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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

NOME DA ESTUDANTE:
ERMELINDA DA CONCEIÇÃO MARISSANE

TÍTULO DO TRABALHO
ACTOS DE ENSINO DO EDUCADOR

DIDÁCTICA DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

BEIRA
2022
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NOME DA ESTUDANTE:
ERMELINDA DA CONCEIÇÃO MARISSANE

TÍTULO DO TRABALHO
ACTOS DE ENSINO DO EDUCADOR

DOCENTE:
MSC. NILS MORIN UACHE LAMBO

BEIRA
2022
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................3

Objectivos.....................................................................................................................................3

Geral.............................................................................................................................................3

Específicos....................................................................................................................................3

ACTOS DE ENSINO DO EDUCADOR.........................................................................................4

Observação...................................................................................................................................5

Estimulação..................................................................................................................................6

Expectativas..................................................................................................................................7

Encorajar e reconhecer.................................................................................................................7

Guiar e acompanhar......................................................................................................................8

Advertir e recomendar..................................................................................................................9

Organizar e criar condições favoráveis........................................................................................9

CONCLUSÃO................................................................................................................................12

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................13
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INTRODUÇÃO
A figura do professor e seu papel no processo de formação educativa das crianças tem sido
objecto de estudos e pesquisas, principalmente a partir da consolidação da escola enquanto
instrumento estatal de instrução pública e universal. Esses estudos, ainda que tenham se
concentrado nas disciplinas pedagógicas, também encontraram fecundo diálogo com a psicologia,
enriquecendo as questões que envolvem o desenvolvimento intelectual e as capacidades sociais
dos alunos.

Neste trabalho, iremos discutir o papel docente no desenvolvimento da aprendizagem da criança.


Vygotsky (2003) concebe a função do professor como sendo de uma importância tremenda, pois
seria ele que, a partir da organização dos espaços, do currículo, do conteúdo e da sala,
proporcionaria as experiências adequadas para que o desenvolvimento do conhecimento do aluno
ocorra, numa relação dialética entre aquilo que já tem sido acumulado e sedimentado e as novas
situações de aprendizagem propostas na escola. Mesmo o professor não se encontra livre desse
processo, pois as suas próprias experiências sedimentam suas ações educativas, dialogando com o
conteúdo e com as experiências de cada aluno na sala.

Objectivos
Geral
Estudar os actos de ensino do educador.

Específicos
 Descrever como funciona a observação.
 Identificar os princípios do educador infantil.
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ACTOS DE ENSINO DO EDUCADOR


Para Libâneo (1994), educar é o acto pedagógico pode ser, então definido como uma atividade
sistemática de interação entre seres sociais tanto no nível do intrapessoal como no nível de
influência do meio, interação esta que se configura numa ação exercida sobre os sujeitos ou
grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos
desta própria ação exercida. Presume-se aí, a interligação de três elementos: um agente (alguém,
um grupo, etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, métodos, habilidades) e um educando
(aluno, grupo de alunos, uma geração). (p.56).
Melo e Barros (2017), afirmam que a organização de todas as acções pedagógicas na educação
infantil devem ser direcionadas pelo fundamento básico de proporcionar à criança o
desenvolvimento da autonomia, capacitando-as para a construção de suas próprias regras, assim
como o aperfeiçoamento de suas competências e habilidades. Dentro desse contexto, é essencial
que o professor adote práticas educacionais que vão contribuir significativamente no processo de
ensino-aprendizagem, levando em consideração todos os aspectos que permeiam a criança na sua
infância, dentro e, principalmente, fora do contexto escolar. Para isso ele precisa conhecer o
grupo de crianças com as quais irá trabalhar, bem como todas as características existentes dentro
desse grupo.

Portugal (2011, p. 5) refere-se, assim, a essas necessidades básicas e às experiências a


proporcionar no âmbito de cada uma delas:

Necessidades das crianças Experiências proporcionadas


Físicas Funções básicas de sobrevivência (comer, beber, dormir,
movimentar, regular a temperatura e descansar).
Afetuosas Proximidade física, ligações afetivas, relações calorosas e
atentas (abraçar, beijar, mimar).
De segurança Referências e limites, confiança, poder contar com os outros,
clareza.
De reconhecimento e Sentimento de ser aceite e apreciado, escutado e respeitado
afirmação perante um grupo.
De competência Sentir que é capaz, alcançar objetivos, ter sucesso, procurar
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desafios.
De significados e valores Percepção de sentido, sentimento positivo em relação a si
próprio e em relação aos outros/mundo (melhorar a autoestima e
o autoconceito).
Quadro 1 - Necessidades das crianças asseguradas pelas experiências e rotinas diárias

Para a satisfação de tais necessidades, e na linha de pensamento da autora, é necessário


proporcionar às crianças um ambiente educativo competente; um espaço pedagógico, onde
materiais, tempos e espaços são organizados e planeados, com intencionalidade educativa
provocando o desenvolvimento da aprendizagem da criança.

Observação
Assumindo o seu papel, primeiramente o educador observa cada criança, com o objetivo de
conhecer as suas capacidades, interesses e necessidades. Mais tarde, este recolhe as informações
pertinentes sobre o meio envolvente das crianças para as compreender melhor. Uma vez, seguidas
as etapas necessárias para conhecer e compreender as crianças o educador deve-lhes proporcionar
as condições necessárias para aprendam e se sinta bem no jardim de infância.

Um educador deve ser um excelente observador da criança e da forma como esta se relaciona
com seu meio e com os objetos que encontra ao seu redor. A observação, imprescindível para
conhecer a criança, deve ser dirigida para as expressões, gostos, preferências, aquisição de
destrezas e perfil de habilidades como as inteligências múltiplas.

De acordo com Bondioli (2004, p. 22) a observação é uma importante forma de percepção
sistemática da criança que possibilita ao educador ter o conhecimento de seu agrupamento,
podendo, assim, oportunizar as melhores experiências educativas e desenvolvimentais,
estabelecer relações que conduzam a aprendizagens significativas. Não se trata de uma
observação com o enfoque de gerar dados para análises e avaliações como metodologia.

Para que os educadores conheçam melhor as crianças, os seus gostos e necessidades de forma a
potenciar o processo de adaptação, precisam de atender de uma forma individualizada a cada
uma, ainda que essa seja uma tarefa difícil “É justamente com um estilo de trabalho que atenda
individualmente às crianças que poderão ser realizadas experiências de integração.” (Zabalza M.
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A., 1998, p. 53) e o educador “Observa cada criança, bem como os pequenos grupos e o grande
grupo, com vista a uma planificação de actividades e projectos adequados às necessidades da
criança e do grupo e aos objectivos de desenvolvimento e da aprendizagem”.

Estimulação
O educador é o estimulador, o orientador da aprendizagem do aluno, que como sujeito, vai
"aprender a aprender", ou seja, assimilar os mecanismos de busca do conhecimento. A educação
fundamenta-se no princípio da liberdade, sendo a criança livre, autônoma, no processo de
investigação do conhecimento, no qual o professor estimula ao aluno pensar, criar, produzir e
pesquisar.

Segundo OLIVEIRA (2012, p. 70), Os estímulos recebidos pelas crianças fazem parte de seu
desenvolvimento e aprendizagem, pois estão inseridos no contexto social no qual, a mesma
pertence. Ao nascer o bebê recebe seu primeiro estimulo de se alimentar, o sugar o leite materno,
aprende-se no hospital nos primeiros momentos de sua vida, sendo a sua primeira alimentação,
além do estimulo sensorial que é a luz, os sons que são produzidos ao seu redor, assim começa o
seu desenvolvimento e assim segue, até os seus seis anos de vida que os especialistas afirmam
que até está idade a criança recebe estímulos.

A infraestrutura da instituição faz parte também do processo de estimulação da criança, as salas e


assim como todo o espaço externo são atrativos para as crianças com decoração, brinquedos e
muito afeto por parte de todos os funcionários que ali trabalham atendendo suas necessidades e
fazendo desse ambiente um lugar acolhedor e harmonioso.

Segundo GONÇALVES (2014, p. 25) a estimulação psicomotora na Educação Infantil tem,


então, por objetivo a utilização do corpo como via de comunicação com o mundo, para colocar a
criança em situações variadas de exploração e experimentação concretas, apropriando-se e
resgatando sua memória motora, cognitiva, emocional e social.

A criança através dos movimentos de seu corpo transmite as suas ações e sentimentos, assim a
psicomotricidade trabalha esse conjunto corporal, assim como GONÇALVES (2014, p. 22), nos
mostra que a psicomotricidade tem uma estrutura em três pilares: o querer fazer (emocional), o
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poder fazer (motor) e o saber fazer (cognitivo), está ligação entre esses três fatores faz com que a
criança se desenvolva totalmente: corpo, emoção e razão.

Segundo OLIVEIRA (2012, p. 72), acreditamos que o maior estímulo para uma criança seja a
companhia das outras crianças. Compreender a convivência entre as crianças como oportunidade
privilegiada, considerando-a mobilizadora de uma série de experiências de aprendizagem, leva os
professores a organizar espaços, rotinas e promover também a interação das crianças.

Expectativas
A relação que o/a educador/a estabelece com cada família centra-se na criança e tem em conta
que são co-educadores da mesma criança. Esta relação assenta numa comunicação que se realiza
através de trocas informais (…) ou em momentos planeados (…) Estes momentos constituem
ocasiões para conhecer as suas necessidade e expectativas educativas, ouvir as suas opiniões e
sugestões (…) (Silva, Marques, Mata, & Rosa, 2016, p. 28)

É papel do docente mediar as relações e promover formas de socialização cada vez mais
respeitosas entre os pequenos, entendendo, contudo, que não é realista colocar muitas
expectativas em quem ainda está aprendendo.

Encorajar e reconhecer
Segundo Catarsi (2013, p. 10), a competência relacional do professor revela-se, enfim,
fundamental para estabelecer relações gratificantes e encorajadoras com as crianças, tendo-se a
convicção de que o comportamento dos educadores é essencial para o desenvolvimento de
personalidades equilibradas e, também, para o próprio sucesso das crianças nas atividades
escolares. À vista disso, notamos que estabelecer uma relação afetiva positiva com as crianças faz
com que o processo de aprendizagem nessa etapa da vida flua de modo construtivo e profícuo. O
educador atuante no contexto de educação infantil deve estar preparado a se direcionar a este
público tendo em mente que o desenvolvimento da competência relacional é central para o
sucesso das vivências.

O educador deve promover a comunicação e a interação da nova criança com o contexto visto
que, segundo Rossetti-Ferreira e Amorim (2004, p. 11) o ser humano “É um ser dialógico que se
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desenvolve nas e através das situadas interações que estabelece com os outros”. Para reforçar esta
ideia Brazelton e Greenspan (2002, p. 28) referem que “As relações emocionais afectivas são as
bases primárias mais importantes para o desenvolvimento intelectual e social.”. Neste âmbito,
Post e Hohmann (2011, p.72) referem ainda que “Bebés e crianças de tenra idade procuram
ardentemente relações de apoio e, com cada uma dessas relações, expande-se o seu mundo-a-
explorar”.

O educador quando promove um processo de vinculação respondendo de forma atenciosa, às


necessidades da criança, transmite a segurança e confiança que lhe vão permitir adaptar-se e
resolver as dificuldades com que se vai defrontando para isto “É preciso um olhar cuidadoso e
atento para perceber o que aproxima as crianças. Esse tipo de ação contribui para a
consolidação de vínculos afetivos e de vivência”. (Reda & Ujiie, 2009, p. 10087)
A postura do educador face a este processo terá de ser, como referido anteriormente, de uma
pessoa sensível e flexível aos comportamentos e atitudes menos positivas de cada criança visto
que “(…) quando dois indivíduos não estão vinculados, frequentemente um deles resiste
vigorosamente a qualquer abordagem que o outro possa tentar.” (Bowlby, 1997, p. 97)

Guiar e acompanhar
A pré-escola é o local onde as crianças costumam ter o seu primeiro contato com a vida escolar, e
a adquirir novos conhecimentos em diversas áreas. Também costuma ser a primeira experiência
com um público diferenciado de crianças e adultos, caracterizamos então este espaço como um
“mundo novo” para elas, uma ruptura na antiga rotina, para adesão de uma nova, na qual elas irão
encontrar novas pessoas e se depara com outras experiências. Entendendo a complexidade que o
surgimento destas novidades podem representar, estudos em educação infantil comprovam a
aplicação de energias para que essa experiência não seja traumática.

Assim, os profissionais de educação, devem ter uma prática educativa que guiem essas crianças a
terem um bom acolhimento nesse novo ambiente. Acolhimento aqui é visto não só como a
recepção feita no primeiro dia de aula, mas como algo contínuo e diário. Segundo Gianfranco
Staccioli (2013, p. 25) “O acolhimento não diz respeito apenas aos primeiros momentos da
manhã ou aos primeiros dias do ano escolar. O acolhimento é um método de trabalho complexo,
um modo de ser do adulto, uma ideia chave no processo educativo”.
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Segundo Staccioli as crianças aprendem vivendo, o autor sugere que uma criança em um
ambiente confuso produzirá situações confusas, em um ambiente rígido fará com ela tenha
comportamento desviantes. Por isso o profissional da educação pré-escolar devem criar um
ambiente organizado e com orientações claras para que a aprendizagem ocorra de forma coerente
e clara para as crianças.

Segundo Enzo Catarsi (2013, p. 8) Uma pré-escola renovada precisará, portanto, cada vez mais,
de uma nova prática educativa, com características muito diferentes daquelas com as quais
estamos acostumados. Esta deverá ser constituída por uma tripla dimensão de competências, que
poderia ser caracterizada da seguinte maneira: 1) competências culturais e psicopedagógicos; 2)
competências metodológicas e didáticas; e 3) competências relacionais.

Advertir e recomendar
“Respeito por cada criança e sentimento de pertença a um grupo - a forma como o/a educador/a
está atento/a e se relaciona com as crianças, apoia as interações e relações no grupo, contribuem
para o desenvolvimento da autoestima e de um sentimento de pertença que permite às crianças
tomar consciência de si mesmas na relação com outros. A vivência num grupo social alargado
constitui ainda a base do desenvolvimento da área de Formação Pessoal e Social e da
aprendizagem da vida democrática, o que implica que o/a educador/a crie situações diversificadas
de conhecimento, atenção e respeito pelo outro, bem como de desenvolvimento do sentido crítico
e de tomada de decisões baseada na negociação.

Segundo Freire (1997 p.77), defende que é a maneira correta que tem o educador de, com o
educando e não sobre ele, tentar a superação de uma maneira mais ingênua por outra mais crítica
de inteligir o mundo. Respeitar a leitura de mundo do educando significa tomá-la como ponto de
partida para a compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e da humana, de modo
especial, como um dos impulsos fundantes da produção do conhecimento.

Organizar e criar condições favoráveis


Os espaços que se constituem dentro do contexto da educação infantil devem ser preparados para
criança e com a criança respeitando o direito que toda criança tem de buscar construir a sua
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autonomia, sua identidade bem como, o seu próprio conhecimento e ao educador infantil cabe o
papel de alguém que reconhece a sua verdadeira e importante função dentro dos espaços,
participando como alguém que por ser mais experiente tem muito a planejar, intervir, mediar e
proporcionar aos seus educandos.

A organização deste espaço deve ser pensada tendo como princípio oferecer um lugar acolhedor e
prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as crianças possam brincar, criar e recriar suas
brincadeiras sentindo-se assim estimuladas e independentes. Diferentes ambientes se constituem
dentro de um espaço. De acordo com Horn (2004, p. 28):

É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e


as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções
[...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e
vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de
forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes
diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se
definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço
organizado.

O espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a faixa etária da criança,
isto é, propondo desafios cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de suas
potencialidades. O espaço deve estar povoado de objetos que retratem a cultura e o meio social
em que a criança está inserida. Gandini (1990, p.150) diz que: “o espaço reflete a cultura das
pessoas que nele vivem de muitas formas e, em um exame cuidadoso, revela até mesmo as
camadas distintas dessa influência cultural”.

O educador não deve ser visto como figura central do processo de ensino aprendizagem, mas sim
como alguém mais experiente que aprende e permite ao educando aprender de forma mais lúdica
possível. Devemos destruir a crença de que a criança só aprende se um professor ensinar, e de
que só o professor é responsável pelo desenvolvimento de todas as potencialidades da criança. A
criança através do meio cultural, das suas interações com o meio seja em um trabalho individual
ou coletivo é a verdadeira construtora do seu conhecimento. De acordo com Oliveira (2000,
p.158):

O ambiente, com ou sem o conhecimento do educador, envia mensagens e, os


que aprendem, respondem a elas. A influência do meio através da interação
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possibilitada por seus elementos é contínua e penetrante. As crianças e ou os


usuários dos espaços são os verdadeiros protagonistas da sua aprendizagem, na
vivência ativa com outras pessoas e objetos, que possibilita descobertas pessoais
num espaço onde será realizado um trabalho individualmente ou em pequenos
grupos.

Os espaços devem ser organizados de forma a desafiar a criança nos campos: cognitivo, social e
motor. Oportunizando a criança de andar, subir, descer e pular, através de várias tentativas, assim
a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo, um ambiente que estimule os sentidos
das crianças, que permitam a elas receber estimulação do ambiente externo, como cheiro de
flores, de alimentos sendo preparados. Sentindo a brisa do vento, o calor do sol, o ruído da chuva.
Experimentando também diferentes texturas: liso, áspero, duro, macio, quente, frio. Carvalho &
Rubiano (2001, p.111) dizem que: “a variação da estimulação deve ser procurada em todos os
sentidos: cores e formas; músicas e vozes; aromas e flores e de alimentos sendo feitos;
oportunidades para provar diferentes sabores”.

Personalizar o ambiente é muito importante para a construção da identidade pessoal da criança,


tornar a criança competente é desenvolver nela a autonomia e a independência. Ao oferecer um
ambiente rico e variado se estimulam os sentidos e os sentidos são essenciais no desenvolvimento
do ser humano. A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o
aspecto emocional da criança. Oportunizando as crianças de interagirem e em certos momentos
que desejarem ficarem sozinhas brincando. David & Weinstein citados por Carvalho e Rubiano
(2001, p.109) afirmam que:

Todos os ambientes construídos para crianças deveriam atender cinco funções


relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover: identidade
pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento,
sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contato social
e privacidade.

O brincar é sempre estruturado pelo ambiente, pelos materiais ou contexto em que ocorre. Ao
educador cabe então participar como uma pessoa mais experiente, que deverá intervir quando
necessário e também ter uma participação quando perceber o interesse da criança em tê-lo como
parceiro nas brincadeiras, possibilitando assim, o desenvolvimento da criança, proporcionando
momentos de interação, acesso à cultura, permitindo a criança principalmente viver a sua própria
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infância. De acordo com Lima (2001, p.27): “Consciente da importância da ação que realiza,
possibilitando mediações de várias naturezas, o adulto passa a atender os processos da criança
com um significado que só pode ser construído tendo como referencial a criança no período de
formação em que ela está e não no adulto feito que será.”

CONCLUSÃO
A organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral
da criança, desenvolvendo suas potencialidades e propondo novas habilidades sejam elas:
motoras, cognitivas ou afetivas. A criança que vive em um ambiente construído para ela e por ela
vivência emoções que a farão expressar sua maneira de pensar, bem como a maneira como vivem
e sua relação com o mundo.

As aprendizagens que ocorrem dentro dos espaços disponíveis e ou acessíveis à criança são
fundamentais na construção da autonomia, tendo a mesma como própria construtora de seu
conhecimento. O conhecimento se constrói a cada momento em que a criança tem a possibilidade
de poder explorar os espaços disponíveis a ela.

Um ambiente carente de recursos, onde tanto a criança quanto o adulto veem somente paredes e
espaços vagos é um ambiente sem vida, que não propõe desafios cognitivos à criança e não
amplia o conhecimento. Portanto ao educador cabe planejar os espaços para a criança e com a
criança, visando o meio cultural em que a criança está inserida, promovendo interações em
grupos para que possam assim: criar, trocar saberes, imaginar, construir e principalmente brincar.
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BIBLIOGRAFIA
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em Instituições Pré-Escolares. In: OLIVEIRA, Zilma Morais. (org.) Educação Infantil: muitos
olhares. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

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STACCIOLI, G. Diário do acolhimento na escola da infância. Campinas: Autores Associados,
2013. p. 25-45.

GANDINI, Lella. Espaços Educacionais e de Envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn;


GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Réggio
Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.,1999.

GONÇALVES, Fátima. Do Andar ao Escrever, um caminho psicomotor. Cajamar, SP:Cultural


RBL Editora, 2014. 256 p.

HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na
educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo: Sobradinho, 2001.

OLIVEIRA, Vera Barros de. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis:
Vozes, 2000.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. (org.). O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo:
Biruta, 2012.

Portugal, G. (2011). Finalidades e práticas educativas em creche: das relações, actividades e


organização dos espaços ao currículo na creche. Porto: CNIS – Confederação Nacional das
Instituições de Solidariedade.
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STACCIOLI, G. Um método de trabalho. In: STACCIOLI, G. Diário do acolhimento na escola


da infância. Campinas: Autores Associados, 2013. p. 7-12.

VYGOTSKY, Liev Semionovich. Psicologia Pedagógica. ARTMED, Porto Alegre: 2003.

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