que
tivesse realmente querido matar-se, pode estar a dizer a verdade”.

Deve-se ter em conta que estas tentativas na sua maioria, não são mais do que maneiras de
chamar a atenção. Logicamente, acontecem num ambiente em que é previsível ou pelo menos
possível o socorro à vítima em caso de necessidade. No entanto, apesar de ser uma chamada de
atenção, deve ser tomada em conta com seriedade, pois das pessoas que tentam suicidar-se, de
20% a 30% fazem uma nova tentativa dentro de meses e 10% acabam mesmo por concretizar o
acto. Salienta-se pois que as pessoas que fazem tentativas de suicídio constituem um grupo
sociologicamente diferente do daquelas que de facto se suicidam. Em termos estatísticos, a
tentativa de suicídio é três vezes mais vulgar nas mulheres do que nos homens, apesar de estes
escolherem maneiras mais violentas de o efectuarem (Stengel, 1980).

2.2. Tipologias de Suicídios

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O Suicídio Laboral pode estar relacionado ao desemprego, stress decorrente do trabalho,
assédio moral; depressão decorrente ou não do trabalho; péssima qualidade de vida no trabalho,
condições insalubres; crise econômica do trabalho ou financeira familiar, péssimo clima
organizacional; dupla jornada de trabalho; crises conjugais, lutas espirituais, enfermidades
incuráveis, perda de algum ente querido ou amigo próximo, angústia emocional, abuso de álcool,
uso de substâncias tóxicas, entre outros fatores (Minghetti e Kanan, 2010).

O profissional já não suportando a situação, julgando-a insustentável, cede por vez aos caprichos
dos tiranos. Decide por fim à sua carreira profissional, seja ela em que ponto se encontra. Seja o
tempo que for. Assim como o suicídio tradicional, o laboral não escolhe idade, classe social,
raça, cor, religião. O suicida laboral, depois de ter demonstrado a todos as suas amarguras e
insatisfações, desiste. Torna-se um paranoico, muitas vezes obcecado por receituários médicos a
fim de validar seus argumentos e suas dores, pois que suas palavras perderam o crédito. É
comum nessa etapa a entrega ao fumo, ao álcool, às drogas” (Martins, 2009).

Como observado o suicídio decorre de diversos fatores: “nasce da dor, fracasso, solidão,
rejeição, rancor acumulado, cansaço, fadiga, superego ferido, sentimento de culpa real e/ou
imaginários, estados psicopatológicos, disposições orgânicas- psíquicas, natureza do meio físico”
(Gama, 1987).

Dentre os aspectos gerais dos fatores pelos quais um indivíduo se suicida faz-se importante
diferenciar os tipos de suicídio; Suicídio Egoísta; Suicídio Altruísta e Suicídio Anômico, ambos
proposto por Durkheim (1897).

O Suicídio Egoísta é um estado onde os vínculos afetivos e sociais entre o indivíduo e os outros,
na sociedade, é frágil, deste modo o indivíduo encontra-se fracamente unido à sociedade, e a
finitude de sua vida, apresentará pouco ou nenhum impacto à coletividade. Visto que os vínculos
sociais e afetivos não são suficientes para evitar o suicídio, para Durkheim, este tipo de suicídio é
visível nos casais divorciados, onde aquele que esta sofrendo demais com o rompimento, mata-se
para por fim a sua angústia. É “caracterizado por um estado de depressão e de apatia, fruto de um
individualismo exagerado no meio do tédio e do aborrecimento o vínculo que liga o homem à
vida se distende, porque o vínculo que o liga à sociedade também se distendeu.” (Durkheim,
citado por Minghetti, 2013).

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O Durkheim (1897), estabelece três pressupostos do Suicido Egoísta; “1°. O suicídio na razão
inversa do grau de integração na sociedade religiosa; 2°. O suicídio varia na razão inversa do
grau de integração na sociedade doméstica; 3°. O suicídio varia na razão inversa do grau de
integração na sociedade política” (citado por Nunes, 2004).

Quanto mais se enfraquecem os grupos sociais a que ele (indivíduo) pertence, menos ele
dependerá deles, e cada vez mais, por conseguinte, dependerá apenas de si mesmo para
reconhecer como regras se conduta tão somente s que se calquem nos seus interesses
particulares. Se, pois, concordamos em chamar de egoísmo essa situação em que o eu individual
se afirma com excesso diante do eu social e em detrimento deste último, podemos designar de
egoísta o tipo particular de suicídio que resulta de uma individualização desconhecida
(Durkheim, 1897).

Outro tipo de suicídio proposto por Durkheim (1897) é o Suicídio Altruísta, e se caracteriza
como o oposto do Suicídio Egoísta: “se, como acabamos de ver, uma individualização excessiva
leva ao suicídio, a individualização insuficiente produz os mesmos efeitos. Quando desligado da
sociedade, o homem se mata facilmente, e se mata também quando está integrado a ela em
demasia”.

No Suicídio Altruísta, o suicida dado ser muito unido à sociedade, dela é totalmente dependente,
não possui vida própria, vive a vida dos outros. Estes indivíduos cometem o suicídio porque
acreditam que a finitude de sua vida, poderá servir como benefício para a coletividade. Como
exemplo deste tipo de suicido, são os homens-bomba que cometem o suicido como sacrifício em
prol de uma comunidade ou de uma causa (Durkheim citado por Minghetti, 2013).

Durkheim (1897) considerou que este tipo de suicídio é endêmico em sociedades inferiores e,
possui explicações históricas, classificando-o em três categorias: “1- Suicídios de pessoas que
chegaram ao limiar da velhice ou adoeceram; 2- Suicídios de mulheres por ocasião da morte do
marido; 3- Suicídios de clientes ou servidores, ao ensejarem a morte dos seus chefes” (Durkheim
citado por Nunes, 2004).

Durkheim (1879) apresentou por ultimo o Suicídio Anômico, que se apresenta pela existência de
uma condição débil na regulação social, no acatar e seguir as normas da sociedade para com o
indivíduo. São crises, isto é, perturbações da ordem coletiva, que aumentam o suicídio.

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A anomia provoca um estado de desespero e de cansaço exasperado que pode virar-se contra o
próprio individuo ou contra outrem logo pode levar tanto ao suicídio como ao homicídio, o que
difere entre eles é a constituição moral que cada indivíduo possui (Durkheim citado por
Minghetti, 2013).

O enforcamento é um método comum de suicídio. Os materiais necessários para o suicídio por


enforcamento estão prontamente disponíveis para a pessoa média, em comparação com armas de
fogo ou venenos. A suspensão total não é necessária e, por esse motivo, o enforcamento é
especialmente comum entre prisioneiros suicidas. Um tipo de suspensão comparável a suspensão
total pode ser obtido por autoestrangulação usando uma ligadura ao redor do pescoço e o peso
parcial do corpo (suspensão parcial) para apertar a ligadura (Michaelis, 2013).

Quando um enforcamento suicida envolve suspensão parcial, descobre-se que o falecido tem
ambos os pés tocando o chão, por exemplo, eles estão ajoelhados, agachados ou em pé. A
suspensão parcial ou sustentação parcial do peso na ligadura é às vezes usada, particularmente
em prisões, hospitais psiquiátricos ou outras instituições, onde o suporte de suspensão total é
difícil de conceber, porque os pontos de ligadura altos (por exemplo, ganchos ou tubos) foram
removidos (Bennewith et al, 2018).

Suicídio por asfixia é o ato de inibir a capacidade de respirar ou limitar a captação de oxigênio
durante a respiração, causando hipóxia e, eventualmente a asfixia. Isso pode envolver o uso de
um saco plástico na cabeça ou confinamento em um espaço fechado sem oxigênio. Essas
tentativas envolvem o uso de depressores para fazer o usuário desmaiar devido à privação de
oxigênio antes do pânico instintivo e o desejo de escapar devido à hipercapnia.

É impossível alguém cometer suicídio simplesmente prendendo a respiração, pois o nível de


oxigênio no sangue fica muito baixo, o cérebro envia um reflexo involuntário e a pessoa respira
quando os músculos respiratórios se contraem. Mesmo que se consiga superar essa resposta a
ponto de se tornar inconsciente, nessa condição, não é mais possível controlar a respiração e um
ritmo normal é restabelecido (Kurzban, 2011).

O suicídio por afogamento é o ato de submergir-se deliberadamente em água ou outro líquido


para impedir a respiração e assim privando o cérebro de oxigênio. Devido à tendência natural do
corpo a subir para alcançar o ar, as tentativas de afogamento geralmente envolvem o uso de um

10
objeto pesado para superar esse reflexo. À medida que o nível de dióxido de carbono no sangue
da pessoa aumenta, o sistema nervoso central envia aos músculos respiratórios um sinal
involuntário para contrair e assim a pessoa aspira a água. A morte geralmente ocorre quando o
nível de oxigênio se torna muito baixo para sustentar as células do cérebro. Está entre os
métodos menos comuns de suicídio, geralmente representando menos de 2% de todos os
suicídios relatados nos Estados Unidos. (Wisqars, 2009).

Um método comum de suicídio é usar uma arma de fogo. Geralmente, a arma é direcionada para
a têmpora ou menos comumente, dentro da boca, sob o queixo ou no peito. Em todo o mundo, a
prevalência de armas de fogo em suicídios varia muito, dependendo da aceitação e
disponibilidade de armas de fogo em uma cultura. O uso de armas de fogo em suicídios varia de
menos de 10% na Austráli para 50,5% nos EUA, onde é o método mais comum de suicídio.

Sobreviver a um tiro autoinfligido pode resultar em dor intensa no paciente, além de habilidades
cognitivas e função motora reduzidas, hematoma subdural, corpos estranhos na cabeça,
pneumocefalia e vazamento de líquido cefalorraquidianos. Para as balas direcionadas ao osso
temporal, pode resultar em abscesso do lobo temporal, meningite, afasia, hemianopsia e
hemiplegia são complicações intracranianas tardias comuns. Cerca de 50% das pessoas que
sobrevivem a ferimentos de bala direcionados ao osso temporal sofrem danos no nervo facial,
geralmente devido a um nervo rompido (McIntosh, 2012).

2.3.Perspectiva Social do Suicídio

A perspetiva sociológica do suicídio desenvolve-se a partir do clássico estudo de Durkheim


publicado em 1897. A análise que o autor nos oferece do suicídio, não como um facto
psicológico individual mas como um facto social, traduz a sua busca para delimitar a Sociologia
como um campo científico autónomo e a sua posição em relação às orientações positivistas
(Rodrigues, 2009).

A teoria social de Emile Durkheim, pioneira na abordagem do suicídio, seguindo a vertente social,
foi uma das primeiras a buscar explicações para o ato suicida. Sua obra “Le Suicide”, publicada
em 1897, apresenta uma análise empírica dos suicídios ocorridos na França, durante o século XIX.
A partir dessa obra, uma vasta literatura surgiu e diversos autores se propuseram a explicar os
determinantes do suicídio, confirmando ou questionando os pressupostos teóricos apresentados
por essa teoria (Durkheim citado por Rodrigues, 2009).

11
A abordagem sociológica de Durkheim (1982) concebe o suicídio como um fato social,
desconsiderando os processos individuais e mentais que se situam no campo da psicologia e das
patologias. Seus estudos e postulados procuraram dar uma visão essencialmente sociológica ao
suicídio, alegando que suas causas estão muitas mais ligadas à socialização e às suas
consequências do que aos fatores individuais. Para Durkheim, todo o comportamento humano,
desde o sentir, o pensar, o agir, seria determinado pela sociedade, afirmando ser impossível
separar o indivíduo dos grupos e da sociedade na qual ele está inserido.

Segundo a visão clássica desse autor, o suicídio se define como um evento social, inserido em
um contexto econômico e cultural, onde a intenção do individuo é a base. A definição
durkheiniana para o suicídio considera: “todo o caso de morte que resulta direta ou indiretamente
de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, sabedora de que deveria produzir
esse resultado. A tentativa de suicídio é o ato assim definido, mas interrompido antes que dele
resulte a morte” (Durkheim, 1897).

A teoria de Durkheim propõe a existência de diferentes tipos de suicídios, valorizando a


existência de causas sociais diferentes. O autoextermínio, que resulta de um processo de
excessiva individualização, seria motivado por um isolamento exagerado do indivíduo em
relação à sociedade que o transforma em um solitário, um marginalizado, sem laços sólidos com
o grupo social, seria o suicídio egoísta.

No outro ponto de vista psicológico, é possível propor ainda uma explicação etiológica dos atos
suicidas através da combinação de acontecimentos de vida negativos precoces com certas
características psicológicas pessoais.

“Posteriormente, o que determina o momento e a forma do ato suicida é um estado suicida atual
caracterizado pela elevada dor psicológica, provocada pela frustração de necessidades tidas como
vitais, sentimentos intensos de isolamento e um processo de constrição negativa, em que as
alternativas possíveis deixam de ser tidas em conta e surge a convicção de que o termo da vida é a
única saída para o malestar sentido” (Shneidman, 1997, citado por Cruz, 2006).

2.4.Perspectiva Psicológica do Suicídio

Essencialmente, Freud (1917, citado por Costa, 2013), postula que assim como no processo de
luto o indivíduo chora a perda do objeto amado, na melancolia o melancólico faz o luto do seu

12
próprio “eu”. Nesta situação, uma parte da energia libidinal servia para estabelecer uma
identificação do eu com o objeto perdido, enquanto a libido restante é reduzida em sadismo face
ao próprio eu sadismo que outrora estava dirigido ao objeto e que agora se volta para o eu,
identificado com o objeto perdido.

Apesar da tendência para a autodestruição ser bastante discutida na obra psicanalítica,


Menninger (1938, cit. por Sampaio, 2006) é quem elabora uma explicação psicológica global do
comportamento suicidário. Em primeiro lugar, considera o suicídio uma forma particular de
morte na qual se misturam três desejos: o de matar, o de ser morto e o de morrer. O desejo de
matar é uma reação instintiva para suprimir uma ameaça ou privação, que poderá ser combatida;
o desejo de ser morto corresponde a uma forma de submissão e a uma interiorização da
autoridade, em que o eu sofreria em proporção direta da agressividade que desenvolve para o
exterior; e o desejo de morrer corresponde a uma quantidade de energia autodestrutiva que se
traduz pela morte final de todo o indivíduo, de um modo gradual, e que no suicida age de modo
brutal, conduzindo à morte repentina (Sampaio, 2006).

Entretanto, segundo Cassorla (1992), o suicida não está querendo necessariamente matar-se, mas
apenas eliminar a parte de si que ele não aceita, ou que está sofrendo. Na verdade, não é a morte
que ele procura, mas outra vida, a qual imagina livre dos sofrimentos. Ao tentar resolver esta
situação, acaba matando-se por inteiro.

2.5.Contexto Psicanalítico sobre o Suicídio

As teorias psicológicas baseadas nas doutrinas de Freud constituem um insubstituível corpo de


conceitos e hipóteses que podem ser consideradas essenciais para a compreensão do
comportamento humano e, consequentemente, de suas patologias. Os seus principais conceitos,
tais como conflitos, motivação, inconsciente, resistências, transferências, associações livres e o
papel dos sonhos são considerados como pilares para o trabalho terapêutico.

No contexto psicanalítico, o suicídio pode ser compreendido como uma forma de autopunição,
no qual está localizado um grande sentimento de culpa, que espera seja redimida pelo ato
suicida. A teoria concebeu a existência de dois instintos básicos: o instinto ou pulsão de vida
(Eros) o amor e o instinto ou pulsão de morte (Tanatos) o destrutivo. A Psicanálise considera um
modelo, segundo o qual, a pulsão que tem como meta a preservação da vida e cujos

13
investimentos se dariam no território de Eros, se contrapõe à pulsão de morte, à força contrária
que operaria de forma agressiva e destrutiva, visando reconduzir o ser vivo de volta ao estado
primitivo e inorgânico (Freud, 1992).

Para a Psicanálise, o suicídio está relacionado a uma escolha do próprio indivíduo, a uma
associação entre determinados fatores psíquicos e a um processo de angústia. O ato representaria
as pulsões de agressão e destrutividade, derivadas da pulsão de morte, originalmente dirigidas
contra outras pessoas, que acabam, neste caso, transformando-se em uma autopunição ao se
voltar contra a própria pessoa, numa dinâmica que se torna evidente na melancolia. A
agressividade, se não neutralizada ou dirigida pelo instinto de vida, se torna insuportável,
passando a se manifestar para fora ou para dentro do indivíduo, ou da sociedade (Freud 1992).

Estudos têm demonstrado que o suicídio aparece cada vez mais em idades cada vez mais
precoces, afectando a família, o sujeito e a própria comunidade (OMS, 2001)

Igualmente a OMS (2001) chama a atenção para o facto de que as incapacidades associadas às
tentativas de suicídio e às doenças mentais se expressam, também, através da diminuição das
capacidades intelectuais, académicas e laborais, dificuldades na tomada de decisões, na
comunicação, relações interpessoais, dificuldades no controlo dos impulsos, alterações
psicomotoras e volitivas.

O suicídio e tentativa de suicídio não podem ser vistos como uma questão “pessoal” ou de direito
do cidadão, de decisão do fórum íntimo, como alternativa de felicidade ou fuga ao infortúnio,
uma expressão religiosa, cultural ou ritual, mas sobretudo, deve ser encarado como um problema
de saúde, em que um conjunto de factores leva o indivíduo a cometer o “suicídio” ou a “tentar”
suicidar-se.

Um estudo de Piedrahita (2012) evidenciou um grande desconhecimento dos adultos em relação


à questão do suicídio tendo provado que a intervenção educativa possibilitou a identificação dos
factores de risco nos adolescentes e revelou ainda uma significativa efectividade ao aumentar o
nível de conhecimentos nos pais e educadores. Uma maior informação possibilita a identificação
e tratamento oportuno o qual leva à diminuição do evento neste grupo populacional. Ressalta-se,
igualmente, o papel da escola como contexto apropriado para a realização das intervenções.

14
Resultados de uma pesquisa realizada na Colômbia por Galvis et al., (2011) mostram-se
congruentes com a literatura que realça o facto de que o comportamento suicida está associado
com as condições económicas e de vida desfavorável. Entretanto, no mesmo estudo, demonstrou
“não existir uma associação clara entre a qualidade de vida, condições de vida e suicídio”.
Portanto, ficou demonstrado apenas que existe uma correlação estatisticamente significativa
entre tentativas de suicídio com o nível socioeconómico e as condições desfavoráveis de medidas
de qualidade de vida.

A OMS (2006) refere que em cada ano, cerca de 1 milhão de pessoas morre por suicídio no
mundo inteiro, sendo a cifra mais elevada que o número total de mortes produzidas, juntamente
por guerras e homicídios.

Durkheim (1879) relata que “é a constituição moral da sociedade que determina a cada instante o
contingente das mortes voluntárias. Existe, pois para cada povo, uma força coletiva, de
determinada energia que impele os homens a se matarem”. A sociedade atribui à existência do
individuo e, dele exige severamente um comportamento moldado, adequado, enquadrado nas
suas normas, regras, estilos. Quando este indivíduo não reage desta forma, é acometido pelo
sofrimento psíquico que nasce da desaprovação entre as suas aspirações (vontades) e as suas
satisfações não realizadas.

2.5.1. Causas do Suicídio

Drogas, o consumo de substâncias ilícitas impulsiona o mercado da interação social, onde a


dependência química e o consumo de bebida alcoólica produzem vítimas que tem inúmeras
dificuldades em conseguir uma próxima dose, tendo reflexo negativo, onde a convivência se
torna insustentável para o vício e para o vínculo familiar deixando o usuário pré disposto a um
ato de inexistir, um sentimento de alívio para os seus problemas e para sua família (Ribeiro et al.,
2016).

Rocha e outros (2015) expõem que a insegurança de não satisfazer as expectativas dos pais,
usuários de substâncias químicas atentam contra a própria vida como forma de não mais
preocupar seus entes familiares sobre o uso das drogas. Parker e outros (2014 citado por Rocha
et al., 2015), dispõem sobre fatores de origem biológica e socioculturais estimulando o sexo

15
feminino a depressão e ao consumo de álcool e drogas culminado a diversas tentativas de
suicídio sem ao menos externar sua pretensão de cometê-los.

Esquizofrenia, segundo o dicionário, Esquizofrenia é definida como doença que se caracteriza


pela perda do contato com a realidade. Designação comum a várias psicoses endógenas definidas
por uma separação entre a ação e o pensamento, ocasionando a perda do contato com a realidade
(Dicionário Online de Português, 2017).

Estima-se que 10% entre 40 pessoas diagnosticadas com esquizofrenia cometem suicídio, sendo
que transtornos mentais historicamente estão ligados a violências contra a pessoa, um
entendimento que para pesquisadores são preconceituosos, mas que relatos mostram violência
por ter um mundo onde exista uma história fictícia que às vezes terminam em morte seguido de
suicídio (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia, 2014).

Depressão, segundo Dicionário do Aurélio (2016), depressão significa para o indivíduo, uma
forma de estar em baixa com a vida, ele sente que está esgotado, seu corpo demonstra cansaço
que interfere tanto na capacidade física quanto mental, deixando em um estado melancólico e
depressivo, tomando para si um sentimento de desvalorização pessoal colocando em dúvida a sua
própria existência. Considerado um distúrbio psiquiátrico que atinge cada vez mais um maior
número de pessoas e ocupando a terceira posição em prevalência (Associação Brasileira de
Familiares, Amigos e Portadores De Transtornos Afetivos, 2012).

A tristeza e a depressão têm uma similaridade sendo facilmente confundida uma com a outra.
Sua distinção é baseada no exemplo de um óbito na família, após o luto a tristeza se abranda e há
o recomeço, na depressão a tristeza aparece sem motivo aparente e persiste, a pessoa não
consegue vencê-la. Alguns sintomas mais comuns ás pessoas que acometem deste mal são;
Distúrbios do sono caracterizado pela insônia ligada a pessoas deprimida. Distúrbios alimentares
pessoas anoréxicas e que sofrem de bulimia com inapetência ou que tem apetite em excesso
podem ser deprimidas. (Associação Brasileira de Psiquiatria, 2006).

Família, Werlang (2000) traz uma discussão impactante quando aborda sobre o número de
suicídios que tem aumentado substancialmente na última década, a Organização Mundial da
Saúde relata que este aumento impactante atinge crianças de cinco anos de vida. E o que pensar e

16
como explicar que, alguém que estaria começando a formar seus sentimentos e compreensões
teriam tal pensamento intencional de matar a si mesmo.

Souza e Rasia (2006) informam que a família tem um papel sociológico neste assunto abordado,
uma proteção ou contribuição para o suicídio, desenvolvendo complexo como o de desmame,
intrusão e Édipo.

Cia (et al 2006) citando Gomide (2003), dispõe sobre a importância na relação entre pais e filhos
como sendo de grande contribuição no desenvolvimento psicossocial do indivíduo, esta relação
desenvolvida inadequadamente produz um processo de educação equivocado contribuindo para
dificuldades no convívio social deste indivíduo (Cia, 2006).

2.6.Literatura Empírica

No mundo, 815 000 pessoas cometeram suicídio no ano 2000, o que perfaz 14,5 mortes por 100
000 habitantes (uma morte a cada 40 segundos). Países do Leste Europeu são os recordistas em
média de suicídio por 100 000 habitantes. A Lituânia (41,9), Estônia (40,1), Rússia (37,6),
Letônia (33,9) e Hungria (32,9). Guatemala, Filipinas e Albânia estão no lado oposto, com a
menor taxa, variando entre 0,5 e 2. Os demais estão na faixa de 10 a 16. Em números absolutos,
porém, a República Popular da China lidera as estatísticas. Foram 195 mil suicídios no ano de
2000, seguido pela Índia com 87 mil, a Rússia com 52,5 mil, os Estados Unidos com 31 mil, o
Japão com vinte mil e a Alemanha com 12,5 mil (Mundo Noticias, 2009).

Na Rússia todos os anos 60 mil pessoas põem um fim às suas vidas na Rússia, onde a taxa de
suicídio é a segunda no mundo, são 34,9 por 100 mil habitantes, abaixo somente da Lituânia e
leste europeu anunciou a diretora do Centro Serbski de Psiquiatria Social e Judiciária da Rússia,
Tatiana Dmitrieva, em entrevista coletiva organizada por ocasião do Dia Internacional da Saúde
Mental. Em 2008, foram registados 29 suicídios por 100 mil habitantes, índice muito superior à
média mundial de 14 por 100 mil. As altas taxas provavelmente estão associadas com a grande
frequência de alcoolismo, crises socioeconómica e fatores culturais (Mundo Noticias,2009).

O Japão tem a mais alta taxa de suicídio do mundo desenvolvido (24,1 por 100 000 habitantes).
Os suicídios atingiram o número recorde de 34 427 em 2003 (+ 7,1% com relação a 2002)
Geralmente empresários e funcionários, cometem suicídios motivados por escândalos de

17
corrupção ou perda de dignidade na sociedade. No ano de 2008 o suicídio entre jovens bateu
novo recorde no Japão, tendo alcançado 4 850 mortes, 1,7% a mais que no ano anterior,
informou a polícia japonesa. Mesmo com este aumento, em 2008, 32 249 pessoas se mataram no
Japão, uma baixa de 2,6% em com relação aos números de 2007 (Mundo Noticias,2009).

A taxa de suicídios foi, no ano de 2008, de 25,3 para cada 100 mil habitantes, o que coloca o
Japão entre os dez países do mundo com mais casos. O suicídio é a sexta maior causa de morte
no Japão, onde não está associado a um tabu social (Mundo Noticias,2009).

Na França, em 1996, a França teve 12 000 suicídios por 160 000 tentativas; com 62 milhões de
habitantes, esses números representam aproximadamente 19,6 suicídios por 100 000 habitantes,
ou seja, um suicídio por 5 000 pessoas, e uma tentativa por 400 pessoas. A França ocupa o
quarto lugar entre os países desenvolvidos. Esses números são mais ou menos estáveis desde
1980. Assim como em outros países da Europa o suicídio já se tornou uma causa mortis mais
frequente que os acidentes de trânsito. Fatores culturais e crises sócio-econômicas agravaram a
situação em 2008-2009 (Daniela, 2009).

No Brasil, 4,9 pessoas a cada 100 mil morrem por suicídio por ano, uma das menores médias do
mundo. E ao contrário do resto do mundo onde é mais comum entre adultos, no Brasil há uma
prevalência entre os jovens entre 15 e 24 anos. Entre os estados, o Rio Grande do Sul é o que tem
a maior taxa, 9,88 para 100 mil. Entre as cidades, o município com o maior índice é o de
Amambai (MS), com mais de 49,3 casos a cada 100 mil habitantes, uma das cidades com maior
índice de suicídio do mundo. Um dos métodos mais comuns no país são venenos como o
agrotóxico Tamaron. Foram registradas 7 987 mortes por suicídio no País. Entre os índios, o
índice de suicídio foi de 98 por 100 mil, um índice alarmante que já responde por 81% dos
suicídios em Mato Grosso do Sul e no Amazonas (R7, 2009).

Em 2005, seguindo as recomendações da OMS para combater o aumento no número de casos,


foram elaborado de políticas nacionais de prevenção ao suicídio, atuando em esfera nacional,
estadual e municipal. No Brasil o número de suicídios aumentou quase 30% entre 1980 e 2006
com uma tendência crescente. Como muitos casos de suicídio são ocultos pela família ou não
reportados pelos médicos, portanto os números reais podem ser muito maiores (Lovisi, 2006).

18
Em Portugal em 2003 11,1 pessoas por cada 100 mil morreram por suicídio sendo que a
distribuição por género é de 17,1 por 100 mil para os homens e 5 por 100 mil para as mulheres.
A taxa de suicídio em Portugal dobrou na última década, de cerca de 600 para mais de 1 200
casos por ano (Camara, 2010).

O enforcamento é o método de suicídio mais utilizado em 16 países europeus, incluindo


Portugal, representando quase metade do total de casos. O segundo mais usado depende do
gênero, sendo armas de fogo para homens e afogamento pelas mulheres sendo o oposto (arma de
fogo por mulheres e afogamento por homens) muito raro (Camara, 2010).

No sexo feminino, a menor taxa registou-se na região autónoma da Madeira, onde não houve
casos registrados. Salienta-se que nas regiões Norte e Açores ocorreu menos de um suicídio por
100 000 habitantes. No sexo masculino, a região com menor taxa foi a do Norte. Janeiro e
Fevereiro foram os meses com menor número de registos. Fazendo uma análise por sexos, não se
verificam grandes diferenças de perfis, registando-se um maior número de suicídios no sexo
masculino nos meses de Junho e Setembro e no sexo feminino em Junho e Julho (Camara, 2010).

2.7.Literatura Focalizada

Estudos e Dados de Moçambique, em Moçambique foram registados 119 casos de tentativas de


suicídio em 2012 (MISAU - Relatório Anual do Departamento de Saúde Mental, 2012).
Entretanto, os registos nacionais não são confiáveis quanto aos suicídios e tentativas de suicídio,
em virtude de não existirem registos sistemáticos e rigorosos, mas também, acredita-se que
muitos dos casos são subnotificados nas unidades sanitárias e outros perdem-se na própria
comunidade (Muthemba, 2015).

Um estudo descritivo de Mapengo (2006) sobre os factores psico-sociais relacionados com a


tentativa de suicídio em adolescentes: caso do Hospital Central de Maputo, mostra alguns
resultados concordantes com a literatura sobre o tema. Mapengo (2006) salienta que dos 33
adolescentes do estudo, 1 (3%) não aceitou ser internado, outros 3 (9%) pediram alta logo no dia
seguinte “para evitar que as famílias mais próximas ou vizinhas saibam que eles tentaram pôr
termo à própria vida” o que reforça a ideia de que a temática de suicídio e das doenças mentais
continua a ser um tabu, do qual as pessoas têm medo de abordar (Muthemba, 2015).

19
Os dados de casos de tentativas de suicídio só começaram a constar nas estatísticas do relatório
do Departamento de Saúde Mental em 2013. Acreditando-se que a subnotificação e desinteresse
no registo dos mesmos é o factor fundamental. Acreditamos que a subnotificação dos suicídios e
tentativas de suicídio, oculta a verdadeira dimensão do fenómeno em Moçambique (Muthemba,
2015).

20
CAPITULO III: METODOLOGIA
Metodologia são as regras estabelecidas para o método científico, ou seja, são as regras que
ajudam o investigador nos caminhos para a busca do saber científico, Laville e Dionne (1999),
citados por Matusse (2013), sumarizam tudo ao afirmarem que metodologia, “é o estudo dos
princípios e dos métodos de pesquisa”.

3. Pesquisa quanto a abordagem

Quanto a abordagem a pesquisa é qualitativa.

Na presente Monografia foi usada abordagem qualitativa, Minayo (1994), diz que esta pesquisa
estuda um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalha com valores, crenças,
atitudes e motivações a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos significados das ações
e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações, médias e estatísticas.

Optou-se por esta abordagem por ser a que mais se adequa a pesquisa, sendo que ela tem o
intuito de estudar fenómenos não quantitativos, mas sim fenómenos ligados as diferentes
perspectivas do ser humano no que concerne ao suicídio.

3.1.Quanto ao objectivo

Quanto ao objetivo a pesquisa foi do tipo exploratória.

Pesquisas exploratórias objectivam facilitar familiaridade do pesquisador com o problema


objecto da pesquisa, para permitir a construção de hipóteses ou tornar a questão mais clara. Os
exemplos mais conhecidos de pesquisas exploratórias são as pesquisas bibliográficas e os
estudos de caso. Essa pesquisa é empregada para: levantamentos/estudos bibliográficos, análise
de exemplos que auxiliem a compreensão do problema, levantamentos e entrevistas com pessoas
envolvidas com o problema objecto da pesquisa, estudo de caso (Gil, 1992).

3.2.Pesquisa quanto ao procedimento

Quanto ao procedimento, a pesquisa foi do tipo bibliográfica, documental e de estudo de caso.

Segundo Severino (2007), a partir do registo disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em


documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizam-se dados de categorias teóricas já
trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registados. Os textos tornam-se fontes dos

21
temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir de contribuições dos autores dos
estudos analíticos constantes dos textos (Severino, 2007).

Usando este procedimento, fez-se o uso de materiais didácticos, tais como livros físicos, uso de
algumas monografias e de materiais encontrados na internet, tais como livros em pdf, artigos,
entre outros.

A pesquisa documental é fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos


impressos, mas, sobretudo de outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos, filmes,
gravações, documentos legais. Nestes casos, os conteúdos dos textos ainda não tiveram nenhum
tratamento analítico, são ainda matéria-prima, a partir da qual o pesquisador vai desenvolver sua
investigação e análise (Severino, 2007).

Conforme argumenta Severino (2007), estudo de caso é uma maneira do “pesquisador colocar-
se numa postura de identificação com os pesquisados”. Este tipo de pesquisa propicia construção
de conhecimentos para posterior transmissão aos indivíduos envolvidos com os fenómenos ou
factos observados, visando mudança do quadro observado.

Estudo de caso: estudo exaustivo de um ou poucos objetos de pesquisa, de maneira a permitir o


aprofundamento do seu conhecimento.

3.3.Procedimento de amostragem e tamanho da amostra


3.6.População e Amostra

A população que fez parte da pesquisa, foram indivíduos que deram entrada no HPC por causa
da tentativa do suicídio. Deram entrada no segundo semestre do ano 2021, 11 indivíduos que
tentaram o suicídio e no decorrer do primeiro semestre do ano 2022, deram entrada 6 pacientes
que tentaram o suicídio. Totalizando assim a população de 17 pacientes atendidos no Hospital
Provincial de Chimoio. Pelo número reduzido, neste estudo, não se fez o cálculo da amostra,
tendo assim a autora da pesquisa usado a população como amostra.

Como critério de selecção fez-se o uso de amostragem intencional não probabilística típica.

Amostragem intencional é uma técnica de amostragem na qual a pessoa encarregada de conduzir


a investigação depende de seu próprio julgamento para escolher os membros que farão parte do
estudo. A amostragem intencional é um método de amostragem não-probabilística típica, isso

22
ocorre quando os elementos seleccionados para a amostra são escolhidos pelo critério do
investigador, em que a partir das necessidades do estudo, seleccionam- se da população, ou de
parte dela, casos que se julguem exemplares (Gaya, 2008).

3.7.Técnicas e instrumentos de coleta de dados

Segundo Trivinos (1987), os instrumentos mais decisivos para pesquisar processos e conteúdos
num estudo com enfoque qualitativo são a entrevista semiestruturada, a entrevista aberta ou livre,
observação participante, o método clínico e o método de análise de conteúdo. Os instrumentos de
coleta de dados que serão usados na Monografia foram:

➢ Entrevistas semiestruturadas;
➢ Observação;
3.7.1. Entrevista

Para Gil (1999), a entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizadas nas pesquisas
sociais. Para Trivinos (1987), a entrevista semi-estruturada, ao mesmo tempo em que valoriza a
presença do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance a
liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação”.

Se fez o uso da entrevista semiestruturada pois ela permitiu a autora fazer entrevistas, onde
poderiam se tecer comentários e argumentos e fechadas que estavam centrados na pesquisa.

3.7.2. Observação

Segundo Cervo & Bervian (2002), “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um
amplo objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”. Para esses autores, a
observação é vital para o estudo da realidade e de suas leis. Sem ela, o estudo seria reduzido à
simples conjetura e simples adivinhação”.

23
CAPITULO IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste presente capitulo, faz-se a apresentação dos dados que levam a uma análise e discussão do
resultados que foram obtidos durante a pesquisa, de indivíduos que tentaram tirar a sua própria
vida.

4.1.Descrição do Local de Estudo


4.1.1. Hospital Provincial de Chimoio

O Hospital Provincial de Chimoio, é uma instituição do Governo Provincial de Manica,


subordinada a Direcção Provincial de Saúde de Manica, que de acordo com os princípios,
objectivos, políticas, atribuições, prioridades e competências definidas pelo Governo Central e
Provincial, promove e preserva a saúde da população, bem como previne e tratar doenças. O
HPC é considerado como uma das grandes unidades sanitárias localiza na cidade de Chimoio, no
Cruzamento entre a Rua do Hospital e a Rua Dr. Araújo de Lacerda, ocupando uma área de
41.929m² (Posto Administrativo Urbano número 2).

Missão: Liderar a produção e prestação de mais e melhores serviços de saúde essenciais,


universalmente acessíveis, através de um sistema descentralizado que privilegie as parcerias para
maximizar a saúde e o bem-estar de todos os moçambicanos.

Visão: assegurar progressivamente a cobertura universal de saúde de forma a contribuir para que
todos os moçambicanos, em especial os grupos mais vulneráveis (mulheres, crianças, idosos e
doentes padecendo de doenças crónicas) possam desfrutar de melhor saúde possível a um custo
confortável (para o país e cidadãos).

Valores: Profissionalismo; Responsabilidade; Honestidade; Integridade; Humildade;


Imparcialidade; Humanização.

24
4.2.Dados Sócio Demográfico

Gráfico 1. Dados sobre Idade

22 anos
6% 11% 27 anos
6%
6% 6% 30 anos

6% 25 anos
18 anos
6% 17%
23 anos
6%
40 anos
6%
12%
6% 28 anos
6%
16 anos

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

De acordo com os dados ilustrados no gráfico, acerca da idade das pessoas que fizeram parte da
pesquisa, representadas no gráfico, com idades que variam de 16 a 62 anos, com mais destaque
para pessoas com 30 anos de idade com 17% na lista totalizando assim 3 indivíduos, seguido de
pessoas com 25 anos que representam no gráfico um total de 12%, com um número total de 2
pessoas, a maioria, o resto do gráfico é dominado por idades alternadas com cerca de 6% que
representa 1 pessoa.

Gráfico 2. Dados sobre Sexo

41%
Masculino
Feminino
59%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

25
A pesquisa foi dominada por indivíduos do género feminino, ou seja, as mulheres é que tentaram
mais o suicídio, com cerca de 59%, equivalente a um número total de 10 mulheres, e de seguida
vem o género masculino que ficou por trás do género feminino, este que foi representado por um
total de 7 pacientes, que correspondem a 41% do total dos pesquisados.

4.3.Apresentação dos resultados

Gráfico 3. Dados Sobre conhecimento do Suicídio

0%

Sim
Nao

100%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Acerca do conhecimento e noção do suicídio, todos os pacientes mostraram ter o conhecimento


do que se tratava, visto que um total de 17 individuo, correspondente a 100% disse que tinha a
noção do é o suicídio.

Gráfico 4. Dados sobre significado do suicídio

6%
6%
6% Tirar a propia Vida
Por fim a vida

17% Se inforcar
Nao sei
65%
Fugir dos problemas

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

26
Acerca do significado do suicídio, a opinião quase esteve dividida, mas a maioria dos pacientes
que corresponde a 65% no gráfico, o equivalente a 11 pacientes, responderam como sendo tirar a
própria vida, 17% destes, equivalente a 3 pacientes, disseram que o suicídio significava tirar a
própria vida, e com 6% ficou dividido o gráfico entre pacientes que deram respostas diversas,
como, não sei, enforcamento e fugir dos problemas, com um tal de 1 paciente para cada resposta
dada.

Gráfico 5. Percepção sobre Doença ou Resolução de Problema

0%

Doença

Meio de Resolucao de
problemas

100%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Dos 17 pacientes entrevistados que correspondia a um total de 100%, todos deram a resposta que
correspondia que, o suicídio é um meio de resolução de problemas que as pessoas enfrentam no
dia-a-dia e nenhum dos pacientes deu resposta contrária, deixando assim com nenhuma resposta
a favor de que o suicídio é uma doença.

27
Gráfico 6. Se acha certo o Suicídio

0%

Cosidero Certo
Nao considero Certo

100%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Acerca do comportamento suicida, se era certo, todos os pacientes responderam que não era
certo a tentativa do suicídio, nesta questão todos os 17 entrevistados que totaliza o 100% dos
entrevistados, disseram não ser certo o comportamento.

Gráfico 7. Porque de ter tentado o suicídio

6%
6% Problemas financeiros
23%
Morte de um parente
Diagnostico de Doença
Traiçao
6% 29%
Termino de Namoro
12% Depressao
Problemas no Lar
18%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Sobre o porque de ter tentado o suicídio, as opiniões estiveram quase que divididas, mas com
destaque para o diagnostico de doenças, que dominou a pesquisa com cerca de 29% que
correspondia a um numero de 5 pacientes, seguido com um total de 4 pacientes que é
representado no gráfico com cerca de 23% esta os problemas no lar, em terceiro lugar, como o
que mais motivou os pacientes a tentativa de suicídio foi a traição com um total de 3 pacientes,

28
correspondente a 12%, o termino de relacionamentos ou namoro é representada por 2 pacientes
com correspondência de 12%, e por fim temos a morte de um parente, depressão, e problemas
financeiros que contribuíram com cerca de 6% para a tentativa do suicídio, que é um total de 1
paciente para cada resposta.

Gráfico 8. Dados sobre Métodos Usados

0%

7%

33% Enforcamento por corda


Envenenamento por Ratex
Corte no Pulso
Pulo de Edificio
60%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Nos dados refentes aos métodos usados para a tentativa do suicídio, o envenenamento por Ratex
foi o mais escolhido pelos pacientes dominando o gráfico com 60%, equivalente a 9 pacientes,
de seguida vem como o mais usado, o enforcamento por corda com cerca de 33% dos pacientes,
que tem um numero total de 5 pacientes e por fim esta a depressão com representação gráfica de
7%, equivalente a 1 dos pacientes, nenhum dos pacientes assumiu ter tentando o suicídio através
de pulo de edifícios.

29
Gráfico 9. Sentimento Durante o Suicídio

0%

Sim
Nao

100%

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Acerca do sentimento de tristeza, todos os pacientes assumiram que quando tentaram o suicídio,
se sentiam tristes, ou seja, 100% dos pacientes o que corresponde a 17 paciente, estavam a se
sentir triste.

Gráfico 10. Factores da tentativa do suicídio

6%
6%

Amorosos
Familiares

53% Financeiros
35%
Violacao

Fonte: Dados da Pesquisa 2022

Acerca dos factores que fez com que os pacientes tentassem o suicídio os factores amorosos tem
um total de 53%que equivale a 9 pacientes, seguido de problemas familiares que tem um total de

30
35%, equivalente a 6 pessoas, e com a distribuição de 6% cada tem os problemas como a
violação e financeiros com 1 paciente por cada.

4.4.Discussão dos Resultados

A pesquisa foi dominada por indivíduos do género feminino, com cerca de 59%, equivalente a
um número total de 10 mulheres, e de seguida o género masculino que foi representado por um
total de 7 pacientes, que correspondem a 41% do total dos pesquisados. No tocante aos fatores
demográficos, dizer que a pesquisa foi dominado pelo género feminino, pois este género esteve
em mais destaque nesta pesquisa, o numero de homens que fizeram parte da pesquisa é
significativa, mas não o bastante para superar o das mulheres, as idade estão espalhadas que
variam desde adolescentes até a pessoas de terceira idade que tentaram o suicídio. De acordo
com a OMS (2014), Moçambique registou em 2012 a taxa mais elevada de suicídio do
continente africano, 27.4/100.000 habitantes. O estudo da medicina legal com base nas autópsias
e o presente levantamento, estão em sintonia com os estudos a nível internacional que realçam
que as mulheres fazem mais tentativas e os homens cometem mais suicídios.

Todos os 17 participantes afirmaram ja ter ouvido falar do suicídio, totalizando assim 100% dos
entrevistados que fizeram está afirmação. No ponto em que foram perguntados se já tinham
ouvido falar do suicídio, com as respostas dadas pode-se dizer que a tentativa do suicídio é um
ato que tem se tornado frequente no dia-a-dia das pessoas, as pessoas tem a noção da tentativa do
suicídio e mesmo assim ainda recorrem a esta prática. Quando questionados se já tinham ouvido
falar do suicídio, a resposta de todos os 17 respondentes foi “sim”, o que implica dizer que todos
já terão ouvido falar desta pratica. Fundamenta ainda a Organizacao Mundial da Saude dizendo
que o suicídio está entre as três principais causas de morte entre indivíduos entre 15 a 45 anos de
idade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) o suicídio é responsável por
cerca de um milhão de mortes por ano, 1,4% do total de mortes, e esses valores não incluem as
tentativas de suicídio, que é de 10 a 20 vezes mais recorrente que o suicídio (OMS, 2014).

65% dos pacientes, o equivalente a 11 pessoas responderam como sendo tirar a própria vida,
17% destes, equivalente a 3 pacientes, disseram que o suicídio significava tirar a própria vida, e
com 6% ficou dividido o gráfico entre pacientes que deram respostas diversas, como, não sei,

31
enforcamento e fugir dos problemas, com um tal de 1 paciente para cada resposta dada. E quando
questionados acerca do significado do suicídio os entrevistados responderam de diversas formas
em que a mais dominante foi a que dizia que a tentativa do suicídio é o ato de tentar tirar a
própria vida, fundamentando com a ideia de Barbosa (2011), diz que mesmo com números
crescentes, discutir sobre o suicídio ou quais os fatores que levam o adolescente a atentar contra
a própria vida, são assuntos, muitas vezes, não comentados pela sociedade. Carvalho et al.
(2013) traz que o suicídio é um evento difícil e multifatorial que é entendido como um dos
maiores problemas públicos enfrentados na atualidade, um problema não apenas nacional, mas
mundial. Estima-se que em cerca de 45 segundos ocorre um suicídio, tendo uma média de 1.920
vidas ceifadas diariamente.

De acordo com as respostas acima, e fundamentado com as ideias dos autores citados, os
resultados obtido no gráfico mostra-nos que, pelo menos todos os indivíduos que fizeram parte
da pesquisa e que tentaram o suicídio, tem a noção do mesmo. E de acordo com as respostas
dadas pode se notar que esta pratica leva apenas a um caminho, que é a morte, embora nalguns
casos específicos as pessoas vão a tempo de serem salvas e noutros casos chega a ser tarde
demais.

Nos 17 pacientes entrevistados que correspondia a um total de 100%, todos deram a resposta que
correspondia que, o suicídio é um meio de resolução de problemas que as pessoas enfrentam no
dia-a-dia e nenhum dos pacientes deu resposta contrária, deixando assim com nenhuma resposta
a favor de que o suicídio é uma doença. No ponto tocante a percepção do suicídio ser uma
doença ou um meio de resolver os problemas todos os respondentes disseram que a tentativa do
suicídio é um meio de resolver os problemas, ou seja, eles viram na tentativa do suicídio um
refúgio, o que de certa maneira representa uma preocupação, pois estas pessoas deveriam ter
acompanhamento, e envés de procurar por ajuda, estas pessoas encontraram na tentativa do
suicídio uma maneira de resolver aquilo que são os seus problemas independentemente de onde
eles surgiram. Para OMS (2012), as tentativas de suicídio são entendidas também como uma
demanda de ajuda, essas tentativas podem se repetir se os fatores que geram o comporta-mento
suicida continuam presentes. Considere os critérios de superação da cri-se e dos fatores de risco
mencionados anteriormente, a intervenção psicológica nem sempre pode resolver todos os
fatores que geram um processo suicida, é possível que existam problemas de ordem psiquiátrica

32
ou fatores ambientais e sociais que podem reincidir como fatores causais. O acompanhamento é
funda-mental para uma avaliação a longo prazo.

A OMS (2012), relata que a presença pontual de ideias suicidárias constitui um processo
normativo da adolescência, na medida em que pode estabelecer uma tentativa de resposta aos
problemas existenciais característicos da adolescência. O comportamento suicida tem sido
conceitualizado como um contínuo de pensamento e comportamentos desde a ideação até o
suicídio em si.

100% dos pacientes afirmaram que é uma forma de resolver os problemas. De acordo com os
dados obtidos, e com as ideias dos autores acima citados, arrisca-se dizer que a prática da
tentativa do suicídio é por muitos vista como a saída de todos os problemas, e isto normalmente
acontece pelo fato de algumas pessoas não pautarem por ajuda, seja ela profissional ou de
pessoas próximas, o que faz com que estes vejam na tentativa do suicídio a solução chave para a
resolução de todos os seus problemas. As pessoas que tentam o suicídio

No tocante ao aspecto de ser certo o comportamento de tentar tirar a própria vida Agostinho de
Hipona conhecido posteriormente como Santo Agostinho dá um significado pecaminoso para
quem tira sua própria vida. Este ato também era nomeado como ato criminoso, pois lesava os
interesses dos governantes da época, que penalizavam o cadáver e sua família confiscando seus
bens em nome da coroa (Netto, 2013). Assim, como descrito no depoimento anterior, os
respondentes viram no suicídio um meio de resolver ou até mesmo de acabar com todos os seus
problemas, mas isso levou a questão em que eram perguntados se achavam este ato de resolver
os problemas correto e responderam:

Todos o s participantes afiramaram ter conhecimento do que era o suicídio, totalizando assim
100% dos entrevistados que são17 participantes. De acordo com as respostas, é notório que
mesmo os indivíduos tendo esta prática da tentativa do suicídio como um meio de resolver os
problemas, eles não acham certo e alguns até chegam a repudiar tal atitude, pois sabem bem eles
que a tentativa do suicídio não é um bom caminho para a resolução daquilo que são os problemas
que as pessoas enfrentam. Os autores da tentativa do suicídio procuram por refúgio e muita das
vezes o refugio que eles encontram é o caminho da morte.

33
Cerca de 29% que correspondia a um numero de 5 pacientes, seguido com um total de 4
pacientes que é representado no gráfico com cerca de 23% esta os problemas no lar, em terceiro
lugar, como o que mais motivou os pacientes a tentativa de suicídio foi a traição com um total de
3 pacientes, correspondente a 12%, o termino de relacionamentos ou namoro é representada por
2 pacientes com correspondência de 12%, e por fim temos a morte de um parente, depressão, e
problemas financeiros que contribuíram com cerca de 6% para a tentativa do suicídio, que é um
total de 1 paciente para cada resposta. Sobre o Porque de ter tentado o suicídio e o motivo,
salientar que a tentativa do suicídio pode estar relacionada com diversos factores, factores estes
que podem acontecer no dia-a-dia, que podem estar ligados aos acontecimentos ou atem mesmo
aos problemas que as pessoas enfrentam e de um certo modo acham e pensam que tais problemas
não tem solução, tais problemas por vezes podem se passar no psicológico ou até mesmo ser
influenciados por causas sociais. As pessoas tentaram o suicídio por acharem que não tinham
mais escolhas, desta feita, por acharem o suicídio como meio de resolver os problemas, optaram
por este caminho.

O Sadock (2007), verificou que a tentativa de suicídio entre homens e mulheres, as mulheres
realizam duas ou três vezes mais que os homens, no entanto eles são mais eficazes devido a
recorrer a métodos altamente destrutivos. Já os adolescentes entram em conflito interno que não
são mais crianças, porém não tem maturidade suficiente para tomar decisões adultas.

Com as respostas no gráfico retratados pode-se fundamentar a primeira ideia de que as causas da
tentativa do suicídio estão ligados a diversos factores que também podem fazer parte do dia-a-
dia, assim é notável que cada um dos respondentes tinha os seus motivos, motivos estes que não
deixam de estarem ligados diversas causas, em que a maioria delas tem haver com as vivencias,
ou seja a maior parte dos que tentaram tirar a própria vida foi por factores sociais, ou seja foram
influenciados por acontecimentos quotidianos. A teoria de Durkheim (1987), propõe a existência
de diferentes tipos de suicídios, valorizando aexistência de causas sociais diferentes.

No ponto referente aos motivos da tentativa do suicídio, dizer que de acordo com os dados
obtidos e ilustrados no gráfico, estão ligadas a diversos factores que influenciam no mesmo,
factores estes que contribuem para esta prática, sendo que os praticantes deste ato se julgam no
da linha, onde os seus problemas não têm mais solução, onde tudo que lhes resta é por fim a
própria vida para escapar de tudo.

34
Sadock (2007), confirma que existem vários fatores que podem levar um adolescente a tentar o
suicídio, dentre eles pode-se citar o abuso sexual na infância ou negligência, histórico de doenças
psiquiátricas na família ou algum tipo de perturbação psiquiátrica, sem nenhum apoio parental,
problemas com a justiça, contatos com armas.

Cerca de 29% que correspondia a um numero de 5 pacientes, seguido com um total de 4


pacientes que é representado no gráfico com cerca de 23% esta os problemas no lar, em terceiro
lugar, como o que mais motivou os pacientes a tentativa de suicídio foi a traição com um total de
3 pacientes, correspondente a 12%, o termino de relacionamentos ou namoro é representada por
2 pacientes com correspondência de 12%, e por fim temos a morte de um parente, depressão, e
problemas financeiros que contribuíram com cerca de 6% para a tentativa do suicídio, que é um
total de 1 paciente para cada resposta.. De acordo com as respostas dadas pelos entrevistados,
fundamentadas com a ideia do autor, podemos notar que mais uma vez os factores sociais
dominam na influência da prática da tentativa do suicídio, alguns tem medo do julgamento da
sociedade, e tentam tirar a própria vida. Estes factores quase sempre estão ligados aos motivos,
sendo que andam em simultâneo muito das vezes.

No tocante ao método usado para a tentativa de suicídio e porque de ter usado esse método os
pacientes preferiam o método de envenenamento por comprimido, vulgo Ratex, em muitas das
vezes têm a ver com o tipo de morte que a pessoa planeia ou até mesmo pode estar ligado ao
estado emocional em que as pessoas que optam por esta prática se encontram. Este método de
tirar a própria vida tem sido o mais frequente entre as pessoas, por ser de fácil acesso.

No gráfico é ilustrado que 60%, equivalente a 9 pacientes, usaram o ratex como o metodo, já o
enforcamento por corda com está com cerca de 33% dos pacientes, que tem um numero total de
5 pacientes e por fim esta a depressão com representação gráfica de 7%, equivalente a 1 dos
pacientes. Os métodos usados para a tentativa de suicídio, esta ligado aos recursos disponíveis e
os lugares onde as pessoas se encontravam, e estes métodos dependem muito da facilidade com
que os indivíduos têm de encontrar. Para Michaelis (2013), o enforcamento é um método comum
de suicídio. Os materiais necessários para o suicídio por enforcamento estão prontamente
disponíveis para a pessoa média, em comparação com armas de fogo ou venenos, os meios pelo
qual se praticam o suicídio, váriam de região para região e dependem muito dos meios existentes
nas regiões.

35
O comportamento suicida compreende a ideação suicida, a tentativa de suicídio e o suicídio
propriamente dito, com ênfase ao constante aumento de mortes por suicídio que se mostra
preocupante, e para as tentativas de suicídio que são ainda de maior prevalência na população
geral (Organização Mundial da Saúde, 2019).

A escolha dos métodos, de acordo com as respostas tinha a ver com a modalidade de morte mais
rápida, ou seja, tos que tentaram o suicídio queriam de um certo modo ter uma morte facilitada,
alguns chegaram ainda a afirmar que queriam uma morte sem muita dor. Assim sendo os
métodos que as pessoas usam para a tentativa do suicídio é ditado por como as pessoas preferem
morrer fundamentando com a ideia de Stengel que diz que as atitudes em relação ao suicídio
estão estreitamente relacionadas com ideologias de morte. Isto explica as similaridades e
diferenças entre as reacções de diversas sociedades perante o suicídio. A sociedade também
considera o suicídio permissível em certas condições (Stengel, 1980).

No tocante a este aspecto, quase todos os indivíduos disseram que a escolha do método do
suicídio não tinha nada a ver com o problema, com a excepção de dois que afirmaram que tinha
haver “sim” com os problema, isto muita das vezes acontece com pessoas com depressão, que
recorrem ao acto de se cortar o pulso e até mesmo de cortar as veias como tentativa de acabar
com a própria vida. A escolha do método para a tentativa do suicídio pode até não ter haver com
o tipo de morte que se deseja, mas tem haver com o meio em que a pessoa está inserida.

Quando questionados acerca do seu sentimento, todos os respondentes disseram que“sim”,


totalizando 100% dos entrevistados e que eles se sentiam tristes no momento em que estavam
para praticar este acto, o sentimento de culpa e de tristeza dominava as suas mentes. A tristeza
que estes sentiam vinha muitas vezes acompanhada de fraca vontade de viver, a tristeza fazia
com que os respondentes da pesquisa tivessem o desejo de tentar tirar a própria vida. Esses
sentimentos de tristeza por vezes são influenciados por factores sociais, quando existem
acontecimentos cotidianos que afectam negativamente as pessoas, e numa perspectiva
psicologica podem ser dados por problemas mentais ou até mesmo quando os pacientes entram
em depressão.

Dutra (2002) diz que a solidão e um sentimento normal entre os adolescentes que tentam o
suicídio, esses jovens argumentam sentir falta de ter amigos e relata não ter ninguém para

36
compartilhar suas experiências e tristezas, com isso mostrando uma maior probabilidade de
desenvolver problemas emocionais, comportamentais ou afetivos. Prieto e Tavares (2005)
relataram que a falta de convivência com amigos durante a infância ou até mesmo na
adolescência pode caracterizar como um fator de risco ao suicídio, pois troca afetivas nessas
fases da vida reduzem os impactos das experiências adversas.

Segundo Ferreira (2008), a depressão também está aliada às causas dos casos de suicídio. Porém,
no auge das crises depressivas o indivíduo fica menos vulnerável a tais tentativas. Isto porque a
depressão é caracterizada principalmente pela desmotivação, desinteresse e letargia do
raciocínio. Nesse momento, o indivíduo não se dispõe a nenhuma actividade, inclusive o acto de
se matar. Alcançado este estágio, a tendência é a omissão, que também é considerado uma das
formas de suicídio.

A depressão e a ansiedade contribuíram menos para a tentativa do suicídio, pelo menos nos
respondentes que fizeram parte da pesquisa, isto pode dizer muito acerca dos métodos usados,
ajudando assim a saber que nem sempre a depressão faz com que haja o suicídio.

Na sua abordagem, Ferreira (2008), diz que o suicídio é maioritariamente causado pelas
representações de natureza afectivo-emocional, onde se destacam os conflitos na educação,
criação e conduta familiar dos indivíduos. O sentimento de culpa imposto por chantagens
emocionais, agressões, castigos exagerados, criação e imposição de uma auto-imagem irreal ao
indivíduo, abandono ou superprotecção são factores que influenciam as pessoas a pensarem em
pôr fim à sua vida.

O medo de enfrentar os problemas quase sempre esteve associado a tentativa do suicídio, isto
porque, quando acontecem diversos factores, tanto os psicológicos, como os sociais, as pessoas
não conseguem enfrentar os problemas, não sabem lidar com eles, então isso os leva a pautarem
pelo suicidio, visto não sabiam qual a reacção perante certos casos.

A Organização Mundial da Saude (2019), diz que no comportamento suicida há interferência das
relações com familiares, com amigos e com outras pessoas com as quais haja relacionamento
afetivo importante, de forma que o bom vínculo familiar assume papel de proteção ao
comportamento suicida, enquanto que vínculos familiares conflituosos e dinâmica familiar
conturbada são potenciais fatores de risco.

37
Acerca dos factores que fez com que os pacientes tentassem o suicídio os factores amorosos tem
um total de 53%que equivale a 9 pacientes, seguido de problemas familiares que tem um total de
35%, equivalente a 6 pessoas, e com a distribuição de 6% cada tem os problemas como a
violação e financeiros com 1 paciente por cada. Quando questionados se problemas familiares já
tinham contribuído para tentativa do suicídio, a uma parte dos entrevistados disse que teve a
família como causa, as discussões e problemas fazem com que as pessoas se fartem dos seus
famíliares. As finanças tem sido um problema, não só para quem tentou o suicídio, mas para
todas pessoas, mas na pesquisa existem respondentes que afirmaram que tentaram tirar a própria
vida porque não tinha como pagar a divida.

No tocante a diagnóstico de doença e a influência que este causa na tentativa do suicidio


Ferreira, (2008), diz que doenças físicas como o cancro, a epilepsia ou a SIDA; ou doenças
mentais como alcoolismo, dependência tóxica e esquizofrenia, compõem alguns dos motivos que
induzem um indivíduo a atentar contra a sua própria vida. Assim sendo alguns dos respondentes
responderam que tentaram tirar a própria vida por causa de diagnostico de algumas doenças, em
que não souberam lidar com essas doenças logo após a descoberta e tentaram tirar a própria vida.

Segundo Ferreira (2008), algumas situações sociais também conduzem ao suicídio, como por
exemplo o insucesso no matrimónio ou não ser casado, não ter filhos, não ser religioso, o
isolamento social ou o fracasso financeiro.

Para os factores que fizeram com que os pacientes tentassem o suicídio os factores amorosos tem
um total de 53% que equivale a 9 pacientes, seguido de problemas familiares que tem um total de
35%, equivalente a 6 pessoas, e com a distribuição de 6% cada tem os problemas como a
violação e financeiros com 1 paciente por cada. De certeza que muitos indivíduos não aceitam o
divórcio ou termino de namoro, quando este acaba, muitos indivíduos vê no suicídio uma chave
para garantir a resolução dos problemas que ela possui, e quando questionados o porque de tomar
a decisão de tirar a própria vida ee notavel que a decisão de tirar a vida muita das vezes depende
de quem esta a passar pelos problemas, sendo assim, Como as respostas ilustram, as decisões de
tirar a própria vida foi dada por diversos factores, factores estes que os respondentes não viam
uma solução, ou simplesmente tentaram e não poderão ver a solução, e desta feita a única
solução foi a da tentativa do suicídio, o divórcio ou término do namoro estão associados a

38
afetação que as pessoas foram construindo com o tempo, dai que pra muitos, é difícil lidar com a
negação do que já lhe criou sentimentos.

39
CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Chegado o fim do trabalho a autora deste trabalho chegou a conclusão que muitas pessoas
recorrem a prática da tentativa do suicídio para tentar fugir daquilo que são os problemas que os
assolam. O suicídio é visto por muitos como um meio de resolução dos problemas, as pessoas
que optam pelo suicídio não encontram mais motivos para viver e vê na tentativa de suicídio um
caminho para a resolução dos seus problemas isto porque muitos não conseguem resolver os
problemas.

Para a pratica do suicídio o método mais usado é o envenenamento por comprimido e o


enforcamento, isto porque muitos procuram uma morte rápida e menos dolorosa e estas
tentativas de suicidio muita das vezes esta acompanhada de sentimentos de tristeza.

Chegou-se ainda a conclusão que as pessoas que praticam esses atos, precisam de ajuda e
acompanhamento psicológico, pois não saber lidar com problemas, é um sério problema, as
pessoas que tentam o suicídio não tem nada a perder no momento em que vão praticar a
tentativa, elas vão em busca de descanso de sofrimento provocado por diversos factores, que vão
desde psicolgicos como a depressão, até sócias que são causados por vivências diárias.

A autora da pesquisa chega ainda a conclusão que os factores sociais é que tem contribuído mais
para casos de tentativas de suicídio, estes factores estão associados as vivências do dia-a-dia,
brigas familiares, diagnostico de doenças, incapacidade de saldar dividas com credores, estão em
destaque para a pratica da tentativa do suicídio, já nas causas psicológicas muita das vezes vem
antecedidas de factores sociais, isto porque muita das vezes os acontecimentos do quotidiano
deixam traumas na mente das pessoas, originando assim a depressão que de seguida gera a
tentativa de suicídio.

Pode se concluir também na pesquisa que a prática da tentativa de suicídio é mais frequente em
pessoas do género feminino, ou seja, as mulheres são mais vulneráveis as tentativas de suicídio.
A autora conseguiu atingir o objectivo da pesquisa, e valida assim a hipótese primária, mas
descarta a segunda hipótese que nega a prática da tentativa do suicídio por factores mencionados.

A pesquiss permitiu comprovar a hipótese primária, que se refere que os factores que propiciam
para a tentativa de suicídio tem sido o estresse de não saber lidar com os problemas familiares e

40
relacionais, conflitos, baixa auto-estima, depressão e ansiedade de aliviar a dor optando por
tentar enforcamento, envenenamento, e overdose por comprimidos

4.5.Recomendações
➢ Recomenda-se os pais falarem mais com os filhos sobre os problemas;
➢ Recomenda-se a fazer palestras onde se abordem temas relacionados a tentativa de
suicídio;
➢ Recomenda-se o acompanhamento psicológico das pessoas com depressão;
➢ Recomenda-se o aconselhamento psicológico após qualquer discussão no lar ou na
família;

41
5. Referências bibliográficas

«G1 > Mundo - NOTÍCIAS - Índice de suicídios de jovens bate recorde no Japão». Recuperado
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«Notícias – Brasil, mundo, saúde, educação, empregos e mais – R7». recuperado a 10 de janeiro
de 2022 em: http://noticias.r7.com.

Barbosa, F. O., Macedo, P.C. & Silveira, R. M. C (2011). Depressão e Suicídio. Rev.
SBPH.14(1): 233-243.

Bennewith, O. et al. (2018). «Suicidio Pendurado: Estudo multicentrico baseado em registros de


correonores na Inglaterra». Jornal Britanico de Psiquiatria.

Carvalho, Á., Peixoto, B., & Saraiva C. B. (2011). Plano Nacional de Prevenção de Suicídio
Direção-Geral da Saúde Programa Nacional para a Saúde Mental Plano.

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45
Apêndices

46
ANEXOS

47
Termo de consentimento livre e esclarecido

Estou convidando a participar de uma pesquisa que tem como objectivo recolher dados
relevantes sobre factores sociais e psicológicos determinantes para tipologias de tentativa de
suicídio.

Portanto, se deseja participar, será entregue um questionário para preencher alguns dados que irá
abordar questões relativo ao objectivo do estudo.

A participação é voluntária e garanto que seu nome não irá aparecer, no desenvolvimento do
trabalho. A participação deste estudo é de extrema liberdade. Espera-se que os resultados da
pesquisa possam contribuir bastante para redução de tentativas de suicídio.

Caso tenha disponibilidade e interesse em participar desta pesquisa, peço autorização e assine o
consentimento.

Pelo presente consentimento livre e informado declaro que fui informado/a de forma clara, do
objectivo da pesquisa delineados na pesquisa.

Declaro que aceito voluntariamente participar do estudo:

Data: ____/____/___

Assinatura do participante: ____________________________________________________

Assinatura do pesquisador: ____________________________________________________

48
GUIÃO DE ENTREVISTA

Saudações, sou estudante da Universidade Católica de Moçambique, faculdade de engenharia.


Trago esta entrevista, entrevista esta que faz parte de um estudo que se pretende realizar no
âmbito da conclusão do curso de Licenciatura em Psicologia Clinica e Assistência Social, tendo
como tema: Factores e Tipologias de tentativas de suicídio: uma perspectiva social e psicológica,
estudo de caso Hospital provincial de Chimoio (2021-2022).

Agradecia que colaborasse, respondendo as perguntas de acordo com o seu ponto de vista e com
máxima sinceridade possível, isto porque as suas respostas são de extrema importância. Garanto
a confidencialidade das suas opiniões e respostas caso não queira se identificar.

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Data da entrevista:___________

Nome__________________________________ (opcional/ sigla)

Idade____ Sexo:_____________

Profissão _____________________________

Naturalidade:___________________________

Morada:________________________________

2. PERCEPÇÃO DO SUICÍDIO

2.1. Já ouviu falar do suicídio?

( ) Sim ( ) Não.

2.2.Sabe o que significa o Suicídio?

( ) Sim ( ) Não. Se é sim o que é?

49
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Na sua percepção suicídio é uma doenças ou meio de resolver os problemas?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Considera certo este comportamento de tentar tirar própria vida?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

CAUSAS DE TENTATIVA DE SUICIDIO

Porque tentou o suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Qual foi o motivo que te levou tentativa de suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Quais os factores fizeram com que tentasse o suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

METODOS USADOS

Qual método usou para a tentativa de suicídio?

50
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Porque usou esse método?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

A escolha do método ou recurso tinha haver com o tipo de problema?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

PERSPECTIVAS PSICOLÓGICAS

Sentia-se triste quando tentou tirar a própria vida, e a quanto tempo sentia-se triste?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

A depressão ou ansiedade influenciaram na tua tentativa de suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Já sofreu algum estresse emocional que te levou a tentar o suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

A tua tentativa de suicídio esteve associada ao consumo de álcool ou uma outra droga?

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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

O medo de enfrentar certos problemas não resolvidos contribuíra para que tentasse o suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

PERSPECTIVAS SÓCIAS

Problemas amorosos e familiares te levaram a tentar o suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Já sofreu algum tipo de problema financeiro que o levou a tentar tirar a própria vida?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

A prática de bullyng ou preconceitos no teu meio social contribuiu para a tentativa do suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

O diagnóstico de alguma doença poderá ter influenciado para que tentasse o suicídio?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

O término do namoro ou casamento contribuíram para a tua tentativa de suicídio?

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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Porque tomou a decisão de tirar a própria vida após um conflito?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

OBRIGADA PELA ATENÇÃO

E PELA DISPONIBILIDADE.

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