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ANDRÉ BALDO

COMO LIDAR
COM AS PRÓPRIAS

EMOÇÕES
GUIA PRÁTICO

1
O QUE É ESTE

GUIA
Este guia é um compilado de técnicas, teorias e pesquisas
dentro de diferentes vertentes da psicologia, da filosofia, e da
neurociência, aliados às minhas experiências e pesquisas pessoais
ao redor do mundo, e tem como objetivo possibilitar o aumento
da consciência e do controle sobre os sentimentos e emoções
individuais, de maneira a permitir a redução da ansiedade, da
melancolia e do sofrimento psíquico, levando à uma vida mais
feliz e equilibrada.

Embora os conteúdos aqui presentes sejam do mais alto valor


e respaldados pela ciência, este guia não oferece, e nem pode
oferecer, qualquer garantia sobre os objetivos almejados, ficando o
desenvolvimento destes sob total
responsabilidade do leitor.

Se algum conteúdo aqui presente lhe parecer incômodo ou


ofensivo, ou caso você tenha uma reclamação ou sugestão de
qualquer natureza, sinta-se convidado a entrar em contato pelo
e-mail andre@semfronteiras.info.

Boa viagem!

André Baldo
`
@oandrebaldo

ÍNDICE
FAZENDO A FAXINA 5

PARA ALÉM DA RAZÃO 6

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 8

HARD SKILLS X SOFT SKILLS 10

AS 10 COMPETÊNCIAS DO FUTURO 12

OS 4 DOMÍNIOS DA IE 14

AS 12 COMPETÊNCIAS 17

COMO CULTIVAR A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 21

O CÉREBRO E AS EMOÇÕES 22

RAZÃO X EMOÇÃO 25

SNS X SNP 27

ENERGIA PSÍQUICA 30

AFETOS, EMOÇÕES E SENTIMENTOS 32

5 PASSOS PARA A AUTOGERÊNCIA EMOCIONAL 39

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DIREITOS

AUTORAIS
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FAZENDO
A FAXINA
O nosso corpo e a nossa mente são a nossa casa, o nosso templo. E
esta casa recebe inúmeras visitas. Diariamente, toda uma sorte de
pensamentos e sentimentos batem à nossa porta, e vários deles
entram sem pedir. Alguns desses visitantes, como a alegria, o amor
e o perdão, ajudam a deixar a casa mais limpa e iluminada. Já outros,
como o rancor, o ódio e a inveja, deixam a casa mais suja e fazem uma
verdadeira bagunça dentro de nós. E se a nossa casa fica suja por muito
tempo, logo ela se torna foco de doenças e de animais venenosos.
Portanto, mais importante do que a limpeza da casa, é a faxina do
coração. É preciso limpar a sujeira da raiva, dos ciúmes e das mágoas
e abrir a janela do coração para que a luz entre e penetre os cantos
obscurecidos pelos sentimentos negativos; organizar as emoções e as
questões não resolvidas, e também se desfazer de muitas coisas que não
têm mais utilidade. Fazer a limpeza da casa cansa, mas é necessário.
Nós não podemos obrigar a felicidade a entrar, mas podemos deixar a
casa aberta e convidativa.

É hora da limpeza. Vamos?

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@oandrebaldo

... PARA ALÉM


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DA RAZÃO
Penso, logo existo? Julgamos ser seres exclusivamente racionais, mas estamos, de fato,
muito mais sujeitos à influência dos sentimentos e emoções do que cremos. A “deusa”
razão, tão adorada em nosso tempo, não é a única que detém poderes sobre nós. Outras
forças também nos atravessam.

Conhecê-las e saber como lidar com elas é essencial para que não sejamos levados de um
lado para o outro por questões que extrapolam os campos da razão.
A racionalidade é, de fato, uma ferramenta maravilhosa, que nos permite criar,
organizar, calcular e desenvolver obras encantadoras. Respeito e estimo o raciocínio
como um poderoso instrumento, não apenas para a sobrevivência, mas também para a
transformação individual e coletiva.

A razão detém um papel essencial em nossa


existência, porém, representa apenas um aspecto
do nosso Ser. Quando reduzimos nossa existência
“ Quando reduzimos
nossa existência ao
ao pensamento, vivemos uma experiência de pensamento, vivemos
mundo limitada, expressando apenas uma uma experiência de
pequena parcela de nossa potencialidade. mundo limitada
Naturalmente, sentimo-nos frag-men-ta-dos.

Segundo Howard Gardner, pesquisador e psicólogo norte-americano, somos compostos


por diversas formas de perceber o mundo e de nos relacionarmos com ele, ao que ele dá
o nome de múltiplas inteligências.

Para Gardner, a inteligência não é algo bom ou ruim, é apenas um veículo, e


poderá nos levar onde quisermos de acordo com o tratamento que lhe é dado.
Todavia, para que essas inteligências ou formas de ser floresçam, é preciso que
sejam alimentadas. De outro modo, permanecerão em estado recessivo ou até
mesmo definharão.

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AS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS
Howard Gardner

Lógico- Corporal-
matemática cinestésica

Facilidade para resolver problemas É a inteligência dos atletas e dançarinos.


matemáticos e de lógica, especialmente Capacidade de controlar a corrdenação,
problemas abstratos. o equilíbrio e o movimento preciso do
próprio corpo.

Linguística Espacial-visual

Facilidade para aprender e lidar com Coerência em compreender informações


idiomas, escrever e falar. A inteligência e representações gráficas de espaços
línguistica também resulta na boa tridimensionais, como mapas e desenhos.
interpretação de textos. boa percepção espacial.

Interpessoal Intrapessoal

Capacidade de entender e interpretar Capacidade de entender os próprios


os sentimentos, vontades e motivações sentimentos, vontades e motivações,
dos outros. tomando o controle das próprias atitudes.
Relacionada ao autoconhecimento.

Naturalista Musical

Entendimento da natureza e dos fenômenos Facilidade com percepção musical,


naturais, reconhecendo plantas, animais, reconhecimento e reprodução de ritmos.
climas e geologia. Pessoas com essa inteligência têm
facilidade para aprender músicas, compor e
reconhecer melodias.

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@oandrebaldo

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INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL
O conceito de Inteligência Emocional (IE) que aqui trarei se equivale, sobretudo, ao conceito
de Inteligência Intrapessoal, de Gardner, ou seja, a capacidade de compreender os próprios
sentimentos, vontades e motivações, mas também se relaciona com o com o conceito de
Inteligência Interpessoal, pois diz respeito a compreender as vontades, as motivações e os
sentimentos alheios. Desta forma, poderíamos também chamá-la de Inteligência Sócio-
emocional.


Inteligência Emocional, segundo o Daniel Goleman, é
um conjunto de habilidades, aprendidas e aprendíveis,
que designam a capacidade do indivíduo de identificar e A felicidade é uma
gerir os próprios sentimentos, de motivar a si mesmo e de habilidade que pode
construir relacionamentos mais saudáveis; em suma, visa ser aprendida.
gerar um impacto positivo nas outras pessoas. Podemos
afirmar, então, que a felicidade, é uma habilidade e pode ser
aprendida! Isso é libertador, não é?

De maneira simplista, Inteligência Emocional significa o modo como lidamos com nós mesmos e
como lidamos com os nossos relacionamentos. As emoções e sentimentos interferem diretamente
em nossas decisões aparentemente racionais, como veremos de forma mais clara adiante. Somos
seres sensíveis e a intercorrência de afetos altera mesmo a configuração bioquímica de nosso
cérebro, acarretando consequências físicas, inclusive. Não é mera coincidência, desta forma, que
a Inteligência Emocional apareça como um fator determinante no desenvolvimento humano,
sendo um preditor no sucesso pessoal e profissional de cada indivíduo.

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@oandrebaldo

A IMPORTÂNCIA DA IE

Uma pesquisa sobre alta performance desenvolvida por Daniel Goleman (2000) acompanhou a
jornada de milhares de trabalhadores comuns e colaboradores que exerciam função de liderança
em centenas de empresas ao longo de vários anos. Tal estudo comprovou correlatos claros entre a
capacidade de lidar com os sentimentos e as emoções com o bom desempenho dos colaboradores,
apontando que o QI e as habilidades técnicas, as chamadas hardskills, representavam apenas
33% do sucesso profissional de um indivíduo comum, enquanto a inteligência emocional
predizia 66% dos casos de sucesso. Quando a mesma pesquisa era estendida aos cargos de
liderança, a representatividade das habilidades técnicas e do QI caia para a casa dos 15%, enquanto
as habilidades relacionadas à inteligência emocional chegavam à casa dos 85%, respectivamente.
Desta forma, quanto mais alto o cargo, mais determinante é a presença da Inteligência
Emocional.

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HARD SKILLS X
SOFT SKILLS
Quando analisamos o currículo de alguém, ou até mesmo quando estamos em alguma entrevista
de emprego, tendemos a priorizar as nossas vitórias profissionais, cursos e formações como
um todo. Ou seja, nossas habilidades técnicas (hard skills). Essa tendência de colocar em
primeiro plano as conquistas externas é algo característico do mundo ocidental, que é
majoritariamente extrovertido.

Em contrapartida, tendemos a subvalorizar as características inerentes à personalidade


do indivíduo, as chamadas soft skills. Valorizamos a forma e a aparência em detrimento
do conteúdo e da essência. Contudo, as pesquisas de maneira geral, como o estudo trazido
previamente, apontam que as softskills são fatores inegavelmente mais influentes do
que as hardskills na carreira de qualquer colaborador ou empresário.

Essa percepção tem alterado radicalmente, nas organizações, as formas de contratação e da


relação com os colaboradores. As grandes empresas estão cada vez mais atentas aos valores e
às capacidades relacionadas ao indivíduo como um todo, investindo em cursos e programas
de formação humana. Isso explica-se por uma razão óbvia: é relativamente fácil ensinar
alguém uma nova habilidade, como administrar um software ou desenvolver ofícios
em geral, difícil é ensinar alguém a ser honesto, calmo e perseverante.


Ensinar caráter leva tempo, mas uma vez trabalhadas as
qualidades inerentes à personalidade, estas serão úteis
em qualquer ocasião. Um empresário ou colaborador Ensinar caráter
com autocontrole, boa capacidade de comunicação e leva tempo.
determinado será capaz de se adaptar à qualquer função
ou aprender novas habilidades.

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@oandrebaldo

MAS O QUE SÃO AS HARD SKILLS E AS SOFT SKILLS?

HARD SKILLS SOFT SKILLS

HABILIDADES TÉCNICAS QUALIDADES INERENTES

• Podem ser aprendidas • Podem ser desenvolvidas (e


levam mais tempo)
• Relacionadas ao
conhecimento • Traços de personalidade

• Objetivas • Subjetivas

• Tangíveis • Universais e aplicáveis em


qualquer atividade
• Específicas e relacionadas à
determinada atividade • Ex: responsabilidade,
honestidade, determinação,
• Ex: carpintaria, otimismo, proatividade,
programação, idiomas, liderança
legislação, contabilidade...

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@oandrebaldo

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AS 10
COMPETÊNCIAS
DO FUTURO

Um relatório divulgado pelo Fórum Mundial de Economia, organização internacional que debate
questões contemporâneas globais ligadas à economia, listou as 10 competências profissionais
mais exigidas até 2020, dentre as quais está inserida a Inteligência Emocional. São elas:

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1 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMPLEXOS

2 PENSAMENTO CRÍTICO

3 CRIATIVIDADE

4 GESTÃO DE PESSOAS

5 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

6 TRABALHO EM EQUIPE

7 JULGAMENTO E TOMADA DE DECISÃO

8 ORIENTAÇÃO PARA SERVIÇOS

9 NEGOCIAÇÃO

10 FLEXIBILIDADE COGNITIVA

Não apenas a IE está inserida entre as 10 maiores


competências, como também infere diretamente nas outras,
sobretudo em questões como gestão de pessoas, trabalho em
equipe e julgamento e tomada de decisões.
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OS 4 DOMÍNIOS
DA IE
Embora todos possamos compreender o conceito de gerenciar as próprias emoções, a Inteligência
emocional apresenta-se sob diferentes formas e se expressa em diversos campos de nossa Vida.
Conhecer e nomear as suas diferentes manifestações é uma maneira efetiva de desenvolver a IE. O
pesquisador Daniel Goleman, considerado o pai da Inteligência Emocional no campo acadêmico,
divide a Inteligência Emocional (IE) em 4 domínios que englobam 12 competências.

Esses quatro domínios da Inteligência emocional são divididos em dois campos: os de natureza
intrapessoal, ou seja, os domínios que dizem respeito à nossa relação com nós mesmos, e os de
natureza interpessoal, ou seja, os domínios que dizem respeito à nossa relação com os outros.


Nós somos seres sociais. Ou seja, existimos em relação. A
primeira visão que temos quando chegamos a este mundo
e abrimos os olhos é o outro e, a partir de então, passamos a Os relacionamentos
existir. Dessa forma, os relacionamentos são parte inerente à são parte inerente à
natureza humana e interferem diretamente na configuração de natureza humana e
nossa energia psíquica e na disposição de nossas emoções. interferem diretamente
na configuração de nossa
Portanto, é impossível falar de Inteligência Emocional sem falar energia psíquica e na
também de Inteligência Social. Uma melhor definição de IE, disposição de nossas
para mim, seria Inteligência Sócio-emocional. emoções.

Vamos analisar agora os 4 domínios e as 12 competências da IE.


Comecemos
pelos domínios de natureza intrapessoal.

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@oandrebaldo

INTRAPESSOAL

1 DOMÍNIO DA AUTOCONSCIÊNCIA

É a capacidade de refletir sobre si mesmo e de reconhecer as próprias emoções. A


autoconsciência é fruto da auto-observação. Observar a si próprio, vale dizer, não
significa condenar a si próprio. Não é julgamento de valor, apenas aumento da percepção
interna. A competência desse domínio é a autoconsciência emocional.

2 DOMÍNIO DO AUTOGERENCIAMENTO

Fruto da autoconsciência, o autogerenciamento é a capacidade do indivíduo de gerir a si


próprio, conduzindo e administrando seus movimentos internos de maneira assertiva.
Ou seja, a capacidade de administrar os próprios pensamentos, sentimentos,
emoções e ações. As competências do autogerenciamento emocional são o autocontrole
emocional, a adaptabilidade, a orientação para objetivos e a visão positiva, como veremos
na sequência.

INTERPESSOAL

DOMÍNIO DA CONSCIÊNCIA SOCIAL


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É a capacidade de refletir e perceber as configurações e necessidades sociais. Compreender
como as pessoas se relacionam como um todo e identificar os pontos comuns a todas as
relações, apesar das peculiaridades de cada indivíduo. São competências deste domínio a
empatia e a consciência organizacional.

4 GESTÃO DE RELACIONAMENTOS

Fruto da consciência social, é a capacidade de administrar as dinâmicas sociais


de maneira inteligente e positiva, levando em consideração os desejos e necessidades
individuais e coletivas. São competências deste domínio a influência, a mentoria, o
gerenciamento de conflitos, o trabalho em equipe e a liderança inspiradora. 15
@oandrebaldo

A EMPATIA é a base dos domínios de natureza interpessoal. A palavra empatia vem do grego
EMPATHEIA. “EN-” significa “em”, “dentro” + “PATHOS”, que significa “sentimento”, “emoção”.
Empatia, por definição, é estar dentro da dor do outro.

Todos esses domínios se relacionam entre si, tendo como ponto de partida sempre a
autoconsciência. A auto-observação é a peça chave da Inteligência Emocional. Dessa forma,
tudo se resume a estar consciente sobre si próprio.

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AS 12
COMPETÊNCIAS
Cada um destes domínios, como vimos previamente, possui diversas competências. O
professor Daniel Goleman identificou 12 competências presentes nos quatro domínios.
Comecemos pelo domínio da autoconsciência.

DOMÍNIO DA AUTOCONSCIÊNCIA

AUTOCONSCIÊNCIA
1 EMOCIONAL

É a capacidade de reconhecer as própria emoções, seus efeitos nos corpos e nas relações
que mantemos com os outros. Também chamada de metaconsciência, é a consciência de
seu estado interno. É a percepção objetiva da realidade subjetiva. Há um distanciamento
entre você e os seus sentimentos, um espaço e uma menor identificação,
possibilitando a diminuição da reatividade e ações mais lúcidas.

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@oandrebaldo

DOMÍNIO DO AUTOGERENCIAMENTO

2 AUTOCONTROLE EMOCIONAL

É a capacidade de administrar os próprios sentimentos e as emoções de maneira assertiva.


É o processo de compreender a origem dos sentimentos e compreendê-los de maneira
racional. Esse processo diz respeito à percepção, à definição e à aceitação dos sentimentos e
emoções. Importante ressaltar que administrar não significa reprimir.

3 ADAPTABILIDADE

É a capacidade de agir de forma versátil às mudanças, adaptando-se rapidamente às novas


demandas apresentadas pela vida.

4 ORIENTAÇÃO PARA OBJETIVOS

É a capacidade de caminhar de forma constante sistemática em relação aos objetivos


almejados. Envolve autocontrole, motivação, desafio e busca pelo desenvolvimento pessoal.

5 VISÃO POSITIVA

É a capacidade de perceber os aspectos positivos em si próprio, nos outros e na vida como


um todo. É a visão otimista, sem aceitar a estagnação. Ou seja, acreditar no bem, mas
buscando sempre melhorar.

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DOMÍNIO DO CONSCIÊNCIA SOCIAL

6 EMPATIA

É a capacidade de se colocar no lugar dos outros, de perceber, sentir e compreender a


situação, os pensamentos e os sentimentos das outras pessoas. Diz respeito à alteridade. É
o componente base da Inteligência Sócio-Emocional.

7 CONSCIÊNCIA ORGANIZACIONAL

É a compreensão de como funcionam as regras e dinâmicas nas instituições como um todo.


Pessoas com esse tipo de consciência conseguem ascender muito rápido profissionalmente
e são estimados pelos colegas de trabalho.

DOMÍNIO DA GESTÃO DE RELACIONAMENTOS

8 INFLUÊNCIA

É a capacidade de fazer as pessoas acreditarem no seu ponto de vista. Pessoas influentes


têm a sua opinião respeitada e são escutadas pelas pessoas ao seu redor.

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9 MENTORIA

É a capacidade de compartilhar o conhecimento adquirido de maneira a ensinar os outros.


Diz respeito à capacidade de ajudar outros a se conhecerem e florescerem enquanto
indivíduos. É perceber as necessidades individuais e ser capaz de saná-las, bem como ajudar
os outros a atingirem os seus objetivos ou objetivos em comum. Diretamente relacionado
com liderança.

10 GERENCIAMENTO DE CONFLITO

É a capacidade de administrar as divergências em um grupo, aliviando as tensões e


sendo capaz de encontrar pontos em comum que tragam benefício mútuo. Diz respeito à
sensibilidade.

11 TRABALHO EM EQUIPE

É a capacidade de fazer parte de um grupo e contribuir de maneira positiva com ele,


ajudando-o a conquistar seus objetivos. Envolve humildade e compaixão, capacidade
de compreender o seu papel individual no meio e desejar levar benefício àqueles que o
circundam.

12 LIDERANÇA INSPIRADORA

É a capacidade de congregar visões distintas para missões e propósitos que transcendem


o indivíduo. É a habilidade de traduzir os anseios comuns através da própria voz e ação.

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COMO
CULTIVAR A IE
Sendo a capacidade de estar atento a si próprio o ponto fundamental para Inteligência Emocional,
podemos também nos empenhar em determinadas atividades que facilitem e promovam a
atenção, interna e externa.

MEDITAÇÃO ATENÇÃO PLENA


NAS RELAÇÕES
A prática da meditação é seguramente Semelhante à meditação, trata-se de observar
uma das atividades mais determinantes no as dinâmicas e movimentos externos, em
desenvolvimento da IE. Meditar, no sentido conjunto à observação interna. Observar
aqui proposto, significa pausar os estímulos como as relações sociais se sucedem, e qual
externos e voltar a atenção para dentro, a nossa resposta interna em relação à essas
perceber o movimento sutil, ou às vezes dinâmicas.
violento, das energias internas e buscar
identificar sua origem e seus padrões.

VIGILÂNCIA COLOCAR-SE NO LUGAR


DO OUTRO
Desenvolver um estado de observação É a prática da empatia, simples assim. É uma
constante nas situações como um todo, não das práticas mais poderosas que um ser
como um estado de alerta frente ao perigo, humano pode desenvolver.
mas de atenção relaxada.

DIÁRIO E REFLEXÃO
Embora pareça simples, esta é uma prática extremamente eficaz. Ser capaz de traduzir em
palavras aquilo que habita dentro de nós em muito favorece a autocompreensão. Organizando
externamente as nossas ideias e sentimentos, acabamos também por nos organizar internamente.
Escrever é uma maneira de conversar consigo próprio, de familiarizar-se e tornar-se amigo de
quem você é.

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O CÉREBRO
E AS EMOÇÕES
Certo, já sabemos o que é a inteligência emocional, sua importância e as suas diferentes
manifestações. Faz-se necessária agora uma compreensão mais profunda. Portanto,
analisaremos neste capítulo a origem fisiológica das emoções, para depois realizarmos uma
abordagem psicológica e filosófica.

Para isso, farei uso da Teoria do Cérebro Trino, um conceito desenvolvido pelo médico
e neurocientista Paul MacLean em 1970 para explicar as estruturas cerebrais e as suas
respectivas funções.

Vale esclarecer que esta teoria é bastante reducionista e não seria correto descrever toda a
complexidade cerebral em uma divisão tão simplista. Mas, a grosso modo, ela é bastante útil
em termos pedagógicos.

Ele divide o cérebro humano em 3 grandes estruturas, da mais primitiva à mais evoluída, que
teriam sido desenvolvidas ao longo de nossa linha evolutiva, remontando aos primórdios de
nossa origem animal.

Tais estruturas teriam se desenvolvido de acordo com as nossas necessidades biológicas, de


maneira a aumentar as nossas chances de sobrevivência. Cada uma delas estaria relacionadas
à funções específicas dentro vida humana.
@oandrebaldo

A TEORIA DO CÉREBRO TRINO

NEOCÓRTEX
ANALÍTICO

SISTEMA LÍMBICO
EMOCIONAL

TRONCO
ENCEFÁLICO
INSTITIVO

NEOCÓRTEX

É a parte mais evoluída do nosso cérebro e teria se desenvolvido, em grande parte, em função
da nossa necessidade de relacionamentos. É relacionada à razão e é responsável pela fixação
da atenção. É a parte executiva de nosso cérebro e está expressa na verticalização de nossa
testa em relação aos nossos antepassados.

• Embora presente em outras espécies, é no ser humano que atingiu o ápice e seu
desenvolvimento.

• Córtex Pré-Frontal: objetivos, planejamento, comanda ações, conduz e inibe o sistema


límbico (e às vezes é inibido por ele).

• Córtex Cingulado Anterior (CCA): fixa a atenção, monitoramento, ajuda a


integrar sentimento e pensamento .

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@oandrebaldo

SISTEMA LÍMBICO

Relacionado aos mamíferos, é uma parte mais evoluída que as estruturas do tronco encefálico.
É responsável pela produção e descarga de hormônios e está relacionado às emoções, à
memória e à motivação.

• Presente em todos mamíferos e animais de sangue quente

• Função de reconhecimento e reação às “ameaças”

• Impulsos relacionados à recompensa e à busca por estímulos

• Hipocampo, hipotálamo, tálamo, gânglios da base, amigdala, ínsula...

TRONCO ENCEFÁLICO

Também chamado de cérebro reptiliano, o tronco encefálico seria a parte mais arcaica de nosso
cérebro, sendo relacionada aos nossos instintos e reflexos.

• Presente em todos os vertebrados e em alguns invertebrados

• Relacionado à dor, ao prazer e aos reflexos

• Cerebelo, mesencéfalo, medula oblonga...

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RAZÃO X
EMOÇÃO
Agora que estamos familiarizados com as três estruturas cerebrais propostas por MacLean,
faremos um aprofundamento no estudo da relação entre o sistema límbico (emoções) com o
córtex pré-frontal (razão), deixando o tronco encefálico em segundo plano.

Uma vez mais reitero que o cérebro, esta incrível máquina que nos permite perceber, interpretar
e relacionar-se com o mundo, não pode ser dividida em apenas três estruturas e que seu
desenvolvimento evolutivo não é demarcado por linhas precisas. Ainda estamos aprendendo a
desvendar os mistérios do cérebro, mas vamos partir por aquilo que já sabemos.

O sistema límbico envolve um complexo de estruturas cerebrais com funções diferenciadas,


dentre as quais estão a produção e a descarga de hormônios e a resposta aos estímulos do meio
para nos proteger de possíveis ameaças. Está diretamente relacionado, desta forma, com as
nossas emoções.

O córtex pré-frontal, por sua vez, é a parte “racional” de nosso cérebro, e também o responsável
pela manutenção de nossa atenção. O córtex pré-frontal é capaz de regular o sistema
límbico, mas também é influenciado por ele. Ambos funcionam como uma gangorra, quando
um sobe, o outro desce.

O sistema límbico apenas reage. Está relacionado ao nosso instinto de sobrevivência e, diante de
possíveis ameaças, enviará comandos ao corpo como fugir, lutar ou congelar.

Conforme a ativação límbica e endócrina aumenta, aumentando a carga de hormônios no


organismo, a força de controle e de inibição do córtex pré-frontal diminui. Isso se dá através da
atuação da amigdala, que é o centro emocional e o radar de ameaças do nosso cérebro. A amigdala
pensa como uma criança impulsiva e suprime o pensamento racional.

Da mesma forma, o córtex também é capaz de inibir a atuação do sistema límbico. A amídala reage
imediatamente aos estímulos “ameaçadores”, entretanto, se formos capazes de retardar a reação,
outras partes mais sensatas do cérebro, como o córtex pré-frontal, poderão tomar ações mais
coerentes.

Richard Daividson, neurocientista da Universidade de Wiscondin, descobriu que o córtex pré-


frontal esquerdo tem circuitos que podem “dizer não” para a amígdala, impedindo-as (as emoções)
de tomarem o controle.
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@oandrebaldo

Dessa forma, o segredo está em criar um pequeno espaço entre os impactos e afetos
recebidos e a nossa reação. Por isso, não reagir imediatamente é a melhor forma de agir.
Maturidade, em termos psicológicos, também diz respeito ao prolongamento do tempo entre o
impulso e a ação. Quanto maior for esse espaço, maior será o nosso controle cognitivo.

Podemos dizer, assim, a partir da perspectiva neurocientífica, que a Inteligência Emocional é a


coordenação entre o centro de processamento de emoções e o centro cognitivo.

Esse equilíbrio entre o sistema límbico e o córtex pré-frontal, que é um dos fatores determinantes
para a Inteligência Emocional, envolve a harmonização entre os sistemas nervosos simpático e
parassimpático, como veremos adiante.

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@oandrebaldo

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SNS X SNP

Para que possamos compreender o desenvolvimento da Inteligência Emocional a partir da ótica


neurocientífica é necessário também compreender o funcionamento do nosso sistema nervoso
autônomo.

O sistema nervoso autônomo (SNA) está situado na periferia do sistema nervoso e tem suas
atividades centradas em nossa coluna vertebral.

Os nervos que saem do cérebro e vão diretamente a todos os órgãos de nosso corpo fazem parte
do sistema nervoso autônomo. É através dele que o sistema límbico comanda determinados
comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos.

O SNA o responsável pela resposta automática do corpo frente alterações no ambiente e pelo
controle da vida vegetativa. Ou seja, sua tarefa é também por gerar reações rápidas à possíveis
ameaças que surjam em nosso redor e também manter o corpo funcionando ordinariamente em
estados de normalidade. Para isso, ele se divide em dois componentes distintos:

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@oandrebaldo

SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO (SNS)

É a parte do sistema autônomo responsável pela resposta a perigos externos.

SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO (SNP)

É o estado de repouso natural do nosso corpo, o componente do sistema nervoso responsável


pela conservação de energia no corpo e da manutenção de atividades contínuas e imutáveis
(como a digestão e a respiração). Em oposição ao SNS, ele produz uma sensação de tranquilidade,
geralmente acompanhada de satisfação. A influência tranquilizadora e estabilizadora do SNP
ajuda a pensar claramente, tranquilizando a mente.

SNS X SNP

Quando a amígdala percebe algum sinal de risco, ela dispara um alarme e o sistema nervoso
simpático (SNS) é ativado, despejando uma carga emocional, aumentando o batimento cardíaco,
dilatando as pupilas, desviando o fluxo sanguíneo para os membros e dilatando os pulmões
(instinto de luta e de fuga).

A reprodução e a digestão são colocadas em segundo plano, levando à uma queda na libido e
no apetite. As emoções ficam afloradas e nós nos tornamos extremamente reativos e
propensos ao medo e à raiva. Também aumentam nossas percepções negativas sobre tudo.
Ficamos mais agitados e acelerados, ao mesmo tempo em que perdemos o controle sobre nós
mesmos.

Vale dizer que o SNS cumpre uma função biológica de proteção extremamente importante
e é essencial à nossa sobrevivência enquanto espécie. Quando habitávamos as cavernas e
precisávamos sair para caçar diariamente, sua função era decisiva. O problema é que, mesmo
em situações onde não há nenhum risco à nossa integridade física, nosso cérebro ainda
percebe determinadas situações como ameaças, levando à ativação do SNS. É o que
acontece quando temos medo de sermos rejeitados por alguém, quando o nosso chefe nos chama
para conversar ou quando temos de fazer atividades banais, mas que nos parecem extremamente
assustadoras.

Isso se amplifica na vida do homem contemporâneo ocidental, constantemente assediado por


bipes, prazos de entrega e noticiários sensacionalistas. Uma vez que o SNS é o responsável
pela resposta do corpo frente a mudanças no meio, viver em um meio em constante mudança,
como é característico em nossa vida atual, leva a um constante estímulo do SNS, causando uma
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@oandrebaldo

hipersensibilidade e graves consequências físicas e psicológicas, como problemas gastrointestinais,


imunológicos, cardiovasculares e também sexuais.

A atividade frequente do sistema nervoso simpático aumenta a nossa reatividade às ameaças


aparentes, o que o deixa ainda mais sensível, fazendo-o perceber perigos onde na verdade não há,
gerando um círculo vicioso negativo.

Tal como o sistema límbico e o córtex pré-frontal, o SNS e o SNP inibem um ao outro. É
importante ressaltar que ambos são essenciais à nossa sobrevivência. E se desejamos
viver uma vida plena, devemos ser capazes de harmonizá-los.

Para isso, o neurocientista Rick Hanson oferece algumas dicas realmente úteis. Ele afirma que
um truque para ativar o SNS seria inspirar profundamente. Quando tomamos um susto ou
nos percebemos frente a perigos, nossa primeira reação é tomar uma boa dose de ar, inspirar
profundamente. Ora, quando o susto passa e retornamos ao nosso estado natural, nosso instinto
é soltar o ar. A expiração profunda, em oposição à inspiração, ativa o SNP.

Manter a atenção sobre a respiração, inspirando e expirando profundamente, é uma


excelente forma de harmonizar ambos os sistemas, mantendo a mente e o corpo alertas ao
ativar o SNS e, ao mesmo tempo, relaxados, ao ativar o SNP.

Portanto, quando ficamos irritados ou agitados, a melhor ação é parar imediatamente,


respirar, se acalmar e, então, decidir. Dessa forma, sugiro ao leitor que agora faça uma pausa
nesta leitura e se permita o seguinte exercício: inspirar contando até cinco, reter o ar por um breve
segundo, expirar contando até cinco, uma nova retenção e repetir o processo. Observe a mente
ficando alerta na inspiração e o corpo relaxando na expiração. Atenção e relaxamento. Dentro e
fora. Isso é presença. Isso é equilíbrio. Isso é Inteligência Emocional.

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ENERGIA
PSÍQUICA

Uma confusão bastante comum, e não por isso menos perigosa,
é confundirmos gerência emocional com supressão das emoções.
Inteligência emocional não é sobre reprimir as emoções. As emoções Inteligência
são inevitáveis e possuem a sua importância biológica e psíquica. Toda emocional não é
emoção tem uma razão para existir. Os problemas acontecem quando há sobre reprimir as
desequilíbrio, quando as emoções são desproporcionais e nos induzem à emoções.
alguma ação com consequências destrutivas, seja para com nós mesmos
ou para com outra pessoa. Doença, por definição, é desequilíbrio de um
sistema.

As emoções e os afetos são dotados de poderosa carga energética


e, se usadas de maneira sábia e consciente, poderão agir em
nosso favor. A energia psíquica é constante e presente em todos nós,
sem exceção. Para Carl Jung, a quantidade de energia é constante no sistema psíquico, apenas
variando a sua distribuição.

Isso equivale dizer que se energia psíquica desaparece de alguma forma, aparecerá sob outra. O
fato de que certas pessoas parecem ter mais ou menos energia é um mero reflexo da forma de
vazão que esta energia encontra em cada indivíduo.

A energia psíquica, também chamada de libido por Jung, pode ser comparável à energia física. A
libido necessita de movimento. Toda forma de energia pede vazão e quando o fluxo da libido
encontra algum bloqueio, por qualquer motivo que seja, ela ficará represada e logo se condensará
em sentimentos densos, que são nódulos de energia, podendo levar inclusive a tensões e distúrbios
físicos.

Questões não resolvidas, sentimentos negativos ou qualquer tipo de desequilíbrio que


nos afaste de nossa natureza funcionam como bloqueios energéticos. Mesmo o desânimo,
aparente falta de energia, não passa do mal funcionamento do nosso ciclo energético. É a libido
contida, que por não encontrar vazão, leva à sobrecarga do sistema, levando à letargia, da mesma
forma que um carro sobreaquecido não é capaz de ter um bom desempenho.

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@oandrebaldo

Uma vez mais vale ressaltar que a energia irá se manifestar de uma forma ou de outra, se não em
movimento, então em estado latente. Sentimentos não expressos, afetos não vividos e emoções
represadas são apenas alterações no movimento da libido. A energia continua existindo, na
mesma medida, apenas será manifestada de uma maneira distinta, como raiva, mágoas ou dores e
tensões físicas. Da mesma forma que uma bateria possui uma grande quantidade de energia
condensada, sentimentos densos e questões não resolvidas também são grandes reservas
de energia. Se há uma sobrecarga anômala do sistema, este poderá explodir em uma reação
descontrolada, levando a graves perigos e consequências. De modo inverso, se essa energia for
conduzida de maneira consciente, poderá trazer inúmeros benefícios.

Podemos, por exemplo, usar a raiva como energia para o trabalho ou exercício físico. O exercício
do corpo, a valer, é uma ótima forma de dar vazão aos bloqueios energéticos e emocionais. Outra
forma é a arte. As manifestações artísticas são excelentes meios para a expressão emocional.
Quantas belas músicas já foram compostas em cima da tristeza? Quantas obras literárias tiveram
como mote a raiva, a frustração? Quantas pinturas já retrataram o medo?

Os sentimentos e emoções são inevitáveis e, se reprimi-los não é uma opção, resta-nos apenas
encontrar meios para lhes dar a vazão adequada, de maneira assertiva e buscando os melhores
resultados.

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AFETOS
EMOÇÕES E
SENTIMENTOS
Para podermos lidar com algo, é preciso antes saber do que se trata. Antes de entrar em uma
batalha, é fundamental estarmos familiarizados com o campo e conhecermos o nosso inimigo.
Para que possamos lidar com as forças que nos atravessam, é preciso antes dar-lhes o nome.

As manifestações da libido em nosso interior podem ser bastante confusas e, com frequência,
damos o mesmo nome a coisas distintas. Por isso, é preciso trazer luz ao problema. Embora
pareçam uma só coisa, afetos, emoções e sentimentos são coisas distintas, ao menos em
termos psicológicos.

Vejamos as definições da psicologia para cada uma dessas manifestações:

AFETOS: Afetos são tudo aquilo que nos afeta de alguma forma. Nas palavras do professor
Waldemar Magaldi: “afetos são todas as intercorrências que, de alguma forma, interferem na
dinâmica da configuração da nossa energia psíquica e energia vital”. São inputs, ou seja, entradas
que nos atingem e que acarretam uma sequência de estímulos psicológicos e fisiológicos.

EMOÇÕES: são experiências subjetivas e comportamentais de breve duração e passíveis de


observação, podendo ser identificadas por reações corporais. Vamos exemplificar: rimos quando
estamos alegres, choramos quando somos acometidos pela tristeza e ficamos com a face rubra
quando estamos com vergonha. Dessa forma, podemos perceber a presença de uma emoção de
acordo com suas manifestações físicas. É algo observável. Geralmente são relacionadas a
acontecimentos externos. Alegria, tristeza e vergonha são exemplos de emoções.

SENTIMENTOS: Diferentemente das emoções, são experiências exclusivamente mentais


e não observáveis. São de longa duração. Enquanto alegria e tristeza são efêmeras, felicidade e
infelicidade tendem a permanecer por mais tempo.

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@oandrebaldo

Os sentimentos são resultado da forma que a mente interpreta as emoções. Ou seja, o acúmulo de
determinadas emoções pode resultar em um sentimento específico. Por exemplo, a persistência
de uma emoção de raiva pode levar a um sentimento de ódio. Assim, os sentimentos não são
uma resposta neurológica momentânea, como as emoções, mas sim uma experiência duradoura.
Vale dizer que a permanência de determinados sentimentos também levam à predisposição a
determinadas emoções.

São exemplos de sentimentos a felicidade, a infelicidade, o ódio e a inveja.

MENTE

EMOÇÕES SENTIMENTOS

CORPO

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RECAPITULANDO

AFETOS

• Acontecimentos externos e internos que alteram a configuração da nossa


energia psíquica;
• Estados subjetivos mais indefinidos em sua origem e intensidade;
• Exprimem-se através dos sentimentos e das emoções.

EMOÇÕES

• Experiência subjetiva-comportamental;
• Facilmente observável;
• Leva a um conjunto de reações;
• Breve duração;
• Geralmente relacionadas a questões externas;
• Alegria, raiva, desejo...

SENTIMENTOS

• Experiência mental
• Difícil observação
• Longa duração
• Geralmente relacionado a questões internas, como a interpretação e o
acúmulo das emoções
• Felicidade, ódio, apego..

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5 PASSOS
PARA A
AUTOGERÊNCIA
EMOCIONAL
Você não pode determinar quais afetos irá receber nem quais emoções irá sentir, mas você
pode decidir o que fazer com a emoção depois que ela vem. Inteligência emocional não é sobre
evitar emoções, mas sim sobre escolher o que fazer com elas.

Nesse sentido, existe um caminho de 5 passos bastante eficaz que pode nos
auxiliar neste processo. São eles:

1. DESENVOLVER CONSCIÊNCIA
2. DAR O NOME
3. ACEITAÇÃO
4. COMPREENSÃO
5. TRANSMUTAÇÃO

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DESENVOVER
1 CONSCIÊNCIA

A primeira etapa é desenvolver consciência sobre aquilo que estamos sentindo. Não é
possível resolver uma situação a qual desconhecemos a existência. Nesse sentido, Jung
dizia que a confissão é o primeiro passo para a terapia e, portanto, para a cura.
Desenvolver consciência significa apenas voltar a atenção para dentro e perceber os
movimentos internos. Reconhecer o que está acontecendo, ainda sem a ambição de tentar
explicar qualquer coisa. É basicamente perguntar-se: “Eu estou sentindo algo?”

2 DAR NOME

Uma vez que reconhecemos que algo acontece, então é preciso definir o que é isso. A
segunda etapa no caminho de 5 passos para a gerência emocional é classificar aquilo
que estamos sentindo. Primeiro tentamos definir a qual classe isso pertence: é um
sentimento, uma emoção ou um afeto? Uma vez feita a primeira classificação, partimos
para a segunda definição, buscando nomear esse sentimento ou emoção. É alegria?
Raiva? O simples fato de reconhecer o que estamos sentindo, por si só, já traz uma grande
libertação. Se a primeira etapa se resume a perguntar se estou sentindo algo, a segunda
indagação seria: “O que eu estou sentindo?”

3 ACEITAÇÃO

Uma vez reconhecido o sentimento ou emoção, cabe-nos então aceitá-lo. A aceitação


envolve uma aproximação, permitir um contato mais próximo com aquilo que é sentido.
Observar quais são os seus reflexos físicos, o que muda em meu corpo quando vivencio
esse sentimento. É um mergulho mais profundo na auto-observação.

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4 COMPREENSÃO

Sabemos o que estamos sentindo e aceitamos isso, mas ainda não sabemos o porquê. A
etapa da compreensão envolve tentar desvendar a razão por trás daquele sentimento ou
emoção, compreender a sua origem. Quando somos capazes de desvendar o motivo por trás
de qualquer problema, torna-se muito mais fácil resolvê-lo. Assim, a pergunta essencial na
etapa da compreensão é “por que estou sentindo isso?”

5 TRANSMUTAÇÃO

A última etapa do processo de gerência emocional é sobre transformar os sentimentos e


emoções de maneira consciente e assertiva. Como já falamos anteriormente, as emoções
são poderosas formas de energia e, se ministradas de maneira adequada, poderão ser usadas
em nosso favor. Uma vez adquirida a consciência sobre a raiva, podemos transformá-la
em motivação e disposição física. Podemos encontrar na tristeza a poesia e na mágoa, o
perdão.

Embora una, a Existência se manifesta de maneira dual e no âmago de cada lado,


encontraremos a semente de seu oposto. Ódio e amor, alegria e tristeza, disposição e
desânimo são manifestações distintas de emoções e sentimentos que guardam a mesma
origem, tudo depende de como direcionamos a nossa energia psíquica.

Vale dizer que não é possível transmutar uma emoção sem antes vivenciá-la. A transformação
só acontece depois da aceitação. Nossos sentimentos são mensageiros internos que têm
algo importante a nos dizer. Por isso, é preciso antes ouvi-los.


Há diferentes maneiras de se transmutar uma emoção, e
este será sempre um exercício de criatividade por parte de
quem o pratica, mas, a título de exemplo, discorrerei aqui Eu não escolho
sobre alguns caminhos que utilizo com bastante frequência quais emoções
e trazem resultados muito expressivos. Um deles é o chegam até mim,
exercício físico. mas eu posso
escolher o que fazer
A prática física e o movimento corporal são caminhos com elas.
eficazes para dar vazão à energia psíquica e dissolver os
bloqueios energéticos. Uma vez posta em movimento, a
carga emocional adquire uma nova dinâmica e, assim, acaba
por se transformar em outra coisa.
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@oandrebaldo

De maneira bastante similar, o trabalho, como um todo, ajuda a canalizar a energia das emoções.
O exercício físico nada mais é do que o trabalho do corpo. Assim, a raiva pode se transformar em
vigor, a decepção em motivação e o medo em coragem.

Outra maneira bastante efetiva, também já abordada anteriormente, é a prática artística. Carl
Jung, um dos grandes precursores do uso da arte como forma de terapia, dizia que “a arte é a
expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de
expressão, é sensibilidade, é criatividade, é vida.” A grande proposta da arte é expressar aquilo que
se passa no interior do indivíduo, através da estética e da autenticidade, objetivando a beleza. Nós
nos relacionamos com a arte através dos nossos sentimentos.

Dessa forma, podemos utilizar a prática artística para exprimir nossos movimentos internos
de maneira saudável e bela. A poesia, a dança, a música, a literatura, a pintura, todas essas são
ferramentas magnânimas para transformar sentimentos densos, literalmente, em obras de arte.

Uma terceira maneira, não menos eficiente, é o uso de comandos verbais para metamorfosear
as emoções. Nossa mente e nosso corpo são naturalmente suscetíveis ao poder da palavra. Verbo,
por definição, é criação. Quando evocamos alguma coisa verbalmente, fazemos disso algo mais
concreto, mais compreensível, quase palpável. O cérebro é particularmente responsivo a
comandos verbais.

Afirmações como “eu aceito o meu medo e o transformo em coragem”, “eu aceito a minha
ansiedade e a transformo em tranquilidade” podem trazer resultados surpreendentes. Embora
pareça simplista, essa é uma técnica verdadeiramente profícua e, quando associada à respiração
consciente, torna-se ainda mais poderosa.

Essa última etapa está diretamente ligada com o nosso livre-arbítrio, o nosso
poder de escolha. Eu não posso escolher quais emoções chegam até a mim,
mas eu posso escolher o que fazer com elas.

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@oandrebaldo

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A FILOSOFIA
ESTOICA
O Estoicismo é uma filosofia que tem como pilares a aceitação do destino, a busca da tranquilidade
da alma, viver segundo a natureza e o cultivo das virtudes. Foi fundada por Zenão de Cítio há 2.300
anos e teve como principais expositores Sêneca, Epíteto e o imperador romano Marco Aurélio.
Um dos temas centrais da filosofia estoica é a diferenciação entre aquilo que depende de nós e
aquilo que NÃO depende de nós.

Para os estoicos, boa parte do sofrimento humano advém do fato de depositarmos os nossos
recursos, como tempo, energia, dinheiro e emoções, naquilo que não dependente de nós, enquanto
negligenciamos aquilo que verdadeiramente depende nós. É justamente essa a definição de
sabedoria para Sêneca: “sábio é aquele que sabe o que lhe pertence e não lhe pertence.”

Quando depositamos as nossas expectativas e a nossa felicidade em situações que estão para
além de nosso controle estamos, simultaneamente, colocando-nos na condição de escravos. Ao
projetarmos a felicidade em questões externas a nós, fazemos dela algo distante. Reforçamos a
mensagem de que aquilo que temos não é o suficiente, então, passamos a nos comportar como
indigentes, mendigando status, aceitação e afeto.

O que depende e o que não depende de nós, afinal? Peçamos ajuda a Epíteto para responder esta
questão: “das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o
juízo, o impulso, o desejo, a repulsa - em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos
nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: tudo o que não seja ação
nossa. Por natureza, as coisas que são encargos nossos são livres, desobstruídas, sem entraves. As
que não são encargos nossos são débeis, escravas, obstruídas, de outrem”

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@oandrebaldo

DEPENDE DE NÓS: NÃO DEPENDE DE NÓS:

• Pensamentos • Infortúnios
• Ações • Pensamentos alheios
• Virtudes • Escolhas alheias
• Escolhas • Riqueza

• Doenças

• Contexto socioeconômico

Saber diferenciar aquilo que nos cabe e aquilo que está para além de nossa regência é um grande
passo para a alforria da alma. É realmente libertador abrir mão do controle externo. Quando
fazemos isso, passamos a aceitar com graça tudo aquilo que o caminho nos traz, tendo consciência
de que nos cabe apenas o caminhar. É como diz Sartre: “não importa o que o mundo faz com
você, o que importa é o que você faz com o que o mundo faz com você.”

Em suma, não temos controle sobre os ventos soprados pela Existência, porém podemos direcionar
as velas de nosso barco. Essa é a consciência que nos diferencia dos animais. É o fogo dos deuses,
roubado por Prometeu. É a capacidade de inferir conscientemente em nosso destino.

Que este singelo manual possa lhe ajudar a ser mais feliz e gerar benefícios aos seres ao seu redor.
Compartilhe-o com outras pessoas que possam estar precisando. E, sobretudo, coloque em prática
o que aprendeu até aqui, pois conhecimento sem ação é ignorância. Que os méritos desse encontro
se expandam e toquem a todos!

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@oandrebaldo

Dê o próximo passo no seu


desenvolvimento pessoal!
Parabéns por ter finalizado este E-book! Agora eu quero lhe convidar para
aprofundar o desenvolvimento da sua inteligência emocional agendando uma
sessão individual de psicoterapia analítica comigo.

O nosso objetivo, com psicoterapia analítica, é a ampliação da nossa consciência


sobre nós próprios, promovendo a inteligência emocional, a libertação de padrões
de sofrimento, escolhas mais lúcidas, melhora nas relações interpessoais,
descoberta das próprias virtudes e desenvolvimento das potencialidades em um
processo que visa transformar em ato aquilo que nós somos em potência.

Este processo é norteado pela psicologia analítica junguiana e amparado pela


psicologia positiva e pela filosofia clínica.

A psicoterapia é indicada para pessoas que desejam:

Conhecer as suas virtudes e forças de caráter


Desenvolver a sua Inteligência Emocional
Melhorar os seus relacionamentos
Romper padrões destrutivos que causam sofrimento
Gerenciar a sua ansiedade e seu estresse
Aprender como funciona o seu cérebro e a sua mente
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caverna. Uma grande paixão. Filosofia, aventura, romance, espiritualidade e
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