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Edson Belito Mário Semente

Germias Paulo Samuel


Silénio Elves Mainga

Cábulas no Ensino Superior


Licenciatura em Ciências Da Educação(L)
2° ano

Universidade Pedagógicas de Maputo


Maputo
2023
Edson Belito Mário Semente
Germias Paulo Samuel
Silénio Elves Mainga

Cábulas no Ensino Superior


Licenciatura em Ciências da Educação (L)
Trabalho de Pesquisa, a ser apresentado nas Jornadas
2° Ano
Científicas, por Estudantes da FEP, do curso de
Licenciatura em Ciências de Educação, 2° Ano, no
período Laboral.

Universidade Pedagógicas de Maputo


Maputo
2023
2

Resumo
O presente projecto de pesquisa tem como objectivo analisar o impacto das cábulas no ensino
superior na qualidade da educação. Essa pesquisa será realizada na Universidade Pedagógica de
Maputo, a fim de obter a percepção dos intervenientes daquela instituição sobre o problema em
causa. Este projecto foi elaborado com base em livros físicos e também disponíveis na internet
para além de monografias que abordam pesquisas relacionadas ao tema. Nosso objectivo não é
apenas eliminar o uso de cábulas, mas também criar um ambiente académico que promova o
desenvolvimento de estudantes competentes, aplicados e, ao mesmo tempo, garanta um mercado
de trabalho mais promissor e a diminuição das taxas de reprovação.

Palavras-chave: Cabulas;Universidade; Fraude académica; Estudante.


Indice Pag.
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................6
1. Delimitação do tema........................................................................................................................7
2. Problematização:.............................................................................................................................8
2.1. Problema de Pesquisa..............................................................................................................8
3. Hipoteses.........................................................................................................................................8
4. Objectivos........................................................................................................................................9
5. Justificativa....................................................................................................................................10
6. Metodologia...................................................................................................................................11
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................................12
1. Ensino............................................................................................................................................12
2. Qualidade.......................................................................................................................................12
2.1. Qualidade do ensino...............................................................................................................12
3. Universidade..................................................................................................................................13
3.1. Qualidade no ensino superior.................................................................................................13
3.2. Objectivos da universidade....................................................................................................14
3.3. Compromissos da universidade..............................................................................................15
3.4. Estudante Universitário..........................................................................................................16
3.5. Professor universitário...........................................................................................................16
4. A ética no ensino superior.............................................................................................................17
5. Fraude Académica.....................................................................................................................17
6. A cola ou Cábula...........................................................................................................................21
6.1. Causas para o uso de cabulas.................................................................................................22
6.2. Factores que influenciam o uso de cábulas............................................................................24
6.3. Métodos mais comuns nas cábulas........................................................................................26
6.4. Estratégias para o combate ao uso de cábulas........................................................................29
III. METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................................................30
1. Tipo de Pesquisa............................................................................................................................30
2. Procedimentos e métodos de pesquisa...........................................................................................30
3. Sugestões.......................................................................................................................................33
4

4. Resultados Esperados....................................................................................................................36
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................38
V. EVIDENCIAS...................................................................................................................................40
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................42
APÊNDICES.............................................................................................................................................44
ANEXOS...................................................................................................................................................56
I. INTRODUÇÃO
Este projecto de pesquisa surge no âmbito das jornadas científicas. Porem muito mais do que isso
surge da necessidade se olhar para um problema que de tão comum que é acaba se tornando algo
insignificante, mas que a sua pratica pode se transformar em problemas maiores no futuro.
Falamos das cábulas que constituem um tipo de fraude académico, juntamente do plágio e da
falsificação de dados de pesquisa.

Segundo Tavares & Pinto a luta contra a fraude, no Ensino Superior, tem-se mostrado um tanto
desgastante, pois a ética às vezes não serve como normativo de condutas desviantes. Os
pressupostos éticos às vezes são violados e é preciso que haja uma inter-relação de saberes nos
estudantes, transformando o saber/conhecer em saber/fazer.
No contexto do ensino superior, a questão das cábulas é um desafio significativo que afeta não
apenas a integridade académica, mas também a qualidade geral do ensino. Na Universidade
Pedagógica de Maputo (UPM), essa questão merece uma análise aprofundada, pois pode
influenciar directamente a experiência educacional dos estudantes e o prestígio da instituição.

O objectivo desta pesquisa é analisar o impacto do uso de cábulas na qualidade de ensino na


UPM, identificando estratégias adoptadas pelos professores para lidar com esse fenômeno,
investigando suas causas, avaliando as possíveis consequências e propondo estratégias eficazes
de prevenção e combate.

O presente projecto de pesquisa possui: objectivos que tem por finalidade compreender e buscar
formas de prevenção das cábulas; o problema de pesquisa referente a relação entre a qualidade
do ensino superior e a cábulas; as possíveis respostas ao problema apresentado; a metodologia
utilizada para a elaboração do projecto, que inclui material da internet e físico; a fundamentação
teórica, que traz conceitos fundamentais e também dados sobre pesquisas relacionadas aos temas
e algumas estratégias de combate; a metodologia a ser utilizada no campo; os roteiros a serem
utilizados na entrevista; e algumas evidencias de uso de cábulas na Universidade Pedagógica De
Maputo.
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1. Delimitação do tema
Após a apresentação do tema da pesquisa é neste contexto que se vai delimitar a pesquisa e que
assenta em dois critérios fundamentais segundo (Gil 2004, P.162):

Critério espacial

Surge de facto na pesquisa social eminentemente empírica, é preciso delimitar o lócus de


observação, ou seja o local onde o fenómeno em estudo ocorre. O parâmetro espacial escolhido
implicará nos resultados da pesquisa e nas suas respectivas conclusões.

Critério temporal

Consiste no período em que o fenómeno a ser estudado será circunscrito. Pode se definir a
realização da pesquisa situando o objeto no tempo, procurando evidenciar a série histórica de um
determinado fenómeno.

Desta forma, foi possível delimitar a pesquisa em um critério espacial a Universidade


Pedagógica de Maputo.
2. Problematização:
A busca pela excelência na educação superior é uma prioridade em instituições de ensino de todo
o mundo. No entanto, esse objetivo nobre muitas vezes se depara com desafios complexos que
afetam a qualidade do ensino. Um desses desafios está relacionado ao uso de cábulas, uma
prática acadêmica que suscita preocupações profundas e que tem sido objeto de debates e
análises críticas em várias instituições.

A universidade, como local de aprendizado e desenvolvimento acadêmico, deve ser um ambiente


onde a integridade e a qualidade são promovidas. No entanto, o uso de cábulas, que abrange
desde a cópia não autorizada de trabalhos até o uso de dispositivos eletrônicos para obter
respostas durante exames, lança uma sombra sobre a integridade do sistema educacional.

Neste contexto, esta pesquisa se propõe a investigar a relação entre o uso de cábulas e a
qualidade do ensino superior. Essa relação intrincada levanta questões cruciais que exigem uma
análise detalhada e aprofundada.

2.1. Problema de Pesquisa

A problematização que nos conduz a este problema de pesquisa fundamental é a seguinte:

Como o uso de cábulas afeta a qualidade de ensino na Universidade Pedagógica de Maputo?

Objecto do estudo: O foco da pesquisa é voltada para os estudantes em cursos de licenciatura da


Universidade Pedagógica de Maputo

3. Hipoteses
- Os professores têm Dificuldades em mensurar os conhecimentos que os alunos já
adquiriram ao longo da sua jornada;
- O uso de cábulas facilita a flexibilidade do tratamento dos temas existentes no plano
analítico das diversas disciplinas;
- A avaliação do desempenho não é comprometida, pois os professores fazem uma
avaliação rigorosa diferenciando respostas da autoria dos estudantes de plagiadas.
- Uso de cábulas compromete totalmente a qualidade do ensino pois enfraquece o processo
de aquisição de competências necessárias na formação do estudante.
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4. Objectivos
Objectivo geral:

 Analisar o impacto do uso de cábulas e a qualidade de ensino na UPM

Objectivos específicos:

- Indentificar as estratégias usadas pelos professores para lidar com as cábulas


- Indentificar as causa que levam ao Uso de cábulas no ensino superior
 Indentificar as possíveis consequências de uso de cábulas no ensino superior
 Identificar estratégias eficazes para prevenir e combater o uso de cábulas nas instituições
de ensino superior.
 Obter a percepção dos estudantes, docentes e o reitor da faculdade sobre as cábulas
5. Justificativa
A pesquisa sobre como o uso de cábulas afecta a qualidade de ensino na Universidade
Pedagógica de Maputo é de suma importância, pois envolve questões que vão além do âmbito
académico e têm implicações significativas para a sociedade em geral.

A ocorrência de reprovação em massa de estudantes na Universidade Pedagógica de Maputo


devido ao uso generalizado de cábulas é uma preocupação séria. Isso afecta não apenas o
desempenho académico individual, mas também cria um ambiente onde a aprendizagem
autêntica e a avaliação justa são comprometidas.

O uso de cábulas afecta directamente a qualidade da formação dos futuros profissionais, o que,
por sua vez, pode ter impactos indirectos na sociedade. Profissionais mal preparados podem
colocar em risco a vida e o bem-estar da população devido a práticas inadequadas ou falta de
competência.

A qualidade do ensino superior é crucial para a formação de profissionais competentes e


habilidosos. A Universidade Pedagógica de Maputo tem a responsabilidade de preparar os
estudantes para resolver problemas de forma dinâmica, criativa e flexível, contribuindo para o
progresso da sociedade.

A qualidade da formação académica desempenha um papel importante na empregabilidade dos


graduados. Um ensino de qualidade na Universidade Pedagógica de Maputo facilitaria a entrada
dos estudantes no mercado de emprego, contribuindo para o desenvolvimento económico e
social do país.

A capacidade de reflexão crítica e argumentação avançada são habilidades fundamentais para a


formação de cidadãos informados e participativos. A pesquisa visa garantir que os estudantes
adquiram essas habilidades, contribuindo para uma sociedade mais crítica e engajada.

A investigação sobre o uso de cábulas visa identificar factores que afectam a qualidade de ensino
na Universidade Pedagógica de Maputo. Isso proporciona uma oportunidade para a instituição
implementar estratégias eficazes de prevenção e melhorar a qualidade do ensino, beneficiando
tanto os estudantes como a sociedade em geral.
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Em resumo, esta pesquisa é justificada pela sua relevância em abordar questões críticas que não
só afectam a qualidade da educação na Universidade Pedagógica de Maputo, mas também têm
repercussões directas na sociedade e no desenvolvimento do país. A compreensão dessas
questões e a implementação de medidas correctivas podem levar a um ensino superior de maior
qualidade e a uma sociedade mais próspera e bem-informada.

6. Metodologia
Para elaboração do presente projecto de pesquisa, recorremos a revisão de bibliográfica de livros
existentes na biblioteca da Universidade Pedagógica de Maputo e também de livros disponíveis
na internet. Recorremos também a análise de artigos de internet e também de alguns trabalhos de
pesquisa relacionados de alguma forma ao tema
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. Ensino
Segundo NERICI, (S/d)

É o processo que visa a modificar o comportamento do indivíduo por intermédio da


aprendizagem com o proposto de efectivar as intenções do conceito de educação, bem como
habilitar cada um a orientar a sua própria aprendizagem, a ter iniciativa, a cultivar a confiança
em si, a esforçar – se, a desenvolver a criatividade, a entrosar-se com seus semelhantes, a fim de
poder participar na sociedade como pessoa consciente, eficiente e responsável.

O conceito de ensino é aqui definido como o conjunto de acções do professor para construir
colaborativamente contextos de aprendizagem significativas, de modo a activar o envolvimento
nas tarefas e ajudar os alunos a adquirir conhecimentos, atitudes e valores que lhes permitam
realizar-se e serem felizes numa sociedade democrática.(VEIGA;2018)

2. Qualidade
Segundo IPQ apud Mainardes, Lourenco e Tontini (2020) define a qualidade como “grau de
sastifacao de requisitos dados por um ou conjunto de características intrissecas”. Para Garvin
apud Mainardes, Lourenco e Tontini (2020) conclui que qualidade é um processo continuo de
melhorias.

Em suma qualidade e a capacidade de qualquer objecto ou acção de corresponder ao objectivo a


que se propõe (Crosby; Loenert & Morejón apud Mainardes, Lourenco e Tontini; 2020).

2.1. Qualidade do ensino


Qualidade e o conjunto de características que um produto ou serviço deve ter para bem atender
às aspirações ou interesses dos usuários. Essa definição aplica-se perfeitamente na área
educacional, pois tira de vez a posição exclusiva dos professores em quanto ao processo de
ensino, agora redefinido como um processo de aprendizagem, com muitos outros agentes e
meios diversos implicados. (SANTANA, 2007)
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A qualidade não se faz apenas com laboratórios bem equipados, informatização da burocracia
universitária, bibliotecas climatizadas, salas de aulas e corredores limpos, e gente educada
atendendo nos balcões das escolas. É certo que estas são condições que de alguma forma
facilitam e ajudam a humanizar o processo de ensino. Mas há muitas outras questões entre o
indivíduo e o conhecimento que os aspectos mais aparentes não podem resolver. “O ensino só
pode ser considerado de qualidade quando der oportunidade para a construção do conhecimento
por todos os indivíduos envolvidos no processo”. (BAZZO apud SANTANA, 2007)

3. Universidade
Concebe-se, a Universidade como o catalisador da investigação. No seu seio é desenvolvida a
investigação, cujo fim último é a melhoria do processo de ensino e aprendizagem desde o ensino
primário até aos níveis superiores (Tavares & Pinto).

3.1. Qualidade no ensino superior


Silva apud Tavares & Pinto, defende como elementos que promoverão a qualidade dos institutos
superiores, os seguintes:

 Educação ao longo da vida na sociedade da informação - visando a preparação dos


cidadãos em termos de competências de aprendizagem para poderem gerir o
conhecimento e a informação que são elementos vitais para a compreensão do mundo e a
sua relação com ele.
 Educação para a cidadania e globalização - visando o desenvolvimento de valores e das
práticas de convivência social no mundo globalizado, desenvolvendo nos indivíduos as
competências de relação com os outros, de respeito à diferença e de integração na
sociedade cada vez mais globalizada;
3.1.1. A universidade e a formação de cidadãos

Uma das formas de a universidade desenvolver bem o ensino e a pesquisa é através da


formação de cidadãos aptos a exercerem funções especializadas em todas as áreas do
conhecimento. E nessa formação de cidadãos deve caracterizar-se como a preparação de
homens pensantes, que buscam continuamente novos caminhos, e não de máquinas que
sempre repetem automaticamente os mesmos movimentos. Portanto a universidade, além de
ser uma instância de produção de conhecimento de cultura e de tecnologia, é também a
instituição onde se devem formar pessoas, cidadãos e profissionais.
No caso de uma universidade pública, mais que habilitar estudantes, para actuar como
profissionais no mercado de trabalho, ela deve formá-los para influir sobre a realidade onde
vão actuar, numa perspectiva de mudança a partir de uma visão crítica da realidade.
(ALVES;1992)

3.2. Objectivos da universidade


Segundo Segundo NERICI,S/d:.

Os objectivos da universidade São múltiplos, mas vão, a seguir, consignadas os que se afiguram
mais prementes:

1. Formar o profissional de nível superior, isto é, que sabe o porquê da sua actuação e que é
capaz, com mais ênfase, de avaliar as consequências de seus actos teórica e eticamente.

2. Formar o pesquisador, aquele que não se contenta com os conhecimentos teóricos e/ou
práticos que possui, buscando sempre se aprofundar no seu mundo de acções para mais se
aproximar da verdade subjacente na realidade fenomenológica que o envolve.

3. Formar a criatura humana capaz de reflectir com mais profundidade sobre os problemas
de sua especialidade (área de informação) e sobre os problemas de natureza social e/ou de
natureza de cultura geral (área de formação).

4. Orientar para a aplicação prática dos conhecimentos obtidos pela pesquisa pura
(tecnologia). Neste caso particular poder-se ia dizer que uma das obrigações da universidade é
promover o desenvolvimento e a independência nacionais por meio da pesquisa pura, criadora da
ciência e da pesquisa aplicada.

5. Estimular os estudos que possibilitam melhor compreender o homem e a sociedade, a fim


de encaminhar para uma vida melhor, mais ajustada á realidade humana e às possibilidades do
meio.
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3.3. Compromissos da universidade


Ibidem, A universidade tem três (3) grandes compromissos que são: Ensino, pesquisa e extensão.

Ensino: A universidade deve proporcionar ensino eficiente nos campos científico, humanístico e
profissional, com predominância de um desses campos, conforme a área de especialização para
que esteja voltado, sem separações radicais entre estás três áreas.

Pesquisa: A pesquisa propiciada pela universidade deve estender -se a todos os cursos ou áreas
de estudo, é claro que, em algumas áreas com maior intensidade e em outras com menor. Uma
preparação básica em pesquisa deveria ser ministrada em todo e qualquer curso de nível superior,
por supor-se que em todos eles podem surgir situações de dúvidas e uma adequada formação
para a pesquisa poderá fornecer meios para a busca de explicações para essas possíveis dúvidas.
A formação em pesquisa propiciaria a atender a três modalidades de pesquisa, quais sejam:
Pesquisa pura; pesquisa aplicada e pesquisa futorologica.

Pesquisa pura, destinada a melhor compreender a realidade, que a muito custo se nos revela…

Pesquisa aplicada, que vai constituir a tecnologia e que se traduz pela aplicação prática das
verdades descobertas pela pesquisa pura.

Pesquisa futorologica, que também pode ser denominada de pesquisa de adaptação, que se
propõe a estudar mudanças que se fizerem necessárias, em função de alterações de necessidades
e surgimento de outras que a criatura humana isoladamente ou em grupo venha a sofrer, devido a
alterações, também, na realidade sócio – físico – cultural que venham á ocorrer.

É uma modalidade de pesquisa destinada a prevenir possíveis males para a humanidade e a


própria natureza.

Extensão: A universidade deve estender sua acção a comunidade, visando á prestação de serviços
de divulgação de dados de actualização da assistência, de acompanhamento, de previsão, etc. Em
verdade a função da extensão é necessária para a comunidade e a própria universidade.

Comunidade – Para que esta possa receber cooperação da universidade para melhor conhecer e
tentar resolver ou minorar as suas dificuldades, mas não só dificuldades, como também para
revelar novas verdades e novas perspectivas para a comunidade.
Universidade – Uma vez que a própria comunidade passaria a propiciar-lhe fértil terreno de
prática para professores e educandos. Assim, o professor terá oportunidade de enriquecer o seu
desempenho e o estudante de mais sentir a realidade da teoria estudada em classe.

3.4. Estudante Universitário


O estudante universitário é o veículo através do qual a universidade procura efectivar o seu
propósito máximo, que é o de propiciar melhores condições de vida para todos os cidadãos.

Estudante é quem adquire disposição de observar, de reflectir e de actuar cientificamente em


qualquer campo das preocupações humanas. Aquele que se dispõe a formar conceitos frutos de
reflexão, sobre os factos exteriores que o impressionem procurando orientar-se por princípios
científicos e sócio – morais. (NERICI,S/d)

3.5. Professor universitário

O Professor universitário é um profissional capacitado a dar aulas no ensino superior,


ministrando aulas, conduzindo pesquisas académicas e desempenhando um papel importante no
desenvolvimento educacional e intelectual dos estudantes.

3.5.1. Funções do professor universitário

Este autor ainda ressalta que as funções do professor universitário são múltiplas e tudo indica
que podem ser assim explicitadas:

 Planejar estudos e trabalhos adequados aos estudantes e as exigências técnicas de


formação específica;
 Orientar os seus discípulos para verem e sentirem a realidade exterior;
 Controlar os resultados dos estudos, a fim de poder rectificá-los, suplanta-los quando for
possível ou necessário;
 Poupar esforços desnecessários nos estudos;
 Graduar dificuldades para propiciar sucessos e estimular o estudante;
 Escolher situações representativas e significativas para as experiências dos estudantes, de
maneira a levar a aprender o fundamental da sua disciplina.
 Predispor os estudantes para actuarem no meio social como profissionais e cidadãos.
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 Fornecer a formação de uma consciência sociomoral nos estudantes, com relação ao


exercício de profissão, ressaltando que a mesma deverá estar voltada para os interesses
sociais do que propriamente para os pessoais.
 Orientar a sua acção docente para que instrua e forme simultaneamente.

4. A ética no ensino superior


Segundo Almeida, (2015), a ética é uma necessidade natural do ser humano, desde sempre
confrontado com a angústia existencial de tentar distinguir o “bem” e o “mal”, de julgar a
“justiça” das suas escolhas e das dos outros, de encontrar um equilíbrio moral entre os seus
interesses e os seus afectos, entre os seus deveres e as suas Paixões.

Ibidem, a formação universitária pode desempenhar um papel decisivo na consolidação de um


sistema de valores morais alinhado com um padrão ético exigente. Mas também pode estimular
condutas vulneráveis à acção transgressora. Por isso, o debate sobre a ética dos alunos no ensino
superior e sobre o contexto que a envolve revela -se essencial para compreender o papel da
educação formal na estruturação da ética pessoal que antecede e que influenciará a sua conduta
moral no contexto profissional futuro.

Ibidem, a ética académica de um aluno que frequenta um curso no ensino superior pode ser
analisada através das suas práticas e das suas escolhas morais. Entre estas, distinguem -se os
comportamentos moralmente desejáveis (por exemplo, a transparência relacional, o respeito
institucional, a cooperação interpares, o cumprimento de compromissos e a defesa do interesse
colectivo) dos comportamentos moralmente condenáveis (por exemplo, a agressividade, a
passividade ou o isolamento injustificados, a fraude administrativa ou a fraude académica).

5. Fraude Académica
Segundo Almeida, (2015), a fraude académica constitui, portanto, uma das dimensões da relação
ética dos alunos com o contexto institucional e educacional onde estão integrados. Trata -se de
um comportamento indesejável que compromete a justiça do processo avaliativo, a eficácia do
processo educativo e a confiança nas instituições que o administram.

Ibidem, a fraude académica do aluno do ensino superior tem, em si mesma, uma implicação
moral delimitada pela honestidade perante a instituição, pela lealdade perante os colegas, pela
transparência perante os professores e pela dignidade individual perante si próprio. Assim,
propõe -se definir a fraude académica em termos tão abrangentes quanto possível, nos seguintes
termos:

Fraude académica é todo o ato ou omissão consciente que possa comprometer a justiça na
avaliação dos desempenhos, competências e conhecimentos dos alunos (Almeida, 2015).

Influências da fraude académica cometida por alunos

A fraude académica cometida por alunos no ensino superior é precisamente um dos “males” que
deve ser combatido e evitado.

Segundo Almeida, (2015):

A fraude académica cometida por alunos é um problema de ordem institucional e social. Ela
compromete a solidez de estruturas básicas da sociedade, tais como a confiança nas instituições e
a confiança interpessoal. Entre outros determinantes culturais e até mesmo antropológicos, a
incapacidade das instituições de ensino superior responderem eficazmente ao aumento do
número de alunos que as frequentam pode estar na origem da tendência mundial para aumento
das práticas de fraude. Esta massificação do acesso ao ensino superior não parece ter sido
acompanhada por políticas públicas e institucionais adequadas à manutenção da qualidade do
ensino e da aprendizagem.

Por um lado, devido à alteração do rácio professores/alunos, mas também a fenómenos como a
semestralização e a mobilidade docente e discente, consolidam -se relações pedagógicas mais
impessoais, deteriorando a reciprocidade do processo interactivo no qual deve basear -se
qualquer processo educativo. Este distanciamento descompromete os alunos perante o professor,
tornando emocionalmente mais fácil ao aluno o engano, a dissimulação, o fingimento. Por outro
lado, com mais alunos a estudar e um mercado de trabalho mais exíguo, aumenta a pressão
competitiva entre eles, criando um sentimento de urgência e de ausência de alternativa de vida
perante o fracasso académico.do ponto de vista dos professores, o desconhecimento individual
dos alunos provocado, entre outros factores, pelo aumento significativo da dimensão das turmas,
pela multiplicação de unidades curriculares atribuídas aos docentes, pelo absentismo dos alunos
às aulas, também impede um acompanhamento mais personalizado e um controlo mais eficaz da
sua conduta. A esta incapacidade dos professores para acompanharem eficazmente e exercerem
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uma acção preventiva junto dos alunos, juntar -se -á também uma maior dispersão da sua
atenção, dada a exigência do seu envolvimento em tarefas administrativas e a pressão crescente
sobre a sua carreira docente, cujo progresso e valorização dependem cada vez mais do seu
desempenho científico do que do seu empenho pedagógico. As relações pedagógicas mais
impessoais e o aumento da pressão competitiva entre os alunos, aliados ao acesso facilitado a
novas tecnologias de informação e de comunicação, criam um contexto favorável ao
florescimento da fraude académica.

Sugestão para combater a fraude académica

Segundo Almeida, (2015) os regulamentos disciplinares, enquanto instrumentos dissuasores e de


punição da fraude, são insuficientes para criar uma cultura de intolerância à fraude. É necessário
que eles façam parte de uma política institucional integrada de soluções e mecanismos de
prevenção e de combate às práticas fraudulentas, tais como acções de esclarecimento,
envolvimento dos professores no debate, respostas institucionais claras perante a fraude, uma
vigilância eficaz, procedimentos céleres e comprometimento de todos os agentes no processo. A
reputação institucional, elemento fundamental de atracção de alunos e de obtenção de
financiamento, pode também ser potencialmente muito afectada por uma imagem pública de
facilitismo e de tolerância perante comportamentos socialmente indesejáveis de engano e de
logro intencional do sistema de ensino por parte dos alunos.

A fraude académica cometida por alunos no ensino superior implica, geralmente, uma avaliação
equivocada das suas competências, certificando conhecimentos que de facto eles não possuem.
Validados pela instituição de ensino, estes alunos insuficientemente preparados comprometem o
progresso colectivo por via da sua incompetência técnica e da sua predisposição para uma prática
profissional fraudulenta (perante a organização, perante os colegas de trabalho ou perante o
próprio estado e a sociedade em geral). A tolerância e a vigilância insuficientes perante a fraude
académica originam, assim, diversas ineficiências materiais e injustiças sociais. Por isso este
tema vem sendo cada vez mais estudado e discutido nos meios.
Causas para a fraude académica

Segundo um estudo feito pela Universidade de Coimbra em 2015, os motivos para cometer uma
fraude académica são:

 Assegurar o sucesso a uma disciplina a qual já se reprovou


 Carga de trabalho académico
 Insegurança sobre a capacidade de alcançar o sucesso de outra forma
 Hábito de uma conduta fraudulenta desde o ensino secundário
 Modalidades de avaliação
 Pouca relevância pratica atribuída aos conteúdos curriculares
 Regularidade de práticas fraudulentas entre colegas
 Facilidades de professores perante situações de fraude
 Percepção de que a pena, no caso de ser descoberta a fraude, é pouco significativa;
 Falta de conhecimento sobre qual pode ser a boa conduta académica;
 Competência pedagógica insuficiente dos professores;
 Pressão competitiva entre os colegas;
 Falta de debate sobre o assunto nas aulas com os professores.

Ainda este estudo pôde colectar dados com os professores sobre a frequência de fraudes
académicas que são:

 Copiar partes de trabalho de outros autores sem os citar;


 Copiar trabalhos da internet;
 Assinar um trabalho de grupo sem ter colaborado na realização do mesmo;
 Copiar trabalhos de outros colegas;
 Utilizar materiais não autorizados na realização de provas escritas;
 Copiar numa prova escrita pelas respostas de um colega;
 Deixar um colega copiar as suas respostas num exame;
 Apresentar o mesmo trabalho em várias disciplinas;
 Apresentar trabalhos práticos com dados inventados;
 Comprar trabalhos académicos fora da escola
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 Comprar trabalhos a outros colegas

Segundo Costa & Pimenta, (2015) as três práticas são consideradas fraude académica, são elas:
a) o plágio; b) a falsificação de dados de pesquisa; e c) a cola.

A) O plágio

Segundo Vasconcelos apud Costa & Pimenta, (2015) o plágio, na visão da maioria dos países de
língua inglesa é definido como a “apropriação ou imitação da linguagem, ideias ou pensamentos
de outro autor e a representação das mesmas como se fossem daquele que as utiliza”. Contudo o
plágio é ou pode ser considerado um dos mais graves problemas (provavelmente, o pior) que
pode haver em um trabalho académico. Plagiar significa que alguém se apoderou das ideias
alheias e as usa (ou expõe) como se fossem suas.

B) A falsificação de dados de pesquisa

Torresi, Pardini e Ferreira apud Costa & Pimenta, (2015) apresentam diversas maneiras de
fraudes nas publicações científicas, como por exemplo:

Na autoria com exclusão de autores ou inclusão de autores que não tiveram participação no
trabalho, apropriação de dados de outros, ausência intencional de citação de fontes ou
referências, ocultação ou fabricação de dados de um experimento, tratamento de dados
intencionalmente feito de forma a provar algum aspecto que interessa os autores.

6. A cola ou Cábula
Conforme Pimenta apud Tavares & Pinto a fraude, praticada pelos estudantes em provas, exames
e trabalhos, é conhecida como cola – nome popular para esse fenómeno.

Segundo Pimenta apud Costa & Pimenta, (2015), a cola é o ato de copiar respostas em exames e
pode se apresentar de várias formas: um pequeno lembrete utilizado na hora da prova, como
forma de consulta; um aluno passar a resposta para o colega; ou até mesmo aquela olhadinha
para a prova do colega ao lado. É possível dizer que este comportamento esteja se banalizando e
associá-lo aos valores de uma sociedade em que o importante não é ser, mas parecer que se é.
Neste caso, o importante não é saber, conhecer, aprender, mas parecer que sabe, que conhece,
que aprendeu.
De acordo com Luckesi (2011, p.412), ―o termo cola, na linguagem escolar, indica o acto pelo
qual o estudante copia a resposta dada por outro colega a determinado item ou prepara uma cópia
prévia para usá-la como base para sua resposta. Formas comuns de manifestação da cola são os
lembretes com o resumo do conteúdo escondidos com o objectivo de servirem de ferramenta
para burlar um teste, exame ou prova. Também ocorre por meio da cópia de respostas que são
obtidas, consensualmente ou não, de terceiro.

A "cola" no universo académico é um problema de natureza social e que não pode ser tratado
apenas como um problema individual, já que constitui um fenómeno ―que exige explicação e
cura sociológicas, por métodos diferentes da simples repressão‖ (Boudens apud Ramos, 2012).

De acordo com Ramos (2012), a análise da cola enquanto um comportamento fraudulento exige
que se vá além da condenação daquele que faz uso do artifício. Portanto, ao mesmo tempo em
que a fraude influencia negativamente o processo de avaliação, este pode funcionar como
estímulo para a prática quando construído apenas como um instrumento de mensuração
quantitativa, o que gera desconforto evidente para o avaliado, dada a possibilidade de ser
comparado com seus pares e considerado inapto. Segundo Demo apud Ramos, (2012), a
avaliação deveria ser utilizada em favor dos estudantes que não atingem a média preestabelecida,
ao funcionar como expediente de pesquisa diagnóstica, indicando no desempenho do aluno os
problemas e, também, as potencialidades, servindo assim como instrumento de inclusão do
aluno.

6.1. Causas para o uso de cabulas


Há várias motivações para a cola. É possível afirmar que as causas são complexas. No Brasil, as
provas difíceis e a necessidade de ter média é a motivação para colar segundo a grande maioria
dos estudantes pesquisados por Pimenta e Pimenta (2011). A preocupação dos estudantes com a
média obtida nas avaliações está relacionada com a competitividade instaurada não só no interior
da formação académica como também aquela competitividade que se instaura no mercado de
trabalho. De fato, quanto maior a média, mais competitivo e adequado ao mercado estaria o
estudante. Apesar de muitos estudantes admitirem que colar é errado moralmente, eles raramente
contam se outro estudante está colando. É de se notar que alguns estudantes vêem a cola como
um meio legítimo para seguir em frente, essa percepção pode ser reforçada pelas poucas ou
inexistentes sanções à cola.
22

Podemos incluir nas causas da cábula os seguintes factores:

 Procrastinação
 Dificuldade de memorizar
 Falta ou dificuldade de atenção e concentração
 Ansiedade face às avaliações

Procrastinação

Procrastinar é adiar uma tarefa, atrasar uma entrega, evitar fazer qualquer coisa naquela altura. A
procrastinação é frequentemente definida como um comportamento que implica o atraso no
início ou término das tarefas ou tomada de decisão, quer o prazo tenha sido estabelecido pela
própria pessoa quer tenha sido estabelecido por terceiros. Costa apud Duarte (2017)

Atenção e Concentração

A atenção e Concentração estão relacionadas entre si. Enquanto a atenção pode ser definida
como a capacidade de ficarem direccionar os processos cognitivos durante um estado fisiológico
de alerta.

A concentração Relaciona-se com a capacidade de manter a atenção durante um período de


tempo Berker apud Duarte (2017)

Memória

Recorrendo a uma definição simples do conceito de memória, está pode ser caracterizada como
um grande armazém onde estão arrumadas e catalogadas as recordações, sejam eles
conhecimentos que adquirimos, episódios da nossa vida, sensações, etc. (SILVA;2000)

De acordo com Serafim apud Duarte (2017), a memória traduz-se na capacidade de conversar
experiências e informações do mundo que nos circunda.

Ansiedade face às avaliações

A ansiedade face aos testes constituí um subtipo de ansiedade cuja incidência está
particularmente relacionada com as avaliações, percepcionadas como especialmente
intimidadora. Assim o estudante começa a ter sentimentos de incapacidade e resposta a
ansiedade sofrida

As possíveis Causas do Uso de Cábulas relacionadas a professores

Segundo Barbosa apud Costa & Pimenta, (2015) a responsabilização da cola por parte do
professor é pelo facto de:

 Preparar aulas direccionadas apenas para os seus exames;


 Não conhecer o que realmente é avaliação;
 Não trabalhar suas aulas de modo contextualizado e participativo;
 Sua figura em sala de aula ser de um narrador com muitos ouvintes e, somente, a
memorização poderá guardar sua fala, como se esses ouvintes fossem recipientes vazios
que de, pouco em pouco, são cheios pelos conhecimentos do narrador
 Excesso de aulas expositivas;
 Incapacidade de orientar as pesquisas dos alunos;
 Descaso na elaboração do Plano de Ensino e das aulas;
 Falta de criticidade nas aulas e discussões sobre os temas em sala de aula.

As possíveis Causas do Uso de Cábulas relacionadas aos alunos

Quanto à responsabilidade dos alunos, o autor observa que:

 Os alunos não conseguem realizar as leituras, porque trabalham entre oito e dez horas por
dia para pagar a faculdade/universidade;
 Já chegam cansados para assistir às aulas depois de um longo dia de trabalho;
 Não têm tempo de estudar porque além das actividades profissionais e a necessidade de
ficarem sentados assistindo aula das 18h30 às 22h, de segunda a sexta-feira, eles ainda
têm outros compromissos pessoais.

6.2. Factores que influenciam o uso de cábulas


De maneira similar Diwavova pontua diversos factores que podem desencadear e manter a
prática da cola:
24

Factores relacionados aos alunos, como:

 Hábito de estudo de última hora e a desarticulação entre a vida académica e a vida não
académica, estimulada por festas; factores organizacionais, como, por exemplo, a
concentração de muitas provas em determinado período;

 Factores pedagógicos – ensinam que não suscita o interesse e a participação do aluno, o


carácter muito teórico de algumas disciplinas, deficiente relação pedagógica entre
professores e alunos, avaliação centrada em testes, memorização e reprodução acrítica
dos conteúdos;

 Factores institucionais, como a inexistência de um código normativo que uniformize


procedimentos e clareie os valores e princípios éticos param toda a instituição. A cola é
promovida pela proibição e é estimulada quando se submete o aluno a múltiplas
disciplinas fragmentadas, cada uma delas com exigências cumulativas e conflitivas entre
si, somando testes e exames toda semana, às vezes todos os dias de uma única semana,
dentro de um espaço usualmente apertado, em que o colega ao lado senta-se a menos de
um metro.

 A prática da cola está relacionada com o tipo de prova; quanto mais esta for excludente e
autoritária, mais os alunos utilizam-se daquela para manipular seus resultados. Com ideia
semelhante, Demo apud Diwavova argumenta que "o ‘professor’ que vive de aula e
prova, pratica e impõe a cópia dos outros. O aluno, coagido, responde na mesma moeda:
decora e cola”. Nessa linha, a cola seria provocada pelas escolhas metodológicas e de
avaliação do professor, isto é, a aplicação única de provas como forma de verificar o
avanço da turma pode gerar como consequência a cola.
6.3. Métodos mais comuns nas cábulas

Diwavova faz menção a onze (11) tipos de técnicas que os alunos utilizam para cabular:

O método da camisa de mangas compridas

Esta técnica é mais utilizada durante o inverno. Na prática o aluno utiliza os seus antebraços
como papel de cábula escrevendo aí todas as informações que necessita memorizar. Sempre que
pretende consultar esta "cábula" só tem que arregaçar as mangas, enquanto o formador não está a
olhar para si. Existem variantes em que o papel da cábula é colado com fita adesiva ao braço do
aluno, ou de forma idêntica nas pernas - embora aí a leitura seja mais difícil.

A Mesa é a melhor amiga

Há formandos que são muito pontuais, até demasiado! São os primeiros a chegar à sala e o seu
propósito é apenas um: escrever no tampo da mesa a sua cábula. Em seguida só têm que pousar
algo em cima dela: uma peça de roupa, umas folhas em branco, etc. Para esconder a prova do
crime. Sempre que necessário, afastam esse objecto e espreitam.

Tecnologia amiga
Sempre que o teste permita a utilização da calculadora, a arte e o engenho aguçam. Hoje em dia a
tecnologia coloca ao serviço do "aluno cábula" um arsenal de opções. Desde calculadoras que
aparentam um ar simples - mas que têm capacidade para armazenar a Wikipédia inteiro - até às
memórias escondidas (que através de uma combinação de teclas mostram as fórmulas e
definições escondidas) quase tudo é possível. O telemóvel também é muito usado e os
smartphones são a estrela do momento. O melhor mesmo é não permitir o seu uso, colocando-os
sobre a secretária do formador até ao final do teste.

Chapéus

Copiar na sua forma mais comum implica apenas espreitar o teste do colega do lado ou da frente,
com ou sem o seu consentimento. É em relação a esta modalidade que o formador normalmente
está mais atento. Mas a imaginação do formando não tem limites. Sempre que algum deles
insista em usar chapéu, desconfie. E se o chapéu for do tipo "jogador de basebol" - com a aba
26

para a frente - é ideal para que ele, com a cabeça inclinada, possa observar calmamente o teste
dos outros colegas.

O Método Kleenex

Se alguns dos formandos já entregaram o teste é natural que o formador os coloque em cima da
sua mesa, não tendo muitas vezes o cuidado de os colocar com a frente virada para baixo. É o
momento certo para o "aluno cábula" atacar: finge tosse, necessidade de assoar e aproxima-se da
mesa do formador pedindo um lenço de papel. Enquanto o formador procura ele só tem que
espreitar para um desses testes. Um método alternativo é levar a cábula escrita num dos seus
lenços de papel e, ao fingir que se assoa, consultar a mesma.

Trabalho em Equipe

Desde pagar a um "outsider" para que faça o teste até conseguir alguém lá fora - normalmente
nos balneários - que aguarde que o formando peça para ir à casa de banho (criando assim a
oportunidade para o ajudar) tudo é possível. A vigilância é a única defesa contra este método
subversivo.

A Técnica da Mochila

Este aluno escolhe normalmente os lugares mais distantes e inacessíveis da sala. Quando o
formador pede - no início do exame - para guardar todos os documentos e livros, este aluno
aproveita para colocar as suas notas no chão, junto à mochila ou pasta volumosa, para que não
possam ser vistas pelo formador, podendo no entanto ser consultadas pelo formando ao longo do
teste.

Estado desesperado

Este método é semelhante ao método do chapéu e a ideia é dar a impressão que se está com
dificuldades - o que normalmente é bem visto pelo formador e apela à solidariedade e
compreensão do mesmo. Enquanto o formando suspira, coloca a mão na cabeça e se inclina
(num gesto de desespero) tal não passa de uma boa prestação de actor, pois na realidade fica
assim melhor posicionado para espreitar o teste dos colegas, escondendo com a mão o olhar. Esta
técnica tem variantes: enquanto se fecha o olho do lado do formador o outro pode manter-se
"bem aberto".

A técnica da Pastilha Elástica

Esta técnica é engenhosa. Alguns tipos de chicletes vêm embrulhadas em papel que pode ser
aproveitado para o formando colocar as suas notas escritas. Assim, em caso de desespero, este só
tem de desembrulhar a "pastilha certa" e ler as notas escritas. Raramente alguém desconfia, mas
agora passa a estar prevenido. Na eventualidade de o formador desconfiar, existe normalmente
uma pastilha inócua - sem notas - que se oferece ao professor num gesto de boa vontade.

Grafites / Mural

Este método exige a "solidariedade" da turma e consiste em alguém escrever nas paredes em
cartazes afixados ou em outro lugar estratégico, fora da visão fácil do formador as informações
que ajudem o aluno a "cabular". Caso o formador descubra, terá dificuldade em acusar alguém,
pelo que neste caso "o crime compensará". Portanto, uma revisão ocular das paredes atrás do
formador não será má ideia.

A Palma da Mão

Esta técnica é um clássico mas não serve para quem se enerva e transpira das mãos. Uma caneta,
duas mãos, uma para escrever e a outra para ser escrita são suficientes. O limite está no tamanho
da letra e/ou no tamanho da mão.

Murmúrios

À medida que o teste decorre, do silêncio sepulcral do início, um som de fundo vai aumentando
enquanto o tempo passa. São murmúrios normalmente vindos do lado oposto onde se encontra o
formador que aumentam e diminuem entre os "shhss!" que o mesmo vai distribuindo, na vã
tentativa de os silenciar. Uma técnica para minorar este tipo de "companheirismo" é contrariar a
ordem pela qual os formandos de sentam, redistribuindo os respectivos.
.
28

6.4. Estratégias para o combate ao uso de cábulas


De acordo com Diwawova (2023) as estratégias para o combate ao uso de cábulas são :

 Diagnostico especifico de lacunas de aprendizagens e posterior preenchimento;


 Provas com consulta;
 Regras claras e sanções eficientes quanto a sua transgressão quanto ao uso de cábula;
 Maior controle na hora da realização de testes;
 Abertura de um diálogo para o entendimento das causas para o efeito.
III. METODOLOGIA DE PESQUISA

1. Tipo de Pesquisa
Este estudo utilizará uma abordagem mista de pesquisa, combinando métodos qualitativos e
quantitativos para uma compreensão abrangente do problema.

2. Procedimentos e métodos de pesquisa


População e Amostra

O estudo em abordagem conta com a população de 500 estudantes da faculdade de educação e


psicologia, dos primeiros dois anos de licenciatura em ambos os períodos (laboral e pós laboral),
o reitor da universidade, 4 directores de cursos de licenciatura da faculdade em questão.
Escolhidos aleatoriamente.

Estudantes do Curso de Licenciatura:

Estudantes do curso de licenciatura são o grupo mais directamente afectado pela questão das
cábulas. Eles estão no centro da pesquisa, pois são os principais usuários da cábula e
experimentam suas consequências. Entender suas motivações, percepções e experiências é
fundamental para abordar eficazmente o problema.

Docentes

Os docentes desempenham um papel crucial na detecção da cábula, na aplicação de políticas de


integridade académica e no ensino. Suas perspectivas ajudarão a compreender como a trapaça
afecta o ensino, quais estratégias eles adoptam para preveni-la e como percebem o
comportamento dos estudantes.

Directores do Curso

Os directores do curso têm um papel de liderança na implementação de políticas académicas e na


gestão de programas de estudo. Eles podem oferecer Inxight sobre as políticas de integridade
académica em vigor, os desafios que enfrentam e as medidas que tomam para promover a
integridade.
30

Reitor da Universidade

O reitor é a mais alta autoridade académica da instituição de ensino superior. Suas perspectivas
são fundamentais para entender como a questão das cábulas se alinha com a missão e a visão da
instituição, bem como para discutir políticas institucionais e possíveis iniciativas de prevenção.

Análise e discussão de resultados

Nesta parte serão analisados e discutidos os resultados da pesquisa mediante a interpretação das
respostas obtidas no momento da aplicação dos questionários feitos população em estudo.

Métodos de recolha de dados

Os métodos usados para recolha de dados serão:

Entrevista: é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou


problema. A entrevista pode ser:

Padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido;

Despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro. Pode-se explorar mais


amplamente algumas questões.

Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo
informante.

O questionário deve ser objectivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções

As instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da


colaboração do informante e facilitar o preenchimento. As perguntas do questionário podem ser:

Abertas: “Qual é a sua opinião?”;

Fechadas: duas escolhas: sim ou não;

De múltiplas escolhas: fechadas com uma série de respostas possíveis.


-Questionários: Serão distribuídos questionários a estudantes da Up para colectar dados
quantitativos sobre a prevalência da cábula, a frequência de uso de cábulas, a percepção dos
estudantes sobre a cábula e seu impacto nas notas académicas.

- Dados Institucionais: Serão obtidos dados institucionais, como taxas de reprovação, políticas de
integridade académica e medidas de prevenção existentes nas instituições participantes.

A população em estudo para a pesquisa sobre o uso de cábulas e seu impacto na qualidade do
ensino no ensino superior compreenderá vários grupos-chave, cada um com seu papel
significativo no contexto académico.
32

Tabela de Cronograma Das Actividades

Actividade Novembro(1- Dezembro(2-18) Abril (21/2024)


30)

Recolhas de dados dos estudantes X

Entrevista aos Docentes X

Entrevista aos Directores do Curso X

Entrevista ao Reitor Da Universidade X

Entrevista aos Estudantes X

Analise e discussão de resultados X

Entrega Dos Resultados Da Pesquisa X

Tabela de Orçamento

Material Despesas
Fase Inicial Logística, equipamento tecnológico
Fase Operacional Logística e despesas operacionais
Fase Final Despesas de constituição e aplicação do
projecto
3. Sugestões
 Estabelecer um equilíbrio continuo entre os conteúdos e metodologias;
 Criar uma competitividade continua entre o sistema de ensino público verso privados;
 A escola deve proporcionar aos estudantes atitudes e relações que desenvolvem o auto
estima, auto conceito, auto imagem e auto valor aos estudantes, dando oportunidade a
cada um de mostrar o seu melhor sem evidenciar as suas fraquezas;
 Produzir curriculum baseado na verdade da nossa identidade antropológica, biológica, e
psicológica; Muitos estudantes não conseguem um segundo só verso no espelho quando
olha não fica a vontade porque o seu auto estima esta baixo;
 Durante o período de inserção das crianças as escolas nesse caso no primeiro ciclo, as
politicas de ensino não só devem limitar se em ensinar a criança sobre ler, escrever e
fazer cálculos matemáticos, mas nesse âmbito também devem aprender e praticar a
leitura através de actividades extracurriculares, tais como, a composição de poesias
músicas, interpretação de textos, assim a escola não só torna se num campo pratico de
leitura e cálculos mas também permite o despertar da cultura e talento;
 O sistema de avaliação deve saber que ter negativa na escola não é negativa da vida, isso
nos ensina que falhar é coisa feia oque não constitui a verdade, quando o estudante falha
deve ter oportunidade de ser corrigido é vida pratica funciona assim;
 Sendo que a aprendizagem tem um plano um mapa educacional como um pai ele deve
saber que confia em ti, seja presente nem tudo vem da escola a educação começa em
casa;
 Organizar os trabalhos das escolas em métodos definidos através dos quais os estudantes
possam aprender fazendo e direccione o trabalho da classe de tal forma que todo
estudante esteja engajado em alguma forma de trabalho prático, conectado com os
problemas diários da vida;
 As ideias são o começo de todas as realizações humanas. Ensine todos os estudantes
como reconhecer ideias práticas, que podem ser de grande benefício para ajudá-los a
adquirir o que quer que seja que a vida exija deles;
34

 Ensinar aos estudantes como fazer uma administração efectiva do tempo e, sobretudo,
ensine a verdade de que o tempo é o activo mais valioso disponível para todos os seres
humanos, e também o mais barato;
 Ensinar aos estudantes sobre a importância de serem definitivas em todas as coisas,
começando com a escolha de um grande propósito definido para a vida na qual possam
aprender sobre a autonomia na aprendizagem;
 Ensinar aos estudantes o princípio do hábito, e de que este pode ser bom ou mau , usando
as experiências do dia-a-dia como exemplo para elas, enfatizando os hábitos que eles
estão submissos no ambiente escolar;
 Ensinar aos estudantes como os hábitos tornam-se permanentes através do ritmo
hipnótico e as influencia a adoptar, enquanto ainda estão no início dos anos escolares,
hábitos que as levarão a ter pensamentos independentes;
 Ensinar aos estudantes sobre a importância de expressarem seus próprios pensamentos
sem medo, e ensina-las a aceitar ou rejeitar, por sua própria vontade, todas as ideias dos
outros, reservando para si mesmas, sempre, o privilégio de as submeterem ao seu próprio
julgamento;
 Os estudantes devem aprender a tomarem decisões prontamente e a mudá-las, mesmo que
sejam todas, vagarosamente e com relutância e nunca sem uma razão definida.
 Ensinar aos estudantes que o cérebro humano é o instrumento com o qual se recebe da
grande fonte central da natureza a energia que é especializada em pensamentos definidos;
de que o cérebro não pensa, mas serve como um instrumento para a interpretação dos
estímulos que causam o pensamento, de modo que esses possam saber estimular
pensamentos construtivos e criativos e assim revertendo o cenário colocando-os a pensar
em soluções justas necessárias;
 O estudante deve aprender o valor da harmonia em suas próprias mentes e que isso é
possível somente através do autocontrole;
 Toda escola deveria ensinar os princípios de realização individual através dos quais se
pode obter uma posição de independência financeira;
 Tornar a escola mas interessante, produtiva e pratica, a escola deve ter um grupo auxiliar
de instrutores, consistindo de homens de negócios, cientistas, artistas, engenheiros,
jornalistas. Cada qual compartilharia com todos os estudantes um conhecimento prático
da sua própria profissão, negócio ou ocupação. Essa instrução deveria ser conduzida
através do sistema de conferência, a fim de economizar o tempo dos instrutores;
 Introduzir uma disciplina que ensine as crenças pessoais sobre:
 Sucesso e insucesso escolar na qual devem aprender que o sucesso não é
adquirido pelo menor esforço ou artimanhas relacionadas com as cabular,
corrupção ou algum meio ilegal;
 As crenças sobre inteligência na qual a escola não deve ser um campo de
competitividade entre o resultado adquirido e do colega mas sim sobre os seus
próprios resultados, porque alguns empenham se nas cábulas de modo a ter o
meio mas facilitado para demostrar as suas competências;
 As crenças sobre competências pessoais nesse âmbito o estudante deve valorizar
o trabalho escolar para ser bem sucedido e tenha uma auto-estima, porque as
crenças podem afectar os alunos nos seus esforços para ser bem sucedido como o
seu desempenho;
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4. Resultados Esperados
À medida que investigamos os impactos do uso de cábulas no ensino superior, é essencial
considerar os resultados esperados que podem surgir quando medidas eficazes são
implementadas para combater essa prática desonesta. Nosso objetivo não é apenas eliminar o uso
de cábulas, mas também criar um ambiente acadêmico que promova o desenvolvimento de
estudantes competentes, aplicados e, ao mesmo tempo, garanta um mercado de trabalho mais
promissor e a diminuição das taxas de reprovação.
Um dos resultados esperados mais significativos é a transformação de nossos estudantes em
profissionais competentes e éticos. Ao eliminar a cábula, os estudantes serão incentivados a
realmente se envolverem com o material de estudo, desenvolvendo habilidades críticas de
pensamento, análise e resolução de problemas. Eles se tornarão mais confiantes em sua
capacidade de aplicar o conhecimento adquirido no ambiente de trabalho e em suas vidas
pessoais.
A trapaça no ensino superior não apenas prejudica a integridade acadêmica, mas também coloca
em risco a confiança dos empregadores na qualificação dos graduados. Com a redução da
trapaça, a qualidade da educação se elevará, garantindo que nossos diplomados estejam bem
preparados para atender às demandas do mercado de trabalho. Isso, por sua vez, fortalecerá a
reputação de nossas instituições de ensino e aumentará a empregabilidade de nossos graduados.
As medidas que os estudantes se engajam mais profundamente em seus estudos e desenvolvem
habilidades de pensamento crítico, eles se tornam mais aplicados em suas abordagens ao
aprendizado. A trapaça muitas vezes é uma resposta à pressão acadêmica e à falta de confiança
nas próprias habilidades. Com um ambiente acadêmico que promove a integridade, os estudantes
se sentirão mais incentivados a trabalhar duro, aprofundar seus conhecimentos e buscar o
aprendizado significativo.
Uma das consequências mais imediatas da trapaça é a reprovação em massa de estudantes que
não adquirem as habilidades necessárias para avançar em seus cursos. Com medidas eficazes de
prevenção e detecção de trapaça, esperamos uma diminuição significativa nas taxas de
reprovação. Os estudantes terão a oportunidade de serem avaliados de forma justa com base em
seus esforços e conquistas legítimas.
Em resumo, os resultados esperados deste esforço para combater a trapaça no ensino superior são
profundamente positivos. Estamos comprometidos em moldar estudantes competentes, aplicados
e éticos, promovendo a integridade acadêmica, garantindo um mercado de trabalho sólido para
nossos graduados e contribuindo para a diminuição das taxas de reprovação. Isso não apenas
melhora a qualidade da educação, mas também fortalece nossa sociedade como um todo, com
cidadãos mais bem preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
38

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Conforme afirma Diwawova (2023):

Colar não é simples, é conflitante, e as razões do aluno têm natureza diversa. Os objetivos e
benefícios imediatos podem se impor a princípios; o aluno pode estar aproveitando
oportunidades abertas por docentes mais omissos ou pela proximidade em um espaço físico
apertado; pode estar querendo fugir da imagem de fracasso provocada pela nota baixa; não ter
interesse pelo estudo e despreocupação com o domínio de conteúdos; ou pode estar tomando
uma atitude de enfrentamento ao sistema e a um ensino pautado na “decoreba”; ou a cola pode
ser causada pelo acúmulo de exigências de disciplinas fragmentadas etc..

A pressão para a avaliação das escolas em questões políticas, sociais e económicas, tem origens
muito diversas e lógicas diferentes, tem sido contraditórias e isso é notável pelas diferentes
reacções desses campos de conhecimento quando são solicitados para proferir um comentário
sobre a educação, cada um indicando os seus motivos e poucos cientes ou empenhados para
indicar as suas acções mediante as mudanças necessárias. Considerando também o sentido
comparativo que os nossos profissionais tem e usam como meio de interpretação nesse caso as
teorias da educação e os sistemas diversificados do ensino que na verdade tem os resultados que
tem porque são desenhados e empenhados para responder as necessidades das suas regiões.

A falta de programas de promoção de auto conhecimento na qual o aluno possa aprender e


conhecer as técnicas de aprendizagem e saber adequa-las para cada disciplina, assim como saber
fazer o planeamento e organização de estudo (horários de estudo, estabelecimentos de objectivos
específicos), controlo de estímulos ( o local de estudo, e a importância do estudo na sala de aula
e que a sala de aula não é substituível por copiar a matéria da aula em falta).

A falta de selecção de conhecimentos e estratégias ensinados, na qual é importante que o


Professor esteja consciente sobre o seu papel e o tipo de tarefas e matérias adequados para cada
lição manifestado o espírito inovador e actualizado.

A pesquisa a ser realizada trará uma série de insights importantes relacionados ao uso de cábulas
na UPM e seu impacto na qualidade do ensino superior. Os principais pontos destacados
incluem:
Estratégias dos Professores: Os docentes da UPM podem criar uma variedade de estratégias para
detectar e lidar com o uso de cábulas. Isso inclui a criação de exames e tarefas mais desafiadores,
o uso de tecnologias antiplágio e a promoção de uma cultura de integridade académica.

O uso de cábulas pode ser motivado por uma combinação de factores, incluindo a pressão
académica, a falta de tempo para estudar adequadamente e a falta de compreensão do conteúdo.
É fundamental abordar essas causas subjacentes para reduzir o uso de cábulas.

Os estudantes que recorrem a cábulas na UPM podem enfrentar consequências académicas


sérias, como penalidades disciplinares e desvalorização de seus diplomas. Além disso, a falta de
ética académica prejudica a reputação da instituição.

Para enfrentar eficazmente o problema das cábulas, é crucial implementar políticas de


integridade académica, oferecer programas de conscientização e educar os estudantes sobre a
importância do aprendizado genuíno. Além disso, a colaboração entre docentes, estudantes e
administradores é essencial para criar um ambiente académico ético e de qualidade.

A pesquisa a ser realizada destaca a necessidade de abordar o uso de cábulas na UPM como um
desafio sério que afecta tanto a integridade académica quanto a qualidade do ensino superior. Ao
adoptar estratégias eficazes de prevenção e combate, a UPM pode garantir uma experiência
educacional mais autêntica e preparar seus estudantes de forma mais eficaz para suas futuras
carreiras. A integridade académica deve ser priorizada como um componente fundamental da
missão da instituição.
40

V. EVIDENCIAS
42

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ALMEIDA, Filipe, et al. Fraude académica no Ensino Superior em Portugal: um estudo sobre a
ética dos alunos portugueses.Imprensa da Universidade de Coimbra. Novembro,
2015.In: :http://hdl.handle.net/10316.2/38480

ALVES,Nilda. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Pensar e Fazer. 1° Ed. Brasil(SP). Cortez


Editora. 1992.

COSTA, Lorena Martins, PIMENTA, Maria Alzira (2015). Um estudo sobre a prática da fraude
acadêmica em Quatro continentes. Acesso em : 11/09/23

DIWAVOVA, Pedro Muanda.(2023) O USO FREQUENTE DAS CÁBULAS (COLAS) NAS


PROVAS E EXAMES COMO ESTRATÉGIA PARA MELHORAR O RENDIMENTO ESCOLAR:
CASO DOS ALUNOS DA 7ª CLASSE DA TURMA E, DO COLÉGIO MFUMU. In:
https://www.google.com/amp/s/m.monografias.brasilescola.uol.com.br/amp/educacao/o-uso-
frequente-das-cabulas-colas-nas-provas-e-exames-como-estrategia-para-melhorar-o-rendimento-
escolar.

DUARTE, Ana, et al. Como ter sucesso no ensino superior: guia prático do estudante. Pacote.
2017.

NERICI, Úmido. G. Didáctica Do Ensino Superior. IBRASA. SP. S/d

RAMOS. F.S. (2012): FRAUDE ACADÊMICA: UMA ANÁLISE ÉTICO-LEGISLATIVA.


Dissertação de Mestrado em Educação, área de concentração: Desenvolvimento Profissional e
Trabalho a. Faculdade de Educação e Psicologia. Universidade de Uberaba. MG.131p.

SANTANA, Flavia . A Dinâmica da Aplicação do termo Qualidade na Educação Superior


Brasileira. São Paulo: Editora Senac, 2007.
TAVARES,Marisa Da Conceição, PINTO, Nádia Marleny. AVALIAÇÃO DAS
APRENDIZAGENS NO INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA HUÍLA:
REFLEXÃO SOBRE OS REFERENCIAIS E OS DESVIOS.Instituto Superior de Ciências da
Educação da Huíla.
VEIGA, Feliciano H. O Ensino Na Escola de Hoje. Climaps Editores. Lisboa. 2018.

APÊNDICES
44

Roteiro de Entrevista para o Reitor da Faculdade:

Questionário para o Reitor da Faculdade sobre Integridade Académica.

Seção 1: Informações Pessoais

1. Nome (opcional):

2. Cargo de Reitor na Faculdade:

3. Número de Anos no Cargo:

Seção 2: Visão Institucional sobre Integridade Académica

Como a instituição percebe a integridade acadêmica? Qual é a visão da faculdade sobre esse tipo
de fraude academica

4. Como a integridade acadêmica se alinha com a missão e os valores da faculdade?

Seção 3: Políticas Institucionais de Integridade Académica

5. Descreva as políticas institucionais relacionadas à integridade acadêmica em vigor na


faculdade.
6. Como essas políticas foram desenvolvidas e implementadas em toda a instituição?

Seção 4: Colaboração com Diretores de Curso e Docentes

7. Como é a colaboração entre a administração da faculdade, diretores de curso e docentes


em relação à integridade acadêmica?

8. Existem diretrizes ou recursos compartilhados para enfrentar a trapaça em nível


institucional?

Seção 5: Desafios na Promoção da Integridade Académica

9. Quais são os principais desafios que a faculdade enfrenta ao promover a integridade


acadêmica em toda a instituição?

10. Como a faculdade lida com a resistência dos estudantes em relação às medidas de
prevenção de trapaça?

Seção 6: Atitudes em Relação à Integridade Académica

11. Qual é a sua opinião pessoal sobre a importância da integridade acadêmica no processo
de aprendizado?

Seção 7: Apoio a Iniciativas de Prevenção

12. A faculdade apoia iniciativas de prevenção de trapaça, como programas de


conscientização ou aprimoramento de políticas?
46

13. Como a administração da faculdade está envolvida nessas iniciativas?

Seção 8: Sugestão para Melhorias

14. Você tem sugestões ou ideias sobre como a faculdade pode melhorar a integridade
acadêmica e a prevenção de trapaça em nível institucional?

Roteiro de Entrevista para Diretores de Curso:

Seção 1: Informações Pessoais


1. Nome (opcional):

2. Cargo de Direção no Curso:

3. Número de Anos no Cargo:

Seção 2: Políticas Acadêmicas e Integridade

4. Descreva as políticas de integridade acadêmica atualmente em vigor no curso que você


dirige.

5. Como essas políticas foram desenvolvidas e implementadas?

Seção 3: Medidas de Prevenção de Trapaça

6. Quais medidas específicas de prevenção de trapaça foram implementadas no curso sob


sua direção?

7. Qual é a eficácia percebida dessas medidas na prevenção da trapaça?

Seção 4: Colaboração com Docentes

8. Como é a colaboração entre os diretores de curso e os docentes em relação à prevenção


de trapaça?
48

9. Existem diretrizes ou recursos compartilhados para enfrentar a trapaça em nível de curso?

Seção 5: Desafios na Promoção da Integridade Acadêmica

10. Quais são os principais desafios que você enfrenta ao promover a integridade acadêmica
no curso?

11. Como o curso lida com a resistência dos estudantes em relação às medidas de prevenção
de trapaça?

Seção 6: Visão sobre Integridade Acadêmica

12. Qual é a sua opinião pessoal sobre a importância da integridade acadêmica no processo
de aprendizado?

Seção 7: Sugestões para Melhorias

13. Você tem sugestões ou ideias sobre como o curso pode melhorar a integridade acadêmica
e a prevenção de trapaça?

Questionário para Docentes sobre Integridade Académica

Seção 1: Informações Pessoais


1. Nome (opcional):

2. Área de Especialização:

3. Número de Anos como Docente:

Seção 2: Percepções sobre a Trapaça

4. Como você percebe a trapaça no ambiente acadêmico? Acredita que é um problema


comum?

5. Você acredita que a trapaça afeta negativamente a qualidade do ensino na universidade?


Por quê?

Seção 3: Experiências na Detecção de Trapaça

6. Você já detectou casos de trapaça entre os estudantes em suas aulas ou atividades


acadêmicas?

- [ ] Sim

- [ ] Não

7. Se você respondeu “Sim” à pergunta anterior, por favor, compartilhe suas experiências
específicas na detecção de trapaça. Quais sinais ou comportamentos levantaram suspeitas?
50

Seção 4: Medidas de Prevenção de Trapaça

8. Que medidas específicas de prevenção de trapaça você já adotou ou observou que outros
professores adotaram em suas aulas?

9. Qual é a eficácia percebida dessas medidas na prevenção da trapaça?

Seção 5: Desafios na Promoção da Integridade Acadêmica

10. Quais são os principais desafios que você enfrenta ao lidar com a trapaça no ambiente
acadêmico?

11. Você acredita que há recursos ou apoio institucional adequado para prevenir a trapaça?

Seção 6: Atitudes em Relação à Integridade Acadêmica

12. Qual é a sua opinião pessoal sobre a importância da integridade acadêmica no processo
de aprendizado?

Seção 7: Colaboração Institucional

13. Como é a colaboração entre os docentes e a administração da instituição em relação à


integridade acadêmica?

Seção 8: Sugestão para Melhorias

14. Você tem sugestões ou ideias sobre como a universidade pode melhorar a prevenção da
trapaça entre os estudantes?
Questionário para Estudantes do Curso de Licenciatura sobre o Uso de Cábulas e
Integridade Acadêmica.

Seção 1: Informações Pessoais


52

1. Nome (opcional):

2. Idade:

3. Gênero:

4. Curso de Licenciatura atual:

5. Ano/Semestre Acadêmico:

Seção 2: Uso de Cábulas e Motivações

6. Você já usou cábulas em exames ou trabalhos acadêmicos durante seus estudos


universitários?

- [ ] Sim

- [ ] Não

7. Se você respondeu “Sim” à pergunta anterior, por favor, explique por que você escolheu
usar cábulas. (Você pode fornecer exemplos específicos, se desejar.)

Seção 3: Experiências com Cábulas


8. Você pode compartilhar experiências específicas em que você ou seus colegas tenham
usado cábulas? (Por favor, descreva as situações, como exames, trabalhos, etc.)

Seção 4: Percepções sobre a Trapaça e Integridade Acadêmica

9. Como você percebe a trapaça no ambiente acadêmico? Acredita que é um problema


comum?

10. Você acredita que a trapaça afeta negativamente a qualidade do ensino na universidade?
Por quê?

Seção 5: Consequências da Trapaça

11. Se você ou seus colegas foram pegos usando cábulas, quais foram as consequências?
Como isso afectou seu desempenho académico ou bem-estar emocional?

Seção 6: Atitudes em Relação à Integridade Académica

12. Qual é a sua opinião pessoal sobre a importância da integridade académica no processo
de aprendizado?

Seção 7: Medidas de Prevenção e Conscientização

13. Você está ciente das políticas e medidas de prevenção de trapaça em sua instituição?

- [ ] Sim
54

- [ ] Não

14. Se sim, você acha que essas medidas são eficazes na prevenção da trapaça?

Seção 8: Sugestões para Prevenção

15. Você tem sugestões ou ideias sobre como a universidade pode melhorar a prevenção da
trapaça entre os estudantes?
ANEXOS
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Disciplina : Métodos de Estudo

Texto de Apoio

(Por: Daniel Nivagara)

Tema 2 : Planificação e Organização do estudo

2.1. Organização do tempo de estudo

É sempre preferível estudar com luz natural a estudar com luz artifícil, distanciado das refeições,
em pequenos períodos separados por intervalos de distração ou de exercício físico, do que em
períodos contínuos e de longa imobilidade.Não só a fadiga da atenção, como as alterações
vasomotoras, resultantes do não cumprimento destes preceitos, pode chegar a comprometer
seriamente o rendimento intelectual, a não ser que se goze de uma resistência pessoal
previlegiada.
Levantar-se cedo e estudar, depois do banho, um material ligeiramente preparado na véspera, é
sem dúvida muito mais preferível que o costume espalhado de tresnoitar e submeter à disciplina
desse esforço um corpo cansado e um cérebro que tende a inibir-se para reparar seus gastos
energéticos do dia. As consequências de um tal procedimento continuado são a insónia, o mau
humor e a prosexia ou falta de concentração traduzida em uma perda aparente da capacidade
retentiva. O quantum do estudo dependerá, naturalmente, das condições individuais e do tipo de
estudo.

Não obstante, e como regra geral, pode afirmar – a julgar pelos resultados experimentais obtidos
com as curvas de trabalho mental – que uma sessão de estudo não deve prolongar-se por mais de
duas horas, introduzindo-se pequenas pausas de 3 a 5 minutos em cada meia hora e, desde
possível, mudar uma ou duas vezes o tema ou material de estudo.

Quando se tratar de um trabalho que requer manipulaçao activa de materiais e seu processo
implica pausas destinadas à distracção, será factível prolongar-se até três ou quatro horas a sua
duração. Em todo o caso é absurdo e contraproducente encerrar-se, como o fazem alguns
estudantes e candidatos em vésperas de exames finais, horas e mais horas num aposento e
tratar de forçar suas possibilidades, não conseguindo outra coisa senão « prender com
alfinetes » algumas noções que não poderão resistir à crítica de um examinador discreto.
Deste modo, conclui-se que os horários e a planificação das actividades de estudo são
importantes porque evitam o estudo intensivo nas vésperas dos pontos e exames, as dificuldades
de concentração e memorização, devido à falta de tempo para organizar a informação estudada, e
os sentimentos de ansiedade e insegurança daí resultantes. O aluno capaz de estabelecer horários
adequados e de organizar os seus períodos de estudo obterá melhores resultados escolares, terá
tempo para organizar e rever as matérias estudadas e, assim, sentir-se-á confiante e seguro dos
seus conhecimentos na altura das avaliações.

Uma utilização adequada do tempo de estudo está dependente de os estudantes serem capazes de
auto-observar e de auto-avaliar os resultados escolares obtidos durante o tempo de estudo. Ou
seja, os estudantes têm de estabelecer os seus pontos de estudo, em função dos objectivos que se
propõem atingir, das tarefas escolares que têm de realizar, têm de saber regular o tempo em
função das dificuldades ou da importância das aprendizagens a reter, têm de possuir critérios
pessoais que lhes permitam avaliar as aprendizagesn adquiridas e de valorizar esse tempo de
estudo considerando-o útil e proveitoso. Em suma, tais competências incluem quatro
componentes principais, como a planificação, a automonitorização do tempo de estudo, a
definição de objectivos específicos para cada período de estudo e as percepções de auto-eficácia.

Gerir o tempo de estudo pressupõe que o aluno encontre um tempo para estudar, dentro do fundo
de tempo que tem disponível para as actividades quotidianas..

A escolha deste período é individual, pois cada pessoa tem os seus compromissos pessoais no
decorrer da semana. Mas se faz necessário um empenho por parte do estudante para descobrir
seus horários vagos e se dedicar ao estudo. Quer dizer :

- Descobrir os períodos de tempo vagos.

- Seleccionar aqueles períodos do dia em que você se sente mais "disposto"(Ex: há pessoas
que trabalham melhor à noite, outros logo ao amanhecer...)
- Separar pelo menos duas horas para estudo, mas, entre uma hora e outra descansar 15
minutos (saia do ambiente de estudo e faça algo para descansar a mente).
58

Somente em último caso estude mais que estas 2 horas porque é melhor que você tenha 2 horas
de estudo por dia com uma certa frequência ( por exemplo:4 vezes por semana) do que 4 horas
em um só dia.

Para o efeito, o estudante tem que elaboror o seu horário semanal de estudo, pois como dissemos
anteriormente, o estudo intensivo na véspera das avaliações pode contribuir para um fraco
rendimento escolar. Como na sociedade em que hoje vivemos se salienta cada vez mais a
importância de gerir o nosso tempo (por exemplo, através de agendas pessoais), achamos
oportuno introduzir no estudo a ideia de elaborar horários para as actividades diárias como
uma actividade divertida e que faz parte da vida de muitas pessoas, como desportistas,
empresários, políticos, etc.

Na elaboração do horário de estudo, uma das primeiras tarefas de cada um é a auto-observação e


auto-registo de todas as actividades diárias realizadas durante a semana. Através da análise
destas actividades e os periodos em que normalmente se realizam, cada um deve determinar
quais os periodos de estudo mais adequados de forma a respeitar as actividades obrigatórias e
essenciais (aulas, dormir, refeições, ver a TV, etc) e coordenando-os com os periodos doutras
actividades recreativas e de lazer. A partir daqui, cada um vai elaborar um horário de estudo
semanal, procurando que a sequência das actividades facilite a sua motivação e atenção durante o
estudo : por exemplo, começar pelas tarefas escolares antes do programa favorito de TV ou de
uma actividade desportiva.

Assim, depois de planificar as actividades semanais, o estudante deve continuar a auto-observar,


registar e avaliar, isto é, monitorar o cumprimento do seu horário durante o periodo de vigência
do seu horário (semana ou mês) ; por forma que possa continuamente e, quando necessário,
proceder as modificações oportunas de acordo com os seus objectivos, disponibilidade temporal,
etc.
Definitivamente, enquanto estudante :

 Na tua agenda podes ter um horário onde defines a que horas e que matérias deves
estudar durante a semana.
 Face ao tempo livre que resta depois das aulas, deves decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a actividades de
lazer (ver TV, ouvir música, etc.).
 Deves assinalar se cumpriste o teu plano de estudo. Se não conseguires cumpri-lo
deves compensar com um período de estudo maior em outro dia.
 Também é importante que tenhas um calendário das avaliações para saberes sempre
quais as disciplinas em que irás ser avaliado e poderes planear o teu estudo em casa.
 Deves colocar este calendário num local onde não seja possível esqueceres-te dessas
datas. Por exemplo, colado na parede em frente à tua secretária, colado no dossier
ou caderno. Vê o exemplo que se segue.

Disciplina Data de Avaliação

_____/_____/_____

_____/_____/_____

2.2. A escuta e atenção no estudo

A abordagem sobre a escuta e atenção no estudo, levantam, antes de mais uma outra questão
importante : o aproveitamento das aulas.

De facto, quem segue um curso e pretende aproveita-lo ao máximo não pode dispensar a
frequência às aulas. Embora de clareza cristalina, esse é um ponto que passa desapercebido por
muita gente. Há calouros que, julgando ser desperdício assistir às aulas, acreditam que
empregariam melhor seu tempo se estudassem sozinhos em casa ou numa biblioteca. Imaginam
que desse modo aprenderiam muito mais. Estão, porém, profundamente enganados.
60

As escolas/universidades, com suas aulas e professores aparentemente inúteis, existem porque


são indispensáveis à aprendizagem científica, sistemática. A presença do professor, o programa
por ele desenvolvido, seu método de orientar e organizar o que aprender e sua disponibilidade
para dirimir dúvidas levantadas pelos alunos são elementos insubstituíveis no estudo académico
eficiente. Além disso, quando realizado em isolamento, o estudo carece das riquezas da
actividade intelectual característica dos ambientes universitários: a colectividade universitária
estimula a troca de ideias inteligentes, favorece a ocorrência de debates paralelos ao programa de
ensino, estimula permanentemente a ampliação dos horizontes culturais.

Logo, nada de desvalorizar à assistência das aulas. Mas em todo caso, devemos reiterar que todo
desenvolvimento intelectual do aluno mediante o estudo depende muito mais desse aluno. A
faculdade, as aulas e os professores constituem elementos externos auxiliares. João Alvaro Ruiz
(in : Galliano, 1987 : 59) oferece uma argumentação insofismável ao comparar o estudante a
árvore frutífera. Quem causa os frutos, diz ele, é principalmente a árvore ; quem aprende é
principalmente o aluno. Tem que haver na planta o princípio intrínseco, activo, operante, capaz
de produzir os efeitos da frutificação, e no aluno, os efeitos da aprendizagem. A acção do
agricultor, como a do professor, tem carácter de causa eficiente auxiliar, apenas coadjuvante.
Quem dá frutos, ou não, é a árvore ; que aprende, ou não, é o aluno. Ninguém pode fazer um
poste dar frutos ou ensinar teoremas a cabritos.

Portanto, sem diminuir a importância de quem trata da árvore nem a qualidade do adubo
empregado para que os frutos sejam de melhor qualidade, a questão apresentada aqui é que o
estudante deve estar consciente de que o resultado final da sua actividade, a aprendizagem,
depende primordialmente dele mesmo.

Neste sentido, para que o aluno tire melhor proveito das aulas, quando tiver em seu posse o
programa de estudos e o material requerido pelo curso, tudo o que tem a fazer antes de entrar em
aula é uma „rápida“ leitura dos apontamentos e das obras da bibliografia recomendada, buscando
ter uma noção antecipada do assunto que será explanado pelo professor. Durante esta leitura
prévia deve marcar os pontos que lhe sejam mais obscuros, os mais difíceis de compreender ou
que lhe despertem dúvidas.
A vantagem desse procedimento reside no facto de, am aula, poder seguir mais objectivamente a
explanaçao do professor e distribuir de modo racional a intensidade da sua atençao. Ou seja,
poderá dar atenção normal aos aspectos que já compreende com relativa segurança e concentrar
mais atençao naqueles cuja compreensão é ainda duvidosa. As anotações feitas durante a leitura
prévia lhe servirão de roeiro orientador para que possa formular as dúvidas por ventura não
eslarecidas na explanação do professor.

Por outro lado, a leitura antecipada permite que os apontamentos em aula sejam objectivos,
inequívocos e limitados ao essencial. Ela evita que o estudante se perca na tentativa de anotar
tudo por não saber distinguir o essencial do secundário, permitindo-lhe concentrar-se mais no
discurso/explicação do professor. E isso decididamente eleva o aproveitamento do tempo
passado em aula.

Se a aprendizagem depende sobretudo do aluno, o rendimento máximo do tempo passado em


aula depende da conduta do estudante, da sua atitude para com o que vai aprender. Boa conduta
aqui significa interesse, não chegar atrasado, abstrar-se de problemas estranhos à aula e
concentrar-se no assunto que está sendo estudado.

O estudante que frequentemente chega atrasado às aulas não é interessado no estudo e não tem
uma atitude correcta. E o pior «é que prejudica a sí próprio pois, também com frequência perde
para da explicação cuidadosamente preparada pelo professor. Em geral, os professores
desenvolvem temas diferentes cada aula e, antes de passar à explanação do novo assunto, fazem
resumo da aula anterior para relacioná-la com a que vão apresentar. Isso ajuda o aluno a
compreender melhor a interligaçao entre as partes. E às vezes essa perda implica ainda maior
prejuizo porque pode requerer muito tempo para que as idéias sejam ordenadas de modo a seguir
inteligentemente o sentido da dissertação do professor.

Também no momento em que a aula começa a atenção deve estar inteiramente voltada para o
trabalho na turma, a dissertação do professor, os eventuais debates, as questões levantadas pelos
colegas. Jamais o estudante apresentará uma questão inteligente em aula se estiver com o
pensamento ocupado com o que aconteceu na festa do sábado, na última discussao com a família
ou no disco que acabou de ser lançado. E necessário abstrair-se dos problemas externos à aula e,
62

assim, eliminar da mente os « ruidos » que interferem na recepção de tudo que a aula pode lhe
ensinar.

De facto, no que respeita às situações de aprendizagem, convém salientar que :

i. A escuta e a atenção determinam antes de mais nada, numa larga medida, a eficácia
do conjunto do trabalho : com efeito, a escuta e a atenção estão na origem do circuito
do processo metodológico de aquisição/assimilaçao dos conhecimentos :

 no plano quantitativo, as capacidades de memorização são em parte função do grau de


atenção de cada um ;
 no plano qualitativo, um maior grau de atenção e de escuta grantirá, por exemplo :
- apontamentos menos desconexos, melhor utilzáveis ;
- que nos interessemos mais facilmente por mecanismos ou modos de pensamentos
novos ;
- que evitemos a censura de « parcialidade » nos nossos comentários ou TPC.

2.3. Anotações/apontamentos: Guias práticos

2.4. Estudo em casa

2.5. O trabalho em equipa

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