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Na década de 1960, a “revolução cognitiva” ganhava força; os processos mentais eram cada vez mais
explicados pela analogia com o cérebro como um “processador de informação”. Jerome Bruner era figura
central entre os que adotavam essa abordagem e interessado em investigar como a cognição se
desenvolve, passou a estudar processos cognitivos em crianças.
A mente como um processador
Aprendemos as coisas por meio de experiências ativas.
Instruir alguém não é simplesmente dizer-lhes algo, mas, sim incentivá-lo a participar.
Adquirimos conhecimento por meio do raciocínio, construindo sentido a partir da informação.
Essa é uma forma de processar informação.
Saber é um processo, e não um produto.
Bruner deu início a suas investigações aplicando modelos cognitivos às ideias de Piaget e Vygotsky,
estudou o desenvolvimento cognitivo, tirando a ênfase da construção do sentido e colocando-a no
processamento da informação (os meios pelos quais adquirimos e armazenamos conhecimento). Tal qual
Piaget, Bruner acreditava que a aquisição do conhecimento é um processo que se dá pela experiência;
mas, assim como Vygotsky, considerava esse processo uma atividade social, e não solitária.
Para Bruner, a aprendizagem não pode ocorrer sem ajuda: algum tipo de instrução é essencial para o
desenvolvimento da criança, mas instruir não é conseguir que uma pessoa aloque conhecimentos na
mente. Mas, sim, ensiná-la a participar do processo.
Para adquirir conhecimentos, precisamos participar e raciocinar de maneira ativa, porque é isso que
confere sentido ao que foi aprendido. A psicologia cognitiva vê o raciocínio como o ato de processar
informações, portanto, a aquisição de conhecimento deve ser vista como um processo, não como um
produto ou um resultado final. Precisamos ser incentivados e orientados durante esse processo e, para
Bruner, este é o papel do professor.
Um currículo em espiral
As ideias são primeiro apresentadas de maneira simples e intuitiva
São constantemente revisitadas e reconstruídas de maneira cada vez mais formal....
...e são por fim vinculadas a outros conhecimentos, visando à obtenção de um amplo domínio sobre o
assunto.
Um currículo em espiral seria a melhor opção para as escolas, segundo Bruner. Isso requer revisitações
constantes às ideias, acrescentando-se informações de forma gradual até que a criança atinja um nível
mais alto de entendimento.
Um currículo em espiral é aquele que desenvolve novamente os mesmos tópicos em idades sucessivas e
com diferentes níveis de dificuldade. Nos primeiros anos da escola os alunos são expostos a conceitos mais
simples de uma área em particular; nos anos seguintes são reapresentados a mesma área de estudos, mas
os níveis conceituais se tornam progressivamente mais complexos.
Bruner defende a aprendizagem pela descoberta. Esta parte da premissa de que a formação de sistemas
de codificação genéricos requer a descoberta de relações(captar as relações entre os fatos).
Consequentemente, Bruner defende o uso de técnicas pelas quais as crianças são encorajadas a descobrir
fatos e relações por si próprias.
O trabalho do professor é um verdadeiro trabalho de tradução: da linguagem da ciência para a
linguagem da criança. Para isso, Bruner propõe que o professor utilize a teoria de Piaget, na qual as
possibilidades e os limites da criança em cada fase do desenvolvimento estejam claramente definidos.
O Ponto central do construtivismo é passar o estudante do papel familiar de ouvinte para o de aprendiz
ativo. O construtivismo está em estreita concordância com o argumento de Bruner de que o aluno precisa
construir o conhecimento por si próprio e nas palavras do autor, ele precisa construir significados.