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Portefólio- Rei dos Oceanos

Unidade Curricular: Projetos em Contextos


Docentes: Paula Farinho
Marta Botelho
Mariana Botelho
Discente: Pedro Rosa nº20220

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Introdução
No âmbito da disciplina de projetos em Contexto, foi proposta a elaboração de um
portfólio de natureza reflexiva, relativo à implementação em contexto prático de um projeto,
tendo como base a Metodologia de Trabalho em Projeto.

Este portefólio é dividido em três capítulos, sendo o primeiro relativo ao quadro de


referência teórico onde serão apresentados os conceitos que sustentam o estudo. O segundo
apresenta a problemática encontrada e objetos de investigação através de uma pergunta de
partida e a metodologia presente no estudo. Por fim, o terceiro capítulo que integra as
narrativas reflexivas durante o processo de realização do projeto
Esta metodologia tem como objetivo central colocar a criança como protagonista do
seu processo de aprendizagem, sendo que é relevante proporcionar às crianças a
oportunidade de construção do seu conhecimento, sendo o professor um estratega que
desenvolve estratégias que correspondam às motivações e interesses dos alunos com quem
trabalha. Contrariando assim a abordagem tradicional utilizada por alguns profissionais,
onde o aluno é visto como um mero recetor de informação não fazendo parte ativa na
construção do seu conhecimento. Sendo esta abordagem educativa baseada pela colaboração
direta entre alunos e professores, apresentando benefícios na prática, como o aumento da
responsabilidade dos alunos, promoção de trabalho cooperativo, gestão de conflitos,
autonomia, sendo assim potencializadora na construção de aprendizagens significativas.

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Índice Geral

Introdução.............................................................................................................................. 2

Índice de Imagens.................................................................................................................. 4

Índice de Tabelas ................................................................................................................... 4

Contexto ................................................................................................................................ 6

Caracterização da Instituição .......................................................................................................... 6

Caracterização do Grupo de Crianças ............................................................................................ 7

Caracterização do Ambiente Educativo ....................................................................................... 11

Metodologia de Trabalho de Projeto ................................................................................... 12

Plano de Intervenção Educativa .......................................................................................... 15

Definição do problema ................................................................................................................. 15

Planificação e desenvolvimento do trabalho ................................................................................ 16

Execução....................................................................................................................................... 20
Pesquisa.......................................................................................................................................... 20
Análise e Divisão do Trabalho ....................................................................................................... 20
Criação de uma dentadura de Cação/Tubarão ............................................................................... 21
Guião de Visita de estudo e História do Rei D. Carlos .................................................................. 22
Teatro ............................................................................................................................................. 23
Habitat dos tubarões ....................................................................................................................... 23
Morfologia e arte Contemporânea ................................................................................................. 24
Documentário audiovisual ............................................................................................................. 24

Divulgação .................................................................................................................................... 25

Objetivos do projeto ............................................................................................................ 26

Narrativas Reflexivas .......................................................................................................... 27

Duas Primeiras Semanas (19 a 25 de Março e 26 de Março a 1 de Abril) ................................... 27

Terceira Semana (16 a 22 de Abril) ............................................................................................. 30

Quarta Semana (23 a 29 de Abril) ................................................................................................ 31

Quinta Semana (30 de Abril a 6 de Maio) .................................................................................... 32

3
Sexta Semana (7 a 13 de Maio) .................................................................................................... 35

Sétima Semana (14 a 20 de Maio) ................................................................................................ 36

Oitava Semana (21 a 27 de Maio) ................................................................................................ 39

Nona Semana (28 de Maio a 3 de Junho) ..................................................................................... 40

Décima Semana (4 a 10 de Junho) ............................................................................................... 40

Décima Primeira Semana (11 a 17 de Junho) .............................................................................. 41

Contributos e implicações da intervenção no desenvolvimento da profissionalidade ........ 43

Referências Bibliográficas .................................................................................................. 45

Índice de Apêndices ............................................................................................................ 47

Índice de Imagens
Figura 1- Possíveis Perguntas de Partida ............................................................................ 15
Figura 2- Teia "O que pensamos saber..." ........................................................................... 16
Figura 3- Teia "O que queremos saber?" ............................................................................ 17
Figura 4- Teia "O que queremos fazer?" ............................................................................. 17
Figura 5- Teia "Onde vamos pesquisar?" ............................................................................ 17
Figura 6- Teia elaborada pelos alunos................................................................................. 18
Figura 7- Teia Inicial ........................................................................................................... 18
Figura 8- Pesquisa ............................................................................................................... 20
Figura 9- Análise e Divisão do Trabalho ............................................................................ 21
Figura 10- Criação da Dentição .......................................................................................... 22
Figura 11- Visita de Estudo................................................................................................. 22
Figura 12- Apresentação do documentário na comunicação .............................................. 26
Figura 13- Consórcio........................................................................................................... 27
Figura 14- Perguntas de partida no quadro ......................................................................... 28
Figura 15- Intervenção Alimentação e Dentição................................................................. 33
Figura 16- Páginas do Livro ................................................................................................ 34
Figura 17- Criação da Dentição .......................................................................................... 34
Figura 18- Visita ao AVG ................................................................................................... 36
Figura 19- Sessão Habitat ................................................................................................... 37
Figura 20- Problemas Com Tubarões.................................................................................. 38

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Figura 21- Problemas Com Tubarões.................................................................................. 38
Figura 22- A Morfologia ..................................................................................................... 39
Figura 23- Convites ............................................................................................................. 40
Figura 24- Comunicação/Exposição ................................................................................... 41

Índice de Tabelas
Tabela 1-Cronograma de Atividades................................................................................... 19

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Contexto
Caracterização da Instituição

Neste novo contexto educativo situado também em lisboa, e inserido num dos
maiores bairros, está inserida a nova escola onde iremos iniciar o terceiro contexto de
observação intervenção educativa. Segundo o plano educativo, o agrupamento foi criado no
ano letivo de 2004-2005, estando inserido no Programa Territórios Educativos de
Intervenção Prioritária (TEIP). Este é constituído pelo Jardim de Infância, pela escola básica
onde se insere o 2º e 3º ciclo e onde está situado a sede desde agrupamento e por fim uma
Escola Básica do 1º ciclo, sendo este agrupamento assegurado por 117 docentes,

No presente ano letivo, a população escolar totaliza uma média de 900 crianças, neste
inseridos 8 salas de pré-escolar, 12 turmas de 1º ciclo, 9 turmas de 2º ciclo, 12 de 3º ciclo e
12 cursos de educação e formação. Neste agrupamento frequentam 14 nacionalidades para
além da portuguesa, predominando a cabo-verdiana.

Relativamente à Ação social da escola, 26% dos alunos não beneficiam de auxílios
económicos.

Neste contexto é conhecida a formação dos pais sendo esta de 73% e apenas 2%
destes possuem formação superior e 10% secundária ou superior.

Foi verificado que os valores variáveis de contexto do Agrupamento situam-se,


genericamente, muito abaixo dos valores medianos nacionais, podendo ser uma das razões
a inserção do mesmo num ambiente socioeconómico e cultural bastante desfavorecido, tendo
já sido registados negligência familiar.

O 1º ciclo é caraterizado por 16 salas de aulas, embora apenas 12 cumpram essa


função, as salas adjacentes, servem para apoios, expressões e oficinas de Matemática. A
escola conta também com duas salas de atividades, cuja a sua área é significativamente maior
que as das salas de aula, sendo um desta utilizada e equipada como miniginásio e a segunda
é um espaço destinado para o CAF – Componente de apoio à família.

A escola está equipada com uma biblioteca sendo um dos maiores espaços existentes
na escola, estando esta equipada com computadores e um quadro interativo, é neste espaço
que normalmente são lecionadas as Oficinas de Língua Portuguesa.

Este estabelecimento conta também com outros espaços físicos: o refeitório com
capacidade para 200 crianças e com cozinha para confeção local; uma sala de professores e

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gabinete de atendimento aos encarregados de educação; gabinete de coordenação; uma sala
de assistentes operacionais e 3 espaços de arrumos.

É de salientar que a maioria dos professores são contratados (vínculo anual), muito
embora se observe uma maior fixação de professores do quadro de nomeação definitiva ao
quadro do respetivo agrupamento, sendo esta de extrema importância na prossecução do
Projeto Educativo.

Nesta escola está também inserido atividades de apoio à família a cargo da junta de
freguesia local, em articulação e supervisão com os docentes, desenvolvendo-se não só
durante o período de atividades letivas, como também durante as interrupções letivas.

Caracterização do Grupo de Crianças

Os dados adquiridos referentes à turma, foram obtidos através de conversas


informais com a Professora titular e outros técnicos de ação educativa, e através da
observação direta e contínua ao longo do período de estágio.

O grupo é constituído por 20 crianças, inseridas no último ano de 1º ciclo (4º ano),
aqui encontramos crianças muitos distintas, mas relevam entre si um grande
companheirismo e sendo bastante afetuosos com a professora, com a restante equipa
educativa e em geral entre eles.

Demostram constantemente muitos afetos, uma vez que todos, sem grande exceção,
gostam de dar abraços e fazer desenhos das pessoas que reconhecem e que gostam. Fui bem
recebido por parte do grupo todo, sendo que todos fizeram desenhos e algumas frases para
o demonstrar como estavam felizes pela minha chegada.

Nota de campo
“Pedro é para ti”- S.A;
“Vamos escrever umas palavras para o Pedro” – Todos;
“Ainda bem que vieste” – S.S.;

O grupo em geral tem dois grandes interesses em comum, sendo que os rapazes é o
futebol, vivendo intensamente durante os intervalos, e sendo também esta impulsionadora
de comportamentos menos positivos entre eles e outras turmas. Em relação às raparigas os

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seus interesses centram-se mais em desenhos e danças Tik Tok, tentando muitas vezes
manipular os técnicos operacionais da escola para que lhes deem um telefone e uma coluna
para poderem juntamente com outras turmas dançar durante o intervalo.

Nota de campo
“Podemos levar a bola para o intervalo?” – F.;
“Vamos fazer equipas...” - E.
“S.A. podes levar a coluna? – S.”;
“Pedro queres ir dançar?”- D.

Como dito anteriormente, durante o intervalo os ânimos entres os rapazes alteram-


se pois estes mesmo que muito unidos acabam sempre por entrar em conflito entre eles ou
outras turmas devido aos resultados dos jogos, sendo que algumas vezes estes conflitos são
gerenciados e resolvidos nos primeiros momentos na aula a seguir ao intervalo.

Falando mais concretamente no trabalho realizado na sala de aula, o grupo é bastante


atento, revelando um grande interesse pelo domínio da matemática. Observei também que
quando têm de realizar trabalho de texto, respondem com de maneira negativa à “proposta
de trabalho”, sendo que algumas vezes têm de ser consciencializados da importância de ler
e escrever para que comecem a efetivamente a trabalhar.

Dentro do grupo está inserida uma pequena comunidade cigana, que em alguns
momentos durante a prática da professora desafiam e recusam-se a fazer os trabalhos, sendo
consequentemente algumas crianças do grupo influenciadas pela recusa, tentando e imitando
por breves momentos os comportamentos feitos pelos colegas. É neste momento crucial a
forte ligação com a professora titular e os pais de modo ajudá-los, suprimindo este tipo de
comportamento, fazendo-os ver a importância da aprendizagem e para o seu futuro. Estes
alunos devo acrescentar foram inseridos recentemente na turma por não terem transitado de
ano.

Individualmente todos têm caraterísticas bastante próprias que lhes confere


personalidade:

O DU. adora tudo que seja futebol, é bastante bom a matemática área que tenta
normalmente manipular para fugir à escrita e ao português, é bastante teimoso quando quer
alguma coisa ou simplesmente porque acha que tem razão, gosta bastante de apoiar os outros
e muitas vezes acaba por se meter em confusão por se meter em assuntos de outros colegas,

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é bastante reservado da sua vida pessoal, pois foi abandonado pela mãe recentemente, não
gostando de falar da família.

EL. Por sua vez é bastante sensível tem um irmão que tem autismo na escola sendo
bastante protetor do mesmo, os seus interesses convergem-se na poesia, música e escrita
criativa, adora pintar e é bastante criativo. Dentro da sala de aula é individualista pois gosta
de ser o melhor nas tarefas propostas pela professora titular, adora atividades práticas e não
é muito fã de futebol, jogando apenas por estar sempre um dos seus melhores amigos o A.

Seguindo a ordem temos a S. que adora trabalhos em equipa sendo bastante sensível
tem um gosto enorme por cães e tudo o que tenha glitter, nos seus interesses estão a música,
colagens, maquilhagem e unhas, é bastante insegura e quando confrontada tenta não
responder fechando em si mesma.

A V. é uma aluna que não aparece muito nas aulas, é bastante sensível e frágil,
normalmente está sempre doente e tem muitas barreiras, sendo bastante difícil chegar a ela,
gosta bastante de estar com a S. e por vezes pode ser muito teimosa recusando a realizar
novas propostas de atividades que não reconheça.

Continuando no grupo das meninas temos a B. que é bastante criativa adorando


pintar e tendo um gosto especial em atividades plásticas com texturas, prefere trabalhar em
equipa, sendo bastante sensível e reservada, adora jogos de estratégias, mas têm bastante
dificuldade em se concentrar nas atividades propostas em sala acabando muitas vezes por
desistir, sendo importante o estímulo positivo para que continue a progredir nos estudos.
Neste momento está a passar dificuldades ainda maiores por ter perdido recentemente a mãe.

A N. é bastante extrovertida, adora dançar e ouvir música, tem um especial gosto


pela performance na qual demonstrou várias fezes nas atividades artísticas proporcionadas
nas AEC, adorando também teatro de improviso. Tem também como principais gostos a
moda, maquilhagem, adora trabalhar em equipa, mas muitas vezes os colegas colocam-na
de parte, ficando insegura em alguns momentos, usa óculos, mas tem bastante vergonha de
os usar pois as outras meninas não usam. Quando concentrada aprende bastante depressa,

A C. vem de um contexto difícil de abusos familiares por partes de um dos


progenitores, tendo sido inserida na turma o ano letivo anterior a meio do ano, é bastante
reservada, mas ao poucos tem vindo a superar-se a perder a timidez, adora tudo o que seja

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puzzles e gosta bastante de arte abstrata, realizando trabalhos recheados de cor e texturas,
explicando minuciosamente as suas criações artísticas.

BI. – Bastante comunicativa para quem quer, adora fazer desenhos e gráficos
matemáticos, usa muito a imaginação para retratar nas suas criações a realidade, é bastante
independente e adora o mundo digital, tem pouco apoio parental e é bastante sensível.

A. – Bastante comunicativo, sendo um dos poucos alunos que já sabe ler


fluentemente e efetivamente lê em casa. Tem muito interesse em pesquisas e descobrir coisas
novas. Adora explicar aos outros conceitos matemáticos e é bastante carinhoso e afetuoso
para com os outros.

G. – É um aluno com bastantes dificuldades, quando apresentado um desafio


bloqueia automaticamente se não estiver na presença de um adulto, tem vários problemas de
confiança, não acreditando em si. Tem ainda muitas dificuldades na leitura e inseguranças
em começar qualquer atividade.

O VT. é um aluno bastante extrovertido que adora música e arte é uma esponja de
informação, pois está sempre atendo a tudo o que acontece e que se diz na sala, não deixando
nada passar. É bastante interessado por todo o tipo de conhecimento, mas odeia trabalhar, é
instigador de discórdia dentro do grupo quando alguma coisa não corre como ele quer, é
bastante afetuoso e independente. Adora trabalhos manuais, sendo a pintura e escultura uma
das suas paixões.

PZ. tem bastantes dificuldades de aprendizagem trabalhando bastante bem em grupo,


é bastante participativo, mas tem de ser orientado e ajudado na sua participação durante as
aulas. Adora futebol e tem o sonho de ser jogador de futebol profissional.

F. é bastante independente e tal como o A. é dos poucos que lê fluentemente e gosta


de ler, é bastante inteligente e é uma esponja de novo conhecimento, tem um pensamento
crítico bastante apurado e adora dar a sua opinião aos outros, tem grande interesse em
experiências. Adora improviso e teatro, mas tem alguns problemas com a frustração levando-
o a responder aos adultos quando está frustrado. É um líder nato dentro da sala e adora jogar
futebol, tendo muito orgulho em jogar num clube federado.

S. é um aluno bastante caricato, não gosta muito de realizar trabalhos escolares e


muitas vezes usa o charme para não trabalhar. É bastante independente, e gosta de se
comportar como um adulto, é bastante educado e curioso.

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H. é um aluno bastante cooperativo e adora estar em grupo a trabalhar e ajudar os
outros, mesmo ele tendo algumas dificuldades, é sensível e pouco independente, não intende
muito bem português, mas aprende depressa e gosta disso. Não gosta de partilhar o seu
marial, partilhando só com a sua irmã que é de outra turma.

AX. Adora desenhar e adora obter informação, tem um pensamento visual e estético
muito desenvolvido é bastante sensível e gosta de cooperar com a professora titular, é muitas
vezes a voz da razão dentro da sala, servindo de consciência para as ações dos outros. Gosta
de ter a sala sempre limpa e promove esse gosto nos outros. Tem algumas dificuldades de
aprendizagem, mas é esforçada para as superar, tem uma família muito presente que a ajuda.

Caracterização do Ambiente Educativo

A escola de 1º Ciclo onde estou inserido não se rege por um modelo pedagógico fixo,
os professores são livres de escolher e adequar o modelo que mais se identificam, não sendo
assim obrigatório a utilização de uma metodologia especifica. Em conversa com a professora
cooperante P. foi identificado que esta utiliza várias abordagens educativas abertas, flexíveis
e enriquecidas para o contexto de 1ºciclo, tentando fugir ao modelo tradicional que ainda
está muito presente na prática desta escola.

Sendo esta uma escola TEIP é muito importante a estimulação destas crianças para
a aprendizagem ativa, e não uma aprendizagem homogénea tal como Saviani (2008, p.18)
critica os Modelos Tradicionais de Ensino, referindo que este tipo de escolas que usam este
modelo planificam aulas padronizadas e extremamente expositivas, enquanto os alunos
disciplinadamente devem segui-lo, de forma a serem capazes de resolver os exercícios
propostos.

Neste raciocínio Paulo Freire (2010) entende este tipo de prática como uma opressão,
fazendo com que os professores sejam o centro da aprendizagem e não o aluno,
preocupando-se somente com o resultado final e na passagem de conteúdos para que crianças
adquiram as competências para transitar para o 2º ciclo.

Relativamente a esta professora e a sua forma de trabalhar, esta tenta ao máximo


oferecer uma educação instigadora, estimulante, provocativa, dinâmica desde o começo e
em todos os níveis de ensino tal como nos refere Moran (2018).

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A professora tenta assim “inovar” recorrendo às necessidades de cada criança de
modo a que o que esteja a ser ensinado seja relevante, tendo em conta o contexto das
crianças.

Segundo Alfredo Hernando (2016) a escola é um centro para que se possa aprender
e desaprender, onde muitas das vezes o aprendiz é o professor e o professor é o aprendiz. As
escolas servem para por em prática ideias inusitadas testar, equivocar e voltar a tentar, porque
é nelas que cabe o mundo todo, principalmente aquele que não foi aceite em instituição
alguma.

Metodologia de Trabalho de Projeto


Este surge a partir do método ensino aprendizagem, com Killpatrick (1918), sendo
ao longo do tempo enfatizado na educação escolar e inserindo-se em vários modelos
pedagógicos, aparecendo como um rompimento com o modelo pedagógico linear e
unidirecional que carateriza a transmissão de conteúdo, por ser pouco interativa e
desestimulante para os alunos.

Segundo Ferreira (2008, s/p) o trabalho de projeto é uma: “forma de conceber, de


organizar e intervir no processo de ensino-aprendizagem por projetos pedagógicos”.

Estes que surgem de interesses e das necessidades dos alunos e/ou sociais,
independentemente dos modelos curriculares adotados pelas escolas, acredita-se que uma
metodologia comum de trabalho de projeto em sala de atividades, poderá antecipar,
desenvolver e estimular os processos de aprendizagem e co-construção de do conhecimento.
(Katz e Chard, 1997, 2009)

É importante referir que segundo o Trabalho de Gama e Rangel (2004) este


tipo de trabalho demonstra como é possível a introdução da articulação de forma comum nos
diferentes ciclos e níveis educativos, insistindo assim na aprendizagem em espiral de Bruner
que segundo Roldão (1994, p.63) nos diz que a mesma é caraterizada através do
desenvolvimento dos estádios, sendo que destes se adapta estratégias de ensino, às diferentes
maneiras como as crianças vêm o mundo em diferentes idades.

Marques (2002) refere que as crianças possuem quatro caraterísticas congénitas, às


quais chamam de predisposições: a curiosidade caraterística que define o ser humano; a
procura de competência; que surge quando as crianças tentam imitar os mais velhos de

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maneira a recriar comportamentos e competências; a reciprocidade necessidade de cooperar
ativamente com os outros de maneira alcançar objetivos comuns; e a narrativa que se entende
como a predisposição de criar relatos das suas experiencias aos outros.

Neste modelo de aprendizagem, a criança é considerada o protagonista do seu


próprio conhecimento, um investigador que conduz as suas próprias pesquisas e cria os seus
próprios trabalho sendo este o foco principal da abordagem, tornando-se assim autónomo e
hábil para gerenciar o seu próprio o seu próprio processo de aprendizagem. (Vasconcelos,
2012, p.113).

Peças (1999, p.58) refere que o projeto

(...) surge como sentido, como cultura, e esse sentido é o de organizar o olhar, a escuta,
as energias, sujeitos e as aspirações que são sempre necessidade de desenvolvimento
inter e intrapessoais. Projetos que comprometem, descobrem os obstáculos e procuram
os meios de vencer. Esta cultura de projeto remete ao ato de educar para outro
paradigma: já não transmissão de informação sem ligação com o vivido, mas aprender
como meio de compreensão e de ação sobre quotidianos, orientado para a resolução dos
problemas e das dificuldades, provocando novas e mais intensas questões para nos
fazermos todos (educadores e educandos, animadores e animados) mais cultos e
melhores cidadãos.

Relativamente aos projetos e tendo como base o documento do Ministério de


Educação de 1998, é possível observar que a duração de um projeto pode variar de acordo
com os interesses das crianças e da frequência em que estas o realizam.

Um projeto normalmente está dividido em quatro fases distintas que compõe o


processo de realização de um projeto. Segundo Katz, Ruivo, Silva e Vasconcelos (1998) ou
Vasconcelos, Rocha, Loureiro, Castro, Menau, Sousa, Hortas, Ramos, Ferreira, Melo
Rodrigues, Mil-Homens, Fernandes e Alves (2012)

1. Definição do problema – fase em que surge o problema ou as questões que as


crianças querem investigar, define-se as dificuldades a resolver e o assunto que se
quer estudar. Partilham-se saberes que se possui sobre o assunto; conversa-se em
grande e pequeno grupo; as crianças desenham, esquematizam. (Munari, 1982, in
Katz, Ruivo, Silva e Vasconcelos (1998, p.139) Nesta fase surge as teias iniciais que
serão auxiliadoras para fase seguinte do projeto.

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2. Planificação e desenvolvimento do trabalho – Refere que a raiz da palavra linear
apontando para a flexibilidade e multiplicidade de possibilidades sendo nesta fase a
elaboração de mapas conceptuais; teias como linhas de pesquisa; por onde começar;
como se vai fazer; dividem-se as tarefas propostas: quem faz o quê? Organizam-se
os dias, as semanas; quem pode ajudar: pais, professores de diferentes níveis
educativos.
3. Execução – Fase em que as crianças pesquisam, fazendo o tratamento de informação
do que queriam pesquisar, escrevendo por suas palavras e organizando a informação
segundo o tipo de produto escolhido pelo grupo para apresentarem à turma. É um
momento de trabalho autónomo em pequenos grupos, criados pelas mesmas. Nesta
fase desenham, tiram fotografias, criam textos, fazem construções. Aprofundam a
informação obtida, discutindo, representando e contrastando com as ideias iniciais:
“o que sabíamos antes”; “o que sabemos agora”; “o que não é verdade” p.16;
4. Divulgação/ Avaliação – “Fase da sociabilização do saber, tornando-o útil aos
outros: as salas ao lado, o 1º ciclo no seu conjunto, o agrupamento as famílias, a
comunidade envolvente... Expõe-se uma sistematização visual dom trabalho nos
átrios de entrada e nos corredores, elaboram-se álbuns, portefólios, divulga-se.”
“Avalia-se o trabalho, a intervenção dos vários elementos do grupo, o grau de
entreajuda, a qualidade da pesquisa e das tarefas realizadas, a informação recolhida,
as competências adquiridas.” p.17

É importante que se crie num projeto uma transversalidade e articulação curricular


tal como Fthenakis (2002) diz-nos que a articulação implica reforçar as competências a
aprender, aprendendo como as organizar dentro do seu próprio conhecimento e usá-las na
resolução de problemas e em situações de responsabilidade social, intendendo que um
projeto não pode existir sem articulação entre saberes e por consequência o seu
aprofundamento.

Assume-se assim segundo Vasconcelos (2012) um projeto como um sistema aberto


que permite proporcionar pontos de crescimento no trabalho articulado entre disciplinas,
promovendo assim novo conhecimento que é necessariamente transdisciplinar.

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Plano de Intervenção Educativa
Definição do problema
Na primeira manhã de estágio dentro da prática de metodologia em projetos, realizei
um pequeno consórcio na sala de aula de maneira a perceber qual seriam as motivações e
gostos das crianças que teria de trabalhar dentro deste semestre. Não encontrando nenhuma
pergunta suficientemente desafiadora e do interesse do grupo, começaram a trabalhar dentro
da componente curricular do Português um texto de poético que falava sobre um a Cação e
um peixinho (Figura 1- Possíveis Perguntas de Partida), integrado no seu manual. Após
leitura e interpretação do mesmo uma das alunas D. surgiu com a questão “como é que
nascem os cações?”, esta fez com que toda a turma começasse a questionar sugerindo que
este fosse o ponto de partida para o nosso projeto.

Figura 1- Possíveis Perguntas de Partida

Segundo Katz e Chard, (1997) um projeto é um estudo aprofundado sobre


determinado tópico assumido em grupo que implica a participação e envolvência de todos
os participantes, envolvendo pesquisa no terreno, tempos de planificação e intervenção com
a principal finalidade de responder aos problemas que são encontrados pelo caminho. Este
parte segundo Katz, Ruivo, Silva e Vasconcelos (1998) de um ponto de partida, de um
problema que se quer ver respondido ou de apenas uma curiosidade, desencadeando um
processo de ações de modo a alcançar os objetivos pretendidos.
Assim tendo surgido a situação desencadeadora, foi estimulado o diálogo com as
crianças de maneira a perceber se realmente tinham curiosidade em aprofundar o seu
conhecimento em relação ao tópico “Cações” e tudo o que poderia estar relacionado. Pois
segundo Niza (2005) apesar das crianças construírem as suas aprendizagens e o seu
conhecimento autónomo e em interação, cabe ao professor coordenar e orientar o grupo,
intervindo sempre que considere pertinente ou quando estes necessitam de apoio.

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Como estagiário também considerei um problema interessante com excelentes
possibilidades de aprofundamento para o desenvolvimento de trabalho em projeto. Assim
evidenciando o interesse ao tópico começámos a fase de planificação do projeto.

Planificação e desenvolvimento do trabalho


Segundo Rinaldi, in Edwards, Gandini e Forman (1999) uma planificação é uma
forma de trabalho que estabelece de uma maneira antecipada os objetivos tanto gerais como
específicos de cada atividade, apresentando assim uma hierarquização desses mesmo
objetivos. Por outro lado, este define também como uma forma de trabalho na qual os
educadores/professores não estabelecem objetivos e as suas intenções para as suas atividades
antecipadamente, em vez disso estes formulam hipóteses daquilo que pode vir acontecer com
base no conhecimento que têm da turma. Formulam assim hipóteses e intenções flexíveis
que se adaptam verdadeiramente às necessidades e interesses das crianças.

Após definido o tópico a investigar, deu-se início à planificação do trabalho. Num


primeiro momento e com base no que as crianças pensavam saber fez-se um primeiro
levantamento criando a primeira de várias teias iniciais (Figura 2- Teia "O que pensamos
saber...").

Figura 2- Teia "O que pensamos saber..."

Durante esta etapa foram promovidas várias discussões com a turma de maneira a
entender as suas preferências e interesses dentro do tópico inicial, realizando assim um
levantamento do que queriam saber (Figura 3- Teia "O que queremos saber?") e do que
gostariam de fazer ( Figura 4- Teia "O que queremos fazer?").

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Figura 3- Teia "O que queremos saber?"

Figura 4- Teia "O que queremos fazer?"

Posteriormente a este momento o estagiário conversou com a turma, no sentido de


perceber onde encontrariam as respostas para as suas questões (Figura 5- Teia "Onde vamos
pesquisar?").

Figura 5- Teia "Onde vamos pesquisar?"

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Destas teias iniciais, a turma realizou as suas próprias de maneira a possibilitar uma
melhor organização e compreensão do caminho a percorrer por eles (Figura 6- Teia
elaborada pelos alunos).

Figura 6- Teia elaborada pelos alunos

Figura 7- Teia Inicial

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Conforme o tópico impulsionador do projeto e a tipologia de atividades a serem
realizadas, a metodologia de trabalho deste projeto centra-se na componente curricular
Estudo do Meio em articulação com outras componentes como o Matemática, Português,
Tecnologias de Informação e Comunicação e Educação Artística nas vertentes Artes visuais,
Expressão Dramática e Música.

Fase do
Semana Atividades
Projeto
20 a 24 de - Apresentação e objetivo da presença do estagiário na sala;
Março - Criação de um concelho de turma para aferir uma pergunta
Definição do
de partida;
Problema
- Criação de uma pergunta de partida;
-Diálogo com o grupo sobre a pergunta de partida.
27 a 31 de - Começo da criação de teias iniciais;
Planeamento Março - Continuação da criação de teias iniciais;
- Diálogo com o grupo sobre atividades a desenvolver.
17 a 21 de Abril - Criação de teia de atividades;
Planeamento/
- Criação de grupos e início de pesquisa;
Execução
- Continuação da pesquisa.
Execução 24 a 28 de Abril - Continuação da pesquisa.
1 a 5 de Maio - Análise e divisão de trabalho;
- Atividade alimentação e começo da criação de uma
Execução
dentadura de um cação;
- Criação do guião para a visita de estudo.
8 a 12 de Maio - Visita de Estudo ao Aquário Vasco da Gama;
- Começo do documentário para as famílias.
Execução - Inicio da construção do guião conjunto para a apresentação
teatral;
- Conclusão da Dentadura.
Execução 15 a 19 de Maio - Intervenção “O Habitat dos Tubarões”
22 a 26 de Maio - Inicio da atividade Morfologia Tubarões e a arte
Execução contemporânea (estátuas e origamis);
- Continuação das atividades anteriores.
29 de Maio a 2 - Conclusão a atividade Tubarões e a arte contemporânea
Execução de Junho (estátuas e origamis);
- Construção do livro.
5 a 9 de Junho - Conclusão do documentário para as famílias.
Execução Exposição dos trabalhos à comunidade.
- Pequena apresentação teatral.
Divulgação/ 12 a 16 de
Avaliação Junho

Tabela 1-Cronograma de Atividades

19
Execução
• Pesquisa

Nesta fase as crianças pesquisam, e fazem o tratamento de dados, foi incentivada a


pesquisa tanto na internet como na biblioteca da escola, foi trazido livros também vindos de
casa para que pudessem explorar todas as possibilidades e que procurassem o material da
melhor maneira possível (Figura 8- Pesquisa).
A pesquisa foi feita em duas fases, uma em grande grupo de maneira a encontrarem
respostas mais generalizadas ao que “pensavam saber” e posteriormente em pequenos grupos
numa pesquisa mais aprofundada em certos e determinados tópicos. Com isto, todos
retiverem um conhecimento geral sobre o projeto, e os grupos que efetuaram pesquisas mais
profundas sobre determinados tópicos tornaram-se “especialistas” para o resto da turma
dentro do assunto pesquisado, sendo uma mais valia, nas intervenções de consolidação de
conhecimento articuladas com as componentes curriculares. Um dos pontos mais
importantes desta pesquisa foi a resposta à pergunta inicial de “Como nascem os cações?” e
o significado de Cação como um termo usado em Portugal e no Brasil para denominar
algumas espécies de tubarão que são pescadas para alimentação.

Figura 8- Pesquisa

§ Análise e Divisão do Trabalho

A primeira atividade e desafio para uma turma que nunca trabalhou em Metodologia
de Projeto foi a análise e divisão do trabalho realizado em sala. Num primeiro momento foi
observado que todos recolheram bastante informação, tanto no tópico geral como também
dentro dos subtópicos pesquisados em grupo (Figura 9- Análise e Divisão do Trabalho).

Esta atividade tinha como objetivo a mobilização de conhecimentos sobre o tópico


na componente curricular Estudo do Meio, com a Oralidade e Leitura no Português, sendo

20
que estes tinham de articular estas áreas para formar discursos de maneira a sintetizar todo
o conhecimento aprendido nas pesquisas e conseguir partilhá-lo para o resto da turma,
promovendo assim a cooperação de conhecimento.

Figura 9- Análise e Divisão do Trabalho

§ Criação de uma dentadura de Cação/Tubarão

Durante a pesquisa revelou-se que Cação não passava de um sinónimo para tubarão,
usado para fins comerciais por ser mais fácil a venda destes animais com esta nomenclatura,
do que com o nome comum a que são conhecidos.

Assim nas várias formas e feitios das 375 espécies de tubarão conhecidas pelo
homem, foi preparada uma atividade dedicada apenas à sua alimentação, nesta planificação
foi importante selecionar tubarões que a turma pesquisou anteriormente para durante a
atividade os reconhecerem, construindo em conjunto novo conhecimento.

Dentro dos vários tipos de dentição identificaram que nem todos os tubarões comem
peixe e carne, mas que existe dentições próprias para tubarões omnívoros, carnívoros e
piscívoros. Foi criado nesta atividade espaço para que o grupo se encarregou da pesquisa e
seleção de informação deste tópico fosse orientado a explicar os conceitos à turma, sendo
que o estagiário apenas orientou os discursos.

Por fim e como consolidação decidiram escolher dois tipos de dentição e alimentação
de tubarões para materializarem o seu conhecimento numa maquete, respeitando as
caraterísticas de cada tubarão escolhido. Todo o processo de construção foi realizado em
perfeita cooperação, logo na divisão de trabalho, cada um escolheu os seus pontos fortes
para ajudar mais efetivamente na dinâmica (Figura 10- Criação da Dentição).

21
Figura 10- Criação da Dentição

§ Guião de Visita de estudo e História do Rei D. Carlos

Esta atividade tinha como principal função a descoberta e consolidação da ligação


que Portugal tem com o mar juntando assim as componentes do Estudo do Meio e Português.
Assim foi proposto à turma uma pequena pesquisa sobre o AVG de maneira a planearmos a
nossa visita de estudo em conjunto ao aquário (Figura 11- Visita de Estudo). Durante a
preparação descobriram que este Museu tinha uma profunda relação histórica,
nomeadamente com um dos reis de Portugal, D. Carlos I, aprofundando os seus
conhecimentos sobre este, não só como um rei, mas um cientista que deu o seu contributo
para o conhecimento científico na descoberta e pesquisa da fauna marinha em Portugal,
“nunca pensei que um rei fizesse estas viagens – DU.”

Além desta primeira parte a visita foi importante para que o grupo tomasse
consciência do conhecimento que já possuía e a descoberta de novos tubarões e novo
conhecimento.

Figura 11- Visita de Estudo

22
§ Teatro

O teatro foi uma atividade bastante interessante neste projeto, tendo como objetivo
materializar o conhecimento dos tópicos em outras atividades e intervenções para o guião
que foi criado em conjunto. Assim sendo a criação de personagens e ações para este pequeno
exercício de expressão dramática surgiu de um pequeno consorcio, no qual foi questionado
o que gostariam de interpretar durante a apresentação ao publico. As respostas e escolhas
foram bastante interessantes pois demonstravam um grande conhecimento científico.

Notas de campo

V. – “Treinador de Tubarões” Descoberta que existe treinadores nos


aquários que estão encarregues de tratar da
S. – “Treinador com bigode.”
alimentação dos tubarões.
F. – “Quero ser atacado por tubarões” Surge da intervenção sobre ataques de
tubarão.
E. – “Quero ser o tubarão que fica confuso Intervenção sobre ataques de tubarão e
e ataca.” como nos podem confundir com as suas
presas habituais.
D., B., A., ED., - “Vários tipos de tubarão Intervenção sobre os ataques e seus
que não atacam os seres humanos” habitats, reforçando a vida em harmonia
com os seres humanos.
S., D., N., B., - “Queremos ser sereias” Neste caso a integração destas personagens
não derivou de nenhuma ação relativa aos
tubarões, mas sim, de uma parte mais
criativa.

Durante algumas sessões foi experimentado vários exercícios dramáticos com a


finalidade de transmitir a sensações ao publico como nadar, comportamento de tubarões na
água e criação de pequenas expressões para os treinadores, lavando assim a um pequeno
exercício que seria apresentado na comunicação do projeto.

§ Habitat dos tubarões

Atividade surge do conjunto de perguntas iniciais realizadas na construção do projeto


tendo não só, como principal objetivo, o encontro de respostas às questões iniciais por parte
das crianças, mas também a integração de questões matemáticas, nomeadamente a

23
Resolução de Problemas, Questões Estatísticas, Recolha de Dados e Representações
Gráficas. A intervenção foi especificamente pensada para tirar o máximo partido das
informações pesquisadas em relação aos diferentes tubarões e seus habitats criando uma
relação direta entre as componentes curriculares a serem dinamizadas. Dentro da atividade
os alunos partilharam e articularam os seus saberes matemáticos com conteúdos reais sobre
várias questões abordadas nesta atividade, como ataques de tubarão, destruição do seu
habitat e sua localização geográfica no mapa, através de dinâmicas imersivas em que estes
eram os protagonistas dos problemas apresentados para as construções gráficas e questões
estatísticas.

§ Morfologia e arte Contemporânea

Esta atividade foi escolhida para ser uma das últimas a ser realizada, pois durante
todo o processo de pesquisa, e em todas as outras atividades foi indiretamente mais
trabalhada. Desde os sentidos para a capturar presas, nos ataques de tubarão e tipos de
alimentação e dentição, até aos habitats e a perda dos mesmos, e a captura desenfreada de
tubarões por causa das suas barbatanas. Tudo isto foi abordando indiretamente as partes
constituintes de um tubarão ao longo do processo.

Para ligar este tópico a uma atividade foi abordado dois artistas plásticos Robert
Longo e Erick Wilson que têm o seu trabalho reconhecido pintando tubarões ou vida marinha
criando assim duas telas com tubarões desenhados.

§ Documentário audiovisual

De todas as atividades esta foi uma das mais complexas a serem realizadas. Sendo a
premissa do Trabalho em Metodologia de Projeto a participação ativa dos alunos no decorrer
do processo a criação de um documentário foi realmente desafiante.

Vários grupos foram criados para selecionar imagens e pequenos vídeos de tubarões
e assuntos abordados em todo o projeto para que depois com a orientação do estagiário e da
restante turma organizássemos todo o material.

Foi solicitado que todos os alunos participassem nesta atividade e tivessem alguma
coisa a dizer para ser colocada no documentário, mas com greves e alguns problemas de

24
leitura e faltas foi decidido em concelho de turma, que apenas 4 pessoas iriam ler/ decorar o
texto para documentário, não sentindo a necessidade de todos estarem inseridos na locução
pois tinham plena noção da sua participação neste projeto.

Divulgação
Nesta fase da sociabilização do saber a turma quis chegar a toda a escola, ao jardim
de infância, aos encarregados de educação e à comunidade envolvente. Foi requisitado à
Junta de Freguesia de Carnide o seu grande auditório, Centro Cultural de Carnide (C.C.C)
para que fosse possível comunicar ao maior número de pessoas.

Foram realizados e enviados convites para os encarregados, uma sala de jardim de


infância, a Junta de Freguesia e Direção da escola de maneira a que conseguissem estar
presentes numa das nossas divulgações. Para os colegas e comunidade escolar do 1º ciclo,
foi-se diretamente às salas realizar o convite, pois consideramos importante partilhar
segundo Edwards et al. (1999) esta experiência como uma espécie de celebração para todos,
dando a conhecer o que foi conquistado e apreendido durante o projeto impulsionando outras
turmas a fazerem o mesmo, criando assim uma possível teia de aprendizagens ativas.

O C.C.C foi preparado para que na entrada estivesse uma pequena exposição com
todos os trabalhos realizados ao longo do projeto, o livro, os quadros, e os dois moldes de
dentadura de tubarão. Na entrada de público foi também criado através de um vídeo
mapeamento um ambiente relaxante com ondas e uma música a acompanhar. De seguida foi
apresentado pela turma todo o percurso do projeto e visualizado o documentário realizado,
seguido de uma pequena apresentação de expressão dramática, acabando num momento
musical (Figura 12- Apresentação do documentário na comunicação).

No fim terminaram com uma vénia de agradecimento e convidaram todos os


espetadores para uma conversa sobre tudo o que tinham assistido.

25
Figura 12- Apresentação do documentário na comunicação

Objetivos do projeto
Os objetivos gerais deste projeto são:

• Promover uma Metodologia de trabalho de grupo participativa;


• Desenvolver o interesse pela natureza com conteúdos dos vários domínios
curriculares, promovendo o trabalho cooperativo e envolvimento das
famílias/comunidade escolar;
• Mobilizar saberes de forma adequada em contextos diversos;

Os objetivos específicos são:

• Conhecer como “Nascem os Cações?”;


• Introduzir pesquisa e seleção de informação autónoma;
• Ampliar o conhecimento sobre os tubarões e a sua importância no
ecossistema;
• Desenvolver o interesse por outras áreas curriculares através do trabalho em
projeto;
• Desenvolver a curiosidade entre o mundo natural e a sociedade;
• Potenciar a intervenção artística no 1º ciclo, vivenciando e fruindo momentos
significativos com diferentes componentes curriculares dentro da Educação
Artística (Artes Visuais, Expressão Dramática/Teatro, Música).

26
Narrativas Reflexivas

Duas Primeiras Semanas (19 a 25 de Março e 26 de Março a 1 de Abril)

Durante estas duas primeiras semanas tive bastante nervoso, estava com receio de
não chegar a uma pergunta de partida com as crianças onde estou inserido, foi imprescindível
as aulas lecionadas em Projetos e toda a orientação das professoras para conseguir finalmente
perceber a melhor maneira de observar e intervir de modo arranjar uma questão pertinente
de partida, ou problemática para começar a dar andamento ao projeto e às respetivas fases
do mesmo pois segundo Lopes da Silva (2016, p.9):

O reconhecimento da capacidade da criança para contruir o seu desenvolvimento e


aprendizagem supõe encará-la como sujeito e agente do processo educativo, o que
significa partir das usas experiências e valorizar os seus saberes e competências
únicas, de modo a que possa desenvolver todas as suas potencialidades.

No primeiro dia foi-me dada a possibilidade de intervir realizando um consórcio/


concelho que segundo Serralha (2007) (Figura 13- Consórcio) é o principal motor das
transformações, ajudando a evoluir os alunos, dando a possibilidade de uma reflexão
cooperada sobre as mesmas em coletivo, ajudando a construir a sua relação com os outros,
tornando-se cada vez melhores pessoas, num esforço coletivo para a construção de um
mundo mais justo e de maneira a obter uma pergunta de partida.

Figura 13- Consórcio

Dentro desta conversa foi interessante como todos muito entusiasticamente tinham
algo para dizer, pois claramente não estavam habituados a este tipo de dinâmica, sendo
questionado o que queriam descobrir, o que gostariam de aprender, as suas curiosidades, não

27
querendo dizer com a afirmação que as suas dúvidas não fossem respondidas diariamente
pela professora.

Com isto reforço a importância na comunicação entre crianças e professora num


processo verdadeiramente democrático dando voz às crianças.

Neste primeiro momento de partilha, claramente verifiquei que muitas das partilhas,
partiam de temas e não de perguntas que queriam ser respondidas, e só depois de ditos alguns
temas é que que aos poucos começou a surgir perguntas especificas sobre os mesmos ou
relacionadas de alguma maneira. Achei este fenómeno/processo bastante interessante, pois
foi assim que cheguei a algumas das questões de partida (Figura 14- Perguntas de partida
no quadro).

Nota de campo
E. – Vulcões, Naves Espaciais; Eletricidade; Aerodinâmica; Pedras; Sobre minas
(tipos de solo); Navios de guerra; Espécies de cobras; Luz e eletricidade;
DU. – História; Flores; Dinossauros (Ainda existem familiares vivos?);
Química; Planetas; Aprender sobre gatos; aprender inglês; aprender sobre o
oxigénio, porque há guerra?
D. – Histórias; limpar o mar; Artes e pinturas; Obra e construção; Astronautas;
golfinhos;
A – Aprender sobre mecânica; qual a temperatura do solo? Quanto tempo
sobreviveríamos noutro planeta? Tipos de cães;
AX. – Natureza e animais; aprender sobre o espaço;
SS. - Experiências; aprender sobre as árvores (As árvores são as mesmas dos
tempos dos dinossauros?
B. – Aprender sobre o lixo; Minhocas;
G. – Porque batemos nas pessoas? Cuidar de animais;
A. – Tipos de tubarão; como seria o sol noutros planetas?
DL. – Como nasce o marisco?
GL. – Como nascem os caranguejos?

Sublinhado – Possíveis perguntas de partida

Figura 14- Perguntas de partida no quadro

28
Apercebi-me que as suas primeiras escolhas têm normalmente origem nos seus
gostos pessoais, ou de matérias que foram recentemente lecionadas, pelo menos no contexto
onde estou inserido. Considero dentro da minha futura profissionalização importante
trabalhar aspetos que sejam relevantes para as crianças para que estes gostem efetivamente
de aprender e de ir à escola, ainda mais em contextos como este tipo de escola TEIP em que
abstinência escolar é bastante elevada, sendo da responsabilidade do professor trazer
materiais que sejam motivadores no gosto pela aprendizagem.

Segundo Lopes da Silva, (2016, p.31) as novas orientações curriculares são claras
que as crianças têm um grande interesse de explorar e compreender dando lugar à sua
participação ativa no desenvolvimento em projetos de aprendizagem, mobilizando várias
áreas de conteúdo.

Depende de nós auxiliar na diminuição do ciclo de pensamento de pobreza,


pensamento este que muitas famílias menos favorecidas relacionarem o seu futuro revendo-
se no dos pais, começando nas crianças e seguindo pelos pais.

Seguidamente ao concelho a turma começou a realização de atividades de Português,


sendo que nesta estava inserido um texto poético sobre um peixe e um cação. Durante a
análise do texto que referia a história de um peixinho e um Cação a D. perguntou “O que era
um Cação? E como nasciam os cações?”, criando assim a pergunta que viria ser
impulsionadora para o início do nosso projeto.

Tendo já a pergunta de partida, a continuidade no levantamento de questões foi


bastante mais fácil, tal como a construção das teias iniciais que iriam ficar expostas na sala,
tudo isto foi possível neste curto espaço de tempo devido a ser um grupo bastante
participativo e devido a ter uma grande vontade concretizar um projeto. Quero acrescentar
que todo este processo também tem sido mais eficaz, devido à relação existente entre o
grupo/estagiário e por ser dispensada sempre uma hora ou mais na parte da manhã para a
concretização do projeto.

Neste momento ficámos na distribuição de tarefas para dar início à parte de pesquisa
começando assim a surgir a 3ª fase na parte de Metodologia de Projeto.

29
Terceira Semana (16 a 22 de Abril)

Depois de um período de duas semanas sem aulas devido à interrupção letiva da


Páscoa e estando todos bastante entusiasmados para recomeçar o nosso projeto, foi sugerido
por eles a construção de uma maneira mais criativa das teias iniciais construídas em sala, de
modo a todos terem consciência do caminho a percorrer para responder às mais variadas
questões sugeridas pelo grupo. Seria também uma maneira divertida de relembrar sem que
fosse necessário um diálogo extenso, tornando-os assim principais atores do seu projeto e do
caminho por eles traçado, tal como refere (Boutinet, 1996) (Cortesão, Leite & Pacheco,
2002) um projeto articula intenções/problemas do interesse dos alunos e ações planificadas
e desenvolvidas pelos mesmos em cooperação.

Durante a criação destas teias iniciais, foi interessante observar a dificuldade que
algumas crianças têm dentro deste contexto quando os “liberto” para criarem livremente o
que desejam, observando dificuldade em arranjar soluções que fujam da norma a que estão
habituados a realizar dentro da sala de aula. Reforço mais uma vez a importância de dar às
crianças abertura e liberdade dos seus próprios pensamentos e das suas criações, não
formatando ou diminuindo a sua criatividade tal como Niza (2005) refere que a natureza
criadora deste tipo de atividades assegura um estatuto desalineador enquanto expressão
humana de emancipação e de desenvolvimento, criando um desejo ou prazer incorporado
num trabalho intelectual originando o caminho da iniciação à cultura Virtual da escrita e
produção de obras cientificas ou artísticas que se requerem num trabalho em projeto.

Após construção das teias criadas pelo grupo e exposição nas paredes da sala, deu-
se início ao desenvolvimento do projeto, neste comecei por formar grupos de interesse
relativo às questões propostas por eles nas teias. Nestas primeiras pesquisas foi interessante
como parte dos grupos estava verdadeiramente empenhado na pesquisa, o que levou a muitas
trocas de informação entre estes de maneira a que todos conseguissem responder e
aprofundar as respostas às perguntas que tinham à sua frente, sendo este um bom indicador
do trabalho verdadeiramente cooperativo seguindo a metodologia de trabalho por projeto
pois segundo Cortesão, Leite e Pacheco (2002) e Ferreira (2009) estes aprendem
verdadeiramente a comunicar através da realização de projetos e da construção conjunta das
suas próprias aprendizagens aos colegas.

30
Nota de campo
Grupo do DU. – “Encontrei algo sobre os olhos dos tubarões!”
Grupo da D. – “Boa! Podes passar o link?”
Ou
Grupo E. – “Sabiam que o nome Cação é um termo comum para tubarão ou raia?”

Este momento de pesquisa foi também importante pois ajudou a consolidar alguns
domínios relativos às TIC – Tecnologias de informação e Comunicação nomeadamente no
domínio de Investigação e Pesquisa e no de Comunicar e colaborar. A internet é segundo
Cruz (2010) uma boa base para o trabalho de investigação tanto para a pesquisa como para
a disseminação de informação sendo encorajado o seu uso de forma responsável, pois como
sabemos esta não é isenta de riscos sendo importante minimizar os riscos através do olhar
atento dos pais, educadores, professores e responsáveis de sistemas informáticos das escolas.

Quarta Semana (23 a 29 de Abril)

No decorrer desta semana continuou-se a realizar a pesquisa em pequenos grupos


dentro da sala, a mesma foi reorganizada de maneira a que conseguissem trabalhar melhor
em cooperação não só durante o período em que estão em trabalho de metodologia de
projeto, mas também ao longo das aulas.

Durante o período de pesquisa tentei ao máximo não interferir com os grupos,


intercedendo apenas quando solicitado pelos mesmos. Durante este processo como
anteriormente já tinha mencionado, fizeram perguntas, pediram auxílio na pesquisa e
ajudaram-se mutuamente. Tal como refere Niza (2005) é com este tipo de trabalho de
projetos cooperativos que as crianças aprendem a escutar, a dividir tarefas, a assumir
compromissos, a solicitar ajuda e a partilhar as suas dúvidas e saberes.

Em determinado momento começaram a dispersar referindo que tinham concluído a


sua pesquisa. Esse foi o instante em decidi dar uma vista de olhos mais incisiva aos produtos
pesquisados, tomando consciência de uma grande dificuldade em recolha e organização de
informação por parte das crianças.

Com isto, questionei-me, se a recolha de informação tinha sito mal gerida, ou seja,
estaria confusa no papel, mas eles saberiam situar-se e explicar o que estava nos seus
cadernos, mas o que se veio a confirmar foi que estes se perdiam no que tinham escrito.

31
Neste dia, fiquei bastante frustrado com tudo o que tinha acontecido culpando-me
por não ter antecipado e questionado cada grupo do que estavam a escrever durante a
pesquisa. Lendo os produtos finais mais atentamente consegui com alguma dificuldade
identificar a informação pesquisada, mas com pouca organização na esquematização dos
resumos.

Obrigando-me a repensar uma melhor estratégia para estas crianças de maneira a que
conseguissem tirar mais benefícios das suas pesquisas.

Criei alguns cartazes e escrevi as perguntas de partida em folhas (imagem xx) e


entreguei aos grupos de maneira a que respondessem diretamente na folha, recomeçando a
pesquisa e reorganizando algumas informações que tinham sido recolhidas durante o
momento de pesquisa anterior.

Segundo Peças (1999, p.58) os projetos que comprometem, descobrem os obstáculos


e procuram meios de os vencer. Esta cultura de projeto remete ao ato de educar para um
outro paradigma: já não transmissão de informação sem ligação com o vivido, mas o
aprender como meio de compreensão e ação sobre os quotidianos, orientado para a resolução
dos problemas e das dificuldades, provocando novas e mais intensas questões para nos
fazermos todos (educadores e educandos, animadores e animados) mais cultos e melhores
cidadãos.

Quinta Semana (30 de Abril a 6 de Maio)

A semana foi bastante interessante, a execução de um projeto é sempre um desafio.


Articular componentes do currículo e os diferentes domínios para uma aprendizagem
completa onde predominem metodologias ativas e estratégias para que os alunos consigam
atingir os objetivos propostos por eles, e também do estagiário que as orienta. Neste contexto
de metodologia de projeto é importante que um professor não seja transmissivo, sendo
importante abandonar comportamentos passivos e caminhar para intervenções mais
criativas, pois não é só preparar bem a matéria ou tópicos que vamos abordar, mas sim a
forma como comunicamos com os alunos e instrumentos que utilizamos. Um diálogo ou um
debate por exemplo pode servir de maneira a que adquiram aprendizagens e perceber se
conseguem alcança-las.

Tozetto e Souza (2011, p. 5882):

32
O profissional de educação necessita ter uma compreensão do conhecimento em suas
múltiplas dimensões, sendo capaz de construir seu pensamento e suas ações voltadas às
necessidades do seu cotidiano, rompendo com o muro da escola. Ainda, o professor tem
como função primordial incentivar a atividade intelectual do aluno, proporcionar
condições para que ele aprenda e solucione autonomamente os seus problemas.

A semana começou com uma intervenção previamente preparada sobre o


alimentação e dentição dos Cações, tendo como principal objetivo a participação ativa e
passagem de conhecimentos aprendidos no momento de pesquisa ao resto dos colegas pelo
grupo responsável por encontrar respostas às questões do grupo. Foi um momento bastante
interessante, começando por apresentar o tópico, e logo suscitados pelo título o grupo
começou a abordar o assunto e a tentar partilhar os conhecimentos adquiridos na pesquisa,
assim solicitou-se que este interviesse e partilha-se os seus conhecimentos aprofundados
com o resto (Figura 15- Intervenção Alimentação e Dentição). Centrando toda a dinâmica
nos alunos Correia (2012) defende que a turma em cooperação, constitui a estrutura
reguladora da dinâmica de projetos, desde a sua criação até à comunicação do produto final,
transformando assim o individualismo para um compromisso social de construção para
novas aprendizagens, sendo que os projetos implicam uma mudança e um progresso na
aprendizagem.

Figura 15- Intervenção Alimentação e Dentição

Foi importante para o grupo este trabalho cooperativo, pois conseguiram sem nunca
o terem feito e de uma maneira natural, construir, em simultâneo conhecimento
relativamente àquilo que pesquisaram, como também a sua aprendizagem de vida em
comunidade, sendo último bastante importante em escolas TEIP em que existem bastantes
dificuldades económicas e sociais.

Depois desta apresentação deu-se início à construção de páginas para o livro (Figura
16- Páginas do Livro) a ser criado como um dos produtos finais, referindo cada

33
aprendizagem realizada na intervenção descrita, como também o começo da construção de
duas maquetes de dentição de tubarão (Figura 17- Criação da Dentição). Nesta última foi
escolhido dois modelos de tubarão distintos para que depois na divulgação a realizar, se
possa explicar a existência de diferentes tipos de alimentação e fisionomia nos tubarões, o
início da atividade foi surpreendente, a organização da atividade foi automaticamente
organizada por eles, surgindo pela primeira vez um trabalho cooperativo sem que fosse
necessário a intervenção do estagiário ou da professora cooperante.

Figura 16- Páginas do Livro

Figura 17- Criação da Dentição

Outra atividade realizada foi a criação do guião para a visita de estudo ao AVG –
Aquário Vasco da Gama, sendo que na preparação do guião foi necessário voltar a um
momento de pesquisa. Toda a turma concluí-o como sendo um local bastante importante
tendo uma conotação história enorme. É importante referir como todos ficaram admirados
com o ano de construção e fundação do AVG e como este mudou ao longo dos anos, sem
que lhes fosse solicitado pesquisaram mais sobre este rei D. Carlos I e algumas aventuras
que o fizeram tão importante para este museu.

34
Sexta Semana (7 a 13 de Maio)

Em um projeto, a fase de execução, e seu desenvolvimento, é necessário pontos de


situação para que o grupo perceba a sua evolução. É nesta fase que começam a perceber o
“que achavam que conheciam” e passam para um conhecimento mais critico e informado do
que “realmente conhecem” sobre determinado tópico.

Uma das provas visíveis na turma desta fase de execução é a aquisição de novo
vocabulário científico e a autocorreção dos termos do tópico por eles aprendidos.

Nota de campo
DU. – “Cação é um tubarão...”; Interrupção D. – “cação é um termo criado pela indústria
para classificar tubarões e raias”

Através desta observação é possível claramente perceber que já não é necessária a


minha intervenção para corrigir alguns termos, pois eles automaticamente vão corrigindo
conceitos, criando assim uma verdadeira sociedade cultural de cooperação e entreajuda.

Nesta semana realizamos a visita de estudo ao AVG (Figura 18- Visita ao AVG).
Todos estavam previamente preparados com questões para as quais queriam respostas,
salientando mais uma vez a importância da criação do guião, para todos estarem em sintonia
durante a visita. No caminho para AVG tive conhecimento através da professora cooperante
que seria a primeira vez em 4 anos que estas crianças iriam a um museu, tendo como
“consequência” uma enorme vontade de exploração, que algumas vezes divergiu a atenção
do verdadeiro motivo da visita. Foi claramente importante a preparação por parte do
estagiário, o reconhecimento feito no museu antecipadamente à realização da visita, para que
conseguisse dinamizar da melhor maneira possível a visita, potencializando, não só, as
respostas que estes procuravam, mas também, suscitando a novas descobertas e consolidação
de conhecimentos adquiridos até agora no projeto.

35
Figura 18- Visita ao AVG

No resto da semana foi iniciada a construção do guião do teatro para apresentação


do projeto, sendo que no consórcio realizado para a construção de personagens o grupo
demonstrou um enorme conhecimento científico.

Nota de campo
V. e S. – “Treinador de tubarões com Descoberta realizada que nos aquários
bigodes.” treinam os tubarões para alimentação.
F. – “Quero ser atacado na praia.” Ocorrência que ocorre porque os tubarões
confundem banhistas, surfistas com as suas
presas naturais, como focas e leões
marinhos.
B. – “Assistente de treinador” Apoio na observação e comportamento de
tubarões.
D., B., A., e E. “Nós vamos ser os tubarões” Tubarões escolhidos, são os estudados por
eles em projeto.

Foi também concluída a primeira maquete sobre os vários tipos de dentição dos
tubarões, trabalho que deixou a turma ainda mais entusiasmada para continuação deste
projeto e ansiando pela próxima atividade.

Sétima Semana (14 a 20 de Maio)

A sétima semana de estágio foi incrivelmente gratificante, dentro do projeto


arquitetado pelas e com as crianças, sobre os cações dinamizou-se a consolidação de um dos
tópicos que estes queriam ver respondidos nas suas teias. Criou-se toda uma sessão dedicada
a este tema, tive o cuidado de não dispersar muito o conhecimento pois existe mais de 375
espécies de tubarões conhecidas pelo homem, focando o estudo e o conhecimento para as
principais 8 espécies pesquisadas por eles. Foi até ao momento uma das mais desafiantes

36
sessões perante este grupo de crianças, pois contava com a articulação direta na componente
Matemática nomeadamente na recolha de dados e Representações Gráficas.

A primeira parte da intervenção centrava-se mais no espaço geográfico que as


diferentes espécies ocupam, dinâmica que teve apoio na sua divulgação à turma pelas
crianças que realizaram o trabalho de pesquisa sobre o assunto (Figura 19- Sessão Habitat).
Nesta intervenção foi observável a facilidade com que o conhecimento e os instrumentos
reguladores de cooperação entre a própria turma vão surgindo, na medida em que estes se
vão ajudando naturalmente na construção de conhecimento. É de referir que a turma, que
nunca trabalhou em verdadeira metodologia de projeto se observada no momento, passaria
por uma, que, já realizasse este tipo de metodologia há algum tempo.

Figura 19- Sessão Habitat

“O conhecimento se constrói pela consciência do percurso da sua própria construção:


os alunos caminham dos processos de produção integrados nos projetos, para a compreensão
dos conceitos e das relações” (Niza, 1998 p.95)

Toda esta primeira parte correu bastante bem, e a participação e empenho foi bastante
positivo, até mesmo por algumas crianças que geralmente não se ligam tanto durante uma
aula.

Nota de campo
F. – “Se formos dar uma volta de barco em Portugal nunca vamos encontrar tubarões
tigres”

E. – “Mas podemos ir dar uma volta de barco e ver um tubarão branco pois habitam todos
os oceanos”

S.A. – “Podemos sempre ir ver os Pata-Roxa na nossa costa e dar-lhes festinhas, como
no AVG”

37
Dentro ainda desta dinâmica foram visionadas uma serie de fotos de tubarões no seu
habitat natural, surgindo o próximo tópico sobre ataques acidentais e destruição do seu
habitat.

Estes últimos tópicos foram o mote para a realização da segunda parte articulada
com o domínio da Matemática revendo a moda, média e a frequência absoluta (Figura 20-
Problemas Com Tubarões), (Figura 21- Problemas Com Tubarões). Foi nesta parte da
intervenção que realmente começou a ficar desafiante, não por ter de articular os vários
conteúdos, mas sim para lhes explicar e consolidar as aprendizagens que estavam a ser
dinamizadas. Foram usadas várias formas para consolidar este objeto de aprendizagem,
desde esquemas, desenhos, trabalho cooperativo nas atividades, mas no fim o que se
destacou nesta aquisição foi a cooperação entre alunos, e o imenso interesse em obter
respostas a problemas criados, de maneira fizessem parte integrante dos mesmos. É
importante quando estamos a trabalhar tópicos matemáticos como resolução de problemas
ligados a uma determinada aprendizagem essencial que os alunos tenham segundo Ponte et
al., (2007) a oportunidade de discutir entre eles e o professor, argumentando, criticando e
interagindo de forma a que haja uma partilha de ideias, de estratégias, de raciocínios, de
pensamentos matemáticos num ambiente em que estes validem os conceitos e realizem
conjeturas, tomando uma atitude reflexiva e consigam colocar em prática.

Figura 20- Problemas Com Tubarões

Figura 21- Problemas Com Tubarões

38
Mesmo ainda não concluída toda a dinâmica é de referir que para alguns alunos este
tipo “situação matemática” que antes representava um problema (onde é necessário
raciocinar e sintetizar o que foi aprendido) numa fase inicial da aprendizagem, neste
momento não passa de um simples exercício (uma situação em que é necessário treinar ou
reforçar algoritmos já aprendidos).

Oitava Semana (21 a 27 de Maio)

Estamos na reta final da concretização do nosso projeto, tem sido um caminho


bastante intenso cheio de descobertas integrando/articulando novos conhecimentos com
diversas componentes curriculares e respetivos domínios.

A semana marcou-se pela última intervenção por parte do estagiário à turma de modo
a responder e consolidar todas as questões existentes relativamente às perguntas de início do
projeto. Na intervenção dinamizada “A morfologia” e sendo a última planificada, foi
observado na participação da turma o grande conhecimento científico e informativo que
estes, neste momento possuem em relação ao projeto “Como nascem os cações?” (Figura
22- A Morfologia).

Figura 22- A Morfologia

Esta intervenção teve a presença da professora Mariana que esteve no decorrer da


intervenção e no início da atividade posteriormente realizada. Tomei consciência reflexão
em conjunto com a professora que foi das intervenções mais expositivas que tive, o que me
levou a pensar na razão pela qual tinha acontecido. Das várias e possibilidades, como a
presença da professora ou a falta de confiança na minha intervenção num tema complexo e
com termos técnicos difíceis, achando que quando mais expositivo mais fácil seria para a
compreensão deles. A realidade é que não consegui chegar a nenhuma conclusão concreta,
mas sei de algumas alterações que teria feito para tornar mais ativa a intervenção, como

39
entregar a cada grupo uma lixa para perceberem como é a textura da pele do tubarão ou
realizar um pequeno momento extra de pesquisa para que estes fossem verdadeiramente
protagonistas do seu conhecimento. Seja como for é importante que estes momentos
aconteçam e que sejam refletidos para que como futuros profissionais haja atenção aos
pequenos detalhes da nossa prática, corrigindo-os para que não voltem a acontecer.

Nona Semana (28 de Maio a 3 de Junho)

Estamos a menos de uma semana da comunicação do projeto, durante esta semana,


foi planeado e articulado os últimos pormenores da nossa divulgação. Foram acabados
pormenores nas criações realizadas e realizados vários convites para serem entregues a todos
nossos convidados (Figura 23- Convites). Treinamos várias vezes a nossa apresentação e
acabámos de gravar as vozes para serem inseridas no nosso documentário.

Figura 23- Convites

Neste período de conclusão refleti bastante sobre todo o processo até chegar a este
momento. Tendo como principal realidade presente na escola o ensino transmissivo penso
que a turma irá ser impulsionadora para outros projetos e partilhas de conhecimento, além
disso será a prova que este tipo de trabalho, os alunos/crianças podem aprender competentes
do currículo através de outros tipos de atividade e serem protagonistas das suas
aprendizagens.

Décima Semana (4 a 10 de Junho)

A apresentação correu bastante bem, todos os convidados estavam presentes na


comunicação do projeto inclusive a TV Carnide que achou importante estar presente no que
penso, que possa ser um ponto de viragem no ensino deste agrupamento (Figura 24-
Comunicação/Exposição).

40
Fiquei bastante surpreendido pelos alunos não precisarem mais da minha orientação
na apresentação, apropriando-se da mesma. Foi bastante interessante no momento da
conversa e questões, ver como várias crianças estiveram interessadas na apresentação e
tinham várias dúvidas pertinentes que foram respondidas pela turma de uma maneira
bastante descontraída, mesmo sabendo que tinham um auditório de 200 pessoas cheio.

Durante a apresentação comecei a pensar se estava a expor demasiado as crianças ao


criar um evento tão grande, pois para mim o importante não está na dimensão.

O foco é que se divertissem e partilhassem com os outros o seu percurso de


aprendizagem, algo que poderia ter sido feito com a comunicação de uma ou duas turmas.
Mas um dos objetivos traçados neste projeto era que conseguíssemos chegar a todos e
partilhássemos esta maneira de trabalhar com os nossos colegas e com os restantes
professores titulares, pois acredito que a Metodologia de Trabalho por Projeto pode ser um
grande auxiliar educativo, numa escola em que existe um grande absentismo escolar,
motivando assim os alunos na aquisição de novas competências e intervindo ao mesmo
tempo nas componentes curriculares que têm de ser abordadas. Penso que este é o caminho
para me tornar num profissional de excelência e fico muito feliz por todas as aprendizagens
adquiridas até agora.

Figura 24- Comunicação/Exposição

Décima Primeira Semana (11 a 17 de Junho)

Sendo esta a última reflexão e última semana de estágio, a semana foi dedicada à
realização da avaliação e retorno da divulgação feita na semana passada pela turma.

Para que ocorresse este momento foi criado um consórcio de maneira a dar palavra
a toda a turma e refletirmos todos em conjunto não só sobre a divulgação, mas também sobre
todo o projeto em si.

41
Nota de campo
Professora cooperante – “ajudou muito a relação criada com os alunos ao longo de vários
anos como professor”

Professora de apoio – “A construção e o trabalho dos alunos, vê-se nestes momentos, e


foi notório tanto o empenho que tens para os alunos como também, a felicidade e o
empenho que eles depositaram neste projeto.”

V. – “Na primeira apresentação apanhámos um susto.” “Na primeira não estávamos à


espera de tanta gente, e na segunda já foi melhor.”

A. e N. – “Algum nervosismo e vergonha, mas consegui ultrapassar.”

V., A., F., D., AD. – “Nervosismo e muita felicidade.”

S. – “Ansiosa e nervosa. Não queria falhar com a turma.”

DL. – “Podíamos ter melhorado a expressão dramática, houve colegas que estavam
distraídos com as suas deixas.”

Dentro desta conversa foi também partilhado mensagens de outros professores e


colegas à turma, relativamente à apresentação do projeto, uns produziram pequenos textos
partilhando o que tinham aprendido, outros desenhos de tubarões. Este momento foi bastante
importante para a turma, pois o grupo percebeu o quando a sua comunicação foi marcante
para a restante escola. Durante esta semana, muitos colegas de outras turmas ainda passavam
pela sala para fazer uma ou outra pergunta sobre o projeto.

Creio que este projeto é um ponto de viragem para a escola, visto que depois de
conversado e avaliado com outros docentes, a turma e o meu estágio foram um
impulsionador para novas práticas. Muitos dos professores e os seus alunos estão
interessados em trabalhar em Metodologia de Trabalho por Projeto e a começarem a integrar
esta metodologia nas suas práticas.

Com isto, apenas posso considerar um sucesso o estágio, mesmo que nem todos
realmente usem esta metodologia, creio que a muitos docentes foi despertado a curiosidade
de trabalhar segundo esta metodologia.

42
Contributos e implicações da intervenção no desenvolvimento
da profissionalidade
A concretização deste projeto foi bastante importante para mim e para o meu futuro
como profissional na área da educação. Foi um processo trabalhoso com muitos altos e
baixos durante o processo.

No início estava com bastante receio em começar, visto ser uma metodologia
nova, da qual nem eu, nem as crianças tinham trabalhado. Foi importante neste percurso a
orientação das professoras que lecionam Projetos em Contextos, para o desenvolvimento,
confiança e apropriação da metodologia, aplicando-a da melhor maneira no meu contexto de
intervenção. Também, o conhecimento que tinha prévio da turma com quem estagiei e
apliquei esta metodologia foi um fator importante, pois se houvesse um completo
desconhecimento e sem qualquer tipo de relação, seria bem mais difícil desenvolver um
projeto tão ambicioso como foi criado ao longo deste semestre. A relação e a confiança entre
estagiário e professora cooperante também teve um papel fulcral neste decurso, pois esta,
ajudou-me sempre a melhorar a prática e a intervenção durante o período de tempo que tive
integrado na turma.

Um dos pontos a melhorar bastante na minha prática como futuro profissional


é claramente a gestão de tempo, pois ainda fico bastante entusiasmado com o que estou a
fazer e muitas vezes perco a noção do tempo, esta gestão tem mesmo de ser melhorada pois
quando estamos a trabalhar com uma turma ou conjunto de crianças é importante não perder
esta noção pois, temos outras áreas curriculares a serem lecionadas. Durante o estágio a
professora cooperante ajudou-me a ultrapassar esta dificuldade, e penso que nas minhas
intervenções fui melhorando, mas mesmo assim, é algo que tenho de ter atenção, é
importante não divagar e ser mais assertivo na prática.

Este tipo de estágio é muito importante dando percetibilidade como é possível


integrar os interesses dos alunos com as aprendizagens que estes devem adquirir, algo que
plenamente acredito, mas nunca tinha experienciado de maneira tão aprofundada como no
decorrer deste processo.

Penso que a concretização deste projeto foi também importante para o início
da mudança de mentalidade dos professores que integram a escola, sendo impulsionador
para o uso mais frequente de metodologias ativas que promovam uma participação mais

43
ativa dos seus alunos na aquisição do seu conhecimento, abandonando o modelo tradicional
que coloca a criança como apenas um ouvinte sem qualquer tipo de participação na sua
aprendizagem.

Conclui-se que este projeto foi uma mais-valia para a construção e crescimento no
meu percurso como profissional na área da educação, desenvolvendo e aumentando
estratégias que foram cruciais para a concretização do projeto, como gestão de tempo,
multidisciplinariedade, ligação de conteúdos a ser lecionados pela professora cooperante e o
projeto em si.

44
Referências Bibliográficas
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45
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Vasconcelos, T., Rocha, C., Loureiro, C., Castro, J., Menau, J., Sousa, O., Hortas, M.,
Ramos, M., Ferreira, N., Melo, N., Rodrigues, P., Mil-Homens, P., Fernandes, S.,

46
Alves, S. (s/d). Trabalho por projetos na educação de infância: Mapear
aprendizagens, Integrar Metodologias. Ministério da educação.

Índice de Apêndices
Apêndice A- Atividade 1. Realização de Teias Artísticas .................................................. 48
Apêndice B-Atividade 2. Análise e divisão de trabalho ..................................................... 49
Apêndice C- Atividade 3. Criação de uma dentadura de Cação/Tubarão ........................... 50
Apêndice D-Atividade 4. Guião visita de estudo (objetivos) e história estudo do meio rei D.
Carlos .................................................................................................................................. 51
Apêndice E-Atividade 5. Teatro.......................................................................................... 52
Apêndice F-Atividade 6. O habitat dos Tubarões ............................................................... 53
Apêndice G-Atividade 7. Morfologia dos Tubarões e arte contemporânea ........................ 54
Apêndice H-Atividade 8. Documentário audiovisual ........................................................ 55

47
Apêndices
Apêndice A- Atividade 1. Realização de Teias Artísticas
Atividade 1. Realização de Teias Artísticas
Número de alunos: 20 Duração: 1h30
Componente
Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Recursos
Curricular
- Selecionar informação relevante em Promover estratégias que envolvam: • Esferovite;
Oralidade – função dos objetivos de escuta e registá- - Compreensão de textos em diferentes suportes para análise de texto para
• Rolos de papel
Compreensão los por meio de técnicas diversas. distinção entre facto e opinião.
higiénico;
- Realizar leitura Silenciosa e autónoma. - Consciencialização da existência de diferentes modos de organizar um • Rolos de papel de
texto, tendo em conta finalidades como descrever, informar. cozinha;
• Cola Branca;
Leitura Produção de discursos preparados para apresentação a público restrito (à
• Tintas acrílicas;
turma) com diferentes finalidades:
Português - Expor trabalhos simples relacionados com temas disciplinares e • Tesouras;
interdisciplinares, realizados com o poio do professor ou em grupo; • X-ato;
- Redigir textos com utilização correta • Arame;
das formas de representação escrita Realização de percursos pedagógicos interdisciplinares, com
(grafia, pontuação e translineação e Matemática, Estudo do Meio e Expressões.
Escrita configuração gráfica)
Compreensão de textos através de atividades que impliquem mobilizar
experiências e saberes, inferir, deduzir informação a partir do texto;

Integrar a linguagem de artes visuais, Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:
assim como várias técnicas de expressão -Reinventar soluções para a criação de novas imagens, relacionando
(pintura; desenho – incluindo esboços, conceitos, materiais, meios e técnicas;
esquemas; técnica mista; entre outras) - Descobrir progressivamente a intencionalidade das suas experiências
nas suas experimentações físicas. plásticas.
Educação - A seleção de técnicas e materiais, ajustando-os à intenção expressiva
Artística – Experimentação Escolher Técnicas e materiais de acordo das suas representações;
Artes e criação com a intenção expressiva das suas
Visuais produções plásticas.

Apreciar os seus trabalhos e os dos seus


colegas, mobilizando diferentes critérios
de argumentação.

48
Apêndice B-Atividade 2. Análise e divisão de trabalho
Atividade 2. Análise e divisão de trabalho
Número de alunos: 20 Duração: 4 Horas
Componente
Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Recursos
Curricular
- Selecionar informação relevante em Promover estratégias que envolvam: • Cadernos;
função dos objetivos de escuta e - Compreensão de textos em diferentes suportes audiovisuais para
• Material de escrita;
registá-los por meio de técnicas análise de texto para distinção entre facto e opinião.
diversas. • Projetor;
Oralidade – • Quadro de parede.
Produção de discursos preparados para apresentação a público restrito
Compreensão - Distinguir entre factos e opiniões, (à turma) com diferentes finalidades:
informação implícita e explicita, - Expor trabalhos simples relacionados com temas disciplinares e
essencial e acessório denotação e interdisciplinares, realizados com o poio do professor ou em grupo;
conotação.
Português - Ler textos com caraterísticas Realização de percursos pedagógicos interdisciplinares, com
descritivas, associados a finalidades Matemática, Estudo do Meio e Expressões.
várias em suportes variados.
Manipulação de unidades de sentido através de atividades que
- Realizar leitura Silenciosa e impliquem:
Leitura autónoma. - Estabelecer relações entre diversas unidades de sentido;

- Fazer leitura fluente e segura, que Compreensão de textos através de atividades que impliquem mobilizar
evidencie a compreensão do sentido experiências e saberes, inferir, deduzir informação a partir do texto;
dos textos.
- Identificar animais em vias de Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico
extinção ou mesmo extintos, dos alunos, incidindo em:
investigando razões que conduziram a - Hierarquizações de razões segundo critérios como a adequação, a
essa situação; pertinência e a relevância que apresentam em relação a uma tese que se
Natureza pretende defender;
Estudo do - Reconhecer de que forma a atividade - Análise de factos e situações, identificando os seus elementos ou
Meio humana interfere no oceano dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.
(poluição, alterações nas zonas
costeiras e rios. Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:
Sociedade/ - Reconhecer e valorizar o património - Partilha da informação recolhida sobre temas livres ou sugeridos;
Natureza e natural e cultural- local, nacional, - Recolha de dados e opiniões relacionados com as temáticas em estudo.
costumes, tradições, gastronomia.
tecnologia

49
Apêndice C- Atividade 3. Criação de uma dentadura de Cação/Tubarão
Atividade 3. Criação de uma dentadura de Cação/Tubarão
Número de alunos: 20 Duração: 2 semanas
Componente
Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Atividades formativas Recursos
Curricular
- Participar com empenho em Produção de discursos preparados para 1. Apresentação de um ppt com • Esferovite;
atividades de expressão oral apresentação a público restrito (à turma) com diferentes tipos de
• Rolos de
orientada, respeitando regras e diferentes finalidades: tubarões/cações (pesquisados
papéis específicos. - Expor trabalhos simples relacionados com por eles) e a relação da sua papel
temas disciplinares e interdisciplinares, alimentação com a dentição; higiénico;
Oralidade – - Usar a palavra para exprimir realizados com o poio do professor ou em • Rolos de
Português opiniões e partilhar ideias de forma grupo; 2. Atividade orientada para o
Expressão papel de
audível. grupo que pesquisou cozinha;
Realização de percursos pedagógicos alimentação e dentição
interdisciplinares, com Matemática, Estudo do apresente e partilhe com a • Cola
Meio e Expressões. turma o seu conhecimento; Branca;
• Tintas
Compreender que os seres vivos Promover estratégias que envolvam por parte acrílicas;
dependem uns dos outros, do aluno: 3. Registo dos vários usos de • Tesouras;
nomeadamente através de relações - Partilha da informação recolhida sobre temas dentição e alimentação no
Estudo do futuro livro que estão a criar; • X-ato;
Natureza alimentares, e do meio físico, livres ou sugeridos;
Meio reconhecendo a importância da - Planeamento e estruturação de trabalhos. • Arame;
preservação da Natureza. 4. Construção de duas dentaduras • Rolhas de
de cação/tubarão. garrafas.
Integrar a linguagem de artes visuais, Promover estratégias que envolvam por parte
assim como várias técnicas de do aluno:
expressão (pintura; desenho – -Reinventar soluções para a criação de novas
incluindo esboços, esquemas e imagens, relacionando conceitos, materiais,
itinerários; técnica mista; escultura; meios e técnicas;
fotografia, entre outras) nas suas - Descobrir progressivamente a
Educação experimentações físicas e/ou intencionalidade das suas experiências
Artística – Experimentação digitais. plásticas.
Artes e criação - A seleção de técnicas e materiais, ajustando-
Visuais Escolher Técnicas e materiais de os à intenção expressiva das suas
acordo com a intenção expressiva representações;
das suas produções plásticas.

Apreciar os seus trabalhos e os dos


seus colegas, mobilizando diferentes
critérios de argumentação.

50
Apêndice D-Atividade 4. Guião visita de estudo (objetivos) e história estudo do meio rei D. Carlos
Atividade 4. Guião visita de estudo (objetivos) e história estudo do meio rei D. Carlos
Número de alunos: 20 Duração: 3 dias (2horas por dia)
Componente Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Atividades formativas Recursos
Curricular
Português Escrita - Redigir Textos com utilização correta Promover estratégias que envolvam: Antes e durante a vista: • Diário de Bordo;
das formas de representação escrita. - Compreensão de textos através de atividades que 1. Pesquisa sobre o
• Material de
impliquem mobilizar experiências e saberes, fundador do AVG e
inferir, deduzir informação a partir do texto; relacionar com os escrita (caneta,
Leitura -Ler textos com caraterísticas descritivas - Estabelecer relações entre as diversas unidades de contextos históricos lápis);
de maior complexidade, associados a sentido; aprendidos em sala • Borracha;
finalidades várias em suportes variados; - Sublinhar, parafrasear, resumir segmentos de de aula pela • Material para
texto relevantes para a construção do sentido; professora recolha de
-Realizar leitura silenciosa e autónoma; cooperante;
2. Criação de um guião imagens.
Estudo do Sociedade - Conhecer personagens e aspetos da vida Promover estratégias que envolvam aquisição de com os objetivos da
em sociedade relacionados com os factos conhecimento, informação e outros saberes, que visita de estudo;
Meio
relevantes da história de Portugal, com impliquem:
recurso a fontes documentais. - Pesquisa e seleção de informação pertinente; Durante:
- Compreender que os seres vivos - Mobilização dos conhecimentos em contextos 3. Registo no diário de
Natureza
dependem uns dos outros, nomeadamente diversos, através do estabelecimento de conexões Bordo construído
através de relações alimentares, e do meio Intra e interdisciplinares; com objetivos do
físico, reconhecendo a importância da - Utilização de software simples. guião;
preservação da Natureza. 4. Coleta de nova
Promover estratégias que envolvam por parte do informação que possa
- Identificar animais em vias de extinção aluno: surgir;
ou mesmo extintos, investigando razões - Demonstração de pensamento científico: 5. Captar imagens para
que conduziram a essa situação; questionar, colocar hipóteses, prever respostas, documentário e livro
experimentar, selecionar, organizar, analisar e que vão ser criados;
- Reconhecer de que forma a atividade interpretar a informação recolhida, para chegar a
humana interfere no oceano (poluição, conclusões e comunica-las; Após:
alterações nas zonas costeiras e rios. - Incentivo à investigação/pesquisa, seleção e 6. Recolha de material e
tratamento de informação sustentados por discussão sobre a
critérios, com apoio do professor e autonomia visita;
progressiva do aluno. 7. Ponto de situação na
concretização do
projeto.

51
Apêndice E-Atividade 5. Teatro
Atividade 5. Teatro
Número de alunos: 20 Duração: 2 semanas
Componente
Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Atividades formativas Recursos
Curricular
Compreender que os seres vivos Promover estratégias que envolvam por parte 1. Aula de movimento criativo com • Coluna
dependem uns dos outros, do aluno: o tema oceano; de som;
nomeadamente através de relações - Partilha da informação recolhida sobre temas
alimentares, e do meio físico, livres ou sugeridos; 2. Construção de um guião conjunto • Projeção;
reconhecendo a importância da -Incentivo à investigação/pesquisa, seleção e sobre o tema “O Tubarão” • Espaço
preservação da natureza; tratamento de informação sustentados por relacionando conceitos aprendidos amplo;
critérios, com apoio do professor e autonomia ao longo da pesquisa;
Estudo do Identificar animais em vias de progressiva do aluno;
Natureza
Meio extinção ou mesmo extintos, - Planeamento e estruturação de trabalhos. 3. Ensaio e construção cénica;
investigando razões que
conduziram a essa situação; 4. Apresentação à comunidade.
Reconhecer de que forma a
atividade humana interfere no
oceano (poluição, alterações nas
zonas costeiras e rios.
Explorar as possibilidades motoras Promover estratégias que envolvam por parte
e expressivas do corpo em do aluno:
Educação diferentes atividades (movimento - Criar, aplicar e testar ideias;
Artística – orientado, criação de personagens). - Descobrir progressivamente a
Experimentação
Expressão intencionalidade das suas experiências
e criação Construir personagens, em dramáticas.
Dramática/
situações distintas e com diferentes - A mobilização de diferentes critérios de
Teatro finalidades. argumentação para a apreciação dos diferentes
universos dramáticos.
Criar, sozinho ou em grupo, - Organização de atividades artístico-musicais
ambientes sonoros, pequenas peças onde se possam revelar conhecimentos,
Experimentação
Educação musicais, ligadas ao quotidiano e capacidades e atitudes.
e criação ao imaginário, utilizando diferentes
Artística –
fontes sonoras.
Música
Apropriação e Partilhar, com os pares, as músicas
Reflexão do seu quotidiano.

52
Apêndice F-Atividade 6. O habitat dos Tubarões
Atividade 6. O habitat dos Tubarões
Número de alunos: 20 Duração: 4horas
Componente
Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Atividades formativas Recursos
Curricular
Relacionar fatores do ambiente (ar, luz, Promover estratégias que devolvam o 1. Apresentação de um • Computador;
temperatura, água, solo) com condições pensamento crítico e analítico dos alunos: ppt com diferentes
• Projetor;
indispensáveis a diferentes etapas da vida dos - Organização de debates que requeiram a tipos de
animais (Cações). formulação de opiniões; tubarões/cações • Régua;
(pesquisados por • Lápis;
Estudo do
Natureza
Identificar animais em vias de extinção ou Promover estratégias que envolvam por parte do eles) e os seus • Borracha;
Meio mesmo extintos, investigando razões que aluno: habitats; • Material de
conduziram a essa situação; - Partilha da informação recolhida sobre temas
livres ou sugeridos; 2. Atividade orientada pintura.
Reconhecer de que forma a atividade humana - Recolha de dados e opiniões relacionados com para o grupo que
interfere no oceano (poluição, alterações nas temáticas em estudo; pesquisou habitat,
zonas costeiras). - Planeamento e estruturação de trabalhos. apresente e partilhe
Questões Formular questões sobre - Propor, sem prejuízo da realização de outras com a turma o seu
Estatísticas características tarefas mais curtas e focadas que promovem a conhecimento;
qualitativas e literacia estatística dos alunos, a realização de
quantitativas discretas estudos simples que envolvam todas as fases de 3. Recolha de dados
Dados - uma investigação estatística, desde a sobre as zonas em
que contribuam para um
Questões mesmo estudo. formulação da questão à divulgação dos que os animais
estatísticas, resultados; estudados habitam
recolha e para a construção de
Recolha de dados Recolher dados através - Propor tarefas que impliquem que os alunos tabelas e gráficos
organizaçã (fontes e métodos) de um dado método de discutam aspetos cruciais de uma recolha de consolidação
o de dados recolha, recorrendo a dados, nomeadamente sobre consequências das frequências
fontes primárias ou sítios escolhas relativas a fontes de dados ou métodos absolutas, média e
Matemática credíveis na internet. de recolha num estudo moda;

Representação Representar dois - Apoiar a construção de gráficos de barras 4. Ida a outra turma
Gráfica conjuntos de dados, justapostos com recurso a uma folha de calculo para obter dados
sobre a mesma ou Apple para representar diferentes conjuntos para novo estudo e
característica através de de dados relativos à mesma característica. construção de
gráficos de barras Incentivar a exploração da representação para a respetivos gráficos;
justapostas (frequências discussão coletiva de questões que esta suscita;
absolutas), incluindo 5. Registo dos estudos
fonte, título e legenda. de caso no livro
sobre cações.

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Apêndice G-Atividade 7. Morfologia dos Tubarões e arte contemporânea
Atividade 7. Morfologia dos Tubarões e arte contemporânea
Número de alunos: 20 Duração: 4 horas
Componente Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Atividades formativas Recursos
Curricular
Estudo do Natureza Compreender que os seres vivos dependem Promover estratégias que envolvam por parte do 1. Apresentação de • Telas;
Meio uns dos outros nomeadamente através de aluno: trechos de um
• Materiais
relações alimentares, e do meio físico. - Partilha da informação recolhida sobre temas documentário com
livres ou sugeridos; diferentes tipos de para
Reconhecer que os seres vivos se -Incentivo à investigação/pesquisa, seleção e tubarões/cações colorir
reproduzem e que os seus descendentes tratamento de informação sustentados por (pesquisados por (tintas
apresentam caraterísticas semelhantes aos critérios, com apoio do professor e autonomia eles); acrílicas,
progenitores, mas também diferem em progressiva do aluno; spray’s,
algumas delas. 2. Atividade orientada
aquarelas,
para os grupos que
Relacionar fatores do ambiente pesquisaram a pasteis,
indispensáveis a diferentes etapas da vida morfologia e etc.);
dos animais (cações/ tubarão). reprodução, partilhem • Colas;
com a turma os seus • Materiais
Identificar animais em vias de extinção, conhecimentos, reciclados;
investigando razões que conduziram a essa orientados pelo
situação; professor; • Material
Educação Experimentação -Integrar a linguagem de artes visuais, assim Promover estratégias que envolvam por parte de escrita.
como várias técnicas de expressão (pintura; do aluno: 3. Síntese do
Artística – e criação
desenho nas suas experimentações físicas -Reinventar soluções para a criação de novas conhecimento no livro
Artes e/ou digitais. imagens, relacionando conceitos, materiais, a ser construído;
Visuais - Escolher Técnicas e materiais de acordo meios e técnicas;
com a intenção expressiva das suas - A seleção de técnicas e materiais, ajustando- 4. Criação de tubarões
produções plásticas. os à intenção expressiva das suas em origami e
- Utilizar vários processos de registo de representações; pequenas “estátuas”;
ideias, de planeamento (projeto) e de
trabalho. 5. Intervenção por parte
Apropriação e - Observar os diferentes universos visuais, Promover estratégias que envolvam: do estagiário de
tanto do património local como global (obras - O enriquecimento das experiências visuais alguns pintores
Reflexão famosos
e artefactos de arte-pintura, escultura, dos alunos, estimulando hábitos de apreciação
desenho, colagem, fotografia, instalação, e fruição dos diferentes contextos culturais; contemporâneos, e
design, arquitetura, artesanato, multimédia, recriação das suas

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linguagens cinematográficas, utilizando um Promover estratégias que envolvam a obras com
vocabulário específico e adequado. criatividade do aluno no sentido de: tubarões/cações.
- Mobilizar saberes e processos, através dos
quais perceciona, seleciona, organiza os dados
e lhes atribui novos significados;
- Incentivar práticas que mobilizem diferentes
processos para imaginar diversas
possibilidades, considerar opções alternativas e
gerar novas ideias.

Apêndice H-Atividade 8. Documentário audiovisual


Atividade 8. Documentário audiovisual
Número de alunos: 20 Duração: 2 semanas
Componente
Domínios Aprendizagens Essenciais Ações Estratégicas de Ensino Atividades formativas Recursos
Curricular
- Participar com empenho em
Produção de discursos preparados para 1. Criação de um guião • Meio de
apresentação a público com diferentes finalidades: conjunto sobre tópicos a gravação
atividades de expressão oral
- Expor trabalhos simples relacionados com temas inserir no documentário;
orientada, respeitando regras e
disciplinares e interdisciplinares, realizados com o
audiovisual
papéis específicos. (tablet,
Oralidade – poio do professor ou em grupo; 2. Captação de imagens;
Português telemóvel,
Expressão - Usar a palavra para exprimir
opiniões e partilhar ideias de
Realização de percursos pedagógicos câmara
forma audível.
interdisciplinares, com Matemática, Estudo do 3. Construção do digital)
Meio e Expressões. documentário. • Computador;
• Papel;
Relacionar fatores do ambiente Promover estratégias que envolvam por parte do
(ar, luz, temperatura, água, solo) aluno: • Material de
com condições indispensáveis a - Partilha da informação recolhida sobre temas escrita.
diferentes etapas da vida dos livres ou sugeridos;
animais (Cações). -Incentivo à investigação/pesquisa, seleção e
tratamento de informação sustentados por
Identificar animais em vias de critérios, com apoio do professor e autonomia
Estudo do
Natureza extinção ou mesmo extintos, progressiva do aluno;
Meio investigando razões que - Planeamento e estruturação de trabalhos.
conduziram a essa situação;

Reconhecer de que forma a


atividade humana interfere no
oceano (poluição, alterações nas
zonas costeiras).

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Comunicar (por texto, áudio, Promover situações de aprendizagem que
vídeo, etc.), utilizando envolvam por parte do aluno:
Tecnologias ferramentas digitais, para -Realizar atividades que envolvam aprendizagens
expressar uma ideia ou opinião, de diferentes componentes do currículo;
de Comunicar e explicar ou argumentar, no - Gravar uma pequena noticia em vídeo, sobre a
Informação e Colaborar contexto das atividades de importância da preservação das espécies,
Comunicação aprendizagem de diferentes áreas assumindo o papel de um/a locutor a repórter de
do currículo. televisão.

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