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1 A Psicologia da Aprendizagem estuda o complexo processo pelo qual as formas de

pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados pela criança.


Para que se possa entender esse processo é necessário reconhecer a natureza social
da aprendizagem.

2 A Psicologia do Desenvolvimento é uma ramo que busca compreender os processos


de transição pelos quais passam os seres humanos no decorrer de suas vidas.

Para os estudiosos, todas as pessoas passam por momentos de alterações e


mudanças internas. Assim, alguns deles acarretam modificações interiores
significativas. São os chamados períodos de transição rápida, isto é, as passagens
entre a infância, adolescência e vida adulta.

Crescimento refere-se essencialmente às transformações progressivas de cunho


quantitativas que ocorrem nas dimensões do corpo humano, enquanto
desenvolvimento engloba simultaneamente transformações quantitativas e qualitativas,
sendo resultante de aspectos associados ao próprio processo de crescimento físico.

3 O processo de aprendizagem é um fenômeno natural do ser humano que envolve


uma série de fatores: aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e
culturais

4 Em poucas palavras, a transferência de aprendizagem se refere à capacidade dos


alunos aplicarem as informações e habilidades que retiram dos treinamentos em
cenários práticos. A transferência de aprendizagem é importante porque você
administra um negócio – e não uma escola.

5 A motivação acadêmica ou escolar tem um papel determinante nos processos de


ensino aprendizagem. Tem função ativadora e estimulante no comportamento já que
mobiliza recursos internos. E permite que o aluno se envolva de forma mais profunda e
empenhada na aprendizagem.

6 Teorias da aprendizagem:

1Pavlov (1849-1936)

2Teorias dos reflexos condicionados

2.1condicionados

2.1.1 adquiridos

2.2.2 condicionados a experiencia passada

3reflexos incondicionados
3.1 inatos
Watson (1878-1958)

Fundador do Movimento Behaviorista

Distanciou-se do método empírico

Usou o método experimental na psicologia

Transformou a psicologia numa ciência


O meio ambiente é determinante para a ocorrência de aprendizagem

Skinner (1904-1990)

1Aprendizagem

1.1 Condicionamento respondente –Automaticamente ( Reflexo)


1.2 Condicionamento operante- Por estímulos: positivos ou negativos

Piaget (1896-1980)

Processo de aprendizagem:
Situação; Desequilíbrio; Assimilação; Acomodação; Equilíbrio

Método psicogenético: Situação problema; Dinâmica de grupo; Tomada de


consciência; Avaliação.

Vygotsky (1896-1934)

Desenvolvimento intelectual das crianças

Vygotsky definiu a Zona de Desenvolvimento Proximal

Condições de vida

Apresentou a relação entre o pensamento e a linguagem

Ausubel (1918-2008)

Aprendizagem Significativa: Quando uma ideia ou informação nova se relaciona com


conceitos já assimilados.

Aprendizagem Mecânica: Quando as novas ideias não se relacionam com as ideias já


existentes.
A informação deverá ser interiorizada e compreendida, não devendo existir apenas
uma memorização mecânica.

Comportamentalistas
Pavlov A continuidade e o reforço dos comportamentos positivos promovem as
aprendizagens dos alunos;

Watson Os alunos necessitam de receber um estímulo ao qual darão uma resposta,


sendo todos os comportamentos considerados reflexos.

Skinner O professor planifica o processo de aprendizagem de acordo com as


necessidades formativas do aluno de modo a que se operem transformações

Cognitivistas

Piaget Necessidade de diagnóstico das competências e das habilidades de cada um


dos alunos. As actividades devem ser organizadas de acordo com as características de
cada estádio de desenvolvimento.

Vygotsky As pessoas com NEE deveriam participar de forma ativa na vida da


sociedade para transporem as suas dificuldades.

Ausubel Os ambientes estimulantes promovem aprendizagens significativas.

Bruner As aprendizagens cooperativas favorecem a mesma oportunidade de


aprendizagem independentemente das suas dificuldades.

Gardner O papel do professor deverá ser o facilitador da aprendizagem utilizando os


recursos necessários e adaptados às necessidades educativas.

Humanistas

Maslow

Escola inclusiva: estratégias de gestão curricular e de sala de aula – diferenciação


pedagógico e trabalho colaborativo.

Wallon

Escola para todos. Professor: criação de um ambiente positivo e ajustado a cada


aluno.

Rogers Professor deverá ser o facilitador da aprendizagem utilizando os recursos


necessários e adaptados às necessidades.

O professor deve planificar: os processos de ensino, de aprendizagem; avaliação de


acordo com as necessidades educativas.

As práticas: podem ser aplicadas de acordo com os estilos de aprendizagem.


Influenciam: o sistema de ensino;  as políticas de escola, as opções curriculares; 
as estratégias para promover as aprendizagens.

TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM E SUAS IMPLICAÇÕES


NO ENSINO REGULAR E NA EJA

Dentre essas teorias da aprendizagem podemos destacar três delas que considero a
psicogênese do desenvolvimento infantil, e o interesse natural do indivíduo em cada
fase de desenvolvimento numa perspectiva integracionista são elas as teorias de
Wallon, Vigotsky e Piaget.

A educação por vez utiliza-se desses conceitos para adequar seus conhecimentos a
forma como o aluno aprende. Esses conhecimentos são condensados na forma do
professor em disciplinar como psicologia da aprendizagem.

PSICOGÊNESE DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A APRENDIZAGEM EM


PIAGET

Piaget é um integracionista. Ele considera a interação entre o organismo e o meio na


aquisição do conhecimento. No que se refere à motivação para aprender, portanto,
esta seria um componente com elementos tanto intrínseco quando extrínseco.

A teoria Piagetiana da aprendizagem implica em diferenciar qualitativamente a lógica


do funcionamento mental da criança da lógica do funcionamento mental do adulto.
Investigou através de quais mecanismos, a lógica infantil se transforma em lógica
adulta, isto é o processo de aprendizagem, que se dá por equilibração e
desequilibração.

Ele ainda considera que o processo de transformação da lógica infantil em lógica adulta
obedece a etapas de amadurecimento qualitativo do organismo. As fases do
desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget, são: sensório-motora, pré-operatória,
operatório-concreto e operatório-formal.

Para Piaget a aprendizagem ocorre por constantes equilibrações, ancoragens e


desequilibrações.

 Equilibração – O organismo procura manter em estado da adaptação com o


meio, agindo no sentido de superar perturbações na relação com o meio.

 Desequilibração – Qualquer possibilidade de mudança rompe o estado de


repouso ou equilíbrio gerando desequilibração. A desequilibração exige a
assimilação e a acomodação de novos significados (ou aprendizagem) para que
o organismo volte a si equilibrar.

 Assimilação – Processo de incorporação de novos significados.


 Acomodação restabelecimento do equilíbrio a partir da assimilação.

“Embora assimilação e acomodação sejam processos distintos e opostos, numa


realidade eles ocorrem ao mesmo tempo. (DAVIS, 1990:38).

 Etapas do desenvolvimento cognitivo

O desenvolvimento é um processo de equilibração sucessivas, que embora contínuo, é


caracterizado por diversas fases ou períodos.

“segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo passa por quatro etapas distintas: a


sensório motor, a pré-operatória, a operatória – concreta e a operatória formal”.
(DAVIS, 1990:39).

 Etapa sensório-motora – vai do nascimento aos dois anos de idade. A criança


tem como base exclusivamente em percepções sensório e em esquemas
motores para resolver seus problemas “tais esquemas, formas de inteligência
exteriorizada, vão-se modificando com a experiência” (idem: 40).

Essas modificações evoluem até o aparecimento da função simbólica até o surgimento


da fase pré-operatória.

 Etapa pré-operatória – dos dois aos sete anos. É marcado pelo aparecimento da
linguagem oral. Que permite surgir esquemas representativos ou simbólicos e
sustentados por conceitos, e pelo animismo e pela transdedutividade e depende
da percepção imediata. E não os reversíveis

“O pensamento pré-operatório indica, portanto, inteligência capaz de ações


interiorizadas, ações mentais,” (ibid:41).

 A etapa operatório-concreta – dos sete aos 13 anos. É a etapa da


reversibilidade. É marcada pelo pensamento lógico, objetivo, e reversível, que
permite a ideia de conservação. Porém a criança só consegue pensar
concretamente.

“o pensamento agora baseia-se mais no raciocínio que na percepção”. (DAVIS,


1990:44).

 A etapa Operatório-formal.

A partir dos treze anos o pensamento se tornasse livre da realidade concreta


permitindo o abstrato do pensamento e a construção madura do raciocínio.

Quatro elementos básicos são responsáveis pela passagem de uma etapa de


desenvolvimento mental para a seguinte: a maturidade do sistema nervoso, a interação
social, a experiência física e a equilibração. Destas a interação social é a menos
importante. “desta maneira, a educação é em especial a aprendizagem tem, no
entender de Piaget, um impacto reduzido sobre o desenvolvimento intelectual.
Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem não se confundem (…)” (idem:46).

Mesmo a aprendizagem sendo um processo considerado secundário e subordinado a


equilibração e a maturação, por Piaget. A escola usa as etapas de desenvolvimento
para adequar a aprendizagem do que a criança está madura para aprender.

 Aplicação e implicações da teoria da teoria de Piaget na educação regular e na


EJA

A educação considera as etapas do desenvolvimento de Piaget para adequar as


técnicas e o material de ensino, bem como as habilidades e limitações de cada fase.
Na fase sensório-motora a principal característica da criança é a percepção e a
motricidade a escola (creche) adapta o conhecimento as maturidades das crianças.
Nessa fase, por exemplo, o comportamento da criança é lúdico. A escola faz uso da
motricidade e do caráter lúdico de criança para trabalhar com jogos que envolva a
percepção “tátil”, visual e auditiva, bem como a ludicidade para inserir os elementos
que ela considera essenciais para formar o cidadão.

Na fase pré-operatória a escola faz uso d percepções imediatas e do personalismo da


criança bem como da sua competência oral e simbólica para inserir símbolos,
significados e conceitos no ensino, visto que a criança já tem condições e interesses
em aprendê-los.

Na fase operatório-concreta a criança adquire a reversibilidade e concretude do


pensamento lógico, a escola usa material concreto para ensinar bem como ensinar
conteúdos que exijam ideias de conservação.

Quando o adolescente adquire formalidade ou abstração do pensamento à escola traz


então temáticas que exijam reflexões que muito estimulam a aprendizagem nessa fase.
Vale dizer que Piaget não escreveu essa teoria para a educação. Para Piaget a
“aprendizagem (…) é encarada como um processo mais restrito, causado por situações
especificas (como a frequência escolar) e subordinado tanto a equilibração quanto á
maturação”. (DAVIS, 1990:46).

Como a teoria considera apenas o desenvolvimento infantil de modo algum ela oferece
subsídios para o ensino de EJA e pode contribuir com a ideia de que após a
puberdade, a aprendizagem do aluno pode ficar limitada ao desenvolvimento adquirido
até então.

A teoria interacionista de Vigotsky assim com


TEORIA INTERACIONISTA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE VIGOTSKY

o os de Luria e Leontiev, considera o organismo ativo, onde o pensamento é


constituído paulatinamente ambiente que é histórico e, em essência social.

“Vigotsky defende a ideia de continua interação entre as mutáveis condições sociais e


a base biológica do comportamento humano”. (DAVIS, 1990:49).

Considera a interação organismo ambiente e organismo numa diversidade de


condições histórico-sociais que a acriança vive onde os fatores biológicos só
predominam sobre os sociais, apenas no início da vida da criança. O início da vida a
criança carece da solidariedade do adulto para de tornar autônomo e é justamente
essa solidariedade que a criança aprende a construir a aprendizagem que são por elas
internalizadas.

“Ao internalizar instruções, as crianças modificam suas funções psicológicas:


percepções, atenção, memórias, capacidade para solucionar problemas” (idem:50).

A influência social e dos meios de comunicação em massas, traduzem formas


diferentes de organizar, planejar e atuar sobre a realidade.

A linguagem intervém no processo de desenvolvimento intelectual desde o nascimento,


e a aquisição de um sistema linguístico reorganiza todos os processos mentais infantis.
Para Vigotsky pensamento e linguagem são dois círculos integrados. “é na intercessão
deles que se produz o que se chama pensamento verbal (…)” (ibid:52).

O pensamento verbal em Vigotsky equivale ao pensamento abstrato de Piaget: para


Vigotsky “as funções psicológicas especificamente humanas se originam nas relações
do indivíduo e seu contexto cultural e social” (REGO, 1997:41)

 Desenvolvimento e aprendizagem – Vigotsky considera três teorias no que diz


respeito à relação entre desenvolvimento e aprendizagem, mais, no entanto
desconsidera todas elas a primeira é do processo maturacional, a segunda do
processo comportamentais e a terceira é a dos processos interacionista
independentes entre desenvolvimento e aprendizagem.

 Processo maturacional – o desenvolvimento ocorre antes da aprendizagem,


criando condições para esta ocorra, como desenvolvida por Piaget.

 Processos Comportamentais – A aprendizagem é desenvolvimento,


compreendida, como acumulo de respostas aprendidas. Do desenvolvimento,
portanto, ocorre simultaneamente à aprendizagem.
 Processos Independentes – nesse desenvolvimento e aprendizagem são
processos que interagem afetando-se mutuamente: aprendizagem causa
desenvolvimento e vice-versa.

 Concepção de Vigotsky – para ele a inteligência é a capacidade de aprender


mediada pela linguagem.

“assim, ou a inteligência como habilidades de aprender, desprezando teorias que


concebem a inteligência como resultante de aprendizagens prévias, já realizadas”.
(DAVIS, 1990:53)

Um conceito importante na teoria de Vigotsky e a noção de desenvolvimento potencial


ou proximal, que se refere a condições de pré-requisitos necessários para a aquisição
de novas aprendizagens. Isto quer dizer que a criança não se interessa mais pelo que
já sabe. Ele se em aprender algo que ainda não sabe, mas que está perto do que ele já
sabe. Portanto se o conhecimento novo oferecido for muito distante do que a criança já
sabe ela não aprende, do mesmo modo se for muito fácil e não ofereça nenhum
desafio à criança não se interessa.

Por fim podemos dizer que: “para Vigotsky, em resumo, o processo de


desenvolvimento nada mais é do que a apropriação ativa do conhecimento disponível
na sociedade em que a criança nasceu”. (idem: 54).

Essa afirmação de que a criança aprende por apropriação, ajudou nos argumentos de
uma educação centrada na criança e na construção da aprendizagem que ela faz do
que o cerca.

 Aplicação e implicações da teoria de Vigotsky na educação regular e na EJA.

Além da ênfase da linguagem para o desenvolvimento do pensamento como faz a


escola outro conceito bastante utilizado e o de solidariedade para obtenção a
autonomia. Esse é um argumento profundamente utilizado pela escola para conduzir a
aprendizagem em nome da motivação.

A escola também usa a noção de desenvolvimento proximal para organizar o


planejamento de conteúdo a serem trabalhados pelos alunos, levando em conta as
fases de desenvolvimento de Piaget, aliadas a noção de pré-requisito de Vigotsky. A
escola tenta na medida do possível, oferecer um conteúdo ou atividade que seja novo,
mas que a acriança já domine os esquemas para aprendê-lo, ou para se apropriar dele
como diria Vigotsky. Outra noção das teorias de Vigotsky aplicadas à educação é a
noção de que a criança constrói a sua aprendizagem na interação como meio mediado
pela solidariedade e pela comunicação dos mais competentes. Isso faz com que a
escola deixe o aluno tentar resolver, porem quando este fracassa o professor oferece
ajuda no sentido de fazer o aluno continuar motivado a aprender.

Esta teoria também considera a mediação de alguém mais competente para com
alguém menos competente para a aquisição da aprendizagem. Apesar de considerar
preponderantemente a criança, infante ou adolescente como sujeito da aprendizagem,
não restringe a aprendizagem a este público, nem o escalo por fase. Deste modo, a
forma de mediação da aprendizagem para a criança pode ser mais facilmente
adaptada para a mediação da aprendizagem na Educação de jovens e adultos, por
exemplo, no que se refere a educação escolar. Esta teoria parece mais adequada,
apesar de também considerar preferencialmente o infante como sujeito da
aprendizagem.

TEORIA INTERACIONISTA DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO WALLON

Wallon considera uma complexa dinâmica do desenvolvimento infantil onde pode ser
identificada a existência de etapas diferenciadas por necessidades e interesses que lhe
garantem coerência e unidade onde uma etapa e básica e necessária para o
surgimento da própria.

Esse desenvolvimento envolve fatores orgânicos e fatores sociais que é a soma da


maturidade mais da aprendizagem social e cultural (linguagem/conhecimento)
obedecendo a um ritmo de desenvolvimento, não sequencial e não linear, isto é,
descontinuo.

“A psicogenética Walloniana contrapõe-se às concepções que veem no


desenvolvimento uma linearidade, (…)”, (GALVÃO, 1996:41).

Wallon considera ainda fatores como afetividade e a cognição no que diz respeito ao
desenvolvimento humano. Como já citado: “Wallon vê o desenvolvimento da pessoa
como uma construção progressiva em que se sucedem fases com predominância
alternadamente afetiva e cognitiva”. (idem: 43).

Ele considera cinco estágios psicogenéticos, são eles: estagio impulsivo-emocional,


estagio sensório-motor e projetivo, estagio de personalismo, estagio categonal e
estagio da adolescência.

Nesses estágios o que é determinante é a relação acumulo e dispersão da energia.


“(…) a momentos predominantemente afetivos, isto é, subjetivos e de acumulo de
energia, sucedem outros que são predominantemente cognitivos, isto é, objetivos e de
dispêndio de energia. É o que Wallon chama de predominância funcional”. (ibid:45).

 Estágios psicogenéticos Wallonianos.


No que se refere à sucessão dos estágios vale considerar que há uma alternativa entre
as formas de atividades que assumem a predominância em cada estágio. A cada nova
fase surge uma nova orientação da atividade e do interesse da criança. “do eu para o
mundo, das pessoas para as coisas”. Isso é o que implica no princípio de alternância
funcional.

 Estagio impulsivo emocional – abrange o primeiro ano de vida é marcado


principalmente por estados inerentes a emoção, propício para a interação da
criança com o meio e a realidade exterior, mediada pela afetividade.

 Estágio sensório-motor e projetivo – vai até o terceiro ano. É pertinente dizer que
nesse estágio o interesse da criança se volta para exploração sensório-motora
do mundo físico. “outro marco fundamental deste estagio é o desenvolvimento
da função simbólica da linguagem”. (GALVÃO, 1996: 44).

Inversamente ao que ocorre no estágio anterior, neste predomina as relações


cognitivas com o meio.

 Estágio de personalismo – é o estágio que abrange a faixa dos três anos aos
seis anos de idade, cuja tarefa central é o processo de formação de
personalidade. A formação da consciência de si, que ocorre por meio das
interações sociais, se orienta o interesse da criança para as pessoas, definindo
o retorno da predominância das relações afetivas.

 Estágio categorial – ocorre por volta dos seis anos, quando já consolidada a
função simbólica e diferenciada a personalidade, a criança faz importantes
avanços no campo de inteligência:

“os processos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o


conhecimento e conquistas do mundo exterior, imprimindo a suas relações como o
meio, preponderância do aspecto cognitivo”. (GALVÃO, 1996 :44).

 Estágio da adolescência – a crise da puberdade vem romper com a tranquilidade


afetiva que marca o estágio categorial e gera a necessidade de uma redefinição
dos contornos da personalidade, o que implica na ressignificação de questões
pessoais, morais e existenciais, numa retomada de predominância afetiva.

 Aplicação e implicações da teoria de Wallon na educação.

No que diz respeito à aplicação das teorias da aprendizagem no sentido de motivar o


aluno a aprender, o primeiro aspecto dessa teoria considerada pela escola é o fato de
tanto o fator afetividade quanto o fator cognição contribuem igualmente e
necessariamente para a aprendizagem. Antes apenas os fatores cognitivos eram
considerados no que diz respeito à aprendizagem.
Outro aspecto muito em voga ultimamente em educação e que é contribuição de
Wallon para a aprendizagem é o fato desta não ser um processo linear e continuo, e
que mesmo estando orientado em fases a aprendizagem é um processo descontinuo.

A teoria de Wallon dá margens ainda a acreditar que existem fatores em que


naturalmente a pessoa está mais motivada para aprender determinadas coisas, que em
outras fases. Dá margens ainda a concepção de que mesmo não sendo a fase em que
a pessoa está naturalmente mais voltada para aprender, o objeto de interesse da
pessoa pode ser manipulado para a aprendizagem ou afetado para o interesse, visto
ser um objeto conhecido.

A escola associa o elemento de interesse do aprendiz em cada fase a conteúdos que a


tem objetivo trabalhar, assim ela torna atraente para o aluno o conteúdo escolar do
aluno em muitos casos não pode mais ser dissociado dos objetos de interesse da
escola. Ainda com base em Wallon muitas escolas têm buscado trabalhar a questão
relacional professor/conhecimento e de como esse elemento interfere na aprendizagem
dos alunos.

Hoje a concepção de avaliação como parte do processo de aprendizagem e de


avaliação continuada e de que uma aprendizagem desencadeia má série de outras
aprendizagens de forma descontinua que não seria necessário saber alguns conteúdos
para aprender outros (ideia dos pré-requisitos) é basicamente validada na teoria da
aprendizagem numa concepção Walloniana.

No que se refere à implicação no ensino da EJA, a teoria de Wallon, impacta de forma


similar a teoria de desenvolvimento de Piaget, a saber, subsidiando a ideia de que o
desenvolvimento humano se dar preponderantemente na infância e que a partir de
então segue-se em continuo, apenas acrescido de informações. Assim sendo, o foco
no ensino de EJA seria apenas informativo e não formativo. O máximo que se pode
fazer no ensino de EJA seria agregar informações, a uma pessoa previamente
desenvolvida.

Além das teorias do desenvolvimento, vale considerar que não só estas teorias são
usadas para motivar a aprendizagem. Outra concepção adotada nesse sentido são as
teorias de Freud.

TEORIA DA SEXUALIDADE DE FREUD E SUAS APLICAÇÕES NA


APRENDIZAGEM E NA EDUCAÇÃO

A exemplo das teorias de Piaget e de Wallon, Freud também desenvolve sua teoria
considerando a psicogênese do desenvolvimento humano. Levando em conta mão
apenas a cognição como Piaget, nem a interação cognitiva x afetividade de Wallon,
mas apenas o desenvolvimento afetivo: fase oral, fase anal, fase fálica, fase de latência
e fase genital.

 Fase oral – de 0 a 02 anos é a marcada pela erotização da boca, como fonte de


prazer e de sobrevivência. Nessa fase a criança desenvolve a capacidade de
simbolizar e de se comunicar, inclusive oralmente. É uma fase de auto
erotização.

 Fase anal – de 02 aos 04 anos é caracterizada pela erotização da retenção e do


ato de expelir as fezes. Nessa fase a criança desenvolve significativamente a
motricidade e aprende a dominá-la em pares opostos (atividade/passividade).

Tem grande interesse em atividades que exija manipulação. A percepção tátil está
bastante aflorada. Predomina auto erotização e erotização objetual.

 Fase fálica dos 04 aos 06 anos – é marcada pela erotização do órgão fálico. O
pênis nos meninos e o clitóris nas meninas. É a fase onde se instala e é
solucionado o complexo de Édipo. É marcado pela ambivalência d desejo e
frustração pelo genitor o sexo oposto, e ódio e culpa para com o genitor do
mesmo sexo. Quando o Édipo é mal instalado ou mal resolvido redunda quase
sempre em homossexualidade. Essa é um a fase se erotização voltada para os
genitores e ainda não aberta para outros agentes sócios.

 Fase de latência dos 07 aos 12 anos. É caracterizada pela minimização das


atividades sexuais primárias e parciais típicas das fases anteriores. A energia e
o interesse da criança ficam voltados para aprendizagem, inclusive de
componentes escolares. As relações são alargadas do ambiente familiar para o
âmbito social, onde a criança relaciona-se preferencialmente com pessoas do
mesmo sexo na escola e na vizinhança cativando amigos. O investimento afetivo
é mais cognitivo.

 Fase genital – a partir da puberdade.

É caracterizada pelo investimento libidinal. Dessa vez nos órgãos genitais, genitália
masculina e vagina da menina. Há impulsos para a realização dos desejos sexuais
plenos com pessoas do sexo oposto. A perca de interesse em objetos cognoscitivos
visto que a libido está canalizada no sentido de realização plena e madura da
sexualidade.

 Libido é a energia vital e sexual que move o indivíduo.

SEGUNDA TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO DE FREUD.


Nessa teoria Freud desenvolve noções de instancias psíquicas onde a energia que
transitam em busca do prazer e da vida é a libido. As instancias psíquicas do
comportamento humano serão id, ego, e superego e esse comportamento seria
também um dos três níveis dependendo da consciência que o indivíduo tem dos
motivos que determinam seu comportamento, a saber: consciente, subconsciente e
inconsciente. A fala demonstra o nível de consciência que o indivíduo tem de seu
objeto de desejo.

 Consciente – é o estado psíquico onde o indivíduo identifica claramente os


desejos que movem a sua ação, ou melhor, o seu comportamento.

 Subconsciente – é a condição psíquica onde as pulsões que funcionam como


força motriz para o comportamento, só se tornam conhecidas do próprio sujeito.

 Inconsciente – é o estágio psíquico onde o indivíduo não tem acesso ao


conhecimento dos desejos que movem o seu agir no mundo, ou o seu
comportamento. Nessa instância o desejo é recalcado e reaparece em forma de
sintomas neuróticos.

 Id – é o reservatório de energia psíquica que contém as pulsões de vida e de


morte responsáveis pelo desejo que direcionam a vida e o comportamento do
indivíduo.

 Ego – é o sistema que estabelece o equilíbrio entre o id (desejos/pulsões) e o


superego (proibições/oral). É o senso de realidade daquilo que se é possível
fazer para realizar o desejo sem que isso cause algum desprazer maior por
conta de alguma punição social.

 Superego – é a instância da proibição e de limites, internalizados a partir do


complexo de Édipo onde a criança reconhece o seu limite no desejo da mãe,
pela proibição do incesto. “O conteúdo do superego refere-se a existências
sociais e culturais”. (JONES, 1979:157).

 Mecanismos de defesa – são mecanismo de camuflagem ou repressão de


realidades dolorosas. “são a operação pela qual o ego exclui da consciência os
conteúdos indesejáveis, protegendo dessa forma, o aparelho psíquico”. São
eles: regressão, projeção, racionalização, e formação reativa.

 Aplicações e implicações de teoria de Freud na educação regular e na EJA.

A principal implicação do uso da teoria de Freud na educação é a adequação das fases


a área de erotização na criança. A fase anal a criança aprende pela manipulação, por
exemplo, nessa fase a escola trabalha com massa de modelar por exemplo.
Outro exemplo seria a adequação do ensino fundamental I a fase de latência da
criança onde, via de regra todo interesse dela está voltada para a aprendizagem,
porém a principal contribuição ocorre nos casos onde a aprendizagem não de efetua. A
não aprendizagem e muitas vezes entendida como um mecanismo de defesa da
criança que projeta e transfere a afetividade mal resolvida como os pais no complexo
de Édipo, para os professores ou outras autoridades na escola.

Os casos de não aprendizagem escolar são muitas vezes subentendidos a analise


numa perspectiva psicanalítica. Quanto à aprendizagem esta tenta unir a pulsão e
desejos da criança bem como os elementos da fase em que ela se encontra aos
objetivos da escola.

Apesar do ser humano ser sempre um ser de pulsão e de desejo durante toda a sua
vida, Freud, a exemplo de Piaget e de Wallon, também estabelece a puberdade como
momento de maturidade sexual do indivíduo. Assim sendo, uma vez atingida a
maturidade sexual na puberdade, o indivíduo segue naquela condição adquirida, salvo
uma condição afetiva regressiva. Desta forma, o indivíduo adulto, manterá sempre as
caracterizas e comportamento do indivíduo maturo no que se refere à aprendizagem e
no que a sexualidade madura impacta nesta, pode-se aplicara ao aluno de EJA, a
saber, segundo Freud, a perca de interesse em objeto cognitivo e maior interesse em
objetos de investimento sexual. A aprendizagem do adulto, então, seria comprometida
pela primazia do interesse sexual.

OUTRAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM.

Várias teorias da aprendizagem têm surgido com o objetivo de motivar a criança a


aprender os conteúdos escolares. Outras teorias não têm essa intenção, porem são
adaptadas a estes propósitos. Dentre as diversas teorias utilizadas com a intenção de
motivar os alunos, mesmos eles não trabalhando necessariamente destes tópicos são:
teorias das múltiplas inteligências de Gardner da Universidade de Havard e Inteligência
emocional de Daniel Golderman.

Ambas as teorias têm servido aos propósitos de educação. Na primeira a escola tenta
da conta de trabalhar com a diversidade de aspecto que possam vir a interessar o
indivíduo no que diz respeito ao desenvolvimento da inteligência para formar
competências e habilidades especificas e a segunda no sentido de trabalhar a
afetividade e a emoção do aluno através do desenvolvimento de habilidades
interpessoais e assim melhorar a sua cognição.

 Inteligências múltiplas de Gardner

Para Gardner (2000) o ser humano não possui uma, mais várias inteligências que
podem ser desenvolvidas, no sentido de transformar inteligência em competência em
múltiplos aspectos. A inteligência competente está no nível, da cognição, da criação e
da prática. As inteligências múltiplas para Gardner são: inteligência linguística,
inteligência musical, inteligência corporal, inteligência matemática, inteligência
sinestésico corporal, inteligência naturalista, inteligência interpessoal e interpessoal e
inteligência espacial. (Antunes, 2004). Desenvolve jogos para estimular as múltiplas
inteligências na escola, para ele: “elemento indispensável é imprescindível aplicação
dos jogos e o professor.” (ANTUNES, 2006:12).

 Inteligência emocional – é um conceito desenvolvido por Gardenan (1996) é diz


de a capacidade d usar adequadamente a inteligência emocional ao sentido de
transformá-la em competência e habilidades sociais: a escola também manipula
a inteligência emocional através de jogos sócios.

“nessa fase, os programas de alfabetização emocional precisam explorar os recursos


para que o futuro adolescente expanda seu auto compreensão, desenvolva padrões de
comportamento socialmente aceitáveis, perceba a pluralidade cultural, explore sua
automotivação e descubra competência para a comunicação interpessoal”. (ANTUNES,
2004: 34)

 Aplicação e implicações das teorias das múltiplas inteligências (TMI) e da


inteligência emocional (EI) na aprendizagem infantil e adulta.

Ao diferenciar entre as múltiplas inteligências, a escola faz uso dessa teoria inclusive
para elaborar a sua matriz curricular. De certa maneira a escola tem como principal
função prepara mão de obra para ocupação de postos de trabalhos, e o mercado tem
exigido cada vez mais trabalhadores com múltiplas habilidades, visto que atualmente o
mercado tem privilegiado um funcionário mais polivalente em detrimento de um
especializado apenas em uma função. A escola, pois tem efeito uso das teorias das
múltiplas inteligências para compor sua matriz, s seu currículo, a fim de pelo menos
levam o aluno a perceber quais as habilidades que possui e assim poder desenvolvê-
las em atividades extracurricular ou extraescolar. “É nesse sentido mesmo que a escola
tem falado na formação de um cidadão competente e digno”. Quando a aplicação das
teorias da inteligência emocional, considerando o momento histórico, e o novo
paradigma que está sendo construído a saber: o paradigma da complexidade é
interessante para a escola formar mão de obra não apenas do ponto de visa cognitivo,
mas também afetivo, como tão bem demonstrando também na teoria de Wallon.

Visando formar cada vez mais um cidadão pluralista a escola tem investido tanto no
currículo, quanto no extracurricular, que é a forma como lida com o seu currículo. É
através do currículo paralelo de seus métodos e técnicas, concepções fundamentos e
bases que a escola transmite seu currículo oculto, e com ele a formar dos indivíduos se
comportarem na escola e fora dela, inclusive do ponto de vista emocional.
Neste sentido, o aluno adulto, como o aluno de EJA tem vantagens e desvantagens
oriundas destas teorias. De um lado já investiu nas habilidades que usa para execução
de seu posto de trabalho e já descartou o investimento em habilidades não diretamente
relacionadas a este. A criança recebe estímulos mais diversificados que os adultos na
escola, por outro lado, a maturidade emocional de um adulto, acredita-se mais
desenvolvida que a das crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação básica regular de sete a quatorze anos, é oferecida pelo Estado como
obrigatória e gratuita porque se acredita de acordo com s teorias do desenvolvimento
humano e da psicogênese do desenvolvimento infantil, que a pessoa só se desenvolva
neste período e que depois desta fase a capacidade de aprendizagem fica limitada ao
desenvolvimento deste período.

Considerando o desenvolvimento infantil como condição indispensável, o educando


que não teve estimulação escolar nas fases de desenvolvimento infantil, é entendida
como alguém não desenvolvido e, portanto, limitado para aprende e por isto é
fortemente estigmatizado.

A Educação de jovens e Adultos perde o caráter desenvolvimentista, presente na


educação regular básica e ganha um caráter utilitarista de educação para o trabalho.
Esta ênfase na educação básica regulara em detrimento de outras modalidades de
ensino, principalmente do Ensino de Jovens e Adultos, é reforçado em grande parte
pelas teorias da aprendizagem e do desenvolvimento humano que restringem o
desenvolvimento cognitivo, ao desenvolvimento infantil.

Estas teorias influências, tanto as políticas vigentes, quanto as abordagens e práticas


pedagógicas vigentes, que tendo ao desenvolvimento na educação básica e a
educação para o trabalho na Educação de jovens e Adultos. Os Impactos das teorias
do desenvolvimento e da aprendizagem infantil não se aplicam ao ensino e
aprendizagem de adultos, mas pode restringir as possibilidades de pessoas que
tiveram acesso tardio à educação.

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