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Índice
0.Introdução................................................................................................................................. 3
1. Concepção Ambientalista de Desenvolvimento ...................................................................... 4
1.1.Conceitos básicos .................................................................................................................. 4
1.2.Concepção Inatista ................................................................................................................ 4
1.3.Concepção Ambientalista de desenvolvimento..................................................................... 5
1.4.As Implicações da Concepção Ambientalista na Educação .................................................. 7
2.Metodologia ............................................................................................................................. 9
3.Conclusão ............................................................................................................................... 10
4. Referencias Bibliográficas .................................................................................................... 11
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0.Introdução
Concepções são maneiras de compreender o mundo e as pessoas, são ideias, pontos de vista, e
opiniões sobre nós mesmos e sobre a realidade que nos cercam" (MARINHO-ARAÚJO, 2014, p.
55). As concepções estão presentes em todos os contextos sociais nos quais as pessoas vivem e
são construídas ao longo da história de vida das pessoas, por meio das relações, das trocas, das
aprendizagens, valores e experiências partilhadas.
Na visão ambientalista, a atenção de uma pessoa é, portanto, função das aprendizagens que
realizou ao longo da vida, em contato com os estímulos que reforçaram ou puniram seus
comportamentos. Sendo assim, pode-se dizer que o comportamento é sempre o resultando de
associações estabelecidas entre estímulos e consequência.
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1. Concepção Ambientalista de Desenvolvimento
1.1.Conceitos básicos
A premissa básica da abordagem ambientalista é que o ambiente é o principal responsável pela
formação das características básicas do homem, especialmente de sua capacidade intelectual. A
forma mais extrema de ambientalismo foi proposta séculos atrás pelo filósofo John Locke (1632-
1704); segundo ele, a mente do recém-nascido ela uma tabula rasa (pagina, folha ou tela em
branco).
Um dos adeptos mais importantes dessa posição foi o psicólogo John B. Watson (1878-1958),
fundador do behaviorismo nos Estados Unidos; em seus vários trabalhos insistia numa explicação
“cultural” ou “ambiental” do desenvolvimento do comportamento humano, admitindo como
premissa básica o fato de que os seres humanos são infinitamente maleáveis, quase totalmente a
mercê de seu ambiente (Milhollan e Forisha, 1978, p.61-65).
Segundo Skinner (1983), nos diz que o ambiente pode ter a função de controlar o homem, mas
esse ambiente foi inteiramente construído por ele. O mesmo afirma que “assim como o indivíduo
se controla através da manipulação do mundo em que vive, também a espécie humana construiu
um ambiente em que os seus membros se comportam de uma forma extremamente eficaz. ”
Do meu ponto de vista, para mais compressão do tema tenho de explorar falando da concepção
Inatista, onde:
1.2.Concepção Inatista
A concepção inatista do desenvolvimento compreende que os seres humanos já possuem suas
características e potencialidade determinadas ao nascer (BISINOTO, 2014; DAVIS; OLIVEIRA,
1991; MARINHO-ARAÚJO, 2014). Ou seja, nesta concepção, o desenvolvimento é considerado
algo biologicamente determinado, sendo este fruto de características herdadas pelo sujeito.
Tal concepção parte do pressuposto de que os eventos que ocorrem depois do nascimento são
pouco importantes para os rumos do desenvolvimento da pessoa. Essa afirmação é feita com base
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na crença de que o indivíduo possui suas características inatas e vão desenvolvendo
espontaneamente desde o nascimento até a fase adulta através do processo de maturação biológica,
que independe de eventos externos (DAVIS; OLIVEIRA, 1991). Ou seja, tal corrente de
pensamento não leva em consideração a influência do meio ambiente, a experiência individual, as
relações interpessoais e as aprendizagens como fatores que influenciam o processo de
desenvolvimento humano, uma vez que acredita que ele já se encontra determinado por fatores
biológicos que se desenvolverão espontaneamente através do processo de maturação biológica.
Nesta concepção, a educação não é entendida como um fator relevante para desenvolvimento do
educando, ela apenas auxilia no desenvolvimento das capacidades inatas, já existentes no sujeito,
uma vez que ela não pode criar ou modificar algo que já esteja determinado geneticamente. O
processo educativo é, portanto, algo dependente de traços cognitivos inerentes ao aluno.
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Segundo os ambientalistas ou comportamentalistas ou behavioristas, os indivíduos buscam
maximizar o prazer e minimizar a dor, através da manipulação dos elementos presentes no
ambiente.
Davis esclarece que os ambientalistas tentam reforçar reações positivas e punir ações negativas.
Ela dá o exemplo de elogiar uma criança quando esta arruma seu quarto, para reforçar ação positiva
e fazer a criança pagar por ter quebrado uma vidraça, como punição para sua ação negativa, pois
assim, ela tomará mais cuidado ao jogar bola.
Essa perspectiva enfatiza que o ser humano é produto do meio em que vive, ou seja, é moldado
pelos estímulos ambientais e pelos condicionamentos.
A criança nasce como uma folha em branco e, gradualmente, passa a ser modelada, estimulada e
corrigida pelo meio em que vive. Os estímulos e as condições presentes no meio são entendidos
como fontes de aprendizagem. Nessa concepção, a aprendizagem e o desenvolvimento ocorrem
simultaneamente e podem ser tratados como sinônimos. Isso significa que o desenvolvimento é
encarado como um acúmulo de respostas aprendidas.
Em suma, o ambientalíssimo propõe que o nosso comportamento pode ser influenciado pelo
ambiente em que estamos inseridos. Será que é possível? Pensem um pouco na própria história de
vocês. Conseguem identificar alguma característica ou algum comportamento que tenha sido
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aprendido no ambiente em que foram cuidados e criados? Acreditam que é possível moldar uma
pessoa? E os fatores individuais?
Para Dias (2004, p.523) a define como um “processo permanente no qual os indivíduos e a
comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem novos conhecimentos, valores,
habilidades, [...] que os tornam aptos a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros”.
Podemos notar que, se por um lado a concepção inatista não considera o ensino e, a interferência
pedagógica como um fator decisivo no desenvolvimento do sujeito, na concepção ambientalista
há uma grande valorização do professor e das atividades educativas por ele planejadas para a
promoção do desenvolvimento humano. Contudo, apesar da concepção ambientalista promover
uma certa valorização da atuação docente, atribuindo a ela grande importância para o processo de
desenvolvimento, ela acarretou um excessivo diretivíssimo por parte do professor, deixando de
valorizar as situações onde a aprendizagem pode se dar de maneira espontânea e cooperativa
(DAVIS; OLIVEIRA, 1991). Ou seja, por ser baseada no controle e manipulação do
comportamento que se espera ter do estudante, tal concepção não permite que a aprendizagem se
dê de maneira natural, uma vez que só permite o desenvolvimento de comportamentos e atividades
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que estejam presentes no ambiente ou no planejamento do professor. “Portanto, a capacidade do
indivíduo de se modificar ou interferir no contexto social e político, no sentido de transformá-lo e
inová-lo, é residual, pois apenas produz as características de seu ambiente” (REGO, 1998, p. 58).
Outra crítica que se faz à concepção ambientalista é quanto a sua suposição de um indivíduo
passivo frente ao meio em que vive. Se na concepção inatista os problemas relativos ao fracasso
escolar são de exclusiva responsabilidade do aluno; nessa perspectiva, as causas das dificuldades
do aluno são atribuídas ao universo social, como a pobreza, a fome, estrutura familiar, ao
ambiente em que vive, à violência da sociedade atual, à influência da mídia, dos colegas, etc.
Desse modo, essa concepção é responsável por causar uma sensação de impotência dos
educadores, pois é tamanha a força modeladora do aspecto social, que a escola se torna impotente
e sem instrumentos para lidar com o sujeito, principalmente aquele proveniente das camadas
populares (REGO, 2011).
É com base na ideia do sujeito como um ser plástico frente as condições oferecidas pelo meio,
condições estas que irão determinar suas características, condutas e desenvolvimento pessoal, que
a escola se torna incapaz e se isenta do papel de promover o desenvolvimento do aluno, uma vez
que ela não pode lidar com tamanha força modeladora do aspecto social, o que muitas vezes cria
o pensamento de que nada adianta a escola tentar desenvolver práticas educativas se o aluno
retornará para o mesmo ambiente e condições ( pobreza , violência, fome) do qual veio, o que
acarretará o fracasso escolar.
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2.Metodologia
Partindo do pressuposto de que as concepções humanas não são neutras, mas sim dotadas de vários
significados, a abordagem qualitativa é mais adequada para a explicação das concepções
ambientalistas de desenvolvimento e de educação. Segundo Ludke (1986), a abordagem qualitativa
se caracteriza por ter como foco principal o significado que as pessoas dão às coisas. Tal
metodologia, como aponta Fraser e Godin (2004), permite conhecer as razões e os motivos que
dão sentido às aspirações, às crenças, aos valores e às atitudes dos seres humanos em suas
interações sociais.
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3.Conclusão
Sob ponto de vista conclusivo ao tema, o ambientalismo valoriza a influência do ambiente no
aprendizado, considerando os estímulos que o meio proporciona como fonte de aprendizado. Desse
modo, para que a aprendizagem ocorra, é preciso analisar os estímulos, para compreender como
eles permitem alcançar determinadas respostas esperadas.
A principal crítica que se faz ao ambientalismo é quando à própria visão de homem adotada: a de
seres humanos como criaturas passivas face ao ambiente, que podem ser manipuladas e
controladas pela simples alteração das situações em que se encontram. Nesta concepção, não há
lugar para a criação de novos comportamentos.
A educação ambiental não pode ser apenas uma tarefa da escola, ela envolve ações práticas que
dizem respeito ao nosso comportamento nos vários ambientes (na família, na escola, na cidade,
etc.). As pessoas precisam ser convencidas a se engajar em campanhas para a coleta seletiva do
lixo, adquirir o habito de não jogar coisas na rua, a não mutilar a natureza, a lutar contra a poluição
ambiental.
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4. Referências Bibliográficas
BISINOTO, C. Repercussões das concepções de desenvolvimento no espaço educativo e na ação
docente. Em Bisinoto, C. (Organizadora), Docência na Socioeduação (pp.88-97). Brasília:
Universidade de Brasília, 2014.
https://www.webartigos.com
https://www.scielo.br.com
LÜDKE, Menga. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986
UNESCO. Década da educação das nações unidas para um desenvolvimento sustentável, 2005-
2014: documento final do esquema internacional de implementação, 2016.
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