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Outros critérios:
-Autopercepção: A autopercepção de idade pode ser um critério importante, pois algumas
pessoas podem se identificar como idosas mais cedo ou mais tarde em suas vidas, com base
em uma variedade de fatores pessoais e culturais.
-Expectativa de vida saudável: Em alguns contextos, a expectativa de vida saudável pode
ser usada como critério, definindo a idade em que se espera que uma pessoa viva com boa
saúde, sem incapacidade significativa. Isso acaba se espelhando na qualidade e expectativa de
vida de uma população de um país.
Atividade funcional: A capacidade funcional e a independência nas atividades da vida diária
podem ser consideradas na classificação de idosos, uma vez que refletem a habilidade do
indivíduo de viver de forma autônoma.
-Velho e velhice: Às manifestações somáticas da velhice, que é a última fase do ciclo da vida,
e que são caracterizadas pela redução da capacidade funcional, calvície, canície, redução da
capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas dos papéis sociais,
solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas. Na maioria das pessoas, tais manifestações
somáticas e psicossociais começam a se tornar mais evidentes a partir do fim da terceira
década de vida ou pouco mais, ou seja, muito antes da idade cronológica que demarca
socialmente o início da velhice. É preciso esclarecer que essas manifestações são facilmente
observáveis quando o processo que as determina encontra-se em toda sua plenitude. Deve ser
assinalado que não há uma consciência clara de que, por meio de características físicas,
psicológicas, sociais e culturais e espirituais, possa ser anunciado o início da velhice. Segundo
Baldessin (1996), alguns parecem velhos aos 45 anos de idade e outros jovens aos 70. Se o
início exato da velhice é rigorosamente indefinido e, portanto, torna-se difícil tentar fixá-lo,
maior dificuldade talvez resida nas diferentes formas como a sociedade vê o fenômeno e o
idoso: preconceituosa com aqueles que têm origem em classes sociais mais baixas,
benevolente com os que ocupam classes sociais mais elevadas.
Caracterizar o envelhecimento ativo (saúde e qualidade de vida)
Ministério da saúde: Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, de forma ativa, livre de
qualquer tipo de dependência funcional, o que exige promoção da saúde em todas as idades.
Importante acrescentar que muitos idosos brasileiros envelheceram e envelhecem apesar da
falta de recursos e da falta de cuidados específicos de promoção e de prevenção em saúde.
Entre esses estão os idosos que vivem abaixo da linha de pobreza, analfabetos, os seqüelados
de acidentes de trabalho, os amputados por arteriopatias, os hemiplégicos, os idosos com
síndromes demenciais, e para eles também é preciso achar respostas e ter ações específicas.
Também temos o envelhecimento comum e envelhecimento bem-sucedido:
Admite-se que, na forma de envelhecimento comum, os fatores extrínsecos (tipo de dieta,
sedentariedade, causas psicossociais etc.) intensificariam os efeitos adversos que ocorrem
com o passar dos anos, enquanto na forma de envelhecimento saudável estes não estariam
presentes ou, quando existentes, seriam de pequena importância. A crença sobre a
importância desses fatores se acha expressa na ênfase que atualmente tem sido dada para a
ação benéfica potencial dos exercícios, para a moderação da ingestão de bebidas alcoólicas,
para a cessação do hábito de fumar, para a observância de dieta adequada, entre outras
medidas (Papaléo Netto, Brito, 2001).
As principais condições associadas à velhice bem-sucedida, segundo os dois autores citados,
seriam: baixo risco de doenças e de incapacidades funcionais relacionadas com as doenças;
funcionamento mental e físico excelentes; e envolvimento ativo com a vida.
Envelhecimento bem sucedido pode ser entendido a partir de seus três componentes: (a)
menor probabilidade de doença; (b) alta capacidade funcional física e mental; e (c)
engajamento social ativo com a vida (Kalache & Kickbush, 1997; Rowe & Kahn, 1997; Healthy
People 2000). O Relatório Healthy People 2000 da OMS enfatiza em seus objetivos: aumentar
os anos de vida saudável, reduzir disparidades na saúde entre diferentes grupos populacionais
e assegurar o acesso a serviços preventivos de saúde. Além disso, é preciso incentivar e
equilibrar a responsabilidade pessoal – cuidado consigo mesmo – ambientes amistosos para a
faixa etária e solidariedade entre gerações. As famílias e indivíduos devem se preparar para a
velhice, esforçando-se para adotar uma postura de práticas saudáveis em todas as fases da
vida (OMS, 2002).
O conceito de transtorno cognitivo leve (TCL) foi proposto para se referir a indivíduos idosos
não demenciados, portadores de um leve déficit cognitivo que se expressa em alterações na
memória. Em adição ao critério usual de exclusão de demência (APA, 1994), o seu conjunto de
critérios diagnósticos inclui: queixa de memória, relatada pelo paciente ou por um familiar; um
escore levemente rebaixado em instrumentos de estadiamento global, tais como o (Global
Deterioration Scale (Reisberg, Ferris, de Leon e Crook, 1982) [GDS 1, 2 ou 3] ou o (Clinical
Dementia Rating (Hughes (et al., 1982) [CDR 0,5]; pontuação em testes de memória
correspondente a menos 1,5 desvio padrão em relação à média de indivíduos de sua idade e
escolaridade, e escore de pelo menos 24 pontos no Miniexame do Estado Mental (MEEM
[Folstein, Folstein e McHugh, 1975] ou de 123 pontos na (Dementia Rating Scale (DRS)
[Celsis, 2000].
O primeiro critério, queixa de memória, é normalmente a causa da procura do clínico pelo
paciente. Muitas vezes, entretanto, o paciente não é capaz de avaliar adequadamente suas
próprias habilidades cognitivas. As queixas de memória autorreferidas por pacientes idosos
frequentemente correlacionam-se pouco com o desempenho cognitivo real avaliado por testes,
tendendo a estar mais relacionadas com traços de personalidade e depressão do que
propriamente com o déficit. Assim, os indivíduos que se queixam não são representativos de
todos os indivíduos que apresentam o problema. Recomenda-se, pois, que o declínio seja
descrito em resposta a uma questão do investigador, e não exclusivamente baseado na
informação voluntária do sujeito. As respostas dos pacientes precisam ser interpretadas com
relação ao tipo de perguntas formuladas. Em vez de se perguntar ao paciente somente sobre o
estado atual de sua memória, convém que lhe seja pedido que relate o estado atual em
comparação ao desempenho de sua memória no passado, ou ao estado da mesma quando
comparada à dos amigos que lhe sejam contemporâneos.