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FACULDADE IEDUCARE - FIED


CURSO DE FISIOTERAPIA

MARIA CARINA DO NASCIMENTO VIEIRA

CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS


COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

TIANGUÁ - CE
2022
2

MARIA CARINA DO NASCIMENTO VIEIRA

CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS


COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Projeto de pesquisa apresentado à


Disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso I, do Curso de Fisioterapia, da
Faculdade Ieducare (FIED), para
obtenção parcial do título de Bacharel
de Fisioterapia.

Orientador: Prof. Me. Daniel Rodrigues

TIANGUÁ - CE
2022
3

MARIA CARINA DO NASCIMENTO VIEIRA

CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS


COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Projeto de pesquisa apresentado à


Disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso I, do Curso de Fisioterapia, da
Faculdade Ieducare (FIED), para
obtenção parcial do título de Bacharel
de Fisioterapia.

Orientador: Prof. Me. Daniel Rodrigues


.

Aprovado em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof. Me. Daniel Rodrigues - Orientador
Faculdade Ieducare - FIED

______________________________________________________
Prof (a) Gisele Loiola Saraiva de Freitas - 1°Examinadora
Faculdade Ieducare - FIED

______________________________________________________
Prof (a) Antônia Dávila Fontenele de Carvalho - 2ª Examinadora
Faculdade Ieducare - FIED
4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................05
2 OBJETIVOS ...............................................................................................08
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 08
2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 08
3 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 09
3.1 Transtorno do Espectro do Autismo ........................................................ 09
3.2 Causas e Consequências .........................................................................10
3.3 Cuidados Fisioterapêuticos .......................................................................
12
4 METODOLOGIA... 15
4.1 Tipo de estudo ......................................................................................... 15
4.2 Local do estudo ....................................................................................... 15
4.3 Critérios de Inclusão e Exclusão..................................................................
16
4.4 Coleta dos dados ......................................................................................16
4.5 Análise dos dados .................................................................................... 16
5 CRONOGRAMA ........................................................................................17
6 ORÇAMENTO ...........................................................................................18
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 19
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1 INTRODUÇÃO

O autismo é uma doença que vem sendo estudada há cerca de 60 anos e


descrita pela primeira vez em 1943 pelo médico Leo Kanner (SEGURA,
NASCIMENTO, KLEIN, 2011). O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), nome
científico designado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-5) é um transtorno cognitivo do desenvolvimento neurológico (DSM-5,
2014).
As causas desse transtorno ainda são desconhecidas, mas, acredita-se
que existam fatores genéticos ou a ocorrência de determinadas causas
ambientais, como poluição ou infecções durante a gravidez (CONSOLINI; LOPES;
LOPES, 2019). Os sinais podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas são
quase imperceptíveis para os familiares, com aspecto geral a partir dos três anos
de idade, onde é possível perceber sintomas e diferenças de comportamento
(GOMES; COELHO; MICCIONE, 2016)
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais destaca que
esses transtornos são considerados um espectro, pois se manifestam em
diferentes níveis de transtornos mentais. As pessoas podem ser diagnosticadas
com funcionalidade leve, média e baixa, a pessoa diagnosticada com alta
funcionalidade tem deficiências leves, portanto, não é impedida de estudar,
trabalhar ou se relacionar. Por outro lado, uma pessoa de média funcionalidade
possui menor grau de autonomia e precisa de ajuda para realizar tarefas diárias,
como tomar banho ou até mesmo preparar sua refeição, por sua vez os pacientes
com baixa funcionalidade apresentam dificuldades graves necessitando de apoio
especializado ao longo da vida (DSM-5, 2014).
Os sintomas mais aparentes em um indivíduo com TEA são a dificuldade
de comunicação e interação social. É comum que crianças com o transtorno
evitem contato visual, não respondam quando chamadas pelo nome, não
procurem os pais durante os primeiros meses de vida, não consigam socializar e
se comunicar com outras crianças (BRITO et al., 2021).
O diagnóstico precoce permitirá que a criança receba um tratamento
personalizado, levando em consideração a especificidade e peculiaridades de sua
condição. A participação de equipas multidisciplinares é relevante, de forma a
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reduzir os sintomas ao longo da vida, para promover uma melhoria da qualidade


de vida do indivíduo e da sua família, para aumentar a sua funcionalidade (BRITO
et al., 2021).
O recurso terapêutico deve ser em sistema multiprofissional, personalizado
e permanente ao longo do ciclo da vida, em constante revisão e monitoramento,
para auxiliar o pleno desenvolvimento do potencial das pessoas com TEA, sua
integração social e o bem-estar do paciente. Existem muitas propostas
terapêuticas. Mas os propósitos devem ser sempre iguais: minimizar os principais
traços autistas e déficits associados, maximizar a independência funcional e a
qualidade de vida e, aliviar o estresse familiar para melhorar o bem-estar da
criança e seu ambiente onde ela está inserida (ORE et al., 2012; PFEIFFER et al.,
2013).
O profissional de fisioterapia atua diretamente em funções determinantes
para a vida da criança e adolescente com autismo, e, até mesmo adultos. É
importante ressaltar que quanto antes o tratamento iniciar, maiores são as
chances de uma evolução bem-sucedida existir. Diante do exposto, fez-se o
seguinte questionamento: qual a contribuição do fisioterapeuta no tratamento de
crianças com Transtorno do Espectro Autista?
O interesse em estudar esse tema tem várias justificativas, entre elas
contribuir com subsídios sobre a função da fisioterapia em crianças com TEA,
além de destacar a importância de intervenções precoces. Existem muitas
propostas terapêuticas, contudo, os objetivos devem ser sempre os mesmos:
minimizar os principais traços autistas e déficits associados, maximizar a
autonomia funcional e a qualidade de vida, reduzir o estresse familiar para
melhorar o bem-estar da criança e seu ambiente (SEGURA; NASCIMENTO;
KLEIN,2011).
Diante do exposto, reflete-se que esse tema tem relevância, pois é preciso
transpor essa realidade para o conhecimento de todos. O método terapêutico
deve estar em um conjunto multiprofissional, individual e permanente ao longo da
vida, em contínua assistência e verificação, para auxiliar na evolução das
potencialidades das pessoas com TEA, sua integração social e o bem-estar.
Além disso, o tema é de importância acadêmica por se tratar de uma
pesquisa que trará mais conhecimento sobre essa área, ao pesquisador, já que
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esse tema costuma ser mais veiculado na mídia, assim, vai mostrar que a
fisioterapia contribui para a melhora das funções das atividades diárias, bem
como o surgimento da evolução dos resultados do desenvolvimento motor e
interação social, consequentemente levando a uma melhora na qualidade de vida
das pessoas com TEA.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral

Analisar as contribuições do fisioterapeuta no tratamento de crianças com


Transtorno do Espectro do Autismo.

2.2 Objetivos Específicos

 Identificar as principais intervenções do fisioterapeuta no cuidado à criança


com transtorno autista;
 Descrever métodos e técnicas fisioterapêuticas utilizados para auxiliar no
tratamento de crianças com autismo.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Transtorno do Espectro do Autismo

O Transtorno do Espectro do Autismo – TEA é um transtorno crônico do


neurodesenvolvimento que prejudica as habilidades de comunicação e interação
social associadas a comportamentos estereotipados e repetitivos (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION 2014).
Segundo a OMS (2019), uma em cada 160 crianças têm TEA com
prevalência cinco vezes maior em meninos. Em países de baixa e média renda, a
prevalência é desconhecida. De acordo com os estudos epidemiológicos
recentes, no mundo, a prevalência apresenta alto crescimento. Há muitas
explicações para esse aumento, que pode ser visto como ampliação dos critérios
diagnósticos e maior conscientização.
As pesquisas nessa área são cada vez mais comuns, mas as razões para
esse transtorno ainda são desconhecidas. O que se sabe é que a genética e os
agentes externos têm um papel fundamental nas causas da doença (SOUZA,
2015).
Para alguns especialistas, o autismo ocorre pelas disfunções do Sistema
Nervoso Central (SNC), que levam a um distúrbio no padrão de desenvolvimento
da criança. Estudos de neuroimagem e autópsia, por exemplo, indicam uma
variedade de anormalidades cerebrais nesses indivíduos, como tamanhos
anormais da amígdala, hipocampo e corpo caloso, atraso na maturação do córtex
frontal, atraso no desenvolvimento de neurônios do sistema límbico e padrões
variáveis, baixa atividade em diferentes regiões do cérebro como o córtex frontal e
o sistema límbico (GESHWIND, 2013).
O TEA é um transtorno comportamental em que o indivíduo apresenta
problemas de comunicação, socialização e conduta. Por ser um transtorno que
demonstra atraso no neurodesenvolvimento, apresenta sintomas característicos
que podem ser vistos desde cedo, mas, na maioria dos casos, com diagnóstico
tardio (ATEAC, 2013; DA SILVA et al., 2018).
O papel dos fatores ambientais na resolução do risco de TEA é consistente
com a diversidade clínica, que é uma característica marcante deste transtorno, e
sugere uma explicação aceitável para o aumento significativo de casos de TEA
nas últimas décadas. No entanto, os mecanismos pelos quais os fatores
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ambientais interagem com as predisposições genéticas para conferir risco


individual de TEA ainda são pouco compreendidos (KEIL; LEIN, 2016).
Evidências científicas comprovam que a maioria dos casos de TEA tem
origem genética estimada em até 90%. No entanto, ainda não está claro quais
genes afetados são responsáveis por esses sintomas psicológicos e
comportamentais. Alguns genes foram identificados com envolvimento no TEA
tanto em seu protótipo quanto em diferenças de mutilação no tecido cerebral
(BEZERRA et al., 2019; LOKE et al., 2015).
Alguns conceitos tentam explicar as causas desse transtorno, abordam
fatores imunológicos, ambientais e genéticos, com o fato de que existem falhas
nos mecanismos básicos da mente que ligam o cérebro e o comportamento, bem
como que diferenças nos sulcos cerebrais em relação às pessoas sem TEA e
com falha de rede neural espelho (NEUMANN, 2016; BEZERRA, et al., 2019).
Em 1949, Kanner passou a chamá-lo de “Autismo Infantil Precoce”,
descrevendo como uma dificuldade profunda no contato com outras pessoas,
desejo obsessivo de preservar as coisas e as situações, ligação aos objetos,
presença de uma fisionomia inteligente e alterações de linguagem que variam do
mutismo a uma linguagem. Entendeu-se que o autismo definia uma entidade
psicogênica, devido à suspeita de uma base orgânica associada ao retardo
mental e à epilepsia. Em seguida, foram citadas evidências genéticas para uma
maior incidência de autismo em gêmeos monozigóticos já afetados pela doença.
Desde então, a etiologia do autismo passou a ser aceite (REGO, 2012).
De acordo com o DSM-5, existem três níveis de gravidade no espectro do
autismo, a partir dos quais são avaliados os prejuízos na comunicação social e os
comportamentos restritos e repetitivos. Com a classificação, é possível
compreender e lidar corretamente com cada nível, sendo: nível 1, necessitando
de apoio; nível 2, que requer apoio significativo; e nível 3, que requer um suporte
muito alto.

3.2 Causas e Consequências do Transtorno do Autismo

O Transtorno do Espectro Autista vai além da sua complexidade. É uma


doença difícil de ser diagnosticada com precisão, uma vez que não tem meios
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para testá-la ou medi-la, não tem cura e acompanha a pessoa acometida durante
toda a sua vida (ONZI; GOMES, 2015).
Com causas desconhecidas e com diagnóstico que costuma variar de grau
leve a grave. Alguns fatores podem estar relacionados ao desenvolvimento do
Transtorno do Espectro Autista, como: vírus, toxinas, influências genéticas e
poluição, intolerância imunológica, desordens metabólicas ou até mesmo
anomalias nas estruturas e funções cerebrais (FERNANDES, 2020).
Uma vez que outros fatores já estão associados ao desenvolvimento do
transtorno, como fatores ambientais que impactam o feto, estresse, infecções,
exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e
desequilíbrios metabólicos, que teriam o mesmo peso na probabilidade de
desenvolver o início do transtorno. Os TEAs afetam diretamente o comportamento
dos indivíduos, e os primeiros sinais já podem ser vistos em bebês com poucos
meses de idade (FERNANDES, 2020).
Não existem exames ou testes específicos de laboratórios, contudo, as
crianças podem apresentar características que facilitem a identificação do
problema. Por essa razão, é importante que o diagnóstico seja feito por uma
equipe interdisciplinar composta minimamente por um neuropediatra e psicólogo
especialista em transtornos do desenvolvimento, pois estes profissionais podem
analisar cada caso em conjunto e, desse modo, oferecer informações
esclarecedoras e orientações precisas a família (ANJOS, 2019).
O psiquiatra Michael Rutter classifica o autismo como um transtorno do
desenvolvimento cognitivo, criando um marco na compreensão do transtorno. Ele
propõe uma definição baseada em quatro critérios: retardo social e desvio não
apenas como deficiência intelectual; problemas de comunicação não apenas
devido a uma deficiência intelectual associada; comportamentos incomuns, como
movimentos e maneirismos estereotipados; começar antes de 30 meses
(FERNANDES, 2020).
Novos critérios para autismo foram avaliados em um estudo multicêntrico
internacional, com mais de mil casos analisados por mais de 100 avaliadores
clínicos. Os sistemas DSM-4 e CID-10 (Classificação Estatística Internacional de
Doenças) foram tornados equivalentes para evitar confusão entre pesquisadores
e clínicos. A síndrome de Asperger é adicionada ao DSM, ampliando o espectro
12

do autismo, que inclui casos mais leves, em que os indivíduos podem ser mais
funcionais, nos últimos anos diversos estudos foram realizados sobre as causas
do autismo, revelando que fatores ambientais são tão importantes quanto a
genética para o desenvolvimento do transtorno. Isso contradiz as estimativas
anteriores, que atribuíam 80 a 90% do risco de desenvolver TEA à genética
(FERNANDES, 2020).
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (2014)
aponta que esses transtornos são considerados um espectro porque se
manifestam em diferentes níveis de intensidade. Onde as pessoas podem ser
diagnosticadas com funcionalidade leve, média e baixa, a pessoa diagnosticada
com alta funcionalidade tem deficiências leves, portanto, não é impedida de
estudar, trabalhar ou ter relacionamentos. Por outro lado, uma pessoa com
funcionalidade média apresenta menor grau de autonomia, necessitando de ajuda
para realizar tarefas diárias, como tomar banho ou mesmo preparar uma refeição,
e apoio especializado ao longo da vida.
Portanto, quanto mais cedo for o diagnóstico do transtorno do espectro
autista, melhor será o prognóstico. Por conseguinte, o planejamento do
tratamento deve ser organizado de acordo com as etapas de vida de cada
paciente. Ou seja, a criança precisará, possivelmente, de uma terapia voltada
para a fala, interação social; enquanto o adolescente vai precisar de terapia
ocupacional e participar de grupos de habilidades sociais. Na fase adulta, por sua
vez, vão focar em questões como moradia e tutela (MELO et al., 2016)

3.3 Fisioterapeuta no cuidado à criança com transtorno autista

Diante da complexidade do quadro de autismo e as dificuldades


encontradas para se desenvolver uma estrutura em sua abordagem, está
evidente cada vez mais, a necessidade da multidisciplinaridade dos profissionais
envolvidos nesse processo.
O fisioterapeuta deve desenvolver habilidade e capacidade para promover
o desenvolvimento neuropsicomotor precocemente na criança com autismo.
Durante abordagem terapêutica, o profissional deve ser muito sensível às
observações e aos relatos da família. Por isso, é fundamental que esteja
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atualizado com trabalhos e pesquisas relacionadas às especificidades e


sensibilidade do transtorno para reconhecer o nível de comprometimento que a
criança com autismo apresenta para devidas intervenções fisioterapêuticas
(FERREIRA et al.,2016).
Segundo Santos e Gigonzac (2017), a forma mais adequada de estimular a
aprendizagem de crianças com TEA é por meio da perseverança, de modo a dar
autonomia às crianças por meio de atividades lúdicas que estimulem a
coordenação motora. Visando a estimulação, independência, melhora da
motricidade fina e grossa, imagem corporal e organização espacial.
O planejamento fisioterapêutico deve ser feito de acordo com as
necessidades individuais. As técnicas mais utilizadas no atendimento são:
manipulação de pequenos brinquedos, jogos de ajuste, busca ou alcance de
objetos, quebra-cabeças, estimulação visual, auditiva e tátil com brinquedos,
tintas, circuitos, entre outras. É importante que o fisioterapeuta sempre inove no
cuidado com as brincadeiras diferenciadas, promovendo o aprendizado das
crianças (OLIVEIRA et al., 2013).
De acordo com Andrade, Barbosa e Bessa (2017), a psicomotricidade
estimula no indivíduo a capacidade de controlar seu corpo, seus movimentos e
suas ações, e, para que esse controle seja efetivo é fundamental que utilize
estímulos corretos, ou seja, mesmo que o cérebro seja responsável por controlar
todo o corpo, é importante trabalhar os elementos psicomotores para que
estimulem para facilitar a execução de determinados movimentos com leveza e
precisão.
Para Zimmer et al., (2018), a psicomotricidade tem como significado a
capacidade de determinar e coordenar mentalmente os movimentos corporais; a
atividade ou conjunto de funções motoras. É fundamental para a atividade da
criança suas primeiras manifestações de comportamento que são essenciais
dando início na ordem motora e por fim passam a ser a ordem mental.
A psicomotricidade pode ser usada em alguns casos como intervenção
terapêutica em crianças autistas, com intuito de proporcionar um padrão motor
mais adequado e desenvolver uma melhora na marcha e no equilíbrio da criança,
que ao se movimentar, reforça sua interiorização (GONÇALVES 2012).
14

Segundo Andrade (2014), a prática psicomotora inclui aspectos que


conectam o indivíduo a traumas e sentimentos relacionados à expressão corporal,
trabalhando para que o indivíduo faça um trabalho de controle de sentimentos e
auxiliando na sua socialização. A psicomotricidade é um fator de grande
importância por trabalhar a capacidade do paciente de desenvolver as habilidades
necessárias ao espaço que ocupa em sua própria vida.
A intervenção psicomotora, campo de atuação do profissional de
fisioterapia, é um dos meios de trabalhar o desenvolvimento global do indivíduo e
seus possíveis desvios, estimulando os níveis sensorial e motor, melhorando sua
capacidade de concentração, memória, coordenação e equilíbrio. A fisioterapia é
de suma importância, pois auxilia no desenvolvimento motor da criança,
melhorando a qualidade de vida (ANJOS et al., 2017).
15

4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de Estudo

Nesta pesquisa adotará como estratégia metodológica, a Revisão Integrativa


da Literatura (RIL). Optou-se por utilizar a revisão literária, pela possibilidade de
acesso às experiências de autores que já pesquisaram sobre o assunto, para
compor o embasamento teórico, tem-se a integração de uma abordagem
qualitativa.
A Revisão Integrativa permite a análise de pesquisas relevantes que dão
suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica (BENEFIELD
2003) possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado
assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas
com a realização de novos estudos (POLIT, BECK, 2006).
É um método valioso para a enfermagem, pois muitas vezes os
profissionais não têm tempo para realizar a leitura de todo o conhecimento
científico disponível devido ao volume alto, além da dificuldade para realizar a
análise crítica dos estudos. (POLIT, BECK, 2006)
Para a elaboração da revisão integrativa, no primeiro momento o revisor
determina o objetivo específico, formula os questionamentos a serem respondidos
ou hipóteses a serem testadas, então realiza a busca para identificar e coletar o
máximo de pesquisas primárias relevantes nos critérios de inclusão e exclusão
previamente estabelecidos (BEYEA, NICOLL 1998).

4.2 Local do estudo

Serão utilizadas a Biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online


(SciELO) e as bases de dados Medline e Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS). Os termos de busca serão os Descritores em
Ciências da Saúde (DeCS): fisioterapia, desenvolvimento infantil, transtorno do
espectro do autismo por meio das combinações do operador booleanos “AND” e
“OR”.
4.3 Critérios de Inclusão e Exclusão
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Como critérios de inclusão para a seleção dos artigos serão incluídos


artigos no recorte temporal de janeiro de 2012 a dezembro de 2021 no Idioma
português; com versão completa, e excluídos editoriais, capítulos de livros,
monografias, dissertações, teses, artigos repetidos, artigos não relacionados à
temática proposta.

4.4 Coleta dos Dados

Os dados da pesquisa serão apresentados em três itens: 3.1 Transtorno


do Espectro do Autismo, 3.2 Causas e Consequências do Transtorno do Autismo
e 3.3 Fisioterapeuta no cuidado à criança com transtorno autista.
No primeiro item, será realizado um breve conceito sobre o Transtorno do
Espectro do Autismo, enquanto o segundo item apresentará os sintomas e o
diagnóstico e o terceiro descreverá sobre os cuidados do fisioterapeuta com a
criança com transtorno autista.
Este estudo apresentará criteriosamente as etapas da elaboração da
questão norteadora; definição das características das pesquisas primárias da
amostra; seleção das pesquisas que compuseram a amostra da revisão; análise
dos achados dos artigos incluídos na revisão; interpretação dos resultados e
relato da revisão.

4.5 Análise dos Dados

Após a coleta dos dados serão analisadas as principais informações


compiladas por meio da análise descritiva buscando estabelecer uma
compreensão e ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado e elaborar o
referencial teórico.
Revisão integrativa inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para
tomada de decisões e a melhoria da prática clínica, é um tipo de pesquisa desenvolvida
com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos
científicos. Isto possibilita a síntese do estado do conhecimento de um determinado
assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a
realização de novos estudos (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
17

5 CRONOGRAMA

ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2022

Escolha do
X
Tema
Pesquisa de
estudo em X X X X X X X X X X
base de dados
Construção do
projeto de X X X X
pesquisa
Qualificação
X
do projeto

Aprimoramento
X
do projeto
Coleta dos
dados (busca X X
em artigos)
Análise de
X X
dados
Elaboração do
relatório do X X X
TCC e defesa
Apresentação
do artigo/ X
monografia
18

6. ORÇAMENTO

Para elaboração do projeto de pesquisa se fez necessário algumas


despesas, para custear foi necessário um orçamento prévio, no qual estão
incluídos todos os gastos possíveis.
O orçamento foi organizado da seguinte forma:

Itens Descrição Quantidade Custo Unitário Custo Total


Item 1 Papel sulfite 100 folhas R$15,00 R$15,00
Item 2 Encadernação 01 R$10,00 R$10, 00
Item 3 Impressão 01 R$15,00 R$15,00
Custo Total R$40,00 R$40,00
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REFERÊNCIAS

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estatístico de transtorno mentais. 4 eds. Porto Alegre: Artmed, 2014 [Acesso
em 20 de mar 2022]. Disponível em: http://www.niip.com.br/wp-
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Mentais-DSM-5-1-pdf

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estímulo ao desenvolvimento da coordenação motora global e fina. Anais do
Congresso de Iniciação Científica Estágio e Docência do Campus Formosa.
Universidade Estadual de Goiás, 2017. [Acesso em 20 de mar 2022].
Disponível em: /www.anais.ueg.br/index.php/ciced/article/view/10507

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Rodrigues; DIAS, Mândala Borges; FONSECA, Nathália Maria; BRAGA, Talita. A
importância da detecção dos sinais precoces no Transtorno do Espectro
Autista (TEA). Congresso Internacional de Pesquisa, Ensino e Extensão -
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Disponível em:
http://anais.unievangelica.edu.br/index.php/CIPEEX/article/view/2868

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