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DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
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TUTORIA ONLINE
Segunda a Sexta de 09:30 às 17:30
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SUMÁRIO
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4.1.3 Aspecto técnico ....................................................................................... 30
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6.8.6 Uso de recursos didáticos múltiplos e variados....................................... 52
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1 EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO NA HISTÓRIA
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solução de problemas, método científico e trabalho em laboratório. Visa a
educação democrática;
d) França - Cousinet preocupou-se com a formação do professor tendo
em vista o ensino ativo. Piaget analisa as características psicológicas de
cada fase de aprendizagem do ser humano, fixando-se especialmente
nas primeiras. Seus trabalhos são difundidos com a denominação de
construtivismo. Também da França, surge a ideia de Freinet, relativa à
educação dentro do trabalho e voltada a ele;
e) Argentina - Emília Ferrero absorve as propostas construtivistas e
propõe uma metodologia mais realista para a alfabetização;
f) Brasil - Paulo Freire, dedicando-se à alfabetização de adultos, propõe
a aprendizagem como um fator político. Seus seguidores estendem suas
propostas para as demais categorias de alunos;
g) Rússia - Vygotsky vê na aprendizagem um ato eminentemente social.
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2 EDUCAÇÃO, ESCOLA E PROFESSORES
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Embora a didática geral se preocupe primordialmente com como ensinar,
ou seja, com métodos e técnicas, julgamos importante, antes de estudá-los,
refletir sobre o seu fundamento, sobre as razões do seu emprego e sobre os
fatores que intervêm em sua aplicação. Caso contrário, corremos o risco de nos
converter em escravos dos instrumentos (métodos e técnicas). Para evitar isso
é de fundamental importância refletirmos, antes de mais nada, sobre a educação.
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Apreciamos enormemente o tipo de educação que é dada nesses
colégios e nos damos conta de que o cuidado de nossos jovens,
durante sua permanência entre vocês, será custoso. Estamos
convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e
agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios
reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das
coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que
a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa. Muitos dos
nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e
aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando voltavam para nós,
eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes
de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o
inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal.
Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros,
como caçadores ou como conselheiros. Ficamos extremamente
agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para
mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores da Virgínia
que nos enviem alguns de seus jovens que lhes ensinaremos tudo o
que sabemos e faremos, deles, homens. (PILETTI, 1989)
Numa linguagem bem simples, podemos dizer que valor significa uma
preferência por algo. Um valor está associado, a significados que conferimos às
coisas ou a situações que, fora de um contexto bem definido e localizado, podem
não representar muito.
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Atribuir sentido especial às coisas é, portanto, um ato que exige uma
situação concreta, na qual o indivíduo manifesta sua adesão a determinadas
coisas ou repulsa para outras tantas.
Quando discutimos os valores em educação, estamos nos referindo a
coisas que têm uma conotação positiva ou negativa. Vejamos alguns exemplos
de valores geralmente aceitos e difundidos em nossas escolas:
a) Através do estudo, os que são mais capazes chegam aos postos mais
importantes;
b) O trabalho manual é uma ocupação inferior;
c) Os que "não querem estudar" ficam relegados às tarefas que nossa
sociedade valoriza menos;
d) O mais importante de tudo é o lucro, a promoção pessoal, a ascensão
social mediante o esforço próprio, a poupança, a segurança, etc.
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No esquema anterior, a Realidade 1 representa a situação original, e a
Realidade 2 essa mesma situação, porém transformada.
O homem não é um ser passivo. Por isso, perante determinada situação,
cada um reage de acordo com sua escala de valores. Alguns procuram
transformar a situação, pois ela não está de acordo com seus valores. Outros,
no entanto, não querem que seja modificada, pois ela corresponde a seus
valores.
Os que querem que a situação permaneça como está geralmente estão
se beneficiando dela. Essas pessoas, inclusive, estabelecem hierarquias de
valores que procuram impor às demais. De maneira geral, na sociedade as
hierarquias de valores correspondem aos interesses dos grupos sociais
privilegiados.
Por isso, Dermeval Saviani propõe substituir o conceito de hierarquia,
tradicionalmente ligado a uma concepção rígida e estática, pelo conceito de
prioridade, mais dinâmico e flexível. A prioridade, de acordo com esse autor, é
ditada pelas condições da situação existencial concreta em que vive o homem.
E para esclarecer sua proposta, apresenta o seguinte exemplo:
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a) Educação para a subsistência;
b) Educação para a libertação;
c) Educação para a comunicação;
d) Educação para a transformação.
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2.5 Educação e escola
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entrosamento dos pais com a escola e com a comunidade. Assim, a escola deve
ser o ambiente em que pais e professores promovam conjuntamente a
educação. Aliás, toda a comunidade deve participar, criando condições e
buscando recursos para que os pais e educadores possam desempenhar sua
missão. Só assim a escola deixará de ser um meio de perpetuar os vícios da
sociedade para tornar-se:
[...] que proponha novos ideais comunitários e pessoais com uma nova
maneira de ver a realidade e a história e que valorize de forma diferente
a educação do povo e a cultura popular. (NIDELCOFF, 1983).
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Só é possível uma transformação profunda e radical da educação
quando também a sociedade tenha se transformado radicalmente. Isso
não significa que o educador nada possa fazer. É muito o que ele pode
realizar, ainda que para tanto não conte com normas prescritas para
suas atividades. Com efeito, ele mesmo deve descobrí-las e averiguar
por si mesmo como praticá-las em sua situação histórica particular.
(FREIRE, 1975)
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professor, apresentadas por Juraci Marques são:
a) Existem mestres para quem tudo está muito bem do jeito que
está e para quem os valores e as características da sociedade atual não
devem mudar e devem mesmo ser difundidos. Eles atuam
conscientemente como representantes do atual regime social, assumindo
a responsabilidade de incorporar os alunos a tal regime, e de adaptá-las
ao sistema de vida e aos valores que a sociedade propõe;
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b) Outros, que são a maioria, definem-se a si mesmos como
'professores' e nada mais, 'professores-professores'. Afirmam que 'a
escola é escola e a política é política'. Em outras palavras: eles não
percebem ou não querem perceber as implicações ideológicas e sociais
de muitas das tarefas e dos 'ritos' escolares. Com sua atitude
aparentemente apolítica e sua postura acrítica, eles se convertem de fato
em policiais - guardiões do regime social - sem sabê-lo e, muitas vezes,
sem querê-la. Na medida em que não trabalham para mudar, ajudam aos
que querem conservar;
c) A terceira opção pode ser definida como o 'professor-povo'.
Ele não acredita que sua missão seja difundir entre o povo os valores do
opressor; ao contrário, acredita que o sentido de seu trabalho é ajudar o
povo a se descobrir, a se expressar, a se liberar. Quer construir a escola
do povo, a partir do povo. Ou seja: 'professor-povo' é aquele que quer
contribuir através do seu trabalho para a criação de homens novos e para
a edificação de uma sociedade também nova, onde se dê primazia aos
despossuídos e onde o povo se torne protagonista. Ele será um professor
para modificar, não conservar.
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3 ENSINAR E APRENDER
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Para responder a essa pergunta, podemos partir da seguinte constatação:
não é só na sala de aula que se aprende ou que se ensina. Em casa, na rua, no
trabalho, no lazer, em contato com os produtos da tecnologia ou em contato com
a natureza, enfim, em todos os ambientes e situações podemos aprender e
ensinar. Cada situação pode ser uma situação de ensino-aprendizagem. Só os
que não têm uma atitude de constante abertura é que não aprendem ou não
ensinam em todas as situações.
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Se em nossos dias, apesar do progresso tecnológico, as pessoas não
melhoraram muito, talvez isso se deva, em parte, à falta de questionamento no
campo da educação, principalmente no que se refere aos valores.
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(ensino tradicional) para o sentimento; do aspecto lógico para o psicológico;
dos conteúdos cognitivos para os métodos ou processos pedagógicos; do
professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a
espontaneidade; do diretivismo para o não-diretivismo; da quantidade para a
qualidade; de uma pedagogia de inspiração filosófica centrada na ciência da
lógica para uma pedagogia de inspiração experimental baseada principalmente
nas contribuições da Biologia e da Psicologia. Em suma, trata-se de uma teoria
pedagógica que considera que o importante não é aprender, mas aprender a
aprender.
Para funcionar de acordo com os princípios da Escola Nova, o ensino teria
que passar por uma sensível reformulação.
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elaborado. Em contrapartida, a Escola Nova aprimorou a qualidade do ensino
destinado às elites (SAVIANI, 1982).
No entanto, ao término da primeira metade deste século, um sentimento
de desilusão começa a se alastrar nos meios educacionais com relação ao
escolanovismo. Surge, então, uma nova concepção de ensino e de educação: a
concepção tecnicista.
Segundo a concepção tecnicista, o ensino deve se inspirar nos princípios
de racionalidade, eficiência e produtividade. Por isso, deve-se planejar a
educação e o ensino de maneira a evitar as interferências subjetivas que possam
pôr em risco sua eficiência. Deve-se operacionalizar os objetivos e, em certos
aspectos, mecanizar o processo. Surgem, então, propostas pedagógicas tais
como o enfoque sistêmico, o microensino, o tele-ensino, a instrução programada,
as máquinas de ensinar, etc.
Resumindo, podemos dizer o seguinte:
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3.3 Que é aprendizagem?
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3.4 Tipos de Aprendizagem
Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém
consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito
importante que o professor saiba motivar os seus alunos. Através de uma
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variedade de recursos, métodos e procedimentos, o professor pode criar uma
situação favorável à aprendizagem. Para criar essa situação o professor deve:
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(possibilidades) que se realizam, mais cedo ou mais tarde (ou nunca), em função
das experiências e do meio social. O processo de maturação apresenta certo
paralelismo com a idade. Esta, porém, por si só não fixa os limites da maturação.
A maturação, portanto, resulta de diversos fatores: desenvolvimento biopsíquico,
interesses, evolução social, educação, etc.
Só quando o indivíduo estiver maduro para uma determinada tarefa,
podemos dizer que está apto para realizá-la. Só poderá aprender algo quando
estiver maduro para essa aprendizagem.
Embora a aprendizagem requeira um determinado grau de maturidade, a
própria aprendizagem - quando certas condições didáticas são observadas –
contribui para a maturação da pessoa.
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Santo Tomás de Aquino disse que o professor está na mesma situação
de um médico ou de um lavrador. O médico e o lavrador funcionam como agen-
tes externos, pois a cura do doente ou o sucesso da plantação dependem da
natureza do doente ou da qualidade do solo. Da mesma forma, o professor tam-
bém é um agente externo. Ele colabora na aprendizagem do aluno, mas esta
depende do próprio aluno.
Há uma relação intrínseca entre o ensino e a aprendizagem. Não há en-
sino se não há aprendizagem. É necessário conhecer o fenômeno sobre o qual
o ensino atua, que é a aprendizagem. Para haver ensino e aprendizagem é pre-
ciso:
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4 PEDAGOGIA E DIDÁTICA
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O aspecto filosófico procura estabelecer as diretrizes da educação de
acordo com os valores de cada povo e de cada época.
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A Psicologia, por exemplo, estuda o comportamento humano tendo como
base a natureza do indivíduo. O principal enfoque da Psicologia está nas
diferenças individuais (por exemplo, inteligência, atitudes) e nos processos (por
exemplo, percepção, motivação) que permitem explicar a variação de respostas
diante de situações ou estímulos semelhantes.
A Sociologia como ciência é muito menos centralizada na pessoa. Ela
desenvolve teorias sobre agrupamentos sociais e sobre os mais amplos
processos da sociedade. Ela estuda, por exemplo,' os valores sociais, as
mudanças na sociedade, os padrões de comportamento familiar, etc. Ela não
estuda as diferenças individuais mas, sim, as diferenças que existem entre
grupos de indivíduos (classes sociais, grupos políticos e agrupamentos de
trabalho).
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A pedagogia pode ser dividida nas seguintes partes:
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no entanto, diferença quanto ao ponto de vista de cada uma. A Metodologia
estuda os métodos de ensino, classificando-os e revendo-os sem fazer juízo de
valor.
A Didática, por sua vez, faz um julgamento ou uma crítica do valor dos
métodos de ensino. Podemos dizer que a Metodologia nos dá juízos de
realidade, e a Didática nos dá juízos de valor.
Juízos de realidade são juízos descritivos e constatativos. Exemplos:
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Essa representação mostra que as três fases estão interligadas e que
dependem uma da outra. Vejamos, agora, as atividades correspondentes a cada
fase:
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que requer mais habilidade do professor. Aqui ele deve exercer mais do que em
outras fases sua função de liderança, motivando os alunos para que aprendam.
Através de uma variedade de métodos, recursos e procedimentos, o professor
procurará criar uma situação favorável à aprendizagem.
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visando dar melhor assistência ao aluno e, portanto, retificando a
aprendizagem no devido tempo;
d) Manejo ou direção de classe: É a supervisão e o controle
efetivo que o professor exerce sobre uma classe de alunos, para criar um
ambiente propício à aprendizagem. Há três tipos de manejo:
Manejo corretivo: É aquele que se realiza através de
punições (ficar de castigo durante o recreio, suspensão,
etc.);
Manejo preventivo: É aquele que consiste em solicitar a
colaboração do aluno apelando para o aspecto afetivo. "Se
você não fizer isso não serei mais seu amigo”;
Manejo educativo: Procura criar situações para que o aluno
desenvolva a autodisciplina. É exercido pela liderança
democrática do professor.
O manejo educativo é o melhor tipo de manejo, pois desen-
volve o controle democrático, do qual participam alunos e professores
como membros do mesmo grupo de trabalho que pretende alcançar
os mesmos objetivos.
e) Verificação e avaliação: Consiste na verificação e avaliação
do rendimento escolar que deve ser feita ao longo de todo o processo de
aprendizagem. Rendimento escolar não consiste apenas na soma
deconhecimentos adquiridos, verificada pela capacidade de repetir o que
foi dito pelo professor. Rendimento escolar consiste, antes de mais nada,
na soma de transformações operadas no pensamento, na linguagem, na
maneira de agir e nas atitudes frente a situações e problemas.
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a) Estratégia: Trata-se de uma descrição dos meios disponíveis pelo
professor para atingir os objetivos específicos;
b) Método: é um roteiro geral para a atividade. O método indica as
grandes linhas de ação, sem se deter em operacionalizá-las.
Podemos dizer que o método é o caminho que leva até certo ponto,
sem ser o veículo de chegada, que é a técnica.
c) Técnica: É a operacionalização do método;
d) Procedimentos: maneira de efetuar alguma coisa. Consiste em
descrever as atividades pelo professor e as atividades
desenvolvidas pelos alunos.
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5 O CURRÍCULO E SEU PLANEJAMENTO
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não apenas através do contato com o professor e com a matéria (conteúdo) mas
deixou de ser confundido com distribuição de matéria ou carga horária de
trabalho escolar.
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novo conceito de currículo:
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a) Dimensão filosófica: Refere-se ao tipo de educação apropriada a
uma cultura. Trata-se das opções de valor, baseadas na concepção
que se faz do homem, da sociedade, etc. Nessas concepções
baseiam-se as escolhas feitas quanto aos fins da educação,
propósitos e conteúdo da escola;
b) Dimensão sócio-antropológica - Devido às transformações sociais
que se processam de forma acelerada, é necessário que a escola
tenha uma visão lúcida da realidade social com a qual está lidando
para que possa desenvolver um trabalho educativo, dinâmico e atual.
Daí a necessidade de um levantamento de- dados sobre as
características da cultura na qual a escola está inserida. A escola
precisa saber quais são os padrões de comportamento que
influenciam os alunos, as forças econômicas atuantes, as formas de
estrutura familiar existentes, as tensões sociais e as formas de
comunicação;
c) Dimensão psicológica: Para que um currículo escolar seja bem-
sucedido, é necessário dar atenção ao desenvolvimento psicológico
do aluno. Sabemos que nem todas as crianças raciocinam com a
mesma rapidez nem possuem o mesmo ritmo de desenvolvimento
psicomotor. É necessário, também, que se tenha uma boa definição
de aprendizagem.
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ainda os recursos que poderão utilizar. No planejamento do currículo devemos
levar em conta a realidade de cada escola e as sugestões apresentadas pelo
Conselho Estadual de Educação (C.E.E.) que abrangem os seguintes aspectos:
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geralmente utilizados pelas escolas, pertencem a órgãos oficiais;
c) Programa: Para alguns autores, programa é sinônimo de currículo. A
tendência, no entanto, é diferenciar programa de currículo. Programa
consiste no detalhamento do currículo conforme as necessidades ou
situações específicas da escola, da sala de aula, do aluno;
d) Disciplina ou matéria: Disciplina ou matéria é um ramo do
conhecimento, organizado, com generalizações próprias para a
explicação dos fatos que a ele se relacionam e com método próprio de
investigação. Por exemplo, a Sociologia estuda os fatos sociais por
meio de um método próprio de investigação.
e) Área de estudos: Conjunto de matérias caracterizadas pela
integração de conteúdos afins. Temos, por exemplo, a área de
Estudos Sociais, que abrange diversas matérias (Geografia, História,
Organização Social e Política Brasileira). Essas matérias abordam
conteúdos relacionados entre si.
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Acontece que na mesma série algumas matérias se complementam.
São os co-requisitos. Assim A Língua Portuguesa é co-requisito de
Ciências Naturais, Geografia, e assim por diante. No (s) ano (s)
subsequente (s) sucedem-se as disciplinas preparadas nos anos
anteriores, são os pós-requisitos. Verifique a situação da
Contabilidade Comercial Avançada, em relação à Contabilidade Geral
Básica, ou da Geografia Geral, em relação à Geografia Econômica.
Todas essas considerações remetem à necessidade pedagógica do
plano unificado de todos os docentes envolvidos no conjunto
curricular;
c) A interdisciplinaridade: o organizador da grade curricular geralmente
é um pedagogo, ou alguém que possua uma grande sensibilidade para
interrelacionar uma a outra disciplina na mesma ou em séries
diferentes. Entretanto, essa sensibilidade, na prática, deverá vir
acompanhada de um trabalho exaustivo do professor, qual seja, o de
planejar sua disciplina com a de outros colegas. Por exemplo, o
professor de Física deve estar atento à programação do professor de
Matemática, e assim por diante. Essa prática pedagógica fundamental
para o êxito da aprendizagem é denominada de interdisciplinaridade;
d) A integração: significa a unificação, em uma única matéria, de outras
matérias afins. É o caso específico das Ciências Naturais.
Anteriormente os conteúdos estavam distribuídos entre Biologia,
Física, Química, Programas de Saúde. Atualmente todos eles se
integram, acrescidos, ainda, da Ecologia, Educação Ambiental,
Educação Sexual etc.
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compreensão da tradição cultural e no acesso às grandes produções
da humanidade. O papel principal da escola é organizar a estrutura do
conhecimento. Com isso a programação das matérias garante que a
tradição cultural seja mantida, especialmente porque os componentes
da grade curricular serão clássicos, ensinados pelo método
aristotélico/tomista, ou seja: lógico/ racional. O professor tem o papel
de estimulador, na medida em que transmite conhecimentos, ou seja,
na medida em que ensina. Esta é a proposta da Escola Tradicional;
b) Cognitivista ou construtivista: no conjunto os autores consideram
que a escola deva organizar um currículo que estimule, por intermédio
do manejo consciente dos conteúdos, a resolução de problemas que
façam o aluno tornar-se um ser independente e eficiente em situações
futuras. Os conteúdos somente têm sentido na medida em que sirvam
para a resolução de problemas surgidos em momentos ocasionais. O
professor deve ser uma pessoa muito preparada pois, mesmo
planejando com antecedência as ações didáticas de sala de aula, as
atividades e questões que surgem são inusitadas e, dessa forma,
devem ser aproveitadas para provocar novas aprendizagens. Os
alunos, por sua vez, estarão em atividades construtivas completas.
Para que tal construção ocorra, há um clima de liberdade, participação
e compreensão entre professor e alunos e estes, com eles mesmos. A
aprendizagem se faz porque se cria um ambiente de trabalho, e
estimula-se a autonomia intelectual. Esta será uma das propostas da
Escola Nova;
c) Experimentalista consumatória: no conjunto os autores consideram
a escola como um meio para a descoberta e realização de
possibilidades individuais. Essa descoberta se faz quando se vive em
situações experimentais, ocasiões nas quais os alunos descobrem por
eles mesmos a solução para seus problemas. O currículo, considerado
como o conjunto de todas as atividades e conhecimentos de uma
escola, toma-se a saída, o meio, e a chegada da educação.
Pedagogicamente esta espécie de currículo é conhecida como Centro
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de Interesse. Esta é outra parcela de educadores fígados à Escola
Nova;
d) Reconstrutivista social: no conjunto os autores consideram a escola
como um agente de melhoria da sociedade. Para que tal ocorra, o
ponto de partida é a própria sociedade, considerada tanto no seu
contexto presente, quanto histórico. Não despreza a liberdade do
indivíduo, especialmente quando se abordam os grandes temas
sociais e problemas que afligem a comunidade. Em situação de sala
de aula, a sociedade é entendida como uma instituição em contínua
mudança, que tem problemas que precisam ser enfrentados e
resolvidos pelo conjunto de professores e alunos e a própria
sociedade. Esta é outra parcela de educadores fígados à Escola Nova;
e) Tecnóloga: trata-se de um grupo que emerge dos avanços
tecnológicos. A preocupação central encontra-se no domínio da
tecnologia (comunicação, informática, locomoção). A fica restrito ao
emergencial. Apesar de ter uma força de pressão muito grande na
atualidade, não é defendida nem pelos tradicionalistas, nem pelos
escola novista, nem por nós.
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6 COMPORTAMENTO DO ALUNO DURANTE O PROCESSO DE
ENSINO/APRENDIZAGEM
6.1 Conceitos
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6.2 Causas da indisciplina e possíveis soluções para orientar a atividade
do aluno para o estudo
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Prováveis soluções: reconstruir o prédio é absolutamente impossível, mas
um tratamento mais participativo da comunidade pode minorar os malefícios.
Aqui entra a participação docente nas tarefas administrativas: sentir-se como um
membro daquela comunidade, mesmo que o seu local de moradia não seja o
mesmo; dialogar com os pais e alunos a respeito da propriedade efetiva do
estabelecimento; discutir com os colegas as formas mais ajustadas de
arejamento das classes; cuidar para que estrutura e mobiliário sejam respeitados
seriam algumas formas para, pelo menos, minimizar os problemas.
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servidores, inspetores de alunos, bedéis, guardas escolares etc.) tem preparo
pedagógico específico para o relacionamento com os alunos. Fato idêntico pode
acontecer com a direção e mesmo com o próprio corpo docente, a quem caberia
especificamente o domínio da classe. Nessa realidade, todo o pessoal da escola
poderá vir a ser uma fonte de indisciplina escolar.
Prováveis soluções: um programa especial de discussões com especia-
listas, abordando com todo o pessoal do estabelecimento, as origens e soluções
para o melhor relacionamento com o corpo discente pode ser um meio eficaz de
solução para o problema. É evidente que não basta a boa vontade do corpo
docente, pois uma administração mais esclarecida é de fundamental importân-
cia.
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o comportamento desses representantes mediante seus planos de trabalho, cor-
rigir os rumos desses planos são medidas que, no conjunto encaminham a ver-
dadeira disciplina coletiva e, que, evidentemente devem ter na sua origem um
projeto especial e coletivo de estabelecimento.
É mais que evidente que o que se viu até o presente momento não esgota
as questões a respeito das prováveis soluções para o problema da indisciplina.
É interessante analisar com mais cuidado as responsabilidades específicas dos
docentes, com o intuito de se prevenir possíveis problemas.
6.8.1 Autoconhecimento
50
no atendimento, visto que a maior parte dos problemas enfrentados pelo profes-
sor pode ter amparo na Psicologia. A personalidade segura do docente, é um
primeiro passo, mas um segundo repousa no diálogo tendo em vista o reconhe-
cimento de cada aluno em particular, reconhecimento esse que leva ao conhe-
cimento das características individuais, com base nos problemas familiares e
culturais dos discentes.
A diagnose da população alvo, certamente fará com que o professor se
aproxime mais dos alunos problemáticos, tendo em vista a escolha de formas
alternativas para solução de seus problemas.
Não se deve esquecer que o equilíbrio emocional do próprio professor é
fator decisivo.
Essa prática fará com que o professor entenda que os alunos repetem os
modelos de seus ídolos: pais, personalidades da comunidade (que nem sempre
são os modelos desejáveis do estabelecimento/professor). Junto a isso está a
sensibilidade para o reconhecimento dos verdadeiros líderes dentro da sala de
aula. Essa diagnose pode remeter à necessidade de criação de projetos especí-
ficos de reeducação familiar.
51
6.8.6 Uso de recursos didáticos múltiplos e variados
52
conhecimentos, habilidades e competências.
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7 O PORQUÊ E O PARA QUÊ DA EDUCAÇÃO
7.1 Princípios
54
Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, vi-
sando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercí-
cio da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
VII - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
VIII - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber;
IX - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino;
X - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
XI - valorização dos profissionais do ensino (...);
XII - gestão democrática do ensino público (...);
VII - garantia do padrão de qualidade. (BRASIL, 1988)
7.2 Objetivos
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Nacionais, se o nível escolar corresponder ao Ensino Fundamental ou Médio, e
às Diretrizes Curriculares, se o nível escolar for o Ensino Superior, uma vez que
tais documentos apontam o objetivo proposto e que fatalmente irão estar na
base das avaliações institucionais, popularmente batizadas de provões.
Isso não impede que o próprio local do projeto expresse seus objetivos,
isso é mais verdadeiro quando se fala da instituição universidade. Observem-se
alguns casos:
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extraclasse, e assim por diante.
A determinação do objetivo dentro de cada área, atividade ou disciplina é
papel do professor com sua equipe de trabalho.
Observe:
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7.2.4 Objetivos cognitivos
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entrar nesta força de trabalho;
e) Participar como agente de saúde local;
f) Pesquisar e trazer a biografia de um médico brasileiro que se destacou
ou se destaca hoje na área de saúde, mostrando porque ele é
importante também para o seu bairro e escola.
Descrever, avaliar, aplicar, e assim por diante. Muitos textos não são ex-
pressos dessa forma, obrigando o docente à sua correção. Entretanto, textos de
lei, mesmo que formalmente incorretos, não podem ser alterados.
7.3.2 Objetividade
7.3.3 Hierarquização
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7.3.4 Clareza
Leitor não pode ter dúvidas sobre o que o objetivo está pretendendo. Por
esse motivo a determinação de todos os objetivos é uma tarefa demorada, e será
mais bem-sucedida se for uma tarefa de grupo.
7.3.5 Descrição
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8 TEORIAS EDUCACIONAIS
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meio (massas de pensamento - ideias e conceitos dirigem o interesse), Herbart
fixou seus procedimentos didáticos em cinco passos: preparação, apresentação,
associação, generalização e aplicação.
A teoria educacional de Dewey ao contrário da de Herbart, não colocava
um tipo fixo de homem a ser alcançado. A sociedade do trabalho, como uma
sociedade dinâmica, deveria estar se transformando continuamente e, nesse
sentido, Dewey viu a educação como "o processo de reconstrução da
experiência, dando-lhe um valor mais socializado por meio do aumento das
capacidades individuais". Assim, pode-se dizer, os cinco passos didáticos de
Dewey são, em verdade, seis passos: há um passo que é o próprio processo: o
aprender a aprender. Mais do que a conclusão de cada lição do processo de
ensino-aprendizagem, o que valeria a pena, é que ele estaria treinando os
indivíduos para a pesquisa, para o que seria o trabalho natural da mente -
resolver problemas novos. Ser um bom ser humano, para Dewey, não era ser
alguém com erudição, mas alguém capaz de resolver problemas. Daí que, neste
aspecto, Dewey não podia divergir daqueles que viam o seu método de ensino -
o ensino ativo - como estando em comunhão com a ideia de que o homem é
naturalmente ativo, transformador. Em termos soco escolares: alguém que
deveria se tornar integrado socialmente na medida em que continuasse a ser
ativo. O adulto continuaria a ser ativo na medida em que, enquanto adulto, fosse
industrioso, trabalhador - um profissional.
A situação histórica, hoje, na América, é que os educadores têm um
número de tarefas importantes para realizar. Uma vez que as condições efetivas
do ensino dependem, em larga medida, do que acontece fora da sala de aula,
os educadores devem se opor vigorosamente diante de qualquer medida que
tenda a restringir ou proibir seus direitos civis como membros da comunidade.
O comportamento imediato da teoria educacional de Dewey é o mesmo
de sua teoria moral e social. Elas clamam por uma dedicação à luta, em termos
práticos, pela ampliação da democracia, por meio de métodos da inteligência, ou
seja, métodos de investigação científica que vençam o princípio da autoridade
para resolver problemas humanos.
Hook estava certo na avaliação da teoria educacional de Dewey. E seu
62
acerto significa o momento propício para apontar o erro de muitos críticos, em
particular, no Brasil, que procuraram ver em Dewey alguém que teria levado o
culto à técnica e à prática cega - certamente frutos da sociedade do trabalho -
para o âmbito educacional, esquecendo-se da educação como elemento político.
No Brasil dos anos 1980: tanto os educadores considerados de direita (José
Mário Pires Azanha, à frente) quanto aos que se auto reivindicavam como
pertencentes à esquerda marxista (José Carlos Libâneo e Dermeval Saviani à
frente), fizeram a leitura de Dewey - justamente o filósofo da democracia - como
um "tecnicista" ou alguém que teria dado margem para o "tecnicismo" em
educação. Mas a fala de Hook é adequada: a teoria educacional de Dewey era
política, em favor da ampliação da democracia.
Paulo Freire, como Dewey, via a educação imbricada na política. Ao
mesmo tempo, em termos de didática, aceitou de Dewey os pressupostos do
ensino ativo. Os passos didáticos de uma teoria educacional inspirada na prática
de Paulo Freire só podem ser entendidos na sua concorrência com o que ele
qualificou de "educação bancária". Para Paulo Freire, a educação bancária era
o adestramento do corpo, a ideia de que, sendo o homem "corpo", é objeto
manipulável, uma caixa onde se depositam saberes. Como saberes nunca
devem ser depositados, o que se deposita, na verdade, são coisas, dogmas.
Em seus primeiros escritos, Paulo Freire via o homem como possuindo
uma vocação para sujeito da história e não para objeto, mas, nas condições do
Terceiro Mundo, esta vocação não estaria se explicitando, dado que as
populações mais pobres teriam sido vítimas de uma mentalidade paternalista e
autoritária, herança do colonialismo, neocolonialismo e escravismo. Fazia-se
necessário, segundo Freire, romper com isso, "libertar o homem popular" de seu
tradicional mutismo. A "conscientização do homem" de cada país do Terceiro
Mundo, frente aos seus problemas nacionais, e engajar este homem na luta
política.
A escola oficial, além de autoritária, estaria a serviço de uma estrutura
excessivamente burocratizada e anacrônica incapaz de colocar-se "ao lado dos
oprimidos". Procurando identificar-se com os oprimidos - aqueles que "não têm
voz" na sociedade, mas que, obviamente, ao contrário do que diziam as elites,
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"também produzem cultura", Freire buscava uma educação comprometida com
a solução dos problemas da comunidade. A ideia de comunidade permaneceu,
então, como um ponto de partida e um ponto de chegada da teoria educacional
freiriana (como em Dewey e Anísio Teixeira). Daí as teses do ensino articulado
aos regionalismos, ao comunitarismo, aos costumes e à cultura do local de vida
da população a ser educada. Diga-se de passagem, que em alguns momentos,
isso seguiu por vias radicais, causando problemas de interpretação, no Brasil.
Neste país, ao contrário dos Estados Unidos, a história da escola fez-se através
da ligação das elites com o Estado, seguindo os modelos francês e alemão. Nos
Estados Unidos, a escola sempre foi paroquial, comunitária. Paulo Freire, como
Anísio, no passado, adotando o comunitarismo, nem sempre forneceu ao Brasil
uma pedagogia capaz de ter êxito em alguns lugares com total falta de tradição
comunitária.
A conscientização seria a arma contra a "educação bancária". A educação
defensora do status quo vigente, calçada numa "ideologia de opressão" que,
segundo Freire, considerava o aluno como alguém despossuído de qualquer
saber e, por isso mesmo, destinado a se tornar depósito dos dogmas do
professor. Paulo Freire elaborou um procedimento que, para efeito de
comparação com Herbart e Dewey, ilustro sob a forma de cinco passos didáticos:
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"palavras geradoras".
A partir da vivência, o educador
recolhe temas e palavras e passa a
organizar junto com os educandos os
"círculos de cultura", o grupo onde
aconteceria o "diálogo amoroso",
humilde, horizontal entre Educando-
educador e educador educando. O
"método dialógico" aqui empregado,
consistiria na explicitação do relato
dos participantes a respeito de suas
Temas geradores
experiências de vida, suas
dificuldades e problemas. O
"animador" do “centro de cultura", uma
vez tendo vivido na comunidade,
estaria apto a resgatar, nesse
momento, os "temas geradores" e as
"palavras geradoras", já previamente
"sentidos" por ele próprio na
comunidade, como que espelhando
dificuldades.
A "problematização" implicaria a ideia
de que "ninguém educa ninguém", e
também de que "ninguém se educa a
si mesmo", mas "os homens se
Problematização através do educam em comunhão",
diálogo "mediatizados pelo: mundo", como
escreveu Paulo Freire: a
problematização se faria, assim,
através do esforço pelo qual
educadores e educandos iriam
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percebendo, criticamente, como
"estão sendo no mundo com que e em
que se acham".
Através da "problematização",
educador-educando e educando-
educador poderiam fixar o ponto de
partida para a "conscientização".
Caberia ao educador-educando
problematizar a visão de mundo dos
educandos- educadores que, por uma
Conscientização
série de razões, poderiam não estar
aptos a entender a realidade
criticamente. A "conscientização"
exigiria o "pensar crítico", capaz de
procurar a "causalidade profunda" dos
acontecimentos, fazendo o
"desvelamento da realidade”.
A "conscientização" se completaria na
ação social e política – na “práxis de
Ação social e política
busca de libertação de todos os
homens da opressão”.
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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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com amplitude de conhecimentos onde não se sintam engessados à realidade
fora do seu cotidiano.
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ENCERRAMENTO
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REFERÊNCIAS
NIDELCOFF, M.T., Uma escola para o povo. São Paulo, Brasiliense, 1983.
PILLETI, Claudino. Didática geral. 23.ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
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SPERB, D. Problemas gerais de currículo. In: REIS, A. E JOULLIÉ, V. Didática
geral através de módulos institucionais. Petrópolis, Vozes, 1982.
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