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SUMÁRIO
1 APRENDIZAGEM ....................................................................................... 3
4 APRENDIZAGEM E DESEMPENHO........................................................ 10
5 APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO............................................................ 13
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7.3 Teorias da transferência ..................................................................... 26
8 BIBLIOGRAFIAS ....................................................................................... 29
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1 APRENDIZAGEM
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1.1 Conceito
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competências, conhecimentos, valores ou comportamentos são adquiridos ou
modificados ao longo da vida; estando associado a fatores cognitivos, emocionais,
orgânicos, psicossociais, culturais e resultante de constante estudo, experiência e
observação. Há condições determinantes para que haja aprendizagem de acordo com
as proposições das teorias gestaltistas:
• Fatores Fisiológicos - maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema
nervoso central, dos músculos, glândulas etc.;
• Fatores Psicológicos - motivação adequada, autoconceito positivo,
confiança em sua capacidade de aprender, ausência de conflitos
emocionais perturbadores etc.;
• Experiências Anteriores - qualquer aprendizagem depende de
informações, habilidades e conceitos aprendidos anteriormente.
Afirma-se que o processo de aprendizagem pode ser diferente para cada
indivíduo, dependendo dos seus conhecimentos, do ambiente e outros fatores que
influenciam esse sistema. Aprender é o resultado da interação entre estruturas
mentais e o meio ambiente para construir de modo progressivo e interminável suas
representações do interno (o que pertence a ele) e do externo (o que está “fora” dele).
Inúmeros são os autores que discutem as teorias da aprendizagem; dentre os
principais destacam-se Wallon, Piaget, Vygotsky e Skinner; que deram relevantes
contribuições para o campo de ensino-aprendizagem. Empenharam-se na elaboração
de suas teorias para uma melhor compreensão do desenvolvimento humano.
Para Piaget (1999), no Construtivismo a aprendizagem só ocorre mediante a
consolidação das estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá
após a consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de um
estágio para outro da criança estaria dependente da consolidação e superação do
estágio anterior. Sendo assim, a aprendizagem em si nada mais é do que a
substituição de uma resposta generalizada por outra mais complexa. (NETTO et
al,2017).
Segundo Vygotsky (1998) apud Netto (2017), a aprendizagem sempre inclui
relações entre pessoas. Ele defende a ideia de que não há um desenvolvimento pronto
e previsto dentro de nós que vai se atualizando com passar do tempo. O
desenvolvimento é pensado como um processo em que estão presentes a maturação
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do organismo, o contato com a cultura produzida pela humanidade e as relações
sociais que permitem a aprendizagem.
Wallon, defende que a aprendizagem está relacionada com o desenvolvimento
da individualidade como unidade afetiva e cognitiva dos sujeitos. O estudo do
desenvolvimento humano deve ser feito na sucessão das etapas e dos conflitos no
decorrer da vida, sendo a linguagem e a cultura que fornecem ao pensamento as
ferramentas para a sua evolução; a sua interação com o mundo biológico não depende
apenas do seu amadurecimento intelectual, mas de habilidades mais complexas para
interagir com a cultura existente entre o sujeito e seu meio.(NETTO et al,2017).
Para Skinner, apud Netto (2017), a aprendizagem concentra-se na aquisição
de novos comportamentos. É decorrente da relação estímulo-resposta (S-R) e das
ações praticadas pelas crianças, tendo como objetivo a aquisição de novos
comportamentos ou a mudança dos já existentes; pois o ensino decorre da adaptação
e planejamento de reforços através dos quais o aluno é levado a adquirir ou modificar
uma conduta, de modo que se torna mecanizada, deve ser incentivada, pois esta leva
à memorização. O ensino é obtido quando o que precisa ser ensinado pode ser
colocado sob condições de controle e sob comportamentos observáveis. É
considerado o criador da teoria Behaviorista.
2 APRENDIZAGEM E MATURAÇÃO
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• A consistência desses padrões em diferentes indivíduos da mesma
espécie;
• O curso gradual de crescimento físico e biológico em direção a ser
completamente desenvolvido.
Sobre a maturação, Piaget (1972, p.2) esclarece que:
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3 A APRENDIZAGEM É CONDICIONADA PELA MATURAÇÃO
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4 APRENDIZAGEM E DESEMPENHO
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Para tanto devem ser observadas determinadas características do
desempenho que servirão como indicadores do desenvolvimento da aprendizagem ou
da aquisição de uma habilidade. A característica principal é quando o desempenho da
habilidade melhorou, durante um período de tempo no qual houve a prática, tornando-
se, assim, mais capaz de desempenhar a habilidade do que era anteriormente.
A melhoria do desempenho deve ser marcada por certas características:
• O desempenho deve ser, como resultado da prática, persistente, ou seja,
relativamente constante. Deve ser duradoura no tempo.
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diversas características de cada estágio, uma importante mudança decorrente da
prática ocorre nos processos da atenção.
• 1 - Estágio Cognitivo - Se caracteriza por uma grande quantidade de
atividade mental e intelectual. O principiante costuma responder às
técnicas ou estratégias, apresentando grande número de erros
grosseiros no desempenho;
• 2 - Estágio Associativo - A atividade cognitiva envolvida na produção
de respostas decai. Mecanismos básicos da habilidade foram
aprendidos até certo ponto. O aprendiz está concentrado em refinar a
habilidade. Detecta alguns dos seus erros. A variação de desempenho
começa a decrescer;
• 3 - Estágio Autônomo - As habilidades são aprendidas a um tal grau
que respostas são geradas de maneira quase automática. Desenvolve
capacidade para detectar seus erros e que espécies de ajustes são
necessários para corrigir os erros. A variação do desempenho de dia a
dia já se torna muito pequena.
É importante entender esses estágios de aprendizagem para determinação de
estratégias instrucionais apropriadas a serem utilizadas ao ensinar habilidades
motoras.
O desempenho inicial na aprendizagem nem sempre permite predizer com
precisão o desempenho posterior. O desempenho posterior deve ser considerado a
partir de:
a) determinação das capacidades relacionadas com a tarefa;
b) motivação para ter sucesso e para continuar a aprender a habilidade;
c) instrução inicial deve enfatizar os fundamentos importantes da habilidade a
ser aprendida;
d) quantidade de tempo de prática disponível do indivíduo é importante na
determinação do sucesso posterior.
Esses fatores além de serem valiosos na previsão do desempenho futuro, são
geradores de informações para determinar o que deve ser incluído no plano de
instrução, para ajudar o estudante a desenvolver seu potencial.
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5 APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO
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5.1 Funções dos motivos
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Segundo esta teoria, para que o indivíduo seja motivado a emitir determinado
comportamento, é preciso que esse comportamento seja reforçado seguidamente. A
aprendizagem só acontece caso haja a associação de determinada resposta a um
reforço, até que o indivíduo fique condicionado.
Em outras palavras, uma necessidade (estímulo) leva a uma atividade
(resposta) que a satisfaz, e aquilo que satisfaz ou reduz a necessidade serve como
reforço da resposta. Isto é, o indivíduo age para alcançar um reforço que vai satisfazer
sua necessidade.
De acordo com a teoria do condicionamento, só há motivação para aprender
em sala de aula na medida em que as matérias oferecidas estiverem associadas a
reforços que satisfaçam certas necessidades dos alunos.
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motivação humana não poderia ser explicada em termos de privação, necessidade e
reforçamento.
Para Maslow existe uma hierarquia de necessidades que vão se manifestando
à medida que as necessidades básicas, consideradas por ele de ordem inferior, são
satisfeitas e, que evoluem em direção a necessidades de ordem superior. Quando não
há alimento, o homem vive apenas pelo alimento. Mas o que acontece quando o
homem consegue satisfazer sua necessidade de alimento? Imediatamente surgem
outras necessidades, cuja satisfação provoca o aparecimento de outras.
Esquematicamente, Maslow construiu uma pirâmide, que segundo ele, localiza
está hierarquia de sete conjuntos de motivos-necessidades:
• Necessidades fisiológicas – um indivíduo com as necessidades
fisiológicas oxigênio, líquido, alimento e descanso – insatisfeitas tende a
comportar-se como um animal em luta pela sobrevivência. É a satisfação
dessas necessidades que permite ao indivíduo dedicar-se a atividades
que satisfaçam necessidades de ordem social;
• Necessidade de segurança – é o comportamento manifesto diante do
perigo e de situações estranhas e não familiares. É essa necessidade
que orienta o organismo na ação rápida em qualquer situação de
emergência, como doenças, catástrofes naturais, incêndios, etc.
• Necessidade de amor e participação – expressa-se no desejo de
todas as pessoas de se relacionarem afetivamente com os outros, de
pertencerem a um grupo.
• Necessidade de estima – leva-nos à procura de valorização e
reconhecimento por parte dos outros. Quando essa necessidade é
satisfeita, sentimos confiança em nossas realizações, sentimos que
temos valor para os outros, sentimos que podemos participar na
comunidade e ser úteis.
• Necessidade de realização – expressa-se em nossa tendência a
transformar em realidade o que somos potencialmente, a realizar nossos
planos e sonhos, a alcançar nossos objetivos. A satisfação da
necessidade de realização é sempre parcial, na medida em que sempre
temos projetos inacabados, sonhos a realizar, objetivos a alcançar.
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• Necessidade de conhecimento e compreensão – é a curiosidade, a
exploração e o desejo de conhecer novas coisas, de adquirir mais
conhecimento. Essa necessidade é mais forte em uns do que em outros
e sua satisfação se realiza através de análises, sistematizações de
informações, pesquisas, etc. Essa talvez devesse ser a necessidade
específica a ser atendida pela atividade escolar.
• Necessidade estética – manifesta-se através da busca constante da
beleza. Essa necessidade, segundo Maslow, parece ser universal em
crianças sadias e a escola pode contribuir muito para sua satisfação.
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todo indivíduo tem uma série de impulsos e de desejos que procura satisfazer.
Entretanto, muito desses impulsos e desejos não podem ser satisfeitos, em virtudes
das sanções sociais. Assim, eles são reprimidos para o inconsciente e lá se organizam
a fim de se manifestarem de outra forma, de uma maneira que não contrarie as normas
sociais.
Na prática clínica, Freud, pesquisando sobre causas e funcionamento das
neuroses, descobriu que a grande maioria dos pensamentos e desejos reprimidos
eram de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida do indivíduo. Na vida
infantil estavam as experiências traumáticas, reprimidas que originavam os sintomas
atuais. Essas ocorrências deixavam marcas profundas na estrutura da personalidade.
Freud, então, coloca a sexualidade no centro da vida psíquica e postula a existência
da sexualidade infantil.
6 TEORIAS DA APRENDIZAGEM
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chegou à conclusão de que o reflexo salivar, provocado normalmente pela presença
do alimento na boca, também podiam ser provocados por outros estímulos associados
aos alimentos.
Começou, então, a relacionar o alimento a outros estímulos, originalmente
neutros quanto à capacidade de provocar a salivação, como a luz de uma lâmpada ou
o som de uma campainha. Verificou que, se o alimento fosse muitas vezes precedido
destes estímulos, o cão passaria a salivar também na sua presença. A esta reação
Pavlov denominou: reflexo condicionado.
Posteriormente, os psicólogos passaram preferir a expressão – resposta
condicionada -, uma vez que este tipo de aprendizagem não se limita só aos
comportamentos reflexos.
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6.4 Teoria da aprendizagem por ensaio e erro
Para John Dewey a aprendizagem deve estar vinculada aos problemas práticos
aproximando-se o mais possível da vida cotidiana dos alunos. À escola cabe preparar
seus alunos para a vida democrática, para a participação social, deve praticar a
democracia dentro dela, dando preferência à aprendizagem por descoberta.
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Para Dewey, seis são os passos que caracterizam o pensamento científico:
• Tornar-se ciente do problema – É necessário que o problema proposto
tenha significado para o indivíduo. O problema deve ser transformado em
uma necessidade individual que lhe proporcione estímulos suficientes;
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A capacidade de generalizar consiste em saber transferir soluções de uma
situação para outra.
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7 TRANSFERÊNCIA DA APRENDIZAGEM
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estudo de uma lição, lendo o conjunto e depois repetindo trechos difíceis é processo
que faculta o estudo de outra lição do mesmo tipo.); de ATITUDE (Exemplo: o hábito
de aprender teoremas depois de algum esforço leva o indivíduo a esperar dominar
com esforço novo teorema.); de GENERALIDADES de fatos compreendidos
(Exemplo: regras, princípios, leis, etc., induzidos e aplicados a seguir a casos
particulares diversos, habilitam o indivíduo a aprender outros casos particulares, pelo
pensamento dedutivo).
Nesta teoria a transferência é a repetição, em uma nova situação, de uma
reação já aprendida anteriormente.
Nesta teoria, que tem Judd como precursor, os fatores mais importantes são: o
Método de Ensino ou de Estudo e Grau de Auto Atividade despertada no aluno. A
matéria ou conteúdo a ser aprendidos é de muito pouco importância.
Esta teoria preconiza que, a função da educação é treinar a inteligência,
internalizar o método científico, assistir os alunos a abstrair o geral e essencial dos
aspectos particulares e acidentais em suas experiências. Esta teoria enfatiza a
aplicabilidade de princípios e generalizações a situações variadas e diversas.
A repetição do experimento original de Judd, por outros estudiosos, conclui que
as crianças acostumadas com o princípio da refração da luz foram mais capazes de
atingir um alvo submerso na água do que crianças que não conheciam o princípio.
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A repetição do experimento original de Judd, por outros estudiosos, conclui que
as crianças acostumadas com o princípio da refração da luz foram mais capazes de
atingir um alvo submerso na água do que crianças que não conheciam o princípio.
8 BIBLIOGRAFIAS
BERK, L.E. (2010). History, theory, and research strategies. In L.E. Berk.
Development through the lifespan (pp. 2-43). Needham Heights, MA :Allyn and Bacon.
Básicos [documento eletrônico]. 7 Ed. Rev. Atual. Barueri, SP: Manole, 2009.
Reimpressão 2010.
29
PENNA, A Introdução à História da Psicologia Contemporânea. Rio de Janeiro,
Zahar, 1980.
SANTOS, Clezio Saldanha dos. Introdução à Gestão Pública. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
SP: Cultrix,1992.
30
__________. Henri Wallon: a evolução psicológica da criança. Tradução Claudia
Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2007. (Coleção Psicologia e Pedagogia).
RESUMO
Muitas são as teorias de aprendizagem existentes, atualmente, no âmbito acadêmico. Isso se deve ao
fato de cada teórico escolher estudar os aspectos que acreditam ser essenciais para as questões da
educação. Contudo, sabe-se que nenhuma delas esgota e explica todos os questionamentos dessa
área de conhecimento. Esse estudo versa sobre duas dessas teorias com o objetivo geral de discutir a
relação entre as teorias de aprendizagem de Skinner e Vygotsky e suas contribuições para o processo
ensino-aprendizagem. Assim, fez-se necessário descrever o conceito de aprendizagem de Skinner e
Vygotsky, apontando as suas implicações pedagógicas, para em seguida comparar os principais
pressupostos de cada teoria. Para atender aos objetivos deste estudo comparativo utilizou-se da
pesquisa exploratória do tipo bibliográfica. Buscou-se, então, fazer um levantamento sobre as principais
obras dos autores escolhidos, para em seguida destacar os principais conceitos envolvidos na questão
da aprendizagem. Diferentemente da idéia difundida na comunidade acadêmica, esclareceu-se que as
abordagens possuem vários pontos de convergência, mas que também divergem em alguns aspectos.
Uma conclusão obtida com a realização deste trabalho se refere ao conceito principal de cada autor
para o entendimento do processo de ensino - aprendizagem. Espera-se que este trabalho possa
contribuir para um melhor entendimento da teoria de Skinner bem como, explique alguns equívocos
difundidos sobre sua abordagem, contribuindo também para ampliar a compreensão geral sobre as
diferentes abordagens para o conceito de aprendizagem facilitando a prática pedagógica.
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entendimento do assunto. Bock, Furtado e Teixeira (2000) colocam como principais
pontos abordados pelos estudiosos que se propõem a estudar esse processo a
natureza e os limites da aprendizagem, como também a participação dos aprendizes
e a motivação durante o processo. Outro ponto bastante discutido é a importância do
outro na aquisição de novos conhecimentos.
Na tentativa de explicar a existência de diversos resultados para pesquisas que
se referem ao campo da Psicologia, Cunha (1998) expõe que nessa ciência os
paradigmas são vistos como revolucionários e inéditos, pois são muito diferentes entre
si. Isto ocorre, pois, cada teórico acaba por encaminhar suas pesquisas de acordo
com o que acredita ser essencial.
Dentre os autores que estudaram a aprendizagem, aparecem Vygotsky e
Skinner, os escolhidos para o desenvolvimento deste trabalho. Esses autores são
considerados opostos no que se refere às ideias que desenvolveram sobre o tema da
aprendizagem, principalmente, pelo fato dos teóricos pertencerem a abordagens
diferentes da psicologia. O primeiro ficou mais conhecido por sua ênfase nas questões
cognitivas e do desenvolvimento humano, já o segundo focou seu trabalho para o
estudo do comportamento.
Contudo, ao analisar mais detalhadamente os escritos de cada um sobre o
tema, é possível perceber inúmeras semelhanças das suas formas de pensamento.
Desse modo, o objetivo geral desse estudo é discutir a relação entre as teorias de
aprendizagem de Skinner e Vygotsky e suas contribuições para o processo ensino
aprendizagem. Para isso, faz-se necessário descrever o conceito de aprendizagem
de Skinner e Vygotsky, apontando as suas implicações pedagógicas e em seguida,
faz-se uma comparação dos principais conceitos propostos por ambos. Para atender
aos objetivos, este trabalho teve como delineamento de estudo a pesquisa
exploratória do tipo bibliográfica.
A necessidade da elaboração desse estudo teórico-comparativo foi sentida ao
se perceber a existência de equívocos difundidos na Faculdade de Educação sobre
os estudos de Skinner que, muitas vezes, são infundados ou repletos de
desconhecimento sobre o autor. Confunde-se o que foi desenvolvido por ele com os
escritos de seus antecedentes dentro da filosofia behaviorista na prática docente
sobre o estudo do conceito de aprendizagem, para os alunos do curso de pedagogia
da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
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A formação no curso de Psicologia permitiu que a autora do presente trabalho
possuísse um conhecimento mais aprofundado da teoria behaviorista, sentindo-se
responsável por contribuir para uma melhor compreensão da análise do
comportamento e da sua filosofia, o behaviorismo radical. Para tanto, buscou-se
desmitificar alguns conceitos ao compará-los à obra de Vygotsky, já que esta possui
uma grande aceitação na área de Educação. Tentou-se, assim, mostrar que a teoria
de Skinner não ocupa um lugar de oposição em relação a alguns pensamentos
elaborados por Vygotsky.
Gioia (2004) afirma que a propagação de ideias imprecisas ou insuficientes do
behaviorismo radical conduz a um desconhecimento das contribuições que a análise
do comportamento poderia oferecer sobre a relação do indivíduo com o ambiente. A
autora destaca ainda que, dentre os contextos de interação, o ambiente escolar é o
que poderia receber maiores benefícios em função do papel da educação na
sociedade e da importância dada por Skinner a esse aspecto.
Assim, as informações imprecisas sobre o behaviorismo impedem que os
futuros professores se apropriem das ideias dessa abordagem, o que dificulta a sua
utilização em contextos adequados. Apesar disso, Gioia (2004) afirma que esses
dados errôneos trazem consequências ainda piores quando formam opiniões
preconceituosas, pois são propagadas sempre da mesma forma no ambiente
acadêmico e escolar.
Reafirmando essa idéia, Cunha (1998) expõe que “o que se observa no dia-a-
dia das salas de aula é que os professores possuem uma capacidade insuperável
para transformar os pressupostos de qualquer ciência da educação e adequá-los às
suas características e possibilidades pessoais”.
A grande aceitação da teoria de Vygotsky se deve ao fato dessa ser
considerada a mais adequada para os moldes de educação que se pensa nos dias
atuais. Utilizando-se da boa aceitação da teoria vygotskyana no ambiente dos cursos
de educação, procurou-se estabelecer a relação desta com a teoria de Skinner,
tentando, assim, aproximar os educadores da leitura da obra deste último.
Outra relevância de relacionar as teorias consiste no fato de que, para a
educação, não existe uma única teoria que responderá a todas as dúvidas e questões
vividas no contexto de sala de aula. Coll (1997) aponta uma saída para essa situação
ao expor que se deve fugir de uma junção impensada das teorias, ao mesmo tempo,
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não se apegar unicamente a contribuições de apenas uma abordagem. Deve-se
perceber no contexto educacional qual a teoria traria melhores resultados e utilizar as
contribuições pertinentes a essa prática educativa.
Percebe-se, com isso, que o conhecimento sobre as múltiplas teorias da
aprendizagem pode auxiliar o trabalho do professor, uma vez que, tendo propriedade
sobre as contribuições que cada uma destas teorias pode oferecer é possível trabalhar
com a integração das mesmas. Vale ressaltar que, para trabalhar com inúmeras
abordagens, é necessário que o professor tenha um processo reflexivo sobre a sua
prática. Integrar as teorias significa relacioná-las e não simplesmente juntar as suas
ideias.
O presente estudo é composto por três capítulos. O primeiro aborda o trabalho
desenvolvido por Skinner, seus antecedentes históricos e teóricos, o conceito de
aprendizagem e a importância do professor no processo. Buscou-se desenvolver as
mesmas ideias no segundo capítulo sobre o pensamento de Vygotsky. Por fim, o
terceiro capítulo faz a interrelação dos principais pontos discutidos sobre os dois
autores.
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pesquisar e ensinar naquela Universidade, na qual permaneceu até a sua
aposentadoria, em 1974 (CUNHA; VERNEQUE, 2004).
Skinner desenvolveu inúmeros estudos científicos sobre o comportamento, a
maioria deles utilizando organismos infra-humanos como base comparativa do
humano. Assim, desenvolveu instrumentos básicos e construiu uma sistematização
para o estudo das relações comportamentais do organismo com seu meio ambiente.
Nesse sentido, criou uma metodologia que denominou de Análise Experimental do
Comportamento. Após essa organização, Skinner sentiu a necessidade de firmar a
sua base filosófica, escrevendo sobre o behaviorismo. Neste livro buscou elucidar as
bases epistemológicas e filosóficas da sua ciência (CUNHA; VERNEQUE, 2004).
Dentre as teorias que influenciaram o pensamento de Skinner, destacam-se
principalmente dois autores: Ivan Petrovich Pavlov e Jonh B. Watson. Assim, para
entender o pensamento skinneriano, faz-se necessário um retorno aos seus principais
precedentes e influenciadores.
O condicionamento operante é um processo no qual se pretende condicionar
uma resposta de um indivíduo, seja para aumentar a sua probabilidade de ocorrência
ou para extingui-la. No primeiro caso, são apresentados reforços toda vez que o
sujeito apresenta a resposta adequada. Vale ressaltar que o conceito de reforço está
diretamente ligado a ocorrência da resposta, um estímulo só pode ser considerado
reforçador se aumentar a probabilidade do comportamento ocorrer. O reforço pode
ser positivo quando é apresentado algo ao indivíduo ou negativo quando se retira algo
do ambiente. Percebe-se, com isso, que, diferentemente do que se diz, reforço não é
sinônimo de recompensa.
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possuímos hoje, era um curso no qual se estudava e discutia questões pertinentes às
Ciências Humanas. Frequentou também a Universidade Popular de Shanyavskii, onde
aprofundou os seus estudos em Psicologia, Filosofia e Literatura e, apesar disso, não
recebeu nenhum título por essa universidade (OLIVEIRA, 1993).
Devido à diversidade de assuntos estudados por Vygotsky, inúmeras foram
também as áreas da sua atividade profissional, sendo professor e pesquisador das
áreas de Psicologia, Filosofia, Pedagogia e Psiquiatria. Apesar de ter vivido apenas
até os 37 anos, é grande o número de trabalhos acadêmicos desenvolvidos por este
autor. Atualmente as áreas de Psicologia e Pedagogia são as que mais trabalham
com as obras deste autor e seus trabalhos mais conhecidos são os que se referem ao
desenvolvimento humano (OLIVEIRA, 1993).
Faz-se necessário também entender o contexto social vivido por Vygotsky
durante a sua elaboração intelectual. É importante salientar que a psicologia na
Rússia, assim como em todo o mundo, passava por uma confrontação de correntes
contrárias às explicações dos fenômenos psicológicos. A primeira, derivada dos
pensamentos de Wundt, descrevia o conteúdo da consciência humana e sua relação
com o ambiente externo, acabou sendo modificada pelo primeiro behaviorista, que
substituíram o estudo da consciência pelo do comportamento, mas ainda buscando
identificar a unidade básica e suas relações na formação de fenômenos mais
complexos. A segunda era a psicologia da Gestalt, que se colocava como antagônica
à primeira, não acreditando ser possível a explicação dos processos psicológicos por
suas unidades básicas. (COLE; SCRIBNER, 2001).
Para a teoria de Vygotsky, esse contexto social criou um problema
epistemológico que foi apontado por Luria e Leontiev (apud Bruner, 1998), seus
principais colaboradores. Esse problema consistia em livrar-se da “batalha pela
conscientização” existente no contexto acadêmico. Era necessário “liberar-se, por um
lado, do behaviorismo corrente e, por outro, da abordagem subjetiva dos fenômenos
mentais enquanto condições subjetivas exclusivamente internas, cuja investigação só
pode ser realizada por introspecção” (LURIA; LEONTIEV apud Bruner, 1998, p. 8).
APRENDIZAGEM
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Para o entendimento da aprendizagem segundo os estudos de Vygotsky, será
utilizada a definição dada por Oliveira (1993, p. 57), sendo esta “o processo pelo qual
o sujeito adquire informações, habilidades, atitudes, valores e etc. a partir do seu
contato com a realidade, o meio ambiente e as outras pessoas”. Outro importante
ponto a ser citado, logo inicialmente foi também ressaltado, refere-se aos problemas
de tradução da obra deste autor.
O PAPEL DO PROFESSOR
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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propor a utilização de materiais mais condizentes com a realidade teórica e a
necessidade de mais trabalhos que se proponham a dialogar com perspectivas tidas
como diferentes.
No que se refere ao pensamento de Skinner, esse trabalho buscou desmistificar
alguns equívocos sobre este autor. Pretende-se que as pessoas, ao terem acesso a
este trabalho, se permitam conhecer mais sobre os estudos deste autor, tentando
modificar os conhecimentos errôneos que lhes foram transmitidos ao longo do tempo
por inúmeras fontes.
É importante salientar que, para o curso de Pedagogia, pesquisas deste tipo
melhoram o entendimento do processo de aprendizagem, pois permitem a análise 43
mais completa sobre o fenômeno, de forma a poder integrar diferentes abordagens de
trabalho. Sabe-se que nenhum trabalho desenvolvido irá esgotar as possibilidades de
análise nem fornecerá um entendimento do total.
Outro ponto que merece destaque é a necessidade de leituras mais fidedignas
sobre o estudo de um autor. Percebe-se que a leitura do autor em seus próprios
escritos é sempre mais profunda do que a análise feita por outros autores. Apesar
disso, nos cursos de graduação, os alunos costumam apenas trabalhar com os
teóricos a partir de seus comentadores.
Espera-se que este trabalho contribua para a formação de professores ao
propor a integração de diferentes abordagens teóricas, através da compreensão dos
conceitos presentes nas duas teorias. O contexto da educação permite que os
educadores façam ajustes nas teorias, aplicando-as da forma mais adequada com os
alunos. Acredita-se que, se os professores de forma reflexiva e consciente, se valerão
dos ganhos teóricos de ambos os autores, muito se tem a ganhar nas práticas
educativas.
BIBLIOGRAFIAS
39
______. Formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
______. Sobre o behaviorismo. (M. P. Villalobos, Trad.). São Paulo: Cultrix, 2006.
(Trabalho original publicado em 1974).
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas,
2002.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes,
2007.
41