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UNIEURO–CENTRO UNIVERSITÁRIO EURO-

AMERICANO CURSO DE PSICOLOGIA

ANA PAULA TIMÓTEO CAMPELO COSTA

CAMILA NASCIMENTO ZAIDAN

GABRIELA PINHEIRO ALVES

SARA PASSOS

INFLUÊNCIAS NO ESTILO DE VIDA, NA SAUDE E NA LONGEVIDADE

BRASÍLIA
2020
SUMÁRIO

1. Introdução.................................................................................................................3

2. Definição de idoso, Conceito de saúde e Envelhecimento populacional ..... 3

3. Capacidade funcional.................................................................................... 5

4. Estilo de vida como indicador de saúde na velhice....................................... 6

5. Envelhecer com saúde.................................................................................. 6

6. Qualidade de vida ........................................................................................ 8

7. Qualidade de vida e saúde física................................................................. 9

8. Qualidade de vida e saúde mental............................................................... 9

9. Qualidade de vida na terceira idade............................................................ 10

10. Como melhorar a qualidade de vida.............................................................10

11. Conclusão.....................................................................................................10

12. Biografia........................................................................................................12
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1. Introdução

Este trabalho objetiva descrever de forma objetiva e clara, a velhice e as influências


dos estilos de vida, na saúde e na longevidade e como age diretamente no
desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do indivíduo idoso.

Com foco nas escolhas de estilo de vida, que podem prolongar ou diminuir a
expectativa de vida, assim como, definir e conceituar saúde, idoso correlacinando
com a atual situação de populacional no Brasil. O presente trabalho visa levantar
questões quanto a capacidade funcional na terceira idade assim como
demomonstrar e discuitr o estilo de vida como indicador de saúde na velhice.

Abordaremos a importancia de envelhecer com saúde, conceituando qualidade


de vida, saúde fisica, saúde mental, com o objetivo de esclarecer e traçar
diretrizes com foco nessa fase de vida.

O levantamento conceitual de qualidade de vida na terceira idade e como


aprimorar e prolongar expectativa de vida, se mostram de extrema importância
no atual cenário Brasileiro, visto recentes mudanças que evoluem junto com a
definição de velhice e se atualiza conforme novas gerações vão surgindo, com
isso serão pontos relevantes e discutidos no presente trabalho.

A velhice, também chamada de terceira idade, começa logo após os 60 anos,


caracteriza-se por várias mudanças, físicas e cognitivas. É cercada de vários
desafios e como traz mudanças ou limitações, exige-se alguns cuidados especiais,
mas isso não impede que essa fase da vida seja curtida com prazer. O Brasil tem
mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da
população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas,
segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo IBGE.

Entre várias etapas que podem ser observadas pelas mudanças físicas que tendem a
ser graduais ou progressivas, mesmo com toda mudança que já ocorrem desde o
nosso nascimento, temos que ter bons olhos para essa nova etapa. Há quem veja o
lado bom de ter uma nova fase na vida, e há também quem chame de melhor idade.
Os bons hábitos alimentares devem ser mantidos e exercícios físicos regulares
ajudam na boa longevidade. Manter uma vida social ativa, entre membros da família
e amigos também contribuem para uma nova fase feliz e saudável. A velhice é muito
subjetiva e complexa, pois além de ser uma etapa natural pela qual todas as pessoas
esperam passar, ela não é o final e sim o começo de mais uma fase da vida.

2. Definição de idoso, Conceito de saúde e Envelhecimento populacional

Segundo estabelecido pelo Estatuto do Idoso, considera-se idosa a pessoa com


idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de
2003). Os geriatras anunciaram a adoção de uma definição dinâmica do conceito de
“idoso”, que se adapta às mutações das condições demográficas e epidemiológicas,
levando em conta que, cientificamente, só se é idoso quando se tem uma expectativa
de vida de mais dez anos.

A expectativa de vida do brasileiro alcançou a maior média da história. Estimativa


divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que no
ano de 2018 a expectativa de vida média chegou a 76 anos. Diante dessa nova
realidade, podemos concluir que urge seja modificado o conceito de pessoa idosa no
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Brasil, devendo ser alterada a legislação pertinente para se fixar um patamar mínimo
de 65 anos para que a pessoa possa ser legalmente considerada idosa.

A ciência já acumula pesquisas e estudos que oferecem algumas respostas sobre o


que é ser idoso, o que é a velhice, e o que produz o envelhecimento humano. As
diferenças individuais, entretanto, por estarem delimitadas por eventos de origem
psicológica, sócio-histórica e genético-biológica, trazem dificuldade para conceituar
de um modo homogêneo a tamanha heterogeneidade.

O conceito de saúde, redefinido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em


1947 como um estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, é conceituado
em 1994 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a busca de uma
qualidade de vida:

“É uma percepção individual de sua posição na vida no contexto da cultura e do


sistema de valores em que vivem e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações. É um conceito amplo e abrangente, que incorpora de
maneira complexa a saúde física, o estado psicológico, o nível de independência, as
relações sociais, as crenças pessoais e o relacionamento de pessoas de destaque no
ambiente.” (Traduzido).

Este ampliado conceito de saúde, designado como 'Envelhecimento Ativo', define o


processo de otimizar oportunidades para a saúde, sendo o bem-estar biopsicossocial
uma de suas vertentes principais, e para uma participação ativa e em segurança de
modo a aumentar a qualidade de vida das pessoas que envelhecem.

Para que os idosos de hoje e do futuro tenham qualidade de vida, é preciso garantir
direitos em questões como saúde, trabalho, assistência social, educação, cultura,
esporte, habitação e meios de transportes. No Brasil, esses direitos são
regulamentados pela Política Nacional do Idoso, bem como o Estatuto do Idoso,
sancionados em 1994 e em 2003, respectivamente. Ambos os documentos devem
servir de balizamento para políticas públicas e iniciativas que promovam uma
verdadeira melhor idade.

Em artigos recentes voltados para terceira idade nota-se a abordagem do tema do


envelhecimento saudável, dando destaque aos fatores contribuintes para a
manutenção da qualidade de vida. Dentre os fatores pesquisados, o estilo de vida é
considerado como um importante promotor de estímulos sócio emocionais que
otimizam o funcionamento cognitivo. A conclusão sugere que estilo de vida possa ser
utilizado com um indicador de saúde, recebendo assim cuidadosa atenção quando se
objetiva promover ou prevenir a saúde nessa fase.

Nas sociedades modernas industrializadas, um fenômeno mundial recorrente é a


saída do indivíduo do cenário social via a aposentadoria e, comumente, coincidente
com a entrada na velhice. Apesar de a realidade demográfica apontar para um
crescimento progressivo e expressivo da população idosa, que já vêm alcançando
com facilidade faixas etárias longevas, porém ainda se percebe falta de empenho no
sentido sociocultural, aonde haja estímulo e se valorize o idoso. Isso se dá devido a
imagens ainda preconceituosas e/ou estereotipadas do indivíduo envelhecido.

Além do desestímulo social, e por uma série de fatores ligados às histórias pessoais
e às experiências de vida, muitos idosos permitem que o seu prazer de viver
envelheça, impondo-se um isolamento social ou permitindo que outros o façam.
Outros há que vivem bem, porém com uma vida bastante direcionada por rotinas e
pouco estimulante em termos cognitivos. E ainda há outros idosos que, por
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desajustamentos psicológicos diversos, vivem sob uma qualidade de vida inferior ao


esperado.

Em comum para esses estilos vivenciais humanos descritos, pode-se então destacar:
uso deficitário das funções cognitivas, retração da expressividade emocional, e
redução das trocas relacionais e com o meio. Este empobrecimento da qualidade de
vida na velhice não encontra respaldo científico: principalmente no primeiro terço da
velhice, a grande maioria dos idosos é saudável, tanto do ponto de vista orgânico
como cognitivo, ou tem as suas cronicidades ainda sob controle, garantindo assim a
possibilidade de manutenção da autonomia e da independência.

3. Capacidade funcional

Segundo a Organização Mundial de Saúde, as doenças crônicas são causas


significativas e custosas de incapacidade e de reduzida qualidade de vida; isto tanto
para os países desenvolvidos como para os países em desenvolvimento. Porém,
incapacidades associadas com o envelhecimento e o início de doenças crônicas
podem ser prevenidas ou retardadas.

Dentre os fatores precipitantes de incapacidade funcional destaca-se a área


cognitiva. Sua importância vem merecendo esforços por parte dos pesquisadores,
em nível mundial, para estudar o perfil cognitivo do envelhecimento. Dada a
heterogeneidade do envelhecer, os estudos esbarram em dificuldades para
classificar déficits cognitivos, principalmente aqueles relativos à memória. Têm sido
propostos diversos termos, tais como: alteração de memória associada à idade;
transtorno cognitivo leve; déficit cognitivo leve; e etc., que alguns estudiosos do
assunto acreditam poderem ser condições intermediárias entre o normal e o
patológico.

Por outro lado, quando se intenta classificar as alterações cognitivas leves (ACL)
como distúrbios ou síndromes associados ao envelhecimento , os resultados das
pesquisas não apresentam expressão significativa de modo a se poder inferir que
aquelas alterações venham a ser um fator de risco para o desenvolvimento posterior
de um quadro de demência.

Isto porque as ACL não costumam comprometer as atividades sócio-ocupacionais


e/ou as atividades diárias, não mostram significância clínica, não se enquadram nos
critérios diagnósticos para síndromes demenciais ou transtornos psiquiátricos graves,
e mais, somente a memória primária (curto prazo) parece ser a função cognitiva
atingida; em termos de tratamento clínico, ainda pouco se pode oferecer para
modificar tal condição alterada.

A depressão é apontada em alguns estudos como causadora de problemas de


memória e, em outros, como sendo um dos sintomas primários de quadro demencial
do tipo de Alzheimer. Apesar de ser considerada como o segundo mais comum
distúrbio psiquiátrico na velhice), ainda se mostra clinicamente inconcluso distinguir
déficits cognitivos vistos na depressão com aqueles no processo de demência
progressivo. Em poucas palavras, se define falhas mnêmicas, popularmente
conhecidas como ‘falhas de memória’, como alterações funcionais genéricas quando
não comprometem a autonomia e a independência de indivíduos idosos.

Apesar dos esforços empreendidos a produção científica, até o momento, exibe


resultados controversos quanto à possibilidade de falhas mnêmicas poderem servir
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como marcadores da condição do envelhecimento humano para uma diferenciação


entre uma condição benigna de declínio cognitivo e uma pré-morbidez demencial.

Vários estudos e pesquisas efetivados vem reforçar a importância de se pensar o


idoso a partir do que ele preserva em si e do que é possível de ser otimizado. Para
se ter uma velhice saudável a questão central não é impedir o declínio funcional
biológico, porém disponibilizar instrumentos que auxiliem na preservação daquilo que
é fundamental à condução da vida (qualidade de) no idoso: capacidade funcional.

Manter esta capacidade na velhice significa, por conseguinte, otimizar recursos que
retardem a deterioração das habilidades individuais e/ou que expandam potenciais
inéditos, dentro dos parâmetros normais considerados aceitáveis para esta
população específica. Capacidade funcional tem como principais atributos a
autonomia e a independência.

4. Estilo de vida como indicador de saúde na velhice

Mudanças no estilo de vida podem e devem ser estimulados junto ao idoso, porém
não é algo que se adquire no meio exterior. Estudos voltados para terceira idade,
concluem de forma consensual a importância de o indivíduo idoso ser o promotor de
atitudes positivas que o levarão a enfrentar, com qualidade, esta sua etapa evolutiva.

Ao focar na promoção e prevenção de saúde, o estilo de vida de um indivíduo idoso


deve ser levado em alta consideração, dentre os outros indicadores de saúde.
Estudos apontam a importância do estilo de vida para a qualidade do viver na
velhice.

Deve ser salientado que estilo de vida e bem-estar subjetivo são produtos da
conscientização do indivíduo de suas necessidades, desejos, limitações,
potencialidades e, principalmente, do grau de abertura individual à aceitação e
incorporação de novas experiências; enquanto aspectos passíveis de oscilações
temporais necessitam de eventuais adaptações ou ajustamentos.

A adaptação a este novo ciclo vital, para dar conta de transformações plurais que
acontecerão ao longo do processo de envelhecimento, traz a necessidade de
mudanças na postura frente à vida e o viver.

Utilizando-se as habilidades individuais e os potenciais ainda disponíveis (às vezes


até mesmo alguns inéditos), em forma de aprendizagem, o indivíduo idoso terá
condições de responder aos desafios.

5. Envelhecer com saúde

Envelhecer mantendo a saúde torna-se cada vez mais um dos grandes desafios para
a sociedade em geral e para cada indivíduo em particular, traduzido na criação de
condições que permitam a cada pessoa manter a sua saúde ao longo da vida. Assim,
a adoção de estratégias que promovam a saúde, previnam ou retardem o
aparecimento das doenças crónicas bem como o declínio funcional e cognitivo,
incentivando a autonomia e a independência ao longo da vida, é considerado como
tendo um grande impacto direto nos custos da saúde e dos cuidados continuados ao
mesmo tempo que contribui para o aumento do bem-estar das pessoas mais velhas.

Neste contexto surgem os conceitos de envelhecimento saudável, envelhecimento


bem-sucedido e envelhecimento ativo, como base para as estratégias promotoras de
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saúde ligadas ao envelhecimento. Bem-estar é entendido no seu sentido mais amplo


que inclui questões como a felicidade, satisfação e plena realização, abrange todas
as esferas da vida, incluindo os aspetos físicos, mentais e sociais, que compõem o
que pode ser chamado de "uma vida boa".

O envelhecimento saudável pode ser descrito como a longevidade livre de doenças


ou como o processo de fomentar e manter a capacidade funcional em diferentes
domínios: físico, psicológico e este processo de otimização da saúde permite às
pessoas mais velhas participarem ativamente na sociedade, sem qualquer tipo de
descriminação, com independência e boa qualidade de vida.

Para se falar de envelhecimento saudável é necessário pensar na interação de


múltiplos fatores: saúde física e mental, independência nas atividades de vida diária,
integração social, suporte familiar e independência económica, entre outros, sendo a
interação entre a pessoa e o ambiente onde vive um fator fundamental para o
envelhecimento saudável. O envelhecimento ativo foi definido pela OMS como o
processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança no
sentido da melhoria da qualidade de vida das pessoas ao longo do processo de
envelhecimento.

A palavra ‘ativo’ incluída nesta definição refere-se à participação contínua nas


questões sociais, económicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à
capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. Uma
das importantes dimensões da política de envelhecimento ativo da OMS é a
manutenção da capacidade funcional que se modifica ao longo do ciclo de vida:
crescendo na primeira fase da vida ao longo do processo de desenvolvimento
infanto-juvenil e decrescendo na etapa final da vida adulta como resultado do
processo de envelhecimento, assim o objetivo do envelhecimento ativo é levar os
indivíduos para o grau mais elevado de funcionalidade possível tendo em conta a sua
idade, o que significa para os mais velhos manter a independência e prevenir a
incapacidade pelo maior período de tempo possível.

São aspetos importantes para a política de envelhecimento ativo: a autonomia, a


independência, a qualidade de vida e a expectativa de vida saudável, mesmo nos
casos em que já esteja instalado algum grau de incapacidade funcional. É ainda
reconhecido que o envelhecimento ativo depende de um conjunto de múltiplos
determinantes que envolvem os indivíduos, as famílias e as comunidades e
interagem continuamente uns com os outros: determinantes económicos,
comportamentais, pessoais, relacionados ao meio ambiente físico, social e com os
serviços sociais e de saúde, sendo estes transversalmente influenciados por aspetos
relativos ao género e à cultura.

O conceito de envelhecimento bem-sucedido refere-se sobretudo à manutenção da


função física e mental, assegurando deste modo que os indivíduos tenham as
‘reservas’ psicológicas e físicas necessárias para suportar as experiências geradoras
de stress ligadas ao processo de envelhecimento, pois a ausência dessas reservas
pode levar ao aumento da fragilidade e da dependência.

O envelhecimento bem-sucedido é composto por três fatores predominantes:


compromisso ativo com a vida; manutenção de altos níveis de habilidades funcionais
ao nível físico, cognitivo e Enquadramento da Investigação social e a adoção de
hábitos saudáveis, que se traduzirá numa baixa probabilidade de doença e
incapacidade. Tudo isto pressupõe uma adaptação bem-sucedida às alterações
psicológicas e funcionais associadas à passagem do tempo e não apenas uma maior
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longevidade, o que permitirá viver a última fase da vida de uma forma satisfatória
apesar da incapacidade ou da doença que possa existir.

Os defensores do envelhecimento bem-sucedido enfatizam a importância de fatores


ligados ao estilo de vida (e.g., a dieta, a nutrição e o exercício físico) bem como o
suporte social e a educação como moderadores do processo de envelhecimento.
Estes diferentes conceitos têm como objetivo comum otimizar o bem-estar e a saúde
das pessoas ao longo do processo de envelhecimento resultando, em última análise,
num nível mais elevado de saúde.

Tendo em conta o exposto anteriormente, no contexto desta investigação,


considerámos que estes diferentes conceitos estão todos ligados a uma perspectiva
positiva de envelhecimento, uma vez que envelhecer de forma saudável, ativa ou
bem-sucedida implica uma adaptação bem-sucedida a todas as alterações que
surgem, procurando viver de forma saudável, prevenindo ou adiando o aparecimento
de doenças crónicas, retardando o declínio funcional e favorecendo a autonomia e a
independência ao longo da vida, com a consciência de que, apesar de o risco de
doença e incapacidade aumentar com a idade, um estado de saúde baixo não
necessita de ser uma consequência inevitável do envelhecimento.

Tendo em conta que este é um dos conceitos centrais desta investigação, para
facilitar a forma como nos referimos a este conceito positivo de envelhecimento e
porque a saúde é uma condição que lhe é necessária, passamos a referi-lo como
envelhecimento saudável.

6. Qualidade de vida

Apesar de ser um conceito difícil de explicar, a maioria das pessoas percebe


intuitivamente o que é qualidade de vida. Ou seja, embora o significado de qualidade
de vida não seja, por vezes, óbvio para algumas pessoas, a sua noção é clara para
um senso comum. A maioria das pessoas relaciona a qualidade de vida com o
“sentir-se bem.

O conceito de qualidade de vida é muito abrangente, compreende não só a saúde


física como o estado psicológico, o nível de independência, as relações sociais em
casa, na escola e no trabalho e até a sua relação com o meio ambiente. O conceito
de qualidade de vida está diretamente associado à autoestima e ao bem-estar
pessoal e compreende vários aspetos, nomeadamente, a capacidade funcional, o
nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual,
o autocuidado, o suporte familiar, o estado de saúde, os valores culturais, éticos e
religiosos, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e
o ambiente em que se vive.

Para a OMS, a definição de qualidade de vida é a “a percepção que um indivíduo tem


sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores
nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações”.

Trata-se de uma definição que contempla a influência da saúde física e psicológica,


nível de independência, relações sociais, crenças pessoais e das suas relações com
características inerentes ao respetivo meio na avaliação subjetiva da qualidade de
vida individual. Neste sentido, poderemos afirmar que a qualidade de vida é definida
como a “satisfação do indivíduo no que diz respeito à sua vida quotidiana”.
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Não devemos confundir qualidade de vida com padrão de vida. Muitas pessoas têm
uma errada noção de qualidade de vida, confundindo os termos. Padrão de vida é
uma medida que calcula a qualidade e quantidade de bens e serviços disponíveis. A
Qualidade de vida surge, de tal forma, associada à saúde que muitos autores não as
distinguem uma da outra. Para eles saúde e qualidade de vida são a mesma coisa.
De fato, a saúde não é o único fator que influencia a nossa qualidade de vida,
contudo ela tem uma importância fulcral.

Geralmente, saúde e qualidade de vida são dois temas muito relacionados, uma vez


que a saúde contribui para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e esta é
fundamental para que um indivíduo ou comunidade tenha saúde. Mas não significa
apenas saúde física e mental, mas sim que essas pessoas estejam de bem não só
com elas próprias, mas também com a vida, com as pessoas que as cercam, enfim,
ter qualidade de vida é estar em harmonia com vários fatores.

No que diz respeito à saúde, a qualidade de vida é, muitas vezes, considerada em


termos de como ela pode ser afetada de forma negativa, ou seja, a ocorrência de
uma doença debilitante que não constitui risco de vida, uma doença que constitui
risco de vida, o declínio natural da saúde de uma pessoa idosa, o declínio mental,
processos de doenças crónicas, etc. Todas estas situações são castradoras da
nossa qualidade de vida. Neste sentido, uma vida saudável tem um profundo impacto
na qualidade de vida das pessoas.

7. Qualidade de vida e saúde física

A saúde física afeta, obviamente, a nossa qualidade de vida. Por exemplo, existe


uma relação entre atividade física, a melhoria da condição de saúde e a qualidade de
vida. Da mesma forma, existe uma relação ente uma correta alimentação e a
qualidade de vida. A qualidade de vida e alimentação saudável são conceitos que
estão estritamente relacionados. Ter uma alimentação saudável e equilibrada é
fundamental para o bem-estar do indivíduo. Quando o organismo recebe as
quantidades ideais de nutrientes e vitaminas de que precisa, a sua saúde física
melhora e consequentemente aumenta a qualidade de vida.

8. Qualidade de vida e saúde mental

O conceito de qualidade de vida tem vindo a ganhar, cada vez mais, uma importância
crescente no domínio da saúde mental e dos cuidados de saúde, aumentando a sua
importância no discurso e prática médica. Não é por acaso que a definição dada pela
OMS para saúde é ampla. Ela define-a como “o estado de completo bem-estar físico
e mental”. Muitas vezes, algumas pessoas ao pensar em saúde e qualidade de vida
deixam de lado a saúde mental.

Contudo, a saúde mental possui, hoje, uma enorme importância. Assistimos ao


aumento dos casos de stress crónico e burnout, ansiedade e depressão para além de
tantos outros problemas psicológicos e emocionais. Uma pessoa com a saúde mental
debilitada, deprimida, por exemplo, tem grande dificuldade em manter
relacionamentos amorosos, desempenhar as funções no trabalho e até mesmo
educar os filhos. Uma pessoa com problemas emocionais pode influenciar todos os
membros da família. Uma pessoa com a saúde mental afetada está mais propensa à
dependência de drogas e de álcool, a contrair doenças infeciosas, desenvolver
alergias, doenças autoimunes etc.
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Existem, no entanto, muitas outras consequências graves quando descuramos a


saúde e o bem-estar mental e emocional. Cuidar da saúde mental é muito mais
simples do que parece, basta manter boas relações com as pessoas que nos
rodeiam, ter uma vida amorosa satisfatória, não remoer problemas passados, não ser
demasiado exigente consigo mesmo, perdoar-se e perdoar o próximo, rir sempre que
puder, chorar quando precisar e amar. Estar com boa saúde mental é estar em
equilíbrio com o seu mundo interior e com o mundo que o rodeia, é estar em paz
consigo mesmo e com os outros.

9. Qualidade de vida na terceira idade

A qualidade de vida não se esgota no tempo. Muitas pessoas estão preocupadas e


questionam-se sobre a melhor forma de ter uma boa qualidade de vida, no presente.
Contudo, a qualidade de vida deve também ser encarada como um objetivo futuro e
duradouro. A longevidade é cada vez maior, porém por vezes com uma qualidade de
vida reduzida. Muitos tratamentos médicos permitem-nos melhorar a nossa condição
de saúde, contudo muitas vezes à custa de terapêuticas que nos debilitam e reduzem
a qualidade de vida.

Devemos, pois, procurar uma boa qualidade de vida em todas as fases da nossa


vida, cientes de que é no idoso que, muitas vezes, observamos os maiores
problemas.
As opções que fazemos ao longo da vida, como o tipo de alimentação, o exercício
físico, as condições de trabalho, o meio ambiente em que vivemos, etc são tudo
fatores que irão influenciar não só a nossa longevidade e saúde, como também a
nossa qualidade de vida atual e futura.
Perante as alterações demográficas que se começaram a verificar, no último século,
e que nos mostram uma população cada vez mais envelhecida, torna-se imperioso
proporcionar aos idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa
qualidade de vida.
Mediante a subjetividade que o conceito de qualidade de vida do idoso acarreta,
torna-se necessário orientar as políticas para um envelhecimento bem sucedido, o
que para a maioria dos idosos, está relacionado ao bem-estar, à felicidade, à
realização pessoal, enfim, à qualidade de vida nessa faixa etária terceira idade.

10. Como melhorar a qualidade de vida

Para que possamos garantir uma boa qualidade de vida no futuro, devemos começar
já a preocuparmo-nos com a manutenção de hábitos saudáveis, a saber: cuidar do
corpo, uma alimentação equilibrada, exercício físico, relações saudáveis, ter tempo
para realizar atividades de lazer e vários outros hábitos que propiciem à pessoa  bem-
estar e qualidade de vida.

A promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos


para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, o indivíduo deve ser capaz de identificar e
realizar os seus desejos, satisfazer as suas necessidades e modificar ou adaptar-se
ao meio. Ser saudável é um caminho que se traça diariamente nas menores escolhas
que fazemos. Opte por uma vida mais plena e surpreenda-se com as diferenças que
alguns gestos podem fazer.
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11. Conclusão

Em 2018 o IBGE divulgou dados relatando que a expectativa de vida do brasileiro


havia aumentado, agora a sua média é de 76 anos, sugerindo então uma mudança
no conceito de idoso, em que se é considerado idoso a partir dos 60 anos pela (Lei
nº 10.741, de 1º de outubro de 2003), tendo uma expectativa maior, sugere-se uma
mudança na legislção para que se possa fixar a idade mínima de 65 anos para que a
pessoa possa ser legalmente considerada idosa.

Diante da questão idoso e sua qualidade de vida e longevidade, os idosos


necessitam de uma bagagem durante toda a sua vida para ajudar na obtenção de um
envelhecimento bem-sucedido, sendo composto por três fatores que são
predominantes: compromisso ativo com a vida; manutenção de altos níveis de
habilidades funcionais ao nível físico, cognitivo e Enquadramento da Investigação
social e a adoção de hábitos saudáveis.

Questões físicas, como também psicológicas são de extrema importancia para a


manutenção de uma qualidade de vida favorável, como por exemplo: uma boa
alimentação, prática de exercícios físicos, o meio ambiente em que está inserido bem
como as condições de trabalho, o nível de independência, as relações sociais,
suporte familiar, autoestima, um bom estado emocional e diversos outros aspectos
constituem um bem-estar e favorecem a qualidade de vida do idoso.

Tais questões suscetíveis para o bem-estar do idoso e qualidade de vida são de


importancia não só para que o mesmo esteja satisfeito consigo mesmo, mas também
para que tenha uma maior probabilidade de saúde física, emocional e cognitiva.

Entretanto o avanço da idade traz certas incapacidades associadas com o


envelhecimento e também disposições ao início de doenças crônicas, dentre essas, a
incapacidade funcional do perfil cognitivo no envelhecimento que ainda possuí um
cenário de bastante controvérsia entre os pesquisadores, tendo grande dificuldades
para classificar déficits cognitivos, principalmente aqueles relativos à memória em
relação ao envelhecimento e até onde seriam condições intermediárias entre o
normal e o patológico.

Todavia sabe-se que uma boa manutenção dos hábitos durante a vida influência no
retardo e prevenção de doenças crônicas no envelhecimento. Tal manutenção é de
importancia para que o idoso tenha um bem-estar, longevidade, qualidade de vida e
sáude favorável.

Para o idoso ter uma qualidade de vida boa, é necessário exigir o cumprimento dos
regulamentos que protegem os idosos, são eles a Política Nacional do Idoso (1994) e
o Estatuto do Idoso (2003).Tais são responsáveis em promover políticas públicas e
iniciativas para a qualidade de vida dos idosos. Assim como deve-se incentivar e ter
uma boa manutenção da saúde física, mental e emocional durante a vida, pois assim
a probabilidade de retardo e prevenção de doenças aumentam, consequentemente o
idoso terá um melhor bem-estar e será mais ativo em suas funcionalidades durante o
envelhecimento.
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12. Bibliografia

Site

REVISTA RETRATO, Idosos indicam caminhos para uma melhor idade.


Disponível em: <
https://censo2020.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-
indicam-caminhos-para-uma-melhor-idade.htm l> Acessado em: 22/05/2020.

Saúde e bem estar. Qualidade de vida.Disponível em:


<https://www.saudebemestar.pt/pt/blog-saude/qualidade-de-vida/l> Acessado em:
26/05/2020.

Artigo

BORGES, Eloisa, DA SILVA, Marasônia Corrêa. Narrativas de velhos, histórias de


vida e trabalho. Mais60– Estudos sobre Envelhecimento, volume 29, número 72,
dezembro de 2018. Disponível em: <
https://www.sescsp.org.br/files/artigo/ea117ac4/2c0a/4e42/a87a/59181f41fcda.pdf >.

FIGUEIREDO, Vera Lygia M. Estilo de vida como indicador de saúde na velhice.


Ciências & Cognição 2007; Vol 12: 156-164. Disponível em:
<http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v12/m347137.pdf>.

CANHESTRO, ANA. Envelhecer com saúde. Universidade de Lisboa 2018.


Disponível
em:<https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/34565/1/ulsd731954_td_Ana_Canhestro.
pdf>. Pg 29-3

Livro

FELDMAN, Diane E. Papalia; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano.


12. ed. Porto Alegre: Amgh Editora Ltda, 2013. p. 587-589.

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