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FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE – FPS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU


MESTRADO PROFISISONAL EM EDUCAÇÃO PARA O ENSINO NA ÁREA DA
SAÚDE

JÚLIA MARIA ALVES DO NASCIMENTO

RESENHA HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL


RESENHA HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL:

O documentário "História da Saúde Pública no Brasil" conta uma jornada

histórica fascinante que nos convida a explorar as origens, os desafios e os avanços do

sistema de saúde pública em um dos países mais diversos e complexos do mundo, o

Brasil. Disponível no YouTube, essa produção oferece uma visão abrangente e

esclarecedora sobre a evolução da saúde pública no Brasil, desde os tempos coloniais

até os dias atuais.1

Ao mergulharmos nessa narrativa, somos levados a compreender como as

políticas e práticas de saúde foram moldadas por fatores históricos, sociais e políticos,

refletindo não apenas as necessidades da população, mas também as lutas e conquistas

de diferentes grupos ao longo do tempo. Por meio de entrevistas, imagens de arquivo e

análises especializadas, o documentário nos proporciona uma compreensão mais

profunda dos desafios enfrentados pelo sistema de saúde brasileiro e das estratégias

adotadas para superá-los.

A história do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil é marcada por uma série

de eventos significativos que culminaram na consolidação de um dos sistemas de saúde

mais abrangentes e inclusivos do mundo. Desde sua concepção até os avanços mais

recentes, o SUS tem sido uma peça fundamental na garantia do direito à saúde para

todos os cidadãos brasileiros. Esta resenha destacará alguns dos principais marcos nessa

trajetória histórica, desde a sua criação até a 8ª Conferência Internacional de Saúde.

O documentário inicia sua narrativa explorando as origens da saúde pública no

Brasil colonial, destacando os esforços iniciais para controlar epidemias e doenças

tropicais que assolavam a população. Com uma abordagem histórica detalhada e

cuidadosamente pesquisada, somos apresentados aos desafios enfrentados pelos


primeiros colonizadores e às políticas de saúde implementadas durante esse período. Ao

longo do filme, somos levados a compreender como as políticas de saúde foram

influenciadas por fatores sociais, econômicos e políticos ao longo da história do Brasil.

Desde a independência até a abolição da escravatura e a industrialização, o

documentário examina como diferentes contextos históricos moldaram o

desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro e influenciaram as condições de vida e

saúde da população.

Um dos pontos altos do documentário é a análise das políticas de saúde

implementadas ao longo do século XX e início do século XXI. A criação do Sistema

Único de Saúde (SUS) e a promulgação da Constituição Federal de 1988 são

apresentadas como marcos fundamentais na história da saúde pública brasileira,

reafirmando o compromisso do Estado em garantir o acesso universal e integral à saúde.

Além disso, o documentário aborda questões contemporâneas e desafios

enfrentados pelo sistema de saúde brasileiro, como o acesso desigual aos serviços de

saúde, a falta de infraestrutura em determinadas regiões e a necessidade de

investimentos em prevenção e promoção da saúde. Por meio de entrevistas com

especialistas, profissionais de saúde e membros da comunidade, somos convidados a

refletir sobre o estado atual da saúde pública no Brasil e as medidas necessárias para

enfrentar os desafios futuros.

Historicamente, o primeiro marco relevante na história do SUS foi a

promulgação da Constituição Federal de 1988. Esta constituição representou um divisor

de águas ao estabelecer a saúde como um direito de todos e um dever do Estado. A

inclusão do SUS na Constituição foi um passo crucial na busca pela equidade e

universalidade no acesso aos serviços de saúde.


Em seguida, obtivemos a aprovação da Lei Orgânica da Saúde (Lei nº

8.080/1990) e da Lei nº 8.142/1990 estabeleceu as bases legais para o funcionamento do

SUS. Essas leis definiram os princípios fundamentais do sistema, como a integralidade,

universalidade e equidade, além de preverem a participação da comunidade na gestão da

saúde.

O Programa de Saúde da Família (PSF), lançado em 1994, foi outro marco

importante na história do SUS. O PSF visava reorganizar a atenção básica à saúde,

priorizando a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Posteriormente, a Estratégia

de Saúde da Família (ESF) expandiu e consolidou essa abordagem, tornando-se a

principal estratégia de organização da atenção básica em todo o país.

Além disso, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), iniciado em 1973,

desempenhou um papel crucial na redução da incidência de doenças infecciosas no

Brasil. O PNI tornou-se um dos maiores programas de imunização do mundo,

contribuindo significativamente para a melhoria dos indicadores de saúde da população.

A expansão da rede de atenção básica, com a construção e ampliação de

unidades básicas de saúde (UBS), também foi um marco importante na história do SUS.

Esses investimentos aumentaram o acesso aos serviços de saúde em todo o território

nacional, permitindo que mais pessoas recebessem cuidados adequados e oportunos.

Por fim, a implementação do Sistema de Informação em Saúde (SIS)

representou um avanço significativo na gestão e monitoramento do SUS. O uso de

tecnologia para coleta e análise de dados permitiu uma melhor compreensão das

necessidades de saúde da população, facilitando o planejamento e a tomada de decisões

no âmbito do sistema de saúde.

Por fim, podemos entender que os marcos históricos da criação e

desenvolvimento do SUS no Brasil representam conquistas significativas na garantia do


direito à saúde para todos os cidadãos. Desde a promulgação da Constituição Federal até

os avanços mais recentes, o SUS continua a desempenhar um papel fundamental na

promoção do bem-estar e na redução das desigualdades em saúde.

RESENHA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E EDUCAÇÃO

PERMAMENTE:

A educação interprofissional é uma abordagem inovadora e dinâmica que tem

ganhado crescente destaque no campo da saúde e em outros setores profissionais. Esta

metodologia visa promover a colaboração e o trabalho em equipe entre profissionais de

diferentes disciplinas, preparando-os para enfrentar os desafios complexos e

multifacetados do mundo contemporâneo.2

O cerne da educação interprofissional reside na ideia de que nenhum profissional

de saúde ou de qualquer outro campo atua isoladamente. Pelo contrário, a prestação

eficaz de cuidados de saúde e a resolução de problemas sociais exigem uma abordagem

colaborativa e integrada, na qual profissionais de diferentes áreas trabalham em

conjunto, compartilhando conhecimentos, habilidades e experiências para alcançar

objetivos comuns.2

Uma das principais características da educação interprofissional é a ênfase na

aprendizagem colaborativa e prática. Em vez de se concentrar apenas em disciplinas

específicas, os estudantes são expostos a situações da vida real que demandam a

colaboração entre profissionais de diferentes áreas. Isso pode incluir simulações

clínicas, estudos de caso interprofissionais e projetos de pesquisa colaborativa, nos

quais os alunos têm a oportunidade de aprender uns com os outros e desenvolver

habilidades de trabalho em equipe.3


Além disso, a educação interprofissional promove uma compreensão mais ampla

e holística dos problemas de saúde e sociais, permitindo que os profissionais

desenvolvam uma visão mais abrangente e integrada de suas práticas. Ao trabalhar em

equipe, os profissionais são incentivados a considerar não apenas os aspectos

biológicos, mas também os sociais, emocionais e culturais dos pacientes e das

comunidades que atendem.4

Outro aspecto importante da educação interprofissional é a promoção da

comunicação eficaz e da colaboração entre os profissionais de diferentes áreas. Isso

inclui o desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal, resolução de

conflitos e tomada de decisões em equipe, capacitando os profissionais a trabalharem de

forma harmoniosa e eficiente em ambientes multidisciplinares.4

Em resumo, a educação interprofissional é uma abordagem inovadora e essencial

para preparar os profissionais para os desafios do século XXI. Ao promover a

colaboração, a aprendizagem prática e a compreensão holística dos problemas de saúde

e sociais, esta metodologia desempenha um papel fundamental na formação de

profissionais capacitados, empáticos e preparados para enfrentar os desafios complexos

e interconectados do mundo contemporâneo.

Por outro lado, a educação permanente é uma abordagem essencial e dinâmica

para o desenvolvimento profissional ao longo da carreira. Ao contrário da educação

tradicional, que muitas vezes é vista como um evento pontual, a educação permanente

reconhece a importância de investir continuamente no aprimoramento de habilidades,

conhecimentos e competências ao longo da vida profissional.5

Uma das características fundamentais da educação permanente é a sua natureza

flexível e adaptável. Ela permite que os profissionais personalizem seu aprendizado de

acordo com suas necessidades, interesses e objetivos de carreira. Isso pode incluir
participação em cursos formais, workshops, seminários, conferências, bem como a

busca de oportunidades de aprendizado informal, como mentoring, networking e leitura

especializada.5

A educação permanente é especialmente relevante em campos que estão sujeitos

a mudanças rápidas e contínuas, como a saúde. Com avanços constantes na ciência,

tecnologia e práticas profissionais, é essencial que os profissionais de saúde se

mantenham atualizados e capacitados para fornecer cuidados de alta qualidade aos

pacientes.6

Além disso, a educação permanente promove uma cultura de aprendizado

contínuo e melhoria constante. Ao incentivar os profissionais a refletirem sobre sua

prática, identificarem áreas de desenvolvimento e buscarem oportunidades de

aprendizado, ela contribui para o aprimoramento da qualidade dos serviços e para a

promoção da inovação e excelência profissional.6, 7

Outro aspecto importante da educação permanente é o seu impacto positivo na

satisfação e no engajamento dos profissionais. Ao oferecer oportunidades de

desenvolvimento e crescimento, ela aumenta a motivação e o senso de realização no

trabalho, contribuindo para a retenção de talentos e a construção de equipes mais

capacitadas e resilientes.7

Em resumo, a educação permanente é um investimento valioso no

desenvolvimento profissional e na excelência dos serviços. Ao promover uma cultura de

aprendizado contínuo, ela capacita os profissionais a enfrentarem os desafios do mundo

contemporâneo e a oferecerem cuidados de saúde de alta qualidade e compassivos aos

pacientes.
RESENHA SOBRE DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

(DCN) E DCN EM FISIOTERAPIA.

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) representam um marco essencial na

educação brasileira, fornecendo direcionamentos cruciais para a elaboração e

implementação dos currículos escolares em todo o país. Estabelecidas pelo Ministério

da Educação (MEC), essas diretrizes desempenham um papel fundamental na garantia

da qualidade, da coerência e da equidade da educação básica.8

O processo de construção das DCN é marcado pela participação e consulta

pública, envolvendo diversos atores educacionais, desde professores e gestores

escolares até especialistas da área e representantes da sociedade civil. Essa abordagem

inclusiva visa incorporar uma variedade de perspectivas, experiências e demandas,

tornando as diretrizes mais abrangentes e representativas da diversidade do contexto

educacional brasileiro.8

Um dos principais objetivos das DCN é estabelecer uma base comum de

conhecimentos e competências essenciais que todos os estudantes devem desenvolver

ao longo de sua formação escolar, independentemente de sua região ou rede de ensino.

Isso contribui para promover a igualdade de oportunidades educacionais e combater

desigualdades regionais e sociais, garantindo que todos os alunos tenham acesso a uma

educação de qualidade.8

É importante destacar que as DCN são dinâmicas e passíveis de atualizações

periódicas, refletindo as mudanças no campo educacional, bem como as transformações


sociais, culturais e tecnológicas. Essa flexibilidade permite que as diretrizes

permaneçam relevantes e atualizadas ao longo do tempo, acompanhando as demandas e

os avanços na sociedade e na educação.

Além disso, as DCN abrangem uma variedade de aspectos dos currículos

escolares, incluindo objetivos educacionais, conteúdos curriculares, metodologias de

ensino, avaliação do aprendizado dos alunos e organização pedagógica. Elas fornecem

um guia abrangente para a elaboração e desenvolvimento dos currículos, orientando as

escolas e os sistemas de ensino na formulação de propostas pedagógicas coerentes e

eficazes.

Em suma, as Diretrizes Curriculares Nacionais desempenham um papel crucial

na definição dos rumos da educação no Brasil, promovendo a qualidade, a equidade e a

efetividade do ensino em todo o país. Por meio delas, busca-se garantir uma educação

significativa, inclusiva e comprometida com a formação integral e cidadã dos estudantes

brasileiros.

A importância das DCN para a Fisioterapia reside na sua capacidade de garantir

uma formação abrangente e atualizada para os futuros profissionais. Elas delineiam as

áreas de conhecimento e as habilidades práticas essenciais para o exercício da profissão,

assegurando que os fisioterapeutas estejam preparados para atender às demandas e

necessidades dos pacientes em diversas áreas, como ortopedia, neurologia, cardiologia,

entre outras.9

Além disso, as DCN promovem a integração entre teoria e prática, incentivando

uma abordagem interdisciplinar e holística no ensino da Fisioterapia. Isso contribui para

a formação de profissionais mais completos e capacitados para lidar com os desafios do

mercado de trabalho e para oferecer serviços de qualidade à população.9


Ao estabelecer as competências esperadas dos profissionais formados em

Fisioterapia, as DCN também influenciam diretamente a qualidade dos serviços de

saúde prestados à população. Elas garantem que os fisioterapeutas estejam

adequadamente preparados para promover a saúde e a reabilitação de indivíduos de

todas as idades e condições, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e bem-

estar dos pacientes.9

Além disso, as DCN podem estimular o avanço da profissão e o

desenvolvimento de novas áreas de atuação e pesquisa em Fisioterapia. Ao incentivar a

formação de profissionais capacitados para lidar com os desafios e as demandas

emergentes na área da saúde e da reabilitação, elas contribuem para o crescimento e a

evolução contínua da profissão.9

REFERÊNCIAS:

1. História da saúde pública no Brasil [Internet]. www.youtube.com. Available

from: https://www.youtube.com/watch?v=L7NzqtspLpc

2. Barr H, Koppel I, Reeves S, Hammick M, Freeth D. Effective interprofessional

education: argument, assumption, and evidence. Blackwell Publishing Ltd;

2005.

3. Reeves S, Perrier L, Goldman J, Freeth D, Zwarenstein M. Interprofessional

education: effects on professional practice and healthcare outcomes (update).

Cochrane Database of Systematic Reviews. 2013;(3).

4. World Health Organization. Framework for action on interprofessional education

and collaborative practice. WHO Press; 2010.


5. Sargeant J. Continuing professional development in health care: A framework

for lifelong learning in the information age. The World Health Organization

Press; 2014.

6. Billett S. Learning through practice: A framework for educational development.

Springer; 2014.

7. Davis D, Galbraith R, American College of Physicians-American Society of

Internal Medicine. Continuing medical education: Looking back, planning

ahead. JHU Press; 2009.

8. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica [Internet]. Available from:

http://portal.mec.gov.br/index.php?

option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-

nacionais-2013-pdf&Itemid=30192

9. RESOLUÇÃO No 559, DE 15 DE SETEMBRO DE 2017. [Internet]. Ministro

de Estado da Saúde; Available from:

https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2017/Reso559.pdf

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