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Índice
Introdução........................................................................................................................................1
1.0 Objectivos Geral........................................................................................................................2
1.2. Específicos............................................................................................................................2
1.3. Metodologia..........................................................................................................................2
2.0 A Psicologia e Educação...........................................................................................................3
2.1 Factores do Desenvolvimento Humano.....................................................................................3
2.2 O Desenvolvimento e a Aprendizagem.................................................................................3
3.0 Concepção Inatista de Desenvolvimento...................................................................................4
4.0 Concepção Ambientalista de Desenvolvimento ou empirismo.................................................4
4.1 Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção................................4
4.2 Implicações educacionais da concepção ambientalista de desenvolvimento........................5
5.0 O Associativismo.......................................................................................................................5
5.1 Implicações Educacionais do Associativismo.......................................................................6
6.0 Percepção sobre as concepções de desenvolvimento............................................................6
6.1 Ensino bilíngue como resultado concepção ambientalista em Moçambique........................7
7.0 Conclusão..................................................................................................................................9
Referências bibliográficas.............................................................................................................10
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Introdução

A Psicologia como área científica de investigação sobre o comportamento humano, veio


impulsionar a Pedagogia, dando-a suporte na compreensão do ser humano, em todas as suas
dimensões: físico-motor, psíquico e afectivo e no aperfeiçoamento do processo de ensino e
aprendizagem. Assim sendo, é extremamente importante que o educador tenha conhecimentos
dos conceitos de desenvolvimento e aprendizagem para melhor guiar os seus educandos.

Com este propósito, a presente pesquisa busca de forma sucinta fazer uma reflexão introdutória
sobre o Desenvolvimento humano e a Aprendizagem. A mesma, é parte inicial de um projecto de
pesquisa com o mesmo tema. Assim sendo, serão desenvolvidos os conceitos de
Desenvolvimento, da Aprendizagem, a relação existente entre a psicologia de desenvolvimento
e a psicologia de aprendizagem como também ira abordar sobre as concepções do
desenvolvimento humano.
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1.0 Objectivos Geral

 Distinguir a psicologia de desenvolvimento da psicologia de aprendizagem e suas


concepções na educação;

1.2. Específicos

 Definir os conceitos de psicologia de desenvolvimento e psicologia de aprendizagem;


 Indicar a relação existente entre a psicologia de desenvolvimento e a psicologia de
aprendizagem;
 Explicar a concepção inatista, a concepção ambientalista e o associativismo.

1.3. Metodologia

Para a realização do presente trabalho com vista ao alcance dos objectivos preconizados,
constituiu como metodologia básica a pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa consistiu na consulta
de várias obras literárias e no resumo da unidade um a unidade quatro do módulo da Psicologia
de Desenvolvimento. Como técnica de elaboração do trabalho, fez-se a análise da informação
recolhida, sua interpretação, bem como uma reflexão a cerca do trabalho abordado.
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2.0 A Psicologia e Educação

No mundo educativo, a Psicologia é uma das disciplinas científicas que mais auxilia a Pedagogia
na definição de procedimentos didácticos-metodológicos que facilitam o processo de ensino-
aprendizagem; É a ciência que estuda o comportamento humano ( BRAÇO, 7).

Segundo UNISUL ( 2000:17 apud BERÇO, 8), entenda-se por desenvolvimento o “conjunto de
transformações que se sucedem ao longo do tempo nas pessoas, podendo se expressar na
inteligência, no físico, na afectividade e na sociabilidade.

Sendo assim, a psicologia de desenvolvimento é toda investigação que visa compreender o


crescimento do indivíduo em todos os ciclos da sua vida, da gestação à velhice. E o seu o
objecto de estudo é a evolução da percepção, da capacidade motora, intelectual, moral e afectiva
do ser humano isto é, estuda a dinâmica evolutiva da psique humana centrando-se nos processos
intra-individuais e ambientais.

2.1 Factores do Desenvolvimento Humano

Podemos destacar três factores que influenciam o desenvolvimento humano que são:

Universais, são eventos comuns ao desenvolvimento da espécie humana em todas as partes do


mundo, como por exemplo, o bebê gatinha antes de ficar em pé.
Individuais, que podem ser determinadas pela hereditariedade, que actua com mais ênfase nos
primeiros anos da vida, como por exemplo o desenvolvimento rápido da linguagem de alguns
bebês em relação a outras.
Ambientais, relaccionadas com o contexto sócio-cultural e econômico em que a pessoa está
inserida, condicionando a este, a aquisição das experiências proporcionadas pela sociedade que
nela se desenvolve. É aqui onde a educação (escolar ou não-escolar) desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento do ser humano.
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2.2 O Desenvolvimento e a Aprendizagem

O desenvolvimento humano é entedida como o resulta de causas múltiplas, ou seja, da


hereditariedade em interacção com o meio, em função do tempo, por sua vez, aprendizagem é
entendida como o processo a partir do qual o indivíduo se apropria de conteúdos da experiência
humana de um grupo social. Sendo assim, ocorre uma relação entre a psicologia de
desenvolvimento e de aprendizagem em que, a Psicologia de Desenvolvimento ao ter foco no
surgimento e no amadurecimento das funções psicológicas superiores (aquelas que diferenciam o
ser humano de outros seres) auxilia a Psicologia da Aprendizagem, no estudo do complexo
processo de apropriação de conhecimentos pela criança.

3.0 Concepção Inatista de Desenvolvimento

Esta concepção parte do pressuposto de que os eventos ocorridos após o nascimento não são
relevantes para o desenvolvimento. Este seria influenciado apenas pelas qualidades e
capacidades básicas do ser humano, praticamente prontas, desde o nascimento (XAVIER e
NUNES, 2011:10).

Segundo BRAÇO (14), o pensamento inatista tem dupla origem: na Teologia, parte da ideia de
que Deus é o Criador do Ser Humano e tudo o que o indivíduo tem depende da “Graça Divina” e
nas Teorias Evolucionistas, que defende que os seres humanos nascem com todas as
predisposições para tudo o que irão ser.

4.0 Concepção Ambientalista de Desenvolvimento ou empirismo

Atribui grande poder ao ambiente como fator interveniente no desenvolvimento humano. O


Homem é visto ao nascer como uma folha em branco a ser escrita pelo ambiente, ou seja, como
um ser flexível, que desenvolve suas características apenas em função das condições presentes
no meio no qual se encontra (XAVIER e NUNES, 2011:11).
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4.1 Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção.

Entende-se como estímulo é um elemento presente no ambiente, que manipulado pode controlar
o comportamento de um indivíduo, quando este busca maximizar o prazer e minimizar a dor. O
reforço são as consequências ou os resultados positivos da mudança de comportamento.

E para DAVIS e OLIVEIRA (1994:32 apud BRAÇO, 18), “a extinção é o procedimento a partir
do qual comportamentos inadequados são eliminados totalmente nos indivíduos (nele o objetivo
é quebrar o elo que se estabeleceu entre o comportamento visto como indesejável e determinadas
consequências do mesmo)”. Portanto, a pessoa é resultado de aprendizagens realizadas ao longo
da vida, a partir de estímulos que reforçam ou punem seus comportamentos anteriores.

4.2 Implicações educacionais da concepção ambientalista de desenvolvimento

A visão ambientalista de desenvolvimento concebe a aprendizagem “como processo pelo qual o


comportamento é modificado como resultado da experiência”, assim sendo, o ensino e a
aprendizagem seriam processados por meio da manipulação dos estímulos que antecedem ou
sucedem o comportamento. E constituem algumas vantagens da concepção ambientalista de
desenvolvimento no processo educativo escolar as seguintes:

 A valorização da planificação do ensino;


 A clareza nos objectivos, sequências de actividades;
 A valorização do papel do professor, que reforça o comportamento dos alunos através de
elogios, notas, diplomas, etc.
E, entre as desvantagens pode-se destacar:
 A concepção da educação como tecnologia, em que o professor domina a programação
do ensino a partir de uma fórmula-padrão;
 A visão do ser humano como criatura passiva face ao ambiente, que pode ser manipulado
e controlado pela alteração das situações em que se encontra;
 A desvalorização da aprendizagem espontânea e da cooperação entre as crianças.
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5.0 O Associativismo

Esta teoria considera que a aprendizagem é resultado da formação de conexões entre estímulos e
respostas observáveis. Dai que Thorndike formulou três leis fundamentais de aprendizagem:

A lei da prontidão: quando o organismo se encontra num estado em que as unidades de


transmissão (as conexões estímulo-reforço) estão prontas a transmitir, então a transmissão é
satisfatória, ao contrário ela será perturbada. Ele se refere a prontidão neurológica e não
maturacional.

A lei do exercício (uso e desuso): “quanto mais uma conexão estímulo-reforço for utilizada,
mais forte se tornará, quanto menos for utilizada mais fraca se tornará” e esclarece que a prática
apenas melhora se for seguida de uma informação retroactiva positiva (consequência sobre o
acto).

A lei do efeito: uma conexão estímulo-reforço é fortalecida se for seguida de satisfação


(recompensa). Do mesmo modo, uma conexão é enfraquecida se for seguida de um
aborrecimento (punição).

E com base nessas leis de Thorndike, começou a ser realçada a importância da motivação na
educação.

5.1 Implicações Educacionais do Associativismo

Muitos teóricos defendem que “mas das razões pela qual os educadores precisam de conhecer o
condicionamento é que um grande número de reflexos autônomos podem ser condicionados ao
longo de toda a escolaridade” (SPRINTHALL, 1993:211 apud BERÇO, 22).

Como por exemplo, uma criança que foi condicionada a ter medo de matemática pode
generalizar esse medo a outras disciplinas escolares. Dai que há necessidade de se recorrer a
extinção, que é o processo que quebra a associação entre um estímulo e uma resposta
condicionada (alcançado quando o estímulo condicionado perde o seu poder de evocar a reforço
condicionado).
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6.0 Percepção sobre as concepções de desenvolvimento

Feita a leitura das concepções de desenvolvimento acima detalha, entende-se que a concepção
inatista do desenvolvimento que considera que individuas nasce com aptidão para aprender, traz
grandes consequências no processo de ensino e aprendizagem, visto que, ele determina no meio
da sala de aulas a existência de alunos com capacidades excepcionais para entender a matéria e
outros alunos que por sua natureza não possui aptidões que os ajudem a entender a matérias. Esta
concepção remete-nos a entender a existência dos superdotados, os inteligentes e os não
inteligentes assim como obriga ao professor a distinguir nas salas de aulas as pré-disposições dos
seus alunos, desde os alunos com necessidade educativas especiais até aos alunos inteligentes.
Esta concepção pode levar ao professor a excluir as responsabilidades do fracasso escolar dos
seus alunos.

Mas a concepção ambientalista, defensor do desenvolvimento humano como fruto da interação


com o meio ambiente, coloca a responsabilidade do desenvolvimento e aprendizagem do homem
ao meio que o rodeia. Dai que se um individuo desenvolve-se em um ambiente onde a língua
falada é o rhonga, ele terá habilidades de falar esta língua influenciada pelo meio que se
encontra. E quando a criança chega a idade escolar sendo falante da língua rhonga, ele vai num
outro ambiente (escola) onde terá que aprender outra língua (português) e como remete a teoria
ambientalista, ela terá que ser submetido a vários estímulos deste novo ambiente em que
encontra e sempre reforçados de forma esta nova realidade linguística não seja extinta.

6.1 Ensino bilíngue como resultado concepção ambientalista em Moçambique

No que diz respeita ao contexto moçambicano, as crianças têm como L1 uma língua bantu que
crescem frequentemente com essa língua bantu, e ao entrarem na escola confrontam-se com o
português L2, portanto, elas iniciam o seu percurso escolar não só não falam português como se
sentem intimidadas por uma língua que não corresponde à sua vida familiar e à sua cultura,
entrando em choque frequente entre a educação tradicional centralizada na vivência familiar e
cultural de cada comunidade e a educação formal que tende a centrar-se na figura dominante do
professor.

E a naturalidade com que estas crianças já encaram o domínio de, pelo menos duas línguas,
resulta do entorno social em que crescem e deve ser vista como uma vantagem e não como um
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problema, visto que implica uma consciência linguística que difere da do falante unilíngue
(LOPES e PINTO, 2017:75).

Neste caso, com o modelo de ensino bilingue introduzido no nosso país que contempla uma
perspetiva aditiva, isto é, a L1 das crianças é sempre o meio de instrução privilegiado enquanto a
língua oficial pode ser meio de instrução alternativo ou apenas uma disciplina curricular nos
primeiros anos de escolaridade. A língua oficial nunca é usada durante mais do que 50% do
tempo letivo, dado que o objetivo deste método é levar as crianças a atingirem um nível de
proficiência e de literacia elevado nas suas L1s. Ambas as línguas coexistem até ao final do
ensino secundário com resultados vantajosos tanto ao nível da literacia em ambas as línguas
como em áreas científicas como a matemática (LOPES e PINTO, 2017:79).

Dai que com a introdução do ensino bilíngue nas escolas, a crianças ao estiver na escola sente
um estímulo de participar na aula, demonstrar a aprendizagem que adiquiriu no contexo familiar
e sente a liberdade de expressão quer dentro ou fora da sala e o professor deixa de ser o centro da
aprendizagem e passa a ser orientar. Este é um dos casos em que o factor ambiental influência
posectivamente no desenvolvimento humano no processo de ensino e aprendizagem, visto que os
alunos são mais activos e motivados.
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7.0 Conclusão

A partir das leituras e reflexões realizadas, este trabalho apresentou de forma explicada os
conceitos da psicologia de desenvolvimento, aprendizagem e relata as principais concepções do
desenvolvimento humano.

Conclui-se que a psicologia de desenvolvimento é toda investigação que visa compreender o


crescimento do indivíduo em todos os ciclos da sua vida, cujo objecto de estudo é a dinâmica
evolutiva da psique humana. Por tanto, a psicologia de desenvolvimento possui uma relação de
complementaridade com a psicologia de aprendizagem visto que , ao focar-se no surgimento e no
amadurecimento das funções psicológicas superiores a psicologia da aprendizagem auxilia no
estudo do complexo processo de apropriação de conhecimentos pela criança. E dai surge varias
teorias sobre o desenvolvimento humano como a teoria inatista, empirista ou ambientalista e o
condicionalismo.

A teoria inatista é aquela que defende que o homem nasce com aptidões para se desenvolvimento
enquanto que a teoria ambientalista afirma que o homem nasce sem nenhum conhecimento e
através da interação com o meio em que se encontra ele desenvolve certa aprendizagem, sendo
que a aprendizagem que resultado da formação de conexões entre estímulos e respostas
observáveis confere a teoria do condicionalismo.
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Referências bibliográficas

BRAÇO, António Domingos, Psicologia de Desenvolvimento, Manual de tronco comum, UCM,


Beira, Pag. 7-22.

XAVIER, Alessandra Silva e NUNES, Ana Ignez Belém Lima, Psicologia do Desenvolvimento,
4ª edição, Fortaleza Eduece, 2015, pag. 10-11.

LOPES, Ângela Filipe e PINTO,Maria da Graça Castro, Do Ensino Bilingue em Moçambique,

Lingvarvm Arena, VOL. 8, 2017, pag.75-79.

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