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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
PARTO, DISTOCIA EMOCIONAL E LUTO ........................................................ 1
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2
1.PARTO ............................................................................................................ 4
1.1Saúde no contexto sócio-cultural ............................................................... 5
1.2Aspectos Emocionais do Parto .................................................................. 7
1.2.1 A terapia de apoio na psicologia ...................................................... 10
1.2.2Benefícios do apoio emocional e físico ............................................. 11
1.3Violência Obstétrica ................................................................................. 13
1.3.1 Tipos de Violência................................................................................ 13
1.3.2 Descumprimento das normatizações e legislação vigentes................. 16
1.4 Humanização no parto ............................................................................ 16
1.4.1 Método de Dick-read ........................................................................ 20
1.4.2 Método de Bradley ........................................................................... 21
1.4.3 Método de Lamaze........................................................................... 21
1.5 Gravidez na adolescência....................................................................... 23
2.DISTOCIA ..................................................................................................... 25
2.1Conceito de Distocia ................................................................................ 25
2.1.1 Distocia Funcional ........................................................................... 26
2.1.2Distocia do Trajeto ............................................................................ 27
2.1.4 Distocias Ósseas.............................................................................. 28
2.1.5 Distocias de partes moles ................................................................ 28
2.1.6 Distocia do Objeto ............................................................................ 28
2.1.7 Tamanho Fetal ................................................................................. 28
2.1.8 Distocia de Bacrominal ..................................................................... 29
2.2 Distocia Emocional ................................................................................. 29
2.3 Prevenção Da Distócia ........................................................................ 31
3.LUTO ............................................................................................................. 32
3.1Abordagem terapêutica ao luto ................................................................ 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35
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1.PARTO
O nascimento é historicamente um evento natural. Como é indiscutivel-
mente um fenômeno mobilizador, mesmo as primeiras civilizações agregaram, a
este acontecimento, inúmeros significados culturais que através de gerações so-
freram transformações, e ainda comemoram o nascimento como um dos fatos
marcantes da vida. Até as importantes mudanças do modus vivendi do período
industrial, as vivências do parto foram, nas mais diferentes culturas, de caráter
íntimo e privado, sendo uma experiência compartilhada entre mulheres. A
imensa mortalidade materna e perinatal começou então a ser discutida, na es-
fera pública, por uma necessidade político-econômica de garantir exércitos e tra-
balhadores. Ao lado destas transformações sociais, a obstetrícia firmava-se
como matéria médico e ocorriam as primeiras ações voltadas a disciplinar o nas-
cimento.
A maioria das mulheres que até meados do sec. XX pariram com a ajuda
de outras mulheres, por não serem nobres ou da classe de maior renda, passou
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também a ser objeto do interesse médico e ter seus partos atendidos ou obser-
vados por profissionais oficialmente preparados para este fim, como as enfer-
meiras-parteiras e os médicos. No Brasil, o processo de institucionalização do
parto, ao longo da década de 40, foi provavelmente a primeira ação de saúde
pública dirigida à mulher. Até o início dos anos 60, a preocupação com a saúde
materna se restringiu à assistência ao parto. Com a introdução da medicina pre-
ventiva no país e a criação dos centros de saúde, iniciaram-se os programas de
pré-natal que, na realidade, tinham como objetivo principal reduzir a mortalidade
infantil.
Em 1996, o Ministério da Saúde, em parceria com FEBRASGO, UNICEF
e OPAS, lançou o Projeto Maternidade Segura que pretendia reduzir a mortali-
dade materna e perinatal, através da melhoria da assistência ao parto e ao re-
cém-nascido. Embora estas iniciativas e outras em âmbito municipal e estadual
tenham sido desenvolvidas nos últimos anos, problemas permanecem na siste-
matização da assistência à gestação e ao parto, desrespeitando direitos básicos
da cidadania e colocando em risco a vida de mulheres e recém nascidos. Entre
eles, estão a segmentação entre a rede básica e hospitalar e a intervenedo ex-
cessiva sobre o parto.
Em 1996, o Ministério da Saúde, em parceria com FEBRASGO, UNICEF
e OPAS, lançou o Projeto Maternidade Segura que pretendia reduzir a mortali-
dade materna e perinatal, através da melhoria da assistência ao parto e ao re-
cém-nascido. Embora estas iniciativas e outras em âmbito municipal e estadual
tenham sido desenvolvidas nos últimos anos, problemas permanecem na siste-
matização da assistência à gestação e ao parto, desrespeitando direitos básicos
da cidadania e colocando em risco a vida de mulheres e recém nascidos. Entre
eles, estão a segmentação entre a rede básica e hospitalar e a intervenedo ex-
cessiva sobre o parto.
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A saúde não deve se restringir ao tradicional conceito de prevenção, di-
agnóstico, tratamento e reabilitação, mas deve ser abordada também no con-
texto cultural, histórico e antropológico, onde estão os indivíduos que se querem
ver saudáveis ou livres de doenças. Essa abordagem é fundamental ao se ana-
lisar a questão da saúde da mulher brasileira, em especial daquela de menor
renda, pois esta tem carências marcadas daquilo que se chama de "necessida-
des básicas", que interferem na sua saúde e seu bem-estar. Este mulher carece,
frequentemente, de alimentação, moradia, trabalho digno e adequadamente re-
munerado, educação, cultura, lazer, dentre outros. Evidentemente, essa "doença
social" - que acomete um número expressivo de mulheres - determina ou agrava
condições biológicas e psicológicas que põem em risco sua vida, sua saúde e
seu bem-estar.
“Saúde- estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não
simplesmente à ausência de doença ou enfermidade é um direito fun-
damental, e que a consecução do mais alto nível de saúde é a mais
importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de mui-
tos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde (OMS
1976)
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de manutenção da espécie, mas a perpetuação das relações de poder entre os
sexos.
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grávido. Ao mesmo tempo, finalmente verá o seu bebê, poderá tocá-lo, senti-lo
em seus braços. O nascimento é uma mudança decisiva para mãe e bebê, e é
uma experiência bastante forte. A separação de dois seres que até então viviam
de modo interdependente, em íntimo e permanente contato, impacta emocional-
mente a cada um deles.
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promovendo a sensação de segurança e atitudes de colaboração da parturiente
e da própria equipe. Nesse sentido, ajuda muitíssimo a presença de um acom-
panhante de escolha da mulher na sala de parto, podendo ser o companheiro,
sua própria mãe ou pessoa de sua rede apoio, dada a necessidade de proteção
da parturiente, em meio a seu desamparo e exaustão. Algumas mulheres contam
com Doulas, que oferecem apoio à mulher desde a gestação e estão presentes
no trabalho de parto e parto. Cabe à equipe de saúde acolher o acompanhante
e facilitar sua presença desde o pré-natal, bem como no trabalho de parto, parto
e puerpério. Segundo o Ministério da Saúde, há estudos que comprovam que a
presença do acompanhante traz benefícios que vão desde o sentimento de
maior segurança e confiança das gestantes até a redução de medicamentos
para alívio da dor e da duração do trabalho de parto.
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ingestão de líquidos e alimentos, o incentivo a deambulação, banhos e massa-
gens para alívio da dor), contribui para o bem-estar da parturiente. No final do
trabalho de parto, torna-se confusa a percepção do que é vaginal ou anal. Isso
pode reativar fantasias e sentimentos da infância sobre os mitos do nascimento
e angústias ligadas ao processo de aprendizado esfincteriano, como às referen-
tes as fantasias de castração. Nas manifestações de sintomatologia oral, a ansi-
edade diz respeito ao medo de esvaziar-se totalmente e ficar dissolvida no nada.
A mulher pode se sentir invadida por fanta-
sias de perigo, aniquilamento e morte, rela-
tivas à angústia do próprio nascimento.
Tudo isso indica a necessidade de apoio
emocional da parturiente nesse mo-
mento, tanto pelo acompanhante como
por parte de pessoas especializadas e fami-
liarizadas com esses conceitos, como po-
dem ser os obstetras, as obstetrizes, as
enfermeiras e as doulas. Na situação expulsiva, a fonte de ansiedade refere-se
à proibição da sexualidade, uma vez que o alívio prazeroso provocado pela pas-
sagem do bebê pode ser vivido confusamente como prazer da área sexual. Ver
o filho recém-nascido e tê-lo em seus braços é fator que possibilita recobrar a
identidade perdida no estado confusional e tolerar da melhor forma a saída da
placenta. Além do mais, ao nascer, o bebê se mostra com vida própria e se in-
corpora como integrante novo na família, que solicita atenção e provoca intera-
ção.
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dos conteúdos ou comportamentos que vêm a tona durante a terapia é opcional,
pois não há necessidade da compreensão dos significados dos distúrbios nesse
tipo de terapia. O objetivo, a estratégia e os papéis na relação precisam estar
claramente definidos. Fiorini aponta ainda que a persistência ou continuidade do
terapeuta é condição para a eficácia do vínculo, visto que o paciente não deve
sentir-se abandonado ou ameaçado na ausência do terapeuta.
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• orientar a mulher a assumir a posição que mais lhe agrade durante as
contrações;
• favorecer a manutenção de um ambiente tranqüilo e acolhedor com
silêncio e privacidade;
• orientar a mulher sobre métodos para o alívio da dor que podem ser
utilizados, se necessários;
• estimular a participação do marido ou companheiro em todo o pro-
cesso; e
• apoiar e orientar a mulher no período expulsivo, incluindo a possibili-
dade da liberdade de escolha quanto à posição a ser adotada
Os trabalhos de Klaus e Kennell (1993, 2000) sobre os benefícios do
acompanhamento indicam que a presença do companheiro da mulher é muito
importante, nesse momento, para o desenvolvimento dos vínculos amorosos
com o bebê e um maior aprofundamento na vida do casal. Entretanto, de acordo
com os autores, o casal necessita de apoio emocional para melhor vivenciar o
parto, uma vez que o pai está emocionalmente envolvido com o processo, o que
poderia dificultar o oferecimento de apoio à parturiente.
Questões levantadas quanto à possibilidade de um acompanhamento
emocional e físico não concernem ao mérito do trabalho em si, uma vez que uma
vasta gama de pesquisas demonstram os benefícios do acompanhamento qua-
lificado e contínuo. Os questionamentos são de ordem prática, política e na or-
dem de como ele poderia ser realizado. O Brasil ainda precisa realizar mudanças
importantes referentes ao processo de humanização do parto e na implementa-
ção das normas de atendimento à parturiente propagadas pelo Ministério da Sa-
úde. As pesquisas sobre apoio emocional,evidenciam que o aspecto emocional
que envolve o parto precisa ser seriamente considerado pela equipe que atende
à parturiente e sua família.
Portanto, o apoio emocional caracterizam-se por um conjunto de atitudes
e técnicas que propiciam à parturiente conforto físico, emocional e segurança e,
ao acompanhante, orientação e estímulo à participação. A informação e a orien-
tação são fundamentais no desenvolvimento deste tipo de apoio, pois contri-
buem para que o casal ou o par compreenda como está o desenvolvimento do
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trabalho de parto, o que possibilita uma posição autônoma e um papel de prota-
gonista no parto. Para facilitar a nomeação deste apoio, será utilizado apenas o
nome ‘apoio emocional’, tendo em mente todas as suas características.
1.3Violência Obstétrica
Caráter físico
Ações que incidam sobre o corpo da mulher, que interfiram, causem dor
ou dano físico (de grau leve a intenso), sem recomendação baseada em evidên-
cias científicas.
Exemplos: privação
de alimentos, interdi-
ção à movimentação
da mulher, tricotomia
(raspagem de pelos),
manobra de Kristeller,
uso rotineiro de ocito-
cina, cesariana eletiva
sem indicação clínica,
não utilização de analgesia quando tecnicamente indicada.
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Caráter psicológico
Toda ação verbal ou comportamental que cause na mulher sentimentos
de inferioridade, vulnerabilidade, abandono, instabilidade emocional, medo, acu-
ação, insegurança, dissuação, ludibriamento, alienação, perda de integridade,
dignidade e prestígio.
Exemplos: ameaças, mentiras, chacotas, piadas, humilhações, grosse-
rias, chantagens, ofensas, omissão de informações, informações prestadas em
linguagem pouco acessível, desrespeito ou desconsideração de seus padrões
culturais.
Caráter sexual
Toda ação imposta à mulher que viole sua intimidade ou pudor, inci-
dindo sobre seu senso de integridade sexual e reprodutiva, podendo ter acesso
ou não aos órgãos sexuais e partes íntimas do seu corpo.
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Exemplos: episiotomia, assédio, exames de toque invasivos, constantes
ou agressivos, lavagem intestinal, cesariana sem consentimento informado, rup-
tura ou descolamento de membranas sem consentimento informado, imposição
da posição supina para dar à luz, exames repetitivos dos mamilos sem esclare-
cimento e sem consentimento.
Caráter institucional
Ações ou formas de organização que dificultem, retardem ou impeçam
o acesso da mulher aos seus direitos constituídos, sejam estes ações ou servi-
ços, de natureza pública ou privada.
Exemplos: impedimento do acesso aos serviços de atendimento à sa-
úde, impedimento à amamentação, omissão ou violação dos direitos da mulher
durante seu período de gestação, parto e puerpério, falta de fiscalização das
agências reguladoras e demais órgãos competentes, protocolos institucionais
que impeçam ou contrariem as normas vigentes.
Caráter material
Ações e condutas ativas e passivas com o fim de obter recursos finan-
ceiros de mulheres em processos reprodutivos, violando seus direitos já garan-
tidos por lei, em benefício de pessoa física ou jurídica.
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Exemplos: cobranças indevidas por planos e profissionais de saúde, in-
dução à contratação de plano de saúde na modalidade privativa, sob argumen-
tação de ser a única alternativa que viabilize o acompanhante.
Caráter midiático
São as ações praticadas por profissionais através de meios de comuni-
cação, dirigidas a violar psicologicamente mulheres em processos reprodutivos,
bem como denegrir seus direitos mediante mensagens, imagens ou outros sig-
nos difundidos publicamente; apologia às práticas cientificamente contra-indica-
das, com fins sociais, econômicos ou de dominação.
Exemplos: apologia à cirurgia cesariana por motivos vulgarizados e sem
indicação científica, ridicularização do parto normal, merchandising de fórmulas
de substituição em detrimento ao aleitamento materno, incentivo ao desmame
precoce.
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preocupações e suas angústias, garantindo a atenção resolutiva e a articulação
com os outros serviços de saúde para a continuidade da assistência e, quando
necessário, possibilitando a criação de vínculo da gestante com a equipe de sa-
úde. Cabe à equipe de saúde, ao entrar em contato com uma mulher gestante,
na unidade de saúde ou na comunidade, buscar compreender os múltiplos sig-
nificados da gestação para aquela mulher e sua família, notadamente se ela for
adolescente. A história de vida e o contexto de gestação trazidos pela mulher
durante a gravidez devem ser acolhidos integralmente a partir do seu relato e da
fala de seu parceiro. Tal contexto implica mudanças nas relações estabelecidas
entre a mulher e a família, o pai e a criança. Além disso, gera mudanças na
relação da gestante consigo mesma, no modo como ela entende seu autocui-
dado, bem como modificações em como ela percebe as mudanças corporais, o
que interfere muitas vezes no processo de amamentação. É cada vez mais fre-
quente a participação do pai no pré-natal, devendo sua presença ser estimulada
durante as atividades de consulta e de grupo, para o preparo do casal para o
parto, como parte do planejamento familiar. A gestação, o parto, o nascimento e
o puerpério são eventos carregados de sentimentos profundos, pois constituem
momentos de crises construtivas, com forte potencial positivo para estimular a
formação de vínculos e provocar transformações pessoais. É importante acolher
o(a) acompanhante de escolha da mulher, não oferecendo obstáculos à sua par-
ticipação no pré-natal, no trabalho de parto, no parto e no pós-parto. O(a) acom-
panhante pode ser alguém da família, amigo(a) ou a doula, conforme preconiza
a Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. O benefício da presença do(a) acompa-
nhante já foi comprovado. Vários estudos científicos nacionais e internacionais
evidenciaram que as gestantes que tiveram a presença de acompanhantes se
sentiram mais seguras e confiantes durante o parto. Também houve redução do
uso de medicações para alívio da dor, da duração do trabalho de parto e do
número de cesáreas. Alguns estudos sugerem, inclusive, a possibilidade de ou-
tros efeitos, como a redução dos casos de depressão pós-parto. Contando suas
histórias, as grávidas esperam partilhar experiências e obter ajuda. Assim, a as-
sistência pré-natal torna-se um momento privilegiado para discutir e esclarecer
questões que são únicas para cada mulher e seu parceiro, aparecendo de forma
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individualizada, até mesmo para quem já teve outros filhos. Temas que são ta-
bus, como a sexualidade, poderão suscitar dúvidas ou a necessidade de escla-
recimentos.
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nativas de abordagem que buscam desenvolver potenciais e/ou restaurar fun-
ções corporais da parturiente, acompanhante e da equipe profissional. A utiliza-
ção de roupas confortáveis também é uma medida importante para favorecer o
relaxamento. Na prática cotidiana dos serviços de saúde, o acolhimento se ex-
pressa na relação estabelecida entre os profissionais de saúde e os(as) usuá-
rios(as), mediante atitudes profissionais humanizadoras, que compreendem ini-
ciativas tais como as de:
(i) Se apresentar;
(ii) Chamar os(as) usuários(as) pelo nome;
(iii) Prestar informações sobre condutas e procedimentos que devam
ser realizados;
(iv) Escutar e valorizar o que é dito pelas pessoas;
(v) Garantir a privacidade e a confidencialidade das informações; e
(vi) Incentivar a presença do(a) acompanhante, entre outras iniciati-
vas semelhantes.
De igual forma, o acolhimento também se mostra:
(i) Na reorganização do processo de trabalho;
(ii) Na relação dos trabalhadores com os modos de cuidar;
(iii) Na postura profissional; e
(iv) No vínculo com a mulher gestante e sua família, o que fa-
cilita, assim, o acesso dela aos serviços de saúde. O aco-
lhimento, portanto, é uma ação que pressupõe a mudança
da relação profissional/ usuário(a).
O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética e
solidária. Portanto, ele não se constitui como uma etapa do processo, mas como
ação que deve ocorrer em todos os locais e momentos da atenção à saúde.
Na literatura médica são, descritos vários métodos psico-profiláticos e
de relaxamento que podem ser iniciados no pré-natal - Método de DickRead,
Bradley e Método de Lamaze. Tais métodos pressupõem que sua utilização re-
sulte na redução do medo, da tensão e da dor, melhorando o tônus muscular e
aumentando o relaxamento, desta forma favorecendo a evolução do trabalho de
parto e do parto. Enfatizam a respiração lenta, o relaxamento muscular e as téc-
nicas para os esforços de puxos. Infelizmente, a utilização de tais métodos não
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tem sido motivo de estudos clínicos controlados para avaliar sua efetiva contri-
buição para a evolução do trabalho de parto e parto. As poucas evidências cien-
tíficas disponíveis sobre este assunto têm demonstrado concretamente apenas
uma diminuição na necessidade de drogas analgésicas, uma major satisfação
com o processo do nascimento e nenhum efeito adverso. Entretanto, a expecta-
tiva com relação aos resultados dente tipo de intervenção deve ser claramente
explicitada para que não ocorram expectativas que não correspondam à reali-
dade.
1.4.1 Método de Dick-read
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c) desamparo psicológico – é caracterizado pelo despreparo do profissi-
onal de saúde, e também pela indiferença demonstrada na falta de apoio psico-
lógico e informação, por dificuldade de comunicar-se, ou por achar que a partu-
riente não deve saber da conduta adotada.
Este método reafirma o parto como um processo normal. Tem como prin-
cipal foco as variáveis ambientais, como a penumbra e o silêncio, para que o
parto seja uma experiência a mais natural possível. Neste método, o acompa-
nhante assume também um papel de grande importância. No início do trabalho
de parto a mulher é estimulada a se movimentar livremente. Ao deitar, é orien-
tada a adotar a posição de Sims (decúbito lateral esquerdo, com os braços po-
sicionados de maneira confortável, perna direita ligeiramente mais fletida que a
esquerda e apoiada sobre a cama; deve-se colocar um travesseiro sob a cabeça
para aumentar o conforto). Durante cada contração, a mulher deve fechar os
olhos, relaxar todos os músculos do corpo e respirar lenta e profundamente (ins-
pirando pelo nariz e expirando pela boca). Neste período, o acompanhante é
incentivado a colocar a mão sobre abdome da mulher, durante a contração.
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período do pré-natal ate o pré-parto/parto. O método de Lamaze incentiva a mu-
lher e seu acompanhante a uma participação ativa no trabalho de parto e parto.
No pré-natal são, trabalhados os vários tipos de respiração nos diferentes está-
gios do trabalho de parto, os métodos de relaxamento de certos grupos de mús-
culos e as medidas a serem utilizadas para aumentar o conforto durante o tra-
balho de parto. Quando inicia o trabalho de parto, a mulher é orientada a inspirar
profundamente, focar sua atenção num objeto selecionado e expirar lenta e pro-
fundamente, usando o peito. No final da contração, ela novamente deve inspirar.
Esta respiração permitirá que a parturiente descanse e recomponha-se. Isso po-
derá ser feito com a mulher deambulando ou em posição de Sims. À medida que
evolui o trabalho de parto, e a mulher entra na fase ativa do parto, a respiração
torácica lenta já não e tão eficiente. A mulher é então, estimulada a iniciar pela
respiração lenta, passar para uma mais curta, e quando a contração atingir seu
pico, voltar à lento. A respiração rápida e realizada por longo período pode cau-
sar hiperventilação, um estado em que se reduz o nível de pCO2 no sangue.
Esta ocorrência é indesejável para o organismo materno e fetal. Na realidade,
são utilizadas variações nos padrões respiratórios, pois há algumas mulheres
que descobrem um padrão respiratório próprio que lhes é mais confortável. O
acompanhante tem papel fundamental no controle das contrações, incentivando
a mulher a relaxar. Os métodos contemporâneos de educação preparatória para
o parto tendem a combinar aspectos das diversas abordagens dos métodos de
Dick-Read, Lamaze e Bradley. Tais métodos não possuem a pretensão de subs-
tituir na íntegra os métodos farmacológicos de minimização da dor e, sim, modi-
ficar a atitude da mulher e seu acompanhante que, ao invés de ligar o parto a
medo e dor, passam a aceita-lo com compreensão, segurança, tranqüilidade e
com participação ativa. Considerando que muitas mulheres não têm acesso a
essas orientações no período gestacional, é importante que, ao serem admitidas
em trabalho de parto, recebam orientações e acompanhamento quando à reali-
zação dessas medidas educativas e de minimização de estresse e ansiedade.
Tais medidas visam oferecer a estas mulheres uma postura ativa em seu traba-
lho de parto.
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1.5 Gravidez na adolescência
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É nesta fase que se iniciam os interesses pelas relações afetivas e se-
xuais e os momentos de “ficar”, conhecer, namorar, descobrir novas sensações,
sentimentos e, em muitos casos, vivenciar a primeira relação sexual. É neste
período, portanto, que os(as) adolescentes precisam ter a oportunidade de rece-
ber informações e orientações sobre a sua saúde sexual e reprodutiva para que
possam ter conhecimentos e recursos que permitam ajudá-los a se prevenir de
uma gravidez não planejada e se proteger de doenças, como as sexualmente
transmissíveis: DST/Aids, hepatites,entre outras.
Quando e por que acontece a gravidez na adolescência?
Não existe um único motivo para a gravidez na adolescência. As causas
são múltiplas e estão relacionadas aos aspectos sociais, econômicos, pessoais,
às condições materiais de vida, ao exercício da sexualidade, ao desejo da ma-
ternidade e às múltiplas relações de desigualdade que constituem a vida social
e cultural em nosso País.
Além disso, a falta ou a inadequação das informações quanto à sexuali-
dade e aos métodos contraceptivos referentes às especificidades da adolescên-
cia, o baixo acesso aos serviços de saúde e a falta de comunicação com os pais
são outros aspectos no contexto da gravidez. Embora a ocorrência da gestação
na adolescência possa ser considerada como uma espécie de problema”, parece
mais adequado entendê-la como um processo que pode resultar de uma multi-
plicidade de experiências de vida – razão pela qual ela pode assumir diferentes
significados e ser também tratada de diferentes formas – e, por isso mesmo,
pode apresentar diferentes desfechos. O início cada vez mais precoce da puber-
dade e o decréscimo da idade da primeira menstruação são fatores que estão
favorecendo o começo prematuro da idade reprodutiva de adolescentes. Aliadas
a estes fatores estão também a facilidade das informações sobre assuntos rela-
cionados à sexualidade na internet e na mídia, assim como a erotização precoce,
favorecida pelos meios de comunicação. Segundo Heilborn (1998), as mudan-
ças na sociedade brasileira diminuíram o valor moral que era dado à virgindade,
sendo que a gravidez se tornou, então, uma forma de constituir família, de mudar
de status social, uma vez que a maternidade é valorizada socialmente e vista
como elemento formador da identidade, por meio da constituição de nova família.
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2.DISTOCIA
2.1Conceito de Distocia
Por sua vez, o parto eutócico é um parto normal, no qual não se verificam
alterações e que se inicia e conclui de forma espontânea, sem necessidade de
intervenção médica. Neste tipo de parto, o feto encontra-se em posição fetal ce-
fálica e flexionada e a sua saída é vaginal.
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2.1.1 Distocia Funcional
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Uso indevido de ocitocina - é a causa mais frequente de hipertonia.
Deve-se suspender seu uso imediatamente.
Sobredistensão uterina – por gemelidade ou polidramnia, por
exemplo. Deve-se tentar amniodrenagem ou rotura de uma das
bolsas amnióticas, se clinicamente possível.
- Distocia de dilatação
2.1.2Distocia do Trajeto
27
2.1.4 Distocias Ósseas
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aumentado, a bacia materna não apresenta diâmetros que permitam a sua passa-
gem, ao que se denomina desproporção cefalopélvica.
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Múltiplas hospitalizações anteriores;
Desestruturação familiar;
Consumo de substâncias psicoativas;
Fatores culturais: vergonha extrema produzida pela nudez, ou pela pre-
sença de um homem ou por outros comportamentos contrários às expectativas
culturais da mulher;
Barreiras idiomáticas ou impossibilidade para entender que está aconte-
cendo ao seu redor;
Morte da mãe da mulher
(principalmente, se ocorreu du-
rante a infância);
Crenças pessoais sobre o
parto: lesões durante o nasci-
mento de alguém próximo, his-
tória traumática em relaciona-
mento com o próprio nasci-
mento, etc.
A ansiedade da mulher
traduz-se em um aumento dos
hormônios do estresse, que in-
fluenciam diretamente as con-
trações uterinas, diminuindo-as e aumentando os hormônios que produzirão es-
tresse fetal. Desta maneira o fornecimento de oxigênio através da placenta é
reduzido, e cresce o risco de desaceleração cardíaca fetal. Tudo isto, contribui
para intensificar o estresse materno, o desânimo e a necessidade de apoio. Esta
série de acontecimentos implica uma fase prodrômica longa, lenta e dolorosa.
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Por outro lado, o aumento fisiológico dos hormônios do estresse (cate-
colaminas), quando a mulher se encontra perto do final do parto, provoca o re-
flexo de expulsão fetal, que acelera o nascimento. Nestes momentos, a mulher
pode sentir, por alguns instantes, pânico, angústia ou euforia, emoções que são
a resposta normal ao aumento das catecolaminas e à proximidade do nasci-
mento.Para evitar o estresse materno, a mulher deve ser encorajada a:
Explorar, durante a gravidez, os possíveis medos, emoções e
sentimentos em relacionamento com o nascimento;
Aprender técnicas de relaxamento;
Conhecer, durante a gravidez, a equipe e o local onde vai ocorrer
o nascimento;
Elaborar um plano de parto e ter a oportunidade de discutí-lo com
a pessoa ou a equipe que a acompanhará durante o processo;
Expressar as suas emoções durante o parto.
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3.LUTO
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acompanham, fica difícil vislumbrar o que ela perde” (Iaconelli, 2007, p. 6). Por-
tanto, a elaboração do luto pela morte de uma criança antes de seu nascimento
tem uma dinâmica diferente, pois “a construção de vínculos afetivos fortes e de
recordações de convivência mútua fica impossibilitada, uma vez que lembranças
não podem ser evocadas posteriormente e a ausência da criança é profunda-
mente sentida, como se fosse retirada parte do corpo” (Duarte & Turato, 2009,
p. 487). Além disso, Duarte e Turato (2009, p. 487) complementam a ideia afir-
mando que “essa ausência de lembranças também pode trazer a sensação de
que a criança foi alguém que não existiu”.
O luto é um processo lento e doloroso, que tem como característica:
Tristeza profunda,
Choque,
Raiva,
Hostilidade,
Agitação,
Ansiedade,
Fadiga,
Aperto no peito,
Afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a
pensamentos sobre o objeto perdido,
Perda de interesse no mundo externo.
Não raro o emocional, biológico, cognitivo e espiritual é desestruturado
no processo de luto, assim como o sistema imunológico, tornando o indivíduo
mais suscetível a doenças.
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influência. Como parte da reação à perda gestacional, o sujeito poderá manifes-
tar diversos sinais e sintomas, tanto cognitivos, emocionais e comportamentais
quanto físicos. Nesse sentido, deve ser dado especial cuidado ao diagnóstico
diferencial entre luto e quadros depressivos ou quadros de estresse pós-traumá-
tico. Devido a algumas particularidades desse tipo de perda apesar de as carac-
terísticas gerais do processo permanecerem as mesmas, sua duração pode ser
mais longa que o definido como normal para o luto em geral.
É frequente a busca por serviços de emergência médica por pessoas
que sofreram perdas recentes. Pacientes enlutados apresentam maior necessi-
dade de atendimentos médicos do que a população geral e maior número de
internações, assim como maior vulnerabilidade a problemas psicossomáticos.
O psicólogo é um profissional preparado para oferecer uma escuta clí-
nica e especializada, seu papel é indispensável. Temos como principal objetivo
criar um espaço de abertura e conforto para que o enlutado possa dialogar sobre
a dor que sente e elaborar essa vivência.
Sentimento de culpa, dificuldade de lidar com a separação, mágoas e
rancores podem ser abordados no atendimento, permitindo construir novos sig-
nificados para as experiências vividas.
Assim, o psicólogo ajuda o indivíduo a ter um espaço para expressar a
dor e a criar novos sentidos (existencial) à experiência da perda e sofrimento que
orientando para que consiga elaborar esse luto e permitindo vivenciar o luto de
maneira respeitosa.
Para que assim o enlutado consiga recurso para dar sentido Utilizamos
de estratégia clínica, a psicoterapia (tanto individual, como de grupo ou familiar),
ambas em geral terão um objetivo que cabe para todas as situações de luto, o
de elaboração do luto, a de favorecer a criação de suportes e alavancas para
que a pessoa possa se adaptar à condição de viver sem aquele que se foi e
estabelecer novos sentidos que possam ser compreendidos como uma reorga-
nização de sua subjetividade e das novas possibilidades de existir que se mos-
tram a partir de então.
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REFERÊNCIAS
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