Você está na página 1de 29

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA


INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

MARILLYA PERES DE FREITAS

O PODER DO TOQUE NA MASSAGEM E A FISIOLOGIA


ENVOLVIDA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Barra do Garças-MT
2022
I

MARILLYA PERES DE FREITAS

O PODER DO TOQUE NA MASSAGEM E A FISIOLOGIA


ENVOLVIDA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Farmácia do Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde, Campus Universitário
do Araguaia – UFMT, como requisito parcial,
para a obtenção do título de Bacharel em
Farmácia.

Orientadora: Prof. Dra. Paula Cristina de


Souza Souto

Barra do Garças-MT
2022
II
III

DEDICATÓRIA

Este trabalho é todo dedicado à minha família,


pois é graças ao seu esforço que hoje posso
concluir o meu curso. Ainda, dedico a todos os
que me ajudaram ao longo desta caminhada.
IV

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, а Deus, que fez com que meus objetivos fossem alcançados,
durante todos os meus anos de estudos.
Aos meus pais e irmãos, que me incentivaram nos momentos difíceis e
compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava à realização deste trabalho.
Aos amigos, que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade incondicional e pelo
apoio demonstrado ao longo de todo o período de tempo em que me dediquei a este trabalho.
Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar um
melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao longo do curso
Por fim, a todos aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a realização deste
trabalho.
V

RESUMO

Em um mundo cada dia mais corrido e com menos contato físico torna-se importante entender
todos os benefícios que o toque pode trazer em ambientes hospitalares, em centros de estética
ou mesmo em casa, no dia a dia. Com a pandemia e o isolamento social, a importância do
contato físico ganhou evidência e mostrou a necessidade de estudos que mostrem como esse
ato influência no estado de saúde. Hoje a prática integrativa e complementar oferece algumas
alternativas terapêuticas que utilizam o toque, como a ayurveda; acupuntura; osteopatia;
quiropraxia; reflexoterapia e shantala. Dentre essas práticas uma das mais conhecidas é a
massagem. Assim, este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico
sobre os efeitos fisiológicos das diferentes técnicas do toque de massagem, como elas podem
ajudar na promoção de saúde e bem-estar dos indivíduos, como exemplo, na vitalidade em
bebês, na diminuição da dor, do estresse, da ansiedade e da depressão. Para isso, foi realizada
uma busca de informações em livros, artigos científicos e em diferentes bases de dados que
veicularam, nos últimos 30 anos, dados sobre toque terapêutico, massagem terapêutica, e
promoção de saúde e bem-estar através desta prática. Observou-se que que a massagem pode
atuar na diminuição de ansiedade, da depressão, de dores relacionadas a patologias e melhorar
o sistema imune, dentre outros efeitos que envolvem corpo, mente e saúde. Durante a Pandemia
do COVID19, devido ao isolamento social, foi verificado um maior números de casos de
depressão e ansiedade, sendo isto relacionado com a falta de convivência social e
principalmente pela falta de um gesto básico, o toque. Estudos já demonstraram que o toque na
massagem apresenta vários benefícios, porém ainda existe carência de estudos envolvendo um
maior de número de pessoas, observando os resultados mais de perto e com alta tecnologia.
Destaca-se ainda que existem poucos estudos correlacionando esse contato em bebes pré-
maturos. Por fim, menciona-se que o toque é muito importante, pois faz parte dos cinco
sentidos, sendo eles essenciais para que se tenha uma vida emocional equilibrada. Ainda, o
toque e a massagem são gestos básicos que qualquer pessoa é apta a realizar e sentir, sem
necessidade de aprendizado de técnicas muito específicas.

Palavras-chave: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, toque e massagem


terapêutica, benefícios do toque.
VI

ABSTRACT

In a world that is increasingly busy and with less physical contact, it becomes important to
understand all the benefits that touch can bring in hospital environments, in beauty centers, or
even at home, on a daily basis. With the pandemic and social isolation, the importance of
physical contact has gained evidence and showed the need for studies that show how this act
influences the state of health. Today the integrative and complementary practice offers some
therapeutic alternatives that use touch, such as ayurveda, acupuncture, osteopathy, chiropractic,
reflexotherapy, and shantala. Among these practices, one of the best known is massage. Thus,
this work aimed to perform a bibliographic survey on the physiological effects of the different
massage touch techniques, how they can help promote health and well-being of individuals, as
an example, the vitality in babies, and the reduction of pain, stress, anxiety, and depression. For
this, a search for information was conducted in books, scientific articles, and in different
databases that have conveyed, in the last 30 years, data on therapeutic touch, massage therapy,
and the promotion of health and well-being through this practice. It was observed that massage
can act to reduce anxiety, depression, pain related to pathologies, and improve the immune
system, among other effects that involve body, mind, and health. During the COVID19
pandemic, due to social isolation, a higher number of cases of depression and anxiety were
observed, and this was related to the lack of social interaction and especially to the lack of a
basic gesture, the touch. Studies have already shown that massage touch has several benefits,
but there is still a lack of studies involving a larger number of people, observing the results
more closely and with high technology. It is also noteworthy that there are few studies
correlating this contact in premature babies. Finally, it is mentioned that touch is very important,
because it is part of the five senses, which are essential for a balanced emotional life.
Furthermore, touch and massage are basic gestures that anyone is able to perform and feel,
without the need to learn very specific techniques.

Keywords: Integrative and Complementary Health Practices, touch and massage therapy,
benefits of touch.
VII

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8
2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 10
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 10
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 11
4. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ............................................... 12
5. O TOQUE ......................................................................................................................... 13
5.1 HISTÓRIA DA MASSAGEM .................................................................................. 15
5.2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO TOQUE NA MASSAGEM ............................... 16
6. ESTUDOS CIENTÍFICOS E O TOQUE NA MASSAGEM ........................................... 18
7. O TOQUE E A PANDEMIA ............................................................................................ 22
8. CONCLUSÕES................................................................................................................. 24
8

1. INTRODUÇÃO

Evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre


medicina convencional e práticas integrativas e complementares. Além disso, há um crescente
número de profissionais capacitados e habilitados com maior valorização dos conhecimentos
tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas. Somente no ano de 2017 foram
capacitados mais de 30 mil profissionais da área saúde (CONSELHO REGIONAL DE
FARMÁCIA, 2018).
O toque está presente em vários dos métodos liberados pela Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), como por exemplo, na acupuntura, ayurveda,
osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia e shantala. Segundo Braunstein, Braz e Pivetta (2011),
através do toque tem-se uma estimulação do sistema nervoso central que desencadeia no correto
funcionamento de vários outros sistemas do organismo humano.
Para Gomes (2010) uma forma de realizar o toque é através da massagem que, em
forma de terapia, é milenar e provém dos nossos instintos para saciar o desejo de ser tocado e
tocar, tanto para demonstração de amor e despertar segurança quanto para nos sentirmos
melhores. Desta forma, o ser humano não pode viver sem este contato físico.
A massagem, até a idade média, foi fundamental para os cuidados com a saúde.
Inicialmente as massagens eram realizadas com pomadas e ervas que ao serem friccionadas no
corpo, se tornavam curativas e auxiliavam na proteção perante lesões de infecções e também,
promoviam bem-estar. Desde então a massagem sofreu modificações e aperfeiçoamentos, mas
somente recentemente que esta prática ganhou destaque em estudos científicos, referenciando
os seus benefícios (GOMES, 2010).
De acordo com o estudo de Nessi, Rocha e Nessi (2020), o toque tem efeito de terapia
ao promover relaxamento, cura e alívio de dores e tensões. Ao tocar alguém, o corpo pode ter
ações: fisiológicas, químicas, mecânicas, psicológicas, estéticas, terapêuticas, clínicas,
educacionais e de prevenção. Nesse estudo, os autores questionaram os seus benefícios,
demonstraram que há ação sobre tecidos moles ou fluidos corporais, estimulando sistema
sanguíneo, linfático, endócrino e nervoso. Com a massagem alcançou-se a melhoria da
circulação sanguínea e linfática e consequentemente, das respostas neuromusculares
provocando baixa da depressão e ansiedade.
Segundo o Blog de Divulgação Científica da Universidade de Brasília, Eu Percebo
(2021), a espécie humana é essencialmente social e o toque ajuda no vínculo de laços nos nossos
9

relacionamentos, sendo eles românticos, amigáveis, profissionais ou parentais. Devido ao início


da pandemia no ano de 2020, a população foi obrigada a se manter afastada com o objetivo de
conter os níveis de contaminação da SARS-CoV-2, e diante desse afastamento e sem contato
físico, o indivíduo é afetado cognitivamente, afetivamente e fisiologicamente. O toque age
como regulador homeostático interpessoal, com a ativação de áreas no cérebro onde traz
benefícios como apoio social regulação emocional e anulação de efeitos como exclusão social.
Sabendo então que o toque em massagem é usado por séculos e denota inúmeros
benefícios, o presente trabalho objetivou realizar um levantamento bibliográfico sobre os
efeitos fisiológicos das diferentes técnicas do toque de massagem, como elas podem ajudar na
promoção de saúde e bem-estar dos indivíduos, como exemplo, na vitalidade em bebês, na
diminuição da dor, do estresse, da ansiedade e da depressão.
10

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Investigar a utilização do toque na massagem na promoção de saúde e bem-estar nas
pessoas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Revisar na literatura conceitos sobre o toque e terapia do toque;
• Pesquisar e investigar estudos científicos que mostram aplicação do toque
terapêutico e massagem;
• Qualificar os benefícios e efeitos fisiológicos observados;
• Analisar quantidade de pessoas que participaram dos estudos e quais eram suas
necessidades.
11

3. METODOLOGIA

O método escolhido para desenvolver este trabalho de conclusão de curso foi o de


revisão bibliográfica, também conhecido como referencial teórico ou revisão de literatura, onde
permite-se investigar o tema em questão, utilizando-se de estudos diversos que demonstram
seus pontos de vista e resultados obtidos. Assim, facilita-se obter um maior conhecimento e
encontrar respostas mais concretas sobre o tema.
O estudo foi desenvolvimento no período de abril a junho de 2022 utilizando-se de
pesquisa em diferentes bases de dados como: Scielo, Pubmed, Google acadêmico, Biblioteca
virtual em saúde (BVS), rede social voltada para a área da Ciência e Pesquisa, ResearchGate,
site do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo e do Ministério da Saúde, livros e artigos
científicos relacionados ao tema de massagem, toque e estética, sendo uma pesquisa com as
junção das seguintes palavras chaves, toque massagem, práticas integrativas. Pelo fato de a
massagem ser uma técnica antiga, a pesquisa abrangeu conteúdos veiculados em um período de
30 anos (1984-2022), sendo eles outra revisões de literatura, estudos cruzados randomizados e
randomizado controlado simples-cego. Foram desclassificados artigos que falavam de um toque
terapêutico sem o contato direto com a pele da pessoa.
12

4. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

O Ministério da Saúde (BRASIL, 2018a) mostra que as Práticas Integrativas e


Complementares (PICS) foram aprovadas no Sistema Único de Saúde (SUS) através da portaria
n° 971, de 03 de maio de 2006, e inicialmente continha as práticas de acupuntura, homeopatia,
plantas medicinais e fitoterápicas. Em seguida, no ano de 2017, na portaria a n° 849 de 27 de
março, foram ofertadas mais 14 práticas. Posteriormente, neste mesmo ano, houve um
acréscimo de novas práticas novas que totalizaram em 29 PIC´s (CONSELHO REGIONAL DE
FARMÁCIA, 2018).
O I Congresso Internacional de PICS e Saúde Pública, promovido pelo Ministério da
Saúde em (2018), discutiu sobre a grande demanda dessas abordagens integrais no Brasil, além
de ter buscado a construção de fóruns de discussão internacional para trocas de experiências
com profissionais da área, objetivando também, o debate sobre a utilização e propagação das
práticas nos Sistemas Nacionais de Saúde, aprofundando assim o conhecimento sobre o
assunto.
No Brasil, desde quando as PICS foram criadas, foram oferecidos recursos para
complementar a saúde humana, como o toque com a acupuntura, que pode ser usado de forma
integrada ou isolada com outros recursos terapêuticos da medicina tradicional chinesa (MTC).
Essas práticas estimulam, por meio de agulhas, sementes ou outros, vários pontos espalhados
pelo corpo ao longo dos meridianos, visando a manutenção e restauração da saúde e prevenção
de doenças. Na MTC, a massagem é adotada por várias racionalidades, que são mencionadas a
seguir, com intuito de promover saúde (BRASIL, 2018b).
i. Osteopatia: técnica manual que consiste na manipulação do sistema
musculoesquelético para auxiliar no tratamento de doenças;
ii. Quiropraxia: terapia que trabalha os tecidos moles, conduzindo ajustes na coluna
vertebral e em outras partes do corpo, atuando no diagnóstico e prevenção do sistema
neuromusculoesquelético;
iii. Reflexoterapia: utiliza-se de pontos reflexos e microssistemas presentes nos pés,
mãos e nas orelhas, para ajudar na eliminação das toxinas, da dor e propõe relaxamento;
iv. Shantala: técnica indiana que propõem a realização de massagem no corpo de
bebês pelos próprios pais, ajudando a sustentar o vínculo entre eles e produz uma série de
benefícios como: alívio de cólicas, melhoria no sono, fortalecimento do sistema imunológico,
entre outros;
13

v. Ayurveda: terapia que significa ciência da vida, usada quando o indivíduo está
em equilíbrio e a saúde depende de uma interação corpo-mente-espírito.
Dentro do mundo da Ayurveda encontra-se a massagem ayurvédica. Juliace et al. (2004)
desenvolveram uma estudo sobre o assunto e mostraram que esta técnica, advinda da Índia,
trabalha articulações e cadeias musculares de todo corpo, proporcionando através das mãos,
alinhamento da coluna, estimulação da circulação sanguínea e linfática, desintoxicação do
organismo, liberação de tensões físicas e emocionais e reequilibra o fluxo da energia vital. Além
disso, trata-se de uma das técnicas mais antigas que se utiliza das mãos e que possibilita o uso
dos pés para massagear, proporcionando um toque mais profundo. Seus movimentos envolvem
deslizamentos, toques suaves e profundos com alongamentos e trações baseados no Yoga, que
ajuda muito na flexibilidade.
Em um estudo desenvolvido por Astin (1998) nos Estados Unidos, foram levantadas 3
hipóteses para justificar a procura por terapias da medicina alternativas: 1) insatisfação com o
tratamento convencional; 2) considerar estes tratamentos como forma de ter mais autonomia
pessoal e controle sobre decisões e cuidados a saúde; 3) estas alternativas são vistas como de
maior compatibilidade aos valores, visão de mundo ou ainda, com crenças que os pacientes
trazem sobre a natureza, correlacionando com saúde e doença, sendo a última possibilidade a
mais aceita entre 1.035 indivíduos. Ainda nos Estados Unidos, Nahin et al. (2009) mostraram
que em 2007 a população adulta gastou US$ 33,9 bilhões em atividades relacionadas às práticas
de medicina complementar e alternativa e em compras de produtos, aulas e materiais referentes
ao assunto.

4.1 O TOQUE

Tocar faz parte dos 5 cinco sentidos de um ser humano, pois está vinculado ao tato da
nossa pele. Segundo Montagu (1988), a pele está preparada para corresponder a todos estímulos
com muita eficiência, pois sem dúvida ela é o órgão que mais fica exposto ao mundo,
representando cerca de 12% do peso total de uma pessoa. Além disso, na pele, cada 3 cm de
diâmetro apresenta mais de 3 milhões de células, entre elas, 100 e 340 glândulas sudoríparas,
50 terminações nervosas e 90 de vasos sanguíneos. Ainda, 50 receptores por milímetros
quadrados, o que totaliza 640.000 receptores sensoriais, 7 a 135 pontos táteis por centímetro
quadrado e um número superior a 500 mil de fibras sensoriais que entram na medula espinhal
via da raiz posterior. O autor ainda discute que depois do cérebro, a pele pode ser a mais
importante entre todos nossos sistemas de órgãos.
14

O toque sempre esteve presente entre duas ou mais pessoas, por meio de necessidade,
por passar uma sensação de cuidado e segurança, por isso Ignatti et al. (2004) trazem a
importância do toque na enfermagem, pois essa profissão tem o objetivo de cuidar do próximo,
perfazendo as técnicas necessárias. O ato de tocar vai além disso, ele mostra apoio, carinho,
compreensão e solidariedade, dando sustentação a profissão, sendo capaz de curar.
Tocar vai além de um contato simples físico, pois o ato permite entrada e saída
energética entre dois seres vivos, como um campo de energia humana bem grandioso que
movimenta de forma a equilibrar a saúde, se tornando instável e alterado durante a instalação
de uma patologia.
Referente ao toque e a massagem em resposta do sistema nervoso, Masina e Steffler
mencionam claramente que toda vez onde há o contato das mãos com a pele, o organismo em
resposta transmite receptores sensitivos que promovem efeitos sedativos e relaxantes. “O toque
com as mãos é o instrumento principal da massagem – ele potencializa o fluxo das redes neurais,
possibilitando tanto o estímulo como o relaxamento. A sensação de ser tocado transita entre o
acolhimento e a resistência e entre o prazer e a dor” (DONATELLI, 2015, p. 2).
Donatelli (2015) em seu livro ‘A Linguagem do toque’ mostrou que todos mamíferos,
assim como os humanos, desenvolvem uma linguagem interativa, o qual chamamos de toque e
ela está relacionada potencialmente a afetividade, pelo sistema líbico no nosso cérebro. Em
demonstração tem-se vários animais que usam algumas partes do corpo (como a língua) para
interagir por meio do toque, os humanos usam normalmente as mãos para conseguir o mesmo
efeito.
Ao reparar o mundo animal, observa-se que os filhotes de mamíferos gostam de ficar
junto ao corpo da mãe ou irmãos, sempre se movimentando de um lado para o outro, assim
propõe-se que neste ato eles fazem a estimulação cutânea, sendo esta uma necessidade
primordialmente biológica, imprescindível para o desenvolvimento físico e comportamental.
Um exemplo disso é o fato de cachorros e gatos que são insaciáveis no ato de ganhar carícias.
Além destes, cita-se o cavalo que, ao receber toque de mãos humanas logo ao seu nascimento,
mostram comportamentos mais responsáveis em situações de emergências, sem perder sua
docilidade (MONTAGU, 1988).
A pesquisadora Dra. Helen King organizou um estudo entre ratos: um grupo foi
frequentemente manipulado, acariciado e ouvia sons agradáveis dirigidos, o reflexo disso foi a
transmissão de ausência de receios, com amistosidade e sem tensão neuromuscular ou
irritabilidade. Já os ratos que não foram acariciados, nem receberam atenção de seres humanos,
15

além de momentos básicos para alimentação e limpeza, mostraram-se assustados,


atormentados, ansiosos e tensos na presença de pessoas (MONTAGU, 1988).
Por isso, ressalta-se que o toque realizado durante a massagem vai muito além de algo
“simples”, ele traz inúmeros benefícios, como a estimulação de tecidos, circulação sanguínea,
drenagem da linfa para os linfonodos, além de proporcionar regalias para o emocional de
pessoas que gostam de atenção ou que possuem transtornos psicológicos (SILVA et al., 2020).
Fritz (2002, p. 151) afirma que “Os benefícios das técnicas são simplesmente o resultado de
efeitos fisiológicos básicos desencadeados pelo estímulo tátil”.

4.2 HISTÓRIA DA MASSAGEM

De acordo com Fritz (2002), a massagem teve origem na China, inicialmente era
conhecida pelo nome de “Tui-na”, que significa empurre-puxe. Também era chamada de
“Anma” e promovia relaxamento na execução de algumas manobras, sendo elas através das
mãos de forma leve pressão e tração. O método Anma é visto como uma das primeiras condutas
completas dentro da medicina, e por ser mais seguro e simples como tratamento no corpo
humano, ele é conhecido e recomendado pelos médicos e pelos curandeiros (LIDELL;
THOMAS, 2002).
Depois do surgimento na China, por volta de 1000-3000 a.C., os chineses levaram seus
métodos para a Índia, onde surge, através de Ayur Veda, um dos maiores aprendizados da
história da massagem, um ensinamento que busca equilibrar o corpo, mente e o espírito para
manter a saúde e evitar doenças. Hoje seus ensinamentos se fundamentam na base da massagem
ayurvédica (BRAUN; SIMONSON, 2007).
Em 1800 a.C., os Hindus já apontavam que a massagem era usada para reduzir peso,
ajudar a dormir e relaxar, ainda possuíam finalidades de higienização, quando combinada com
banhos e lavagens. Hipócrates, em aproximadamente 460-380 a.C., informou que a massagem
podia melhorar a função articular e fez uma observação mesmo sem na época não ter muito
conhecimento sobre a circulação sanguínea, mencionando que a massagem deveria ser feita
com manobras na direção do coração, ao contrário do que faziam, que era para os pés.
Quando a massagem chega a Roma através dos gregos, o imperador Júlio César era
beliscado constantemente com o intuito de aliviar sua neuralgia e para prevenir ataques
epiléticos (FRITZ, 2002). Alguns anos depois, já na Grécia, antes dos Jogos Olímpicos, os
atletas recebiam massagens com fricção, unção e esfregação de areia.
16

Umas das primeiras técnicas de massagem foi criada pelo ginasta Per Henrik Ling
(1776-1839), chamada massagem terapêutica sueca, a qual surgiu para complementar o
tratamento dos doentes crônicos e auxiliar na recuperação de várias patologias. Esse tipo de
massagem é mais conhecido nos países ocidentais e constitui-se em fazer pressão, sempre no
sentido do fluxo sanguíneo, em diferentes partes do corpo (ESCOLA ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, 2010).
Na Holanda, o médico Johan Mezger foi o primeiro a levar a massagem para a
sociedade científica, demostrando para outros médicos o seu uso como tratamento. Ele também
foi o primeiro a caracterizar os toques clássicos da massagem, como effeurage (deslizamento),
pétrissage (amassamento) e tapotement (percussão), os quais são usados até hoje (FRITZ, 2002;
BRAUN; SIMONSON, 2007).
Assim, nota-se que a massagem é um ato muito antigo, como mencionado por Wood
e Becker (1984) que afirmam que o gesto é uma das linhas mais antigas de tratamento das
doenças humanas e tem como finalidade produzir efeitos terapêuticos nos tecidos musculares
nervosos, sistema respiratório do organismo, bem como na circulação geral e local de sangue e
linfa. A massagem que hoje recebemos foi modificada e evoluída a milênios de anos, mas
desde a pré-história o homem proporcionava bem-estar geral e obtinha proteção de algumas
infecções através de fricções no corpo, o qual denota o princípio inicial da técnica (DUARTE,
2009).

4.3 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO TOQUE NA MASSAGEM

Quando passamos dos nossos limites como seres humanos devido as pressões do dia-a-
dia, a tensão, mau humor, sobrecarga física e emocional, cansaço e outros desequilíbrios,
produzem uma sensação de exaustão das fisiologias orgânicas. Devido a eficiência do nosso
corpo humano, ele deixa muita reserva orgânica e funcional, então é possível suportar as
sobrecargas e responsabilidades, porém o corpo exige uma adaptação, criando uma área frágil
do corpo onde descarregamos os excessos e fragilidades. Este fato pode causar o
desenvolvimento de gastrites, colite, insônia, cefaleia, tonturas, resfriado frequente, dores
cervicais ou lombares, diarreias, palpitações, dentre outros, acarretando doenças com certa
assiduidade (IGNATTI et al., 2004).
A prática da massagem proporciona o relaxamento corporal, liberação de tensões, alívio
para dores, espasmos e retrações decorrentes da idade. Na massagem usa-se fricção,
compreensão e mobilização dos tecidos do corpo, podendo ser praticada em áreas localizadas
17

ou em todo corpo, dependendo do tratamento. A resposta que ocorre através do sistema nervoso
acontece através dos receptores sensoriais táteis, que traz mudanças dos impulsos motores,
equilibrando a homeostase e a liberação dos neurotransmissores. Já no sistema endócrino a
massagem ajuda na ação de substâncias químicas como adrenalina/epinefrina e a
norepinefrina/noradrenalina, sendo elas substâncias importantes para funções de excitação
simpática do corpo, responsáveis pela ativação e alerta em geral de seus comportamentos
(SILVA et al., 2020).
Em resposta a massagem, nosso sistema parassimpático auxilia na redução de níveis de
ansiedade e depressão, dor e aumento da imunidade, pois há uma mediação de substâncias
neuroquímicas do corpo, sendo elas: aumento na liberação de histamina com a realização da
massagem, ajudando também na defesa do corpo. Percebe-se também um aumento da
melatonina que concederá um sono reparador e por fim, há um acréscimo de serotonina e da
endorfina, responsáveis pela sensação de bem-estar (BERTOJA; TOKARS, 2017).
Há muito tempo atrás já se falava da massagem em resposta para a imunidade, como
menciona Montagu em seu livro sobre o toque:

A contundente evidência de que a pele tem uma função imunológica vem sendo cada
vez mais confirmada por numerosos pesquisadores independentes. Descobriram que
a pele, mais particularmente sua camada mais externa, a epiderme, produz uma
substância que é indistinguível imunoquimicamente da timopoietina, hormônio da
glândula timo, que está ativa na diferenciação de linfócitos T. Os linfócitos T são
responsáveis pela imunidade celular (MONTAGU, 1988, p. 194).

Um estudo realizado em camundongos divididos em ter grupos: controle; acariciados


com escovas e terceiro acariciados com as mãos, foi observado um aumento significativo de
contagem de timócitos apenas no grupo acariciado com as mãos, mostrando maior número de
CD4+ CD8+ quando analisado seu repertório de células T no timo (MAJOR et al., 2015).
Em relação ao efeito da massagem na circulação sanguínea, Gonçalves (2016) e Fritz
(2002) mostram que devido a massagem aumentar o fluxo sanguíneo, ele traz uma maior
hiperemia aos tecidos. No sistema linfático, mais precisamente a nível de capilar linfático
ocorre também estímulo, mas deve-se ter cuidado, pois a pressão da mão pode obstruir parte
dos vasos linfáticos profundos. Esse fato mostra que a massagem trabalha também na liberação
de vasodilatadores, principalmente a histamina.
Para Kavanagh (2010) uma massagem com pegada profunda pode diminuir a pressão
sanguínea ao mesmo tempo de estimular a circulação, ajudando a eliminar toxinas e aumenta a
quantidade de células sanguíneas quando se faz uma contagem. Reforçando essa teoria
18

Gonçalves (2006, p.131) discute que: “Tanto em estados saudáveis como em casos de anemia,
a massagem aumenta indiscutivelmente a hemoglobina e os glóbulos vermelhos em circulação,
proporcionando um melhor transporte de oxigênio aos tecidos”.
Outro aspecto que merece destaque é referente a diminuição da dor ao receber uma
massagem. Tal diminuição pode ser mediada por diferentes fatores, como a estimulação do
fluxo sanguíneo ou a geração de impulsos nos receptores cutâneos que também auxiliam no
quadro de dores (STARKEY, 2001). Gonçalves alega que:

Sem dúvida, um dos progressos mais dinâmicos e estimulantes na massagem tem sido
o conhecimento da importância do aspecto sensorial na percepção da dor. Os clínicos
começaram a utilizar o movimento oscilatório em articulações afetadas para diminuir
a dor e aumentar a função do membro. Com as mãos sobre o paciente, o massagista
concentra a pressão em estruturas específicas e a base anatômica que causa a
deficiência funcional é identificada. O uso das mãos para a mobilização de estruturas
comprometidas e relaxamento do espasmo muscular fez com que vários médicos
valorizassem a massagem e as técnicas manuais (GONÇALVES, 2006, p.130).

A massagem resulta sobre a pele, na camada da epiderme, uma maior permeabilidade


cutânea, estimulando e aumentando a resposta fisiológica das glândulas sebáceas e sudoríparas,
bem como potencializando a microcirculação, permitindo uma hidratação com aceleramento na
produção de elastina, que consequentemente ajuda na elasticidade da pele e estruturação
secundária (CASSAR, 2001).
A realização de massagem por deslizamento “effeurage” estimula a melhora da
circulação do retorno linfático e venoso, auxiliando secundariamente na circulação cutânea,
facilitando a troca de líquidos teciduais, aumentando a nutrição dos tecidos e auxiliando
também na diminuição da fadiga e da inflamação local (MASINA; STEFFLER, 2016).
Durante o toque da massagem podem ser liberados ainda os hormônios endorfina e a
serotonina, encarregados pelo relaxamento e sensação de prazer, desencadeando como
consequência, o sono profundo conhecido como sono REM (do inglês Rapid Eye Movement).
Na massagem também pode se reduzir o cortisol, que é um dos maiores responsáveis pela causa
da insônia e estresse, então decorrente da massagem temos uma melhor qualidade de sono
(LESSA et al., 2013).

4.4 ESTUDOS CIENTÍFICOS E O TOQUE NA MASSAGEM

Além dos estudos mais empíricos, atualmente são observados alguns estudos científicos
com maior comprovação do efeito relacionado ao toque na massagem. Em uma revisão de
estudos desenvolvida por Ignatti et al. (2004) foi confirmada a eficiência da massagem em
19

relação ao bem-estar, comtemplando uma melhoria no alívio de dores e desconfortos,


recuperação das funções musculares, ajudando na sua flexibilidade, notando a percepção de
relaxamento e diminuição de estresse, melhor produtividade no trabalho e em outras atividades
no dia-a-dia.
Que a massagem ajuda no bem-estar e relaxamento já se sabe, agora como ela pode
atuar na reabilitação muscular e ação inflamatória do local, levou a uma publicação da revista
Science Translational Medicine em 2012, na qual alguns cientistas mostraram que a massagem
estimularia alguns sinais químicos que promove uma redução na inflamação e
consequentemente, uma maior estimulação mitocondrial, que são pequenas fábricas de energia
dentro das células, deixando também a afirmação que a massagem pode ajudar na reconstrução
dos tecidos musculosesqueléticos, aqueles afetados por exercícios físicos excessivos ou
doenças. Abadi et al. (2013), no Canadá, demonstraram com 11 atletas voluntários que mesmo
que a massagem não apresente efeito sobre os metabólitos musculares, ela diminui a produção
do fator inflamatório, mitigando o estresse celular da fibra.
Walters, Dupont-Versteegden e Butterfield (2011) aplicaram massagem em músculos
saudáveis e não danificados para assim, ver a reação do corpo e sem os componentes presentes
nos danos provocados pelos exercícios. Os estudiosos demostraram que a massagem, com sua
respectiva pressão moderada, afeta o número de macrófagos residentes (M2) e não residentes
(M1) na musculatura, reafirmando que existe uma pressão certa que possibilita o aumento do
macrófago M2, responsável pelo reparo e regeneração de um processo inflamatório. Neste
mesmo sentido, Kurebayashi et al. (2016) demonstraram que os efeitos fisiológicos das
massagens são provenientes de uma pressão moderada, que permite diminuir a depressão,
ansiedade e constância cardíaca, sendo comprovado com eletroencefalograma. Foram
comprovadas respostas ao relaxamento e um aumento na atividade vagal e redução dos níveis
de cortisol no estresse. Dados obtidos com uma ressonância magnética funcional indicaram que
a massagem feita com pressão moderada alcança regiões do cérebro, atingindo amídala, córtex
cingulado anterior e o hipotálamo, assim como todas regiões presente em uma zona de estresse
e regulação emocional.
Banker et al. (2014) demostram que uma massagem feita de forma correta pode atuar
na prevenção da exacerbação de um ambiente tóxico mediante atenuação do recrutamento de
neutrófilos, explosão respiratória ou fagocitose de neutrófilos apoptóticos, diminuindo a
disponibilidade química endógena e o potencial de sensibilização nervosa. No estudo de
Butterfield et al. (2008) foi verificado que a aplicação de massagem durante 30 minutos (1x ao
dia, por 4 dias) no músculo tibial anterior danificado de um coelho diminuiu a quantidade de
20

infiltração celular e necrose tecidual, alcançando uma maior recuperação da função mecânica e
de forma mais rápida, se assemelhando com o grupo controle.
Paul Zak (2012), professor da Universidade de Califórnia (EUA), realizou um
experimento sobre a possibilidade da estimulação de ocitocina, sendo o estudo desenvolvido
com oito a dezoito voluntários, no quais ele receberam 15 minutos de massagem, e logo em
seguida foram realizados exames com a coleta de seus sangues. Como resultado, perceberam
um aumento de 9% do nível de ocitocina, com isso o autor concluiu que, quando se faz
massagem em alguém e é passado os dedos entre as costelas, pode se atingir ali o nervo vago,
que é abundante em receptores de ocitocina, ele sendo estimulado então pode levar as pessoas
a relaxar e se sentir mais seguras.
Há também quem diga que a massagem com óleos essenciais faz verdadeiros milagres,
sendo ela uma das linhas mais difundidas. Além do efeito farmacológico dos princípios ativos
presente no óleo essencial, o toque estabelece uma demonstração de comunicação não verbal
ficando em sintonia e afinidade com o usuário (SCHIMITT et al., 2010; CUNHA et al.; 2012).
Fellows, Barnes e Wilkinson (2004) trouxeram dados de um experimento científico
unindo a massagem com aromaterapia, também conhecida como massagem aromática, e
mostraram dados favoráveis na redução da ansiedade em pacientes com câncer, onde observou-
se de forma paralela, a redução de dor e náusea nesses pacientes. Pessoas em tratamento com
câncer muitas vezes vivem com dificuldades devido as reações e gravidade da situação. A
quimioterapia diminui significativamente o número de células sanguíneas, principalmente a de
linhagem branca, podendo ter assim o desenvolvimento de um maior número de infecções. Com
isso, surgiu a possibilidade da realização de um estudo que buscava avaliar o uso de
aromaterapia junto a massagem tailandesa, em pacientes com câncer colorretal. Nessa pesquisa
participaram 66 pacientes do hospital Phichit na Tailândia, sendo um estudo randomizado
controlado simples-cego. O protocolo foi feito no período de 1 semana, onde realizaram-se 3
sessões de massagem com gengibre e óleo de coco, mediante uma pré e uma pós avaliação com
medição dos glóbulos brancos, neutrófilos, linfócitos, células CD4 e CD8, além de analisar a
gravidade dos escores de sintomas. Ao final, comprovou-se a teoria de um aumento
significativo (p= 0,04%) de linfócitos no pós-avaliação e os escores decorrente da gravidade
obtiveram uma diminuição quando comparados com o tratamento padrão.
Um levantamento de estudos produzido por Rodriguez-Mansilla et al. (2017) mostrou
que a massagem terapêutica pode ajudar crianças com câncer e as respectivas reações da
quimioterapia, diminuindo ou amenizando as dores, estresses pós-traumáticos, vômitos,
ansiedade e depressão. Ainda, causa aumento da parte branca do sangue como os neutrófilos,
21

porém, para que esses resultados sejam mais assertivos, necessita-se de um maior
aprofundamento no estudo, sem imprecisões e com um número maior de pessoas.
Ainda no contexto infantil, ao avaliar os benefícios da massagem em neonatos
prematuros massageados e sem alimentação diferenciada, Diego, Tiffany e Reif-Hernandez
(2005) demonstraram resultados indicando ganho de peso dos neonatos entre 5 a 10 dias de
massagem terapêutica com pressão moderada, justificando-os pela possibilidade de um
aumento da atividade vagal da motilidade gástrica. No mesmo sentido, a pesquisa de Vickers
et al. (2004) que foi realizada mediante levantamento de dados com ensaios randomizados com
bebês prematuros e/ou de baixo peso ao nascer explicitou que houve ganho de peso com a
massagem e houve redução nos dias de internação.
Sabendo que os bebês passam por processos estressantes constantemente, Reif-
Herandez, Diogo e Field (2007) desenvolveram um estudo randomizado sobre a melhora do
estresse de 32 bebês prematuros hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
(UTIN). Os bebês receberam massagens de 15 minutos 3 vezes ao dia, por 5 dias seguidos, o
grupo controle não recebeu massagem terapêutica, mas ambos receberam os cuidados padrão.
Os resultados demonstraram melhora significativa do grupo massageado em relação ao ganho
de peso e diminuição de dias de internação. Os pesquisadores mencionam que os bebês
prematuros tiveram menos atividades ativas que representassem estresse, porém mencionam
que mais estudos abrangendo uma maior amostra devem ser feitos.
Em se tratando da massagem e imunidade, Sornkayasit et al. (2021) elaboraram um
estudo com desenho cruzado randomizado, no período de 2017 a 2019 na Tailandia, com 12
idosos tailandeses de 60 a 80 anos de idade com histórico de células T CD4+ senescentes
elevadas. Umas pesquisa de massagem Tailandesa Tradicional (TTM) demostra benefícios no
estado imunológico destes idosos, diminuindo os subconjuntos de T CD4+ senescentes e
inibindo a formação de citocinas pró-inflamatórias, nesse caso a IL-17 e IFN-γ. Foi visualizado
que o efeito cumulativo de vários tratamentos de TTM foi capaz de promover imunidade pela
atenuação das células T CD4+ senescentes, incluindo CD4+28 null , CD4+NKG2D+,
CD4+28+NKG2D+ e especificamente, CD4+28 null NKG2D+. Além disso, o TTM reduziu a
função aberrante de células T CD4+ senescentes através da diminuição da citocina pró-
inflamatória, IL-17, produzida por CD4+28nullNKG2D+, especialmente em populações de alta
expressão de NKG2D.
22

5 O TOQUE E A PANDEMIA

No ano de 2020 o Mundo foi surpreendido pela pandemia da Covid-19, na qual inúmeras
regiões ficaram em isolamento social, ocasionando na realização de trabalhos de forma remota,
evitando assim a contaminação em massa pelo vírus SARS-CoV-2. No site Eu percebo (2021),
veicula-se a importância de estar em um meio social para nossa sobrevivência e bem-estar, e
quando o estamos mais excluídos, foi demonstrado através da neuroimagem, uma sobreposição
de áreas do cérebro que ressaltam a dor física e sensação de exclusão.
Durante a pandemia, a situação de trabalho ficou mais difícil. O psicólogo Marcelo
Rezende disse: “É difícil saber exatamente como o trabalho está afetando nossas vidas agora
porque estamos vivenciando uma situação excepcional, com questões pessoais e familiares
devido ao isolamento social.” (FIOCRUZ, 2020). Segundo um resumo científico da
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 22 de março de 2022, a pandemia ocasionou
aumento de 25% dos níveis de ansiedade e casos de depressão, com isso levou 90% dos países
incluírem a saúde mental dentro da assistência psicossocial. Segundo palavras do diretor-geral
da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “As informações que temos agora sobre o impacto da
COVID-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg” (ORGANIZAÇÃO PAN-
AMERICANA DA SAÚDE, 2022).
Quando se tem mais interação social e consequentemente o toque, segundo Mariana von
Mohr, o gesto traz uma maior proximidade social, apego e sensação de pertencer e quando ele
é feito de forma lenta e afetiva, pode reduzir sentimentos de exclusão social, que hoje é
considerada uma forma de dor social (VON MOHR; KIRSCH; FOTOPOULOU, 2017).
Quando falamos de um toque afetivo relacionado ao meio social, o neuropeptídio
oxitocina é muito importante para a execução de um trabalho em grupo e apego (FELDMAN,
2012). Já a ocitocina ela está presente em alguns fatores sociais e emocionais em humanos,
denotando efeitos ansiolíticos (HEINRICHS et al., 2003) e desencadeia um crescimento na
resposta parassimpática, que possivelmente aumenta a variabilidade cardíaca, representando
um aumento no controle vagal (KEMP et al., 2012).
Von Mohr et al. (2018) explica que para se ter um equilíbrio e bem-estar é muito
importante o vínculo e o apoio social, pois eles podem trazer segurança e alívio de angústia. O
autor cita também que o ser humano, assim como os mamíferos, no decorrer dos anos se adaptou
a um cuidado mais ativo com a presença de outras pessoas, sendo que nossa personalidade e
emoções são oriundas das interações sociais.
23

Tem crescido muito a procura pelas práticas integrativas depois da vinda da pandemia
do COVID-19, e segundo a resolução do CFF N° 572 de 25/04/201 exato no inciso III fala a
atuação do farmacêutico e suas devidas atribuições dentro das práticas integrativas, ajudando
consequentemente a promoção de saúde para corpo e mente (NOBRE, 2021).
Uma vez que o meio social e de trabalho influencia diretamente na sensação de bem-
estar, apego, segurança e tranquilidade, pode-se afirmar que a pandemia criou um bloqueio
neste cotidiano, desencadeando em muitas pessoas sérios problemas pessoais e mentais. Se as
pessoas prezassem mais o pouco contato em casa, com seus amigos e familiares, essa tensão
poderia ser minimizada ou até eliminada, o perigo da doença sairia de foco e ainda, se alcançaria
uma melhor resposta imunológica.
24

6 CONCLUSÕES

A massagem é uma técnica milenar que começou mediante a necessidade do indivíduo


de tocar e ser tocado, designando benefícios junto a fricção de ervas na pele para encontrar
melhora ou até cura de algumas patologias. Com o tempo, pode-se observar e estudar a pele e
toda a fisiologia envolvida, a qual quando tocada, pode denotar benefícios como: relaxamento,
bem-estar, alívio de tensões musculares e melhora do inchaço perante problema circulatório.
Diante disso, verifica-se uma diminuição de ansiedade, da depressão, dores relacionadas a
patologias e melhoria no sistema imune, dentre outros efeitos que envolvem corpo, mente e
saúde.
Mesmo com toque na massagem e seus vários benefícios observados há anos, ainda
existe carência de estudos científicos envolvendo um maior de número de pessoas, com estudos
em mostrando de 8 a 66 números de voluntários, número significadamente pouco, precisa-se
então observar os resultados mais de perto e com alta tecnologia. Destaca-se ainda que existem
poucos estudos, e com possibilidade de viés correlacionando esse contato em bebes pré-
maturos, o que pode trazer um olhar de grande interesse, visto a necessidade de diminuição o
período de permanência de crianças em Unidades de Terapias Intensivas, facilitando o seu
ganho de peso mais rapidamente. Atualmente, a rede pública mediada pelo SUS disponibiliza
técnicas envolvendo toque, sendo estas exercidas por profissionais da área da saúde que são
capacitados em cursos profissionalizante.
Devido a ocorrência da pandemia do COVID19 pelo vírus SARS-CoV-2, muitas
pessoas se distanciaram e por muito tempo o toque básico não pode ser realizado e as suas
inúmeras vantagens não puderam ser sentidas, motivo este que pode justificar o aumento de
casos de ansiedade e depressão. Hoje em dia, diante da diminuição dos casos e da vacinação da
população, pode-se dizer que alcançamos um patamar mais seguro e que já é possível
vislumbrar melhor esta grandiosa oportunidade que proporciona grandes benefícios com o
pouco, que acontece através do toque.
O farmacêutico é um dos que pode usar das boas práticas integrativas presentes hoje,
e devido ao também aumento de procura devido a pandemia, abre uma boa oportunidade de
trabalho e atenção. Ressalta-se que o toque e a massagem são gestos básicos que qualquer
pessoa é apta a realizar e sentir, sem necessidade de aprendizado de técnicas muito específicas.
25

7 REFERÊNCIAS

ABADI, A. et al. Supplementation with α -lipoic acid, CoQ10, and vitamin E augments
running performance and mitochondrial function in female mice. PLoS One, v. 8, n. 3, p.
e60722. 2013.

ASTIN, J. A. Why patients use alternative medicine: results of a national study. JAMA, v.
279, n. 19, p. 1548-1553, 1998.

BANKER-WATERS, C. et al. Timothy. Investigating the Mechanisms of Massage Efficacy:


The Role of Mechanical Immunomodulation. Journal of Athletic Training, v. 49, n. 2, p.
266 - 273, 2014.

BERTOJA, V. G.; TOKARS, E. Os benefícios da massagem relaxante. 2017. Disponível


em: https://www.passeidireto.com/arquivo/46332921/os-beneficios-da-massagem-relaxante.
Acesso em: 14 jun. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares em Saúde


Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. 2018a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria N° 702, de 21 de março de 2018. Altera a Portaria


de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas na
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC. 2018b.

BRAUN, M. B.; SIMONSON, S. J. Introdução à massoterapia. Barueri: Manole, 2007.

BRAUNSTEIN, M. V. G.; BRAZ, M. M.; PIVETTA, H. M. F. A fisiologia da massagem


terapêutica. 2011. 41f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro
Universitário Franciscano, Santa Maria.2011. Disponível em:
http://www.unifra.br/eventos/forumfisio2011/Trabalhos/2246.pdf. Acesso em: 29 mai. 2022.

BUTTERFIELD A.; et al. Cyclic compressive loading facilitates recovery after eccentric
exercise. Medicine & Sciencie in Sport & Exercise. v. 40, n. 7, p. 1289-1296, 2008.

CASSAR, M. P. Manual de massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2001.

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA Ministério da Saúde inclui 10 novas nas


práticas integrativas no SUS. 2018. Disponível em: http://portal.crfsp.org.br/comissoes/487-
acupuntura/noticias/10074-amplia%C3%A7%C3%A3o-de-procedimentos.html. Acesso em:
10 mai. 2022.

CUNHA, A. P.; NOGUEIRA, M. T.; ROQUE, O. R. Plantas aromáticas e óleos essenciais:


composição e aplicações. Lisboa: Fundação CalousteGulbenkian. 2012.

DIARIO FARMA. Saiba mais sobre o Farmacêutico e as Práticas Integrativas e


Complementares em Saúde. 2021. Disponível em: https://www.diariofarma.com.br/saiba-
mais-sobre-o-farmaceuticos-e-as-praticas-integrativas-e-complementares-em-
saude/#:~:text=Entre%20as%20Pr%C3%A1ticas%20Integrativas%20que,Ozonioterapia%20e
%20a%20Terapia%20Floral. Acesso em: 20 jul.2022.
26

DIEGO, A. M.; FIELD, T.; REIF-HERNANDEZ, M. Vagal activity, gastric motility, and
weight gain in massaged preterm neonates. The Journal of Pediatrics, v. 147, n. 1, p. 50-55,
2005.

DUARTE, H. A origem da massagem. Henriquecursos. 2009.

DONATELLI, S. A Linguagem do Toque: Massoterapia Oriental e Ocidental. 1. ed.


Roca. 2015. 1459p.

EUPERCEBO. A importância do toque para redução do estresse e sentimentos de exclusão


social. 2021. Disponível e: https://eupercebo.unb.br/2021/05/31/a-importancia-do-toque-para-
reducao-do-estresse-e-sentimentos-de-exclusao-social/. Acesso em: 20 abr. 2022.

ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Técnicas clássicas e modernas


de massoterapia. 2010. Disponível em: 10 mai. 2022.

FELDMAN, R. Oxytocin and social affiliation in humans. Hormones Behavior, v. 61, n. 3,


p. 380-391. 2012.

FELLOWES, D.; BARNES K.; WILKINSON, S. Aromatherapy and Massage for Symptom
Relief In patients with Cancer. Cochrane Data base of Systematic, n. 2, CD002287, 2004.

FIOCRUZ. Depressão, ansiedade e estresse aumentam durante a pandemia. 2020.


Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/depressao-ansiedade-e-estresse-
aumentam-durante-a-pandemia/. Acesso em: 28 mai. 2022.

FRITZ, S. Fundamentos da Massagem Terapêutica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2002

GOMES, C. F. Técnicas clássicas e modernas de massoterapia. 2010.


Disponível em: https://eupercebo.unb.br/2021/05/31/a-importancia-do-toque-para-reducao-
do-estresse-e-sentimentos-de-exclusao-social/. Acesso em: 20 mai. 2022.

GONÇALVES, Á. Manual técnico de estética: Teoria e prática para Estética,


Cosmetologia e Massagem. 2. ed. Lisboa: EFAPE, 2006.

HEINRICH, M. et al. Social support and oxytocin interact to suppress cortisol and subjective
responses to phychosocial stress. Biological Psychiatry, v. 54, p. 1389-1398, 2003.

IGNATTI, C. et al. Toque Terapêutico: nova opção no Cuidar de Enfermagem. I


Simpósio de Ciências Integradas, 2004.

JULIACE, A. P. G et al. Massagem Ayurvédica. Disponível em: <http//www.fisio


web.com.br. Acesso em: 06 mai. 2022.

KAVANAGH, Wendy. Guia completo de Massagem: um curso estruturado para


alcançar a excelência profissional. São Paulo: Pensamento, 2010.

KEMP, A. H. et al. Depression, comorbid anxiety disorders, and heart rate variability in
physically healthy, unmedicated patients: implications for cardiovascular risk. PLoS One, v.
7, n.2, p. e30777. 2012.
27

KUREBAYASHI, L. F. S. et al. Massagem e Reiki para redução de estresse e ansiedade:


Ensaio Clínico Randomizado. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 24, n. e2834,
p. 1-8, 2016

LESSA, B. et al. Benefícios da massagem relaxante na qualidade do sono. FIEP Bulletin On-
line, v. 86, p. 1-10, 2016.

LIDELL, L.; THOMAS, S. O Novo Livro de Massagem: guia passo a passo de técnicas
orientais e ocidentais. São Paulo: Editora Manole. 2002. 196p.

MAJOR, B. et al. Massage-like stroking boosts the immune system in mice. Scientific
Reports, v. 5, n. 10913, p. 1-13. 2015.

MASINA, R.; STEFFLER, K. Apostila Principal de Introdução à Massoterapia. S.D.


Disponível em: <http://www.sogab.com.br/ apostilaprincintrodu.pdf>. Acesso em: 17 jun.
2022.

MONTAGU, A. Livro Tocar, o significado humano da pele. 10. ed. Summus Editorial.
1988.

NAHIN, R. L. et al. Costs of complementary and alternative medicine (CAM) and frequency
of visits to CAM practitioners: United States, 2007. National Health Statistics Report, v.
30, n. 18, p. 1-14, 2009.

NESSI, A. A. O.; ROCHA, M. B.; NESS, A. L. S. Os benefícios da massagem para o bem


estar. FIEP Bulletin On-line, v. 90, n. 1, p. 329-335, 2020.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Pandemia de COVID-19 desencadeia


aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. 2022.
Acesso em: https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2022-pandemia-covid-19-desencadeia-
aumento-25-na-prevalencia-ansiedade-e-depressao-
em#:~:text=2%20de%20mar%C3%A7o%20de%202022,Mundial%20da%20Sa%C3%BAde
%20(OMS). Acesso em: 16 jun. 2022.

REIF-HERNANDEZ, M.; DIEGO, M.; FIELD T. Preterm Infants Show Reduced Stress
Behaviors and Activity after 5 days of Massage Therapy. Infant Behavior and
Development, v. 30, n. 4, p. 557-561, 2007.

RODRIGUEZ-MANSILLA, J. et al. Efeitos da aplicação de massagem terapêutica em


crianças com câncer: uma revisão sistemática. Revista Latino-Americana de Enfermagem,
v. 25, e2903, p. 1-9. 2017.

SCHMITT, S., SCHAEFER, U., REICHLING, J. Comparativestudyonthe in vitro


humanskinpermeationofmonoterpenesandphenylpropanoidsapplied in rose oiland in
formofneat single compounds. Pharmazie, v. 65, p. 102-105. 2010.

SILVA, J. A. et al. A massoterapia na qualidade de vida e saúde mental dos participantes


do centro de convivência arte de conviver de Jataí-GO. 2020. Disponível em:
28

https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/399/o/JESSICA_ALVES_SILVA.pdf. Acesso em: 27


jun. 2022.

SORNKAYASIT, K. et al. Traditional Thai Massage Promoted Immunity in the Elderly via
Attenuation of Senescent CD4+ T Cell Subsets: A Randomized Crossover Study.
Environmental Research and Public Health, v.18, n. 6, 2021.

STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. 1. ed. São Paulo: Manole,


2001.

WATERS, C.; DUPONT-VERSTEEGDEN, E., BUTTERFIELD, T. Effects of cyclic


compressive loading on ED1+ and ED2+ macrophages in healthy skeletal muscle in vivo. In:
35th Annual meeting of the American Society of Biomechanics. August 10-13. Long Beach,
CA: 2011.

WOOD, E. C.; BECKER, P. D. Massagem de Beard. São Paulo: Manole. 1984.

VICKERS A; OSHLSSON A; LACY J B; HORSLEY A. Massage for promoting growth and


development of preterm and/or low birth-weight infants. Cochrane Database System
Review, v. 2004, n. 2, CD000390, 2004.

VON MOHR, M. et al. The social buffering of pain by affective touch: a laser-evoked
potential study in romantic couples. Social Cognitive and Affective Neuroscience, v. 13, n.
11, p. 1121-1130. 2018.

VON MOHR, M.; KIRSH, l. p.; FOTOPOULOU, A. The soothing function of touch:
affective touch reduces feelings of social exclusion. Scientific Reports, v. 187, n. 1, p. 13516.
2017.

ZAK, P. A molécula da moralidade. Rio de Janeiro: Elsevier. 2012.

Você também pode gostar