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➢ Definir os critérios que classificam o elderly

➢ Caracterizar o envelhecimento ativo (saúde e qualidade de vida)


➢ Explicar quais são as alterações fisiológicas e psicossomáticas no
envelhecimento (relação com o estado nutricional)
➢ Definir senescência e senilidade
➢ Relacionar o déficit cognitivo e da incapacidade funcional no estado
nutricional do elderly

➢ Definir os critérios que classificam o elderly


Bom, a classificação dos indivíduos como idosos envolve uma série de critérios que
abrangem não apenas aspectos biológicos, mas também aspectos sociais, políticos e outros.
O processo de envelhecimento e sua consequência natural, a velhice, continuam sendo uma
das preocupações da humanidade desde o início da civilização; a impressão que ainda hoje se
tem é justamente o inverso. A história está aí para demonstrar que as ideias sobre a velhice
são tão antigas quanto a origem da humanidade. Leme (1996) lembra que poucos problemas
têm merecido tanta atenção e preocupação do homem como o envelhecimento e a
incapacidade funcional comumente associada a ele. Muitas vezes o gerontólogo, dado que a
gerontologia é uma preocupação acadêmica recente, continua acreditando que todo o
conhecimento geriátrico e gerontológico tem origem apenas em nossos dias.
-Critérios biológicos:
-Idade cronológica: A idade tem sido o critério mais comum para definir a velhice. O limite de
idade entre o indivíduo adulto e o idoso é 65 anos para as nações desenvolvidas e 60 anos
para os países em desenvolvimento. É esse critério cronológico que é adotado na maioria das
instituições que procuram dar aos idosos atenção à saúde física, psicológica e social. Sob
alguns aspectos, principalmente legais, no entanto, o limite é de 65 anos também em nosso
país. No entanto, essa linha de corte acaba sendo variada entre culturas ao longo do tempo;
-Envelhecimento fisiológico: Além da idade cronológica, os critérios biológicos também podem
incluir marcadores de envelhecimento fisiológico, como diminuição da atividade cardiovascular,
perda de massa muscular, alterações hormonais e diminuição da capacidade respiratória;
-Estado de saúde: Aqui temos diversas controvérsias quando é dito a respeito do estado de
saúde devido ao também conhecido “active aging”, pois o estado de saúde geral pode ser um
critério importante, pois idosos podem ter condições de saúde crônicas que afetam sua
funcionalidade e qualidade de vida. Marcadores de saúde, como presença de doenças
crônicas, capacidade funcional e fragilidade são coisas que pode classificar os idosos
-Idade cronológica e psicológica: O conceito de idade psicológica, à semelhança do
significado da idade biológica, refere-se à relação que existe entre a idade cronológica e as
capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o potencial
de funcionamento futuro do indivíduo. Paralelamente, a idade psicológica tem sido relacionada
também com o senso subjetivo de idade, isto é, como cada pessoa avalia a presença de
marcadores biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento, comparando-se com outros
indivíduos de mesma idade. Sob esse aspecto, não é raro o encontro de idosos que procuram
passar a impressão de que sua idade psicológica seja menor do que a cronológica e, com isso,
procuram preservar a autoestima e a imagem social.

Critérios Sociais e Políticos:


-Papel social: Os idosos, na maioria das vezes, são definidos pelos papéis que desempenham
na sociedade, como aposentadoria e o famoso status de “avós”. O grau de participação na
força de trabalho e na vida social pode variar entre os idosos e pode influenciar sua
classificação.
-Acesso a recursos: Acesso a recursos econômicos, como aposentadoria, pensões e
cuidados de saúde, pode ser considerado na classificação de idosos. A falta de acesso a esses
recursos pode afetar significativamente a qualidade de vida na velhice.
-Participação política: O envolvimento político dos idosos também pode ser um critério
relevante, especialmente em sociedades onde os idosos têm um papel ativo na formulação de
políticas relacionadas ao envelhecimento, cuidados de saúde e bem-estar.

Outros critérios:
-Autopercepção: A autopercepção de idade pode ser um critério importante, pois algumas
pessoas podem se identificar como idosas mais cedo ou mais tarde em suas vidas, com base
em uma variedade de fatores pessoais e culturais.
-Expectativa de vida saudável: Em alguns contextos, a expectativa de vida saudável pode
ser usada como critério, definindo a idade em que se espera que uma pessoa viva com boa
saúde, sem incapacidade significativa. Isso acaba se espelhando na qualidade e expectativa de
vida de uma população de um país.
Atividade funcional: A capacidade funcional e a independência nas atividades da vida diária
podem ser consideradas na classificação de idosos, uma vez que refletem a habilidade do
indivíduo de viver de forma autônoma.

Envelhecimento, velhice e velho:


-Envelhecimento: a. Pode-se considerar o envelhecimento, como admite a maioria dos
biogerontologistas, como a fase de todo um (continuum que é a vida, começando esta com a
concepção e terminando com a morte. Ao longo desse (continuum é possível observar fases de
desenvolvimento, puberdade e maturidade, entre as quais podem ser identificados marcadores
biofisiológicos que representam limites de transição entre as mesmas. O exemplo é a menarca
como marcador do início da puberdade na mulher. Ao contrário do que acontece com as outras
fases, o envelhecimento não possui um marcador biofisiológico de seu início, pelos motivos já
expostos. De qualquer forma, a demarcação entre maturidade e envelhecimento, a qual este
período aparentemente segue, é arbitrariamente fixada, mais por fatores socioeconômicos e
legais do que biológicos.
o envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há
modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda da
capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e
maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte (Papaléo Netto,
1996). Essa definição pode ser complementada com um outro conceito, este
predominantemente funcional, elaborado por Comfort, segundo o qual o envelhecimento se
caracteriza por redução da capacidade de adaptação homeostática perante situações de
sobrecarga funcional do organismo.

-Velho e velhice: Às manifestações somáticas da velhice, que é a última fase do ciclo da vida,
e que são caracterizadas pela redução da capacidade funcional, calvície, canície, redução da
capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas dos papéis sociais,
solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas. Na maioria das pessoas, tais manifestações
somáticas e psicossociais começam a se tornar mais evidentes a partir do fim da terceira
década de vida ou pouco mais, ou seja, muito antes da idade cronológica que demarca
socialmente o início da velhice. É preciso esclarecer que essas manifestações são facilmente
observáveis quando o processo que as determina encontra-se em toda sua plenitude. Deve ser
assinalado que não há uma consciência clara de que, por meio de características físicas,
psicológicas, sociais e culturais e espirituais, possa ser anunciado o início da velhice. Segundo
Baldessin (1996), alguns parecem velhos aos 45 anos de idade e outros jovens aos 70. Se o
início exato da velhice é rigorosamente indefinido e, portanto, torna-se difícil tentar fixá-lo,
maior dificuldade talvez resida nas diferentes formas como a sociedade vê o fenômeno e o
idoso: preconceituosa com aqueles que têm origem em classes sociais mais baixas,
benevolente com os que ocupam classes sociais mais elevadas.
Caracterizar o envelhecimento ativo (saúde e qualidade de vida)
Ministério da saúde: Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, de forma ativa, livre de
qualquer tipo de dependência funcional, o que exige promoção da saúde em todas as idades.
Importante acrescentar que muitos idosos brasileiros envelheceram e envelhecem apesar da
falta de recursos e da falta de cuidados específicos de promoção e de prevenção em saúde.
Entre esses estão os idosos que vivem abaixo da linha de pobreza, analfabetos, os seqüelados
de acidentes de trabalho, os amputados por arteriopatias, os hemiplégicos, os idosos com
síndromes demenciais, e para eles também é preciso achar respostas e ter ações específicas.
Também temos o envelhecimento comum e envelhecimento bem-sucedido:
Admite-se que, na forma de envelhecimento comum, os fatores extrínsecos (tipo de dieta,
sedentariedade, causas psicossociais etc.) intensificariam os efeitos adversos que ocorrem
com o passar dos anos, enquanto na forma de envelhecimento saudável estes não estariam
presentes ou, quando existentes, seriam de pequena importância. A crença sobre a
importância desses fatores se acha expressa na ênfase que atualmente tem sido dada para a
ação benéfica potencial dos exercícios, para a moderação da ingestão de bebidas alcoólicas,
para a cessação do hábito de fumar, para a observância de dieta adequada, entre outras
medidas (Papaléo Netto, Brito, 2001).
As principais condições associadas à velhice bem-sucedida, segundo os dois autores citados,
seriam: baixo risco de doenças e de incapacidades funcionais relacionadas com as doenças;
funcionamento mental e físico excelentes; e envolvimento ativo com a vida.

A promoção do envelhecimento ativo, isto é, envelhecer mantendo a capacidade funcional e


a autonomia, é reconhecidamente a meta de toda ação de saúde. Ela permeia todas as ações
desde o pré-natal até a fase da velhice. A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no
reconhecimento dos direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência,
participação, dignidade, assistência e auto-realização determinados pela Organização das
Nações Unidas (WHO, 2002). Para tanto é importante entender que as pessoas idosas
constituem um grupo heterogêneo. Também será necessário vencer preconceitos e discutir
mitos arraigados em nossa cultura. Os profissionais de saúde e a comunidade devem perceber
que a prevenção e a promoção de saúde não é privilégio apenas dos jovens. A promoção não
termina quando se faz 60 anos e as ações de prevenção, sejam elas primárias, secundárias ou
terciárias, devem ser incorporadas à atenção à saúde, em todas as idades.

Envelhecimento bem sucedido pode ser entendido a partir de seus três componentes: (a)
menor probabilidade de doença; (b) alta capacidade funcional física e mental; e (c)
engajamento social ativo com a vida (Kalache & Kickbush, 1997; Rowe & Kahn, 1997; Healthy
People 2000). O Relatório Healthy People 2000 da OMS enfatiza em seus objetivos: aumentar
os anos de vida saudável, reduzir disparidades na saúde entre diferentes grupos populacionais
e assegurar o acesso a serviços preventivos de saúde. Além disso, é preciso incentivar e
equilibrar a responsabilidade pessoal – cuidado consigo mesmo – ambientes amistosos para a
faixa etária e solidariedade entre gerações. As famílias e indivíduos devem se preparar para a
velhice, esforçando-se para adotar uma postura de práticas saudáveis em todas as fases da
vida (OMS, 2002).

➢ Explicar quais são as alterações fisiológicas e psicossomáticas no


envelhecimento (relação com o estado nutricional)
Explicação resumida:
O envelhecimento é um processo complexo com diversas alterações sejam elas fisiológicas (
mudanças corporais inerentes ao processo de envelhecimento) ou psicossomáticas (doenças
que são causadas por problemas emocionais do indivíduo e representam a ligação direta entre
a saúde emocional e a física. Ou seja, quando o sofrimento psicológico, de alguma forma,
acaba causando ou agravando uma doença física) que acabam alterando o estado nutricional
individual.
-Alteração física: O pico maior das funções biológicas ocorre antes dos 30 e declina
gradualmente e linearmente. Com o envelhecimento, ocorre cerca de 10% da massa cerebral e
20% do fluxo sanguíneo. Em idades mais avançadas, ocorre redução de neurônios e
neurotransmissores. Essas alterações tornam a condução nervosa mais lenta, levando a um
menor desempenho psicomotor.
-Alterações nutricionais: A má alimentação pode contribuir para o surgimento de doenças,
acelerando o declínio dos aspectos fisiológicos do corpo. Pessoas que ingerem, em excesso,
alimentos ricos em gordura, sódio e açúcares, podem ser mais afetados por essas alterações.
-Alterações psicossomáticas: Défices físicos, cognitivos e comportamentais observados no
envelhecimento resultam em um conjunto de alterações biológicas que desencadeiam cascatas
de eventos moleculares e celulares as quais geral apoptose, radicais livres, mudanças
protéicas e outros danos celulares.
-Alterações fisiológicas:
Sistema digestivo: Vai haver diminuição na produção de saliva, o que dificulta a mastigação e
deglutição; também temos a redução na produção de ácido clorídrico no estômago, o que
acaba afetando a absorção de nutrientes, como ferro e vitamina B12
Metabolismo: Temos a diminuição da taxa metabólica basal, ou seja, o corpo passa a
queimar menos calorias em repouso, e isso resulta na mudança da composição corporal, como
perda de massa muscular e aumento da proporção de gordura corporal
Sistema cardiovascular: Há a diminuição da elasticidade das artérias, o que ocasiona em
uma pressão arterial elevada, podendo aumentar o risco de doenças cardiovasculares,
principalmente quando mesclado com a diminuição da taxa metabólica basal, o que ocasiona
no acúmulo de placas nas artérias
Sistema renal: Temos diminuição da função renal, o que pode afetar na capacidade do
corpor de filtrar resíduos e manter o equilíbrio de líquidos e eletrólitos
Sistema Imunológico: Temos declínio na função imunológica, tornando idosos mais
suscetíveis a infecções.

Quais relações com o estado nutricional?


-Ingestão alimentar: Temos mudança no paladar e olfato, o que pode afetar as preferências
alimentares e a ingestão de nutrientes essenciais devido a uma “repulsa” a alimentos. Além
disso temos dificuldade na preparação e ingestão de alimentos, o que causa deficiências
nutricionais
-Absorção de nutrientes: Devido às alterações no trato GI, podem afetar a absorção de
nutrientes, tornando os idosos mais suscetíveis a deficiências de vitaminas e minerais, como
cálcio, vitamina D e vitamina B12
-Necessidades nutricionais: Necessidade de proteína aumentada para compensar a perda de
massa muscular; consumo de cálcio e vitamina D deve ser crucial para saúde dos ossos e
prevenção da osteoporose; A ingestão insuficiente de antioxidantes e ácidos graxos ômega-3
ajuda a proteger contra o estresse oxidativo e a inflamação associados ao envelhecimento

Apesar de não estabelecido oficialmente, o termo envelhecimento é frequentemente


empregado para descrever as mudanças de forma e função ao longo da vida, que ocorrem nos
organismos após a maturação sexual e que progressivamente comprometem a capacidade de
resposta dos indivíduos ao estresse ambiental e à manutenção da homeostasia. A
consequência final dessa perda da capacidade de resposta ao estresse seria a falência de
órgãos e sistemas, levando à morte do indivíduo. Contudo, muitos pesquisadores rejeitam essa
definição e definem envelhecimento simplesmente como “o que acontece com um organismo
com o passar do tempo”. Tais pesquisadores querem salientar, ironicamente, que existem
diversas funções que não são alteradas significativamente com o passar do tempo, como é o
caso da troca de células do epitélio intestinal. Outras alterações, por sua vez, mesmo
ocorrendo, não se traduzem necessariamente em efeitos deletérios sobre a vitalidade ou
longevidade, como no caso do embranquecer dos cabelos.
Teorias Estocásticas: O processo de envelhecimento, apesar da grande variabilidade de
padrões e ritmos observados entre indivíduos e espécies, possui certa regularidade, no sentido
de que as mudanças observadas ao longo do tempo se apresentam mais ou menos
gradualmente e, de modo progressivo, ocorre uma redução da capacidade funcional dos
organismos. O mesmo pode ser mais ou menos dito a respeito do tempo de vida máximo
esperado para cada espécie. Sendo assim, parece pouco provável atribuir o envelhecimento
unicamente a fatores aleatórios ou estocásticos. Contudo, essa ideia é a base das teorias que
postulam ser a deterioração associada à idade avançada devida à acumulação de danos
moleculares ao acaso. Neste cenário, macro moléculas defeituosas poderiam se acumular por
meio de diferentes mecanismos: falha em reparar danos ou erros causados aleatoriamente na
síntese de macromoléculas. Em ambos os casos, haveria perda de função e de informação
vitais para as células. A quantidade dessas macromoléculas incorretas alcançaria um nível em
que algumas ou todas as células de um ser vivo estariam tão deficientes, metabolicamente, a
ponto de causarem a morte do próprio organismo.

-Teoria do Uso e Desgaste: As teorias classificadas como de uso e desgaste são,


provavelmente, as mais antigas precursoras do conceito de falha em mecanismos de
reparação. Embora desatualizadas, elas persistem, possivelmente por serem reforçadas
inconscientemente por observações cotidianas. Nessa concepção, o acúmulo de agressões
ambientais no dia a dia levaria ao decréscimo gradual da eficiência do organismo e, por fim, à
morte. Todos os organismos são constantemente expostos a infecções, ferimentos e agressões
que causam danos às células, aos tecidos e aos órgãos. Uma fratura pode sarar, mas o osso
não voltará a ser tão resistente quanto antes de o ferimento ocorrer. Ao longo da vida de um
animal, ele provavelmente terá acumulado progressivamente uma grande quantidade de danos
secundários associados a doenças e lesões leves. Esse desgaste estrutural, associado a
lesões secundárias, poderia contribuir para o declínio da capacidade funcional do organismo
com o passar do tempo. August Weismann (1891) pensou que esse desgaste gradual das
células somáticas era o resultado de uso, ou seja, que a causa principal do envelhecimento era
o uso das células.
Atualmente, quatro motivos lógicos contribuem para o descrédito dessa teoria: primeiro,
animais criados em ambientes livres de patógenos ou de ferimentos não apenas envelhecem
como também não apresentam nenhum aumento em sua longevidade máxima; segundo,
muitos danos menores postulados pela teoria do uso e desgaste são mudanças dependentes
do tempo, que provocam aumento na probabilidade de morte, mas não servem como
mecanismos causais para o processo de envelhecimento – por exemplo, a perda de dentes em
elefantes pode levar à morte por inanição, sem que eles apresentem, contudo, mudanças
significativas em estrutura e função de outros órgãos e tecidos no mesmo período; terceiro,
como será visto mais adiante, dados obtidos nas últimas duas décadas mostram claramente o
efeito benéfico de certos estresses moderados (antes tidos apenas como fontes de desgaste)
na manutenção da capacidade funcional; quarto, a teoria está defasada em relação ao
conhecimento biológico. Os avanços atuais em biologia celular e molecular reformularam o
conceito de uso e desgaste, mostrando que ele não constitui uma teoria, mas sim um
componente de outras. Por exemplo, alterações na textura da cartilagem das articulações em
vertebrados podem ser descritas como uso e desgaste, mas não fornecem subsídios teóricos
que possibilitem entender melhor o processo ou intervir nele. Entretanto, conceber essas
alterações na cartilagem como o resultado de mudanças relacionadas com a idade, na
expressão de genes que codificam proteoglicanas, pode guiar abordagens que permitam um
nível maior de compreensão.

➢ Definir senescência e senilidade

Senescência: Mudanças naturais e benignas decorrentes do processo de envelhecimento.


São mudanças comumente visíveis, resultantes de modificações graduais na nossa fisiologia e
no nosso metabolismo. Como flacidez da pele, calvície e o declínio cognitivo
Senilidade: Lado problemático do envelhecimento, com mudanças que afetam a qualidade de
vida, como doenças crônicas, declínio cognitivo ou declínio visual. Aqui estão as doenças que
comprometem a qualidade de vida do indivíduo.
A distinção entre senescência ou senectude, que resulta do somatório de alterações
orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal, e senilidade, que é
caracterizada por modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a
pessoa idosa, é, por vezes, extremamente difícil. O exato limite entre esses dois estados não é
preciso e característicamente apresenta zonas de transição frequentes, o que dificulta
discriminar cada um deles.
Essa dificuldade que os profissionais enfrentam no seu dia a dia e que está presente em
todas as áreas que compõem a ciência gerontológica é consequência da indefinição da idade
biológica, da grande variabilidade de comportamento do idoso perante fatores estressantes e
de um fator genético, cuja importância já foi referida. Não somente na prática diária, no entanto,
é importante a distinção entre essas duas condições, mas também é relevante na área da
pesquisa em gerontologia. Assim, acreditamos que várias investigações relativas ao fenômeno
de envelhecimento deveriam ser reavaliadas, principalmente as realizadas em seres humanos,
desde que os resultados obtidos são muitas vezes decorrentes da presença de doenças
associadas e não reconhecidas, e não somente do envelhecimento propriamente dito. Outro
fato que merece ser destacado é que, diferentemente das pessoas mais jovens, nos idosos
portadores de doenças, que frequentemente são múltiplas, somam-se os efeitos das alterações
fisiológicas próprias do envelhecimento normal e os decorrentes de modificações funcionais
produzidas pela presença de doenças concomitantes. Não se pode desconhecer que os efeitos
da primeira podem atuar sobre os da última, induzindo graus variáveis de interação, a ponto de
produzir ação deletéria muito acentuada (Papaléo Netto e Brito, 2001). Com o número
crescente de pessoas muito idosas, esta situação tende a ganhar mais atenção e levou a um
novo foco de abordagem, utilizando o conceito de (fragilidade, tema abordado neste livro por
Duarte e Lebrão.
➢ Relacionar o déficit cognitivo e da incapacidade funcional no estado
nutricional do elderly
Estudo:http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10256 (Estado nutricional e déficit
cognitivo em idosos muito idosos residentes em comunidade no sul do Brasil)
Ligado com o estado nutricional, o déficit cognitivo pode afetar a capacidade de um idoso de
se alimentar adequadamente, o que pode levar a um estado nutricional inadequado. Em um
estudo com idosos muito idosos (80 anos ou mais), foi encontrado uma prevalência de déficit
cognitivo de cerca de 48% pelo mini exame do estado mental (teste rápido para avaliar a
função cognitiva, de fácil aplicação que avalia vários domínios, como espacial e temporal) e
cerca de 58% pelo teste do desenho do relógio ( que a pessoa desenha um relógio com todos
os números no mostrador e coloca o ponteiro marcando 2 horas e 45 minutos). Esse estudo
também relaciona que a baixa concentração sérica de de vitamina B12 estão intimamente
associados ao déficit cognitivo, pois o déficit cognitivo foi 5 vezes maior em pessoas com
deficiência dos mesmos.
Isso ocorre, pois durante o envelhecimento, há redução nas concentrações séricas de
vitamina B12, e essa redução acaba se associando à anemia macrocítica, mas também a
neuropatias, às doenças cardiovasculares, à depressão, à demência e às alterações na massa
óssea. Isso ocorre devido à atuação da vitamina B12 e ácido fólico em diversas vias
metabólicas, pois elas atuam na formação de glóbulos vermelhos e no SNC.
Em relação com o déficit cognitivo, a deficiência de vitamina B12 acaba interferindo na função
cerebral, pis é vital para a otimização da função dos neurônios, logo, essencial para saúde
cognitivo, pois ela atua como sintetizadora e protetora das células neurais, e sua deficiência
acarreta em lesões graves no tecido cerebral

Incapacidade funcional e estado nutricional acabam limitando a capacidade de um idoso de


preparar refeições ou comprar o próprio alimento, o que pode afetar negativamente o estado
nutricional, o que acarreta em um alto risco de desnutrição associado à dependência funcional.

O conceito de transtorno cognitivo leve (TCL) foi proposto para se referir a indivíduos idosos
não demenciados, portadores de um leve déficit cognitivo que se expressa em alterações na
memória. Em adição ao critério usual de exclusão de demência (APA, 1994), o seu conjunto de
critérios diagnósticos inclui: queixa de memória, relatada pelo paciente ou por um familiar; um
escore levemente rebaixado em instrumentos de estadiamento global, tais como o (Global
Deterioration Scale (Reisberg, Ferris, de Leon e Crook, 1982) [GDS 1, 2 ou 3] ou o (Clinical
Dementia Rating (Hughes (et al., 1982) [CDR 0,5]; pontuação em testes de memória
correspondente a menos 1,5 desvio padrão em relação à média de indivíduos de sua idade e
escolaridade, e escore de pelo menos 24 pontos no Miniexame do Estado Mental (MEEM
[Folstein, Folstein e McHugh, 1975] ou de 123 pontos na (Dementia Rating Scale (DRS)
[Celsis, 2000].
O primeiro critério, queixa de memória, é normalmente a causa da procura do clínico pelo
paciente. Muitas vezes, entretanto, o paciente não é capaz de avaliar adequadamente suas
próprias habilidades cognitivas. As queixas de memória autorreferidas por pacientes idosos
frequentemente correlacionam-se pouco com o desempenho cognitivo real avaliado por testes,
tendendo a estar mais relacionadas com traços de personalidade e depressão do que
propriamente com o déficit. Assim, os indivíduos que se queixam não são representativos de
todos os indivíduos que apresentam o problema. Recomenda-se, pois, que o declínio seja
descrito em resposta a uma questão do investigador, e não exclusivamente baseado na
informação voluntária do sujeito. As respostas dos pacientes precisam ser interpretadas com
relação ao tipo de perguntas formuladas. Em vez de se perguntar ao paciente somente sobre o
estado atual de sua memória, convém que lhe seja pedido que relate o estado atual em
comparação ao desempenho de sua memória no passado, ou ao estado da mesma quando
comparada à dos amigos que lhe sejam contemporâneos.

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