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CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO IDOSA

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

2. CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO IDOSA .............................................. 4

2.1-Principais características do novo idoso .......................................................... 5


3. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO............................................................................................................ 7

3.1-Envelhecimento biológico ................................................................................ 7


3.2- Aspectos neuropsicológicos do envelhecimento ............................................ 9
3.3-Envelhecimento psicológico .......................................................................... 12
3.4-Envelhecimento individual ................................................................................. 13

4. ESTRUTURA FAMILIAR E VELHICE ............................................................ 15

5. A IMPORTÂNCIA DA AMIZADE NA VELHICE .............................................. 17

6. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PESSOA IDOSA ........................................ 19

6.1-Diretrizes da saúde da pessoa idosa............................................................. 20


6.2-Estatuto do Idoso........................................................................................... 20
6.3-Direitos da pessoa idosa na saúde................................................................ 21
6.4-Como prevenir quedas em pessoas idosas? ................................................. 22
6.5-Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa .......................................................... 23
7. REFERÊNCIAS: ............................................................................................. 29

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em
nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável


e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento aumenta o risco de adquirir enfermidades e incapacidades, e com


ele a necessidade de implantar e implementar políticas que visem, garantir e manter, às
condições de vida e de assistência sócio sanitárias adequadas para a população idosa.

No Brasil, paralelamente à transição demográfica, ocorre a transição epidemiológica,


caracterizada pelas mudanças nos padrões de morbimortalidade, com diminuição da
mortalidade geral e predomínio das morbidades crônico-degenerativas, principalmente no
grupo de idade mais avançada.

Neste sentido, o envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida


sinalizam para um incremento de patologias crônicas e de incapacidades que requerem
uma atenção sócio sanitária mais efetiva.

De acordo com estudos brasileiros, cerca de 85% dos idosos apresentam, pelo
menos, uma doença crônica. As doenças crônicas representam a principal causa de
mortalidade e incapacidade, o que justifica a demanda pelos serviços de saúde, e
respondem por parte considerável dos gastos efetuados no setor.

Considerando-se as características do processo de envelhecimento da população


brasileira, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura e
caracterizar as condições de saúde da população idosa no Brasil.

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2. CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO IDOSA

Figura: 1

Embora, no Brasil, haja carência de informações que permitam avaliação, ao longo


do tempo, das condições de saúde da população idosa, acredita-se que a população idosa
esteja vivendo mais, como também melhor, pois os indivíduos que conseguem sobreviver
em idades mais avançadas são selecionados por melhores condições de saúde e melhor
qualidade de vida.

As condições de saúde no idoso podem ser estudadas, através das características


de saúde deste grupo etário, que se tornam indicadores de morbimortalidade, da presença
de déficits físicos e cognitivos e do acesso aos serviços de saúde, tais como: a prevalência
de enfermidades crônicas, a utilização de medicamentos, o acesso aos serviços de saúde,
as capacidades física, funcional e cognitiva e a auto percepção da saúde.

Em menos de 40 anos, o Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de


população jovem, para outro caracterizado por enfermidades complexas e onerosas,
próprias das idades mais avançadas.

Em geral, as doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram por vários anos
e exigem acompanhamento médico constante e medicação contínua.

O bem-estar na velhice resulta do equilíbrio entre as várias dimensões de saúde,


sem significar, necessariamente, a ausência de problemas em todas essas dimensões.

De acordo com estudos brasileiros, cerca de 85% dos idosos apresentam, pelo
menos, uma doença crônica e, em 10% são identificadas, em média, cinco dessas
enfermidades.

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Estudo de Lima-Costa, analisando resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) de 1998, mostrou que 69,0% dos indivíduos, com 60 anos ou mais,
apresentavam, pelo menos, uma enfermidade crônica, sendo esta proporção maior
entre as mulheres (74,5%) do que entre os homens (62,2%).

2.1-Principais características do novo idoso

Figura: 2

A imagem do idoso sedentário e acomodado está ficando no passado. A faixa etária


que mais cresce no Brasil já enxerga a perspectiva da chegada aos 100 anos, faz parte da
primeira geração de mulheres dedicadas exclusivamente à carreira a se aposentar e busca
envelhecer ao lado dos amigos.

As pessoas acima de 60 anos estão mais ativas e sociáveis e querem ser mais
participativas na sociedade. A idade é vista como um renascimento, apesar da dificuldade
de se planejar e pensar no longo prazo – resultado de experiências e dificuldades vividas
em tempos de recessão.

1 – A terceira idade é vista como um renascimento

As responsabilidades e a pressão diminuem com a idade: os filhos já estão criados


e muitos objetivos já foram alcançados. Lidar com essa nova fase, diferente de tudo o que
viram antes, é considerado o renascimento para uma nova vida.

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2 – Existe uma dificuldade com o planejamento de longo prazo

Planejamento e longo prazo não são parte do cotidiano dessa geração, que prefere
viver um dia após o outro, sem muito compromisso, como consequência da diminuição das
responsabilidades e também do contexto em que cresceram.

3 – Viagens e estudos são muito desejados, mas pouco realizados.

Entre as atividades que a terceira idade mais gostaria de fazer destacam-se viajar e
estudar. Hoje, essas atividades não acontecem por dificuldades financeiras ou limitações
de saúde. Modelos flexíveis e acessíveis poderiam ajudá-los a concretizarem seus desejos.

4 – Grupos menos convencionais começam a ganhar relevância

O arquétipo do idoso tradicional – sedentário e acomodado – está cada vez mais


distante. Existem grupos que buscam o envelhecimento saudável e ativo e optam por um
estilo de vida que inclui esportes, saída com amigos e viagens sempre que possível. Alguns
escolhem, inclusive, morar juntos como forma de se ter companhia e auxílio.

5 – Quarta idade faria mais sentido!

Quando a população tinha uma expectativa de vida mais baixa, o termo terceira
idade, para classificar pessoas acima de 55 ou 60 anos, parecia adequado. Hoje, com
pessoas esperando viver até os 100 anos, ele é pouco representativo. Uma pessoa de 60
anos não se identifica como parte do mesmo grupo de uma pessoa com mais de 80. Assim,
os próprios entrevistados concordam que o termo quarta idade faria mais sentido.

6 – Individualidade acima de tudo

A melhor forma de se referir a alguém da terceira idade é chamando pelo próprio


nome ou por características que digam respeito à sua própria personalidade, e não à sua
idade, evitando rótulos. O termo mais bem aceito é experiente. Outros termos aceitos são
senhor(a), idoso e terceira idade. Os menos aceitos são: melhor idade, maduro, ancião,
tio(a) e velho(a).

7 – As imagens devem ser bem cuidadas e aspiracionais

Uma série de cuidados deve ser tomada na escolha de imagens para comunicações
com a terceira idade para que não causem repulsa. Ambientes com muito branco, por
exemplo, são associados a hospitais. As imagens devem ser aspiracionais e próximas dos

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interlocutores. A escolha das pessoas, sua expressão e posição na imagem, o ambiente do
entorno e as cores da comunicação devem ser escolhidas com cuidado.

8 – Design a favor da inclusão

Ambientes acessíveis vão muito além de barras de apoio em banheiros separados.


O verdadeiro design inclusivo é aquele que funciona para diferentes públicos ao mesmo
tempo, sem segregação – os idosos do século XXI querem usar os mesmos ambientes que
todo mundo. Sinalizações grandes e com um contraste relevante, rampas que
acompanham escadas, balcões de atendimento com variações de altura e mesas
acessíveis são exemplos de boas práticas que devem ser consideradas pelo mercado.

9 – Aposentadoria, não!

Mais que um meio de ganhar salário, o trabalho é uma forma de construir a vida
social, ter relações, conversas, se sentir informado e participando da sociedade. Nas
classes mais baixas as pessoas continuam trabalhando na velhice por necessidade; já
pessoas que possuem maior tranquilidade financeira trabalham por desejo. Nos dois casos
existem aspectos simbólicos de pertencimento e reconhecimento como útil. Ninguém gosta
de ser considerado inútil ou um peso morto.

3. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS DO


ENVELHECIMENTO

3.1-Envelhecimento biológico

O envelhecimento biológico é implacável, ativo e irreversível, causando mais


vulnerabilidade do organismo às agressões externas e internas. Existem evidências de que
o processo de envelhecimento é de natureza multifatorial e dependente da programação
genética e das alterações que ocorrem em nível celular-molecular.

Pode haver, consequentemente, diminuição da capacidade funcional das áreas


afetadas e sobrecarga dos mecanismos de controle homeostático, que passam a servir

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como substrato fisiológico para influência da idade na apresentação da doença, da resposta
ao tratamento proposto e das complicações que se seguem.

Os sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer


da vida, sendo chamados de senescência, sem comprometer as relações e a gerência de
decisões. Esse processo não pode ser considerado doença. Em condições basais, o idoso
não apresenta alterações no funcionamento ao ser comparado com o jovem. A diferença
manifesta-se nas situações nas quais se torna necessária a utilização das reservas
homeostáticas, que, no idoso, são mais fracas. Além disso, todos os órgãos ou sistemas
envelhecem de forma diferenciada, tornando a variabilidade cada vez maior.

Envelhecimento =

VULNERABILIDADE + Variabilidade + Irreversibilidade

O sistema nervoso central (SNC), embora tenha evoluído filogeneticamente há


milhões de anos, só recentemente adquiriu propriedades anatômicas e moleculares
altamente especializadas. Os neurônios, unidades formadoras desse sistema, possuem
estabilidade de estrutura, atributo este que é pré-requisito para a cognição. Essa
propriedade torna o SNC apto ao acúmulo de informações do presente, à lembrança do
passado e à formulação de novos conceitos. O SNC é incapaz de realizar reparos nas
alterações morfológicas adquiridas com o envelhecimento. O envelhecimento cerebral
normal evidencia, a partir da segunda década de vida, um declínio ponderal discreto, lento
e progressivo, que culmina com a diminuição do seu volume.

Os estudos microscópicos dos neurônios revelam mudanças caracterizadas por:


diminuição do RNA citoplasmático e da substância de Nissl; acúmulo de lipofuscina;
depósito amiloide nos vasos sanguíneos e células e de placa senil; e, menos
frequentemente, emaranhado neurofibrilar - característico da demência de Alzheimer, que
pode, entretanto, ser observado em cérebros de idosos sem indícios de demência e que
resulta em atrofia neuronal reduzindo a quantidade de células nervosas.

Essa perda celular não atinge as regiões corticais igualmente, pois neurônios da
mesma região têm fenótipos moleculares únicos e, portanto, diferentes vulnerabilidades
aos processos deletérios (córtex pré-frontal é mais sensível às mudanças do
envelhecimento).

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O envelhecimento normal associa-se, além das alterações microscópicas dos
neurônios, a mudanças nos sistemas de neurotransmissores. Os sistemas dopaminérgicos
e colinérgicos apresentam ações diminuídas. O declínio de memória não necessita,
necessariamente, associar-se à lesão estrutural, podendo ocorrer devido à disfunção
fisiológica e não à perda neuronal.

O SNC, apesar de não ser capaz de recuperar seus neurônios, tem propriedades
que podem diminuir o impacto das alterações do envelhecimento, como: redundância
(existem muito mais neurônios no cérebro que o necessário); mecanismos compensadores
(surgem em situações de lesão cerebral e são mais hábeis conforme o centro atingido);
plasticidade (habilidade de neurônios maduros, com sua rede de dendritos, desenvolverem
e formarem novas sinapses, levando à formação de novos circuitos sinápticos).

3.2- Aspectos neuropsicológicos do envelhecimento

O desenvolvimento de estudos de Psicologia e psiquiátricos no idoso proporcionou


mudança no paradigma do envelhecer psíquico.

Durante a velhice, não é comum o aparecimento de alterações na funcionalidade


mental do idoso, ou seja, os idosos saudáveis, sem limitações físicas, podem ser bastante
produtivos.

A definição de quais e como as funções psíquicas se modificam no decorrer dos


anos permitiu a consideração de que o idoso não seja tratado como um ser limitado
cognitivamente, mas que requer a adaptação de estímulos ambientais para possuir
funcionalidade comparável à de adultos jovens.

O conhecimento sobre o envelhecimento neuropsicológico ajuda a fundamentar as


mudanças exigidas pela sociedade para que os idosos sejam adequadamente valorizados
em nosso meio.

O termo cognição corresponde à faixa de funcionamento intelectual humano,


incluindo percepção, atenção, memória, raciocínio, tomada de decisões, solução de

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problemas e formação de estruturas complexas do conhecimento. A grande dificuldade
acerca do envelhecimento é o limite entre alterações cognitivas normais e patogênicas.

O desenvolvimento do conhecimento sobre os vários tipos de demências, o avanço


dos métodos de neuroimagem e estudos científicos apropriados permitiram o julgamento
sobre o limite entre saúde e doença no idoso. Algumas das habilidades cognitivas se
modificam em relação ao tempo, enquanto outras permanecem inalteradas.

O conhecimento da evolução neuropsicológica permite aferir se alguma função


cognitiva prejudicada significa doença. As habilidades que sofrem declínio com a idade são:
memória de trabalho, velocidade de pensamento e habilidades visuoespaciais, enquanto
as que se mantêm inalteradas são:

► inteligência verbal;

► atenção básica;

► habilidade de cálculo e a maioria das habilidades de linguagem.

As repercussões funcionais do envelhecimento fisiológico (senescência) do SNC são


controversas e não afetam significativamente as funções cognitivas. Observa-se redução
de: peso do encéfalo (10%), fluxo sanguíneo cerebral (15-20%), volume ventricular
exvacuo, número de neurônios e depósito neuronal de lipofuscina. Surgem degeneração
vascular amiloide, placas senis e degeneração neurofibrilar com comprometimento da
neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica, e lentificação da velocidade da condução
nervosa.

As regiões mais sensíveis às alterações do envelhecimento localizam-se no lobo


frontal e, possivelmente, no lobo temporal medial. As alterações dos órgãos dos sentidos
(visão, audição, etc.) dificultam o acesso às informações e o aprendizado. O lobo frontal
não apresenta mudanças na sua porção ventro-medial, responsável pela regulação do
comportamento social e emocional.

A porção dorsolateral da região pré-frontal, entretanto, possui alterações anatômicas


e funcionais mais proeminentes, percebidas em sua dificuldade aumentada na realização
de tarefas dependentes da função executiva e da memória de trabalho. Há mais
comprometimento na atenção (registro) e resgate das informações previamente estocadas,
tarefas dependentes da memória de trabalho e também na consolidação de informações

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recentes (memória episódica recente, por exemplo, localização de objetos, recados, etc.).
Não há alteração da memória semântica.

Observam-se, clinicamente, lentificação no processamento cognitivo, redução da


atenção (déficit atentivo), mais dificuldade no resgate das informações aprendidas
(memória de trabalho) e redução da memória prospectiva (“lembrar-se de lembrar”) e da
memória contextual (dificuldades com detalhes).

As informações estocadas (memória de longo prazo intermediária e remota) não são


afetadas, e sim a análise e comparação (memória de trabalho) das informações que
chegam constantemente ao cérebro, com as memórias explícitas e implícitas estocadas no
neocórtex posterior. Essas alterações não trazem prejuízo significativo na execução das
tarefas do cotidiano, não promovem limitação das atividades, nem restrição da participação
social.

A influência do tempo sobre a cognição também amplifica as diferenças entre os


sexos, isto é, os homens mais velhos mostram mais facilidades nos cálculos matemáticos,
enquanto as mulheres nas habilidades executivas. O processo de atenção representa grupo
complexo de comportamentos, em que o indivíduo pode selecionar informações e ignorar
outras; sustentar a concentração em uma informação por um período de tempo; dividir a
atenção entre dois ou mais aspectos ao mesmo tempo; e mudar o foco da atenção quando
for necessário.

A capacidade do idoso de dividir atenção entre vários estímulos para apreender uma
situação é extremamente prejudicada. Outras funções da atenção não se modificam com o
envelhecer. Função executiva se refere à capacidade de resolução de problemas,
planejamento, inibição de resposta, abstração, processamento de informações.

As capacidades cristalizadas ou os conhecimentos adquiridos no curso do processo


de socialização tendem a permanecer estáveis. As capacidades fluidas, isto é, envolvidas
na solução de novos problemas, tendem a declinar gradualmente. A velocidade na qual a
informação é processada representa a alteração mais evidente do idoso. A lentidão
cognitiva influencia todas as outras funções e pode ser responsável pelo déficit cognitivo
em idosos.

A lentidão no processamento de informações é observada em idosos em sua


dificuldade em compreender textos, necessidade de explicações mais ricas e extensas e

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de mais tempo para executar cálculos. A presbiacusia prejudica a compreensão da fala,
entretanto, o déficit periférico pode ser compensado pelos recursos e experiências
cognitivas. O vocabulário e expressão verbal podem aumentar durante a vida toda. A
linguagem espontânea pode se tornar menos precisa e mais repetitiva com o passar do
tempo.

A capacidade dos idosos em reconhecerem formas, objetos, dimensões e a distância


não é prejudicada quando avaliada de forma simples. Os idosos, quando avaliados em
testes mais complexos, entretanto apresentam habilidades visuoespaciais e
visuoperceptivas inferiores às dos de jovens.

3.3-Envelhecimento psicológico

O envelhecimento psíquico ou amadurecimento não é naturalmente progressivo nem


ocorre inexoravelmente, como efeito da passagem de tempo. Depende também da
passagem do tempo, mas, sobretudo, do esforço pessoal contínuo na busca do
autoconhecimento e do sentido da vida.

Figura: 3

O autoconhecimento, o estudo da estrutura e dinâmica do psiquismo e a superação


dos conflitos do cotidiano são indispensáveis para que se possa atingir a independência
psíquica, condição indispensável para a sabedoria. O amadurecimento é conquista

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individual e se traduz pela modificação dos valores de vida ou pela aquisição da consciência
(para que vivemos?). “Só é consciente a pessoa que se conhece, que conhece os reais
motivos do seu viver, sua capacidade de controle desses motivos e de organização desse
controle”.

Com o envelhecimento psíquico há, portanto, redução da vulnerabilidade. A pessoa


idosa torna-se suficientemente sábia para aceitar a realidade, tolerar a dor ou a perda da
independência biológica, pois seus dispositivos de segurança são cada vez mais eficazes
na relação com o mundo. É a liberdade plena ou independência psíquica, pois compreende
o sentido da vida (para quê). Os valores que regem a sua vida (filosofia de vida) são cada
vez mais elevados, racionais, inteligentes, enfim, conscientes. O idoso “entrega-se à
existência com a pureza das crianças, mas sem a sua ingenuidade, com o vigor do
adolescente, mas sem a sua pugnacidade, com a sensatez do homem maduro, mas sem o
seu orgulho. Torna-se cidadão do Universo com a astúcia da raposa e a malícia da
serpente, o que faz dele um sábio”.

3.4-Envelhecimento individual

O envelhecimento representa a consequência ou os efeitos da passagem do tempo


no organismo (envelhecimento somático) e psiquismo (envelhecimento psíquico). Todas as
dimensões são igualmente importantes, na medida em que são coadjuvantes para a
manutenção da estabilidade somática e psíquica, indispensáveis para o ser humano
cumprir a sua meta, que é ser feliz.

A busca pela paz e pela liberdade de espírito é a meta do ser humano. É necessário
que o homem se liberte dos impulsos cegos e dos preconceitos e busque a virtude, com
equilíbrio e serenidade.

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Figura: 4

A única batalha que traz satisfação é aquela em que o indivíduo conquista a si


mesmo, o que inclui a necessidade de aperfeiçoamento moral, de uma ideia correta do bem
e do mal.

A livre procura do saber garante o clima para a reflexão, mas é necessário ter-se em
mente que a visão do indivíduo é subjetiva e deve ser testada objetivamente, na realidade.
O homem deve ter atitude crítica também perante as ideias tradicionais e os postulados já
arraigados e iniciar a análise do mundo pela busca de conhecimento de si próprio.

O envelhecimento individual depende do grau de fragilidade do organismo e do


psiquismo. Pode ser dividido em quatro tipos:

►Robustez física e cristalização psíquica: o envelhecimento somático não está


associado a alguma perda física limitante, mas o indivíduo apresenta perturbação do seu
psiquismo, que o impede de compreender o sentido da vida.

►Robustez física e maturidade psíquica: o envelhecimento somático não está


associado a alguma perda física limitante e o psiquismo atinge a maturidade mental, a paz
e a sabedoria.

►Fragilidade física e cristalização psíquica: o envelhecimento somático é


patogênico, com limitações e/ou incapacidades físicas e seu psiquismo encontra-se
cristalizado na infância psíquica.

►Fragilidade física e maturidade psíquica: o envelhecimento somático é patogênico,


com limitações e/ou incapacidades físicas. Todavia, o psiquismo do indivíduo evoluiu,

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conquistando a maturidade mental. O seu viver é pautado na aceitação da realidade e na
tolerância à dor e seus estados de equilíbrio são cada vez mais flexíveis, pois seus
dispositivos de segurança são cada vez mais eficazes na relação com o mundo.

A singularidade individual torna-se mais exuberante quando se avaliam ambas as


dimensões, biológica e psíquica, associadas ao contexto familiar e social, ou seja, a
integralidade do indivíduo. O processo de envelhecimento é, portanto, absolutamente
individual, variável, cuja conquista se dá dia após dia, desde a infância. A velhice bem-
sucedida é consequência de uma vida bem-sucedida.

Britto da Motta (2006) afirma que:

A velhice é um fenômeno biossocial que não existe singularmente e nem de modo


tão evidente quanto se costuma enunciar. Isto é, não existe a velhice, existem “velhices‟; o
que também significa que não existe velho; existem velhos; “velhos e velhas, em pluralidade
de imagens socialmente construídas e referidas a um determinado tempo do ciclo de vida.
(Britto da Motta, 2006, p. 76).

4. ESTRUTURA FAMILIAR E VELHICE

Muitas vezes, na velhice, os problemas de saúde causados por patologias múltiplas


são agravados pela solidão e a pobreza. A falta de companhia do velho, nos dias atuais,
está diretamente ligada às transformações que se operam no interior das famílias.

Nos grandes centros urbanos do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, tem
aumentando a proporção das pequenas famílias (nucleares) em detrimento de um padrão
de família extensa que ainda se observa em zonas rurais e cidades menores. Esta última,
que é característica das sociedades tradicionais, tem como traço marcante a solidariedade
sociocultural, além do fato de a família desempenhar papel central na vida dos indivíduos.
Isso se deve à permanência dos laços de parentesco no sentido amplo, que inclui os não
parentes (agregados), que muitas vezes são mantidos como condição de sobrevivência
econômica e social (Guertechin, 1984).

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Outros fatores concorrem para a diminuição do suporte familiar para com o velho,
entre eles a maior mobilidade das famílias (facilitadas pelo seu menor tamanho) e o
aumento do número de separações e divórcios entre os casais em décadas mais recentes.

Ambas as situações trazem como consequência uma vida mais insular e uma
redução do apoio familiar ao idoso.

Figura: 5

Viver só não é necessariamente uma experiência negativa; muitas pessoas, em


todas as idades, escolhem viver assim. No entanto, viver por longo período sem companhia
predispõe ao isolamento. Para dar um exemplo, na Inglaterra, entre o censo de 1961 e
1971, a proporção do grupo etário acima dos 65 anos que morava só aumentou de 17%
para 34% (Acheson, 1982), e na população acima dos 75 anos foi observado que quase a
metade estava morando sozinha (Abrams, 1980).

Uma importante modalidade de suporte social é obtida através dos sistemas


informais de apoio que consistem nos parentes, vizinhos ou amigos. Essa estrutura social
foi por muito tempo o referencial maior de apoio na comunidade, o qual, nos dias atuais,
tende a diminuir, do mesmo modo e pelos mesmos motivos que estão levando ao
desaparecimento da família extensa.

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5. A IMPORTÂNCIA DA AMIZADE NA VELHICE

Figura: 6

Com o crescimento da população idosa, aumentam a preocupação e o interesse


pelas medidas que possam avaliar o valor despendido pelo Estado na manutenção da
parcela improdutiva (em termos econômicos) da população. Para tal é usado um indicador
chamado de coeficiente de dependência e conhecido na literatura da língua inglesa por
"dependency ratio", que indica o peso financeiro que recai sobre a população em idade
produtiva em relação à população dependente (crianças e velhos). Essa medida é
usualmente definida como a razão da população abaixo de 15 e acima de 60 anos para
aqueles entre a faixa de 15 a 60 anos.

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial iniciado, a princípio, nos


países desenvolvidos em decorrência da queda de mortalidade, a grandes conquistas do
conhecimento médico, urbanização adequada das cidades, melhoria nutricional, elevação
dos níveis de higiene pessoal e ambiental tanto em residências como no trabalho assim
como, em decorrência dos avanços tecnológicos. Todos esses fatores começaram a
ocorrer no final da década de 40 e início dos anos 50.

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A expectativa de vida no Brasil é de 76,3 anos segundo os dados do IBGE. As
Tábuas Completas de Mortalidade divulgadas em novembro do ano passado afirmam que,
para as mulheres, espera-se maior longevidade, 79,9 anos, versus 72,8 anos para os
homens.

A amizade é um vínculo emocional significativo, que envolve apreço ou estima entre


pessoas, com relativa estabilidade. Ao longo da vida vamos estabelecendo e construindo
relações de amizade, no contexto de diferentes cenários, como a escola, o trabalho, a
vizinhança, as atividades desportivas, os interesses musicais, etc. Na atualidade, a vida
real entrecruza-se, ainda, com as redes sociais, impregnadas por amizades com graus de
intensidade muito variáveis.

Figura: 7

As pessoas mais velhas também têm amigos, embora bem menos do que na
juventude. Na segunda metade da vida, o tamanho da rede de amizades diminui
gradualmente para metade, em comparação com adultos entre os 20 e os 30 anos.

Grande parte desta mudança nas redes de amizade está associada a perdas sociais
(Adams, Sanders & Auth, 2004):

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► se o trabalho profissional constitui um facilitador de relações com colegas e
amigos, a transição para a reforma pode limitar o contato com essa rede;

► os problemas de saúde associados à idade ou a doenças também podem dificultar


as saídas de casa e o contato com os amigos;

► por outro lado, a viuvez, a doença ou a própria morte dos amigos condiciona,
naturalmente, a rede de amizades.

Não menos importante, uma outra explicação determina as amizades nas pessoas
mais velhas.

À medida que envelhecem, tendem a privilegiar amizades mais próximas ou


percebidas como mais importantes, enquanto que as relações sociais periféricas (menos
próximas) são preferencialmente descontinuadas (Lang, Wagner, Wrzus & Neyer, 2013).

Ao percecionar um tempo de vida mais curto, os indivíduos tendem assim a ser mais
seletivos em relação a pessoas e atividades que respondam a necessidades emocionais
mais imediatas, evitando despender tempo (precioso) com amigos menos confiáveis ou que
aborrecem. Esta premissa corresponde à denominada Teoria da Seletividade
Socioemocional. Por outras palavras, os idosos preferem preservar um círculo próximo de
confidentes (como velhos amigos ou pessoas que conhecem bem) e investir o tempo e a
energia disponíveis em relacionamentos mais íntimos, que ocasionam apoio emocional de
qualidade.

Na velhice, mais importante do que o número de amigos, é saber com quem poder
contar o que parece afetar não somente a saúde física e a esperança de vida, mas também
o bem-estar psicológico.

6. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PESSOA IDOSA

O perfil epidemiológico da população idosa é caracterizado pela tripla carga de


doenças com forte predomínio das condições crônicas, prevalência de elevada mortalidade
e morbidade por condições agudas decorrentes de causas externas e agudizações de
condições crônicas. A maioria dos idosos é portadora de doenças ou disfunções orgânicas,

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mas cabe destacar que esse quadro não significa necessariamente limitação de suas
atividades, restrição da participação social ou do desempenho do seu papel social.

6.1-Diretrizes da saúde da pessoa idosa

A Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde é responsável pela


implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, normatizada pela Portaria
GM/MS nº 2.528, de 19 de outubro de 2006).

Nesse contexto, a política tem como principais diretrizes:

► envelhecimento ativo e saudável;

► atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;

► estimulo às ações intersetoriais;

► fortalecimento do controle social;

► garantia de orçamento;

► incentivo a estudos;

► pesquisas.

6.2-Estatuto do Idoso

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) é uma iniciativa inovadora na garantia de


direitos da pessoa idosa, fruto de forte mobilização da sociedade, e abrange as seguintes
dimensões:

► direito à vida;

► à liberdade;

► ao respeito;

► à dignidade;

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► à alimentação;

► à saúde;

► à convivência familiar e comunitária.

O Estatuto do Idoso destina-se a regular os direitos assegurados às pessoas com


idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

6.3-Direitos da pessoa idosa na saúde

Figura: 8

Entre os direitos assegurados pelo Estatuto do Idoso às pessoas idosas estão, entre
outros, o da saúde.

 Atenção integral à saúde da pessoa idosa, por intermédio do Sistema Único de


Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado
e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam
preferencialmente os idosos.

 Direito a acompanhante em caso de internação ou observação em hospital.

 Direito de exigir medidas de proteção sempre que seus direitos estiverem


ameaçados ou violados por ação ou omissão da sociedade, do Estado, da família,
de seu curador ou de entidades de atendimento.

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 Desconto de, pelo menos, 50% nos ingressos para eventos artísticos, culturais,
esportivos e de lazer.

 Gratuidade no transporte coletivo público urbano e semiurbano, com reserva de 10%


dos assentos, que deverão ser identificados com placa de reserva.

 Reserva de duas vagas gratuitas no transporte interestadual para idosos com renda
igual ou inferior a dois salários mínimos e desconto de 50% para os idosos que
excedam as vagas garantidas.

 Reserva de 5% das vagas nos estacionamentos públicos e privados.

 Prioridade na tramitação dos processos e dos procedimentos na execução de atos


e diligências judiciais.

 Direito de requerer o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a partir dos 65 anos


de idade, desde que não possua meios para prover sua própria subsistência ou de
tê-la provida pela família.

 Direito de 25% de acréscimo na aposentadoria por invalidez (casos especiais).

 Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos devem


ser objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
autoridade sanitária, bem como devem ser obrigatoriamente comunicados por eles
a quaisquer dos seguintes órgãos: autoridade policial; Ministério Público; Conselho
Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso; Conselho Nacional do Idoso.

6.4-Como prevenir quedas em pessoas idosas?

Quedas são frequentes em pessoas idosas, mas podem ser evitadas com alguns
cuidados. Geralmente, esses tombos provocam fraturas, traumatismo craniano, contusão
muscular e, principalmente, o medo de cair novamente.

Para evitar que tais situações aconteçam e coloquem a qualidade de vida da pessoa
idosa em questão, tome as seguintes precauções:

 Evite tapetes soltos.

22
 As escadas e os corredores devem ter corrimão dos dois lados.

 Use sapatos fechados com solados de borracha.

 Coloque tapete antiderrapante no banheiro.

 Evite andar em áreas com piso úmido.

 Evite encerar a casa.

 Evite móveis e objetos espalhados pela casa.

 Deixe uma luz acesa à noite, caso você se levante.

 Espere que o ônibus pare completamente para você subir ou descer.

 Coloque o telefone em local acessível.

 Utilize sempre a faixa de pedestres.

 Se necessário, use bengalas, muletas ou instrumentos de apoio. O importante é a


sua segurança.

6.5-Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa

A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é um instrumento estratégico de qualificação


da atenção à pessoa idosa, objetiva contribuir para a organização do processo de trabalho
das equipes de saúde e para a otimização de ações que possibilitem uma avaliação integral
da saúde da pessoa idosa, identificando suas principais vulnerabilidades e oferecendo
orientações de autocuidado.

É um instrumento proposto para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa,


sendo usada tanto pelas equipes de saúde, quanto pelos idosos, seus familiares e
cuidadores. Também é instrumento de cidadania e de relevância para os indivíduos idosos,
pois “empoderam” os sujeitos sobre sua saúde e direitos.

O plano de cuidados estabelecido a partir da avaliação multidimensional se aplica ao


indivíduo, mas também subsidia a tomada de decisões do ponto de vista coletivo, pois
fornece recursos e informações para estruturar as ações de uma Unidade de Saúde no que
se refere à população adscrita. É muito importante que seu preenchimento ocorra por meio

23
de informações cedidas pela pessoa idosa, seus familiares e/ou cuidadores, para compor
o Plano de Cuidado.

A Caderneta permite o registro e o acompanhamento, pelo período de cinco anos,


de informações sobre dados pessoais, sociofamiliares, condições de saúde, hábitos de
vida, identificando suas vulnerabilidades, além de ofertar orientações para o seu
autocuidado. Sendo assim não é necessário que seja substituída todos os anos.

A Caderneta permite a identificação das necessidades de saúde de cada idoso e do


potencial de risco e graus de fragilidade, o que é fundamental para a elaboração do projeto
terapêutico singular e para o seu acompanhamento com resolutividade na atenção básica.
Trata-se de um instrumento que auxilia na estratificação dos idosos de acordo com sua
capacidade funcional.

A Caderneta também conta com uma ficha espelho (resumo da caderneta) contendo
dados gerais a serem preenchidos e anexados ao prontuário da pessoa idosa na atenção
básica. Através das informações registradas na ficha espelho as equipes de saúde podem
fazer levantamento do perfil dos idosos cobertos no território, identificando as situações de
maior vulnerabilidade. Trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada pelas equipes da
atenção básica para o planejamento e monitoramento de suas ações.

Saúde bucal da pessoa idosa

Figura: 9

Manter uma boa saúde bucal é importante para o seu bem-estar, a sua autoestima
e a saúde geral do seu corpo. Além disso, uma boca saudável é também aquela que
proporciona uma boa mastigação, o que é fundamental para uma boa digestão dos
alimentos e uma melhor absorção dos nutrientes.

24
Para que se tenha um sorriso bonito e saudável, é preciso escovar os dentes todos
os dias após cada refeição e também uma última vez antes de dormir.

A higiene dos dentes deve ser feita utilizando-se uma escova de dentes de tamanho
adequado, com cerdas macias e creme dental com flúor.

 Complemente a escovação passando o fio dental entre todos os dentes.

 Escovar a língua também é muito importante, pois ela acumula restos alimentares e
bactérias que provocam o mau hálito. Faça movimentos cuidadosos com a escova,
“varrendo” a língua da parte interna até a ponta. Além de manter uma boa higiene
bucal, também é preciso ter uma alimentação saudável e ir ao dentista regularmente.

Cárie: é uma doença causada por bactérias que vivem na boca e utilizam o açúcar da
nossa alimentação para produzir ácidos que destroem os dentes. A cárie pode avançar e
causar dor e desconforto e até a perda do dente. Para prevenir o seu aparecimento, é
importante ter uma boa higiene bucal.

Doenças da gengiva: ocorrem principalmente pelo acúmulo de placa bacteriana


(película viscosa e incolor formada por bactérias e restos alimentares acumulados na
superfície dos dentes e na gengiva). Começa com a inflamação da gengiva, chamada de
gengivite. Inicialmente, nota-se que a gengiva sangra. Se a gengivite não for tratada, pode
avançar e atingir o osso que sustenta o dente (periodontite), causando a exposição da raiz
do dente e mobilidade, podendo ocasionar a perda do dente.

Uso de prótese dental (dentadura/ponte móvel): na ausência dos dentes naturais, as


próteses dentárias são fundamentais para auxiliar a correta mastigação dos alimentos e a
fala, além de manter o equilíbrio das estruturas da face e das articulações. O seu uso exige
cuidados especiais:

 Se você utiliza uma prótese parcial removível (ponte móvel), limpe-a fora da boca
com sabão ou pasta de dente pouco abrasiva e escova de dentes macia, separada
para essa função. Antes de recolocá-la na boca, escove os dentes e limpe a gengiva,
o céu da boca e a língua.

 Se você utiliza prótese total (dentadura), limpe-a fora da boca com sabão ou pasta
de dentes e escova de dente separada para essa função. Antes de recolocá-la na
boca, limpe a gengiva, o céu da boca e a língua. Recomenda-se ficar sem a prótese
algumas horas durante o dia. O ideal é passar a noite sem a prótese, mas se isso

25
não for possível, faça o procedimento durante o banho ou em um momento em que
você esteja sozinho (a) em casa, por exemplo. Deixe-a sempre em um copo com
água. Solicite orientação ao dentista sobre outros produtos para complementar a
limpeza das dentaduras. Devido ao desgaste natural, a ponte móvel ou a dentadura
precisará ser ajustada ou trocada após certo período de tempo. Ela não está mais
em perfeitas condições quando começa a ficar solta, quando a mastigação fica difícil
ou quando está irritando ou machucando a gengiva. Faça uma avaliação periódica
com a equipe de saúde bucal para verificar a adaptação de sua prótese e evitar o
aparecimento de feridas.

Boca seca: a falta de saliva (boca seca) é uma queixa comum entre as pessoas idosas.
Além de ser uma manifestação comum ao envelhecimento, pode ser causada pelo uso de
alguns medicamentos ou por distúrbios na saúde. A boca seca pode causar maior risco
para cárie dentária, incômodo no uso da prótese, perda do paladar, mau hálito e
dificuldades para falar, mastigar e engolir os alimentos. O profissional de saúde bucal pode
recomendar vários métodos para manter sua boca mais úmida, como tratamentos ou
remédios adequados para evitar a boca seca. Tomar água com frequência pode ajudar.

Lesões na boca: observe regularmente se existe alguma alteração nos lábios, nas
bochechas, nas gengivas, no céu da boca, na garganta, na superfície e abaixo da língua.
Procure por manchas, caroços, inchaços, placas esbranquiçadas ou avermelhadas ou
feridas. Se você observar alguma alteração nova em sua boca ou ferida que não cicatrize,
mesmo que indolor, procure um dentista ou outro profissional de saúde para realizar uma
avaliação.

Uso e armazenamento de medicamentos

 Mantenha os medicamentos em lugares secos e frescos, seguros e específicos para


este fim, fora do alcance de crianças e animais.

 Evite guardar os medicamentos com produtos de limpeza, perfumaria e alimentos.

 Guarde na geladeira apenas os medicamentos líquidos, conforme orientação de um


profissional de saúde.

 Não guarde medicamentos na porta da geladeira ou próximo do congelador.

 A insulina, por exemplo, perde o efeito se for congelada.

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 Se você utilizar porta-comprimidos para guardar os medicamentos, deixe somente a
quantidade suficiente para 24 horas.

 Os recipientes devem ser cuidadosamente mantidos limpos e secos.

 O armazenamento de medicamentos deve ser individualizado para evitar erros e


trocas com medicamentos de outras pessoas.

 Lave as mãos antes de manusear qualquer medicamento.

 Manuseie os medicamentos em lugares claros. Leia sempre os nomes para evitar


trocas.

 É importante o uso regular dos medicamentos, observando os horários prescritos.

 Tome os comprimidos e as cápsulas sempre com água ou conforme a orientação de


um profissional de saúde.

 Consulte seu médico ou farmacêutico caso seja necessário partir ou triturar os


comprimidos.

 Abra somente um frasco ou embalagem de cada medicamento por vez.

 Mantenha os medicamentos nas embalagens originais para facilitar sua identificação


e o controle da validade.

 Observe frequentemente a data da validade e não tome medicamentos vencidos.

 Consulte seu médico ou farmacêutico caso observe qualquer mudança no


medicamento: cor, mancha ou cheiro estranho.

 Utilize preferencialmente o medidor que acompanha o medicamento. Evite o uso de


colheres caseiras. Lave-o após o uso.

 Não passe o bico do tubo nas feridas ou na pele quando for utilizar pomadas. Você
pode contaminar o medicamento.

 Não encoste no olho ou na pele o bico dos frascos dos colírios e das pomadas para
os olhos.

 Sempre leve todas as receitas, os exames e os medicamentos em uso para todos


os atendimentos médicos. Informe ao médico se você toma chás ou faz uso de
plantas medicinais.

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 Mantenha a receita médica junto com os medicamentos.

 Nunca espere o medicamento acabar para providenciar nova receita, para comprá-
lo ou buscá-lo na unidade de saúde.

 Os medicamentos suspensos ou antigos devem ser guardados em local separado


dos medicamentos em uso.

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7. REFERÊNCIAS:

BEAUVOIR S. A velhice. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1990.

__________, S. Old age. New York, Penguin Books, 1972.

BRITO Mota, A. Visão antropológica do envelhecimento. In E. V. Freitas, L. Py, 2006.

BROMLEY, R. & GERRY, C. Causal work and poverty in third world cities. New York,
John Wiley and Sons, 1975.

MORAES. EN. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Belo Horizonte:


Coopmed; 2009.

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