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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGICA NA PSICOGERIATRIA

Ana Paula Peres Mendonça Carvalho


Eliane Maria Duarte Julião
Larissa Carolina Heringer
Yulia Carla de Oliveira Bicalho
Omar Ferreira de Azevedo

RESUMO

Estudos indicam que conforme envelhecemos, ocorrem perdas de capacidades


cognitivas que afetam o desempenho ideal das atividades diárias, inclusive na capacidade de
tomada de decisão, quadro que pode ser agravado por condições médicas pelas quais a
capacidade de fazer escolhas vantajosas e adequadas fica comprometida. O envelhecimento é
visto como limitador e muitas vezes tem determinado a disfuncionalidade generalizada do
sujeito promovendo o adoecimento e futura disfunção antes mesmo das patologias se
instalarem, a revisão visa tratar desse assunto de qualidade de vida, acerca do diagnóstico e
dignidade no envelhecer. O presente estudo teve por objetivo buscar evidências na utilização
da avaliação neuropsicológica como instrumento de estadiação na funcionalidade do idoso,
levando em conta a definição de envelhecimento e suas particularidades e como se
apresentam na atualidade os avanços no uso de ferramentas adaptadas de avaliação
neuropsicológicas e a abrangência de suas análises, assim como compreender sua importância
como beneficio na definição do diagnóstico diferencial, das principais demências que acorrem
no processo de envelhecimento e que podem ser avaliadas de forma significante pelos testes
neuropsicológicos afim de diagnóstico diferencial que atue positivamente na evolução do
processo e condução do envelhecimento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada em
coletas de dados através de revisão bibliográfica, buscando respostas para a avaliação
diferencial em idosos, com relação ao seu processo de envelhecimento ao longo da vida,
buscando assim uma perspectiva de vida e bem estar, investigando e aumentando a autonomia
positiva desse sujeito.

Palavras-chave: Avaliação Neuropsicológica. Envelhecimento. Demências.

Introdução

O presente artigo teve por objetivo buscar evidências na utilização da avaliação


neuropsicológica na funcionalidade do idoso, constatar, através de revisão bibliográfica,
pesquisas e ferramentas desenvolvidas para a população idosa que consegue evidências do
beneficio das avaliações neuropsicológicas, como um instrumento a mais na escuta e
observação desse sujeito aumentando as possibilidades de uma melhor diagnóstico e
prognóstico, qualidade de vida e adaptação à disfuncionalidades assim também como para os
cuidadores. Giurgia (1995) alerta para a importância de se avaliar dois aspectos: o rendimento
geral do idoso e a presença de dificuldades, além da necessidade de investigar questões não
cognitivas como a motivação para compreender se aspectos emocionais podem estar
influenciando suas capacidades.
De acordo com Benton (1994) o exame neuropsicológico permite traçar inferências
sobre a estrutura e a função do sistema nervoso a partir da avaliação do comportamento do
paciente em uma situação de controle de estímulo resposta. São usados testes cognitivos,
entrevistas, observação comportamental e as escalas de avaliação. Levando-se em conta o
conhecimento trazido pelas pesquisas e avanços tecnológicos, a avaliação neuropsicológica
tem evidenciado um importante ganho na diferenciação das patologias do envelhecimento,
pois o conhecimento da correlação entre atividades cerebrais e o comportamento cognitivo
revela condições mais pontuais no processo de envelhecimento de forma individual,.
Dentro do processo de abordagem da queixa trazida pelo paciente, o Psicólogo com
seu saber, pode mapear esse processo de envelhecimento fazendo interface com o saber
neurológico o que traz à tona uma maior estadiação do processo de envelhecimento assim
como potencializa a capacidade funcional preservada e muitas vezes camuflada por um
diagnóstico generalista. É comum o Psicólogo confrontar-se com variáveis confundentes,
segundo Lindenberg &Baltes, 1995:Vanderploeg,2009) nestes casos quando existe a suspeita
de que o déficit de uma função cognitiva interfere com a avaliação de outra função em
consideração, a abordagem teste-de-limites pode fornecer informação diagnóstica valiosa,
mesmo quando a validade da interpretação normativa é questionável.
Segundo Marta Camacho ainda que o envelhecimento cognitivo envolva o
desenvolvimento biológico, o estado sanitário, padrões culturais, alterações na rede social e
variantes psicológicas, o desafio particular na avaliação neuropsicológica é identificar perfis
cognitivos associados a doenças neurológicas, e para isso lança-se mão de instrumentos de
avaliação especificamente desenhados para essas perturbações assim como os dados
normativos específicos para essa idade, daí a importância de orientar e reforçar a aplicação
desse conhecimento na condição da otimização e melhoria das práticas profissionais.
Estudos indicam que conforme envelhecemos, ocorrem perdas de capacidades
cognitivas que afetam o desempenho ideal das atividades diárias, inclusive na capacidade de
tomada de decisão, quadro que pode ser agravado por condições médicas pelas quais a
capacidade de fazer escolhas vantajosas e adequadas fica comprometida. O envelhecimento é
ainda visto como limitador e muitas vezes tem determinado a disfuncionalidade generalizada
do sujeito promovendo o adoecimento e futura disfunção antes mesmo das patologias se
instalarem, a revisão visa retratar a atual oferta de instrumentos e ações na atividade da
psicogeriatria, focando na avaliação neuropsicológica buscando o prolongamento da
qualidade de vida no processo de envelhecimento

O processo de envelhecimento

O envelhecimento é influenciado por mudanças complexas. Associa-se à velhice o


acúmulo de uma grande variedade de danos moleculares e celulares que, com o tempo, leva à
perda gradual nas reservas fisiológicas, o aumento do risco de contrair diversas doenças e o
declínio geral na capacidade intrínseca do indivíduo. Além disso, ocorrem mudanças nos
papéis e posições sociais, bem como a necessidade de lidar com perdas de relações próximas.
Os objetivos e as prioridades costumam mudar, o que pode estar relacionado com a adaptação
à perda, mas que também reflete o desenvolvimento psicológico contínuo na idade mais
avançada (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2015).
Segundo Schneider e Irigaray (2008), as pessoas mais velhas, nos países em
desenvolvimento, são definidas como idosas quando chegam aos 60 anos, independentemente
das suas condições biológicas, psicológicas, sociais e culturais, porém, o conceito de idade é
multidimensional, sendo que a idade e o processo de envelhecimento possuem outras
dimensões e significados biopsicossociais que extrapolam as dimensões da idade cronológica.
A distinção entre idosos jovens, idosos velhos e idosos mais velhos pode auxiliar no
entendimento de que o envelhecimento não é algo determinado pela idade
cronológica, mas é consequência das experiências passadas, da forma como se vive
e se administra a própria vida no presente e de expectativas futuras; é, portanto,
uma integração entre as vivências pessoais e o contexto social e cultural em
determinada época, e nele estão envolvidos diferentes aspectos: biológico,
cronológico, psicológico e social (SCHNEIDER; IRIGARAY, p. 586, 2008).
Há pelo menos três formas de envelhecimento: o normal, que transcorre sem
patologias físicas ou psicológicas que incapacitam; o patológico, organismo acometido por
enfermidade e incapacidade; e o bem sucedido, com baixa probabilidade de doenças
associadas ao alto funcionamento cognitivo, capacidade funcional e compromisso com a vida
(FREIRE, RESENDE, 2008).
Rowe e Kahn (1998, p. , apud Cupertino, Rosa e Ribeiro, 2007) definem
envelhecimento saudável o que ocorre com “baixo risco de doenças e de incapacidades
funcionais relacionadas às doenças; funcionamento mental e físico excelentes; e envolvimento
ativo com a vida”.
De acordo com Neri e Vieira (2013, apud Pinto e Oliveira, 2015), o envolvimento
social de idosos é parte fundamental para uma velhice bem sucedida, e esta está relacionada a
atividades avançadas da vida diária, nas quais os idosos são capazes de ir à igreja, fazer
viagens curtas, e ir a reuniões sociais. O apoio social da família ajuda os idosos a se manterem
ativos, no processo de enfrentamento e na recuperação de enfermidades, estresse e outras
experiências difíceis da vida. Esse apoio é uma troca entre as pessoas, no sentido de promover
o bem-estar físico e psicológico. Esse apoio pode se dar por meio de ajuda nas tarefas do dia a
dia, como afeto e companhia ao idoso, fazendo com que ele se sinta amado e valorizado.
O processo que envolve o envelhecimento depende de uma variabilidade de
fenômenos que se interagem: herança genética, fatores físicos, psíquicos e sociais, estilo de
vida, fatores culturais e de gênero, disponibilidade e acessibilidade a serviços de saúde e
prevenção de doenças. Com o avanço da compreensão da teoria do envelhecimento,
ocorreram progressos no campo da ciência aplicada. A psicofarmacologia, a neuroimagem
funcional e o desenvolvimento de técnicas cognitivas e comportamentais de reabilitação
neuropsicológica, toda uma nova forma de prevenção e mediação do desenvolvimento físico e
psicólogo tem aumentando o bem-estar, a qualidade de vida, a autonomia e independência
durante a velhice (MALLOY-DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013).
A idade avançada é o principal fator de risco para o desenvolvimento de declínio
cognitivo e demência. A sua detecção precoce, diagnóstico feito o mais precocemente
possível, impõe-se como prioridade assistencial. As intervenções neste sentido já permitem
estabilizar ou melhorar alguns déficits cognitivos, potencializar as capacidades funcionais e
controlar os sintomas psicológicos associados, sendo a eficácia terapêutica associada à
precocidade da sua implementação. No conjunto, estas intervenções terapêuticas aumentam
significadamente o período de funcionamento relativamente preservado e já têm um grande
impacto na qualidade de vida dos pacientes e dos seus cuidadores (FREITAS et al., 2012).
A avaliação neuropsicológica é essencial para detectar o funcionamento cognitivo e
emocional dos pacientes idosos. Em psicopatologia, o declínio cognitivo global é chamado de
demência. A palavra demência é de origem latina (dementia) e significa, genericamente,
qualquer deterioração mental. É um conceito amplo que inclui deterioração das habilidades
intelectuais, da memória, da orientação, do pensamento e do comportamento. Essa
deterioração representa um declínio das funções cognitivas adquiridas anteriormente
(HAMDAN, 2008).
Após o neuropsicodiagnóstico, é possível planejar condutas, até a indicação de
reabilitação neuropsicológica, se for necessário. Seja qual for o enfoque a ser dado na
reabilitação de doenças degenerativas, o psicoterapeuta deverá ter conhecimento sobre a
doença e o processo no qual está inserido, bem como considerar a relevância do papel da
qualidade de vida para o paciente e sua família neste processo. Convém destacar, também, a
importância do interesse e da sensibilidade do profissional de saúde ao lidar com o paciente
idoso (SCHLINDWEIN-ZANINI, 2009).

Envelhecimento mundial

Em todo o mundo, o número de pessoas com 60 anos ou mais (idosos) está crescendo
mais rapidamente do que o de qualquer outra faixa etária. Pode-se dizer que a população está
envelhecendo, devido a inúmeros fatores, tais como: melhores condições médico-sanitárias,
substanciais diminuições das taxas de fecundidade (planejamento familiar) e de mortalidade, e
consequentemente, à redução do número de jovens, e ao aumento da população idosa
(Organização Mundial de Saúde, 2005).
De acordo com Freitas et al., (2012) a evolução em 100 anos (1900–2000) da
expectativa média de vida nos EUA de 49 para 76,5 anos, segundo dados da Federal
Interagency Forum on Aging-Related Statistics (2000) e, em Portugal, a esperança média de
vida aumentou de 66.7 para 82.2 anos, sexo feminino, e de 61.1 para 75.9 anos, sexo
masculino, conforme dados da European Commission (2010).
Quanto à escala mundial, Spar e La Rue (2002, apud FREITAS, 2012) mencionam que
o número de pessoas com mais de 65 anos (idade a partir da qual a pessoa é considerada idosa
nos países desenvolvidos) aumentou de 10 a 17 milhões, em 1990, para 342 milhões, em
1992. A estimativa para 2050 é de aproximadamente 2,5 bilhões, 20% da população total,
dado este de extrema relevância em termos assistenciais e de saúde pública a nível mundial,
devido ao drástico aumento das taxas de incidência e prevalência das demências na idade
avançada.
Envelhecimento no Brasil

No Brasil, estima-se que, em 2050, para cada 100 crianças brasileiras de 0 a 14 anos,
haverá 172,7 idosos. Em 2060, a população idosa deve passar de 58,4 milhões e o país será o
sexto país do mundo em população de idosos. A expectativa média de vida do brasileiro deve
aumentar de 75 para 81 anos (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013).
Existem no Brasil medidas e leis que têm por objetivo a proteção dos idosos. Essas
estão presentes na Constituição Federal de 1988, na Política Nacional do Idoso de 1994 e no
Estatuto do Idoso de 2003. Seu maior objetivo é fornecer aporte para defender a dignidade
dos idosos, zelando por seu bem-estar e garantindo o seu direito à vida. Em todas elas, é
constante a afirmação de que a responsabilidade para o suporte aos idosos é solidária entre a
família, o Estado e toda a sociedade. Entretanto, apesar de prestar alguns serviços básicos de
saúde para a população de terceira idade, com a estimativa do aumento considerável do
número de idosos, a cobertura dos serviços prestados permanecerá insuficiente sobretudo, em
se tratando de serviços e alojamentos para cuidados de longa duração, centros de recreação,
serviços de atenção integral não cobertas pelos planos de saúde, e que por isso são restritos a
setores de níveis socioeconômicos mais altos. (KARSCH, 2003).
O fenômeno do envelhecimento populacional no Brasil tem levado a uma
reorganização do sistema de saúde, pois essa população exige cuidados que são um desafio,
devido às doenças crônicas que apresentam, além do fato de que incorporam disfunções nos
últimos anos de suas vidas (NASRI, 2008).

Doenças relacionadas ao processo de envelhecimento

O processo avaliativo leva em conta a saúde geral, as mudanças esperadas para o


envelhecimento normal e os relatos dos cuidadores. Sua importância está na sensibilidade das
medidas neuropsicológicas para diagnósticos pré-demenciais, estágio inicial , planejamento e
intervenções cognitivas e farmacológicas. De modo geral, há algumas diretrizes que sinalizam
o estado mental e/ou funcional do indivíduo; por exemplo, o idoso saudável é uma pessoa
capaz de realizar todas as atividades que exercia nos estágios anteriores de vida (dirigir, fazer
compras, viajar, ir ao banco, passear, cozinhar etc.) - apesar da lentidão psicomotora nessa
fase. A preservação da vida diária reflete condições cognitivas saudáveis (Parente et al., 2006;
Zimerman, 2000).
Em contrapartida, idosos com algum comprometimento das funções cognitivas terão
suas atividades prejudicadas, em alguma situação doméstica e/ou social (MalloyDiniz et al.,
2010; Parente et al., 2006). Segundo Miotto et al. (2012), existem várias condições clínicas
que afetam diretamente a cognição,dentre elas as mais comuns são o Comprometimento
Cognitivo Leve (CCL) e a Demência tipo Alzheimer (DA).
Carvalho (2007) descreve a demência como sendo uma condição caracterizada pela
presença de déficits cognitivos múltiplos adquiridos e persistentes ,que inclua alterações da
memória e de pelo menos outro domínio cognitivo (por exemplo, afasia, disfunção executiva,
agnosia, etc), sendo capaz de prejudicar as atividades sócioocupacionais , apresentando
declínio significativo em relação ao estado prévio. Já para Nitrini (2012), trata-se de uma
síndrome que se caracteriza por um declínio cognitivo geral, causado por uma lesão no
sistema nervoso central ,suficientemente grave para interferir nas atividades de vida diárias.
Segundo Teixeira et al (2017), a demência é diagnosticada quando há sintomas
cognitivos ou comportamentais que:
1-interferem na habilidade de funcionamento no trabalho e atividades habituais.
2-representam um declínio nos níveis anteriores de funcionamento.
3-não são explicados por um quadro de delirium ou um distúrbio psiquiátrico grave.
4-o comprometimento cognitivo é identificado e e diagnosticado através de uma combinação
de:
4.1-história relatada pelo paciente e por um informante próximo;
4.2-avaliação cognitiva objetiva ou avaliação neuropsicológica
5- o comprometimento cognitivo ou comportamental envolve um mínimo de dois dos
seguintes domínios:
5.1- comprometimento da capacidade de adquirir e lembrar de novas informações;
5.2-comprometimento do raciocínio e da manipulação de tarefas complexas ,julgamento
pobre;
5.3- habilidades viso espaciais comprometidas;
5.4- comprometimento das funções da linguagem;
5.5- mudanças no comportamento e personalidade.
Há vários tipos de demências: a Demência de Alzheimer, a Demência Vascular, a
Demência por Corpúsculos de Lewy, Demência por Doenças Infecciosas, Demência
Frontotemporal, Doença de Huntington, Demência por Parkinson, Doença de Creutzfeldt-
Jakob, Afasia Progressiva Primária, Degeneração Córticobasal, Demência Semântica,
Paralisia Supranuclear Progressiva, dentre outras (Caramelli & Barbosa, 2002; Caramelli,
Herrera, & Nitrini, 1999; Carvalho, 2007; Guariglia,Anghinah & Nitrini, 2012).
Abordaremos as Demências de maior ocorrência e que tem como aliadas para um
diagnóstico mais acurado a Avaliação Neuropsicológica.

Demência Tipo Alzheimer – DA

A Demência tipo Alzheimer (DA) é caracteriza por um rebaixamento cognitivo global,


com comprometimento de memória e outras funções cognitivas, além de sintomas
neuropsiquiátricos e comportamentais, levando a alterações das atividades de vida diárias. A
progressão dos sintomas na DA pode ser observada por 3 fases: leve,moderada e grave (Laks,
Marinho & Engelhardt, 2006; Nitrini, 2007; Nitrini, Caramelli,Bottino, Damasceno, Brucki &
Anghinah, 2005).
É importante ressaltar uma diferença básica entre os termos “Doença de Alzheimer” e
“Demência tipo Alzheimer”. Embora os dois termos sejam usados de forma intercambiáveis
na maioria das vezes, pode-se dizer que a Doença de Alzheimer é um conceito mais amplo
que contempla alterações mais sistêmicas (neuroquímicas, neurofisiológicas e
neuroanatômicas, além da cognição). Quando se fala em Demência Tipo Alzheimer, limita-se
aos aspectos cognitivos e funcionais do sujeito (Frota et. al., 2011). Essa condição clínica é de
natureza neurodegenerativa com início frequentemente insidioso, e com piora progressiva que
causa interferência na vida diária (Hototian, Bottino & Azevedo, 2006).
A etiologia da Doença de Alzheimer ainda permanece indefinida, embora muitos
avanços tenham sido feito em relação a descobertas dos seus mecanismos genéticos e
bioquímicos (Ministério da Saúde, 2010). Em resumo, a Demência de Alzheimer é um dos
sintomas centrais da Doença de Alzheimer .Segundo GlennMatfin (2011), podem-se dividir as
alterações neuropatológicas da Doença de Alzheimer em duas grandes áreas: as mudanças
estruturais e as alterações em neurotransmissores. No Brasil, a estimativa da prevalência de
demência é de 7,1% da população acima de 65 anos, sendo que 55% dos casos correspondem
a Demência tipo Alzheimer (Ministério da Saúde, 2010).
Para o diagnóstico da Demência de Alzheimer é necessário excluir algumas condições
clínicas, dentre elas delirium (ou estado confusional agudo) ou outras condições psiquiátricas.
A deterioração cognitiva deve representar um declínio progressivo em relação ao estado pré-
mórbido (Albert et al.,2011; Frota et al., 2011). Segundo o DSM-IV (APA, 2002), um dos
critérios mínimos para um indivíduo ser diagnosticado com Demência Tipo Alzheimer é a
presença de déficits em uma segunda função cognitiva, além da memória.
No entanto, atualmente, em alguns casos, é admitido que as alterações possam ocorrer
em outras funções: linguagem, funções executivas, habilidades visuoespaciais ou
visuoperceptivas e não necessariamente a memória (Albert et al., 2011; Frota et al., 2011).
Critérios de DA segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - Texto
Revisado - 4º Edição (DSM-TR-IV). Critérios e Sintomatologia:
1) Comprometimento da memória (incapacidade para aprender informações novas e para
lembrar-se de informações previamente aprendidas).
2) Ao menos um dos seguintes transtornos: a) Afasia; b) Apraxia; c) Agnosia; d) Transtorno
de Funções Executivas.
3) O curso é caracterizado por início gradual e declínio cognitivo contínuo.
4) Os déficits cognitivos causam significativo comprometimento social e ocupacional e
representam declínio significativo de nível de funcionamento anterior.
5) Os déficits cognitivos de A não se devem a nenhuma outra causa médica ou uso de drogas.
6) Os déficits não ocorrem apenas em associação com delirium.
7) Os déficits não podem ser explicados por outros transtornos psiquiátricos.
Segundo Hototian et al. (2006), após terem satisfeitos os critérios de A a F, deve-se
especificar o início do transtorno (antes dos 65 anos = precoce, e depois do 65 anos = tardio).
Pode-se estabelecer três níveis de certeza em relação ao diagnóstico: possível, provável e
definitivo (McKhann, et al., 2011). O diagnóstico definitivo, embora possa ser realizado em
vida através de uma biópsia do tecido cerebral, geralmente é feito postmortem. É por
intermédio de evidências histopatológicas que se atesta a certeza máxima do diagnóstico, ou
seja, o diagnóstico definitivo para DA (McKhann, et al.,2011).
Comprometimento Cognitivo leve - CCL

Segundo Petersen (2001) CCL é um transtorno cognitivo caracterizado por alteração


na cognição, seja ela nos sistemas mnemônicos,atencionais, linguagem, funções executivas,
por exemplo. Outra característica dessa condição clínica é a preocupação que o indivíduo tem
em relação a essa mudança cognitiva, isto é, idosos com CCL percebem tal declínio – ao
contrário dos idosos demenciados que, em geral, possuem anosognosia (Petersen, 2004;
Petersen et al.,2001). No CCL, as atividades de vida diária não estão prejudicadas ou
apresentam alterações mínimas (Hamdan, 2008; Mattos & Paixão, 2010; Petersen, 2004;
Petersenet al., 2001).
Em relação à classificação clínica, o CCL pode apresentar-se de 4 formas (Petersen,
2004; Petersen et. al., 2001):
a) CCL amnéstico domínio único: ocorre um comprometimento significativo apenas da
memória;
b) CCL amnéstico múltiplos domínios: ocorre um comprometimento significativo da memória
e outra função cognitiva;
c) CCL não-amnéstico domínio único: apresenta comprometimento significativo de apenas
uma função que não a memória;
d) CCL não-amnéstico múltiplos domínios: ocorre comprometimento significativo em mais
de uma função cognitiva que não a memória.
Sabe-se que os indivíduos com CCL que apresentam alterações de memória tem mais
chances de desenvolver Demência tipo Alzheimer (Albert et al., 2011; Frota et al., 2011).
Estudos recentes (Albert et al., 2011; Frota et al., 2011; Sperling et al., 2011) têm revelado
que alguns biomarcadores (tau proteínas, betaamilóide,alterações na micróglia dentre outros)
para a DA já se apresentam alterados e estão presentes no organismo dos indivíduos, mesmo
antes do inicio de qualquer manifestação clínica. Os cientistas têm chamado essa condição de
“estágios pré-clínicos da DA” (Albert et al., 2011; Frota et al., 2011; Sperling et al., 2011).
Esses estágios são etapas nas quais não há quaisquer sinais e sintomas de CCL ou DA. Uma
questão relevante é que ainda há na literatura discussões e questionamentos se o CCL é uma
entidade nosológica distinta ou não da DA (Sperling et al., 2011).
As principais diferenças clínicas entre CCL E DA:
TABELA

Demência Vascular
A demência vascular é um quadro demencial causado por DCV associado a grandes
lesões tromboembólicas, lesões pontuais, doença de biswanguer e acidente vascular cerebral
hemorrágico, se difere da DA se houve AVC prévio e sintomas neurológicos focais. Segundo
Edgar Nunes de Morais e Maria Aparecida Bicalho(Teixeira,Antônio L et al ,2017) a DV é a
principal forma de demência secundária , uma doença progressiva que compromete as
habilidades cognitivas, por redução de fluxo sanguíneo no cérebro . São precedidos por um
declínio cognitivo sem comprometimento da funcionalidade , o CCLv, comprometimento
cognitivo leve vascular.
De acordo com os autores para satisfazer o diagnóstico de demência deve existir
comprometimento cognitivo em múltiplos domínios, que inclui memória, atenção e
velocidade, planejamento, tomada de decisões, flexibilização mental, julgamento,
aprendizagem, percepção e visuoconstrução, esquema corporal e cognição social. Esse
comprometimento é responsável pela dificuldade no desempenho das atividades diárias. Faz-
se necessária a presença de sinais e sintomas neurológicos ou neuroimagem demonstrando a
presença de DCV, onde as lesões vasculares devem incluir áreas corticais e estruturas
subcorticais associativas ou límbicas-paralímbicas, determinando sinais clínicos cognitivos
e /ou comportamentais heterogêneos.
Utilizam-se a tríade demencial da DV para elaboração diagnóstica: síndrome
demencial (comprometimento da memória e/ou função executiva), causa vascular (pós-ictus
ou isquemia subcortical) e relação adequada (temporal e funcional).

Demência Frontoremporal

Demências frontotemporais apresentam alterações de personalidade e comportamento,


linguagem, memória e habilidade visioespacial preservada.De acordo com Luciano Inacio
Mariano etal (2017)( Teixeira,Antônio L et al ,2017) o termo DFT refere-se a um conjunto de
doenças degenerativas que tem em comum o acometimento preferencial dos lobos frontais e
temporais, abrangendo a variante comportamental a (vc DFT) , a demência semântica (DS) e
a afasia progressiva não fluente (APNF), é considerada uma doença pré-senil, sendo a
segunda causa mais comum de demência em indivíduos com idade inferior a 65 anos.
Comparativamente à DA a DFT esta associada à menor sobrevida em função da
evolução mais rápida da doença. Segundo os autores a DFT frequentemente diagnosticada
equivocadamente, sendo institucionalizados mais cedo do que os acometidos com DA.As
mudanças de personalidade, os distúrbios de interação social e as alterações comportamentais
são critérios clínicos para diagnóstico de DFT. Recomendam detalhada anamnese, focada nos
sintomas atuais e nas diferenças comportamentais de maneira a investigar a personalidade
pré-morbida. Sempre que possível a avaliação dos transtornos comportamentais deve ser
complementada com escalas neuropsiquiátricas e testes neuropsicológicos específicos. A
investigação por neuroimagem é importante para excluir causas não degenerativas e buscar
alterações sugestivas.

Demência com Corpos de Lewy

A demência por corpos de lewy ocorrem flutuação dos déficits cognitivos ,


alucinações visuais bem detalhadas e sintomas parkinsonianos.O declínio cognitivo é
progressivo e interfere na capacidade funcional. A atenção, as funções executivas e
habilidades visioespaciais são os domínios cognitivos mais comprometidos nas fases iniciais
com relativa preservação da memória , sendo este o referencial para DA. Elisa de Paula f.
Resende (Teixeira,Antônio L et al ,2017) em revisão bibliográfica sobre o assunto postulam
que as características de DCL e D-DP(Parkinson) possuem como principal manifestação o
declínio cognitivo, com superposição ,impossibilitando uma avaliação transversal refletindo a
similaridade do processo patológico subjacente e que a regra do um ano pode ajudar a
diferenciar as duas , se a demência surgir dentro de um ano do início dos sinais
parkinsonianos, trata-se de DCL.
As alterações são bastantes similares ocorrendo episódios de confusão mental
recorrentes em um paciente com deterioração cognitiva progressiva subjacente e o subtipo
mais comum em ambos os casos é em geral o não amnéstico. Há comprometimento da
atenção, das habilidades visuoespaciais e disfunção executiva o que difere da DA que tem
comprometimento maior da memória e linguagem. Segundo a revisão manifestações
psiquiátricas são comuns tanto no DCL e D-DP, alucinações, delírios perscecutórios ,
ciúmes ,apatia e ansiedade sendo que na DCL podem ocorrer desde o início. Entre 80% a
100% dos indivíduos com DCL desenvolvem Parkinson durante o curso da demência.
A entrevista com o acompanhante ou cuidador e a revisão do histórico médico são
importantes para estabelecer a sequência temporal do surgimento dos sintomas
parkinsonianos e cognitivos. Atentando para que os quadros de demência sempre se referem à
deterioração cognitiva persistente, com déficit adquirido e com duração mínima de seis
meses, com preservação do nível de consciência, distinguindo-a delirium, excluindo também
efeitos iatrogênicos, demências reversíveis, ausência de depressão para diagnóstico devendo
ser tratada antes do diagnóstico.
Segundo os autores a avaliação neuropsicológica nas DCL e D-DP vão pontuar
transtornos de humor, apatia, psicose , TCREM(transtorno comportamental do sono rem) que
podem prejudicar a função cognitiva ou estar associados ao desenvolvimento da demência. A
lentidão e ansiedade podem afetar negativamente a avaliação devendo ser aplicada no período
“on” sem uso de anticolinérgicos e outros fármacos e não apresentarem sintomas não
motores . O Movement Disorders Society estabeleceu recomendações para realização de duas
etapas de testes , o nível I , avaliação breve, usada na clínica e o nível II, avaliação abrangente
que requer a utilização de testes neuropsicológicos formais, com aplicação de dois testes em
cada um dos cinco domínios cognitivos.

Depressão Geriátrica

Em sua revisão bibliográfica Breno Satler Diniz (Teixeira,Antônio L et al ,2017) trata


o assunto da depressão geriátrica como um transtorno psíquico associado a sofrimento e
deterioração da qualidade de vida acarretando declínio cognitivo ,maior morbildade e
mortalidade,e não como consequência natural do envelhecimento.Segundo o autor a avaliação
deve contar com exames laboratoriais, eletrocardiograma, avaliação neuropsicológica e
exames de neuroimagem. No tratamento farmacológico o clínico deve ter em mente as
modificações farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao envelhecimento normal.
Os pacientes idosos podem se beneficiar de acordo com o estudo do tratamento
psicoterápico com as terapias cognitivo comportamental, psicoterapia interpessoal e
psicodinâmica. Em sua revisão bibliográfica sobre psicoterapia com idosos, Jessica
D.R.Ferreira ( Teixeira,Antônio L et al ,2017) et al (pag 127) dispõe sobre os mitos referentes
a suposta inabilidade do idoso em aprender e na dificuldade de adaptação ao processo
terapêutico, mostrando que a literatura sua eficácia em diversas situações clínicas .
Outro mito seria o de que o envelhecimento “normal” traria consigo transtornos
mentais , não tratando sintomas psicopatológicos , com prejuízos para o idoso, nas relações
interpessoais , na qualidade de vida e aumento dos gastos com serviços de saúde. O
conhecimento de características específicas das demências para o Psicólogo é imprescindível
na interpretação da avaliação neuropsicológica para auxílio no diagnóstico e análise das
alterações naturais do processo de envelhecimento cognitivo saudável , e também do declínio
cognitivo pontuado além do esperado.Também favorecem a análise longitudinal refinando o
diagnóstico e prognóstico juntamente com a Avaliação Multidimensional do Idoso(AGA-
Avaliação Geriátrica Ampla).
A busca por maior especificidade no processo de declínio natural e patológico visa
promover maior qualidade de vida neste processo de envelhecimento para o idoso e seus
cuidadores, potencializando suas habilidades funcionais e monitorando o declínio
longitudinalmente , atuando o Psicólogo junto a equipe interdisciplinar.Os instrumentos
desenvolvidos cientificamente que fazem interface entre a neurologia e psicologia tem
contribuído com a avaliação do processo de envelhecimento e podem de forma significativa
diante do envelhecimento populacional serem utilizados como promotores de saúde enquanto
instrumentos que refinam o diagnóstico pré- demencial.A Avaliação Neuropsicológica tende a
ser instrumento necessário nas políticas públicas visando atender a demanda social.

Avaliação Neuropsicologica

Segundo LEZAK (1995) neuropsicologia é a ciência que estuda a expressão


comportamental das disfunções cerebrais. Estuda a relação entre o funcionamento e a
estrutura cerebral, a cognição e o comportamento. É uma área interdisciplinar envolvendo a
Neurologia, Psicologia e Neurociências. Abrange conhecimentos do funcionamento cerebral e
as relações estrutura-função e também os domínios cognitivos, entendendo cognição como os
processos mentais envolvidos na capacidade de armazenar, transformar e aplicar o
conhecimento. O principal foco de estudo dessa área é a relação cérebro/comportamento.
A avaliação neuropsicológica tem como objetivo investigar a existência de falhas na
parte neurológica, as funções que foram prejudicadas e as áreas cognitivas/comportamentais
afetadas nos pacientes, assim como a extensão e intensidade desses prejuízos, o que auxilia
em diagnósticos diferenciais e no planejamento e orientação de tratamentos. Tem papel
fundamental na diferenciação dos sintomas e, consequentemente, dos distúrbios, como no
caso da demência e da deficiência de memória relacionada à idade.
Quando um transtorno é identificado precocemente, é possível trabalhar em seu
estágio inicial, proporcionando ao indivíduo mais chances de sucesso em seu tratamento. Para
isto, são utilizados testes e exames que analisam a relação entre o funcionamento do cérebro e
o comportamento do indivíduo, como a capacidade de raciocínio, atenção, linguagem,
processamento da informação, aprendizagem e habilidades motoras.
(MUNDOPSICOLOGOS, 2015)
A ampla abrangência da investigação é necessária, uma vez que o foco da avaliação
não se restringe aos sintomas decorrentes do impacto do quadro neurológico, mas também aos
diversos fatores e condições que possam interferir na capacidade funcional, no
comportamento e na participação do indivíduo. GIURGEA (1995) alerta para a importância
de se avaliar dois aspectos: o rendimento geral do idoso e a presença de dificuldades; além da
necessidade de investigar questões não cognitivas, como a motivação, para compreender se
aspectos emocionais podem estar influenciado em suas capacidades.

Funções Avaliadas

Mattos (2014) define o exame neuropsicológico como um exame clínico armado.


Como qualquer exame clínico, compreende anamnese abrangente e observação clínica do
paciente. Seu diferencial está na seleção das “armas” (geralmente, testes e escalas) que
poderão auxiliar na investigação de hipóteses específicas e no esclarecimento de déficits sutis.
Os testes envolvem avaliação de várias funções, tais como, memória, atenção, velocidade de
processamento, raciocínio, julgamento, funções da linguagem e funções espaciais (Harvey,
2012). Reconhecer qual domínio determinado instrumento mensura indica sua escolha diante
da necessidade e a melhor interpretação dos achados obtidos. Compreender sintomas,
conhecer diagnósticos e suas alterações são base para a avaliação neuropsicológica. O
conhecimento permite que a avaliação seja bem escolhida, aplicada e interpretada.
Na população idosa, é frequente a utilização de testes que incluam as funções
cognitivas comumente alteradas pelos processos neurodegenerativos inerentes à faixa etária.
(NOBREGA 2014). As quatro causas mais frequentes de demência são a doença de
Alzheimer (DA), a demência vascular (DV), demência com corpos de Lewy (DCL) e a
demência frontotemporal (DFT).
Durante a avaliação, ao se observarem o desempenho e a conduta do indivíduo diante
dos testes, é possível identificar pontos fortes e fracos do paciente, possíveis limitações ou
mesmo deficiências, como as auditivas ou visuais. Tais achados são importantes, uma vez que
contribuem para o direcionamento de estimulações e reabilitação futura
(ROZENTHAL,2006).

Instrumentos Validados

A avaliação neuropsicológica é composta por testes, em geral psicométricos, que


induzem o examinado a perfazer tarefas que requerem uso de funções cognitivas específicas.
A interpretação dos resultados pode ocorrer por intermédio de análise quantitativa e
qualitativa, neste último caso, avaliando a execução nos testes (GIL, 2009).
Os testes consistem nas principais ferramentas de mensuração dos déficits cognitivos,
provocados por lesões ou disfunções cerebrais. Contudo, há uma escassez de instrumentos
neuropsicológicos normatizados para a população brasileira. Ainda, os testes, muitas vezes,
consistem em tarefas que devem ser respondidas verbalmente, sendo difícil a obtenção de
respostas verbais de pacientes com afasia expressiva. (FONTOURA et al, 2011). Na avaliação
em idosos, utilizam-se testes que incluam as funções cognitivas comumente alteradas pelos
processos neurodegenerativos inerentes à faixa etária.
O Mini-Exame do Estado Mental – MEEM (Mini-mental State Examination) é o
instrumento de rastreio breve mais utilizado no mundo, que tem como objetivo mensurar o
desempenho cognitivo global do paciente. Avalia-se orientação de tempo e espaço, memória
de curto e longo prazos, cálculo aritmético, praxia e linguagem.
O Teste Pares Associados da Escala Wechsler de Memória (WECHSLER, 1997b)
avalia a memória auditiva imediata, capacidade de codificação, recordação de informações
verbais e aprendizagem em níveis fundamentais.
Na avaliação da capacidade de atenção sustentada e memória de trabalho por via
auditivo-verbal, é frequente a utilização do Teste de Dígitos, ordem direta e inversa, da
Bateria Wechsler de Inteligência-III (Wechsler, 1997a) – validado no Brasil em indivíduos
entre 16 e 89 anos (Nascimento; Figueiredo, 2002). A sensibilidade e a fácil compreensão do
comando do teste por parte do examinando, independente da sua escolaridade, justificam o
seu amplo uso em pesquisas e na clínica neuropsicológica (WECHSLER, 1997a).
Na avaliação das funções executivas, o Teste Torre de Hanói (SULLIVAN et al.,
2009) é vastamente utilizado em diferentes amostras (BATISTA et al., 2007). Os
comportamentos executivos são constituídos de várias subfunções, como capacidade de
planejamento, resolução de problemas, tempo de reação, comportamento de autochecagem e
memória operacional. Neste teste, é possível a avaliação de diversas subfunções dos
comportamentos executivos, especialmente a capacidade de planejamento, controle inibitório
e tempo de execução da tarefa, com diferentes níveis de dificuldade (SULLIVAN et al.,
2009). Em estudo com idosos, observou-se relação entre estas variáveis e a idade
(RONNLUND et al., 2001).
O NEUPSILIN (Fonseca, Salles & Parente, 2009) consiste em uma bateria de exame
abreviado que visa a fornecer um perfil neuropsicológico, quantitativo e qualitativo, de oito
principais funções neuropsicológicas. Apresenta 32 tarefas, com tempo médio de 50 minutos
para sua aplicação, subdivididas nas seguintes funções neuropsicológicas: Orientação
Têmporo-Espacial, Atenção Concentrada (Auditiva), Percepção (Visual), Memória (de
Trabalho, Episódico-Semântica, Semântica, Visual e Prospectiva), Habilidades Aritméticas,
Linguagem (Oral e Escrita), Praxias (Ideomotora, Construtiva e Reflexiva) e Funções
Executivas (Resolução de Problemas Simples e Fluência Verbal Fonêmica-Ortográfica).
Há também a necessidade de se avaliar a condição de humor do paciente, pois estados
depressivos apresentam forte correlação com mal desempenho cognitivo. Dentre os principais
instrumentos para rastreio de sintomas depressivos, destaca-se a Escala de Depressão
Geriátrica (EDG) (YESAVAGE et al., 1982).
Aplicação da Avaliação Neuropsicológica

Segundo Marta Camacho, 2012, a maior parte das avaliações em adultos idosos tem
como motivo identificar perfis cognitivos associados a doenças neurológicas que afetam
predominantemente o adulto idoso, particularmente quadros demenciais e acidentes
vasculares cerebrais. Mesmo parecendo simplista, a avaliação neuropsicológica definirá o
direcionamento terapêutico inicial. Existe cada vez mais um maior número de instrumentos de
avaliação especificamente desenhados para estas perturbações bem como dados normativos
específicos para faixas etárias mais avançadas (CAMACHO, 2012).
A avaliação neuropsicológica irá indicar com exatidão se há causas de cunho
patológico ou emocional para os distúrbios funcionais ou comportamentais, principalmente
quando outros exames clínicos não apontarem uma causa necessariamente clínica para a
debilidade. Também são importantíssimas as informações e contribuições oriundas das
queixas do próprio paciente para o estabelecimento do vínculo entre terapeuta e paciente,
além de traçar um perfil diagnóstico completo (HOGAN, 2006).
Segundo Rozenthal, 2006, durante a avaliação, ao se observarem o desempenho e a
conduta do indivíduo diante dos testes, é possível identificar pontos fortes e fracos do
paciente, possíveis limitações ou mesmo deficiências, como as auditivas ou visuais.
Tais achados são importantes, uma vez que contribuem para o direcionamento de
estimulações e reabilitação futura (HOLLVEG, PRISCILA e HAMDAN, AMER
CAVALHEIRO, 2008).
Outro entendimento pode ser o de que a avaliação neuropsicológica é capaz de auxiliar
no diagnóstico diferencial entre demência, comprometimento cognitivo e distúrbios
psiquiátricos. Os déficits cognitivos característicos dessa fase da vida também podem
funcionar como indícios de outras patologias. É importante salientar que, a avaliação será de
cunho investigativo, de maneira que auxilie no processo acelerado do tratamento especifico,
trazendo assim conforto ao paciente e seus familiares. Além disso, segundo Rozenthal, 2006,
a avaliação neuropsicológica é útil no rastreamento de indivíduos com maior probabilidade de
apresentar demência.

Acompanhamento e Intervenções para Reabilitação

A conduta multidisciplinar para o correto tratamento de pacientes idosos que carecem


de atendimento neuropsicológico é cada vez mais crescente.
O desempenho e o funcionamento cognitivo dos idosos têm recebido bastante atenção
dos psicólogos, geriatras e outros profissionais da área da saúde. Esse interesse se
justifica pelo fato de que alterações nas funções cognitivas podem comprometer o
bem-estar biopsicossocial do idoso e o dia a dia de seus familiares. Além disso, é
frequente a queixa de idosos diante de seu desempenho cognitivo, especialmente a
memória (RABELO, DORIS FIRMINO, 2009).
Esta é uma área com amplas possibilidades de atuação do psicólogo, seja em
programas de prevenção, avaliação ou reabilitação (SOUZA & CHAVES, 2005). O que
significa que o psicólogo pode e deve atuar em todas as etapas do tratamento.
Embora muitos conhecimentos acumulados sobre as demências não sejam esclarecedores
sobre suas causas, como “tratar” ou como evitar que ocorram em outras pessoas, alguns
fatores associados podem ser modificados (ALMEIDA, 2004). E caberá ao psicólogo
fomentar a mudança dos hábitos prejudiciais, até que o paciente tenha melhor adesão ao
tratamento.
Será de grande valor para a melhoria/recuperação do idoso, o rompimento com hábitos
que auxiliem no desenvolvimento de algumas demências e que podem prejudicar a
recuperação, em alguns casos. É possível lançar mão de algumas estratégias para reduzir a
incidência de demência em idosos residentes em uma comunidade. Muitos idosos sofrem com
as consequências decorrentes de hábitos prejudiciais e comportamentos de risco previsíveis
(RABELO, 2009).
Acidentes vasculares cerebrais, hipertensão arterial, o diabetes, o álcool, o fumo e o
não engajamento em atividades físicas e mentais, são eventos e comportamentos de
saúde que estão associados ao desenvolvimento de demência e que são
potencialmente modificáveis (SCALCO, VAN REEKUM, & BAZARELLA, 2006).
Uma das estratégias eficazes que poderá ser adotada pelo psicólogo é proporcionar ao
idoso questionar-se quanto à necessidade de mudança de hábitos pouco producentes ou nada
saudáveis, para os comportamentos que lhe proporcione melhor saúde e no engajamento de
atividades sociais, educacionais e de lazer. Levar em conta a avaliação e o planejamento de
projetos e atividades voltadas para grupos de idosos, com o objetivo de prevenção das
dificuldades relacionadas à perda cognitiva e a reabilitação. Existe pesquisas atuais,
mostrando que é possível em muitos casos retardar a evolução de uma demência mediante
práticas de estimulação física e mental e de reabilitação (ABRISQUETA-GOMES, 2006).
Se a avaliação cognitiva do idoso é um instrumento útil tanto no auxílio diagnóstico de
outros profissionais como neurologistas, geriatras ou psiquiatras, quanto para o planejamento
e execução de medidas terapêuticas e de reabilitação, a formação de profissionais qualificados
também deve receber atenção. Será importante o diagnostico precoce para a rápida
intervenção, porém deve-se ter certo cuidado para que essa precocidade não seja afoita e leve
a um diagnóstico errôneo.
A devolutiva é o último momento da avaliação. Este processo é tão importante quanto
à fase de administração e cotação dos instrumentos de avaliação. Particularmente no trabalho
com adultos idosos, o relatório que fornece um perfil cognitivo dos pacientes deve ser
apresentado presencialmente (CAMACHO, 2012).
O declínio natural das funções cognitivas (memória, aprendizagem e funções executivas), é
característico do processo do envelhecimento fisiológico do sistema nervoso central
(HAMDAN; CORRÊA, 2009).  Entretanto, a investigação clínica crescente, proporcionada
pela neuropsicologia do envelhecimento, é de grande valor para a classe terapêutica, por isso
é de fundamental importância que persistam as orientações nesse sentido, para que haja
perpetuação na aplicação desses conhecimentos, a fim de que práticas profissionais eficazes
sejam replicadas. Além das praticas eficazes, a certeza de um diagnostico diferencial, ao qual
poderá validar o que a idade trouxe ou acarretou a esse individuo na fase de sua terceira idade.
Atuação do Psicólogo na Terceira Idade

O contexto em que se encontra inserido o idoso – diante de padrões sociais e culturais


– pode trazer à tona um entendimento errôneo sobre a necessidade de uma avaliação
generalizada do idoso e as possíveis intervenções do profissional da psicologia. Contudo,
existe a possibilidade concreta de trazer à mão instrumentos funcionais que proporcionem, de
maneira individualizada, avaliar o que de fato ocorre com esse indivíduo. Junto com o
aumento da população de idosos tem crescido o interesse dos profissionais da área de saúde
em como diagnosticar e tratar a depressão. Esse interesse é devido às dificuldades em saber as
causas e as influências genéticas e psicossociais além de como tratá-la (ÁVILA; BOTTINO,
2006).
Faz-se necessário uma avaliação neuropsicológica eficaz para um correto diagnóstico
desse paciente, não levando em conta apenas a sua condição demencial.
Assim, podemos entender o conceito de avaliação neuropsicológica:
É o método para investigação do funcionamento cerebral através do estudo
comportamental, que ainda preceitua que os objetivos da avaliação neuropsicológica
são basicamente auxiliar o diagnóstico diferencial, estabelecer a presença ou não de
disfunção cognitiva e o nível de funcionamento em relação ao nível ocupacional,
localizar alterações sutis, a fim de detectar as disfunções ainda em estágios iniciais.
Contribui para planejamento do tratamento e no acompanhamento da evolução do
quadro em relação aos tratamentos medicamentosos, cirúrgicos e a reabilitação
(MARIA JOANA MÄDER, vol.16, n.3 1996).
A Avaliação neuropsicológica apresentará um diagnóstico diferencial, não rotulado
pela condição principal do idoso – a sua idade –, mas pelo estado real que ele
apresenta. O psicólogo vai atuar de forma facilitadora, buscando promover a
conscientização e melhor condição de vida nessa fase do envelhecimento. Fase esta
que é vista como limitadora e que não é creditado possível evolução e melhorias do
quadro clínico (MARIA JOANA MÄDER, 1996).

O idoso é retirado da sua condição de indivíduo capaz e passa a ser entendido com um
sujeito que já se estagnou, ou seja, que se tornaram vulnerável e incapaz de qualquer tentativa
de evolução.
Entende-se que envelhecer não significa adoecer, ou adquirir estados patológicos. A
atuação do psicólogo visa trazer à tona o entendimento de que a fase do
envelhecimento nada mais é do que um processo natural da vida, onde esse indivíduo
tem direito, e carece de independência, melhor qualidade de vida e ausência de
preconceito (KUZNIER, 2011).

De maneira prática, o psicólogo deve, primeiramente, acolher a demanda através de


entrevista inicial, de forma a realizar uma posterior anamnese elaborada – esta anamnese
consistirá em absorver todo o histórico pregresso recente e possível, para que os eventos
traumáticos ou relevantes possam ser levados em conta – consequentemente utilizar dos
instrumentos da avaliação neuropsicológica, para obter um diagnóstico fidedigno. Através da
anamnese o neuropsicólogo obtém informações detalhadas sobre a história do quadro atual,
alterações no plano cognitivo e comportamental, início, frequência e intensidade das
alterações ou sintomas, bem como impacto nas atividades de vida diária, ocupacional,
educacional, social e pessoal. (SIMONE EL HAJJ, 2014)

Considerações Finais

O presente trabalho realizou uma revisão de literatura acerca dos principais aspectos
neuropsicológicos do idoso e sua avaliação neuropsicológica, especialmente relacionados à
demência.
O envelhecimento populacional tem atingido proporções sem precedentes. Segundo
Aprahamian, Martinelli & Yassuda (2009) uma das consequências é o aumento da prevalência
de doenças relacionadas ao envelhecimento, como quadros demenciais, especialmente da
doença de Alzheimer. Em decorrência das alterações funcionais e estruturais no cérebro, o
processo de envelhecimento saudável é marcado pelo declínio de alguns processos cognitivos.
Tendo em vista a crescente porcentagem de idosos e a sua maior sobrevida propiciada
pelo desenvolvimento científico em suas diversas áreas, podemos perceber que a inclusão da
Avaliação Neuropsicológica na rotina da saúde física e mental do indivíduo trará grande
contribuição para sua qualidade de vida, sua maior permanência social e laboral,
influenciando positivamente sua vida e a dos que o cercam. Fica evidente a importância do
preparo dos profissionais de forma multidisciplinar para tais avaliações, principalmente o
psicólogo, com sua análise diferenciada e capacidade para interpretação dos exames, testes,
atividades, e percepção do indivíduo em suas particularidades, não reduzindo somente a
resultados técnicos a melhor conduta para o idoso.
O acolhimento desse indivíduo tem o objetivo de buscar sua melhor condição para
execução de suas atividades com independência, potencializando suas capacidades ativas e
monitorando os possíveis declínios cognitivos e funcionais baseando-se em sua própria
avaliação e histórico clínico o que contribui para diagnósticos diferenciais mais assertivos.
Fica evidente a necessidade de oferecer à população idosa esses cuidados e serviços, ainda
pouco utilizados como também estudos e adequações dos instrumentos para a realidade do
País, posto que a maioria dos testes são estruturados com dados de outras culturas.
A avaliação multidimensional do idoso objetiva descortinar problemas atribuídos ao
“processo natural de envelhecimento”. É um processo global que envolve o idoso e a família
com objetivo maior de definição de diagnóstico multidimensional e do plano de cuidados,
constituindo aspecto fundamental na intervenção e nos prognósticos, porém deve ser
combinada a mensuração funcional do comprometimento cognitivo e condições de
desvantagem expressos no dia a dia do paciente (Royall et AL,2007). Assim, idosos com
menos prejuízo nas funções cognitivas teriam maior satisfação com a vida e, por sua vez,
melhor qualidade de vida (Jonker et al., 2007).
Segundo Paulo Mattos( Teixiera,Antonio Lúcio,2017), as queixas mnésicas são comuns,
porém o envelhecimento patológico tem início insidioso e lento , o que torna difícil o
diagnóstico nas suas fases iniciais, aspecto esse importante tanto a nível individual como para
políticas públicas, uma vez que este é o período onde há maior probabilidade de
intervenção.Pontua ainda que uma minoria de indivíduos com demência apresenta queixas
de memória quando avaliados com perguntas simples, apesar de 20 a 30 % dos mesmos as
possuírem.

Assim a presença de queixa , de acordo com Paulo Mattos não pode ser o único
elemento a nortear a pesquisa clínica,faz-se necessário para fins de diagnóstico de demência ,e
isto é consenso internacional , a realização de exame neuropsicológico. Diante da realidade
brasileira de envelhecimento populacional estudos e pesquisas se fazem necessários para o
maior mapeamento das ocorrências e prevalências visando políticas públicas de saúde para o
idoso assim como a adequação dos instrumentos internacionais de avaliação para a realidade
biopsicossocial dos idosos brasileiros.À Psicologia com seu fazer cabe trazer a prática esse
olhar multidimensional e individual sobre o envelhecimento e suas intercorrências , se
capacitando e buscando nas interfaces oferecer melhores alternativas de qualidade de vida .

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