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Organizadores:
Vanessa Madaschi, Régis Nepomuceno e Stéphani de Pol
INCLUSÃO EFICIENTE
2022
Supervisão Editorial
Diagramação e Editoração
Francine Tuczynski
Revisão
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DESENVOLVIMENTO
INFANTIL E
INTERVENÇÃO PRECOCE
VOLUME 02
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Instituto Inclusão Eficiente
Dedicatória
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Instituto Inclusão Eficiente
“Tente mover o
mundo – o primeiro
passo será mover a si
mesmo”
Platão
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Sumário
CAPÍTULO 1
Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da
Coordenação: um estudo de revisão......................................................................................14
CAPÍTULO 2
Linguagem no Transtorno do Espectro Autista................................................................27
CAPÍTULO 3
Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil: uma revisão da litera-
tura dos últimos cinco anos..........................................................................................................48
CAPÍTULO 4
Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvi-
mento Neuropsicomotor em comparação com outras avaliações................65
CAPÍTULO 5
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil............... .79
CAPÍTULO 6
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de
avaliações no Brasil.............................................................................................................................99
CAPÍTULO 7
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança: revisão
de materiais produzidos pelo Ministério da Saúde......................................................114
CAPÍTULO 8
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias fa-
cilitadoras de inclusão.....................................................................................................................132
6
CAPÍTULO 9
Intervenção Precoce: atuação do terapeuta ocupacional na UTI neonatal e
na unidade de cuidados intermediários neonatal...................................................150
CAPÍTULO 10
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez
anos..............................................................................................................................................................160
CAPÍTULO 11
Estratégias de Intervenções juntoa família de crianças com Transtorno do
Espectro Autista...................................................................................................................................181
Autores.......................................................................................................................................................199
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Instituto Inclusão Eficiente
Apresentação
O Instituto Inclusão Eficiente nasceu do sonho de um mundo diferente,
onde todos podem ter e receber oportunidades com equidade, sem pre-
conceito com suas diferenças, um mundo onde a diversidade é contem-
plada e que todos podem usufruir dos seus direitos plenamente.
Este livro é parte da nossa história, mas a tônica maior é poder fazer
parte da história de cada profissional que esteve com a gente nos cursos
de Especialização Lato Sensu, em parceria com a Faculdade Santa Rita de
Chapecó e a Faculdade IPPEO de Curitiba. Esta edição faz parte dos cursos
de Pós-graduação Lato Sensu em Desenvolvimento Infantil e Intervenção
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Instituto Inclusão Eficiente
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Instituto Inclusão Eficiente
Prefácio
É com muito prazer e alegria que prefácio essa interessante e diferen-
cial segunda coletânea, fruto do estudo de muitas pessoas que participa-
ram do curso de Pós-graduação em Desenvolvimento infantil e Interven-
ção Precoce oferecido pelo Instituto Inclusão Eficiente.
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Instituto Inclusão Eficiente
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Instituto Inclusão Eficiente
Boa leitura!
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1.
Instituto Inclusão Eficiente
Terapia Ocupacional
e o Transtorno do
Desenvolvimento
da Coordenação:
um estudo de revisão
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Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação
Introdução
Durante a infância acontecem várias mudanças cognitivas, motoras,
afetivas e sociais, as quais manifestam-se intensamente (FRANÇA, 2002).
Em relação ao desenvolvimento motor, o atraso nos marcos terá efeito ne-
gativo na aquisição de habilidades motoras, resultando em dificuldades
na realização de atividades de vida diária, relações sociais, emotivas, afe-
tivas e no ambiente escolar (WRIGHT; SUGDEN, 1996). Tais dificuldades mo-
toras muitas vezes são percebidas pelos pais ou professores, podendo ser
um indicativo de transtornos do desenvolvimento da coordenação (PULZI;
RODRIGUES, 2015).
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Instituto Inclusão Eficiente
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Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação
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Instituto Inclusão Eficiente
Referencial Teórico
Trata-se de um estudo de revisão de literatura. A busca dos artigos foi
realizada nas bases de dados eletrônicas, Literatura Latino- Americana e
do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysisand
Retrieval System Online (MedLine), Scientific Electronic Library Online (SciE-
LO) e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram:
“transtorno do desenvolvimento da coordenação motora”, “transtorno das
habilidades motoras”, “coordenação motora” e “terapia ocupacional”.
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Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação
Uso da cognitive Clarice Ribeiro; A intervenção ocorreu em treze O objetivo deste estudo Os resultados obtidos
orientation to Soares Araújo; 9 a 10 anos sessões de sessenta minutos, duas foi explorar o uso da indicam que o uso do
daily Lívia de Castro vezes por semana, nas quais cada Cognitive Orientation to CO-OP pode ser um
occupational Magalhães; criança aprendeu três tarefas a sua Daily Occupational recurso muito útil com
performance Ana Amélia escolha. Performance ou CO-OP crianças com TDC, visto
(co-op) com Cardoso. em crianças brasileiras que foi uma abordagem
crianças com com TDC. que contribuiu para a
Transtorno do melhora no desempenho
Desenvolvimento funcional das crianças
da Coordenação em cinco das seis tarefas
escolhidas.
Influência do uso Joyce Cristina A intervenção ocorreu em um mês Investigar a influência do Os scores dos testes
de jogos do Cândido Soares; 8 anos de treinamento virtual, três vezes uso de jogos do Microsoft utilizados na triagem
Microsoft Kinect® Bárbara Letícia por semana, totalizando doze Kinect sobre o tiveram aumento
sobre o Costa de Moraes; sessões de cinquenta minutos desempenho motor e significativo. Houve
desempenho Clarissa Cardoso cada. funcional de uma mudanças clinicamente
motor e funcional dos Santos Couto criança de 8 anos, com significativa no
de criança com Paz; TDC, com treinamento desempenho do futebol e
Transtorno do Lívia de Castro individual. ganho na satisfação do
Desenvolvimento Magalhães. basquete. Houve também
da Coordenação melhora no desempenho
dos jogos virtuais
utilizados nas sessões.
Identificação de Érika Papa Mazer; Foi aplicado protocolo do Elencar os principais O estudo foi realizado
sinais de Patrícia Carla de 3 a 6 anos Transtorno de Desenvolvimento da aspectos do Transtorno com 10 crianças, sendo
Transtornos do Souza Della Barba. Coordenação, divido em duas do Desenvolvimento da três identificadas com
Desenvolvimento partes: primeiro com as crianças e Coordenação e detectar sinais do transtorno. Os
da Coordenação posteriormente com seus os sinais em crianças já resultados apontam tanto
em crianças de professores. identificadas com risco para a possibilidade de
três a seis anos e para atraso de identificação do
possibilidades de desenvolvimento em transtorno, como para a
atuação da creches e pré-escolas. necessidade de se
Terapia aprimorar o instrumento
Ocupacional para que possa ser
replicado.
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Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação
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Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação
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Instituto Inclusão Eficiente
Considerações Finais
As crianças com TDC apresentam dificuldades na realização de suas
atividades cotidianas, desde atividades básicas de vida diária, como es-
covar dentes e trocar de roupas, até atividades que envolvem participação
social, como a prática de esportes coletivos. As pesquisas no Brasil sobre a
atuação da Terapia Ocupacional com crianças que apresentam Transtor-
no do Desenvolvimento da Coordenação ainda são escassas, nos últimos
dez anos foi possível encontrar somente os três artigos citados anterior-
mente. Observa-se que há necessidade de um aprimoramento de um pro-
tocolo desenvolvido, para que seja possível identificar o TDC.
24
Terapia Ocupacional e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação
Referências
AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION (APA). Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais-
DSM-V. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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2.
Instituto Inclusão Eficiente
Linguagem
no Transtorno
do Espectro Autista
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
Introdução
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é considerado como um
dos principais transtornos do desenvolvimento humano. Caracterizado por
um conjunto de déficits nos domínios comunicativos e comportamentais,
apresentando presença de padrões restritos e repetitivos (COSTA; SOUZA,
2015; OLIVEIRA et al., 2018). Apesar da classificação proposta pelo Manual
de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição (DSM-V), ser
centrada em duas características principais do autismo, conforme citado
acima, o quadro clínico do TEA pode apresentar níveis de gravidade distin-
tos, levando indivíduos com o mesmo diagnóstico a apresentarem mani-
festações clínicas diversas, daí o uso do termo “espectro” (OLIVEIRA et al.,
2018).
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
Referencial Teórico
A presente revisão foi composta por 21 artigos nacionais (COSTA; SOU-
ZA, 2015; OLIVEIRA et al., 2018; BACKES; ZANON; BOSA, 2017; OLIVEIRA et al., 2016;
RODRIGUES; ALMEIDA, 2017; BALESTRO; FERNANDES, 2019; CAMPOS; FERNANDES,
2016; FERREIRA et al., 2017; SEGEREN; FERNANDES, 2016; TAMANAHA; CHIARI; PE-
RISSINOTO, 2015; SEMENSATO; BOSA, 2014; ONZI; GOMES, 2015; BAGAIOLO et al.,
2018; REIS; PEREIRA; ALMEIDA, 2016; MISQUIATTI et al., 2014; TAMANAHA; MAR-
TELETO;PERISSINOTO, 2014a; NUNES et al., 2015; LEVY; ELIAS; BENITEZ, 2018; VAS-
CONCELOS, 2011; GOMES et al., 2019; BOSA, 2006; TAMANAHA et al., 2014b.).
O delineamento de cada estudo foi analisado e, para uma melhor com-
preensão, os estudos foram separados por áreas de pesquisa, que serão
apresentadas a seguir.
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Instituto Inclusão Eficiente
Quadro 1 – FONOAUDIOLOGIA
Perfil escolar e as habilidades TIPO DE PESQUISA: Levantamento Os resultados mostraram nos alunos
cognitivas e de linguagem de OBJETIVOS: Verificar a correlação entre o avaliados quanto a desempenho em
crianças e adolescentes do tempo de permanência semanal na escola, inteligência não- verbal e habilidades
espectro do autismo/2015 e o desempenho, de crianças com comunicativas e de comportamento houve
Transtorno do Espectro do Autismo, em teste correlação positiva significativa entre a
de inteligência não verbal e em habilidades frequência escolar e a inteligência não-
comunicativas e de comportamento. verbal. Nos alunos avaliados quanto às
habilidades comunicativas e de
comportamento houve tendência a
correlações negativas em todas as
relações, mas significância apenas com
relação às inabilidades pragmática/social.
Seleção de vocábulos para TIPO DE PESQUISA: Descritivo de levantamento Houve predomínio significativo de itens na
implementação do Picture OBJETIVOS: verificar os vocábulos mais categoria alimentos, seguido de atividade
Exchange Communication System frequentemente utilizados na e bebidas. Não houve correlação entre o
– PECS em autistas não implementação do PECS em crianças total de itens identificados pelas famílias
verbais/2017 autistas e analisar a correlação entre a com o índice de comportamentos não
frequência destes vocábulos e o índice de adaptativos.
comportamentos não adaptativos.
Correlação entre a oralidade de TIPO DE PESQUISA: Estudo de caso controle A maioria dos pais dos três grupos
crianças com distúrbios OBJETIVOS: investigar o nível de estresse de apresentou médio nível de estresse e não
do espectro do autismo e o nível de pais de crianças com autismo, verificando houve diferença significativa entre os pais
estresse de seus pais/2016. sua associação com a ausência de de crianças com autismo, com e sem
oralidade na comunicação de seus filhos. comunicação verbal. Quando os pais de
crianças com autismo foram comparados
aos pais do grupo controle, foi verificada
diferença significativa.
Intervenção fonoaudiológica em TIPO DE PESQUISA: Relato de caso Pode-se perceber aumento do número de
uma adolescente com transtorno OBJETIVO: caracterizar a percepção dos pais trocas de figuras de maneira
do espectro autista: relato de sobre a gravidade do TEA , em uma independente, ampliação do número de
caso/2018 adolescente, pré e pós-terapia vocalizações com intenção comunicativa
fonoaudiológica e descrever o processo de ou a fala funcional, maior tempo de
intervenção fonoaudiológica utilizando como contato visual e sorriso social, redução de
modelo de intervenção o Sistema de Troca comportamentos inadequados com uma
de Figuras aliada aos princípios da análise melhora significativa na pontuação do
comportamental aplicada à linguagem. questionário Autism Treatment Evaluation
Checklist.
A Eficácia da Intervenção TIPO DE PESQUISA: Ensaio clínico piloto Maior evolução do GT (Intervenção direta e
Terapêutica Fonoaudiológica nos OBJETIVOS: Verificar a eficácia da indireta) no Autism Behavior Checklist,
Distúrbios do Espectro do intervenção terapêutica fonoaudiológica avaliação Interação e na amostra de
Autismo/2015. para crianças com Distúrbio do Espectro do comportamento vocal.
Autismo.
Fonte: Autoras
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
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Instituto Inclusão Eficiente
A análise dos dados verificou que o estudo realizado por Ferreira et al.
(2017) buscou levantar quais os vocábulos mais frequentes utilizados du-
rante a implementação do PECS em crianças com TEA, além de buscar
correlacionar a influência do uso destes vocábulos no comportamento
adaptativo. Os autores constataram que há uma maior facilidade da fa-
mília em identificar as preferências alimentares do indivíduo, o que levou a
categoria ‘comidas’ a ser a mais encontrada durante a seleção de vocá-
bulos. A segunda mais frequente foi a categoria ‘atividades’, seguida pelas
categorias ‘bebidas’ e ‘pessoas’. Outra hipótese levantada pelo estudo foi
a de que poderia haver uma correlação entre a seleção de vocábulos le-
vantados pela família com o índice de comportamentos não adaptativos,
porém não foi possível observar resultados estatisticamente significantes
quanto a tal relação.
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
A análise dos dados verificou que o estudo realizado por Ferreira et al.
(2017) buscou levantar quais os vocábulos mais frequentes utilizados du-
rante a implementação do PECS em crianças com TEA, além de buscar
correlacionar a influência do uso destes vocábulos no comportamento
adaptativo. Os autores constataram que há uma maior facilidade da fa-
mília em identificar as preferências alimentares do indivíduo, o que levou a
categoria ‘comidas’ a ser a mais encontrada durante a seleção de vocá-
bulos. A segunda mais frequente foi a categoria ‘atividades’, seguida pelas
categorias ‘bebidas’ e ‘pessoas’. Outra hipótese levantada pelo estudo foi
a de que poderia haver uma correlação entre a seleção de vocábulos le-
vantados pela família com o índice de comportamentos não adaptativos,
porém não foi possível observar resultados estatisticamente significantes
quanto a tal relação.
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Instituto Inclusão Eficiente
Quadro 2 – EDUCAÇÃO
Modelagem em Vídeo para o TIPO DE PESQUISA: Revisão de Literatura Há evidências suficientes para concluir que
Ensino de Habilidades de OBJETIVOS: Discutir os resultados das a modelagem em vídeo é um
Comunicação a intervenções que implementaram a procedimento empiricamente comprovado
Indivíduos com Autismo: Revisão de Modelagem de Vídeo para ensinar para ensinar uma variedade de
Estudos/2017. habilidades de comunicação para indivíduos habilidades comunicativas para crianças
com TEA. com TEA.
Fonte: Autoras
Quadro 3 – PSICOLOGIA
Crenças Parentais sobre o Autismo TIPO DE PESQUISA: Relato de caso Corroboram a importância da investigação
e sua Evolução no Processo de OBJETIVOS: Investigar as crenças parentais das crenças parentais na elaboração do
Comunicação Diagnóstica/2014 sobre o autismo no período da programa de atendimento ao filho e à
comunicação do diagnóstico do filho. família. Além disso, as crenças parentais
mostraram-se importantes para a
compreensão do processo de elaboração
do diagnóstico.
Transtorno do Espectro Austista: A TIPO DE PESQUISA: Revisão de Literatura Observou-se que a família, ao se deparar
Importância do Diagnóstico e OBJETIVOS: Destacar a importância do com o diagnóstico de TEA, tende a buscar e
Reabilitação/2015 diagnóstico e do processo de reabilitação no coletar mais informações sobre o
TEA com base nos avanços científicos na diagnóstico estabelecido. 37
Crenças Parentais sobre o Autismo TIPO DE PESQUISA: Relato de caso Corroboram a importância da investigação
Linguagem noProcesso
e sua Evolução no Transtorno
de do Espectro
OBJETIVOS: Autista
Investigar as crenças parentais das crenças parentais na elaboração do
Comunicação Diagnóstica/2014 sobre o autismo no período da programa de atendimento ao filho e à
comunicação do diagnóstico do filho. família. Além disso, as crenças parentais
mostraram-se importantes para a
compreensão do processo de elaboração
do diagnóstico.
Transtorno do Espectro Austista: A TIPO DE PESQUISA: Revisão de Literatura Observou-se que a família, ao se deparar
Importância do Diagnóstico e OBJETIVOS: Destacar a importância do com o diagnóstico de TEA, tende a buscar e
Reabilitação/2015 diagnóstico e do processo de reabilitação no coletar mais informações sobre o
TEA com base nos avanços científicos na diagnóstico estabelecido.
área.
Análise de Sistema de TIPO DE PESQUISA: Revisão de literatura. Foram identificadas lacunas importantes
Comunicação Alternativa no Ensino OBJETIVOS: Investigar as características da para o desenvolvimento de novas
de Requisistar por Austistas/2016 regressão da linguagem oral e da pesquisas, como a carência de estudos
sintomatologia em crianças pré-escolares prospectivos e a necessidade de
com Transtorno do Espectro Autista, discussões acerca da definição conceitual
relacionando-o com os pressupostos da da regressão desenvolvimental.
perspectiva sociopragmática.
Ensino de Linguagem Receptiva TIPO DE PESQUISA: Experimental de grupo Todos os participantes alcançaram o
para Crianças com Autismo: OBJETIVOS:Comparar a efetividade de um critério de aprendizagem nos treinos de
Comparando Dois procedimento de DSC (Discriminação DSC e DC com os três conjuntos de
Procedimentos/2014 simples condicional), com um de DC estímulos aos quais foram expostos.
(Discriminção condicional), para ensinar
linguagem receptiva para crianças com
autismo.
Capacitação parental para TIPO DE PESQUISA: Estudo piloto. Os resultados demonstraram uma redução
comunicação OBJETIVOS: Analisar se os procedimentos de significativa nos comportamentos
funcional e manejo de manejo de comportamentos disruptivos, disruptivos dos indivíduos com TEA,
comportamentos juntamente com o treino de comunicação medidos por meio da Aberrant Behavior
disruptivos em indivíduos com funcional, empregados durante a aplicação Checklist (ABC), e nos sintomas de
Transtorno do Espectro Autista/2018 dos grupos de capacitação de pais de depressão e ansiedade dos cuidadores,
indivíduos com TEA. medidos pelas escalas Hamilton de
Depressão e Ansiedade
Fonte: Autoras
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Instituto Inclusão Eficiente
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
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Instituto Inclusão Eficiente
Comunicação e Transtornos do TIPO DE PESQUISA: Descritivo comparativo Foi possível observar que os professores
Espectro do Autismo: Análise do OBJETIVOS: Analisar o conhecimento de apresentavam conhecimento restrito sobre
Conhecimento de Professores em professores de ensino fundamental sobre a a comunicação nos transtornos do
Fases Pré e Pós-Intervenção/2014 comunicação de pessoas com transtornos espectro do autismo e sobre esses quadros
do espectro do autismo (TEA), em dois clínicos de modo geral. Além disso,
momentos distintos, pré e pós-intervenção verificou-se aumento significativo de
com aplicações de questionário conduzidas respostas corretas por parte dos
por fonoaudiólogos. professores após a intervenção.
A interferência do status de TIPO DE PESQUISA: Levantamento Os grupos não verbal (GNV) e verbal (GV)
linguagem expressiva na OBJETIVOS:Verificar a interferência do status não diferiram entre si na pontuação média
pontuação do Autism Behavior da linguagem expressiva na pontuação do Total do ABC. Na área verbal, a pontuação
Checklist em autistas Autism Behavior Checklist (ABC), média do GV foi maior que a do GNV.
verbais e não verbais/2014 comparando crianças autistas não- verbais Quando se excluiu os comportamentos
e verbais. dessa área, a pontuação média total foi
reduzida. No entanto, não houve diferença
nas médias das outras áreas.
Fonte: Autoras
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
Comunicação por troca de figuras TIPO DE PESQUISA: Estudo de casos Os estudantes aprenderam a emitir
e relações condicionais com OBJETIVOS: Investigar se as três primeiras respostas espontâneas de troca de figuras
estudantes com autismo/2018 fases do Sistema de Comunicação por Troca para ter acesso ao item reforçador. Os
de Figuras poderiam ser apresentadas em dados mostram uma viabilidade
uma única fase, em que respostas corretas econômica no ensino de comunicação por
de tentativas de escolha de acordo com o troca de figuras, por ensinar várias
modelo (MTS) de identidade com as figuras respostas simultaneamente, ao invés de
de comunicação, produzissem acesso ao ensinar cada resposta individualmente.
reforço específico, representado por cada
figura.
Fonte: Autoras
O primeiro artigo (NUNES et al., 2015) foi um estudo realizado com uma
criança de cinco anos com TEA e sua professora de apoio pedagógico. A
professora foi capacitada para aplicar as três primeiras fases do PECS e
duas estratégias naturalísticas derivadas do modelo Aided Modeling Inter-
vention (AMI). E a criança que não fazia uso da linguagem oral, começou a
se comunicar com a professora.
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Instituto Inclusão Eficiente
Considerações Finais
O presente estudo demonstrou que as várias áreas da saúde e da edu-
cação têm investigado sobre a comunicação no TEA, uma vez que faz-se
necessário a estimulação e o desenvolvimento das habilidades comuni-
cativas em indivíduos com TEA, por meio de variadas intervenções e de
maneira mais precoce possível a fim de auxiliar na interação social e o
convívio social do indivíduo.
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
Referências
BACKES, B.; ZANON, R. B.; BOSA, C. A. Características
Sintomatológicas de Crianças com Autismo e Regressão da
Linguagem Oral. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 33, 2017.
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Instituto Inclusão Eficiente
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Linguagem no Transtorno do Espectro Autista
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Instituto Inclusão Eficiente
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3.
Instituto Inclusão Eficiente
Medidas de
Avaliação do
Desenvolvimento Infantil:
uma revisão da literatura
dos últimos cinco anos
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
Introdução
O desenvolvimento infantil é parte de extrema importância para o de-
senvolvimento do ser humano, ao qual esse desenvolvimento se inicia na
fase intra-uterina e está relacionado a diversos aspectos para esse desen-
volvimento. Destacando-se que nos primeiros anos, é moldada a arquite-
tura cerebral, a partir da interação entre a herança genética e influências
do meio em que a criança vive. Pode-se dizer que o desenvolvimento hu-
mano é um processo dinâmico e contínuo que acontece desde a concep-
ção ate o fim da vida, levando em consideração os fenômenos de mudan-
ça e regeneração de tecidos e órgãos (SOUZA; VERISSIMO, 2015).
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Instituto Inclusão Eficiente
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
Metodologia
Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método
que consiste em uma investigação científica na qual o pesquisador reúne,
avalia e sintetiza resultados de estudos sobre um determinado tema (SOU-
ZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
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Instituto Inclusão Eficiente
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
Revisão de Leitura
O cuidado com a saúde da criança, através do acompanhamento do
desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida é um trabalho de gran-
de relevância é essencial para a promoção da saúde, prevenção de agra-
vos e a detecção de atrasos no desenvolvimento. O acompanhamento do
desenvolvimento nos possibilita garantir o acesso o mais cedo possível,
a avaliação, diagnóstico diferencial, tratamento e reabilitação, inclusive
a estimulação precoce, das crianças que necessitam de cuidados espe-
cializados. Cuidado este, integral e articulado, que possibilita a conquista
de uma maior funcionalidade das crianças que demonstrem algum défi-
cit, possibilitando um futuro com mais autonomia e inclusão social (BRA-
SIL,2016).
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Instituto Inclusão Eficiente
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
Resultados e Discussões
Foram verificadas as seguintes classificações das publicações con-
cernentes ao descritor desenvolvimento infantil.Na base de dados SciELO
foram encontrados 20 artigos e na LILACS, 10 estudos foram selecionados,
totalizando 30 estudos. Após análise criteriosa, segundo os critérios de in-
clusão e a leitura dos artigos, foram eliminados 19, restando 11 publicações.
BASE DE DADOS
SCIELO LILACS
20 Estudos 10 Estudos
Localizados Localizados
13 Estudos 7 Estudos
potencialmente potencialmente
Relevantes Relevantes
Exclusão de
5 artigos
duplicados
10 Artigos 5 Artigos
selecionados para selecionados para
leitura na íntegra leitura na íntegra
4 artigos excluídos por
não abordar a temática
ou não cumprir os
critérios de inclusão
Selecionado 8 Selecionados 3
artigos para artigos para
compor o estudo AMOSTRA FINAL: compor o estudo
11 artigos
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Instituto Inclusão Eficiente
TESTES DE DENVER
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
A escala PDMS foi desenvolvida entre os anos de 1969 a 1989 por Folio
& Fewell, com propósito de detectar precocemente déficits ou atrasos no
desenvolvimento motor da criança, especialmente em crianças acometi-
das por paralisia cerebral. A escala PDMS passou por uma revisão em 2000,
resultando em uma segunda versão, a PDMS II (LEITÃO, 2014).
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
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Instituto Inclusão Eficiente
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
Considerações Finais
Os resultados obtidos permitem verificar um aumento no número de
pesquisas realizadas e publicadas concernentes à temática desenvolvi-
mento infantil, evidenciando um crescente avanço de estudos sobre essa
área. Com base no levantamento realizado, pode-se verificar a escassez
de literatura acerca da validação de escalas internacionais para a popu-
lação brasileira, assim como a falta de instrumentos desenvolvidos no Bra-
sil com comprovação de validade.
Desta forma, esses testes e escalas podem ser aplicados por vários
profissionais da saúde, clínicas e de pesquisas, devendo estar cientes dos
benefícios e limitações de cada escala e teste, para assim considerar o
objetivo desejado e a população que será avaliada, e fazer a melhor esco-
lha do instrumento a ser utilizado.
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Instituto Inclusão Eficiente
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde.
Diretrizes de Estimulação Precoce: Crianças de zero a 3
anos com Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor
Decorrente de Microcefalia. Brasília: 2016.
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Medidas de Avaliação do Desenvolvimento Infantil
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Instituto Inclusão Eficiente
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4.
Instituto Inclusão Eficiente
Benefícios da
Escala Bayley III
para crianças com
atraso no desenvolvimento
Neuropsicomotor em
comparação com
outras avaliações
Adriana Moreira de Faria
Luciana Pimenta Chaves
Poliana Gonzaga Pires
Vanessa Madaschi
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Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
Introdução
Estima-se que 200 milhões de crianças, em todo o mundo, podem não
atingir o pleno desenvolvimento (DORNELAS et al., 2015). Segundo a Orga-
nização Mundial de Saúde (OMS), 10% da população de um país é formada
por pessoas com algum tipo de deficiência (DORNELAS et al., 2015).
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Instituto Inclusão Eficiente
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Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
Instrumentos de Avaliação
A preocupação com acompanhamento do desenvolvimento infantil
em crianças de risco vem crescendo juntamente com o número de casos,
devido entre outros fatores, ao aumento da sobrevida destes bebês. Con-
comitante a este aumento destaca-se a elaboração e validação de dife-
rentes ferramentas para triar ou avaliar o desenvolvimento.
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Instituto Inclusão Eficiente
A MAI foi desenvolvida para identificar crianças com alto risco para al-
terações no desenvolvimento motor desde o nascimento até 1 ano de ida-
de. Também é utilizada nos programas de follow-up (acompanhamento)
(CHAGAS; MANCINI, 2008).
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Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
O teste pode ser aplicado para crianças com vários problemas de saú-
de ou deficiências (CHAGAS; MANCINI, 2008). Os autores do PEDI levaram
em consideração a capacidade da criança, apenas o que elas conseguem
fazer sem ou com auxílio, e não o como a criança executa a função.
70
Instituto Inclusão Eficiente
O TIMP foi dividido em duas partes com 42 itens, sendo eles observá-
veis e testáveis. Os itens observáveis são 13 e observa os comportamentos
motores espontâneos que incluem controle seletivos dos dedos e tornoze-
los, orientação da cabeça e os movimentos conforme descrito por Prechlt
por meio do termo fidgety) (CHAGAS; MANCINI, 2008). Os testáveis são 29
que podem ter características quantitativas ou qualitativas, estes focam
no controle postural contra gravidade e movimentos sinérgicos em diver-
sas posturas.
71
Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
72
Instituto Inclusão Eficiente
73
Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
74
Instituto Inclusão Eficiente
Discussão
O desenvolvimento infantil pode ser definido como um processo mul-
tidimensional e integral, que se inicia com a concepção e que engloba o
crescimento físico, a maturação neurológica, o desenvolvimento compor-
tamental, sensorial, cognitivo e de linguagem, assim como as relações so-
cioafetivas (OPAS, 2005).
75
Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
Considerações Finais
O Cuidado à saúde da criança, por meio do acompanhamento infantil
nos primeiros anos de vida, é essencial para a promoção à saúde, pre-
venção e identificação de atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor.
Este, favorece o acesso o mais cedo possível ao diagnóstico, tratamento e
reabilitação, que são pontos essenciais para o desenvolvimento global da
criança de risco.
76
Instituto Inclusão Eficiente
Referências
BAYLEY, Nancy. Bayley – escalas de desenvolvimento do
bebê e da criança pequena – terceira edição: manual de
administração / Nancy Bayley. –São Paulo: Pearson Clinical
Brasil, 2018. Título original: Bayley – Scales of Infant and Toddler
Development – Third edition: Administration Manual.
77
Benefícios da Escala Bayley III para crianças com atraso no desenvolvimento
78
5.
Instituto Inclusão Eficiente
Instrumentos de
Rastreio
utilizados para
identificar
o TEA no Brasil
79
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
Introdução
O conhecimento acerca das manifestações precoces do Transtorno
do Espectro Autista (TEA) tem aumentado significativamente nos últimos
anos. Em âmbito nacional, atualmente, os profissionais e a população têm
acesso a informações técnicas mais aprofundadas sobre o transtorno. O
diagnóstico precoce e tratamento adequado são, portanto, fundamentais
para o melhor prognóstico, oportunizando às crianças a diminuição da
manifestação mais grave dos sintomas (APA, 2014).
80
Instituto Inclusão Eficiente
81
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
82
Instituto Inclusão Eficiente
Referencial Teórico
Diante da metodologia descrita acima, foram encontrados na literatu-
ra 17 instrumentos relacionados com o tema de busca, com o objetivo de
rastreio de alterações no desenvolvimento, de avaliação do desenvolvi-
mento de forma geral, e outros específicos para o rastreio e o diagnóstico
de TEA. Tais instrumentos serão detalhados abaixo.
83
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
84
Instituto Inclusão Eficiente
85
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
86
Instituto Inclusão Eficiente
87
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
88
Instituto Inclusão Eficiente
89
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
90
Instituto Inclusão Eficiente
91
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
Discussão
Instrumentos de rastreio são aqueles que, em linhas gerais, detectam
sinais relativos ao que pode estar relacionado ao espectro, mas não de-
terminam o diagnóstico, diferenciando-se assim de instrumentos de ava-
liação. No presente estudo, foram identificados 17 instrumentos, no total.
Dentre esses, como observado acima, podem-se encontrar instrumentos
específicos para rastreio de sinais de TEA, instrumentos específicos para
avaliação do TEA, instrumentos direcionados para triagem do desenvolvi-
mento infantil de modo geral, além de instrumentos que objetivavam ava-
liar o desenvolvimento infantil de forma geral.
92
Instituto Inclusão Eficiente
93
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
Considerações finais
Diante da revisão bibliográfica realizada no presente capítulo, pode-
-se concluir que existem diversos instrumentos de rastreio/triagem e de
avaliação voltados para o TEA que podem ser aplicados por profissionais
de diversas áreas da saúde e da educação tais como: médicos, neurop-
sicólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, professo-
res, psicopedagogos, dentre outros. E quando a equipe multiprofissional
atua com seus saberes para chegar ao diagnóstico, aumenta a eficácia, a
fidedignidade, contribuindo para diminuir o tempo de conclusão diagnós-
tica. Os instrumentos de rastreio do TEA são, portanto, importantes recursos
para os profissionais, de forma a observar sinais precoces do transtorno,
viabilizando o encaminhamento para avaliações completas e padroniza-
das.
94
Instituto Inclusão Eficiente
Referências
AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais-DSM-V. Porto Alegre: Artmed, 2014.
95
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
96
Instituto Inclusão Eficiente
97
Instrumentos de Rastreio utilizados para identificar o TEA no Brasil
98
6.
Instituto Inclusão Eficiente
Transtorno do
Espectro Autista:
uma revisão bibliográfica
dos padrões de avaliações
no Brasil
99
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
Introdução
A terminologia Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com
Diagnostic and statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V), caracte-
riza um transtorno do neurodesenvolvimento com proporção no Brasil de
27,2/10.000, um número inferior ao encontrado nos estudos internacionais.
Segundo Martins, F. M. P. et al . (2019), essa diferença pode ser explicada de-
vido a pouca abrangência das pesquisas, não havendo, portanto, estima-
tivas nacionais confiáveis (BACKES et al., 2014; ROCHA; FERREIRA-VASQUES;
LAMONICA, 2019; SOARES; NETO, 2015).
100
Instituto Inclusão Eficiente
amento dos sinais apresentados pela criança observado pelos pais, cui-
dadores ou aplicadores (CHARMAN; GOTHAM, 2013; PIOVESAN; SCORTEGAG-
NA; MARCHI, 2015).
101
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
Método
Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, o qual pos-
sui a finalidade de analisar, sintetizar, e descrever informações encontra-
das em artigos científicos que tratam do tema em questão, de maneira
sistemática e ordenada. Esse método pode contribuir para o aprofunda-
mento do tema investigado por meio de resultados atuais e de qualidade
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010; MOTTA, 2006).
102
Instituto Inclusão Eficiente
103
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
Fonte: Autoras
104
Instituto Inclusão Eficiente
Após a leitura dos títulos foram descartados 10 artigos por não aten-
derem os critérios da pesquisa, em sua maioria tratavam de estudos que
não abordavam o Transtorno do Espectro Autista e 2 revisões integrativas,
1 estudo abordava a qualidade de vida em mães de crianças autistas.
O passo seguinte foi a leitura dos resumos, e nesta etapa foram des-
cartados mais 1 artigo por usar como avaliação instrumentos pedagógicos
padrões, e outro artigo foi excluído após a leitura na íntegra por tratar de
uma avaliação não padronizada.
105
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
ANO INSTRUMENTOS
106
Instituto Inclusão Eficiente
Santos et al. (2012) fala sobre a escala Childhood Autism Rating Scal
(CARS), uma escala validada no Brasil, indicada para crianças a partir de
2 anos que considera aspectos observados pelo terapeuta e informações
relatadas pelos pais. A pontuação final representa o grau de autismo dis-
tinguindo entre leve, moderado e grave de acordo com o score final. O
estudo compara ainda o CARS com o ABC, e traz como resultado que na
primeira avaliação a habilidade verbal pode mascarar a gravidade do au-
tismo independente da funcionalidade, pois apresentam de forma geral
uma pontuação maior no domínio da linguagem.
Zaqueu et al., (2015) traz em seu estudo outras duas avaliações, sendo
107
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
Fonte: Autoras.
108
Instituto Inclusão Eficiente
109
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
Considerações Finais
Com base na revisão integrativa realizada nesse estudo acerca das
avaliações padronizadas utilizadas em crianças com Transtorno do Espec-
tro Autista, concluiu-se que existe uma defasagem principalmente no que
diz respeito a ferramentas específicas de diagnóstico de TEA e nos estu-
dos validados para população brasileira, o que acarreta em uma situação
crítica para o desenvolvimento de pesquisas na área, além de dificultar o
aprimoramento da prática clínica.
Além disso, o estudo apresenta resultados que apontam para uma re-
cente utilização da nomenclatura “Transtorno do Espectro Autismo”, tendo
em vista que a alteração de sua nomenclatura ocorreu junto ao DSM-V
em 2013. Anteriormente, a nomenclatura utilizada era Autismo, e esse ter-
mo era considerado um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, o qual
abrangia outros transtornos como Síndrome de Rett, Transtorno de Asper-
ger e Transtorno Desintegrativo da Infância.
110
Instituto Inclusão Eficiente
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders. 5 ed. Arlington, 2013.
111
Transtorno do Espectro Autista: uma revisão bibliográfica dos padrões de avaliações
no Brasil
112
Instituto Inclusão Eficiente
113
7.
Instituto Inclusão Eficiente
Cartilhas para
a Promoção do
Desenvolvimento
Típico da Criança:
revisão de materiais
produzidos pelo Ministério
da Saúde
Bárbara Nogueira de Rezende
Letícia Duarte de Almeida
Bibiana da Silveira da Silveira dos Santos Machado
114
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
Introdução
Conhecer as etapas do desenvolvimento motor e cognitivo infantil per-
mite aos profissionais da saúde identificação de situações de risco preco-
cemente, tornando-se uma prática de grande importância para o acom-
panhamento das crianças em situações de vulnerabilidade (OLIVEIRA et
al., 2012). Os primeiros anos de vida do infante são caracterizados por uma
grande plasticidade cerebral, que influenciará na aquisição de importan-
tes marcos motores e, consequentemente, definirá os níveis de funciona-
mento do infante em próximos ciclos da vida (MARIA-MENGEL; LINHARES,
2007).
115
Instituto Inclusão Eficiente
116
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
117
Instituto Inclusão Eficiente
Metodologia
Inicialmente foram realizadas buscas diretas no site do Ministério da
Saúde (www.saude.gov.br). No interior deste site, no campo de “BUSCAR NO
PORTAL” foram colocadas individualmente as palavras-chaves “cartilhas”,
“materiais educativos”, “materiais desenvolvimento infantil” e “materiais
intervenção precoce”.
118
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
119
Instituto Inclusão Eficiente
120
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
Resultados
Após busca na base de dados do Ministério da Saúde e site Google, fo-
ram encontradas doze cartilhas, destas, nenhum material duplicado. Dos
doze materiais encontrados relacionados ao Ministério da Saúde, sete de-
les se enquadram dentro do objetivo proposto pelo trabalho, que consiste
em abordar o desenvolvimento típico infantil, e que estão no período de
2009 até 2019. Portanto, cinco cartilhas foram excluídas.
BRASIL, Estimulação precoce da criança com Auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança com
2017 microcefalia de 0 a 3 anos mircrocefalia.
122
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
Discussão
Grande parte dos materiais educativos em saúde encontrados, mos-
tram integralidade nos conteúdos no que diz respeito ao auxílio aos pais e
profissionais em relação às observações e intervenções que devem ser re-
alizadas quanto ao desenvolvimento nos primeiros anos de vida da crian-
ça, visando melhorar, ou reverter, quadros de atrasos no desenvolvimento
infantil. Um estudo que realizou a avaliação e análise de cartilhas educa-
tivas mostrou que estes materiais apresentam respostas positivas como
um instrumento adequado para auxiliar pais, famílias, estudantes e profis-
sionais de saúde (GRIPPO; FRACOLLI, 2008).
Foi possível observar que alguns materiais são mais direcionados a pais
e cuidadores, como por exemplo a “Caderneta de Saúde da Criança” e as
cartilhas “O cuidado às crianças em desenvolvimento – orientações para
famílias e cuidadores” e “Estimulação precoce da criança com microcefa-
lia de 0 a 3 anos”. Outros materiais são mais direcionados a profissionais
da área da saúde. Entretanto, todos os materiais possuem conteúdos que
podem ser utilizados tanto por pais quanto por profissionais. No material
“Diretrizes de estimulação precoce - crianças de zero a 3 anos com atraso
no desenvolvimento neuropsicomotor”, o conteúdo apresentado é com-
pleto e a linguagem é técnica, sendo assim, mais direcionada aos diferen-
tes profissionais da área da saúde. No entanto, este material pode servir de
apoio para as famílias e auxiliá-las na intervenção precoce da criança.
123
Instituto Inclusão Eficiente
124
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
125
Instituto Inclusão Eficiente
Considerações finais
Os materiais publicados pelo Ministério da Saúde sobre o desenvolvi-
mento infantil são de boa qualidade, abrangendo tanto pais quanto profis-
sionais. Nossa revisão auxilia em um direcionamento na busca pelos ma-
teriais e conteúdo dos mesmos, servindo, portanto, como suplemento aos
profissionais que poderão utilizar essas ferramentas e guiar os familiares
quanto ao mais adequado para cada realidade. Entretanto, a acessibilida-
de a estes materiais é restrita, pois, poucos profissionais e pais/cuidadores
têm conhecimento das mesmas e a busca direta destes materiais no site
do Ministério da Saúde não é explícita. Outro ponto observado é relaciona-
do ao tamanho dos materiais, que por serem extensos a assiduidade ao ler
pode estar comprometida.
126
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
Referências
BRASIL, 2019. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
em Saúde. Síndrome congênita associada à infecção pelo
vírus Zika: situação epidemiológica, ações desenvolvidas e
desafios, 2015 a 2019. Bol Epidemiol, 2019 nov. Disponível em:
portalarquivos2.saude. gov. br/images/pdf/2019/dezembro/05/
be-sindrome-congenita-vfinal.pdf. Acesso em: 13 nov. 2019.
127
Instituto Inclusão Eficiente
128
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
129
Instituto Inclusão Eficiente
130
Cartilhas para a Promoção do Desenvolvimento Típico da Criança
131
8.
Instituto Inclusão Eficiente
Intervenção
Terapêutica Ocupacional
na Educação Infantil:
estratégias facilitadoras
de inclusão
132
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
Introdução
Devido ao movimento mundial existente para a busca da inclusão uni-
versal, o processo de inclusão escolar tem sido foco de intervenção para
se alcançar uma sociedade com oportunidades equiparadas (LOURENÇO;
CID, 2010). Nesse sentido, a declaração de Salamanca (1994) reconheceu a
necessidade de prover um processo educacional para pessoas com defi-
ciência dentro do sistema de ensino regular. Preconizou ainda a oferta de
uma rede contínua de apoio desde a ajuda em classe regular até progra-
mas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da escola. Ainda de acor-
do com esse documento, há a importância do oferecimento de tecnolo-
gias que auxiliem o processo de comunicação, mobilidade e aprendizado,
bem como o treinamento frequente de professores (BRASIL, 1994).
133
Instituto Inclusão Eficiente
134
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com a finalidade de
reunir e sintetizar estudos com diferentes percursos metodológicos, a fim
de contribuir para o aprofundamento do conhecimento relativo ao tema
investigado (SOARES et al., 2014). Para construção deste estudo foram re-
alizadas as seguintes etapas: 1- elaboração da pergunta norteadora, 2-
busca ou amostragem na literatura, 3 -coleta de dados, 4 -análise crítica
dos estudos incluídos, 5 - discussão dos resultados e 6 -apresentação da
revisão integrativa (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
135
Instituto Inclusão Eficiente
Resultados
Com o cruzamento dos descritores foram encontrados 118 registros, dos
quais dois foram excluídos por duplicidade. Após a leitura de títulos e resu-
mos mantiveram-se 31 registros que traziam consonância com a pergunta
norteadora deste trabalho. Em seguida houve a aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão que possibilitou encontrar 14 artigos, destes, três foram
excluídos por se tratarem de artigo de revisão e dois por apresentarem li-
mitações metodológicas (Figura 1).
Registros selecionados
(n = 31)
Elegibilidade
Artigos em texto
completo avaliados
Artigos completos
para elegibilidade
excluídos
(n = 14)
(n = 05)
03= artigos de revisão
02= rigor metodológico
Estudos incluídos na
Incluídos
revisão
(n = 09)
136
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
FONSECA, Estudo
O estudo demonstrou que a maior parte dos
S.P; MORAES, descritivo 18 terapeutas ocupacionais
TO realiza sua intervenção na escola focada
M.M; exploratório atuantes em educação
Brasil na mobilidade e prescrição de Tecnologia
CARDOSO, com inclusiva no Estado do
assistiva através de consultoria colaborativa
P.T; TEDESCO, abordagem Paraná
com o professor.
S.A., 2018 qualitativa
Participaram da validação
Adaptação transcultural do instrumento de
LOURENÇO, Estudo teórica 25 profissionais; na
avaliação PCA: Physical Characteristics
G.F; MENDES, Brasil metodológico validação empírica,
Assessment – Computer Access for
E.G., 2015 72 profissionais e 78 pessoas
Individuals with Cerebral Palsy .
com paralisia cerebral
O uso do Modelo de Adaptação da Função
Transversal do aluno, aplicado em parceria com
ORR, C;
com professores, trouxe orientação aos
SCHKADE, J., EUA 33 professores
abordagem terapeutas ocupacionais quanto a
1996
quantitativa planejamento da intervenção baseada no
ambiente.
Fonte: Autoras.
138
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
Discussão
A atuação do terapeuta ocupacional no contexto escolar pode ocorrer
por meio de diversas modalidades, dentre elas a consultoria colaborativa.
Esta se trata de um modelo de trabalho colaborativo entre profissionais
especializados, como o terapeuta ocupacional, por exemplo, e os educa-
dores. Esta abordagem de trabalho possibilita dar suporte para o professor
lidar com as especificidades de cada aluno, favorecendo o campo de tro-
ca entre as áreas. A consultoria colaborativa pode ser categorizada como
direta, quando realizada com o aluno em questão, ou indireta, quando a
contribuição é feita no âmbito familiar ou escolar (BARBA; MINATEL, 2013;
FOLHA; MONTEIRO, 2017).
139
Instituto Inclusão Eficiente
140
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
Para que seja possível o processo de inclusão, deve ser dado ênfase ao
acesso não apenas ao ambiente físico como também a oferta de recursos
pedagógicos e materiais adaptados, tais como pistas visuais (com figuras
ilustrativas) como auxiliares aos alunos com Transtorno do Espectro Autis-
ta, facilitando uma melhor integração às suas rotinas escolares. No mesmo
estudo, foi referido ainda como estratégia a flexibilização no planejamen-
to e currículo escolar, fazendo-se uso de recursos os quais a criança de-
monstrava afinidade, por exemplo, o uso de massa de modelar, pinturas,
colagens, números e letras como suporte (BARBA; MINATEL, 2013).
141
Instituto Inclusão Eficiente
142
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
143
Instituto Inclusão Eficiente
Considerações finais
Cada criança apresenta condições de saúde e necessidades especí-
ficas, assim, demandam olhares distintos de diferentes áreas de atuação
profissional. A literatura consultada apontou para a atuação conjunta en-
tre professor e terapeuta educacional para que haja efetivo processo de
inclusão, legitimando o trabalho de consultoria colaborativa.
144
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
Referências
ALVES, M. D. A consultoria colaborativa entre terapeutas ocupacionais e
professores no atendimento de alunos com necessidades específicas.
Rev. Saúde.com-ciência, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 71-81, 2020.
145
Instituto Inclusão Eficiente
146
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
147
Instituto Inclusão Eficiente
148
Intervenção Terapêutica Ocupacional na Educação Infantil: estratégias facilitadoras
de inclusão
149
9.
Instituto Inclusão Eficiente
Intervenção Precoce:
atuação do terapeuta
ocupacional na UTI
neonatal e na unidade de
cuidados intermediários
neonatal
150
Intervenção Precoce: atuação do terapeuta ocupacional na UTI neonatal e na unidade
de cuidados intermediários neonatal
Introdução
Os primeiros anos de vida têm sido considerados críticos para o desen-
volvimento das habilidades motoras, cognitivas e sensoriais do bebê e da
criança pequena. É neste período que ocorre o processo de maturação do
SNC, sendo a fase importante da plasticidade neuronal (BRAGA, 2014).
151
Instituto Inclusão Eficiente
152
Intervenção Precoce: atuação do terapeuta ocupacional na UTI neonatal e na unidade
de cuidados intermediários neonatal
153
Instituto Inclusão Eficiente
Resultados e discussão
Estudos comprovam que o ambiente da UTINeo é considerado impac-
tante e emocionalmente estressante, provocando nos cuidadores que es-
tão acompanhando o recém nascido, desesperança e angústia ao verem
o RN envolto por tubos que “invadem” praticamente todo o seu pequeno
e desprotegido corpo (BRAZELTON, 1992 apud MONTEIRO, 2007). A perda do
bebê imaginário, aquele que é criado, sonhado, pensado e percebido pelos
pais por meio da vivência da gestação, e que permanece na vida inter-
na dos pais sem tornar-se consciente, desencadeia inevitavelmente rea-
ções psíquicas do tipo de culpa, medo, raiva e negação que influenciam no
processo de formação do vínculo e do apego pais-bebê (KLAUS; KENNELL,
2000).
154
Intervenção Precoce: atuação do terapeuta ocupacional na UTI neonatal e na unidade
de cuidados intermediários neonatal
do-a sobre o quadro atual do seu filho, como deverá acontecer o estímulo
pela fala, os cuidados prestados diariamente, a sua execução adequada
para que não ocorram desgastes para o bebê e frustrações para os pais
(MONTEIRO, 2007).
155
Instituto Inclusão Eficiente
156
Intervenção Precoce: atuação do terapeuta ocupacional na UTI neonatal e na unidade
de cuidados intermediários neonatal
Considerações finais
Esse estudo demonstrou que o terapeuta ocupacional pode contribuir
para prestar assistência ao binômio mãe-bebê, e suas ações devem fo-
car nas necessidades da puérpera e do bebê, a partir da identificação dos
riscos inerentes ao contexto em que vivem. Para o bebê, faz-se necessária
uma assistência quanto ao seu desenvolvimento saudável, a partir da in-
teração com o ambiente físico e emocional que o circunda, propondo ex-
periência e possibilidades para que o bebê tenha futuramente existência
pessoal e social. A participação da mãe no envolvimento contínuo ao RN é
uma necessidade que precisa ser considerada no processo de internação,
portanto, o terapeuta ocupacional pode fazer uso de ações, minimizando o
sofrimento materno e tornando-a segura para realizar o cuidado do bebê
na UTINeo, UCIN e após a alta hospitalar.
157
Instituto Inclusão Eficiente
Referências
AMERICAN OCCUPATIONAL THERAPY ASSOCIATION (AOTA). Specialized
knowledge and skills for occupational therapy practice in the neonatal
intensive care unit. Am. J. Occup. Ther., v. 54, n. 6, p. 641-648, 2000.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2017.
158
Intervenção Precoce: atuação do terapeuta ocupacional na UTI neonatal e na unidade
de cuidados intermediários neonatal
WHITE, R.; NORR, K. F.; FABIYI, C.; RANKIN, K. M.; LI, Z., LIU, L. (2013).
Mother-infant interaction improves with a developmental
intervention for mother-preterm infant dyads. Infant Behavior and
Development, 36(4), 694-706. doi:10.1016/j.infbeh.2013.07.004.
159
10.
Instituto Inclusão Eficiente
Intervenção Precoce
e Autismo:
uma revisão da literatura
nos últimos dez anos
160
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
Introdução
Os primeiros três anos de vida de um indivíduo são considerados cru-
ciais para uma intervenção no desenvolvimento neuropsicomotor, pois é
um período de maturação do sistema nervoso central e maior plasticida-
de neuronal. A Intervenção Precoce (IP) em crianças com sinais de risco
ou atraso no desenvolvimento, tem como objetivo estimular habilidades
motoras, cognitivas, sensoriais e sociais para promover maior participa-
ção familiar, social, escolar e independência em atividades de autocui-
dado, como também prevenir situações de risco (FRANCO, 2007; SOEJIMA;
BOLSANELLO, 2012; BRASIL, 2016).
161
Instituto Inclusão Eficiente
162
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
163
Instituto Inclusão Eficiente
Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão da literatura científica nacional e
internacional que possibilita resumir o passado da literatura empírica ou
teórica, por meio da realização de uma análise ampla. Desta forma, visa
contribuir para uma compreensão mais abrangente sobre um fenômeno e
realização de estudos futuros (MENDES et al., 2008).
164
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
165
Instituto Inclusão Eficiente
Resultados e Discussão
Foram analisados 10 artigos. O Quadro 1 apresenta o título dos artigos,
ano de publicação, área profissional, país da publicação, objetivo e tipo de
estudo.
Avaliar os efeitos da
Intervenção
Intervenção Comportamental Intensiva,
Comportamental Precoce realizada precocemente por
e Intensiva com Crianças Psicologia e Terapia meio de cuidadores Pesquisa
2017 Brasil
com Autismo por Meio da Ocupacional especialmente capacitados experimental
Capacitação de para a tarefa, no
Cuidadores. desenvolvimento de crianças
brasileiras com autismo.
Randomised trial of a
parent-mediated
intervention for infants at Randomizado e
2017 Inglaterra
high risk for autism: Longitudinal
longitudinal outcomes to
age 3 years.
Medir o resultado de um
Outcome of Home-Based programa de intervenção de
Early Intervention for Fonoaudiologia, autismo em casa (HBAIP) Estudo controlado
Autism in Sri Lanka: Sri Lanka Terapia Ocupacional para crianças de 18 a 40
2016 randomizado e
Follow-Up of a Cohort and e Psicologia. meses, onde a intervenção multicêntrico.
Comparison with a foi implementada
Nonintervention Group. exclusivamente em casa.
Avaliar a viabilidade e
The Social ABCs aceitabilidade do Social ABC 166
Zelen design.
Medir o resultado de um
Outcome of Home-Based programa de intervenção de
Early Intervention for Fonoaudiologia, autismo em casa (HBAIP) Estudo controlado
Intervenção
Autism in SriPrecoce
Lanka: e2016
Autismo: uma
Sri Lanka revisão
Terapia da literatura
Ocupacional nos últimos
para crianças de 18 a 40 dez randomizado
anos e
Follow-Up of a Cohort and e Psicologia. meses, onde a intervenção multicêntrico.
Comparison with a foi implementada
Nonintervention Group. exclusivamente em casa.
Avaliar a viabilidade e
The Social ABCs aceitabilidade do Social ABC
caregiver-mediated e explorar a promessa desta
intervention for toddlers intervenção examinando
with autism spectrum mudanças, pós-treinamento
disorder: Feasibility, Canadá e o acompanhamento de 3 Pesquisa
2016 Psicologia
acceptability, and meses, na comunicação experimental
evidence of promise from funcional vocal infantil e o
a multisite study. efeito positivo compartilhado
e os possíveis efeitos
colaterais sobre a orientação
social infantil.
Investigar o impacto de três
meses de treinamento dos
The impact of
pais, com o objetivo de
parent-delivered
Estados ensinar os pais a oferecer Estudo
intervention on parents of
2014 Unidos intervenção a crianças muito randomizado e
very young children with
pequenas com TEA no longitudinal
autism.
estresse relacionado à
paternidade e no senso de
competência.
Randomized, controlled
Estados Avaliar a eficácia do Modelo Estudo
trial of an intervention for
2010 de Denver de Início Precoce randomizado e
toddlers with autism: the Unidos
(ESDM). controlado
Early Start Denver Model.
Examinar a auto-regulação
da emoção em crianças e
estratégias de andaimes
The co-regulation of maternos em 34 díades
emotions between Estados mãe-filho durante uma Pesquisa
2010 Unidos intervenção precoce visando
mothers and their children experimental
with autism. o engajamento conjunto e a
atenção conjunta em
crianças pequenas com
autismo.
Fonte: Autoras.
167
Instituto Inclusão Eficiente
168
Quadro 2. Distribuição dos artigos segundo seus autores, intervenção e
conclusões.
Fonte: Autoras.
169
Instituto Inclusão Eficiente
170
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
ças quanto na intervenção realizada pelos pais. Já Touzet et al. (2017) não
apresentou resultados e conclusão do estudo, devido ser uma pesquisa
longitudinal sua continuação ainda não foi publicada.
MUSICALIZAÇÃO
171
Instituto Inclusão Eficiente
172
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
173
Instituto Inclusão Eficiente
por Perera et al. (2016) em seu estudo, visou promover atividades lúdicas
desenvolvidas em casa com a mãe e outros cuidadores da criança, em
determinados horários da rotina. As atividades eram iniciadas pela crian-
ça, como também iniciada pela mãe através de material lúdico com obje-
tivo de estimular a atenção conjunta para promover o contato visual con-
tínuo, compartilhar, apontar e solicitar, imitar e mostrar resposta quando
chamado pelo nome (PERERA et al., 2016).
Lyra et al. (2017) aponta que intervenções como essa que auxiliam os
pais a desenvolverem estratégias para interação e gerenciamento do
comportamento com crianças com TEA podem ser eficazes. A atenção
compartilhada e a sincronia na interação pai-filho são os principais bene-
fícios dessa abordagem centrada nos pais (PERERA et al., 2016; LYRA et al.,
2017).
SOCIAL ABCs
174
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
ATENÇÃO CONJUNTA
175
Instituto Inclusão Eficiente
Considerações finais
Os resultados deste estudo apontam para um crescimento de publica-
ções na literatura sobre Intervenção Precoce no autismo nos últimos anos,
visto que, os sinais de TEA em crianças são identificados, na maioria dos
casos, antes dos 3 anos de idade. Além disso, o aumento de estudos na
área contribuíram para o conhecimento desses sinais de risco, possibili-
tando a identificação de TEA mais cedo.
176
Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
Referências
ADURENS, F. D. L.; MELO, M. S. Reflexões acerca da
possibilidade de prevenção do autismo. Estilos da Clínica,
São Paulo, v. 22, n. 1, p. 150-165, jan./abr. 2017.
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Instituto Inclusão Eficiente
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Intervenção Precoce e Autismo: uma revisão da literatura nos últimos dez anos
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Instituto Inclusão Eficiente
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11.
Instituto Inclusão Eficiente
Estratégias de
Intervenções junto
a família de crianças
com Transtorno
do Espectro Autista
181
Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
Introdução
Atualmente no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos
Mentais (DSM-V), oficialmente publicado em 18 de maio de 2013, o Transtor-
no do Espectro Autista (TEA) engloba o Autismo, Transtorno Desintegrativo
da Infância e as Síndromes de Asperger e Rett, que anteriormente perten-
ciam aos Transtornos Globais do Desenvolvimento (ARAÚJO; NETO, 2014). A
mudança para um novo manual foi proposta após doze anos de estudo e
com finalidade de fornecer uma fonte segura e com embasamento cientí-
fico para prática clínica e pesquisas (ARAÚJO; NETO, 2014).
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Instituto Inclusão Eficiente
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Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
184
Instituto Inclusão Eficiente
Contexto familiar e o
desenvolvimento das
crianças com TEA
Estudos indicam que o desenvolvimento infantil está ligado com a qua-
lidade do ambiente familiar (CORREA; MINETTO; CREPALDI, 2018). Segundo
Silva (2018), as primeiras estimulações, interações e socializações ocorrem
em ambiente domiciliar, junto aos membros da família, e os estímulos pro-
venientes do meio contribuem para o desenvolvimento motor e são tão
importantes quanto os fatores biológicos. Sendo assim, uma orientação
direcionada pode contribuir significativamente para os avanços e para
construção de hábitos saudáveis.
185
Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
Abordagens e estratégias
de intervenção junto a
família
Dentre as estratégias utilizadas, há muitos estudos que apontam as
redes de apoio como uma das principais abordagens de intervenção jun-
to aos familiares de crianças com TEA, auxiliando para as vivências e nos
manejos, mas também no apoio emocional, informativo e até financeiro
(SMEHA; CÉZAR, 2011). A rede de apoio também é apontada por Zanatta et
al. (2014) como colaboradora da manutenção da autoestima dos cuida-
dores/familiares, sendo esta de extrema importância para a saúde mental
e aumentar a confiança das mães facilitando o manejo e cuidado cons-
tante com a criança.
Barbosa (2010) define essa rede de apoio como suporte familiar formal
e informal. O suporte familiar formal, segundo Andrade e Teodoro (2012) são
os grupos de apoio, serviços de saúde e profissionais de aconselhamento.
Quando realizado por profissionais, o apoio vem como meio de fornecer
informação e treinar os pais para serem mais eficazes no tratamento, no
manejo e nos cuidados diários (BARBOSA, 2010). As orientações devem au-
xiliar na antecipação de possíveis desafios que podem ocorrer em diferen-
tes períodos de transições como escola, adolescência e na compreensão
e direcionamento de serviços adequados a cada demanda (ANDRADE; TE-
ODORO 2012).
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Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
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Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
apud SMEHA; CÉZAR, 2011) às escolas especiais pode ser uma rede de apoio
de maior abrangência em comparação às escolas regulares, por contar
com profissionais da saúde e da assistência social que ofertam escuta,
informações e encaminhamentos adequados a estes familiares, sempre
se comunicando com a rede e serviços regionais. É importante ressaltar
que as escolas regulares carecem de uma equipe profissional ampla, que
acrescente profissionais da saúde no quadro de funcionários para atender
de forma abrangente e qualificada a crescente de famílias e crianças em
inclusão, mas o diálogo entre profissionais da saúde que acompanham a
criança, educadores e familiares tem potencializado de maneira significa-
tiva e benéfica este processo.
Em seu estudo, Obadia (2016) indicou que a escola pode utilizar de reu-
niões para aconselhamento dos pais de crianças autistas. Um exemplo de
aconselhamento apontado é de como lidar com a criança no ambiente
domiciliar para que ela possa desenvolver melhor suas potencialidades.
Serra (2010 apud OBADIA, 2016), considera esse encontro entre os pais, po-
sitivo já que nele podem trocar experiências, sugestões e conhecer mais
sobre os seus direitos. Sendo assim, as escolas que disponibilizam deste
momento de reunião, oportunizam uma vivência de trocas de experiên-
cias, um momento de escuta das particularidades e assim, um acolhimen-
to e apoio aos familiares de forma singular.
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Instituto Inclusão Eficiente
Outra rede de apoio apontada por Zanatta et al. (2014) e Smeha e Cézar
(2011) é a religião, pois auxilia em outras formas de percepção sobre a ma-
ternidade e as maneiras de conviver com as demandas das pessoas com
TEA. Além disso, nas igrejas há meios e maneiras de socialização e cons-
truções de outros papéis ocupacionais que contribuem também para o
senso de competência, sentimento de pertencimento e para a autoestima
dos familiares.
191
Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
Contribuições da Terapia
Ocupacional no apoio à
família
O estudo de Barbosa (2010) aponta que os profissionais da saúde têm
papel importante em ofertar informações e treinar os pais para terem me-
lhor entendimento, rendimento e desempenho nos cuidados com a crian-
ça com TEA. Informações adequadas ajudam a aliviar as demandas da
criança, por proporcionar maior autonomia, independência e organização
em diversas atividades, e torna a relação profissional e família mais tran-
quila. Sendo assim, a Terapia Ocupacional (TO) pode utilizar as proprieda-
des acadêmicas para fornecer orientação adequada, auxiliando a família
na obtenção de informações importantes, contribuindo no suporte emo-
cional e na redução do isolamento social.
Barbosa (2010) aponta que a maioria dos pais deixam de realizar suas
atividades de lazer e restringem suas relações sociais em virtude da difi-
culdade de planejarem sua vida de forma independente da criança com
TEA. Nestes casos a Terapia Ocupacional também pode contribuir na
conscientização da importância das atividades de lazer e do engajamento
192
Instituto Inclusão Eficiente
Quando publicada por Law et al. (1990), a COPM foi desenvolvida com
objetivo de guiar os terapeutas ocupacionais em uma prática centrada no
cliente. Em sua pesquisa, Caldas, Fagundes e Silva (2011) apontam vários
estudos onde a COPM também era respondida por outras pessoas que fa-
ziam parte do contexto do sujeito, como por exemplo, os pais. Desta forma
há uma alteração na perspectiva de quem são os clientes dessa terapia,
realizando então uma abordagem mais centrada na família.
193
Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
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Instituto Inclusão Eficiente
Considerações finais
Frente ao diagnóstico de TEA os familiares apresentam diversas rea-
ções, vivenciam o luto da criança idealizada, e logo em seguida encaram
as inúmeras mudanças na rotina, convívio e organização familiar. Diante
desse contexto, o profissional de saúde deverá estar preparado para aten-
der as demandas que ultrapassam as abordagens clínicas com cliente,
tendo um olhar abrangente para realizar a terapêutica em todos os con-
textos da criança com TEA, isso inclui familiares, ambiente escolar, am-
biente domiciliar e sua socialização.
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Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico
de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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Estratégias de Intervenções junto a família de crianças com Transtorno do Espectro
Autista
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Autores
199
ADRIANA MARTINS IANINO - Fonoaudióloga, professora do curso de
Pós-graduação em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce e
orientadora
200
BÁRBARA NOGUEIRA DE REZENDE - Terapeuta Ocupacional, aluna do
curso de Pós-graduação em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Pre-
coce
201
LUÍZA DE OLIVEIRA NOGUEIRA DOCHE - Terapeuta Ocupacional, aluna
do curso de Pós-graduação em Desenvolvimento Infantil e Intervenção
Precoce
202
cional, aluna do curso de Pós-graduação em Desenvolvimento Infantil e
Intervenção Precoce
203