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Jeremias Mithandi Sapita

Análise do trabalho do Gestor Escolar na motivação da actividade de docência:


Estudo de caso da Escola Secundária da Soalpo

Licenciatura Em Administração E Gestão Da Educação

Universidade Púnguè
Chimoio
2022
Jeremias Mithandi Sapita

Análise do trabalho do Gestor Escolar na motivação da actividade de docência:


Estudo de caso da Escola Secundária da Soalpo

Licenciatura em Administração E Gestão Da Educação

Monografia apresentada ao Departamento de Psicologia


e Pedagogia, Faculdade de Educação, para obtenção do
grau académico de Licenciatura em Administração e
Gestão da Educação.

Supervisor:
Msc. Rogério Mário

Universidade Púnguè
Chimoio
2022
Índice
Lista de Figuras..........................................................................................................................vi

Lista de Gráficos.......................................................................................................................vii

Lista de tabelas........................................................................................................................viii

Lista de Abreviaturas e Siglas...................................................................................................ix

Declaração de Honra...................................................................................................................x

Dedicatória.................................................................................................................................xi

Agradecimento..........................................................................................................................xii

Resumo....................................................................................................................................xiii

Abstract....................................................................................................................................xiv

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................1

1.1. Delimitação do Tema...................................................................................................3

1.1.1. Espacial.................................................................................................................3

1.1.2. Populacional..........................................................................................................3

1.1.4. Objecto de Estudo.................................................................................................3

1.2. Enquadramento e Justificativa da escolha do tema......................................................3

1.2.1. Enquadramento.....................................................................................................3

1.2.2. Justificativa...........................................................................................................4

1.3.2.1. Relevância do tema.................................................................................................5

1.3. Problematização...........................................................................................................6

1.4. Hipóteses..........................................................................................................................7

1.5. Objectivos do trabalho.....................................................................................................7

1.5.1. Objectivo Geral.............................................................................................................7

1.5.2. Objectivos Específicos..................................................................................................7

CAPÍTULO II: METODOLOGIA.............................................................................................8

2.1. Tipo de Pesquisa...............................................................................................................8

2.1.1. Quanto a Natureza.....................................................................................................8


2.1.2. Quanto aos Objectivos...............................................................................................8

2.1.3. Quanto à abordagem..................................................................................................9

2.1.4. Quanto aos procedimentos.........................................................................................9

2.2. Método de estudo...........................................................................................................10

2.3. Instrumentos de recolha de dados..................................................................................10

2.4. Técnica de análise de dados...........................................................................................11

2.5. População e Amostra......................................................................................................11

2.6. Procedimentos de Estudo...............................................................................................11

CAPÍTULO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................12

3.1. Gestão Escolar................................................................................................................12

3.1.1. Conceito de gestão escolar......................................................................................12

3.1.2. Gestor Escolar..........................................................................................................12

3.1.3. Perfil do Gestor Escolar...........................................................................................14

3.2. Motivação.......................................................................................................................14

3.2.1. Conceito de Motivação............................................................................................14

3.2.2. Teoria de Motivação................................................................................................15

3.2.2.1. Teoria de Maslow: teoria das necessidades humanas.............................................15

3.2.3. Características da Motivação...................................................................................16

3.3. Processo de Ensino e aprendizagem...............................................................................16

CAPÍTULO IV: DESCRIÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO....................................................17

4.1 Descrição da cidade de Chimoio.....................................................................................17

CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS..........19

5.1. Apresentação de frequência dos entrevistados por cargo/função na escola...................19

5.2. Apresentação da frequência dos entrevistados por Género............................................20

5.3. Apresentação da frequência dos entrevistados por faixa etária......................................21

5.4 Apresentação da frequência dos entrevistados por nível de formação............................22

5.5. Apresentação da frequência dos entrevistados por anos de experiência........................22


5.6. Conceito do trabalho do gestor escolar na motivação dos professores..........................24

5.7. Importância do trabalho do gestor escolar na motivação dos professores.....................24

5.6. Avaliação das actividades da Gestão Escolar na motivação dos professores................26

5.6. Hábitos e práticas do Gestor Escolar na motivação do docente.....................................27

5.7. Os desafios do Gestor Escolar na motivação do docente...............................................31

5.8. Contribuição do trabalho do Gestor Escolar na motivação do docente no processo de


ensino e aprendizagem..........................................................................................................32

Capítulo VI: Conclusões e Sugestões.......................................................................................35

6.1. Conclusão.......................................................................................................................35

6.2. Sugestões........................................................................................................................36

Referências Bibliográficas........................................................................................................37

Apêndices
vi

Lista de Figuras
Figura 1-A hierarquia das necessidades humanas e os meios de satisfação..........................................15
Figura 2: Escola Secundária da Soalpo.................................................................................................17
vii

Lista de Gráficos
Gráfico 1: Frequência dos entrevistados por cargo/função.......................................................19
Gráfico 2: Frequência dos entrevistados por Género................................................................20
Gráfico 3: Frequência dos entrevistados por faixa etária..........................................................21
Gráfico 4: Frequência dos entrevistados por anos de experiências..........................................23
viii
ix

Lista de tabelas
Tabela 1: Frequência dos entrevistados por nível de formação................................................22
Tabela 2: Resposta dos inqueridos sobre importância do papel do gestor escola na motivação
dos professores..........................................................................................................................25
Tabela 3: Avaliação dos professores concernente ao trabalho da gestão escolar na motivação
docente......................................................................................................................................26
x

Lista de Abreviaturas e Siglas


AGE – Administração e Gestão da Educação.
EGFAE – Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
EMMA – Empresa Moçambicana de Malhas.
EP1 – Ensino Primário do Primeiro Grau.
EP2 – Ensino Primário do Segundo Grau.
ES – Escola Secundária.
Km – Quilómetro.
P – Pergunta.
PEA – Processo de Ensino e Aprendizagem.
Q – Questão
R – Resposta.
UE-PAANE – Programa de Apoio aos Actores Não Estatais
UP – Universidade Púnguè.
xi

Declaração de Honra

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e da orientação do


meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Chimoio, 26 de Março de 2022

____________________________________________

(Jeremias Mithandi Sapita)


xii

Dedicatória
Ao meu pai Mithandi Sapita e a minha mãe Dume Biriate pela educação que me
proporcionaram desde a minha infância até no presente momento.

Aos meus irmãos Pedro, Orlando, e a minha irmã Sinólia pela motivação e suporte que me
deram durante a vida estudantil até a conclusão do curso.

Aos meus Irmãos em Cristo da Igreja Apostólica Pentecoste de Vila Nova-Chimoio que
incessantemente tem se lembrado de mim nas suas orações diante do nosso Glorioso Deus e
Criador.
xiii

Agradecimento
Primeiramente quero agradecer a DEUS pela vida, sustento, proteção e preservação que me
concedeu durante todos meus suspiros e toda a trajetória estudantil desafiadora, para que
tornasse possível a conclusão do meu curso.

Agradeço a minha belíssima Família pelo suporte a mim proporcionado durante os estudos.

A todos os meus Docentes da Universidade Púnguè pelos ensinamentos e pela paciência que
me manifestaram durante a minha formação, e aos meus colegas do curso de AGE que
participaram também da minha formação.

Agradeço ao meu Supervisor Msc. Rogério Mário pelas orientações, suporte e paciência para
a realização do presente trabalho.

Agradeço a direção da Escola Secundária da Soalpo e todo o corpo docente pela cooperação e
admissão na recolha de dados para fundamentar a pesquisa.
xiv

Resumo
Este estudo abordou sobre análise do trabalho do gestor escolar na motivação do docente no
processo de ensino e aprendizagem na Escola Secundária da Soalpo. Tratou-se de uma
pesquisa mista de uma abordagem qualitativa e quantitativa que teve como amostra 15
profissionais de ambos sexos da escola estudada composto pela direção da escola e o corpo
docente, aplicou-se uma amostragem não probabilística intencional. Na colecta de dados
usou-se a entrevista estruturada e o questionário. Com o objectivo geral de analisar o trabalho
do gestor escolar na motivação do docente no processo de ensino e aprendizagem, onde
verificou-se as práticas de motivação e os desafios encarados pelo Gestor Escolar nesta
função. No fim desta pesquisa foram alcançados os seguintes resultados: o Gestor Escola tem
realizada algumas ações motivadoras como a sensibilização, reuniões, premiações dos
professores que mais se destacam, elogios e supervisões pedagógicas; a redução de rácio
professor-aluno e participação ativa dos pais e encarregados da educação tem sido
considerados como os principais desafios do gestor escolar no processo de motivação dos
professores; a prática de motivação dos professores pelo Gestor Escolar trás bons resultados
no ambiente escolar no tocante a qualidade de ensino e aprendizagem. como sugestões
propõem que o Gestor Escolar promova a gestão democrática e participativa, realize palestra
com os professores e alunos, e promova atividades desportivas para melhor integração dos
professores.
Palavras-chave: Gestor Escolar, Motivação Docente, Processo de Ensino e Aprendizagem.
xv

Abstract
This study addressed the analysis of the work of the school manager in the motivation of the
teacher in the teaching and learning process in the secondary school of Soalpo. It was a
qualitative research that had as a sample 15 professionals of both sexes of the studied school,
composed by the direction of the school and the teaching staff, an intentional non-
probabilistic sampling was applied. The structured interview was used for data collection.
With the general objective of analyzing the work of the school manager in the motivation of
the teacher in the teaching and learning process, where it was verified the motivation practices
and the challenges faced by the School Manager in this role. At the end of this research, the
following results were achieved: the School Manager has carried out some motivating actions
such as raising awareness, meetings, awards for the most outstanding teachers, praise and
pedagogical supervision; the reduction of the teacher-student ratio and the active participation
of parents and guardians have been considered the main challenges faced by school managers
in the process of motivating teachers; the practice of motivating teachers by the School
Manager brings good results in the school environment regarding the quality of teaching and
learning. as suggestions, they propose that the School Manager promote democratic and
participatory management, hold lectures with teachers and students, and promote sports
activities for better integration of teachers.
Keywords: School Manager, Teacher Motivation, Teaching and Learning Process.
1

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa que tem como o tema “análise do trabalho do Gestor Escolar
na motivação da actividade de docência” foi desenvolvido na Escola Secundária da Soalpo-
Chimoio no âmbito de obtenção do grau de Licenciatura em Administração e Gestão da
Educação, na Universidade Púnguè.

Segundo Silva (2002) a escola é o lócus de construção de saberes e de conhecimentos. O seu


papel é formar sujeitos críticos, criativos, que domine um instrumental básico de conteúdos e
habilidades de forma a possibilitar a sua inserção no mundo do trabalho e no pleno exercício
da cidadania activa.

Na escola a educação é responsabilidade de todos. O funcionamento da organização escolar é


fruto de um compromisso de interacções e da participação de todos, pois a escola é de todos, é
aberta a todos. Quanto maior a participação, maior será a aproximação entre os membros da
escola formando uma colectividade actuante (Silva, 2017).

A motivação de um funcionário refere-se na quantidade de tempo, e na atenção dedicada às


suas actividades. Sem motivação, os dons mais novos permanecem estéreis, as capacidades
adquiridas ficam em desuso e as técnicas mais sofisticadas sem rendimento. O papel da
liderança é actuar de forma que o potencial de seus colaboradores se transforme em acção, em
prol dos objectivos organizacionais, sendo para isso necessário conhecer os aspectos gerais do
ser humano, em suas várias dimensões, e nos aspectos particulares de cada individuo no
tocante de sua singularidade e subjectividade (Cavalcanti, 2005).

Na área pedagógica o Gestor Escolar precisa dar assistência aos profissionais e cooperar
juntamente com a comunidade escolar, a fim de ultrapassar os desafios e dificuldades que a
escola se depara, trazendo soluções que favoreça a todos os evolvidos e aos objectivos da
educação. Portanto, é relevante que o gestor tenha um bom perfil, seja um líder activo em
todas as vertentes da gestão escolar e das actividades que são desenvolvidas, que tenha a
capacidade de se relacionar positivamente com todos os funcionários, e motiva-los para o
melhor alcance das metas. Reconhece-se que a motivação dos professores é um dos factores
imprescindíveis para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem, para despertar no
aluno o interesse pela educação. Por isso é uma das tarefas relevantes da gestão escolar,
manter os docentes motivados para que se empenhem e desempenhem melhor as suas
funções.
2

As escolas precisam de líderes dispostos a trabalhar, democráticos, cooperativos,


valorizadores, que saibam trabalhar em conjunto, respeitando os valores e as diferenças de
forma profissionalmente equilibrada, criativos e competentes no exercício das suas funções.

Este trabalho teve como objectivo analisar as acções que o Gestor da escola secundária da
Soalpo tem desenvolvido na gestão escolar para motivar os docentes, assim como a
contribuição que estas acções geram no PEA.

De salientar que o trabalho é constituído por seis capítulos que são:

 Capítulo I: Introdução, delimitação do tema, enquadramento, justificativa,


problematização, hipóteses e objectivos;
 Capítulo II: Metodologias;
 Capítulo III: Fundamentação teórica;
 Capítulo IV: Descrição do campo de estudo;
 Capítulo V: Apresentação, análise e discussão de resultados;
 Capítulo VI: Conclusões e Sugestões.
3

1.1. Delimitação do Tema


1.1.1. Espacial

No que tange ao aspecto espacial, o presente trabalho foi realizado na Escola Secundária
Geral da Soalpo, localizada a três quilómetros a Este do centro cidade de Chimoio, na
província de Manica, Moçambique.

1.1.2. Populacional

Quanto ao aspecto populacional, esta pesquisa abrangeu especificamente a Direção da Escola


(Director e pedagógicos), e os professores.

1.1.3. Temporal

No que concerne aos aspectos temporais, o presente trabalho de pesquisa foi efectuado num
período de três meses durante o mês de Dezembro de 2021 a Fevereiro de 2022, período este
que serviu para planificar e colectar os dados necessários para fundamentar o presente
trabalho.

1.1.4. Objecto de Estudo

O objecto da pesquisa foi o Gestor Escolar (ou o Director) como o líder motivador, visando
analisar as práticas que por ele são promovidas no ambiente escolar para motivar os
professores da presente escola, com o intuito de garantir a qualidade e o sucesso escolar.

1.2. Enquadramento e Justificativa da escolha do tema


1.2.1. Enquadramento

No curso de Administração e Gestão de Educação, a abordagem a ser explorada sobre


“Análise do trabalho do Gestor Escolar na motivação do docente no processo de ensino e
aprendizagem” enquadra-se na área científica de Gestão, nas linhas de pesquisa da
Universidade Púnguè, especificamente no Departamento de Ciências da Educação e
Psicologia. Também se enquadra nas cadeiras curriculares como Organização e Gestão
Escolar, Introdução a administração, Didáctica Geral, e clima e cultura escolar.

Pelo advento da revolução industrial no século XVIII, a administração (ou gestão) passou a se
tornar um elemento fundamental para a promoção de mudanças económicas e bem-estar
organizacional, e com ela surgiram vários pensadores com as suas respectivas teorias
administrativas para melhorar a eficiência das organizações.
4

A gestão escolar, que anteriormente era considerada Administração Escolar, é um termo


recente, apesar que as funções que estas lhe são atribuídas já existissem anteriormente. A
alteração da designação é resultante de estudos teóricos a respeito dessa actividade e não
meramente na escrita, e também pela influência das mudanças que tem vindo a ocorrer
durante o percurso histórico da humanidade.

Nos dias actuais, a gestão é conhecida por apresentar certas funções como a planificação, a
organização, a direcção e o controlo. Na função de direcção o gestor deve ter a capacidade de
liderar, comunicar e motivar os seus colaboradores.

Por sua vez a motivação é uma prática que vem sendo preconizada desde os séculos passados
de diferentes formas, embora não sendo um elemento que era mercê de estudo como nos dias
actuais. Com as teorias administrativas, vários aspectos e ideologias concernente a motivação
dos trabalhadores passaram a ser observados e considerados cruciais para garantir o sucesso
das organizações, sendo a principal delas a remuneração financeiras ou não financeiras, que
os trabalhadores recebiam após ao cumprimento das suas actividades.

Segundo as investigações realizado por Seco (2002), compreende que o director, o gestor e/ou
as chefias devem procurar motivar os docentes com recompensas que correspondam às suas
necessidades, como sejam o reconhecimento e as oportunidades de autorrealização.

Pela necessidade de melhoria da qualidade de ensino no nosso país, Moçambique, em 2020, o


presidente da república dirigiu a cerimónia de abertura do seminário de capacitação dos
directores das escolas secundárias, que abrangeu 700 gestores escolares e visava reforçar as
competências dos directores em matérias de gestão e liderança para a melhoria de prestação
de serviços de qualidade na educação.

1.2.2. Justificativa

A escola é vista actualmente pela sociedade como o principal sistema de transmissão de


conhecimentos científicos, sistematizados e específicos, em que estes posteriormente seriam
aplicáveis para o desenvolvimento social.

Segundo Larocca e Girardi (2011) afirma que no caso específico da profissão docente,
satisfação e motivação figuram como condições imprescindíveis, não apenas para o bem-estar
docente, mas principalmente para a qualidade do trabalho pedagógico que estes realizam
quotidianamente nas escolas.
5

A escolha do tema tem interesse porque contribui para melhoria da qualidade da educação,
pois analisa o trabalho do gestor escolar na motivação dos professores, os seus desafios, e a
sua contribuição no processo de ensino e aprendizagem, por meio do qual trás aspectos
fundamentais e contribuintes para reflexão visando a melhoria da actividade da própria gestão
escolar, do docente e da qualidade de aprendizagem dos alunos.

A relevância deste tema reside também no seu impacto no ambiente escolar. Pois o papel do
gestor escolar na motivação docente influencia positivamente no desempenho do professor,
no desempenho dos alunos, no aproveitamento pedagógico e no melhoramento do clima
escolar, o que facilita o alcance dos objectivos da educação.

O comprometimento dos alunos e a qualidade de aprendizagem depende indispensavelmente


do nível da motivação do professor. Espera-se que esta pesquisa contribua para que os
directores das escolas como gestores possam fazer uma análise reflexiva sobre a importância
do seu papel para promover estrategicamente meios e acções que integrem profundamente os
professores nas escolas, impulsionando-os nas suas tarefas.

1.3.2.1. Relevância do tema


a) Relevância Pessoal

O tema em estudo possui uma relevância pessoal no que tange a aquisição de experiência e
habilidades no exercício de uma boa liderança motivadora e desafiadora que posteriormente o
autor aplicará no ambiente profissional dentro de uma organização, com o intuito de melhorar
a qualidade de trabalho nas instituições educacionais ou não educacionais.

b) Relevância científica

O tema em estudo possui uma relevância científica concernente a sua contribuição na


aquisição de mais conhecimentos científicos e empíricos na área da gestão escolar inerente a
função do gestor na motivação do docente, que por sua vez, estes saberes contribuirão no
mundo académico, nos seminários, debates, e no desenvolvimento de palestras, visando
resolver as várias problemáticas ligadas aos factores desmotivadoras na prática docente que
consequentemente denigrem a qualidade da educação nas escolas moçambicanas.

c) Relevância social

Ao nível social, este estudo, contribui para o desenvolvimento da sociedade no tocante a boa
qualidade de ensino oferecida pela escola que seria considerado o fruto da gestão escolar
6

tendo como a figura principal o Gestor da Escola, que se empenhou para garantir a
efectivação de todo o processo de ensino e o comprometimento dos professores no
desempenho das suas funções, através das estratégias incentivadoras.

1.3. Problematização

No actual contexto da educação, são visíveis as reclamações advindas tanto de estudantes


como de professores, que não sentem prazer em estar na escola para aprender e ensinar,
parecendo gerar um sistema caótico para todos os envolvidos, com tendência a desmotivar,
cada vez mais, profissionais, estudantes e pais. Essa é uma das situações que podem gerar má
qualidade do processo educativo e que poderá trazer sérias consequências para toda a
sociedade, tendo em vista que somente uma educação de boa qualidade é capaz de modificar
o ser, tornando-o crítico, reflexivo, autónomo e, acima de tudo, humano (Silva e Bizarro,
2017).

A desmotivação dos professores é um fenómeno presente no ambiente escolar movido por


vários factores como salários baixos, a sobre carga de trabalho, o estilo de liderança da escola,
a indisciplina dos alunos, etc. E sem dúvida uma escola com professores desmotivados nas
suas funções não pode se esperar de um aprendizado de qualidade na formação do aluno.

Segundos os aspectos observados naquele ambiente escolar, considerando que o pagamento


de salários seja um incentivo suficiente para impulsionar os professores a realizar as suas
actividades com comprometimento e qualidade no ensino, durante alguns anos a gestão
escolar tem se acomodado no aspecto de não se preocupar em estabelecer estratégias e
práticas permanentes referente a motivação dos professores para melhorar a sua atuação no
processo de ensino e aprendizagem, visto que a qualidade de educação depende
indispensavelmente do nível de motivação do professor que reflete no seu dia-a-dia de
trabalho com os alunos.

Com isso, assumindo que o presente estudo abordado tem relevância científica para melhoria
da qualidade de ensino no ambiente escolar, a fraca eficiência do Gestor Escolar na motivação
do docente pode influenciar negativamente na vida profissional do professor e trazer um
sentimento de desinteresse pelo seu trabalho. Portanto, por se deparar com situações concretas
e problemáticas que na óptica do autor foi necessário ser estudado de forma mais profunda e
pormenorizada, colocou-se a seguinte questão de investigação:
7

Qual é o papel do Gestor Escolar como o motivador do professor no processo de


ensino e aprendizagem da Escola Secundária Geral da Soalpo?

1.4. Hipóteses
a) Hipótese primária
Provavelmente o Gestor Escolar tem praticado algumas boas acções referentes a
motivação dos professores.
b) Hipóteses secundárias
Presume-se que existem desafios que o Gestor Escolar encara no processo de
motivação dos professores;
Possivelmente as práticas do Gestor Escolar para motivar os professores contribuem
positivamente no processo de ensino e aprendizagem.

1.5. Objectivos do trabalho

1.5.1. Objectivo Geral


 Analisar o papel do Gestor Escolar na motivação do docente na escola secundária da
Soalpo-Chimoio.

1.5.2. Objectivos Específicos


 Descrever hábitos e práticas realizadas pelo Gestor Escolar na motivação do docente;
 Identificar os desafios do Gestor Escolar na motivação do docente;
 Descrever a contribuição, no processo de ensino e aprendizagem, do trabalho do
Gestor Escolar na motivação do docente;
 Propor estratégias para melhorar a actividade do Gestor Escolar na motivação do
professor no processo de ensino e aprendizagem da escola secundária da Soalpo.
8

CAPÍTULO II: METODOLOGIA


Neste capitulo serão apresentados os procedimentos aplicados durante a pesquisa com o fim
de alcançar os objectivos do trabalho. As metodologias do trabalho foram classificadas quanto
ao tipo de pesquisa, ao método de estudo, aos instrumentos de recolha de dados, técnicas de
análise de dados, população e amostra, e procedimento de estudo.

2.1. Tipo de Pesquisa

2.1.1. Quanto a Natureza


Quanto a natureza foi uma pesquisa aplicada que buscou gerar conhecimentos para a solução
de problemas ligados ao papel do gestor escolar na motivação dos professores para melhoria
da qualidade do PEA.

Segundo Zanella (2013), a pesquisa científica aplicada tem como finalidade gerar soluções
aos problemas humanos, entender como lidar com um problema.

2.1.2. Quanto aos Objectivos


Quanto aos objectivos este trabalho centrou-se em combinação de dois tipos de pesquisas:
exploratória e descritiva.

a) Pesquisa exploratória

Neste trabalho se aplicou a pesquisa exploratória em que o autor buscou conhecer a realidade
do local da pesquisa, envolvendo-se intensamente com os intervenientes, colectando dados
referentes ao problema para posteriormente descreve-los e atribuir-lhes significado a fim de
analisar as acções do gestor escolar na motivação dos professores no PEA.

Esta pesquisa, segundo Gil (2007), tem a finalidade de ampliar o conhecimento a respeito de
um determinado fenómeno, e esse tipo de pesquisa, aparentemente simples, explora a
realidade buscando maior conhecimento, para depois planear uma pesquisa descritiva.

b) Pesquisa descritiva

Quanto aos objectivos foi efectuado também a pesquisa descritiva para descrever com
exactidão o assunto estudado e analisar as variáveis obtidas para fundamentar o presente
trabalho.

Na perspectiva de Gil (2007) esta pesquisa procura conhecer a realidade estudada, suas
características e seus problemas.
9

Nessa pesquisa tem como o foco “descrever com exactidão os fatos e fenómenos de
determinada realidade” (Triviños, 1987).

2.1.3. Quanto à abordagem


Nesta pesquisa, quanto ao método e à forma de abordar o problema foi usado o método de
pesquisa mista.

Os métodos mistos de pesquisa são definidos como um processo de recolhimento, análise e


“mistura” de dados quantitativos e qualitativos durante determinado estágio da pesquisa em
um único estudo. O método misto tem por objetivo compreender melhor o problema de
pesquisa (Tashakkori e Teddlie, 2003).

Portanto a escolha desse tipo de pesquisa parte do ponto de vista da profundidade e exactidão
do mesmo na recolha de dados para entender os fenómenos sociais que com frequência
ocorre, pois permite com flexibilidade identificar e reconhecer o problema a fim de trazer
medidas para reduzi-la.

2.1.4. Quanto aos procedimentos


Para a realização da pesquisa se recorreu a combinação dos seguintes procedimentos: a
pesquisa bibliográfica e o Estudo de Caso.

a) Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica, segundo Zanella (2013) “baseia-se no uso exclusivo de fontes


bibliográficas”.

Portanto nesta pesquisa, fez-se a busca sistemática de conhecimento sobre o Gestor Escolar,
Motivação do Docente bem como a sua relação no rendimento escolar, relacionando e
comparando diferentes perspectivas de autores que discutiram sobre o tema em análise. A
principal vantagem desta pesquisa é permitiu ao pesquisador que tenha acesso ao conjunto de
informações já existente que lhe facilita ter maior familiaridade com o problema em estudo, o
que serviu de base para um estudo de caso.

b) Estudo de caso

O estudo de caso consiste em um estudo exaustivo de um ou poucos objectos de pesquisa, de


maneira a permitir o aprofundamento do seu conhecimento. Os estudos de caso têm grande
profundidade e pequena amplitude, pois procuram conhecer a realidade de um indivíduo, de
um grupo de pessoas, de uma ou mais organizações em profundidade (Zanella, 2013).
10

2.2. Método de estudo


Segundo Trujillo (1982), método significa a “forma de proceder ao longo de um caminho”.
Tratando-se de uma pesquisa mista, para a realização deste estudo se aplicou o método
indutivo.

No método indutivo, o pensamento percorre um caminho partindo de fatos particulares para


fatos universais. Assim, a generalização é constatada após a observação dos dados. Um
exemplo, bem simples, do raciocínio indutivo são os estudos feitos com uma amostra de uma
população. Após análises os resultados são generalizados para toda a população da mesma
espécie (Zanella, 2013).

2.3. Instrumentos de recolha de dados


Os instrumentos de recolha de dados aplicados nesta pesquisa foram a entrevista e o
questionário.

a) Entrevista

Mediante a uma entrevista estruturada, através de um guião de entrevista elaborado pelo autor
que foi dirigido aos membros da direção da Escola (Director e pedagógicos) foi efectuado o
processo de colecta de dados para o alcance do principal objectivo do trabalho, que visa
analisar o papel do gestor escolar no processo de motivação dos professores.

Para Lakatos & Marconi (2007), a entrevista é “um encontro entre duas pessoas, a fim de que
uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto”. A entrevista estruturada é
o modelo de entrevista com perguntas fixas e preestabelecidas para todos grupos alvos, o que
facilitaria fidelidade das respostas durante a colecta e a análise de dados.

b) Questionário

Mediante a um questionário constituído por perguntas abertas e fechadas elaborado pelo autor
que foi dirigido aos professores da Escola Secundária da Soalpo se realizou o processo de
colecta de dados para fundamentar a pesquisa.

O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de


perguntas descritivas [perfis socioeconômicos, como renda, idade, escolaridade, profissão e
outros], comportamentais [padrões de consumo, de comportamento social, econômico e
pessoal, dentre outros] e preferenciais [opinião e avaliação de alguma condição ou
circunstância] (Zanella, 2013).
11

2.4. Técnica de análise de dados


Tratando-se de uma pesquisa mista, a técnicas de análise de dados para a pesquisa foi a
análise de conteúdo.

Para Richardson et al (2007), a análise de conteúdo busca compreender melhor um discurso,


aprofundar suas características gramaticais, fonológicas, cognitivas e ideológicas e extrair os
momentos mais importantes que busca retratar comportamentos e tendências a partir de
fenómenos reais que ocorrem na escola.

2.5. População e Amostra


Na concepção de Vergara (1997), a população é o “conjunto de elementos [empresas,
produtos ou pessoas] que possuem as características que serão objecto de estudo” e a amostra
“é uma parte do universo [população], escolhida segundo algum critério de
representatividade.”

Para o estudo, foi considerado o grupo alvo: a Direção da Escola e os professores da Escola
Secundária da Soalpo.

Neste trabalho foi usado uma amostragem de conveniência ou intencional que é o tipo de
amostragem não probabilística em que a escolha dos participantes na aplicação da presente
pesquisa foi do critério do pesquisador.

O trabalho de pesquisa teve como amostra 15 participantes nomeadamente:

 3 membros da direção da escola (o Director e 2 Pedagógicos);


 12 Professores, que correspondeu a 13% do universo total de 95 professores (ambos
sexos) da presente escola, que leccionam diferentes disciplinas de 8ᵃ á 12ᵃ classe.

2.6. Procedimentos de Estudo


O primeiro procedimento para a realização da pesquisa foi a elaboração do projecto de
pesquisa para a Faculdade De Educação, curso de A.G.E em que possivelmente aprovado foi
feito o processo de colecta de dados na escola em que se fez a pesquisa.

O segundo procedimento foi no âmbito do consentimento da escola que foi feito o estudo
seguindo-se a escolha dos participantes necessários para a realização do estudo. Os dados das
informações das entrevistas foram gravados pelo consentimento dos entrevistados, anotados
na agenda do pesquisador, e outros preenchidos nos questionários, e posteriormente
transcritas na íntegra para a discussão dos resultados.
12

CAPÍTULO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Gestão Escolar

3.1.1. Conceito de gestão escolar


A escola actualmente é considerada uma instituição, um estabelecimento, espaços
organizados que se dedica ao processo de ensino e aprendizagem entre alunos e docente.

Menezes e Santos (2002 p. 13) definem a Gestão Escolar como expressão relacionada à
actuação que objectiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-
educacionais dos estabelecimentos de ensino orientados para a promoção efectiva da
aprendizagem pelos alunos.

Burak e Flack (2011) associam gestão escolar à acções colectivas e democráticas, com a
divisão de responsabilidades individuais, que devem ser pautadas num projecto maior, que
congrega todos os membros da equipe escolar em torno de objectivos, metas, decisões e
compromissos comuns.

Com isso pode se compreender que a gestão escolar refere-se a um conjunto de acções que
visa administrar todo o processo educativo, desde a planificação, a organização, a direcção, a
coordenação, a aplicação, e a gerência de todos os recursos para efectivar o processo de
ensino e aprendizagem.

Segundo o Secretariado da Commonwealth (1993), as funções da gestão escolar consistem


em:

 Garantir a formulação de políticas, objectivos e métodos que permitam a escola o


alcance dos objectivos;
 Aplicar as políticas e os métodos de trabalho, visando formar pessoas úteis à
sociedade;
 Assegurar a existência de recursos humanos, materiais e curriculares para a
aprendizagem;
 Coordenar as actividades da escola para que ela funcione com eficácia e eficiência; e
 Influenciar e estimular os recursos humanos para trabalharem com afinco.

3.1.2. Gestor Escolar


Segundo o conceito clássico, desenvolvido por Henri Fayol (1949), o gestor é definido pelas
suas funções no interior da organização. Assim, o gestor é a pessoa a quem compete a
13

interpretação dos objectivos propostos pela organização e actua, através do planeamento, da


organização, da liderança ou direcção e do controlo, de forma a atingir os objectivos
organizacionais. Assim, o gestor é alguém que desenvolve os planos estratégicos e
operacionais que julga mais eficazes para atingir os objectivos organizacionais propostos,
concebe as estruturas e estabelece as regras, políticas e procedimentos mais adequados aos
planos desenvolvidos, implementa e coordena a execução dos planos (Secretariado da
Commonwealth, 1993).

Actualmente os directores das escolas são considerados os gestores e líderes escolares,


responsáveis por garantir o funcionamento adequado do sistema educacional, pela motivação
no processo educativo, estimulando a participação de todos, articulando as diversas vertentes
da gestão escolar.

“O director de escola é o dirigente e principal responsável pela escola, tem a


visão de conjunto, articula e integra os vários sectores (sector administrativo,
setor pedagógico, secretaria, serviços gerais, relacionamento com a
comunidade, etc.). As funções do director são, predominantemente, gestoras e
administrativas, entendendo-se, todavia, que elas têm conotação pedagógica,
uma vez que se referem a uma instituição e a um projecto educativo e existem
em função do campo educativo” (Libaneo, 2004, p. 2017).

Para Schnekenberg e Zanlorenço (2008, p. 4) a gestão escolar refere-se ao trabalho aplicado


na busca de soluções de determinadas problemáticas apresentadas no dia-a-dia da escola. Os
autores complementam que:

“Aos gestores das escolas compete, portanto, promover a criação e a


sustentação de um ambiente propício à participação plena dos profissionais,
alunos e pais, no processo social escolar, uma vez que é por essa participação
que seus membros desenvolvem consciência e sentido de cidadania. Para tanto,
os responsáveis pela gestão escolar devem criar um ambiente estimulador dessa
participação” (Schnekenberg & Zanlorenço, 2008, p. 8).

Para Luck (2008, p.16) o gestor do ambiente escolar é “um mobilizador, um orquestrador de
atores, um articulador da diversidade para dar unidade e consistência, na construção do
ambiente educacional e na promoção da formação de seus alunos”.
14

O papel do gestor escolar não dever ser de administrar e gerenciar somente materiais
pedagógicos, mas sim de unir, escutar, estimular a participação activa de todos no processo
educacional. No âmbito pedagógico, o gestor é peça fundamental, pois este deve velar pelos
cumprimentos dos objectivos do PEA, garantindo a seu alcance com maior eficiência e
eficácia.

3.1.3. Perfil do Gestor Escolar


Olivetti (2018), as constantes transformações na sociedade, as mudanças na percepção das
pessoas em relação ao mundo ao seu redor, o ambiente familiar, a tecnologia e a globalização
exigem que o gestor escolar tenha um perfil com uma característica mais colaborativa e
menos autoritária, tendo em vista que a escola é o local que sofre um impacto directo em
decorrência dessas mudanças.

Luck (2002, p.17) acredita que algumas acções contribuem para a mudança das relações na
escola, na tentativa de se criar um clima cooperativo, envolvendo toda a comunidade escolar.
As acções são:

 Criar uma visão de conjunto associada a uma acção de cooperativismo;


 Promover um clima de confiança;
 Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes;
 Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços;
 Estabelecer demanda de trabalho centrado nas ideias e não em pessoas;
 Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto.
 Buscar todos os meios e condições que favoreçam a actividade profissional dos
pedagogos especialistas, dos professores, dos funcionários, visando à boa qualidade do
ensino.

3.2. Motivação

3.2.1. Conceito de Motivação


Em seu Dicionário de Psicologia, Pieron (1972, p. 278) define a motivação como um “fator
psicológico, consciente ou não, que predispõe o indivíduo a efectuar certas acções ou a tender
para certos objectivos”.

Para Chiavenato (1994), motivação é “tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de
determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento específico”.
15

Conforme esses autores podemos compreender que a motivação está associado a uma energia
cognitiva e intencional que leva uma pessoa a ter um determinado comportamento
compromissado com as suas funções para o melhor alcance dos objectivos da organização.

3.2.2. Teoria de Motivação

3.2.2.1. Teoria de Maslow: teoria das necessidades humanas


Silva (2008) afirma que Abraham Maslow (1908-1970) apresentou uma teoria da motivação
segundo as necessidades humanas em seu ambiente, e estão estruturadas e dispostas em
níveis, em uma hierarquia de importância e influência.

Maslow estabeleceu sua teoria com base na afirmação de que os indivíduos se comportam no
sentido se suprir suas necessidades mais imediatas. Desenvolveu a ideia de que as
necessidades humanas se dispõem em uma hierarquia complexa, onde na base da pirâmide
estão as necessidades mais baixas, e no topo, as necessidades mais elevadas, conforme
próxima figura:

as e os

Fonte: Chiavenato (2014, p. 129)

A teoria de Maslow (1970) defende que, os indivíduos são motivados a satisfazer uma
hierarquia de necessidades e, à medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas,
outras mais elevadas se tornam predominantes em seu comportamento, sucessivamente.

 Necessidades fisiológicas: estão relacionadas à sobrevivência do ser humano, são


necessidades de alimentação, sono, abrigo, desejo sexual, etc;
16

 Necessidades de segurança: são necessidades relacionadas à segurança do corpo, do


emprego, de recursos, da saúde, da família, etc;
 Necessidades sociais: são necessidades de trocas afetivas como amizade, convivência
em família, participação, etc;
 Necessidades de estima: estão relacionadas como a forma que o indivíduo se auto
avalia, também sentindo necessidade de ser valorizado pela sociedade em geral;
 Necessidade de auto realização: está ligada à busca da individualização, atendendo a
mais alta inspiração de si mesmo, usufruindo de todo seu potencial, sem perder sua
essência.

3.2.3. Características da Motivação


De acordo com Silva (2005, p. 141), existem dois tipos de motivação: a motivação intrínseca
e a motivação extrínseca. A primeira está associada a recompensas psicológicas e abstractas,
tais como propor que alguém desenvolva sua habilidade num sentido de desafio e realização,
um reconhecimento positivo ou apreciação ao ser tratado de maneira considerável, entre
outros. A segunda está relacionada a recompensas concretas, como: salários, benefícios
adicionais, seguros de vida, promoções, contratos de trabalho, ambiente e condições de
trabalho.

As circunstâncias podem variar de acordo com cada contexto e proporcionar uma motivação
externa ou interna e, consequentemente, obter um bom desempenho dos colaboradores para
uma empresa.

A existência da motivação na realidade do ensino é reflectida de maneira directa no


comportamento dos indivíduos envolvidos no processo educacional. Quando motivados,
professores desenvolvem e ministram um trabalho pedagógico adequado e os alunos são
despertados para o objecto do conhecimento de forma genuína (Pinto e Rosado, 2012).

3.3. Processo de Ensino e aprendizagem


O processo de ensino e aprendizagem é compreendido como um sistema de interações e
trocas de informações entre os professores e os alunos, com objectivos bem definidos e
explícitos quanto ao desenvolvimento de qualidades humanas sendo elas no aspecto
cognitivo, físico, afectivo, estético, ético, e etc.

Segundo Libâneo (1994, p. 90), a relação entre ensino e aprendizagem não é mecânica, não é
uma simples transmissão do professor que ensina para um aluno que aprende. Mas é uma
relação recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade dos alunos.
17

Dessa forma podemos perceber que o ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o
processo de aprendizagem dos alunos.

CAPÍTULO IV: DESCRIÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO


4.1 Descrição da cidade de Chimoio
Chimoio é a capital da província moçambicana de Manica, localizada no centro da província
de Manica ao longo da linha feria e estrada nacional n° 6, e a cidade tem uma área de
170.25Km². Tem o estatuto de cidade e administrativamente é um município com um governo
local eleito. Tem como limite o distrito de Guro na parte Norte, Manica e Gondola na parte
sul, distrito de Macossa na parte Este e a República do Zimbabwe na parte Oeste. A cidade de
Chimoio é uma região com as melhores condições agro-climáticas e a mais populosa e mais
densamente povoada da província de Manica, que conta com o número total da população
estimada em 363.336 habitantes segundo o Censo de 2017.

A Escola Secundária da Soalpo, onde foi realizada a pesquisa, localiza-se na província de


Manica, cidade de Chimoio, Posto Administrativo Municipal n° 3 à 3Km (três quilómetros) a
Este do centro da Cidade de Chimoio, concretamente no bairro Residencial da Textáfrica na
rua Samora Machel.

Figura 2: Escola Secundária da Soalpo

Fonte: Autor/2022

Actualmente, a Escola Secundária da Soalpo funciona com cerca de 95 professores que


leccionam de 8ᵃ a 12ᵃ classe e abriga 5014 alunos em geral de acordo com os dados fornecido
18

pelo Sector Pedagógico da Escola. De referir que possui uma escrita na parte frontal que
permita identificar o nome da escola.

Inicialmente a escola foi construída para centro de alfabetização e educação de adultos dos
operários das extintas empresas da EMMA e Textáfrica em 1984. Em 1992 passa oficialmente
para Escola Primaria do 2° grau (EP2). Em 2001 oficializou-se o Ensino Secundário Geral do
1° Ciclo, funcionando simultaneamente com a EP2. Em 2003, o EP2 foi extinto passando
apenas a trabalhar com o Ensino Secundário do 1° Ciclo.

Actualmente a Escola Secundária da Soalpo funciona com um número total de 30 salas de


aulas distribuídas em 6 blocos, tendo o 1° Ciclo e o 2° Ciclo.
19

CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS


No que concerne a apresentação, análise e discussão de resultados da pesquisa serão
traduzidos neste capítulo com base nas questões de pesquisa que foram direcionados aos
profissionais entrevistados (a Direção da Escola e os Professores) da Escola Secundária da
Soalpo tendo em conta os objectivos do trabalho, as hipóteses e a pergunta de pesquisa. Os
entrevistados da direção da escola tiveram as seguintes codificações: DE1, DE2 e DE3. Os
dados colectados por meio da entrevista e questionário foram apresentadas de uma forma
descritiva. Foram ilustrados gráficos, tabelas e as suas respetivas interpretações dos
entrevistados e inqueridos referente aos cargos ou funções, género, faixa etária, nível de
formação, anos de experiência profissional e sobre outros pontos relevantes para fundamentar
as informações colectadas.

5.1. Apresentação de frequência dos entrevistados por cargo/função na escola

No presente trabalho de pesquisa, foram entrevistados e inqueridos ao todo 15 funcionários


equivalente a 100% dos participantes na colecta de dados, dos quais 3 membros que
corresponde a 20% são da Direção da Escola composto pelo Director e Pedagógicos, e 80%
que são os que foram inqueridos em um número equivalente a 12 professores, como mostra o
gráfico 1 da frequência dos entrevistados por cargo ou função.

Frequência dos entrevistados por


Cargo/Função

Direcção
da Escola
Direcção da
20% Escola
Professores
Pro-
fes-
sores
80%

Gráfico 1: Frequência dos entrevistados por cargo/função

Fonte: autor/ 2022

Para Gil (2009), afirma que numa estrutura organizacional um conjunto de funções definidas
forma um cargo.

Já, segundo Chiavenato (2006), o conceito de cargo está associado as noções de tarefa,
atribuição e de função.
20

Portanto nesta pesquisa o grupo alvo abrangido no levantamento de dados foram os membros
da direção da escola e os professores pelo facto dos mesmos estarem ligados directamente e
indirectamente com o problema de estudo nos cargos que ocupam.

A direção da escola, por exemplo, é considerada a principal responsável pela mobilização de


acções motivadoras dos professores, partindo da identificação e pesquisa das forças
motivacionais, para melhorar a implementação de estratégias incentivadoras que levante o
animo dos professores para o cumprimento das suas funções com qualidade na escola.

E outro grupo alvo abrangido nesta pesquisa foram os professores como os beneficiários das
acções da direcção da escola na motivação dos mesmos. Os professores são os alvos das
acções de motivação promovidas pelo Gestor Escolar nesta pesquisa, o que permitiu
compreender por parte dos mesmos como a gestão escolar tem desenvolvido essa tarefa para
mantê-los motivados no seu trabalho.

5.2. Apresentação da frequência dos entrevistados por Género


O termo género vem do latim genus, que significa “nascimento”, “família”, “tipo”.
Tradicionalmente, o termo género é utilizado como um conceito gramatical de classificação
de palavras, dividindo-se entre: masculino, feminino e neutro.

No presente trabalho de pesquisa teve como amostra no total de 15 profissionais da Escola


Secundária da Soalpo, dos quais 33% são mulheres e 67% são homens como mostra o gráfico
2 de frequência dos entrevistados por género.

Frequência dos Entrevistados por


Género

33%

67% Homens
Mulheres

Gráfico 2: Frequência dos entrevistados por Género

Fonte: autor/ 2022

Durante a pesquisa participaram tanto os indivíduos do sexo masculino e feminino como


sendo partes integrantes e cruciais do problema investigado, embora havendo maior
participação dos indivíduos do sexo masculino.
21

No entanto a pesquisa não teve como o propósito de promover a descriminação da mulher na


escolha da amostra, pelo contrário conscientizar mais sobre o caso.

Conforme EU-PAANE (2015), afirma que Equidade de género significa conceder


oportunidades iguais para mulheres e homens, meninas e meninos para desenvolver o seu
potencial. Para garantir a equidade, as medidas são postas em prática para enfrentar a
discriminação social ou histórica e desvantagens enfrentadas pelas meninas em relação aos
meninos

A igualdade de género tem sido um desafio actualmente em vários campos profissionais.


Portanto no universo de 95 professores da escola secundária da Soalpo apenas 22 são do sexo
feminino, dos quais 5 delas colaboraram em participarem na colecta de dados.

5.3. Apresentação da frequência dos entrevistados por faixa etária


Para o presente trabalho de estudo participaram 15 profissionais da escola no processo de
colecta de dados correspondente a 100% no total, dos quais 20% referente a idade que varia
de 30 aos 35 anos, 33% à idade que varia de 36 aos 40 anos, a maior parte deles com 27%
tinha idade que varia de 41 aos 45 anos, 13% a idade que varia de 46 aos 50 anos, e 7% para
os profissionais que tem mais de 50 anos de idade. Como ilustra o gráfico 3 de frequência dos
entrevistados por faixa etária.

Frequência dos Entrevistados por Faixa Etária


0.27
40% 33%

30% 0.13
0.2
20% 0.07
10%
0%
30 aos 35 36 aos 40 41 aos 45 46 aos 50 Mais de
anos anos anos anos 50 anos

30 aos 35 anos 36 aos 40 anos 41 aos 45 anos


46 aos 50 anos Mais de 50 anos

Gráfico 3: Frequência dos entrevistados por faixa etária

Fonte: autor/ 2022

Conforme Horn (2013) afirma que ao se analisar a história, verifica-se que em algumas
sociedades antigas, os velhos eram valorizados, em virtude de sua experiência, auxiliando os
mais jovens em suas atividades diárias, transmitindo seus conhecimentos adquiridos no
22

transcorrer da vida. Já na Grécia, o envelhecimento era visto conforme a classe social. Se


pertencentes à elite, detinham o poder político, econômico e cultural, sendo reconhecidos
como sábios, diferentemente daqueles pertencentes às classes sociais inferiores, que
representavam a invalidez, a doença e a morte.

Portanto, os dados obtidos sobre a faixa etária mostra-nos que a maior parte dos profissionais
que participaram do estudo possuíam uma idade adulta e profissionalmente normal,
possivelmente com alguns anos de experiência consideráveis sobre a sua atividade e
dispunham de capacidades psi-cognitivas para compreenderem e responderam com exatidão
as perguntas colocadas na entrevista e no questionário.

5.4 Apresentação da frequência dos entrevistados por nível de formação


No que diz respeito ao nível de formação dos entrevistados, 47% corresponde aos
profissionais que possuem o nível médio, e a maior parte dos entrevistados são licenciados
correspondente a 53%, como demonstra a tabela 1 de frequência dos entrevistados por nível
de formação.

Frequência dos entrevistados por nível de formação


Nível de Formação Percentagem
Licenciados 53%
Médio 47%
Total 100%
Tabela 1: Frequência dos entrevistados por nível de formação

Fonte: autor/ 2022

Ilustrar o nível de formação dos participantes na pesquisa foi relevante para compreender os
possíveis conhecimentos, habilidades e experiências que os entrevistados e inqueridos
adquiriram ao longo da sua formação, e com certeza a componente motivação sempre esteve
presente tanto na formação dos profissionais que possui o nível médio assim como licenciado.

5.5. Apresentação da frequência dos entrevistados por anos de experiência


No que concerne aos anos de experiências dos profissionais entrevistados e inqueridos na
Escola Secundária da Soalpo, no universo dos 15, nenhum profissional com experiência que
varia de 1 aos 5 anos foi entrevistado o que corresponde a 0%. Dos entrevistados e inqueridos,
20% são da experiência que varia de 6 aos 10 anos, 27% possuem uma experiência que varia
entre 11 aos 15 anos, a maior percentagem dos entrevistados correspondente a 33% são da
23

experiência que varia de 16 a 20 anos, e 20% são os profissionais que possuem uma
experiência superior a 20 anos.

Frequência dos Entrevistados por Anos de


Experiência
0.33

40% 0.27
0.2
30% 20%
20%
0
10%
0%
1 aos 5 6 aos 10 11 aos 15 16 aos 20 Mais de
anos anos anos anos 20 anos

1 aos 5 anos 6 aos 10 anos 11 aos 15 anos


16 aos 20 anos Mais de 20 anos
Gráfico 4: Frequência dos entrevistados por anos de experiências

Fonte: autor/ 2022

De acordo com o gráfico 5 acima, ilustra que a maior parte dos participantes tinham a
experiência que varia de 16 aos 20 anos, o que nos assegura que os profissionais
possivelmente estejam bem cientes ou familiarizados sobre o trabalho do gestor escolar na
motivação dos professores.

Segundo Larrosa (2002, p. 21) define experiência como “o que nos passa, nos acontece, nos
toca”. Os anos de experiências refere-se aos conhecimentos ou aprendizados adquiridos
através da prática ou da vivência dos profissionais no ambiente de trabalho.

Nesta pesquisa, os anos de experiências dos participantes constituíram um aspecto relevante


na colecta de dados para fundamentar a pesquisa, pois garantiram a credibilidade dos
resultados obtidos sobre o problema estudado, em que os profissionais responderam conforme
a sua convivência e interação profissional ao longo dos anos no ambiente de trabalho. Através
da experiência dos profissionais permitiu-nos compreender na opinião dos entrevistados e
inqueridos as acções que tem observado, do gestor e da gestão escolar, na motivação dos
professores, e a maneira como essas acções podem contribuir no processo de ensino e
aprendizagem.
24

5.6. Conceito do trabalho do gestor escolar na motivação dos professores


Quanto ao trabalho do gestor escolar na motivação dos professores foi realizada essa pergunta
a direção da escola com o intuito de perceber dos mesmos a sua compreensão sobre esta
função inerente ao seu papel. Onde foi feita a seguinte pergunta a direção da escola:

P. O que entende por trabalho do Gestor Escolar na Motivação dos Professores?

R. – “Entendo que, é quando director promove algumas atividades na escola


para deixar professores motivados” (DE1).

– “Compreendo como uma função para incentivar os professores a utilizarem


as suas energias, talentos e dedicação no processo de ensino e aprendizagem
duma forma organizada para o alcance dos objectivos da educação” (DE2).

–“…é a mobilização dinâmica dos professores para criar um ambiente escolar


favorável a promoção de aprendizagem e formação dos alunos” (DE3).

Segundo os resultados obtidos pode-se compreender que os entrevistados da Direção da


Escola entendem que o trabalho do gestor escolar na motivação dos professores relaciona-se
as tarefas promovidas pelo director no ambiente escolar com o intuito de influenciar os
professores a se comprometerem na sua tarefa para a promoção do PEA e a formação do
aluno.

De acordo com Steers e Portes (1991) a motivação em relação ao comportamento no trabalho,


energiza, orienta e sustenta esse comportamento.

Portanto, a função do gestor escolar visa manter e sustentar os comportamentos energéticos e


positivos dos professores dentro das escolas com relação as suas actividades, e também
orientar o mesmo.

5.7. Importância do trabalho do gestor escolar na motivação dos professores


Quanto a importância do trabalho do gestor escolar na motivação da atividade dos professores
foi dirigida uma pergunta por meio da entrevista a direção da escola e um questionário aos
professores.

Foi dirigida a seguinte pergunta a direcção da escola:

P. O Senhor Director/Pedagógico acredita que é importante o gestor escolar zelar pela


motivação dos professores?
25

R. - Sim, porque influencia no comprometimento do professor na sala de aula


(DE1).

- Sim, para o professor ser mais dedicado no ensino (DE2).

- Sim, para fortificar o professor (DE3).

Os resultados da entrevista com a direção da escola entendem que é importante o gestor da


escola realizar estas funções referente a motivação do corpo docente porque fortalece o
professor, influencia no comprometimento do professor com as suas obrigações, e o professor
se dedica mais na sua profissão.

Foi colocada a mesma questão aos professores inqueridos:

Q. O senhor professor acredita que é importante o gestor escolar zelar pela motivação dos
professores?

Respostas Percentagem
Sim 100%
Não 0%
Tabela 2: Resposta dos inqueridos sobre importância do papel do gestor escola na motivação dos
professores.

Autor/2022

Todos os professores inqueridos também reconhecem a importância do trabalho do gestor


escolar na motivação dos professores, o que correspondeu a 100% das respostas dos
inqueridos como ilustra, acima, a tabela 2.

Dos entrevistados e inqueridos ambos acredita que é crucialmente importante o gestor escolar
zelar pela motivação dos professores. Os resultados obtidos vão em concordância com a
afirmação de Luck (2002) que destaca a importância da motivação no ambiente de trabalho e
no quotidiano:

“Motivação é o empurrão ou a alavanca que estimula as pessoas a agirem e a se


superarem. Ela é a chave que abre a porta para o desempenho com qualidade
em qualquer situação, tanto no trabalho como em actividades de lazer, e
também em actividades pessoais e sociais” (p. 46).

Portanto, a boa qualidade no desempenho de atividade dos professores depende também da


motivação extrínseca, isto é, do empurrão que eles recebem da escola.
26

5.6. Avaliação das actividades da Gestão Escolar na motivação dos professores


Para saber o nível de avaliação dos entrevistados e inqueridos que fazem do papel da gestão
escolar na motivação dos professores da E.S. da Soalpo foi realizada uma pergunta para a
direção da escola e aos professores.

Foi dirigido a direção da escola a seguinte pergunta:

P. Qual é a avaliação que o senhor Director/Pedagógico faz sobre o trabalho da gestão


escolar para manter os professores motivados?

R. - “a gestão tem realizado bem o seu papel nessa área, os professores estão
motivados” (DE1 e DE3)

- “Apesar de algumas limitações, a gestão tem se esforçado” (DE2).

Nos resultados obtidos pode-se constatar que a direção da escola tem classificado de forma
positiva o trabalho que a gestão escolar tem desenvolvido na motivação do docente, embora
havendo desafios para a efetuação desta actividade, e os mesmos acreditam que os professores
estão motivados nas suas funções.

Foi também dirigido a mesma questão aos professores inqueridos:

Q. Qual é a avaliação que o senhor professor faz sobre o trabalho da gestão escolar para
manter os professores motivados?

Dos 12 professores inqueridos temos as seguintes respostas:

Respostas Numero de respostas Percentagem


Excelente ---- ----
Muito bom 2 17%
Bom 6 50%
Razoável 4 33%
Péssimo ---- ----
Total 12 100%
Tabela 3: Avaliação dos professores concernente ao trabalho da gestão escolar na motivação docente

Autor/2022

Na tabela 3, dos professores inqueridos, nenhum deles classificou como sendo excelente o que
demonstra que a gestão escolar precisa ainda continuar a investir de forma ativa na motivação
dos professores, 17% classificaram como sendo muito bom mostrando satisfação, e a maior
27

percentagem com 50% classificaram apenas como sendo bom, e por ultimo, 33%
classificaram como sendo razoável o trabalho da gestão escolar na motivação dos professores,
notando assim uma certa insatisfação por parte dos inqueridos. E nenhum dos inqueridos
consideraram péssimo o trabalho da gestão escolar na motivação dos professores. Com isso
vê-se que a maioria deles responderam que a gestão tem realizado este papel positivamente.

Portanto, conforme Teixeira (2003, p. 6) afirma que “o gestor da escola é o principal


articulador dos interesses e motivações dos diversos grupos envolvidos com a escola”.

O gestor escolar em colaboração com a gestão escolar deve se empenhar e ser criativo na
aplicação de métodos eficazes para motivação dos professores, visto que ainda existe uma
certa insatisfação por parte de alguns deles o que pode afectar negativamente na actuação
destes no PEA.

Pois para Neves (2002, p. 07) “gerir pessoas é essencialmente gerir motivações”; Por sua vez:
os docentes são “uma variável chave na sua motivação, na satisfação no trabalho, no
comprometimento e auto eficácia” (Day, 2004, p. 53).

Entretanto as práticas de motivação dos professores devem ser feitas permanentemente pelo
gestor escolar, pelo facto do sentimento motivacional ser algo psicológico e dinâmico, e não
estático.

5.6. Hábitos e práticas do Gestor Escolar na motivação do docente


Quanto aos principais hábitos e práticas do gestor escolar na motivação dos professores foram
entrevistados no total 18 profissionais compostos pela Direcção da escola e os professores que
trabalham na escola que ocorreu a pesquisa, as respostas foram separadas de forma a
compreender o ponto de vista da direção e a resposta dos professores questionados como os
beneficiários de tais acções.

Para os 3 membros da Direcção da Escola foi realizada a seguinte pergunta:

P. Quais são as principais estratégias implementadas pelo Gestor Escolar para motivar os
professores?

R1… - “Tem realizado a sensibilização com os professores nas reuniões,


seminários e encontros. desafia os professores sensibilizando-os no
cumprimento das metas, e também presta apoio pedagógico aos professores”
(DE1).
28

- “Tem sim algumas acções que o gestor tem realizado para motivar os
professores… há supervisões internamente e reuniões para sensibilizar os
professores, observa os direitos dos professores consagrados no EGFAE e no
Estatuto do Professor, fornece os materiais necessário para facilitar o
desempenho das actividades dos professores, premia e elogia os professores
que se destacam no cumprimento das suas funções” (DE2).

- “Promove o respeito entre os colegas, que é algo muito importante para


haver um bom ambiente na escola e familiaridade, fornece materiais didáticos
e de consulta, e muitas vezes tem ocorrido a sensibilização nos encontros”
(DE3).

Para os 12 professores inquerido foi feita a mesma questão da seguinte maneira:

Q. Descreva as acções praticadas pelo Gestor Escolar para motivar os professores nesta
escola?
R2…. Dos 12 professores inqueridos, 67% responderam que o Gestor tem
efectuado reuniões com os professores, com a participação do conselho da
escola em certas circunstâncias, por meio do qual tem realizado a
sensibilização que favorece aos professores exporem os seus desafios e
problemas, o que permite a resolução de todos os conflitos entre os colegas, a
resolução de problemas enfrentados no PEA e melhorar a atuação do
professor na sala de aula. E 33% destacaram algumas acções que o gestor
escolar tem realizados e que lhes deixam satisfeito como a atribuição de batas
aos professores em cada período de dois anos, distribuição de materiais do
uso do professor na sala de aula como giz em cada mês.

Segundo Guimarães, (2009), cada pessoa tem a capacidade de se motivar ou de se desmotivar,


conhecida também como capacidade de auto-motivação ou motivação intrínseca, ou seja, uma
motivação que acontece por meio de uma força interior.

Os resultados dos entrevistados da direcção da escola Secundária da Soalpo para satisfazer um


dos objectivos do trabalho, todos denotaram que a sensibilização é a principal estratégia
adotada pelo Gestor para motivar os professores, e esta acção é realizada nas reuniões,
pequenos e grandes encontros, e nos seminários.

Segundo o dicionário Houaiss (2009) da língua Portuguesa, a palavra sensibilizar significa:


“tornar (-se) sensível a.: [...] tornar receptivo a emoções; ligar por ato solidário [...]
29

impressionar vivamente: atrair a atenção de (alguém ou algo) para suscitar reação de certa
amplitude e certa duração; emocionar, tocar” (p. 1729).

Neste contexto o Gestor Escolar procura atrair a atenção dos professores, tornando-os
sensíveis a sua profissão, movendo as suas emoções em reconhecimento da relevância do seu
trabalho no processo de ensino e aprendizagem e da sua contribuição na sociedade na
formação do aluno, o que permite estes encarar o seu trabalho como um factor principal para
o desenvolvimento sócio-económico.

Em seu livro Liderança e Motivação, Adair (2010) descreve que “cinquenta por cento da
motivação vem de dentro da pessoa e cinquenta por cento provém de seu ambiente, em
especial da liderança encontrada lá”.

Portanto, nas palavras dos membros da direção da Escola Secundária da Soalpo pode-se
constatar algumas práticas que o gestor escolar tem desenvolvido para motivar os professores,
podendo resumi-las:

Sensibilização;
Conscientização dos professores concernente ao cumprimento das metas;
Prestação de apoio pedagógico aos professores;
Realização de acções de supervisão pedagógica;
Velar pelo cumprimento dos direitos dos professores consagradas no EGFAE e no
Estatuto dos Professores;
Premiação e elogios dos professores que mais se destacam;
Criação de um bom ambiente de trabalho promovendo o respeito mútuo entre os
professores e outros intervenientes;
Fornecimento de materiais didáticos e de consulta para os professores em tempo
recorde.

Por sua vez, os professores inqueridos somente denotaram poucas práticas realizadas pelo
Gestor Escolar para os motivar, pois a maioria deles responderam que as acções que o Gestor
Escolar tem realizado para os motivar são:

Reuniões com os professores o que chamaram de “encontros”, o que permite a


resolução e minimização de todos os conflitos que envolve os professores; e
Sensibilização.
30

A maior parte dos professores inqueridos da escola em que foi feito a pesquisa acreditavam
que as reuniões de sensibilização são grandes espaços de diálogo entre o gestor e os
professores. Na medida em que o gestor está aberto para dialogar e incentivar os docentes,
estará proporcionando um clima organizacional favorável e harmonioso para desenvolver a
confiança entre a gestão e os professores, o que facilitaria o alcance dos objectivos da
educação na própria escola.

E a pequena parte dos professores inqueridos destacaram algumas ações que o Gestor Escolar
implementa para os motivar que são:

Atribuição de batas no período de dois a dois anos;


Distribuição mensalmente de material didático como giz.

Generalizadamente, os resultados obtidos na escola secundária da Soalpo sobre o trabalho do


Gestor Escolar na motivação de professores vão em concordância com alguns factores de
motivação extrínseca que Montana denotou nos seus estudos como contribuintes para a
motivação dos colaboradores no ambiente de trabalho que melhora a qualidade das suas
funções.

Segundo Montana (2003, p. 233) são eles:

 Respeito pelo colaborador como pessoa;


 Óptimos salários;
 Oportunidade de realização de trabalho de qualidade;
 Importância do trabalho do colaborador;
 Oportunidade de auto-crescimento e desenvolvimento;
 Grande autonomia no trabalho.

Segundo Diário Escola (2021) sobre a motivação docente afirma que as instituições de ensino,
por intermédio de seus gestores, são totalmente responsáveis por incentivos e estímulos que
permitam a motivação do corpo docente. Além de propiciarem um ambiente saudável e
agradável, precisam apoiar e valorizar os professores. Disponibilizar tecnologias, infra-
estrutura e meios adequados ao exercício da profissão é obrigação da gestão escolar. Em
outras palavras, demonstra a compreensão de que o processo motivacional decorre do
autoconhecimento profissional. Pois, varia de indivíduo para indivíduo. O que resulta na
percepção de motivos, valores e significados pessoais, que se traduzem em motivação aos
professores.
31

5.7. Os desafios do Gestor Escolar na motivação do docente


Quanto aos desafios do Gestor Escolar na motivação dos professores, esta questão foi
colocada especialmente para a direção da escola e não para os professores pelo facto destes
não estarem directamente ligadas este conjunto de processos que cabe a função da direcção,
com o intuito de responder aos objetivos do trabalho.

Foi realizada a seguinte questão para os membros da Direcção da escola:

P. Que desafios o Gestor Escolar encara no processo de motivação dos professores?

R. - “O maior desafio é reduzir o rácio professor-aluno. Eu acredito que um


número maior dos alunos pode vir a desmotivar o professor na sala de aula”
(DE1).

-“…Insuficiência de alguns recursos e materiais de uso para todos os


professores” (DE2).

-“…Não é fácil trabalhar com pessoas, tem existido uma fraca participação
dos pais e encarregados de educação na vida estudantil dos seus filhos, esse é
um desafio para que haja uma participação ativa dos mesmo…” (DE3).

Conforme Olivetti (2018), um dos grandes desafios para o gestor é motivar as pessoas que
estão ao seu redor, valorizando o comportamento organizacional e se adequando a realidade.

No que concerne aos desafios do gestor escolar na motivação dos professores, os resultados
da entrevista feita especificamente a direção da escola Secundária da Soalpo responderam que
a redução de rácio professor-aluno é a principal, existindo também a insuficiência de recursos
e materiais didáticos para todos os professores, e a fraca participação dos pais e encarregados
de educação na aprendizagem dos filhos tem sido uma dos desafios, o que a direção da escola
acredita como um factor desmotivador dos professores.

O rácio professor-aluno se refere a proporção entre alunos e professores, ou o número de


professores em uma escola em relação ao numero de estudantes que frequentam a escola. A
redução de rácio aluno professor tem sido um dos desafios do Gestor da Escola Secundaria da
Soalpo no processo de motivação dos professores, sendo que a redução deste seria um factor
extremamente significativo para motivar os professores e consequentemente melhorar a
qualidade de ensino.
32

Nos estudos realizados por Olivetti (2018), denotou que um dos maiores desafios de um
diretor em sua atuação é articular família e agentes educacionais dentro do processo
educacional, sendo uma das principais competências de um dirigente escolar: a capacidade de
articulação e integração, juntamente com a determinação e liderança.

A Direção da Escola compreende também que o professor quando possui os materiais


necessário e suficientes para a seu trabalho permite uma atuação mais ativa do mesmo e
facilita a aprendizagem dos alunos, onde a falta deste constitui um desafio para motivar os
professores. assim de acordo com Souza, recurso didático “é todo material utilizado como
auxílio no ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado pelo professor a seus
alunos” (Souza, 2007, p. 111).

Contudo, é de fundamental importância que o gestor escolar busque alcançar formas mais
ativas de participação na escola, atuando de maneira intensa, contínua e efetiva na busca de
uma escola autônoma, participativa, transformadora e, principalmente, comprometida com
uma educação pública de qualidade visando às novas exigências educacionais, para assim
alcançar seus objetivos […] Portanto, é indispensável salientar que um dos grandes desafios
no gerenciamento das escolas refere-se à busca de uma educação de qualidade, em que uma
equipe gestora, comprometida e qualificada torna-se fundamental para garantir a qualidade
das aprendizagens (Bizol, 2018).

5.8. Contribuição do trabalho do Gestor Escolar na motivação do docente no processo


de ensino e aprendizagem
No que concerne a contribuição do trabalho do Gestor Escolar na motivação do docente no
processo de ensino e aprendizagem, a questão foi dirigida para todos os entrevistados e
inqueridos.

Para os 3 membros da Direcção da Escola foi realizada a seguinte pergunta:

P. Que contribuição o trabalho do Gestor Escolar na motivação dos professores pode trazer
no processo de ensino e aprendizagem?

R1… - “O trabalho do Gestor Escolar na motivação dos professores trás


resultados positivos para os professores e para os alunos, considerando que
quando bem exercido esta actividade motivacional melhora o ambiente de
ensino na escola” (DE1),
33

- “O trabalho do gestor escolar ao motivar os professores constitui-se um


requisito para o sucesso da escola, o sucesso do PEA, o sucesso do professor,
e o sucesso do aluno” (DE2);

- “Garante o comprometimento e a participação ativa do professor no PEA,


quando motivados os professores procuram ter o domínio do trabalho,
executam bem as suas tarefas, e participam na resolução dos problemas da
escola, o que contribui muito para o aproveitamento pedagógico dos alunos”
(DE3).

A mesma questão foi dirigida aos professores inqueridos da seguinte maneira:

Q. De que forma as práticas do Gestor na motivação dos professores contribui no processo


de ensino e aprendizagem?

R2… Dos 12 professores inqueridos, 58% responderam que o trabalho do


Gestor escolar na motivação dos professores afecta positivamente no
rendimento escolar dos alunos, e 42% responderam que o trabalho do Gestor
escolar neste contexto ajuda os professores a serem mais criativos na sala de
aula, os alunos aprendem mais, porque quando um professor está motivado
nas aulas transmite a mesma energia motivacional aos alunos que ficam mais
interessados em aprender e o professor é mais paciente com os seus alunos.

De acordo com os dados recolhidos nas entrevistas podemos ver que tanto a direção e os
professores da Escola Secundária da Soalpo acreditam que o gestor escolar contribui
positivamente na motivação dos professores e no processo de ensino e aprendizagem.

Os resultados nos mostram que os profissionais entrevistados da Direção da escola acreditam


que o trabalho do Gestor escolar na motivação dos docentes contribui positivamente no
desenvolvimento das actividades dos professores e na aprendizagem dos alunos.
Compreendem que, quando o Gestor Escolar se aplica em motivar os professores, geralmente,
melhora o ambiente de ensino na escola e o clima escolar, e manter os professores motivados
constitui-se um requisito para o sucesso da escola, do PEA, dos professores e dos alunos.

A direção da escola ainda respondeu que o trabalho do gestor escolar na motivação do


docente garante o comprometimento dos professores com relação as suas actividades e
garante uma participação ativa dos mesmos no PEA, salientando que um professor motivado
procura ter domínio do seu trabalho, executa bem as suas tarefas, participa de boa vontade na
34

resolução dos problemas da própria escola, e como resultado melhora o aproveitamento


pedagógico dos alunos.

Assim concordando com Robbins (1996, p. 109) que entende a motivação como uma
“vontade de empregar altos níveis de esforço em direcção a metas organizacionais,
condicionada pela capacidade do esforço de satisfazer alguma necessidade do indivíduo.”

De outro lado, os professores não se afastam tanto do ponto de vista da direcção da escola, a
maior percentagem dos professores inqueridos olhando mais para a sua tarefa na sala de aula
responderam que quando o gestor escolar deixa professores motivados vai afectar
positivamente no rendimento escolar dos alunos. E a menor parte dos professores
entrevistados responderam que o trabalho do gestor escolar na motivação dos professores
incide no esforço e na criatividade dos professores para garantir a qualidade de aprendizagem
dos alunos, e que um professor motivado, planifica bem as aulas, deixa alunos motivados,
atrai a atenção e o interesse do aluno com a aprendizagem.

Segundo o Diário Escola (2021) sobre a contribuição da motivação docente afirma que:

“…é correcto afirmar que professores motivados impactam positivamente toda


a comunidade escolar. Desde a coordenação e direcção, passando pela
metodologia de ensino e pelos processos de aprendizagem até as famílias. E,
também, as comunidades nas quais as escolas estão inseridas. Nada mais justo
e acertado que os estimular e incentivar. Também, provê-los de meios e
tecnologias para que desempenhem da melhor forma possível seu nobre papel e
relevante função social. Professores motivados são agentes activos na
mediação e disseminação de conhecimento, e isso vai reflectir no desempenho
e resultados positivos no ambiente escolar”.

Para Drumond (2021), entende que a motivação do corpo docente é elemento fundamental
para a produtividade e eficiência das metas de ensino. Contar com profissional da
educação entusiasmados, comprometidos e interessados impacta directamente o processo de
ensino-aprendizagem, gerando uma educação mais efectiva e de maior qualidade para
os estudantes. Dessa forma, aumentar esse sentimento (de motivação) deve ser uma questão
estratégica dentro das instituições de ensino.  A motivação dos professores deve ser um dos
pilares dos compromissos de gestão da escola, cuidando para que os professores
tenham ânimo e disposição dentro e fora da sala de aula.
35

Capítulo VI: Conclusões e Sugestões

6.1. Conclusão
Com respeito aos resultados obtidos na apresentação, análise e discussão dos resultados
concernente ao papel do Gestor Escolar na motivação dos professores no processo de ensino e
aprendizagem pode se chegar a conclusão que os entrevistados têm reconhecido a relevância
da motivação do docente e do papel que o Gestor Escolar exerce para articular este processo
na escola. Com isso, as hipóteses estabelecidas podem ser confirmadas da seguinte forma:

 Verificou-se que o director da escola (considerado como o Gestor) tem promovido


algumas boas acções para motivar os professores dentre elas se destacam: a
sensibilização, reuniões, assistência pedagógica aos professores, supervisões,
fornecimento de materiais pedagógico, praticas de premiação, elogios, e criação de um
bom ambiente na escola. Por sua vez os professores da escola destacaram apenas a
prática de sensibilização que é a principal, e reuniões, distribuição de batas e outros
materiais do uso na sua profissão.
 Foram encontradas sim alguns desafios encarados pelo Gestor Escolar para manter os
docentes motivados que envolvem a redução de rácio professor-aluno e a participação
ativa dos pais e encarregados de educação na aprendizagem dos educandos.
 A respeito da sua contribuição, todos entrevistados compreenderam que o papel do
Gestor escolar na motivação dos professores no PEA é indispensável para melhoria da
qualidade de ensino, pois trás um impacto positivo para o sucesso da escola no que
tange ao PEA.

Com as afirmações citadas pode-se validar as hipóteses estabelecidas no trabalho.

Uma escola que possui docentes motivados, que estejam dispostos a trabalhar com os alunos,
se dedicando ao ensino, planificando e realizando as suas actividades com alegria, tendo amor
pelo seu trabalho, consequentemente, é uma escola com alunos motivados, aspirantes pela
aquisição de novos saberes, e possivelmente com um bom aproveitamento pedagógico. Pois
não se pode negligenciar que é mais fácil o aluno assimilar uma dada matéria e estar
interessado com a aula, quando os professores estiverem bem preparados, alegres, satisfeitos e
motivados. Com isso o gestor escolar tem a função de promover a integração e o equilíbrio
inter-relacional dos professores no ambiente escolar, tendo a: “capacidade de motivar,
incentivar, gratificar e partilhar com o seu grupo.
36

6.2. Sugestões
De acordo com os resultados obtidos na Escola Secundária da Soalpo durante a pesquisa
sugere-se que:

O Gestor Escolar poderia promover a gestão escolar democrática e participativa que é


um factor que motiva os professores, pois quando as suas opiniões e sugestões são
levados em conta nas tomadas de decisões, os professores se sentirão mais importantes
no ambiente escolar; portanto deve haver mais comunicação permanente entre o gestor
e os professores.
A Direcção da Escola Secundária da Soalpo realize palestras regulares com os
professores, promovendo a capacitação dos mesmos sobre como lidar com diversas
situações no PEA, consciencializa-los sobre os desafios, sobre a educação de
qualidade na escola e na sociedade, apoia-los nas suas dificuldades, e identificar os
possíveis factores que deixam professores motivados ou desmotivados o que vai
facilitar o trabalho do Gestor Escolar abrindo portas para a aplicação de estratégias
inovadoras de motivação docente;
A Direção da Escola Secundária da Soalpo realize palestras com os alunos visando a
conscientização e aplicação dos valores éticos na sala de aula que influenciarão os
professores a se auto-motivarem para realizarem suas funções com compromisso, com
a finalidade de haver uma aprendizagem de qualidade.
A Direção da Escola Secundária da Soalpo promova atividades desportivas que
permitam mais a integração dos professores no PEA.
37

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Apêndices
Guião de Entrevista para o Director/Pedagógico da Escola Secundária da Soalpo

Este guião enquadra-se no âmbito de um trabalho de investigação para aquisição do grau de


Licenciatura em Administração e Gestão da Educação (AGE), na Universidade Púnguè,
Chimoio. Tem por objectivo analisar o trabalho do gestor escolar na motivação do professor
no processo de ensino e aprendizagem. É garantida a confidencialidade das respostas dos
entrevistados.

Parte I: Perfil do Entrevistado

Dados demográficos

a. Idade: (20 – 30 Anos) ___; (30-35Anos) ___; (36-40 Anos) ___; (41-45 Anos) ____; (46-
50Anos) ___; (Mais de 50 Anos) ___.

b. Género: Masculino _____; Feminino ______.

Dados Profissionais

d. Anos de experiência: 1-5 anos ( ); 6 – 10 anos ( ); 11 – 15 anos ( );

16 – 20 anos ( ); Mais de 20 anos ( )

Parte II: Perguntas abertas para o entrevistado.


Acredito que o senhor Director/Director Adjunto/Pedagógico já ouviu falar sobre a
importância da função do Gestor da escola na motivação da sua equipe de trabalho,
incluindo os próprios professores.

Pergunta 1
O que entende por trabalho do Gestor Escolar na Motivação dos professores?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________
Pergunta 2
Como o senhor Director/Pedagógico avalia o trabalho da gestão escolar para manter os
professores motivados?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________
Pergunta 3
Acredita que é importante o Gestor da Escola zelar pela motivação dos professores? Se sim ou
não, justifique?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________
Pergunta 4
Quais são as estratégias implementadas pelo Gestor para motivar os professores desta escola?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________
Pergunta 5
De que maneira o trabalho do Gestor na motivação dos professores pode contribuir no
processo de ensino e aprendizagem?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________
Pergunta 6
Que desafios o Gestor escolar encara no processo de motivação dos professores?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Pergunta 7
De que forma as práticas de motivação do professor realizada pela Gestão Escolar pode
melhorar o ambiente de ensino desta escola?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Questionário de Entrevista para os Professores da Escola Secundária da Soalpo

Este questionário enquadra-se no âmbito de um trabalho de investigação para aquisição do


grau de Licenciatura em Administração e Gestão da Educação (AGE), na Universidade
Púnguè, Chimoio. Tem por objectivo analisar o trabalho do Gestor Escolar (Director) na
motivação dos professores no processo de ensino e aprendizagem. É garantida a
confidencialidade das respostas dos entrevistados.

Parte I: Perfil do inquerido.

Dados demográficos

a. Idade: (20 – 30 Anos) ___; (30-35Anos) ___; (36-40 Anos) ___; (41-45 Anos) ____; (46-
50Anos) ___; (Mais de 50 Anos) ___.

b. Género: Masculino _____; Feminino ______.

Dados Profissionais

c. Nível de formação: Básico ( ); Médio ( ); Licenciado ( ); Mestrado ( )

d. Anos de experiência: 1-5 anos ( ); 6 – 10 anos ( ); 11 – 15 anos ( );

16 – 20 anos ( ); Mais de 20 anos ( )

Parte II:
Acredito que o senhor professor já ouviu falar sobre a importância da função do Gestor
da escola na motivação da sua equipe de trabalho, incluindo os próprios professores.

Questão 1
Na sua óptica, qual é a importância da motivação do professor?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Questão 2
O senhor professor acredita que é importante o gestor escolar zelar pela motivação dos
professores?
Sim ( ); Não ( )

Questão 3
Qual é a avaliação que o senhor professor faz sobre o trabalho da gestão escolar para manter
os professores motivados?
Péssimo ( ); Razoável ( ); Bom ( ); Muito Bom ( ); Excelente ( ).

Questão 4
Descreva as acções práticadas pelo Gestor Escolar para motivar os professores nesta escola?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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Questão 5
De que forma as práticas do Gestor na motivação dos professores contribui no processo de
ensino e aprendizagem?
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Questão 6
Como as actividades dos Gestores Escolares na motivação dos docentes poderão contribuir
para a qualidade de educação na escola?
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