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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS

GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

ESTUDO DIRIGIDO EM NUTRIÇÃO GERIATRIA

MANAUS – AM
2022
FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS

GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

Políticas e Programas de Alimentação no Brasil

Trabalho solicitado para conclusão da


disciplina de saúde coletiva no formato de
estudo dirigido do curso de Nutrição da
Faculdade Estácio sob orientação da
Professora Nutricionista Glaucia Freire.

MANAUS – AM
2022
Sumário

INTRODUÇÃO.............................................................................................................3

1. Compromisso Constitucional................................................................................4

2. PNAN - História.................................................................................................... 4

3. PNAN – Definição.................................................................................................5

4. PNAN - Diretrizes.................................................................................................5

4.1 Organização da Atenção Nutricional................................................................5

4.2 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável.............................................6

4.3 Vigilância Alimentar e Nutricional......................................................................6

4.4 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição...................................................6

4.5 Participação e Controle Social...........................................................................7

4.6 Qualificação da Força de Trabalho....................................................................7

4.7 Controle e Regulação dos Alimentos.................................................................7

4.8 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição....................7

4.9 Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional...............8

5. PNAN - RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS............................................8

5.1 Responsabilidades do Ministério da Saúde.......................................................8

5.2 Responsabilidades das Secretarias Estaduais de Saúde..................................9

5.3 Responsabilidades das Secretarias Municipais de Saúde................................9

6. SISVAN................................................................................................................ 9

7. PNAE..................................................................................................................11

8. PNAE - História.................................................................................................. 12

9. PNAE - Princípios...............................................................................................12

10. PNAE - Diretrizes.............................................................................................13

CONCLUSÃO............................................................................................................15

REFERENCIAS......................................................................................................... 15
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INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir tem por objetivo trazer uma pesquisa detalhada acerca
envelhecimento populacional e os impactos sociais no Brasil, detalhando as
principais mudanças fisiológicas que acometem os idosos como: alteração da
composição corporal, alteração dos sentidos, alteração da cavidade oral, alteração
da capacidade cognitiva, alterações metabólicas e digestivas, apresentando a
descrição dos métodos de avaliação nutricional para os idosos, incluindo as
ferramentas de triagem nutricional e as principais alterações bioquímicas no idoso
por fim indicando as recomendações de macronutrientes (carboidratos, proteínas,
lipídios) e dos micronutrientes (cálcio, ferro e zinco). Com isso abordar o tema que é
a nutrição em geriatria de modo geral.

Realizar uma pesquisa detalhada sobre os seguintes assuntos descritos abaixo:

1. Envelhecimento populacional e os impactos sociais no Brasil.

Envelhecer é um processo natural da vida algo inevitável e de certa


complexidade, engloba mudanças físicas, comportamentais e psicológicas para a
sociedade. O que é positivo para uma população mais evoluída e por outro lado são
indivíduos que necessitarão de mais atenção, cuidados e isso pode aumentar os
custos para as famílias e para o Estado.

Precisamos entender que a Transição Demográfica nada mais é do que uma


mudança específica na dinâmica demográfica, que é a queda acentuada das taxas
de fecundidade, de natalidade e de mortalidade.
O envelhecimento populacional refere-se à mudança na estrutura etária da
população. No Brasil, com o declínio da fecundidade a partir de meados da década
de 1960, tem início o processo de envelhecimento da população. A transição
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demográfica no Brasil ocorre de maneira mais rápida e generalizada do que a


verificada nos países desenvolvidos.
Segundo o Censo Demográfico de 2011, a população brasileira alcançava 190,8
milhões em 2010, dos quais 42,03% pertenciam ao grupo etário entre 0 e 24 anos
de idade, 47,18% ao de 25 a 59 anos e 10,79% ao de 60 anos ou mais.
Considerando-se que em 2000 os mesmos grupos etários correspondiam a 49,67%,
41,76% e 8,56%, respectivamente, observa-se uma gradual mudança na
composição destes no período 2000-2010, com diminuição do segmento jovem e
aumento dos grupos de adultos e idosos.
Pode-se dizer que, de modo geral, o envelhecimento da população brasileira é
reflexo direto da queda da fecundidade. Cabe ressaltar que, entre as décadas de
1940 e 1960, houve significativa redução das taxas de mortalidade, o que, por sua
vez, acarretou um relativo aumento da taxa de crescimento populacional. Esse fato,
porém, não provocou mudanças notáveis na estrutura etária da população. Só a
partir dos anos 60, quando se iniciou o declínio da fecundidade no Brasil.
Como podemos observar, o envelhecimento populacional é um fenômeno
extremamente complexo, causado por diversos fatores que produzem tendências e
consequências das mais diversas.
Uma estimativa do IBGE é que o Brasil passará dos 8,6% de idosos em 2010 para
13% em 2020, podendo chegar a 20% da população em 2050. Dados das Nações
Unidas mostram que o mundo tem hoje cerca de um décimo da população com 60
anos e mais e que em 2050 essa população será de um quinto. Em outras palavras,
em 2050 o número de idosos será, provavelmente, superior ao de jovens abaixo de
15 anos. O número de idosos cresceu em 40,3% entre os anos de 2002 e 2012. No
mesmo período, o número de benefícios ativos, excetuando-se as pensões
concedidas pelo Ministério da Previdência, ampliou em 55,3%.

1.1 Desafios sociais


A preocupação com a população idosa crescente não é uma realidade localizada, é
de nível global. Contudo, em países em desenvolvimento a maioria da população
envelhece na pobreza, o que faz necessário haver uma preparação para esse
processo mesmo que muitos continuam a representar um recurso indispensável as
famílias e suas comunidades, desenvolvendo suas atividades tanto no mercado
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formal quanto informal. Existe a necessidade de investimentos em políticas e


programas de envelhecimento ativo para que estas pessoas continuem a
colaborar com seu trabalho de acordo com suas capacidades à medida que
envelhecem. Esses programas tendem a colaborar para prevenir e retardar
incapacidades e doenças crônicas decorrentes do envelhecimento e que ao
mesmo tempo se tornam cara para o indivíduo, famílias e para os sistemas de
saúde. Entretanto, fica claro que as políticas de apoio não devem se restringir ao
aspecto material, mas no campo social e de bem-estar como assegurar o direito de
ter um lar, de preferência com convívio familiar e na sua comunidade, através de
centros de idosos, organização de trabalhos coletivos em centros de idosos
de forma a promover um envelhecimento ativo e digno.

principais mudanças fisiológicas que acometem os idosos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60


anos ou mais. Os idosos tendem a apresentar capacidades regenerativas
decrescentes, o que pode levar, por exemplo, à fragilidade, um processo de
crescente vulnerabilidade, predisposição ao declínio funcional e, no estágio mais
avançado, a morte. Ademais, mudanças físicas ou emocionais também podem
comprometer a qualidade de vida dessas pessoas. Neste sentido abordaremos as
principais mudanças fisiológicas relacionadas a nutrição.

Alteração da composição corporal em Idosos

A composição corporal sofre mudanças significativas na velhice. Acontece uma


variação negativa na massa livre de gordura e variação positiva na massa gorda. Ou
seja, perde-se massa muscular e se ganha gordura.
As alterações fisiológicas na massa livre de gordura referem-se principalmente à
redução da massa muscular combinada com a diminuição da massa óssea e com a
diminuição da água corporal. Assim, a nossa composição corporal durante o
envelhecimento tente a resultar em menor força física.
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Mas, a distribuição do tecido adiposo também sofre alterações. A massa gorda do


tecido subcutâneo apresenta diminuição de forma expressiva com o avanço da
idade quando comparada a gordura na região visceral.
Sabe-se que há um aumento progressivo de massa muscular nas primeiras décadas
da nossa vida. De maneira que nossa composição corporal atinge sua melhor forma
aos 40 anos. Após esta idade, constata-se uma diminuição de massa magra e
massa óssea. No entanto, não há um consenso sobre a magnitude e a taxa média
de declínio da MLG normal.
A variação negativa da massa livre de gordura tem sido atribuída principalmente ao
componente muscular. Assim, no indivíduo adulto o tecido muscular equivale a 40%
do peso corporal. Já no idoso, chega a 30%.
Em ambos os sexos um declínio na massa gorda torna-se detectável a partir dos 45
anos. Mas, o sexo masculino dispõe de uma média maior de massa muscular
comparado ao feminino. Entretanto, os homens apresentam maior velocidade de
perda desse tecido durante o envelhecimento.
Após a 5ª década da vida, a MM declina a uma taxa anual de aproximadamente 1 a
2%. A redução da MM apresenta-se correlacionada com diminuição da força
muscular. Após os 60 anos a taxa desta perda é de até 3% ao ano. Esses índices de
variação da composição corporal são mais elevados em indivíduos sedentários
quando comparados aos ativos, sendo duas vezes maior em homens em
comparação com as mulheres.
A Massa Óssea aumenta sua densidade até a 3ª década. Em seguida, há uma
progressiva redução. O conteúdo de variação do compartimento esquelético é
semelhante em homens e mulheres até os 50 anos de idade. Porém após a
menopausa, a diminuição da quantidade da Massa Óssea torna-se mais rápida em
mulheres. Por volta dos 70 anos a taxa de perda óssea aumenta expressivamente
tanto em homens quanto em mulheres.
Em relação ao tecido adiposo, observa-se aumento progressivo durante a vida
adulta de forma semelhante em ambos os gêneros até a 7ª década da vida. A partir
dos 70 anos, tende a declinar.
Sabendo que o declínio de massa e força muscular pode ser perigoso e levar a um
quadro de Sarcopenia ou, até mesmo, a um quadro de Síndrome da Fragilidade,
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recomenda-se o hábito de exercitar-se regularmente e manter uma alimentação


saudável.

alteração dos sentidos


Para Rocha (2005), com a idade, os olhos mudam. A córnea vai perdendo,
progressivamente, a transparência, e o cristalino, uma lente intra-ocular, que é
normalmente transparente na infância, vai amarelecendo. A deterioração da visão
acarreta, ainda: presbiopia – capacidade de acomodação “longe-perto” mais lenta,
diminuição da acuidade visual, particularmente, à noite. Essas alterações fazem com
que uma pessoa com 60 anos necessite de quatro vezes mais luminosidade que aos
20
anos para enxergar melhor, sensibilidade maior ao ofuscamento e as possíveis
etiologias vão desde catarata, glaucoma e degeneração macular relacionada à
idade.

alteração da cavidade oral


Alterações morfofisiológicas que dizem respeito à saúde bucal. A gustação sofre
alteração devido à diminuição significativa dos botões gustativos nas papilas.
Apresenta também uma redução no fluxo salivar e observa-se a presença de uma
saliva mais viscosa. Ausência de oclusão posterior devido à perda dentária, doença
periodontal avançada e autopercepção negativa da saúde bucal.
O periodonto de um paciente idoso também sofre alterações. A superfície do
cemento apresenta maior irregularidade e há um aumento de espessura na porção
apical do mesmo. O tecido ósseo fica mais frágil e também diminui a atividade de
reabsorção e de formação óssea. No epitélio gengival ocorre um afinamento e
diminuição da queratinizarão que podem indicar um aumento da permeabilidade do
tecido e uma diminuição na sua resistência à infecção e ao trauma. Mobilidade
dentária e recessão gengival também são alterações comuns nestes pacientes, bem
como a presença de cálculo dentário e gengivite.
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Com o envelhecimento aparece algumas alterações na cavidade bucal. Entre essas


alterações podemos citar o edentulismo, cárie dentária, doença periodontal,
xerostomia, redução da capacidade gustativa, entre outros.

alteração da capacidade cognitiva

alterações metabólicas e digestivas.

3. Descrever os métodos de avaliação nutricional para os idosos, incluindo as


ferramentas de triagem nutricional;
4. Principais alterações bioquímicas no idoso;
5. Recomendações de macronutrientes (carboidratos, proteínas, lipídios) e dos
micronutrientes (cálcio, ferro e zinco).
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1. Compromisso Constitucional

Sendo o direito humano à alimentação está explícito na nossa Constituição Federal


em seu Artigo 6º o que impõe responsabilidades ao Estado para uma aplicação
adequada da alimentação de todos os cidadãos, assim como a lei 8080/1990 uma
das que norteia o Sistema único de Saúde (SUS) também inclui em seu artigo 16º
Inciso I: formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição. E em seu
artigo 17º Inciso IV: coordenar e, em caráter complementar, executar ações e
serviços: de alimentação e nutrição.

2. PNAN - História

É de fundamental importância entender que os esforços realizados no decorrer da


história onde podemos destacar um nome que surgiu na década de 30. Josué de
Castro (1908-1974) médico, pesquisador e professor brasileiro que publicou no
Diário Oficial do Estado um inquérito sobre as condições de vida da classe operária
do Recife, pesquisando cerca de 800 famílias. O material dessa pesquisa resultou
no livro Geografia da Fome, traduzido em 25 línguas. E com isso obteve resultados
como a instituição do salário mínimo no Brasil (até hoje a principal medida de política
alimentar e nutricional no país), a criação da Campanha Nacional de Merenda
Escolar, (que constitui o mais extenso e consolidado programa de apoio alimentar do
poder público no país e na América Latina), os restaurantes populares do Serviço de
Alimentação da Previdência Social (SAPS), a iodatação do sal de uso doméstico
para prevenção do bócio endêmico, os estudos laboratoriais de composição de
alimentos
Brasileiros entre o outros.
Sendo Assim, a PNAN surgiu resultante de diversos processos de institucionalização
e de extinção de instâncias e arenas voltadas à agenda de alimentação e nutrição. O
Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) extinto na década de 1990.
Outro exemplo foi a criação e a extinção do primeiro Conselho Nacional de
Alimentação e Nutrição, o segundo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (CONSEA), recriado em 2003 e extinto em 2019.
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3. PNAN – Definição

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada em 10 de junho de


1999. integra os esforços do Estado Brasileiro que, por meio de um conjunto de
políticas públicas, propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos
à saúde e à alimentação. A completar-se dez anos de publicação da PNAN, deu-se
início ao processo de atualização e aprimoramento das suas bases e diretrizes, de
forma a consolidar-se como uma referência para os novos desafios a serem
enfrentados no campo da Alimentação e Nutrição no Sistema Único de Saúde
(SUS).
A completar-se dez anos de publicação da PNAN, deu-se início ao processo de
atualização e aprimoramento das suas bases e diretrizes, de forma a consolidar-se
como uma referência para os novos desafios a serem enfrentados no campo da
Alimentação e Nutrição no Sistema Único de Saúde.

4. PNAN - Diretrizes

Diretrizes são linhas de ações para alcançar um propósito para promover a saúde da
população e as que integram a PNAN se consolidam em:

 Organização da Atenção Nutricional;


 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;
 Vigilância Alimentar e Nutricional;
 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição;
 Participação e Controle Social;
 Qualificação da Força de Trabalho;
 Controle e Regulação dos Alimentos;
 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição;
 Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional.

4.1 Organização da Atenção Nutricional

A atenção nutricional compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição


voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de
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agravos, devendo estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS.


Dessa forma ela é envolvida através da atenção básica que faz a análise e a entrada
de dados utilizando o SISVAN e outros sistemas de informação em saúde para
identificar indivíduos ou grupos que apresentem agravos e riscos para saúde,
relacionados ao estado nutricional e ao consumo alimentar.

4.2 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável

A Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) é uma das vertentes da


Promoção à Saúde. O elenco de estratégias na saúde direcionadas à PAAS envolve
a educação alimentar e nutricional que se soma às estratégias de regulação de
alimentos - envolvendo rotulagem e informação, publicidade e melhoria do perfil
nutricional dos alimentos - e ao incentivo à criação de ambientes institucionais
promotores de alimentação adequada e saudável, incidindo sobre a oferta de
alimentos saudáveis nas escolas e nos ambientes de trabalho.

4.3 Vigilância Alimentar e Nutricional

A vigilância alimentar e nutricional consiste na descrição contínua e na predição de


tendências das condições de alimentação e nutrição da população e seus fatores
determinantes. Deverá ser considerada a partir de um enfoque ampliado que
incorpore a vigilância nos serviços de saúde e a integração de informações
derivadas de sistemas de informação em saúde, dos inquéritos populacionais, das
chamadas nutricionais e da produção científica.

4.4 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição

Cabe aos gestores do SUS, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal,
promover a implementação da PNAN por meio da viabilização de parcerias e da
articulação interinstitucional necessária para fortalecer a convergência dela com os
Planos de Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional.
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4.5 Participação e Controle Social

A participação social aqui é incentivada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS)


que acompanhar, propor e avaliar a operacionalização das diretrizes e prioridades
da PNAN. As Comissões Intersetoriais de Alimentação e Nutrição (CIAN), em âmbito
estadual, distrital e municipal potencializará o debate acerca da PNAN na agenda
dos Conselhos de Saúde.

4.6 Qualificação da Força de Trabalho

Aqui a PNAN adota os Os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição


(CECAN), localizados em instituições públicas de ensino e pesquisa e credenciados
pelo Ministério da Saúde para o apoio ao desenvolvimento de estratégias que
aperfeiçoem as ações da PNAN e os cursos de graduação e pós-graduação na área
de saúde, em especial de Nutrição, devem contemplar a formação de profissionais
que atendam às necessidades sociais em alimentação e nutrição e que estejam em
sintonia com os princípios do SUS e da PNAN.

4.7 Controle e Regulação dos Alimentos

Aqui a PNAN trata da qualidade nutricional dos alimentos, controlando e prevenindo


riscos à saúde, onde destaca a Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, e
faz recomendações, mas não cita outros órgãos de apoio.

4.8 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e


Nutrição

o Brasil conta, atualmente, com os sistemas de informação de saúde e, em especial,


o SISVAN, bem como pesquisas periódicas de base populacional nacional e local.
Os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição (CECAN) constituem-se em
uma rede colaborativa interinstitucional de cooperação técnico-científica.
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4.9 Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e


Nutricional

A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste na realização do direito de


todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade
suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. E isso é
feito com ações como:
 À melhoria da saúde e nutrição das famílias beneficiárias de programas de
transferência de renda, implicando ampliação do acesso aos serviços de
saúde;
 À interlocução com os setores responsáveis pela produção agrícola,
distribuição, abastecimento e comércio local de alimentos visando o aumento
do acesso a alimentos saudáveis;
 À promoção da alimentação adequada e saudável em ambientes
institucionais como escolas, creches, presídios, albergues, locais de trabalho,
hospitais, restaurantes comunitários, entre outros;
 À articulação com as redes de educação e socioassistencial para a promoção
da educação alimentar e nutricional;
 À articulação com a vigilância sanitária para a regulação da qualidade dos
alimentos processados e o apoio à produção de alimentos advindos da
agricultura familiar, dos assentamentos da reforma agrária e de comunidades
tradicionais, integradas à dinâmica da produção de alimentos do país.

5. PNAN - RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS

5.1 Responsabilidades do Ministério da Saúde

Dentre as principais responsabilidades do ministério da saúde destacamos:


- Garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento de programas e
ações de alimentação e nutrição na Rede de Atenção à Saúde nos Estados, Distrito
Federal e Municípios;
- Avaliar e monitorar as metas nacionais de alimentação e nutrição para o setor
saúde, de acordo com a situação epidemiológica e nutricional e as especificidades
regionais;
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5.2 Responsabilidades das Secretarias Estaduais de Saúde

Aqui também destacamos dentre as principais


- Destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite das ações de
alimentação e nutrição na Rede de Atenção à Saúde no âmbito estadual;

5.3 Responsabilidades das Secretarias Municipais de Saúde

 - Destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite das


ações de alimentação e nutrição na Rede de Atenção à Saúde;
 - Pactuar, monitorar e avaliar os indicadores de alimentação e nutrição e
alimentar os sistemas de informação da saúde, de forma contínua, com dados
produzidos no sistema local de saúde;
 - Elaborar o plano de ação para implementação da PNAN nos municípios,
com definição de prioridades, objetivos, estratégias e metas, de forma
contínua e articulada com o Plano Municipal de Saúde e o planejamento
regional integrado, se for o caso, e com os instrumentos de planejamento e
pactuação do SUS;

6. SISVAN

Para falar de SISVAN temos que voltar um pouco e falar de VAN - Vigilância
Alimentar e Nutricional que é parte da vigilância em saúde e foi instituída no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
em seu artigo 6º.
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan) tem a VAN como uma de suas
diretrizes, apontando-a como essencial para a atenção nutricional no SUS, ou seja,
para organização e gestão dos cuidados em alimentação e nutrição na Rede de
Atenção à Saúde (RAS). Essa organização deverá ser iniciada pelo reconhecimento
da situação alimentar e nutricional da população adstrita aos serviços e às equipes
de AB
A Portaria nº 1.156, de 31 de agosto de 1990, que instituiu o Sistema de Vigilância
Alimentar e Nutricional (Sisvan) no Ministério da Saúde; a Lei Orgânica da Saúde
(Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990), que incluiu a vigilância nutricional e a
orientação alimentar no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS); e as
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Portarias nº 79 e nº 80, de 16 de outubro de 1990, que estabeleceram estratégias de


apoio técnico e operacional para a prática de VAN e a implementação do Sisvan.

Em 1994, o Sisvan passou a ser indicado como pré-requisito para o financiamento e


a implantação de programas assistenciais com foco na recuperação da desnutrição
e no cuidado de crianças e gestantes em risco nutricional, como no caso do
programa “Leite é Saúde” e, mais tarde, do Incentivo ao Combate às Carências
Nutricionais (ICCN).

A vinculação do Sisvan a programas assistenciais expandiu sua implantação,


mesmo que focada em grupos específicos. Com a publicação da Política Nacional
de Alimentação e Nutrição (Pnan), pela Portaria nº 710, de 10 de junho de 1999, foi
reforçada a preocupação com a vigilância do estado nutricional de gestantes e do
crescimento e desenvolvimento das crianças. Por meio da terceira diretriz dessa
política, o Sisvan foi ampliado e aperfeiçoado, tendo seus procedimentos agilizados
e sua cobertura estendida para todo o País.

Em 2001, a VAN foi incluída na agenda de compromissos das famílias participantes


do Programa Nacional de Renda Mínima, vinculado à Saúde (Bolsa Alimentação). O
programa repassava recursos financeiros às famílias em situação de pobreza, com
crianças menores de sete anos em risco nutricional para a desnutrição. As famílias
assumiam, entre outros, o compromisso de levar periodicamente as crianças ao
serviço de saúde para realizar as medidas de peso e estatura.

Em 2003, com a unificação dos programas setoriais de transferência de renda e a


criação do Programa Bolsa Família (PBF), a VAN do público infantil foi reforçada na
agenda de compromissos das famílias e dos serviços de saúde. Tanto o Bolsa
Alimentação quanto o PBF ampliaram o acesso das populações em situação de
vulnerabilidade social aos serviços de Atenção Básica, contribuindo para a equidade
no SUS. Consequentemente, promoveram o aumento de cobertura do
acompanhamento do estado nutricional de mulheres e crianças no Sisvan.
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Em 2004, quando o Ministério da Saúde passou a recomendar que o Sisvan fosse


utilizado para o acompanhamento do estado nutricional de indivíduos em todas as
fases do curso da vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes). Essa
recomendação foi intensificada em oficinas macrorregionais e com a implantação da
primeira versão informatizada do sistema.

Com o intuito de aprimorar as funcionalidades do Sisvan, facilitando seu uso em


nível local e o registro dos acompanhamentos, foi desenvolvido o Sisvan Web, uma
versão on-line do sistema lançado em 2008. Nessa versão, houve a incorporação
das curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a inclusão
de ferramentas para a avaliação de marcadores de consumo alimentar para todas as
fases do curso da vida.

Atualmente, o Sisvan Web objetiva realizar a gestão das informações de VAN,


desde o registro de dados antropométricos e de marcadores de consumo alimentar
até a geração de relatórios. Para isso, apresenta dois módulos de acesso: o módulo
restrito, a ser utilizado por gestores e técnicos municipais e estaduais, e o módulo de
acesso público, também chamado de módulo gerador de relatórios.
O Sisvan Web apresenta interação com o sistema de gestão do Programa Bolsa
Família (PBF), visto que todas as informações referentes ao acompanhamento do
estado nutricional dos beneficiários são incorporadas ao Sisvan no final de cada
vigência

7. PNAE

O Programa de Alimentação Escolar -PNAE, uma política pública da década de


1950, que objetiva fornecer alimentação para atender os estudantes com refeições
saudáveis e balanceadas nas escolas, teve um avanço marcante em 2009. Diante
da experiência acumulada com o PAA, foi criada a lei 11.947, segundo a qual os
municípios que recebem os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE são obrigados a destinar no mínimo 30% do montante para a
aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar. Nestes termos, a lei teve
como foco o desenvolvimento local através da compra de alimentos dos agricultores,
com limite anual no valor de R$ 20.000,00 por agricultor.
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8. PNAE - História

1952 foi elaborado o 1º Plano Nacional de Alimentação, pela Comissão Nacional de


Alimentação (CNA). Denominado Conjuntura Alimentar e Problemas de Nutrição no
Brasil, este amplo projeto previa a realização de inquéritos nutricionais, expansão da
merenda escolar, assistência alimentar a adolescentes, programas regionais,
enriquecimento de alimentos básicos, apoio à indústria de alimentos
1954 - foi publicada a Cartilha da Merenda Escolar pelo Ministério da Educação,
com a introdução de Josué de Castro onde inclui o Programa Nacional de Merenda
Escolar como elemento essencial para a luta contra a fome e a subnutrição.

O programa assumiu diferentes denominações ao longo das décadas


1955 - campanha de merenda escolar –CME
1956 - Campanha Nacional de Merenda Escolar-CNME
1965 - Campanha Nacional de Alimentação Escolar –CNAE
1979 - Programa Nacional de Alimentação Escolar –PNAE
1994 - Com o processo de descentralização, foram instituídos, os Conselhos de
Alimentação Escolar (CAEs) no âmbito dos estados, Distrito Federal e
municípios, como exigência do governo federal para a transferência de recursos
1998 – CAEs são consolidados como órgãos deliberativos, fiscalizadores e de
assessoramento, os CAEs são constituídos por representantes dos poderes
Executivo e Legislativos, dos professores, alunos e da sociedade civil.
2009 - o PNAE trouxe inovações que fortaleceram a agricultura familiar. Com a
sanção da Lei nº 11.947, que garante que no mínimo 30% dos repasses do Fundo
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sejam investidos na aquisição de
produtos da agricultura familiar

9. PNAE - Princípios

Art. 2º São princípios do PNAE:

I. o direito humano à alimentação adequada, visando garantir a segurança


alimentar e nutricional dos alunos;
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II. a universalidade do atendimento da alimentação escolar gratuita, a qual


consiste na atenção aos alunos matriculados na rede pública de educação
básica;
III. a eqüidade, que compreende o direito constitucional à alimentação escolar,
com vistas à garantia do acesso ao alimento de forma igualitária;
IV. a sustentabilidade e a continuidade, que visam ao acesso regular e
permanente à alimentação saudável e adequada;
V. o respeito aos hábitos alimentares, considerados como tais, as práticas
tradicionais que fazem parte da cultura e da preferência alimentar local
saudáveis;
VI. o compartilhamento da responsabilidade pela oferta da alimentação escolar e
das ações de educação alimentar e nutricional entre os entes federados,
conforme disposto no art. 208 da Constituição Federal; e
VII. a participação da comunidade no controle social, no acompanhamento das
ações realizadas pelos Estados, Distrito Federal e Municípios para garantir a
execução do Programa.

10. PNAE - Diretrizes

Art. 3º São diretrizes do PNAE:

I. o emprego da alimentação saudável e adequada, que compreende o uso de


alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os
hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o
desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em
conformidade com a faixa etária, o sexo, a atividade física e o estado de
saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica;
II. a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e
aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema
alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na
perspectiva da segurança alimentar e nutricional;
III. a descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração, entre
as esferas de governo;
IV. o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de
gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e
preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores
familiares, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de
remanescentes de quilombos;
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Portanto, sendo o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) uma das


políticas públicas mais importantes do país e da America Latina no combate à fome
e à desnutrição, desenvolve a promoção da saúde nas escolas. As creches ou pré-
escolas, o ensino fundamental e médio, bem como a educação indígena ou de áreas
remanescentes de quilombos, alunos da educação especial, matriculados em
escolas públicas e filantrópicas que participem do programa são o público-alvo do
PNAE, que oferece aos estudantes uma alimentação digna, colaborando com a
aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos e atuando na construção de hábitos
alimentares saudáveis, além de prevenir a evasão escolar.
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CONCLUSÃO

Com este trabalho podemos entender parte da saúde pública do Brasil, os avanços
necessários e como foi a evolução através das décadas, os marcos históricos que
originaram a necessidade de implementar políticas e programas de alimentação e
nutrição, podemos entender também como eles se complementam e interagem entre
si. Notamos suas fragilidades e como foi bem escrito, por exemplo o PNAN, como
ele é pouco aplicado assim como o quão carece de recursos para uma efetiva
execução. Pudemos perceber também em relação ao SISVAN que este apenas
envolve as pessoas que participam de programas do governo, e que seus resultados
refletem apenas a esta população. E vemos lados positivos, observamos o quanto
estes programas cresceram, o quanto de pessoas são impactadas e dependentes
deles, outro exemplo é o PNAE onde a alimentação escolar que abastece milhares
de escolas pelo Brasil, e que ainda envolve o agricultor familiar. Tudo isso através
do repasse de recursos Federais, Estaduais e Municipais.
Por fim, acredito que em um futuro breve possamos ler sobre melhores atuações e
uma melhor aplicabilidade destas políticas, onde as entidades responsáveis possam
tomar a responsabilidade e cumprir seus princípios e diretrizes tão bem elaborados.
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REFERENCIAS

World Health Organization. Active Ageing - A Policy Framework. Arquivado em 19 de


março de 2015, no Wayback Machine. A contribution of the World Health
Organization to the Second United Nations World Assembly on Ageing. Madri, abril
de 2002, p. 4.

Síndrome da fragilidade biológica em idosos: revisão sistemática. Por Sheilla


Tribess e Ricardo Jacó de Oliveira. Revista de Salud Pública, vol 13 (5), outubro de
2011.
MARTINELLI, JS. Alterações da Composição Corporal no Envelhecimento: PORTAL
DO IDOSO. 2018. Disponível em: https://idosos.com.br/composicao-corporal-no-
envelhecimento/

SILVA, JC. Principais alterações na cavidade bucal do idoso. CADERNOS DE


ODONTOLOGIA DO UNIFESO. V4, n.1, 2022. Disponível em:
Https://revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosodontologiaunifeso/article/view/
2687/1225

http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/
SgxfdPCyrRBz4HS_2013-5-10-16-11-50.pdf

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