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Muitas vezes, esta visão equivoca acerca da população idosa leva a políticas gerais que não respondem aos
problemas.
Além disto, e de certo modo, pode constatar-se uma visão estereotipada relativa a determinadas características
dos idosos.
O idadismo, cujo termo se revela na atitude preconceituosa e discriminatória com base na idade, sobretudo em
relação aos idosos, consiste num exemplo frequente de estereótipo.
Outros exemplos são a infantilização, enquanto atitude que se manifesta pelo tratamento por tu, assim como
pela extrema simplificação de programas e atividades que não respondem às necessidades dos indivíduos;
também a gerontofobia é considerada um estereótipo, que se traduz no medo persistente e irracional de todos
os aspetos relacionados com a velhice e o próprio processo de envelhecimento.
Deste modo, deve-se observar e entender a velhice como um período normal do ciclo de vida, igualmente com
desafios e oportunidades, pelo que carece de ser observada sobre a sua verdadeira realidade multifacetada.
A VELHICE
A Velhice pode ser considerada como um estado que caracteriza as pessoas com determinada idade,
concretamente a partir dos 65 anos.
Nesta definição de velhice, pode ser abordada a velhice bem-sucedida, através de uma abordagem de
multicritério, que engloba fatores determinantes, dos quais a longevidade, saúde biológica, saúde mental,
eficácia intelectual (o que implica não possuir défices cognitivos ou quadros demenciais), competência social
(sendo esta dimensão a mais relevante e enfatizada nos idosos com patologia física, pela necessidade de relações
positivas); produtividade, controlo pessoal, conservação da autonomia, bem-estar subjetivo.
Ao abordar o envelhecimento enquanto processo diferencial, uma vez que se apresenta muito variável de
individuo para individuo, devem ser tidos em conta os aspetos físicos e mudanças biofisiológicas que ocorrem
de forma gradativa ao longo desse processo.
Assim, no processo do envelhecimento sobressaem dados objetivos, relativos às degradações físicas, bem como
à diminuição dos funcionamentos percetivos e mnésicos, entre outros; e dados subjetivos, relativos à
representação/perceção que a pessoa tem sobre o seu próprio envelhecimento.
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CLASSIFICAÇÕES DO ENVELHECIMENTO
O Envelhecimento pode ser classificado envelhecimento primário, ou o dito “normal”, traduzido pelo processo
gradual e inevitável de deterioração corporal; ou envelhecimento secundário que, por sua vez, está associado
às consequências de doença, abuso e de ausência de uso, cujos fatores são maioritariamente evitáveis e estão
sob relativo controlo das pessoas.
Idosos jovens: 65-70 anos; Idosos velhos: 75-84 anos; Idosos muito velhos: ≥85 anos;
• idade funcional, que é essencial e útil para traçar intervenções, uma vez que corresponde ao quão bem
uma pessoa funciona num ambiente físico e social, comparativamente a outras pessoas da mesma idade
cronológica;
São considerados idosos jovens aqueles que integram a maioria saudável e ativa, física e mentalmente;
os idosos velhos podem ser vistos como uma minoria frágil e doente, independentemente da idade
cronológica
Comparativamente, a classificação por idade cronológica é limitativa por se restringir aos anos de vida
da pessoa, cuja classificação pode, por si mesma, ser indutora de preconceito e estereótipo; enquanto
que, por sua vez, a classificação funcional não depende apenas da idade, mas considera também as
várias dimensões que constituem a pessoa idosa, das quais: o estilo de vida, a saúde e atividade, tanto
física como mental, os fatores socioeconómicos ou fatores inerentes à constituição do individuo, que
comprovam que não há homogeneidade na idade idosa e que não deve ser considerado idoso
circunscrito aos seus anos de vida. Esta noção funcional sobre o envelhecimento, permitirá responder
adequada e precisamente às necessidades da pessoa idosa.
O processo de envelhecimento biológico, ainda denominado por início da senescência, resulta da crescente
vulnerabilidade e da maior probabilidade de morrer, porém é bastante variável
Ao longo do ciclo vital podem ser verificadas 3 etapas fulcrais e sucessivas: (1) crescimento e desenvolvimento;
(2) maturidade e (3) involução e declínio. Assim sendo, a senescência é um processo natural de envelhecimento
igualmente natural ao nível celular, ao contrário da senilidade, que corresponde ao processo patológico do
envelhecimento, associado à demência, como por exemplo no caso da doença de Alzheimer.
São várias as alterações anatómicas e funcionais, das quais se reconhece como principais:
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Sistema cardiovascular: o coração tem menor eficácia e as artérias estreitam, por consequência o
rendimento cardíaco é menor;
Sistema renal: pela diminuição do peso e do tratamento dos rins, o que implica menor eficiência da
eliminação de toxinas, assim como a capacidade de esvaziamento da bexiga diminui;
Sistema gastrointestinal: perda da pupila gustativa, diminuição da produção de saliva, dentes mais
frágeis, menos eficiência na absorção dos nutrientes, dificuldades no processo de digestão, etc.
Sistema musculo-esquelético: através da redução da massa muscular e óssea, perda da elasticidade das
articulações e da força muscular;
Sistema nervoso: acumulação de placas senis; degenerescência neurofibrilar (proteína anormal dos
neurónios); diminuição da neurotransmissão; atrofia cerebral, pela perda de peso e diminuição de volume,
isto é, redução da substância branca; diminuição da neuroplasticidade (perda da capacidade do SN mudar,
adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal); morte
neuronal/apoptose; diminuição do nº de dendritos dos neurónios;
São as alterações mais reconhecidas e com mais impacto, seja nas AVD e/ou nas AIVD, pelo prejuízo
significativo cujas alterações podem provocar;
Esta é uma temática de real importância, uma vez que o envelhecimento sensorial pode assumir importantes
consequências psicológicas e sociais, com repercussões no funcionamento das atividades intelectuais. Além
disso, o declínio da função sensorial pode afetar a sua segurança e qualidade de vida, além de poder ser um
indicador de doença subjacente
Note-se que as relações interpessoais e atividades sociais apresentam-se limitadas, o que pode ter consequências
realmente negativas na saúde dos indivíduos, por afetação das funções psicológicas e fisiológicas;
Uma vez reconhecidas e aceites as limitações, as adaptações ao ambiente da pessoa podem ajudar a essa
descompensação, pelo que a pessoa pode aceitar melhor as mudanças na realização das suas atividades de vida
diária, isto acontece quando a pessoa entende e aceita como o processo de envelhecimento afeta o seu sistema
sensorial.
perda visual
Destes défices, a é a mais temida, cujas complicações pode reduzir a qualidade de vida e ameaçar a capacidade
de viver independentemente em casa e na comunidade.
A aplicação de algumas estratégias, como as avaliações anuais da visão, o ajustamento pela prescrição de óculos,
a remoção de cataratas, bem como a utilização de dispositivos de apoio podem reduzir o risco de quedas, que
assume uma elevada percentagem a cada ano, e que muitas vezes resulta em hospitalização ou até mesmo morte.
Isto permite deduzir que havendo défices sensoriais deve haver alguma forma de compensação, pois, caso
contrário, os idosos ficam limitados quanto à sua independência, e, consequentemente, pode gerar limitações
nas relações e atividades sociais.
Perda auditiva
Uma das perdas sensoriais mais comuns, que afeta 30-35% das pessoas com mais de 65 anos;
Esta perda está claramente correlacionada com a diminuição da qualidade de vida e depressão, sendo
considerada a principal causa de anos vividos com incapacidade na vida adulta.
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Com a idade, perante um aumento gradual da perda auditiva, com maior prejuízo nos idosos muito velhos,
subsiste perda significativa na clareza da discriminação de sonos, e dificuldade na compreensão do discurso
rápido ou em ambientes ruidosos.
Por consequência, é comum que esta perda conduza a um isolamento cada vez maior e estigmatização, com
repercussões físicas, psicológicas e sociais.
Importa ainda salientar que a presbiacusia pode ser agravada por certas condições clínicas e até mesmo estilos
de vida. Por exemplo, a literatura refere associação entre presbiacusia e diabetes, consumo de tabaco, doença
cardiovascular, hipertensão arterial e ruído ocupacional.
Os efeitos da idade no sistema auditivo interagem com mudanças na diminuição da capacidade cognitiva,
diminuição da perceção, interferência na perceção das palavras, e na localização do som, além da diminuição
da perceção das palavras em ambientes ruidosos, o que pode ser um indicador de manifestação precoce de
demência e influenciado pela capacidade de memória de trabalho
Os sentidos olfativo e gustaivo também são alvo de declínio gradual com o envelhecimento, devido à diminuição
do número de recetores sensoriais.
Associados à perda olfativa, podem surgir determinados riscos, tais como a falta de perceção de certos odores
como o cheiro a gás, a fumo ou a queimado, que podem ser os primeiros avisos para o risco de explosão ou
incêndio; o cheio a comida estragada, que antecede muitas vezes as alterações visuais da decomposição dos
alimentos;
O olfato assume especial importância na nutrição do idoso, não apenas como um estímulo para a alimentação
equilibrada, como colabora no paladar dos alimentos, pois a pessoa pode perder o gosto e o interesse na comida,
e como resultado, os idosos tendem alimentar-se mal, acabando por emagrecer e/ou ficar desnutridos, ou
produzirem comida mais doce ou salgada, e contribuir para diabetes ou hipertensão, respetivamente.
Estes sentidos, por serem uma forma importante de interação com o meio ambiente, pode fomentar o
desenvolvimento de estados de tristeza e depressão.
Perda do tato
Por último, no que concerne ao tato, os limiares táteis estão significativamente aumentados nos idosos, pelo que
apresentam menor sensibilidade discriminativa para a presença de objetos, fontes de calor e identificação de
objetos pelo tato. A perda deste sentido pode comprometer o equilíbrio e coordenação, a proteção física e a
afetividade.
Em suma, a qualidade de vida dos idosos é fortemente influenciada pelo envelhecimento dos vários sentidos,
uma vez que permeiam a relação do individuo com o mundo, influenciando o padrão de conduta do idoso.
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CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO
O envelhecimento, ao nível biológico, pode ser considerado como a involução que afeta todos os sistemas
biológicos principais, contudo, essa involução não impede que a pessoa se mantenha ativa, independente e feliz.
Do ponto de vista psicológico, pode ser visto como a conquista da sabedoria e da compreensão plena do sentido
da vida.
O autor Beauvoir (1990) revela que “o envelhecimento tem sobretudo uma dimensão existencial, como todas as
situações humanas, modifica a relação do homem com o tempo, com o mundo e com toda a sua própria história,
revestindo-se não só de características biopsíquicas, como também sociais e culturais”
Envelhecimento biológico
Pode ser definido pela equação de irreversibilidade, além de ser implacável e ativo, associado à possibilidade
de provocar maior vulnerabilidade às agressões externas e internas, podendo decorrer num formato variável,
visto que é de natureza multifatorial.
Os sinais de défice funcional vão decorrendo ao longo de toda a vida, inerentes à senescência, sem causar real
prejuízo multidimensional.
O envelhecimento cerebral normal evidencia-se a partir da 2ª década de vida, num declínio pontual discreto,
lento, porém progressivo, que culmina com a diminuição de volume.
O SNC é incapaz de realizar reparos nas alterações morfológicas adquiridas com o envelhecimento.
O envelhecimento dito normativo associa-se às alterações dos neurónios, como também à mudança nos sistemas
de neurotransmissões. Neste caso, o SNC, apear de não ser capaz de recuperar os seus neurónios, tem
propriedades que podem diminuir o impacto das alterações do envelhecimento, como:
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Assim, o conhecimento de aspetos neuropsicológicos permite aferir se alguma função cognitiva
prejudicada significa ou não doença.
As habilidades que sofrem declínio com a idade são: memória de trabalho; velocidade de pensamento
e habilidades visuoespaciais;
As habilidades inalteradas: inteligência verbal, atenção básica, habilidade de calculo e a maioria das
capacidades de linguagem
Claramente, quando subsistem alterações nos órgãos dos sentidos dificulta o acesso às informações e
ao conhecimento;
No envelhecimento há maior comprometimento na atenção e registo das informações, nas tarefas
dependentes da memória de trabalho e na consolidação de informações recentes, isto é, na memória episódica
recente, como localizar objetos, fazer recados; contudo, não há alteração na memória semântica.
Clinicamente observa-se lentificação no processamento cognitivo, redução da atenção, maior
dificuldade no resgate das informações aprendidas (memória da trabalho) e redução da memória prospetiva e
da memória contextual (dificuldades com detalhes)
Importa reter que estas alterações não causam prejuízo significativo na execução das tarefas do
quotidiano, nem provoca limitação nas atividades, nem restrição da participação social
A influência do tempo sobre a cognição amplifica as diferenças entre os sexos, isto é, os homens mais
velhos mostram mais facilidades nos cálculos matemáticos, enquanto que as mulheres mostram mais facilidades
nas habilidades executivas.
A capacidade do idoso em dividir a atenção entre vários estímulos para apreender uma situação é
extremamente prejudicada. Porém, outras funções da atenção não se modificam com o envelhecimento.
Relativamente à função executiva, as capacidades cristalizadas, ou os conhecimentos adquiridos no
curso do processo de socialização tendem a permanecer estáveis; no entanto, as capacidades fluídas, envolvidas
na solução de novos problemas, tendem a declinar gradualmente.
A perda auditiva (presbiacusia) prejudica a compreensão da fala, entretanto o défice periférico pode ser
compensado por recursos e experiências cognitivas;
A linguagem espontânea pode tornar-se menos precisa e mais repetitiva com o tempo;
As habilidades visuoespaciais e visuopercetivas podem apresentar-se inferiores às dos jovens;
Envelhecimento Psicológico
Envolve uma série de ajustamentos individuais face à ocorrência de mudanças no self, decorrente de
alterações: corporais, cognitivas e emocionais, expectativas sociais;
Relações interpessoais, alterações familiares;
Alterações profissionais, na rede de relações e contexto de residência;
nem todos os indivíduos lidam com estas mudanças da mesma forma;
fruto dos resultados desenvolvimentais;
o envelhecimento psicológico decorre sob uma perspetiva claramente Desenvolvimental, uma vez que
os idosos são pessoas “a desenvolver” e não “problemas a resolver” (pela possibilidade de défice).
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Ao contrário do envelhecimento biológico, o envelhecimento psíquico/amadurecimento não é
naturalmente progressivo, nem inexorável com o passar do tempo (embora o passar do tempo seja um contributo
importante), mas depende, sim, do esforço pessoal contínuo na busca do autoconhecimento e pelo sentido da
vida.
o autoconhecimento, a noção da estrutura dinâmica do psiquismo e a superação dos conflitos
quotidianos, são indispensáveis para que se possa atingir a independência psíquica, enquanto condição
indispensável à sabedoria.
Este autoconhecimento é conquista individual e traduz-se pela modificação dos valores de vida ou
aquisição da consciência acerca da vida, dos motivos do seu viver;
Consiste na personalização do individuo, em harmonia consigo mesmo e com o mundo;
Com o envelhecimento psíquico há redução da vulnerabilidade; a pessoa torna-se sábia para aceitar a
realidade, tolerar a dor ou a perda da independência biológica, pois os seus dispositivos de segurança são cada
vez mais eficazes na sua relação com o mundo;
Alcança a independência psíquica quando compreende o sentido da vida, bem como os valores através
dos quais rege a sua vida, que são cada vez mais elevados, racionais, inteligentes e conscientes;
A velhice é então a grande fase da vida, na qual o individuo atinge o grau máximo de compreensão do
mistério da vida;
O sentindo ético da sua existência permite a superação dos preconceitos e a participação ativa na
evolução das pessoas e dos grupos aos quais esteja ligado;
Envelhecimento Individual
O envelhecimento, na sua totalidade, representa a consequência ou os efeitos do passar do tempo no organismo
e psiquismo, pelo que todas as dimensões são relevantes e coadjuvantes para a manutenção da estabilidade
somática e psíquica;
O envelhecimento individual depende do grau de fragilidade do organismo e do psiquismo, podendo ser dividido
em 4 tipos variáveis:
Envelhecimento Ativo
O envelhecimento ativo expressa a conquista do envelhecimento como uma experiência positiva, uma
vida longa que deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, envolvimento social e
segurança.
Não estando circunscrito à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho,
deve considerar leituras subjetivas que permitam manter o envolvimento ajustado com as dimensões
individuais, sociais, culturais, espirituais e civis ponderadas como significativas para a pessoa e não
para o “grupo dos mais velhos”, embora nem sempre se reconheça como altamente heterogéneo. A
ênfase na sua perspetiva de ciclo de vida deve, por isso, sentir-se mais presente, como deverá ser
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também a preocupação de se refletir sobre a aplicação do termo ao grupo dos muito idosos,
considerado, muitas vezes, como um recurso menos óbvio para a sociedade pelo caráter menos
produtivo dos seus comportamentos.
ENVELHECIMENTO DA INTELIGÊNCIA
o Weschler (1944) foi um dos primeiros a colocar a questão da medida da inteligência no adulto e no idoso;
o Foi o criador da WAIS;
o Gregoire (1993) num estudo usando a WAIS-R em sujeitos dos 25 aos 79 anos revelou que:
O QI verbal, correspondente ao vocabulário, memória imediata de números, aritmética,
semelhanças, etc., apresenta-se estável até aos 80 anos;
O QI execução/desempenho, relativo a completar imagens, cubos, montagem de cubos, declina
a partir dos 45 anos e entra em queda aos 70 anos;
À exceção da memória numérica, todos os subtestes da escala verbal resistem ao
envelhecimento; todos os subtestes da escala de desempenho sofrem acentuadamente o efeito da idade, sendo
o mais massivo o teste de “código” que é um teste de velocidade de atenção;
o Catell e Horn, na sua teoria bifatorial constatam a inteligência fluída e a cristalizada:
A inteligência cristalizada traduz-se nas atividades associadas à profundidade do saber e da
experiência, do julgamento, da compreensão, das relações sociais e das convenções, da habilidade do
comportamento (atinge o máximo aos 18-20 anos e mantem-se estável até à idade avançada)
A inteligência fluída corresponde às atividades de compreensão das relações entre dados novos
de natureza espacial ou verbal, de construção de inferências e de implicações – atinge o máximo aos 14-15
anos, idade a partir da qual declina regularmente;
o A inteligência mantém-se estável até uma idade avançada: 70-75 anos
Declínio da Memória
Verifica-se um declínio da memória e da aprendizagem com a idade, pelo que uma elevada percentagem de
adultos apresentam queixa mnésica. Porém, lapsos de memória podem ocorrer em todas as idades, ainda que
sejam mais frequentes em idoso. Contudo, não existem provas da associação entre a queixa mnésica e o défice
real correlacionada com traços de personalidade.
Importa constatar que o declínio começa no inicio da vida adulta, com maior aceleração a partir dos 60 anos.
Memória a curto prazo (registo que dura aproximadamente entre 20-30 segundos numa interpretação
de algo que acabou de ocorrer)
Não se encontra particularmente afetada
Quanto à memória de trabalho/operatória, relativamente à manipulação da informação e
armazenamento temporário é verificada uma diferença de desempenho mnésico substancial,
prejudicado em idosos;
Memória a longo prazo corresponde à capacidade de armazenamento permanente e ilimitado, onde
permanece a informação que será recuperada pela memória a curto prazo;
é nesta dimensão da memória que se encontram maiores diferenças de desempenho em função
da idade;
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Memória episódica: 1ª a degradar-se na velhice, que corresponde à recordação consciente de
acontecimentos pessoalmente vividos nas suas relações interpessoais;
Memória semântica: enciclopédia mental do conhecimento organizado que uma pessoa mantém
sobre palavras e outros símbolos mentais;
É considerado realidade a partir dos 70/80 anos de idade, mas não afetando todas as capacidades, nem todos os
sujeitos.
ENVELHECIMENTO DA PERSONALIDADE
Personalidade, enquanto padrão de comportamentos, modos de pensar e de sentir que permite distinguir uma
pessoa de outra e que apresenta uma certa estabilidade ao longo do tempo; permite prever e controlar
comportamentos, predizer a atividade do outro; a personalidade é resultado da interação entre gene-ambiente.
Tipos= conjunto de diferentes traços; qualificativo mais global que envolve diferentes qualificativos
mais específicos
O NEO-FFI (Costa e McCrae, 1992) envolve uma representação dimensional das diferenças interpessoais ao
nível da personalidade, assim como é possível aglomerar tendências comportamentais, emocionais e cognitivas
das pessoas em 5 grandes categorias (modelo big five)
Fatores Facetas
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Conscienciosidade Competência, ordem, sentido do dever, procura do êxito, autodisciplina,
honestidade e deliberação
Costa e McCrae realizaram investigações mais representativas dedicadas ao envelhecimento, cujos resultados
dos vários tipos de protocolos desenvolvidos, tiveram uma força inegável quanto ao estudo da estabilidade e
mudança da personalidade.
TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE AO LONGO DA VIDA
(ERIKSON, 1959) (transição)
Erikson descreve o desenvolvimento numa sucessão de 8 estádios, caracterizados por crises evolutivas, pelo
que um estádio mais avançado depende do anterior.
Na idade mais avançada, relativa à velhice Eric Erikson descreve o estádio da INTEGRIDADE DO EGO VS
DESESPERO, cujo estádio se caracteriza pelo momento de maior reflexão, de retrospeção da vida, sobre as
realizações e os seus significados, cuja retrospetiva pode ser vivenciada de diferentes formas: O adulto idoso,
ao deparar-se com a proximidade da morte, pode entrar em desespero, onde despoleta o sentimento de finitude
do tempo, com a sensação de que mais nada pode fazer por si próprio, pela família, pela sociedade. Esta visão
está presente naquelas pessoas que vivem em constante nostalgia e tristeza pela sua velhice. Contudo, a vivência
também pode ser positiva, pelo sentimento de dever cumprido, experimentando a dignidade e a integridade,
compartilhando a sua experiência e sabedoria.
Face a este estádio e a esta perspetiva, Erikson fala de duas possibilidades: procurar novas formas de estruturar
o tempo e utilizar a sua experiencia de vida em virtude de viver e usufruir bem dos últimos anos; ou, estagnar
diante do fim que é percecionado como terrível e devastador, quando desaparecem aos poucos todas as formas
de afeto, e assim o desespero instala-se.
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DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL EM IDOSOS: SUGESTÃO SOBRE O NOVO
ESTÁDIO DE JOAN ERIKSON
Joan Erikson propõe o 9º estádio de desenvolvimento, em continuidade aos estádios de desenvolvimento
propostos por Erikson, denominado por Gerotranscendência, correspondente aos idosos com idade
compreendida entre os 80 anos. A Gerotranscendência traduz-se numa meta perspetiva que cruza a visão
materialista e relacional com a visão transcendente e cósmica.
É nesta fase da velhice que a noção da finitude surge pela maior proximidade com a morte. Precisamente pela
relevância desta noção, este estádio caracteriza-se pela autorreflexão muito centrada no próprio individuo, sobre
as realizações, as perdas e os ganhos, as expectativas, o que realça uma visão mais espiritualista.
Esta tendência autocentrada e reflexiva pode repercutir ao nível relacional e social, manifestada pelo isolamento,
muitas vezes optativo pelo próprio idoso. Ou seja, este isolamento e necessidade introspetiva não devem ser
vitos como sinais de demência, pelo contrário. Isto significa que os próprios familiares, cuidadores e
profissionais devem também ver esta fase sob uma lente desenvolvimental, sem forçar ou impor o contacto
social relacional, precisamente pela consideração da necessidade do idoso face a esse estado de isolamento.
Todos estes aspetos vão de encontro à afirmação de Joan Erikson que de a velhice nos 80/90 anos traz consigo
novos desafios, reavaliações e dificuldades diárias. Daí a autora sugerir este 9º estádio relativamente a esta
etapa do desenvolvimento para esclarecer estes desafios.
Até porque Joan Erikson acreditava que não era até os 80 anos que o seu eu confrontava com o envelhecimento,
e isso levou-a à crença de que o desenvolvimento ia além do 8º estádio estabelecido por Eric Erikson, pois a
satisfação pela vida era possível e contínua até uma idade mais avançada.
Tal como referido inicialmente, Joan Erikson atriu o trabalho de Tornstam sobre a Teoria da
Gerotranscendência, cuja teoria sugere que viver na velhice, e enfrentar os desafios que dela surgem, provoca
uma mudança na meta perspetiva de uma visão materialista e racional, para uma visão mais transcendente e
cósmica. Tornstam acreditava que a sabedoria era identificada com a Gerotranscendência. O mesmo autor
acreditava que o individuo no caminho para esta dimensão olha além do seu eu, o que pode desfazer a tendência
egocêntrica e levar a um aumento da reflexão silenciosa.
Assim, o 9º estádio sugere que os seres humanos permanecem numa situação de potencial crescimento e
desenvolvimento psicológico, e também espiritual, ao longo da vida, independentemente da idade cronológica.
Este conhecimento é uma fonte de conforto para os próprios indivíduos idosos em processo de envelhecimento,
bem como para os familiares, cuidadores e profissionais, que podem compreender o que está subjacente ao
comportamento observável dos idosos e responder devidamente às suas necessidades.
Então, a confirmação da existência de uma nova etapa na velhice poderia ter usos práticos para aqueles que
trabalham com idosos, pela identificação e priorizar os desafios que são enfrentados pelos cuidadores na
prestação de cuidadores de qualidade, visto que alguns estudos concluíram sobre a falta de consciencialização
dos cuidadores sobre as necessidades psicossociais dos idosos.
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Neste sentido, são considerada 3 classes de influencias do processo do desenvolvimento, das quais: as
influencias por idade, relativas à degradação por maturação biológica e social; as influencias do
contexto, provenientes do contexto histórico; e as influências não normativas, correspondentes às
características que são intrínsecas à pessoa. É relevante constatar que a interação dinâmica entre fatores
biológicos e culturais vão variando, pelo que a disponibilidade de recursos da infância e da velhice é
diferente.
Na dinâmica biologia-cultura, envolvida nas trajetórias do desenvolvimento ao longo da vida, pode
considerar-se que a plasticidade biológica e fidelidade genética declinam com a idade; para que o
desenvolvimento se estenda até uma idade avança é necessário o progresso na evolução cultural e na
disponibilidade de recursos culturais; contudo, compreende-se que há limites quanto à eficácia em
promover desenvolvimento e reabilitação das perdas e declínios associados à velhice, sobretudo
porque os mais velhos são menos responsivos aos recursos culturais, uma vez que a sua plasticidade
comportamental e resiliência biológica são menores.
Assim sendo, o foco deste modelo sobre a plasticidade comportamental e saber como os indivíduos de
todas as idades, inclusive os idosos, disponibilizam recursos internos e externos, tendo em vista a
otimização de recursos e compensação de perdas.
É nesta visão que surge a teoria da seleção (selecionar em que vai gastar o tempo, energia e
capacidade, já que na velhice essas dimensões tendem a ser limitadas); otimização (aprimorar os
recursos internos e externos que melhorem o funcionamento do sujeito); compensação (uso de
alternativas para manter o funcionamento do sujeito).
Baltes propõe estas estratégias para as adversidades que possam surgir ao longo da vida e para um
envelhecimento bem-sucedido.
Deste modo, a teoria SOC de Baltes tem como objetivo: proporcionar o aumento de ganhos e
diminuição de perdas ao longo da vida, através do manejo das mudanças biológicas, psicológicas e
sociais que possam surgir.
TEORIA DA SELETIVIDADE SOCIOEMOCIONAL, CARSTENSEN (contemporânea)
Na velhice, muitas vezes, verifica-se uma redução nos contactos sociais, o que reflete uma seleção ativa, na qual
as relações emocionalmente próximas são mantidas porque têm maior capacidade de oferecer conforto
emocional.
Esta noção oferece uma explicação motivacional ao afirmar que os idosos possuem um efeito de positividade,
pois devido a uma perspetiva de tempo limitada, destinam maior foco emocional aos aspetos significativos da
vida e otimizam os estados emocionais positivos.
Com o passar da idade, a interação acontece cada vez mais motivada pela regulação da emoção, e menos pela
possibilidade de obtenção de informação
Ou seja, através destes ajustamentos, operacionalizam o modelo proposto na teoria SOC de Baltes, que aponta
estratégias de seleção, otimização e compensação, sugerindo que uma adaptação bem-sucedida na velhice
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significa viver bem com os recursos disponíveis, e não propriamente dispor de recursos físicos, cognitivos e
sociais excecionais.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A Avaliação Psicológica é um ato clínico de competência exclusiva dos psicólogos, que avalia determinadas
funções sobre um grupo de indivíduos em particular.
Assim, a avaliação, através da aplicação de certos instrumentos, vem comprovar a suspeita de diagnóstico e
aumenta, inclusive, a precisão do mesmo; torna também o prognóstico mais correto, facilitando ações
preventivas e orientando a escolha das intervenções. A noção das necessidades após os resultados da avaliação,
permite adequar as medidas assistenciais e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida do idoso, ainda que
possa ser indiretamente.
Uma avaliação cuidada é o ponto chave para desenhar a melhor e mais adequada intervenção possível face ao
problema e às características e recursos da pessoa.
É um aspeto central para a identificação daquilo que precisa ser prevenido, mantido, estimulado ou apoiado;
tanto permite identificar défices e potencialidades.
Métodos de avaliação
Entrevista clínica;
Questionários;
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Uso de informantes: cuidadores, familiares, etc.
Instrumentos
Por norma, deve recorrer-se a instrumentos que tenham sido desenvolvidos, validados e ainda traduzidos para
a população idosa. Porém, na inexistência, pode ainda recorrer-se a instrumentos desenvolvidos para jovens
mais que também sejam válidos para o uso em idosos.
Contudo, subsistem limitações quanto à validade do conteúdo e necessita de cautela na interpretação dos
resultados. Além disso, também devem ser tidos em conta fatores multiculturais, o que requer que sejam
incluídas normas culturalmente apropriadas.
A avaliação dos idosos deve ser baseada nas melhores práticas, com recurso a instrumentos adequados,
devidamente validados para o efeito;
A avaliação ser concretizada num ambiente estandardizado, acolhedor, confortável, com luz e temperatura
suficientes, na sala de avaliação e na sala de espera; caso não seja possível salvaguardar estas condições, deve
ser referenciado no relatório, visto que pode ser um fator de comprometimento;
Deve-se preparar as pessoas idosas, familiares e cuidadores para a situação de exame, indicando a natureza e os
objetivos da avaliação durante o processo de consentimento informado
Deve-se considerar o possível impacto de limitações da pessoa, seja de natureza sensorial, motora, realizados
preferencialmente de manhã ou quando a pessoa considere mais favorável ao seu desempenho nos testes, assim
como outros tipos de acomodações, isto é, mais tempo para completar os itens dos testes, protocolos com o
menor número de itens, cadeiras adaptadas e amplificadores de som, se necessário;
Embora se possa acomodar a avaliação às necessidades do idoso, deve-se respeitar o mais possível as instruções
de administração e cotação dos instrumentos, e o curso temporal da avaliação e a sucessão de provas – p.e.,
provas que sejam mais exigentes que implicam maior investimento de atenção, devem ser administradas na
parte inicial da sessão.
A avaliação deve ser implementada por examinadores com formação especifica, que estejam familiarizados
com os instrumentos utilizados e com a investigação a eles associados, e que saibam trabalhar com a ansiedade,
retraimento e desconforto das pessoas;
A avaliação deve ser organizada numa lógica não enviesada, numa perspetiva compreensiva que inclua a
entrevista clínica – com a pessoa idosa, membros relevantes da família e cuidadores – a revisão da informação
biográfica e a registos médicos, e faça uma escolha criteriosa e compreensiva dos instrumentos, fundamentada
na teoria e investigação empírica
1. CAPACIDADES FUNCIONAIS
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As capacidades funcionais compreendem a capacidade de tomada de decisões, pelo que, neste domínio, tanto
podem ser verificadas limitações nas ABVD e AIVD, tendo em conta o contexto das exigências ambientais e o
suporte social.
Para avaliar esta dimensão, pode recorrer-se à escala de Katz, que avalia a autonomia do idoso para realizar as
atividades básicas e imprescindíveis à vida diária (ABVD – banho, vestir, alimentação, transferência do
cadeirão/cadeira de rodas para a cama, etc.);
Consiste num confronto de informações através a observação direta e o questionário, cuja informação é obtida
através do idoso, familiares ou cuidadores.
A escala de Lawton e Brody avalia a autonomia do idoso na AIVD, i.e., nas atividades necessárias para
viverde forma independente na comunidade (utilização do telefone, tarefas domésticas, utilização meios
transporte, manejo do dinheiro, etc.)
Estas informações são obtidas por questionamento direto ao idoso, familiares, cuidadores.
Além disto, deve ser feita uma avaliação multidimensional em idosos – OARS – que avalia a capacidade
funcional dos idosos em 5 dimensões da sua qualidade de vida:
Consiste numa entrevista clínica estruturada, aplicável em adultos e idosos, bem como noutros informadores
e/ou cuidadores. Caracteriza-se por ser uma avaliação exaustiva das aptidões funcionais básicas e instrumentais,
constituída por 50 itens.
2. RASTREIO COGNITIVO
Pode ser feito um rastreio cognitivo breve, assim como pode ser estendido a uma avaliação diagnóstica mais
profunda;
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Neste sentido, o idoso pode ser encaminhado para um neuropsicólogo clínico, psicogerontólogo, neurologista,
etc.
Ao ser feita uma avaliação neuropsicológica, são integradas medidas mais objetivas sobre o desempenho
cognitivo, incluindo informação sobre historia neurológica, médica e psiquiátrica, e outra informação feita por
clínicos com competência em avaliação neuropsicológica.
6 domínios:
1) Função executiva: Trail Making Test B; Fluência Verbal Fonémica; Abstração verbal
4) Atenção, concentração e memória de trabalho: Memória de dígitos – sentido direto + sentido inverso;
6) Orientação:
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Teste do Relógio (pertence ao MoCA)
Características
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- inclui o MMSE, ampliando alguns domínios
Entende-se por reserva cognitiva toda a atividade intelectual que nos protege de défice e demência no futuro;
contudo, não elimina a possibilidade de demência;
Este questionário descreve a capacidade do cérebro adulto para lidar com os efeitos neurodegenerativos
Inclui 8 itens: Escolaridade, escolaridade dos pais, cursos de formação, ocupação laboral, formação musical,
línguas (manter uma conversa), atividades de leitura e jogos intelectuais (xadrez, puzzles, palavras cruzadas)
3. FUNCIONAMENTO EMOCIONAL
Além dos défices, deve-se avaliar o estado de humor, pois pode afetar os resultados cognitivos;
• Mais utilizada
• Objeto de maior numero de investigações
• Existem as versões: GDS-15; GDS-10 e GDS-5
• Diferencia deprimidos e não deprimidos em idosos com doença física e com critérios para demência
• Nos casos de demência só pode ser aplicada em graus ligeiros a moderados
• Itens invertidos: 1, 5, 7, 11 e 13
Administração:
Item 5 – “está bem disposto a maior parte do tempo” – reforçar que se refere ao estado de ânimo,
humor
Item 9 – “prefere ficar em casa em vez de sair e fazer outras coisas” – fazer a questão tendo em
conta o local onde a pessoa habita
Item 10 – “sente que tem mais problemas de memória do que as outras pessoas” – rerferir que
são pessoas da mesma idade
3 fatores/aspetos da Depressão
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a) Anedonia, falta de interesse-envolvimento-desmotivação, disforia, insatisfação geral com a vida –
1,2,3,4,5,7
Pontos de corte:
3. QUALIDADE DE VIDA
15 itens;
A resposta consiste em escolher a alternativa que a pessoas considera que melhor descreve a sua situação ao
longo do ultimo mês;
4. REDES SOCIAIS
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É a escala de eleição de avaliação das redes sociais
A versão original por Lubben tinha 10 itens, relativamente ao apoio percebido e recebido por familiares,
amigos e vizinhos
De certo modo, esta versão mais breve torna o instrumento mais simples e rápido
Possui então 6 itens com pontuação possível entre os 0 e os 30 pontos
Com ponto de corte < 12 pontos = risco de isolamento social
5. SONO
Resposta não às questões 1.6, 2.1. a 2.6., 7.1 a 7.5, 9 e 10.1 a 10.4
Através destas respostas é possível determinar 3 grupos: bons dormitórios, insonio-sintomáticos, insones
Porém, a dor e as doenças crónicas, que em 2020 serão responsáveis por 75% das mortes em todo o mundo,
afetam não só os próprios indivíduos, como também as suas famílias, o que constituem problemas aos quais é
necessário dar respostas. Estima-se ainda que entre 10-15% dos idosos com mais de 65 anos têm depressão, o
que representa claramente um fator de risco para a incapacidade funcional e aumenta a mortalidade prematura.
É possível dizer que cada vez mais a velhice traz também sintomas de demência!
Face a estes aspectos, como tem evoluído o papel dos psicólogos na área do envelhecimento?
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Tendo em conta que os psicólogos são profissionais preparados para desempenhar um conjunto de diversos
papéis em diferentes contextos de vida dos idosos, à medida que a população idosa cresce, as oportunidades de
intervenção psicológica também aumentam substancialmente.
Estudos têm revelado que os idosos preferem intervenções psicológica a tomarem medicação, visto que a
medicação pode ser já recorrente para outras doenças físicas.
Então, os psicólogos podem contribuir essencialmente para o envelhecimento ativo, isto é, podem rentabilizar
o potencial desta fase de desenvolvimento e promover um estilo de vida ativo, saudável, em que haja
envolvimento social com a comunidade e que permita manter e melhorar a qualidade de vida:
Podem também ajudar a compreender e a intervir nos problemas que a solidão, o isolamento, a demência e a
depressa causam aos idosos, bem como podem envolver-se na implementação de sistemas de gestão e
monitorização da saúde que permitam prevenir e tratar a dor e a doença:
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