Você está na página 1de 7

Ensinando

com
Sentido e
Significado
Módulo II
Subtítulo
PREFEITO MUNICIPAL
José de Oliveira Lima

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

Secretária Municipal de Educação


Angélica Rufino Sales

NÚCLEO DE PLANEJAMENTO E PROJETOS PEDAGÓGICOS


Formação Continuada do Magistério - 2022

Itapemirim, Junho/ 2022


Aprendizagem
Essa formação não é possível sem que os
estudantes produzam sentidos e
significados acerca de suas aprendizagens,
significativa – breve de maneira contextualizada e protagonista,
levando em conta o conhecimento prévio

discussão acerca do que trazem da esfera escolar e para além


dela, aspectos que se observam na leitura

conceito
dos relatos de prática dos professores.

1- O
O desenvolvimento
01 da construção do
conhecimento

02
Protagonismo do
aluno
DESENVOLVIMENTO
O que é, afinal, DA CONSTRUÇÃO DO
03 aprendizagem
significativa? CONHECIMENTO
Quando se fala em educação logo vem na mente:
pessoa comportada, bem-educada, munida de
conhecimentos etc. Quando se utiliza o termo
construção pensa-se logo no ato de construir algo, mas
a construção do conhecimento pode ser entendida como
composição do saber por estudiosos, filósofos, que
refletem de modo sistemático e com isso, leva a novos
conhecimentos construindo assim conteúdos nas
diversas áreas e esse processo ocorre através do
tempo.

Segundo, Piaget menciona que o estudante através do


construtivismo em contato com os objetos constrói o
conhecimento, já Vygotsky menciona que o conhecimento
se dá através da interação social. Ambos compartilham do
mesmo pensamento, que as crianças no seu mundo social
realizam ações de outros através da imitação, mas os
psicólogos apresentam também pensamentos diferentes.
2- PROTAGONISMO DO
ALUNO
O protagonismo do aluno parte da perspectiva de que o ensino é uma via de mão dupla e todos têm a ensinar e a
aprender. Assim, o estudante assume uma posição mais ativa no próprio processo de aprendizado e desenvolve
habilidades socioemocionais enquanto aprende o conteúdo das disciplinas.

A proposta exige que os alunos se engajem nas discussões, participem de debates e levem suas opiniões para a
sala de aula. Porém, a adoção da metodologia em que o aluno é protagonista envolve mudanças estruturais na
maneira como o ensino é planejado e desenvolvido, já que não se restringe apenas à sala de aula.

Dessa forma, a escola que coloca o aluno como protagonista também ensina autonomia, pensamento crítico,
curiosidade científica, liberdade de expressão e outros valores que formam cidadãos conscientes e participantes
ativos da sociedade.

Como colocar o protagonismo do aluno em prática?


A escola sempre foi o lugar em que os estudantes aprendem muito mais do que apenas o conteúdo obrigatório.
Eles se desenvolvem diariamente e aprendem sobre si mesmos e sobre o mundo.

Ao incentivar que os alunos sejam criativos, comunicativos, responsáveis e saibam buscar soluções para
problemas, a escola propõe um ambiente mais dinâmico, em que os alunos têm voz ativa no próprio aprendizado.

Para colocar essa metodologia em prática, é preciso mudar a forma como a educação é vista e quebrar paradigmas
estabelecidos. Por isso, incentivar o protagonismo do aluno é uma forma de não apenas garantir que ele aprenda
o conteúdo das disciplinas, mas também se torne um cidadão crítico e ativo na sociedade.

No dia a dia, o professor pode começar dinamizando as aulas, incentivando o debate e utilizando novos recursos
para prender a atenção dos estudantes.

Assim, os alunos são incentivados a buscar soluções para problemas, perguntar e interagir entre si e com o
professor, em um processo mais relacionado às possibilidades que surgem durante o aprendizado do que a um
roteiro de ensino preparado previamente.

Criar um ambiente interativo e participativo, em que os alunos se sentem à vontade para discutir os temas
propostos pelo professor, também promove a autonomia do aluno e faz da escola um local de crescimento
intelectual e humanístico.

Além disso, possibilitar a interação entre o professor e a classe e entre os próprios alunos permite a troca de
informações que contribuem para a construção do aprendizado. Quebrar a hierarquia tradicional e incentivar o
debate também coloca o aluno no papel de protagonista e contribui para o ensino como via de mão dupla.

Qual o papel do professor no protagonismo do aluno?


Quando o protagonismo do aluno se torna o objetivo de toda a escola, o professor assume o papel de facilitador
e mediador do processo. Na prática, o educador guia os alunos e oferece liberdade para que, coletivamente,
tenham a chance de decidir para onde voltar sua atenção e dedicar seus esforços de aprendizado.

Colocar o protagonismo do aluno em prática é uma construção coletiva que deve ser aplicada em todos os
momentos. Como o objetivo maior é incentivar a autonomia e formar cidadãos preparados para enfrentar os
desafios do mundo, o aluno precisa aprender a tomar decisões e ser instigado a buscar conhecimento.
Habilidades desenvolvidas pelo aluno protagonista
O protagonismo do aluno também tem como objetivo o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, não
apenas o entendimento do conteúdo das disciplinas.

Por isso, um aluno protagonista tem liberdade para se expressar na escola, entende que faz parte da construção
das regras de convivência, pode exercitar sua curiosidade científica para formular hipóteses e buscar soluções
para problemas e entende o papel do professor como facilitador do processo de ensino e aprendizagem.

Benefícios de aplicar o protagonismo do aluno


Autonomia
Para que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, ele deve receber estímulos para buscar
conhecimento e ser independente. Nesse sentido, o papel do professor é mediar e acompanhar todos os passos
desse processo.

Incentivar a autonomia do aluno é garantir que ele aprenda a pesar os prós e os contras antes de tomar as próprias
decisões e seja responsável ao assumir as consequências das próprias escolhas.

Criatividade
Estimular o protagonismo do aluno é também estimular sua criatividade para auxiliar no desenvolvimento do
pensamento crítico e inovador. Assim, o aluno mantém sua curiosidade natural pelo mundo e tem capacidade de
analisar situações, fazer escolhas, administrar as emoções e gerenciar os próprios pensamentos.

Na prática, os alunos protagonistas aprendem, junto com o conteúdo das disciplinas, a contribuir para a sociedade.

Cooperação
Incentivar o protagonismo do aluno é incentivar, também, a coletividade, os debates e a tomada de decisões em
grupo. Assim, ao proporcionar um ambiente favorável à cooperação, os alunos também aprendem a levar em
consideração a opinião dos outros e aprender sobre as dificuldades e facilidades dos colegas.

Essas mudanças nos alunos refletem no ambiente da sala de aula, que se torna mais dinâmica e envolvente.

Pensamento complexo
Um ambiente que promove o protagonismo do aluno também estimula o pensamento crítico para que os
estudantes percebam a variedade de perspectivas e desenvolvam a habilidade de ver uma situação de
diferentes pontos de vista.

Dessa forma, o aluno protagonista tem capacidade para pensar criticamente sobre os assuntos ensinados em
sala de aula e fazer correlações entre diversos temas para desenvolver sua própria opinião e respeitar a dos
colegas.

Assim, o protagonismo do aluno deve envolver toda a escola e incentivar o desenvolvimento de todos os alunos
em todos os momentos. Com isso, os estudantes têm liberdade e ainda desenvolvem habilidades para lidar
consigo e com o mundo ao seu redor.

Teoria cognitiva, que foca nas habilidades mentais fundamentais para a formação do conhecimento. Alguns
exemplos dessas habilidades são: conhecimento, memória, raciocínio, linguagem.

Teoria afetiva, que propõe que a assimilação do conhecimento se dá por meio de experiências internas. Por
exemplo: sensações de prazer, bem estar e formação de vínculos.

Teoria psicomotora: pondera a aprendizagem a partir da linguagem corporal e das respostas musculares
adquiridas pela prática e treino.
Neste texto, vamos abordar uma teoria mais específica: a aprendizagem significativa! Ela é derivada da teoria de
aprendizagem cognitiva e tem como seu principal pensador e teórico David Ausubel, importante psicólogo da
educação estadunidense.

Ausubel traçou sua Teoria de Aprendizagem Significativa entre 1963 e 1968. Em 2003, o autor reiterou suas
pesquisas e, nesse meio tempo, a teoria recebeu contribuições de outros autores, como Joseph Novak e Helen
Hanesian, além de Marco Antônio Moreira, no Brasil.

Em suas pesquisas, além de se basear nos aspectos cognitivos, David Ausubel descreve o processo de
aprendizagem seguindo uma perspectiva construtivista, que também tomava forma no mesmo período histórico
dos anos 1960.

As teorias construtivistas consideram que para que as pessoas construam novos conhecimentos, elas precisam
se basear em experiências e conhecimentos já adquiridos.

Atualmente, quando buscamos informações sobre a aprendizagem significativa, nos deparamos com inúmeros
conteúdos voltados para educação infantil. E não é por menos, a Teoria de Aprendizagem Significativa proposta
por Ausubel fala muito do início de processos de aprendizagem, logo na infância.

Entretanto, os ensinamentos do autor e dos colaboradores da teoria também podem e devem ser aproveitados no
ensino superior! Continue a leitura para saber mais sobre o que é a aprendizagem significativa, sua importância,
como ela acontece, quais os tipos e mais!
3- O que é, afinal,
aprendizagem
significativa?
Podemos considerar a aprendizagem significativa aquela em que as ideias expressas de maneira simbólica
interagem de forma substantiva e não arbitrária com aquilo que o estudante já sabe. Para compreender melhor
essa definição, abaixo você confere os conceitos de não-arbitrariedade e substantividade, segundo Ausubel.

Não-arbitrariedade do material: ocorre quando o material potencialmente significativo é relacionado de maneira


não-arbitrária com o conhecimento que já existe para o aluno. Nesse contexto, a relação entre o aprendiz e o
material não se dá por qualquer aspecto da estrutura cognitiva, mas através de conhecimentos relevantes
específicos. Assim, o conhecimento prévio serve como base para fixação de novos conhecimentos.

Substantividade: indica que é a substância do novo conhecimento e ideias que é incorporado à estrutura cognitiva
do estudante. Isso quer dizer que não são as palavras específicas usadas por um professor ou educador para
expressar essas ideias que são absorvidas e utilizadas para construção do conhecimento. Afinal, diferentes
maneiras, signos, símbolos e palavras podem ser usados para explicar um mesmo conceito.

Disponibilidade do sujeito para aprendizagem significativa: além da não-arbitrariedade e da substantividade, um


outro fator determinante para que ocorra a aprendizagem significativa, para David Ausubel e os contribuidores
Hanesian e Novak, é a disponibilidade do sujeito. Isso significa que, para que a aprendizagem significativa ocorra,
é necessária uma predisposição favorável do sujeito.

E assim como em outras teorias educacionais de base construtivista, o que o aluno já conhece é um fator
importantíssimo para os processos de aprendizagem significativos. Dessa forma, Ausubel se baseia nessa
premissa e considera que os conhecimentos prévios dos alunos podem atuar como pontos de ancoragem de
novas ideias.

De forma resumida, podemos considerar que a aprendizagem significativa se dá com a atribuição de significado a
um novo conhecimento a partir da relação dele com os conhecimentos prévios do estudante.

Você também pode gostar