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Gabriel Vilela, Lucas Braga, Mário Ferreira, Matheus Miyake e

Pedro Ferreira
Gabriel Vilela, Lucas Braga, Mário Ferreira, Matheus Miyake e Pedro Ferreira

PUERICULTURA
PARA MÃES

Cartilha sobre puericultura para o módulo IESC associados


aos módulos de SOI e HAM da Faculdade de Medicina de
Itajubá (FMIT).
Profa. Adriene Gomes de Moraes

Profa. Dra. Amanda Moraes

Profa. Dra. Jerusa de Souza

Prof. Leandro César Guimarães

Profa. Luciana Yara Bonaldi

Prof. Dr. Luciano Magalhães Vitorino

Profa. Mariana Godoi

Profa. Priscilla de Paula Cintra Nazareth

Profa. Me. Renata Ribeiro Miranda

Profa. Esp. Roberta de Souza

Profa. Me. Roseane Irulegui

Profa. Me. Suelen Ribeiro Miranda Pontes Duarte


Profa. Me. Vanderlea Ap. Gonzaga

Itajubá
2020
Sumário

1) Objetivo da Cartilha......................................................................................................................... 4
2) Introdução ........................................................................................................................................ 4
2.1 O que é Puericultura? ................................................................................................................................................ 4
2.2 Quais ações do Ministério da Saúde que norteiam a puericultura? ....................................................... 4
2.3 Por que é importante a realização adequada do acompanhamento da puericultura de seus
filhos? ..................................................................................................................................................................................... 4
2.4 Em que período da vida da criança é recomendado a puericultura? ..................................................... 5
2.5 Como funciona o calendário mínimo de consultas? .............................................................................. 5
3) Crescimento adequado ................................................................................................................... 6
3.1 Introdução ..................................................................................................................................................................... 6
3.2 A importância de acompanhar o crescimento da criança ........................................................................... 6
3.3 indicadores do crescimento.................................................................................................................................... 6
3.4 idade óssea ................................................................................................................................................................. 10
4) Acompanhamento do desenvolvimento da criança ...................................................................10
4.1 Introdução ................................................................................................................................................................... 10
4.2 Detalhes do Acompanhamento e sua importância ..................................................................................... 10
5) Hábitos de vida saudáveis para a criança....................................................................................14
5.1 Alimentação ................................................................................................................................................................ 14
5.2 Sono e repouso ......................................................................................................................................................... 16
5.3 Vestuário adequado ................................................................................................................................................ 17
5.4 Banho e higiene......................................................................................................................................................... 17
5.5 Higiene Oral ................................................................................................................................................................ 19
6) Vacinação........................................................................................................................................19
6.1 Sobre ela ...................................................................................................................................................................... 19
6.2) Calendário de vacinação ....................................................................................................................................... 20
7) Referências .....................................................................................................................................21
1) Objetivo da Cartilha
 Essa cartilha é voltada a todos os pais com filhos pequenos, mas principalmente aqueles
que possuem filhos nos primeiros anos de vida e também a gestantes próximas a ganhar
o bebê. E tem por objetivo INSERIR os responsáveis no contexto do acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento de seus filhos, PROMOVER a importância de todos os
cuidados e orientações presentes no programa de puericultura e QUALIFICÁ-LOS a atuar
e avaliar, na medida do possível, o crescimento e desenvolvimento adequado da criança.

2) Introdução
2.1 O que é Puericultura?
 A puericultura é um conjunto de ações e cuidados que tem por finalidade promover o
crescimento e desenvolvimento das crianças em condições físicas e mentais adequadas1.

2.2 Quais ações do Ministério da Saúde que norteiam a puericultura?


 Para a realização efetiva da puericultura, na busca de seus objetivos, o Ministério da
Saúde preconiza 5 pilares essenciais da puericultura1:
a) Acompanhar o crescimento e desenvolvimento infantil.
b) Promover a importância do aleitamento materno e orientação alimentar ao
desmame.
c) Prevenir e controlar as doenças que causam diarreia.
d) Prevenir e controlar as infecções respiratórias agudas prevalentes nas crianças.
e) Promover e realizar a Imunização completa das crianças.

2.3 Por que é importante a realização adequada do acompanhamento da puericultura de seus


filhos?
 A puericultura é uma das principais e fundamentais ações que toda mãe deve se atentar
para que seus filhos tornem adultos saudáveis.
 É através dela que o profissional da saúde pode identificar de forma precoce, doenças e
agravos que podem prejudicar o crescimento e desenvolvimento da criança e já naquele
momento começar a tratá-los3.

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 Um exemplo para exemplificar esse contexto gira em torno de diversas doenças
diarréicas que acometem a infância, como por exemplo aquelas causadas pela
infecção por Rotavírus. Que prejudica a nutrição da criança no período em que ela
mais necessita para crescer3.
 O prejuízo do crescimento e desenvolvimento na infância acarreta, na maioria das vezes,
à DANOS IRREPARÁVEIS para toda vida daquela pessoa. Danos que poderiam ter sido
evitados, caso os pais daquela criança realizassem a puericultura de forma correta.
 São alguns distúrbios do desenvolvimento infantil que podem ser identificados de forma
precoce na puericultura1:
a) Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
b) Transtornos do espectro autista
c) Dificuldades de aprendizagem, como dislexia e deficiências em outras áreas
acadêmicas Deficiência intelectual
2.4 Em que período da vida da criança é recomendado a puericultura?
 De forma geral, à puericultura abrange todo o período da infância, desde o recém-nascido
até a puberdade, em torno dos 12 anos de idade.
 A avaliação mais rígida do crescimento e desenvolvimento infantil se dá até os 6 anos de
idade.

2.5 Como funciona o calendário mínimo de consultas?


 As consultas devem ser realizadas conforme a tabela abaixo:

 É de suma importância a realização correta de todas essas consultas.

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3) Crescimento adequado
3.1 Introdução
 De um modo geral, considera-se o crescimento como aumento do tamanho corporal e,
portanto, ele cessa com o término do aumento em altura. De um modo mais amplo, pode-
se dizer que o crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre
desde a concepção até o final da vida10.
3.2 A importância de acompanhar o crescimento da criança
 Todo indivíduo nasce com um potencial genético de crescimento, que poderá ou não ser
atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção
até a idade adulta.
 Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos
(genéticos, metabólicos e malformações) e de fatores extrínsecos, dentre os quais
destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a
criança3.
 Como consequência, as condições em que ocorre o crescimento, determinam as suas
possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento. Diante disso, se
dá a importância do acompanhamento no que diz respeito ao crescimento da criança,
uma vez que a análise bem-feita do crescimento pode gerar ou não a necessidade de uma
intervenção clínica.

3.3 indicadores do crescimento


 Para o acompanhamento e avaliação do crescimento é necessário a tomada de medidas
do tamanho do corpo, ou seja, medidas antropométricas.
 As medidas antropométricas básicas são o peso, a estatura (comprimento ou altura), o
perímetro cefálico e perímetro braquial. A combinação dessas variáveis permite a
construção de índices antropométricos como: estatura para a idade, peso para a idade,
peso para a estatura, perímetro cefálico para a idade e perímetro braquial para a idade1.
 A partir dos índices antropométricos são construídos indicadores, definindo-se níveis de
corte que permitam situar a criança dentro de uma faixa aceita como normal, de acordo
com a referência de crescimento utilizada.

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 Peso:
 A variação do peso, com relação à idade da criança, é muito mais rápida do que da
estatura e reflete, quase que imediatamente, qualquer deterioração ou melhora do
estado de saúde, mesmo em processos agudos. Num prazo de poucos dias, podem
ser observadas alterações importantes no peso, cuja medição é mais fácil e mais
precisa que à estatura.
 Trata-se de um índice de fácil aferição por profissional de saúde bem treinado,
constituindo-se numa técnica não invasiva e culturalmente bem aceita pelas mães.
Tais características tornam esse índice muito adequado para o acompanhamento
do crescimento e do estado de saúde e nutrição da criança3.
 Por essas vantagens, o índice peso/ idade é priorizado para o acompanhamento
do crescimento no nível da atenção básica de saúde.

 Estatura:
 O ganho de estatura é um bom parâmetro para a avaliação do crescimento da
criança por ser cumulativo, progressivo e não sofrer regressões.
 Apesar de medir cumulativamente o crescimento, o ganho de estatura é
relativamente lento o que faz com que custe a refletir problemas agudos de saúde
e nutrição da criança. Ademais, a medição pode ser difícil e requer muito cuidado,
sobretudo em lactentes e crianças pequenas10.

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 Percentil/ como a mãe deve ler:
 Um percentil é cada uma das 100 partes iguais
de um determinado grupo, esclarece o dicionário.
Ter esta noção em mente ajuda a perceber a forma
correta de ler uma curva de crescimento1.
 Assim, se o pediatra indicar que o seu filho está
na curva 25 da altura, por exemplo, tal significa
que, em 100 crianças saudáveis com a idade e
sexo do seu filho, 75 serão mais altas e 24 serão
mais baixas do que ele.
 No entanto, mais importante do que a
comparação de uma criança com a média
estabelecida pela curva, é a proporção entre os
valores e a sua evolução, pelo que o pediatra irá
verificar se os vários percentis do bebé, sobretudo o peso e a altura, estão
adequados entre si e se são equilibrados ao longo do tempo, embora sejam
normais acelerações e desacelerações.
Peso para idade, meninos de 0 a 5 anos em percentil.

* Imagem tiradas do OMS

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Peso para idade, meninas de 0 a 5 anos em percentil.

* Imagem tiradas do OMS


Estatura para idade, meninos de 0 a 6 anos em percentil.

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Estatura para idade, meninas de 0 a 6 anos em percentil.

3.4 idade óssea


 A avaliação de quanto tempo ainda resta de crescimento é feita pelo exame de idade
óssea realizando um Raio X de mãos e de punhos. Esse resultado é comparado com
resultados que mostram os diversos padrões de amadurecimento dos ossos, ilustrando
os detalhes de cada fase, desde o princípio quando os ossos vão surgindo, crescendo, se
entrelaçando, até se unirem totalmente, quando o adolescente chega aos 18 anos de
idade indicando que não há mais espaço para crescimento.

4) Acompanhamento do desenvolvimento da criança


4.1 Introdução
 O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a uma transformação complexa,
contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação,
aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais2.
 Costuma-se falar em desenvolvimento de forma distinta entre desenvolvimento físico,
cognitivo e psicossocial, como uma forma de facilitar o estudo do desenvolvimento
humano. Mas cabe apontar que tais aspectos estão interligados e influenciam-se
mutuamente durante a vida do indivíduo2.
 Acompanhar o desenvolvimento da criança pelos pais e pela ESF é de suma importância
para prever tipos de comportamentos futuros, se elas estão se dando bem no meio que
vivem como na escola, na casa e na relação com os vizinhos.
4.2 Detalhes do Acompanhamento e sua importância
 A interação da criança com os membros de sua família e com a sua rede social de proteção
assegura a sua sobrevivência e a sua relação com o mundo, contribuindo para o seu
desenvolvimento psicossocial.
 Na sua relação com os adultos, ela assimila habilidades que foram construídas pela
história social ao longo do tempo, tais como as habilidades de sentar-se, andar e a falar.

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 Por exemplo, aprender a mandar beijo, a dar risada, e a imitar os animais, são coisas
simples que os pais percebem que influencia muito no desenvolvimento dos filhos.
 Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e estilos paternos têm efeitos sobre
diferentes aspectos do desenvolvimento social e das personalidades das crianças, por
exemplo, os pais podem notar que em determinada fase da criança, os gestos e falas
acabam sendo repetidos por eles, das pessoas que eles têm convivo, o jeito de falar,
aprendem a agradar, relação de carinho com os membros.
 E todo esse comportamento é observado na escola, a influência dos coleguinhas e das
professoras forma o jeito de eles ver o mundo.
 O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica objetiva sua
promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que
possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações
educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança2.
 Portanto, são de relevância o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento das
crianças, sendo que os principais protocolos preconizam a avaliação objetiva de
habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitiva nas consultas de
supervisão de saúde.
 As avaliações do desenvolvimento infantil devem sempre levar em consideração as
informações e opiniões dos pais e da escola sobre a criança2.
 Recomenda-se procurar ouvir, informar e discutir assuntos que dizem respeito às
habilidades desenvolvidas e à maneira como a criança as explora, relacionando-as aos
riscos de lesões não intencionais e às medidas para a sua prevenção2.
Aspectos do desenvolvimento da criança de 0 a 10 anos

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Continuação dos aspectos no desenvolvimento

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Ficha de acompanhamento dos marcos do desenvolvimento

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5) Hábitos de vida saudáveis para a criança
 Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno, que isoladamente é
capaz de nutrir de modo adequado a criança nos primeiros 6 meses de vida.
 Mãe fique atenta para os sinais que indicam que seu bebê está pronto para mamar como
o movimento dos olhos, da cabeça, sinais de procura com a língua para fora, agitação dos
braços e mãos na boca. Não espere o choro do seu filho para alimentá-lo3.

5.1 Alimentação
 Técnica de Amamentação:
 A cabeça do bebê deve estar no mesmo
nível da mama da mãe e o queixo,
tocando-a.
 Boca bem aberta e lábio inferior virado
para fora.
 As bochechas arredondadas (não
encovadas) ou achatadas contra a
mama.
 Vê-se pouco a aréola durante a
mamada;
 A mama parece arredondada, não
repuxada.
 As sucções são lentas e profundas: o
bebê suga, dá uma pausa para respirar e suga novamente
 É possível ouvir o bebê engolindo.
 O corpo do bebê está totalmente voltado para o corpo da mãe (posição de barriga com
barriga) e um dos braços está ao redor do corpo da mãe.
 A cabeça e o corpo do bebê estão alinhados.
 A mãe está sentada de forma confortável e relaxada.

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 Benefícios da Amamentação:
 A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida
apresenta menores chances de desenvolver doenças ou mesmo de que elas se tornem
graves3;
 Redução de alergias;
 Redução da obesidade;
 Diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes;
 Ajuda no desenvolvimento intelectual;
 Benefícios para a mãe:
 O útero volta ao normal mais rápido e há redução na hemorragia uterina pós-parto;
 Perda mais rápida do peso acumulado na gestação;
 Amamentar é mais barato e prático, pronto para o consumo!
 Diminuição do risco de câncer de mama e ovário;
 Alimentação da criança de 6 meses a 2 anos:
 A partir dos 8 meses de idade do bebê, alguns alimentos da família já podem ser
oferecidos à criança (arroz, feijão, carne cozida, legumes) se estiverem amassados
ou desfiados e desde que não tenham sido preparados com excesso de temperos
(condimentos)3.
 Dez passos para uma alimentação saudável:
 Passo 1: “Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás
ou qualquer outro alimento”.
 Passo 2: “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros
alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais”.
 Passo 3: “Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos,
carnes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite
materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada”.

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 Passo 4: “A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os
horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o
apetite da criança”.
 Passo 5: “A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida
de colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família”.
 Passo 6: “Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada
é uma alimentação colorida”.
 Passo 7: “Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições”.
 Passo 8: “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos
e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação”.
 Passo 9: “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir o seu
armazenamento e conservação adequados”.
 Passo 10: “Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo
sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua
aceitação”.
 OBS: Não recomendado o uso de mel de abelhas até 12 meses de idade pois esse
alimento é uma fonte potencial de bactérias que são nocivas para a criança nesse
período da vida.

5.2 Sono e repouso


 A quantidade total de horas de sono de que os bebês precisam e o número de sonecas
diurnas diminuem ao longo dos primeiros anos de vida, tendo uma média de 13 horas de
sono por dia aos 2 anos de idade, com variações individuais3.
 Em torno dos 6 meses de vida, os bebês começam a ter padrões de sono, embora isso
varie muito entre eles.
 Os pais devem ter uma rotina para a hora de dormir o mais cedo possível; pois uma rotina
coerente é importante e permite o estabelecimento de um ciclo sono-vigília adequado.
 É importante que, ao anoitecer, o movimento da casa seja modificado. Menos barulho e
menos iluminação são fundamentais para manter um ambiente mais sereno.

 Ritual para uma boa noite de sono:


 Primeiro, a criança deve ser alimentada;
 Em seguida, deve tomar um banho (essa ordem pode ser invertida);
 Depois, ela é encaminhada para a sua cama. Neste momento, é importante
explicar para a criança (sem pressão, porém, às vezes, com firmeza) que chegou a
hora de dormir;

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 Os hábitos de contar uma história, ouvir uma música de suave melodia ou fazer
uma massagem podem ajudar a criança a dormir mais relaxada;
 Devem ser evitados estímulos com televisão, computador ou luz acesa, o que pode
reduzir a qualidade do sono da criança.
5.3 Vestuário adequado
 No primeiro ano de vida, em especial nos
três primeiros meses, a pele do bebê é muito
fina, pouco resistente e o fluxo de sangue nela
ainda não é perfeitamente organizado.
 Por isso, os pequenos não conseguem
regular sua temperatura corporal; têm as
mãozinhas e pezinhos mais frios do que o resto
do corpinho e estão mais suscetíveis a
irritações e alergias4;
 Uma regra simples e prática será vestir
aos recém-nascidos mais uma camada em
relação ao que os adultos apresentam para
ficarem confortáveis, e ter em atenção à
adequação da quantidade de roupa à
temperatura quando mudam de ambiente.
 As peças infantis devem ser, antes de tudo, confortáveis, seguras e adequadas às
necessidades de cada idade.
 Devem ser escolhidas peças de corte largo, simples, sem adereços que incomodam os
pequenos que passam a maior parte do tempo deitados.
 As roupinhas devem ser fáceis de colocar e de tirar para não machucar ou irritá-los na
hora do banho ou da troca;
 Os tecidos são outro fator importante: os melhores são de fibras naturais, como malhas
feitas com 100% de algodão (tecidos sintéticos impedem a respiração da pele);
 Tecidos felpudos, como veludos e moletons, além das lãs, que soltam muitos fiapos,
provocam alergias e devem ser evitados;
 Nos dias muito quentes basta um body sem manga, deixando livres bracinhos e perninhas.
 Quando sente frio, o bebê geralmente espirra, soluça e tem as extremidades de seu
corpinho mais frias. Aí é só colocar um casaquinho, meias ou uma calça.
 Antes da primeira utilização a roupa deverá ser lavada. Preferir detergentes adequados a
roupa de bebé e lavar separadamente.
5.4 Banho e higiene
 Passo a Passo para o banho:
 Coloque a banheira em uma altura confortável;
 Segure a criança passando o braço esquerdo pelas costas e prenda a mão embaixo
do seu bracinho esquerdo, apoiando a cabeça dela em seu antebraço;
 Apoie as nádegas e a as coxas do bebê na mão direita (inverta as mãos se você for
canhoto), coloque-o devagar na água e só o solte quando ele já estiver se sentindo
seguro na banheira;
 Enxágue a parte da frente do bebê com a mão direita e deixe as costas dele
apoiadas no seu braço esquerdo;

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 Comece o banho do bebê lavando o rosto.
 Se houver muco seco acumulado nos cantos das narinas ou dos olhos, umedeça a
região várias vezes até a secreção amolecer e só então a retire.
 Em seguida, lave as demais partes do corpo, deixando os cabelos, que precisam
ser levemente esfregados, por último.
 Escolha um xampu especial para os pequenos que não provocam ardência nos
olhos, caso caia no rosto;
 A região genital, que é porta de entrada para várias doenças, deve receber
cuidados redobrados em relação às outras partes do corpo.
 Nas meninas, deve-se lavar a região da vagina até o ânus e todas as ‘dobras’ com
água e sabonete.
 Os meninos de até quatro meses podem apresentar fimose fisiológica (que
desaparece naturalmente), ou seja, não conseguem expor a cabeça do pênis,
sendo necessário lavar a pele sem forçar o descolamento. Não deixe de lavar a
região entre o saco escrotal e o ânus, bem como as dobras;
 Quando terminar de banhar a parte da frente, vire-o de bruços.
 Use a mão direita para girar o bebê de modo que o seu braço esquerdo passe a
apoiar o peito e o rosto da criança. Nessa posição, a mão esquerda vai ficar presa
embaixo do bracinho direito dele.
 Aí é só enxaguar a criança.

 Cordão: Deverá ser mantido limpo e seco, fora da fralda, evitando faixas que o
comprimam. Na existência de secreções, estas deverão ser limpas com compressa e soro
fisiológico, secando de seguida com compressa seca3.
 Fralda: A higiene da região da fralda é de extrema importância para prevenção da
"dermatite da fralda" ou "rabinho assado". A fralda deverá ser mudada com frequência, e
sempre após o xixi ou cocô. A zona da fralda deverá ser limpa com água morna. Nas
meninas é importante que a limpeza da zona genital seja feita da frente para trás3.
 Unhas: As unhas do bebê deverão manter-se curtas de modo a evitar arranhões e
acumular sujeira. Nos primeiros dias de vida deve evitar cortar as unhas pois pode
machucar o bebê, prefira lixar cuidadosamente. Depois do primeiro mês de vida deverá
cortar sempre que necessário, com tesoura de pontas arredondadas ou corta-unhas de
bebê, optando por momentos em que o bebê se encontre mais calmo3.

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5.5 Higiene Oral
 Para bebês sem dentes: a limpeza da cavidade
bucal do bebê deve ser iniciada a partir dos primeiros
dias de vida, com a finalidade de remover o leite
estagnado em seu interior e nas comissuras labiais,
massagear a gengiva e acostumá-lo à manipulação da
boca. A limpeza pode ser realizada com uma gaze ou
fralda limpa – embebida em água potável ou solução
com uma colher de água oxigenada (vol. 10) em ½ copo
de água potável (fria) –, que deve ser passada
delicadamente na gengiva e em toda a mucosa oral do
bebê pelo menos uma vez ao dia3.
 Para bebês em fase de erupção dos incisivos (de 6 meses a 1 ano e meio): gaze ou fralda
umedecida em água potável, duas vezes ao dia.
 Para bebês em fase de erupção de molares (de 1 ano e meio a 3 anos): com a erupção
dos molares decíduos (ao redor dos 18 meses), deve-se iniciar o uso da escova dental
macia, duas vezes ao dia. O uso do fio dental está indicado quando os dentes estão juntos,
sem espaços entre eles, uma vez ao dia

6) Vacinação
6.1 Sobre ela
 A vacinação é uma das medidas mais importantes de prevenção contra doenças. Ela
protege o corpo humano contra os vírus e bactérias que provocam vários tipos de doenças
graves, que podem afetar seriamente a saúde das pessoas e inclusive levá-las à morte5.
A vacina estimula o corpo a se defender contra os organismos (vírus e bactérias) que
provocam doenças.
 As vacinas podem ser produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns
de seus derivados. As vacinas podem ser aplicadas por meio de injeção ou por via oral
(pela boca). Quando a pessoa é vacinada, seu corpo detecta a substância da vacina e
produz uma defesa, os anticorpos5. Esses anticorpos permanecem no organismo e evitam
que a doença ocorra no futuro. Isso se chama imunidade.
 No Brasil, a institucionalização das
políticas públicas de vacinação deu-se com
a criação do Programa Nacional de
Imunizações (PNI), instituído em 30 de
outubro de 1975. Ele regulou as ações de
vigilância epidemiológica, vacinação e
notificação compulsória de doenças no
país, dotando o Estado brasileiro de um
marco legal de alta relevância no que se
refere às vacinações obrigatórias no país6.

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6.2) Calendário de vacinação

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7) Referências

1) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de políticas de Saúde. Acompanhamento do


crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Editora MS, 2002. (Série Cadernos de
Atenção Básica, 11; Série A: Normas e Manuais Técnicos).
BEE, H. A criança em desenvolvimento. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
2) Blank D. A puericultura hoje: um enfoque apoiado em evidências. Jornal de Pediatria, Rio
de Janeiro, v. 79, n. 1, p. 13-22, 2003. Suplemento.
3) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Editora MS; 2012.
272 p. ISBN: 978-85-334-1970-4.
4) Departamento de Pediatria FMUSP, Sociedade Brasileira de Pediatria SBP. Cuidando do
Bebê. São Paulo: CSEB; 2012
5) Barbieri CL, Couto M, Aith F. A (não) vacinação infantil entre a cultura e a lei: os significados
atribuídos por casais de camadas médias de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública 2017;
33(2).
6) Mizuta A, Succi G, Montalli V, Succi RC. Percepções acerca da importância das vacinas e
da recusa vacinal numa escola de medicina. Rev Paul Pediatr. 2019;37(1):34-40.
7) Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4ª edição. Barueri, SP: Manole,
2017.
8) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.
9) Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
10)MARCONDES, E. Pediatria básica. 8. ed. São Paulo: Sarvier, 1994.

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