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APRESENTAÇÃO
Claudiana Marcela Siste Charal
Esta apostila foi organizada de modo especial para você, pois acreditamos ser de
extrema importância para a sua jornada acadêmica, que no nosso entendimento tem
buscado com excelência compreender os desafios que envolvem o setor da saúde.
A mesma é composta por uma introdução seguida de quatro unidades
criteriosamente analisadas, selecionadas para dar sustentação à presente discussão e
conclusão, a fim de ampliar seus horizontes e somar novos conhecimentos à sua prática
profissional.
Estruturalmente, este material traz, na primeira unidade, intitulada Introdução Aos
Estudos: Foco Na Saúde, apresentará discussões sobre os seguintes temas: aspectos
históricos da saúde e saúde pública no Brasil; conceito de saúde e de qualidade de vida;
as condições e estilo de vida; além de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da
saúde.
Na sequência, na unidade II, denominada de A Educação Física e a Saúde,
abordará os seguintes conteúdos: aspectos históricos da Educação Física e promoção
de saúde; políticas Públicas e a saúde: foco na Educação Física; sistema público e
privado de saúde: Educação Física e seu papel.
Mais adiante, na unidade III, cujo título é Atividade Física em Foco, tem ênfase nos
seguintes conteúdos: relação entre atividade física e saúde individual e coletiva; pesquisa
em saúde coletiva; atividade física e doenças crônicas: definições, riscos, benefícios e
recomendações.
Por fim, na unidade IV, denominada de Atuação Profissional, nossa reflexão será
sobre: gestão em saúde; o profissional de Educação Física na prevenção, promoção,
proteção e reabilitação da saúde e os projetos e programas de Educação Física na
Saúde.
Dessa maneira caro(a) graduando(a), acreditamos que os conteúdos aqui
apresentados irão corroborar para sua formação acadêmica, contudo, para uma prática
pedagógica de excelência, faz-se necessária constante atualização profissional, ou seja,
a busca incessante por novos saberes.
Plano de Estudo:
● Aspectos históricos da saúde e saúde pública no Brasil;
● Conceito de saúde;
● Conceito de qualidade de vida;
● Condições de vida e estilo de vida;
● Prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer os aspectos históricos da saúde e da saúde pública no Brasil;
● Entender o conceito de saúde;
● Estudar sobre o conceito de qualidade de vida;
● Entender o que é condições de vida e estilo de vida;
● Estudar sobre a prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde como
uma área de atuação do profissional de Educação Física.
INTRODUÇÃO
Caro aluno, vamos navegar pela história da saúde no Brasil e entender de que
maneira aconteceu o processo de implantação da saúde pública, até que, atualmente, ela
seja um direito garantido a todos os cidadãos brasileiros.
A história das políticas de saúde no Brasil está inserida em um contexto que trata
da própria história do Brasil como Estado-Nação. De acordo com Baptista (2007), os
primeiros movimentos em saúde pública observados por aqui foram implantados pelos
governantes no período colonial com a chegada da família real no Brasil em 1808, cujo o
interesse estava em torno de manter uma mão-de-obra saudável e garantir os negócios
promovidos pela realeza.
Nessa época, o povo brasileiro constituía-se de portugueses, outros imigrantes
europeus e, principalmente, índios e negros escravos. Muitas doenças acometiam a
população local e o conhecimento acerca da forma de transmissão, controle ou
tratamento dessas doenças também era visto de maneira diferente por cada um desses
grupos, de acordo com a tradição de cada cultura e costume. Recorriam ao que era mais
viável física e financeiramente.
Existia o barbeiro ou prático, um conhecedor de algumas técnicas utilizadas pelos
médicos europeus, tais como as sangrias, que atendia a população com condições de
pagá-lo. Os curandeiros e pajés, pertencentes às culturas negra e indígena, mais
acessíveis à maioria da população que se utilizavam das plantas, ervas, rezas e feitiços
para tratar os doentes. Havia também os jesuítas que tinham algum conhecimento da
prática médica europeia e utilizavam a disciplina e o isolamento para tratar os doentes.
Ainda segundo a mesma autora, a vinda da família real para o Brasil possibilitou
também a chegada de mais médicos ao Brasil e o aumento da preocupação com as
condições de vida nas cidades, possibilitando o início de um projeto de institucionalização
do setor saúde no Brasil e a regulamentação da prática médica profissional. Foi assim
que, no mesmo ano da chegada da família ao Brasil (1808), foi inaugurada a primeira
faculdade de medicina, a Escola médico-cirúrgica, localizada em Salvador, na Bahia, com
o objetivo da institucionalização de programas de ensino e a normalização da prática
médica em conformidade aos moldes europeus.
Assim como acontecia em outros países europeus, no Brasil, o interesse pela
saúde e pela regulamentação da prática profissional estavam estritamente relacionados
ao interesse político e econômico do Estado, de garantir sua sustentabilidade e a
produção da riqueza (COSTA, 1985). Portanto, as primeiras ações de saúde pública que
passaram a ser implementadas no Brasil, assim como no mundo todo, estavam voltadas
à saúde da cidade e do produto, a assistência ao trabalhador era uma consequência
dessa política. A prioridade era a proteção e saneamento das cidades, principalmente as
portuárias, responsáveis pela comercialização e circulação dos produtos exportados; o
controle e observação das doenças e doentes, inclusive e principalmente dos ambientes;
construção do conhecimento científico acerca das doenças e adoção de práticas mais
eficazes no controle das mesmas.
A proclamação da República em 1889 inicia um novo ciclo na política de Estado
com o fortalecimento e a consolidação econômica da burguesia cafeeira. Segundo Lima,
Fonseca e Hochman (2005), as políticas de saúde ganham ainda mais espaço nesse
contexto, assumindo um papel importante na construção da autoridade estatal sobre o
território, pois a lavoura do café e toda a base para armazenamento e exportação do
produto, dependentes do trabalho assalariado, necessitava cada vez mais de mão-de-
obra, e as epidemias que se alastravam entre os trabalhadores, devido às péssimas
condições de saneamento, prejudicava o crescimento da economia.
A partir de 1902, com a entrada de Rodrigues Alves na presidência da República,
ocorreu um conjunto de mudanças significativas na condução das políticas de saúde
pública. A reforma na saúde foi implementada a partir de 1903, sob a coordenação de
Oswaldo Cruz, que assumiu a diretoria geral de saúde pública. Entre outras medidas de
combate e prevenção a doenças, Osvaldo cruz implementa a campanha de vacinação
obrigatória, com o intuito de erradicar doenças no Brasil, mas que provocou protestos e
revoltas, entre elas, a mais popular que aconteceu no rio de Janeiro, conhecida como
Revolta da Vacina (COSTA, 1985; COC, 1995).
Apesar de inúmeras críticas aos seus métodos, com as ações de Oswaldo Cruz
conseguiu-se avançar bastante no controle e combate de algumas doenças,
possibilitando também o conhecimento acerca das mesmas. Mas o fato de as ações de
saúde pública estarem voltadas especialmente para ações coletivas e preventivas
deixava ainda desamparada grande parcela da população que não possuía recursos
próprios para custear uma assistência à saúde. O direito à saúde integral não era uma
preocupação dos governantes e não havia interesse na definição de uma política ampla
de proteção social.
O tempo passou e, de acordo com Mendes (1993), a partir da década de 1950,
mudanças ocorreram no sistema de proteção à saúde. O processo de acelerada
industrialização do Brasil determinou um deslocamento do polo dinâmico da economia.
Até então, o Brasil tinha sua economia assentada na agricultura, mas, a partir dessa
década, com o processo de industrialização, os grandes centros urbanos passaram a ser
o pólo dinâmico da economia, o que gerou uma massa operária que precisava ser
amparada pelo sistema de saúde. O modelo de saúde que passa a se definir baseado no
hospital e na assistência cada vez mais especializada.
Ainda nos anos de 1950, ganhou espaço a ideologia desenvolvimentista que
apontou a relação pobreza-doença-subdesenvolvimento, indicando a necessidade de
políticas que resultassem em melhora do nível de saúde da população como condição
para se obter desenvolvimento.
Foram acontecimentos importantes deste período e que marcaram a trajetória da
política de saúde: a criação do Ministério da Saúde em 1953, atribuindo um papel político
específico para a saúde no contexto do Estado brasileiro. O que existia nesse momento
era política de saúde pública universal e com ênfase na prevenção das doenças
transmissíveis, e uma política de saúde previdenciária restrita aos contribuintes da
previdência e seus dependentes, com ênfase na assistência curativa. O direito à saúde
integral ainda não era um direito do cidadão brasileiro.
Na década de 1970 houveram mudanças significativas nas políticas de acesso à
saúde e ampliou-se a discussão sobre o direito à saúde no Brasil. A saúde passou a
assumir um sentido mais abrangente, sendo resultado das condições de alimentação,
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer,
liberdade, acesso a serviços de saúde, entre outros fatores. Portanto, o direito à saúde
significava a garantia, pelo Estado, de condições dignas de vida e de acesso universal e
igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação, em todos os
níveis, de todos os habitantes do território nacional.
Portanto, como discorre Baptista (2003), a proposta de reforma para a saúde era
também uma proposta de reforma do Estado, Estado este que se havia constituído sob
uma base fundada no patrimonialismo, política de clientela, centralização decisória e
exclusão social.
No ano de 1986, já sob o governo da Nova República, o Ministério da Saúde
convocou técnicos, gestores de saúde e usuários para uma discussão aberta sobre a
reforma do sistema de saúde, realizando, assim, a VIII Conferência Nacional de Saúde
(VIII CNS). Esta conferência foi um marco histórico da política de saúde brasileira, pois,
pela primeira vez, contava-se com a participação da comunidade e dos técnicos na
discussão de uma política setorial (FARIA, 1997). As propostas da VIII CNS não foram
concretizadas de imediato, mas foram utilizadas como estratégias para a construção do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Na Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88, o relatório da VIII CNS foi
tomado como base para a discussão da reforma do setor saúde, e o SUS foi finalmente
aprovado. Portanto, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1988 pela
Constituição Federal Brasileira. Após a sua legalização, em 1988, buscou-se definir em
novas leis, assim como em portarias do Ministério da Saúde, regras para garantir o
financiamento do setor e a regulação do setor privado e demais pontos da política.
O SUS foi peça-chave no processo de luta e construção do modelo protetor
brasileiro. Com a sua instituição, o Estado assumiu a saúde como um direito de todos e
um dever do Estado, assegurado mediante políticas sociais e econômicas que visem a
redução do risco de doença e de outros agravos e uma política setorial de saúde capaz
de garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção
e recuperação da saúde da população (BRASIL, 1988).
De acordo com o exposto por Baptista (2007), o SUS possui quatro princípios que
foram instituídos:
● Princípio 1: Universalização do acesso às ações e serviços de saúde, que
consiste na garantia de que todos os cidadãos, sem privilégios ou barreiras, devem
ter acesso aos serviços de saúde públicos e privados conveniados, em todos os
níveis do sistema;
● Princípio 2: Integralidade da atenção, que diz respeito à garantia de acesso à um
conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema, devendo o sistema de saúde proporcionar ao indivíduo
ou a coletividade, as condições de atendimento, de acordo com as suas
necessidades.
● Princípio 3: Descentralização, com direção única do sistema, tem o propósito
de promover uma maior democratização do processo decisório na saúde, já que
até então se estabeleciam práticas centralizadoras de poder no âmbito federal de
governo. É vista como um enfrentamento das desigualdades regionais e sociais e
prevê a transferência do poder decisório do governo federal, para os governos
regionais (União, estados e municípios).
● Princípio 4: Participação popular, trata da garantia constitucional de que a
população, por meio de suas entidades representativas, poderá participar do
processo de formulação das políticas e do controle de sua execução. Esse
princípio expressa bastante bem o momento político de redemocratização vivido
pelo país e a capacidade de articulação do movimento social no contexto da saúde.
SAIBA MAIS
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema Único de Saúde (SUS). SUS: Princípios e Conquistas. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf. Acesso em: 02 maio 2021.
#SAIBA MAIS#
2 CONCEITO DE SAÚDE
Querido aluno, a definição do conceito de saúde não é tão simples quanto parece
e neste tópico iremos abordar essa questão.
Em 1948, a Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS, 2016) definiu que
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera
ausência de doença ou enfermidade”. Essa ideia de saúde remete à um ideal de saúde,
um estado de “saúde ótima”, porém, possivelmente inatingível já que, a mudança é algo
natural e predominante na vida e não, a estabilidade.
A própria compreensão de saúde tem também alto grau de subjetividade e
determinação histórica, na medida em que indivíduos e sociedades consideram ter mais
ou menos saúde dependendo do momento, do referencial e dos valores que atribuem a
uma situação.
Partindo dessa definição de saúde proposta pela OMS, podemos então pensar a
saúde sob três aspectos distintos: a saúde como ausência de doença; a saúde como
bem-estar e, por fim, a saúde como um valor social.
A visão da saúde entendida como ausência de doença é largamente difundida no
senso comum, mas não está restrita a esta dimensão do conhecimento. Pelo contrário,
essa ideia não só é afirmada pela medicina, como tem orientado a grande maioria das
pesquisas e da produção tecnológica em saúde, especialmente aqueles referentes aos
avanços na área de diagnóstico.
Até meados do século XVIII, a doença era vista como uma entidade que subsistia
no ambiente como qualquer outro elemento da natureza. Esse caráter ontológico da
doença está presente na transformação da medicina em ‘medicina das espécies’. Por
influência de outros campos disciplinares, como a botânica, as doenças foram agrupadas
em um sistema classificatório baseado nos sintomas.
O hospital, anteriormente concebido como lugar de exclusão dos doentes e
miseráveis do meio social e de exercício de caridade, transforma-se gradativamente, em
local de cura. À medida que as doenças passam a ser acompanhadas estatisticamente,
o hospital também se transforma em espaço de produção de conhecimento e de ensino
para os médicos-aprendizes.
Com a mudança na estrutura perceptiva que sustentava o pensamento médico
científico emergente, os fenômenos passam a ser explicados pela nova racionalidade a
partir do estudo, baseado na observação e na experiência, das mudanças morfológicas,
orgânicas e estruturais. Por conseguinte, a saúde passa a ser entendida como seu
oposto: a ausência de patologia. própria fisiologia. Essa profunda transformação na forma
de conceber a doença irá assentar as bases do sistema teórico do modelo biomédico,
cuja força explicativa é responsável pela sua presença até os dias de hoje.
Com base em uma epistemologia naturalista, Boorse (apud ALMEIDA FILHO e
JUCÁ, 2002, p. 881) elabora um conceito negativo da saúde, percebendo-a também
como ausência de doença: “A saúde de um organismo consiste no desempenho da
função natural de cada parte”. O autor exclui as dimensões econômica, social, cultural e
psicológica da base teórica da saúde-doença, rejeitando também a experiência clínica
como referência viável, reafirmando que somente a biologia e a patologia podem fornecer
dados objetivos para sua definição (ALMEIDA FILHO e JUCÁ, 2002).
Na discussão da atualidade, diversos autores têm criticado a definição negativa de
saúde. Para Almeida Filho e Andrade (2003, p. 101), “em uma perspectiva rigorosamente
clínica (...) a saúde não é o oposto lógico da doença e, por isso, não poderá de modo
algum ser definido como ‘ausência de doença’. (...) os estados individuais de saúde não
são excludentes vis à vis a ocorrência de doença”.
Abordagens que combatem a ideia boorseana de saúde, propõem que a definição
de saúde como ausência de doença foi ampliada pela perspectiva da ‘saúde com
possibilidade de adoecimento’ (CANGUILHEM, 2006; COELHO e ALMEIDA FILHO,
2003).
De acordo com Canguilhem (2006), a saúde implica poder adoecer e sair do
estado patológico. Em outras palavras, a saúde é entendida por referência à possibilidade
de enfrentar situações novas, pela “margem de tolerância ou de segurança que cada um
possui para enfrentar e superar as infidelidades do meio” (CANGUILHEM, 2006, p. 148),
ou ainda “um guia regulador das possibilidades de reação” (CANGUILHEM, 2006, p. 149).
A ameaça da doença é, portanto, um dos elementos constitutivos da saúde. (COELHO e
ALMEIDA FILHO, 2003).
Portanto, Canguilhem (2006, p. 53-55) critica o reducionismo da concepção
biomédica mecanicista: “é compreensível que a medicina necessite de uma patologia
objetiva, mas uma pesquisa que faz desaparecer seu objeto não é objetiva. (...) A clínica
coloca o médico em contato com indivíduos completos e concretos, e não com seus
órgãos ou funções”.
Retomando o conceito de saúde no que diz respeito ao bem-estar, Caponi (1997)
faz uma advertência relevante pois, a concepção de bem-estar é algo utópico e subjetivo,
o que poderia incorrer no erro de servir para justificar práticas arbitrárias de controle e
exclusão de tudo aquilo que for considerado indesejável ou perigoso. A simples tentativa
de definir estado de bem-estar mental e social poderá supor uma existência sem
angústias ou conflitos, sabidamente inerentes à própria história de cada ser humano e de
cada sociedade.
A autora se contrapõe ao conceito enunciado pela OMS:
...é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de
satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria
estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de
todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de
conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem
conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se
reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto,
uma construção social com a marca da relatividade cultural.
1
1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, 1986, Ottawa, Canadá.
A atividade física é colocada na sociedade contemporânea como uma ponte
segura para melhores situações de saúde. Ao levar em consideração a multiplicidade de
formas de atividade física e suas consequências para o bem-estar do sujeito, para a
manutenção ou melhoria dos quadros de saúde, é necessário que essa prática esteja
adequada às condições e expectativas individuais, assim como ao local, aos processos
e ao ambiente em que ocorre.
Para concluir querido aluno, a proposta de atividade física como uma forma de
melhoria do bem-estar e da qualidade de vida exige atenção do profissional de educação
física, tanto em relação ao seu impacto sobre a saúde clínica, quanto social e emocional,
pois a autonomia pessoal é fruto de boa condição de saúde, relacionamentos pessoais e
capacidade da realização prática de expectativas individuais.
REFLITA
“Eu acredito que a causa final do homem, seu objetivo supremo é a felicidade.
Atingir a felicidade e uma boa vida depende de uma conduta moral moderada, sem
excesso, na justa medida dos “pitagóricos”. Habituar-se a uma boa conduta é ter bons
costumes e uma vida intelectual sossegada”.
#REFLITA #
4 CONDIÇÕES DE VIDA E ESTILO DE VIDA
Caro aluno, temos visto até aqui que a saúde está relacionada ao modo como
vivemos e ao meio no qual vivemos. Vamos avançar neste estudo entendendo um pouco
mais sobre os conceitos utilizados comumente para descrever a qualidade ou o tipo de
vida que a população de determinada região ou país possui.
Em diversos estudos realizados, as condições de vida de uma população é medida
ou baseada a partir da análise das desigualdades em saúde, ou seja, a categoria
"condições de vida", proposto por Castellanos (1997) , destaca que o indivíduo, a família,
a comunidade e o grupo populacional, em cada momento de sua existência, tem
necessidades e riscos que lhes são próprios, seja por sua idade, pelo sexo e por outras
características individuais, seja por sua localização geográfica e ecológica, por sua cultura
e nível educativo, ou seja por sua inserção econômico-social, que resulta em um perfil de
problemas de saúde/doença peculiares, os quais favorecem e dificultam, em maior ou
menor grau, sua realização como indivíduo e como ser social.
O autor considera ainda que o perfil de condições de vida expressa quatro
dimensões da reprodução social, qual seja, biológica, ecológica, econômica e da
consciência e comportamento que cada grupo da população terá de necessidades
(riscos).
O perfil epidemiológico de uma dada população, enquanto componente da
situação de saúde, segundo Paim (1997) é determinado, de um lado, pela estrutura de
produção, ou seja, por meio do processo de trabalho e das condições de trabalho e de
outro, pela estrutura de consumo (modo de vida) que, juntamente com a renda obtida no
mercado de trabalho, proporciona e possibilita as condições e o estilo de vida de cada
indivíduo. As condições de vida acabam por expressar as condições materiais de
existência dos grupos humanos de uma determinada população ou sociedade.
Assim, a reprodução social de uma dada classe social ou fração desta, passa pela
infraestrutura econômica (inserção no mercado de trabalho através da renda e condições
de trabalho) mas passa também por todo um conjunto de relações sociais que incluem a
intervenção do Estado, como no caso da formulação de políticas públicas, como também
pelas ideologias que permeiam o estabelecimento dos níveis de consciência da
população sobre os problemas sociais e sobre a organização popular na produção de
certas condições de vida.
Isto significa que o estudo das condições de vida (ou desigualdades sociais) de
determinados grupos deve levar em conta não só a distribuição de renda e o poder
aquisitivo na esfera do consumo individual, mas também certas ações do Estado, como
a formulação das políticas sociais, que buscam garantir o atendimento de necessidades
básicas como a saúde, saneamento, educação, nutrição, segurança e lazer. Portanto, o
perfil epidemiológico da população de um país ou o seu quadro sanitário está associado,
em última análise, ao seu grau de desenvolvimento sócio-econômico e por conseguinte
ao desenvolvimento das políticas sociais, especialmente as de saúde.
Entendendo o conceito de condições de vida, podemos neste momento, querido
aluno, articulá-lo com a definição de estilo de vida. Precisamos refletir, o que a reflexão
sobre as condições de vida pode nos fazer pensar sobre o estilo de vida de um indivíduo?!
Para tal reflexão, se faz necessário entender também o conceito de estilo de vida e o
faremos a seguir.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004, p. 37) o Estilo de Vida:
é o conjunto de hábitos e costumes que são influenciados, modificados,
encorajados ou inibidos pelo prolongado processo de socialização. Esses hábitos
e costumes incluem o uso de substâncias tais como o álcool, fumo, chá ou café,
hábitos dietéticos e de exercício. Eles têm importantes implicações para a saúde
e são frequentemente objeto de investigações epidemiológicas.
Outros estudiosos também seguem a mesma linha e postulam que estilo de vida é
o conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na
vida dos sujeitos (NAHAS et. al., 2001). Acrescentando a contribuição de Bourdieu
(1983b) a essa afirmação, pode-se compreender que se trata das ações individuais que
refletem os hábitos e a carga cultural do sujeito e que interferem diretamente em sua vida.
Essas ações são permeadas pela possibilidade de escolha do indivíduo e de adoção ou
não de práticas no seu cotidiano.
Porém, considerando a ocorrência de diferentes formas de consumo simbólico
(como é feito o consumo e com qual finalidade para a pessoa ou grupo) ou consumo
material (consumo de bens) entre as diferentes estruturas sociais, as oportunidades de
escolha não se apresentam da mesma forma para todos. Elas dependem das chances
de ação em sua vida, geradas pelas condições econômicas, de subsistência,
saneamento, entre outras. Alguém que tenha um orçamento e condições de subsistência
melhores do que outra pessoa terá maiores possibilidades de escolhas em relação às
práticas adotadas em seu estilo de vida. Essas possibilidades são criadas de acordo com
a condição e o modo de vida do indivíduo (VILARTA e GONÇALVES, 2004), que
permitirão que ele possa fazer escolhas que direcionem seu estilo de vida.
A adoção de um estilo de vida tido como saudável é tomada, na sociedade
contemporânea, como um fator determinante perante a situação de saúde e de vida dos
sujeitos. Porém, muitas vezes isso não ocorre, não por falta de vontade do sujeito, mas
pela ausência de condições socioeconômicas favoráveis. Hábitos como uma nutrição
adequada, horas de descanso, visitas periódicas e profiláticas ao médico, e prática
frequente de atividade física, nem sempre são possíveis para todos os indivíduos, devido
a modos e condições de vida que não possibilitam tais ações.
Conclui-se então que, o uso do termo estilo de vida é muito comum e se faz de
grande importância quando são focadas questões relativas à qualidade de vida, pois
essa grande área diz respeito ao padrão de vida que a própria sociedade define e se
mobiliza para conquistar, e ao conjunto de políticas públicas que induzem e norteiam o
desenvolvimento humano como um todo (MINAYO et al., 2000).
5 PREVENÇÃO, PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E REABILITAÇÃO DA SAÚDE
ALMEIDA FILHO, N. de.; JUCÁ, V. Saúde como ausência de doença: crítica à teoria
funcionalista de Christopher Boorse. Ciência e Saúde Coletiva, 7(4): 2002.
BARBOSA, Sônia Regina da Cal Seixas. Qualidade de Vida e ambiente: uma temática
em construção. In: BARBOSA, Sônia Regina da Cal Seixas (org.). A temática
ambiental e a pluralidade do Ciclo de Seminários do NEPAM. Campinas: UNICAMP,
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BUSS, P. M. Promoção da saúde e Qualidade de Vida. Ciência & Saúde Coletiva. São
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Janeiro: COC, Fiocruz, 1995.
FORTES, P.A.C. Educação em saúde e ética. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 22,
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NAHAS, M. V., et al. O pentáculo do bem-estar: base conceitual para avaliação do estilo
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OMS (Organização Mundial da Saúde). The World Health Organization Quality of Life
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SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Cecília Maria Lana da Costa. Qualidade de Vida
e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Caderno Saúde Pública. Rio de
Janeiro, v. 20, n. 2, Rio de Janeiro, Março/abril, 2004.
Plano de Estudo:
● Aspectos históricos da Educação Física e promoção de saúde;
● Políticas Públicas e a saúde: foco na Educação Física;
● Sistema público e privado de saúde: Educação Física e seu papel.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conhecer os aspectos históricos da educação Física e a promoção de saúde;
● Estudar sobre as políticas públicas e a saúde, com o foco da Educação Física;
● Entender qual o papel da Educação Física no sistema público e privado de
saúde.
INTRODUÇÃO
SAIBA MAIS
Você sabia?
O esporte surgiu na Grécia antiga e os jogos olímpicos ou, como comumente são
chamados, as Olimpíadas, tiveram a sua origem por volta da segunda metade do século
VIII a.C., na antiga civilização grega. Esses jogos estavam associados a cultos religiosos
dedicados ao deus Zeus.
Fonte: FERNANDES, C. Modalidades esportivas das Olimpíadas da Grécia Antiga. Disponível em:
https://www.historiadomundo.com.br/grega/esportesexolimpicos.htm. Acesso em: 01 de maio de 2021.
#SAIBA MAIS#
Dentre uma das importantes medidas que impactaram a Educação Física neste
período, estava a obrigatoriedade da Educação Física/Esportes no ensino superior, por
meio do decreto lei no 705/69 (BRASIL, 1969). Segundo Castellani Filho (1998), esse
decreto lei tinha como propósito político favorecer o regime militar, desmantelando as
mobilizações e o movimento estudantil que era contrário ao regime militar, uma vez que
as universidades representavam um dos principais polos de resistência a esse regime.
No Pós-Guerra, estudiosos começaram a entender que a Educação Física não
pretendia ser disciplinadora de homens e muito menos estava voltada ao incentivo da
busca de medalhas, e principalmente não transformaria o Brasil em uma potência
olímpica. Criou-se, então, uma grande crise de identidade, configurando a necessidade
de mudança nos rumos da Educação Física brasileira. Esta fase foi chamada de
Educação Física Popular.
A Educação Física pautada na tendência popular é dominada pelos anseios
operários de ascensão na sociedade. Conceitos como inclusão, participação,
cooperação, afetividade, lazer e qualidade de vida passam a fazer parte dos debates
dessa disciplina (FERREIRA, 2013).
Novas explicações para a Educação Física, além do fenômeno biológico
emergiram, fortalecendo dessa forma uma comunidade científica voltada aos estudos da
Educação Física que contemplaria aspectos biopsicossociais.
Durante a década de 1980, a resistência à concepção biológica da Educação
Física foi criticada em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos (DARIDO e
RANGEL, 2005).
A preocupação com a formalização da prática da Educação Física e da formação
dos profissionais da área se intensificam e o cenário se altera com a homologação da
resolução n. 3/1987, pelo Conselho Federal de Educação, que institucionaliza cursos de
bacharelado em educação física no Brasil, instaurando outro tipo de fragmentação no
processo de formação, ainda que restrito a poucas universidades. Com a promulgação
da lei n. 9696/1998, que cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Educação
Física, e a homologação da resolução n. 7/2004, pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE), que instituiu as Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação em educação
física, os debates se tornaram mais intensos em torno da divisão da formação profissional
e do campo de atuação de licenciados e bacharéis (Fraga et al., 2010).
Atualmente, coexistem na Educação física, diversas concepções, modelos,
tendências ou abordagens, que tentam romper com o modelo mecanicista, esportista e
tradicional que outrora foi embutido aos esportes. Entre essas diferentes concepções
pedagógicas pode-se citar: a psicomotricidade; desenvolvimentista; saúde renovada;
críticas; e mais recentemente os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL,
1997)
A concepção pedagógica psicomotricidade foi divulgada inicialmente em
programas de escolas “especiais”, voltada para o atendimento de alunos com deficiência
motora e intelectual (DARIDO e RANGEL, 2005). É o primeiro movimento mais articulado
que surgiu a partir da década de 1970, em oposição aos modelos pedagógicos anteriores.
A concepção psicomotricidade tem como objetivo o desenvolvimento psicomotor,
extrapolando os limites biológicos e de rendimento corporal, incluindo e valorizando o
conhecimento de ordem psicológica. Para isso, a criança deve ser constantemente
estimulada a desenvolver sua lateralidade, consciência corporal e a coordenação motora
(DARIDO e RANGEL, 2005). No entanto, sua abordagem pedagógica tende a valorizar o
fazer pelo fazer, não evidenciando o porquê de se fazer e como o fazer.
Já o modelo desenvolvimentista por sua vez, busca propiciar ao aluno condições
para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo-lhe experiências de
movimentos adequados às diferentes faixas etárias (DARIDO e RANGEL, 2005). Neste
modelo pedagógico, cabe aos professores observarem sistematicamente o
comportamento motor dos alunos, no sentido de verificar em que fase de desenvolvimento
motor eles se encontram, localizando os erros e oferecendo informações relevantes para
que os erros sejam superados.
A perspectiva pedagógica saúde renovada, diferentemente das citadas anteriores,
tem por finalidade convicta e às vezes única, de ressaltar os aspectos conceituais acerca
da importância de se conhecer, adotar e seguir conceitos relacionados à aquisição de
uma boa saúde (DARIDO e RANGEL, 2005).
Por outro lado, as abordagens pedagógicas críticas, sugerem que os conteúdos
selecionados para as aulas de Educação Física devem propiciar a leitura da realidade do
ponto de vista da classe trabalhadora (DARIDO e RANGEL, 2005). Nessa visão a
Educação Física é entendida como uma disciplina que trata do conhecimento
denominado cultura corporal, que tem como temas, o jogo, a brincadeira, a ginástica, a
dança, o esporte, entre outros, e apresenta relações com os principais problemas sociais
e políticos vivenciados pelos alunos (DARIDO e RANGEL, 2005).
Em 1996, com a reformulação dos PCNs, é ressaltada a importância da articulação
da Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como
relacionar-se nesse saber (BRASIL., 1997). De forma geral, os PCNs trazem as diferentes
dimensões dos conteúdos e propõe um relacionamento com grandes problemas da
sociedade brasileira, sem, no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão
na esfera da cultura corporal. Os PCNs buscam a contextualização dos conteúdos da
Educação Física com a sociedade que estamos inseridos, devendo a Educação Física
ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais,
favorecendo o desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia.
E da importância do trabalho interdisciplinar na área da saúde e na necessidade
de se reconhecer a imprescindibilidade das ações realizadas pelos diferentes
profissionais de nível superior, no ano de 1997 o Conselho Nacional de Saúde (BRASIL.,
1997) reconhece os profissionais de Educação Física como profissionais de saúde de
nível superior.
A partir deste resgate histórico podemos perceber que a Educação Física se
desenvolveu de acordo com as demandas do tempo e da sociedade em que ela estava
inserida. Como disciplina escolar, área acadêmica ou profissão regulamentada, a
Educação Física passou a ser vista como uma das áreas líderes no processo que visa
educar, motivar para mudanças e criar oportunidades para que as pessoas atinjam
plenamente seu potencial humano e tenham melhores condições de saúde.
As universidades passaram a ter uma responsabilidade ainda maior na produção
do conhecimento, seja na identificação de problemas, descrição de características das
populações e sua associação com saúde e qualidade de vida, na experimentação de
novos processos e na formação de profissionais mais competentes e em consonância
com as expectativas da sociedade.
O profissional de Educação Física tem na sua formação a oportunidade de ser o
agente transformador na qualidade de vida do sujeito e consequentemente, da sociedade
e a promoção da saúde está entre uma das possibilidades de sua atuação.
A promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade
para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde. Pode ser definida, também
como uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam atingir ações e
condições de vida conducentes à saúde. Uma das metas da promoção da saúde é o
impulso à cultura da saúde e ao estilo de vida saudável, dando prioridade às questões da
saúde, entre elas a prática de atividades físicas.
Não podemos falar de promoção da saúde sem comentar educação em saúde,
pois são conceitos correlacionados. Educação em saúde é entendida por “quaisquer
combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações
voluntárias conducentes à saúde” (PEDROSA, 2001, p. 270).
Como afirma Forte (1998), a educação em saúde deve ter como pressuposto
básico o respeito à dignidade humana. É um dos componentes fundamentais a serem
utilizados nas estratégias para a promoção da saúde, pois contribui para conscientizar as
pessoas, oferecer condições para que os indivíduos possam analisar criticamente sua
realidade, capacitar os sujeitos para conquistarem o controle da sobre sua vida e saúde,
enfim, fornecer conhecimentos para libertação e mudança.
Assim, a prática de atividades físicas, como um meio da educação em saúde, é
um processo educativo que visa informar, capacitar e levar a toda a comunidade seus
benefícios, estando desta maneira, contribuindo para a promoção da saúde e a qualidade
de vida.
Diante do acima exposto podemos entender que a promoção da saúde e a
educação em saúde são inseparáveis, destacando que a educação em saúde procura
alterar comportamentos individuais, enquanto que a promoção de saúde, embora sempre
inclua a educação em saúde, visa mudanças organizacionais, que sejam capazes de
beneficiar um setor da comunidade. A Promoção da Saúde só se concretiza com o
conjunto de ações educativas, tornando o indivíduo e seu grupo social saudáveis,
podendo esta ser uma das atuações do profissional de Educação Física.
REFLITA
#REFLITA#
2 POLÍTICAS PÚBLICAS E A SAÚDE: FOCO NA EDUCAÇÃO FÍSICA
1
2. É a portaria Nº 154, de 24 de janeiro de 2008, que faz referência ao NASF. Dois tipos de núcleos podem
ser implementados e incluem o profissional de Educação Física. O NASF 1 deve ser formado por cinco
profissionais, no mínimo, de diferentes formações: Assistente Social; Profissional de Educação Física;
Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Acupunturista; Médico Ginecologista; Médico
Homeopata; Médico Pediatra; Médico Psiquiatra; Nutricionista; Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. O
NASF 2 só pode ser implementado em municípios com densidade populacional abaixo de 10 habitantes
por quilômetro quadrado, e deverá ser composto por três profissionais, no mínimo, de diferentes formações:
Assistente Social; Profissional de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo;
Nutricionista; Psicólogo e Terapeuta Ocupacional.
especialmente no que se refere às práticas corporais. A PNPS (BRASIL, 2006a), por
exemplo, sugere que às pc/af aconteçam na rede básica de saúde e na comunidade, e
traz orientações, entre outras, como:
Querido aluno, a Educação Física está cada vez mais inserida nos ambientes
públicos e privados de promoção, prevenção e reabilitação em saúde e neste tópico
iremos estudar sobre esse assunto.
Falando primeiramente do sistema público de saúde e diante dos problemas que
a sociedade enfrenta relacionados à saúde, sejam estes causados pelo estresse,
sedentarismo ou pela hereditariedade, o governo apresenta um projeto visando melhorar
a qualidade de vida das pessoas. Um exemplo desse trabalho, com origem no ano de
1994 e proposto pelo Governo Federal é o Programa Saúde da Família (PSF), com o
objetivo de implementar a atenção básica. Essas questões estão diretamente
relacionadas à saúde pública, que expressa o conjunto de medidas para promover,
preservar e recuperar a saúde no interior do aparelho do Estado.
O Programa Saúde da Família (PSF), Dias et al. (2007) é uma estratégia do
Sistema Único de Saúde (SUS), criado pelo Ministério da Saúde do Brasil em 1994, para
a vigilância, prevenção e tratamento de alguma doença de forma completa, baseando-se
em estatísticas epidemiológicas em uma área e população delimitada e específica, sendo
a porta de entrada para o Sistema de Saúde.
De acordo com o autor a Estratégia Saúde da Família é baseada na territorialidade
e descrição da população a ser atendida nas Unidades Básicas de Saúde pelas Equipes
da Saúde da Família, são constituídas por uma equipe multiprofissional, a qual, por sua
vez, pode ser definida como uma rede de relação entre pessoas, poderes, saberes, afetos
e desejos em que é possível identificar os processos grupais, equipe está constituída em
grande parte por enfermeiros, médicos, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários
de saúde.
O Programa Saúde da Família (PSF) é tido também como uma das principais
estratégias de reorganização dos serviços e de reorientação das práticas profissionais no
nível de assistência, promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação, e traz
muitos e complexos desafios a serem superados para consolidar-se como tal.
O objetivo do PSF é atender a raiz do problema, evitando que ele evolua,
diminuindo os gastos com a saúde e proporcionando, consequentemente, uma melhor
qualidade de vida para a população. Esses atendimentos são realizados, como informa
Dias et al. (2007), nas Unidades de Saúde, além dos feitos em domicílio pelos
profissionais de saúde.
Partindo desses princípios, o PSF traz consigo grupos de apoio como o Núcleo de
Apoio à Saúde da Família (NASF) que, por sua vez, juntamente com as equipes da saúde
da família criam espaços de discussões para gestão do cuidado, como, por exemplo,
reuniões e atendimentos conjuntos, constituindo processo de aprendizado coletivo. Desta
maneira, o NASF não se constitui como porta de entrada do sistema para os usuários,
mas apoio às equipes de saúde da família, tendo como eixos a responsabilização, gestão
compartilhada e apoio à coordenação do cuidado, que se pretende, pela saúde da família.
O NASF está dividido em nove áreas estratégicas sendo elas: atividade física/práticas
corporais; práticas integrativas e complementares; reabilitação; alimentação e nutrição;
saúde mental; serviço social; saúde da criança/do adolescente e do jovem; saúde da
mulher e assistência farmacêutica. Como já estudamos em outro momento, existem duas
modalidades de NASF (NASF1 e NASF2) que correspondem à quantidade de
profissionais em suas atuações e a quantidade da população atendida, sendo que o
profissional de Educação Física pode estar inserido em ambos. Neste sentido, constata-
se que o professor de Educação Física, dentre outros profissionais, possui um papel
fundamental dentro desse projeto, e que o mesmo está inserido com uma
responsabilidade igualitária. (BRASIL, 2007)
A atividade física (AF) e a promoção da saúde são atualmente subáreas da
Educação Física (EF) de importante destaque no meio científico, no entanto, nota-se que
esse conhecimento ainda é pouco aplicado no serviço da saúde pública. Dessa forma, o
Programa de Saúde da Família (PSF), que representa uma das alternativas de
(re)orientação do modelo de atenção à saúde, e tem dentre suas diretrizes a
intersetorialidade e multidisciplinaridade, se apresenta como um possível campo de
intervenção do Professor de Educação Física que, ao ser inserido, é capaz de
desenvolver ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, compatíveis com as
metas dessa estratégia. (COQUEIRO, NERY e CRUZ, 2006)
É o Educador Físico na área da saúde que tem a capacidade de desenvolver
atividades que proporcionem melhora no indivíduo como um todo, e quando essa
iniciativa é pública, torna-se mais acessível aos indivíduos, uma vez que a maior parte da
população não possui recursos para o acesso de práticas de atividades físicas oferecidas
pelo setor privado.
O papel dos serviços de saúde, com relação à prática de atividade física, deve
ser colocar à disposição da comunidade as informações, o conhecimento e os
meios necessários para que a atividade física possa ser incorporada ao cotidiano
das pessoas, considerando suas diferentes condições, interesses e
possibilidades. (KON e CARVALHO, 2002 apud STEIN, 2009, p. 10190)
• Título: Paratodos
• Ano: 2016.
• Sinopse: O documentário mostra a trajetória, a vida e os desafios de atletas
paralímpicos, que fazem parte das delegações brasileiras de natação, atletismo,
canoagem e futebol, em fase de preparação para os Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio
de Janeiro.
WEB
Fonte: VII Ciclo de Conferência em Educação Física e Esporte. Pesquisa e formação em Educação
Física no SUS – 25/8. 2 de setembro de 2015. Disponível em:
https://ciclodeconferenciaseefe.wordpress.com/2015/09/02/pesquisa-e-formacao-em-educacao-fisica-no-
sus-258/. Acesso em: 10 de maio de 2021.
REFERÊNCIAS
CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: A história que não se conta. 19.
ed. Campinas: Papirus, 2013.
FORTES, P.A.C. Educação em saúde e ética. O Mundo da Saúde. São Paulo, v. 22,
n.1, jan. /fev. 1998.
Plano de Estudo:
● Relação entre atividade física e saúde individual e coletiva;
● Pesquisa em saúde coletiva;
● Atividade física e doenças crônicas: definições, riscos, benefícios e
recomendações.
Objetivos de Aprendizagem:
● Relacionar atividade física e saúde individual e coletiva;
● Compreender sobre as pesquisa voltadas a saúde coletiva;
● Compreender e definir atividade física e doenças crônicas.
INTRODUÇÃO
A Educação Física cada vez mais tem ganhado espaço e tendo privilégios na
perspectiva biológica da saúde, assim é muito importante estabelecer pontos no qual tem
sido discutido no que discorre sobre a atividade física e saúde, como por exemplo "a
prática da atividade física ser considerada suficiente para ter boa saúde", sem que seja
considerado diversos determinantes fundamentais como: socioculturais, econômicos,
condições de vida, etc (CARVALHO, 2012).
A atividade física por muitas vezes é tida como "boa escolha", pois sua prática,
juntamente com outros aspectos voltados a qualidade de vida (tabagismo, alimentação,
etc.), auxilia na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) - diabetes,
hipertensão, doenças cardiovasculares em geral, obesidade, dentre outras, gerando a
diminuição com os gastos públicos e na forma de alcançar uma vida mais saudável
(CARVALHO, 2008).
Dessa forma, alunos(as), é necessário que os profissionais de educação física
estejam preparados para para atuar, com indivíduos e com grupos de forma prazerosa a
fim de garantir resultados positivos diante a promoção da saúde.
Uma das formas mais eficazes de promover saúde, é combatendo o sedentarismo,
para isto, é necessário dispor da atividade física voltada ao bem-estar e qualidade de
vida do indivíduo, de acordo com a genética cultura de vida, dentre outros fatores
(BRASIL, 2006a; CARVALHO, 2012).
A prática regular de atividade física pode beneficiar o indivíduo, porém segundo
Ferreira e Najar (2005) é a prática pode ser muito complexa, dessa maneira cabe ao
profissional estar atento às diversidades ligadas a aprovação e/ou rejeição dessa prática,
são algumas delas: experiências anteriores; aspectos biológicos/fisiológicos; gênero;
condição socioeconômica; aconselhamento médico; disponibilidade de tempo;
instalações e espaços adequados à prática de exercícios físico; papel da mídia; cultura
local; dentre outros.
A fim de solucionar o problema do sedentarismo e atrair o indivíduo à promoção
das atividades físicas, faz-se necessário além da atuação do professor, elaborar políticas
públicas saudáveis e intervenções ambientais favoráveis com o objetivo de agir cada vez
mais em favor de sua saúde (FERREIRA E NAJAR, 2005).
Vale ressaltar que a Promoção da Saúde no que compete a educação física, está
voltada atividade física e vêm se destacando dentre as estratégias adotadas pelo poder
público, através de estratégias voltadas a mudanças das condições de vida da população,
no qual tem como objetivo promover a prática regular da atividade física, com o intuito de
que a atividade física faça parte da rotina do sujeito (FERREIRA E NAJAR, 2005;
FERREIRA 2008).
Portanto, para que ocorra as alterações necessárias nos costumes, jeito de viver,
qualidade de vida do sujeito é essencial que mudanças no entorno social também ocorra,
pois, além de “boa vontade”, é imprescindível espaços, distribuição, acessibilidade,
oferta, para a prática de atividades físicas e dos desportos, tão bem como de
equipamentos/materiais (CARVALHO, 2012).
No contexto que abrange a saúde, acredita-se que o lazer, esporte e cultura
alcançados através da atividade física entre outros fatores, permite que seja modificada
hábitos e trajetórias de crianças e jovens, permitindo a consciência de saúde, qualidade
de vida, além de apropriação crítica e reflexiva em relação ao contexto social em que
vivem (PERES et al., 2005).
Deste modo, percebemos que nos dias atuais a relação entre atividade física e
saúde estão atrelados diante a prevenção e cura já mencionado, pois de acordo com
diversos estudos muitos estudos apresentam que exercícios devidamente prescritos
proporcionam benefícios sobre a qualidade de vida e a longevidade devido ao aumento
da reserva funcional em diversas patologias (GALLO JR et al.,1994).
Os hábitos de vida e, o efeito da atividade física sobre o indivíduo pode ser
explicado através quatro dimensões: i) morfológica – composição corporal e distribuição
de gordura; ii) funcional-motora – função cardiorrespiratória e musculoesquelética; iii)
fisiológica – pressão sangüínea, tolerância à glicose e sensibilidade insulínica, oxidação
de substratos e níveis de lipídios sanguíneos e perfil de lipoproteínas; e iv)
comportamental – tolerância ao estresse, confirmando assim que indivíduos mais ativos,
possuem menos probabilidade de óbito por doenças cardiovasculares do que pessoas
sedentárias (GUEDES, D.; GUEDES, J. 1995).
Embora a atividade física oferece diversos benefícios à saúde, é importante que
que os profissionais de educação física não desviem a atenção com a saúde, abordada
a partir das múltiplas dimensões, como: fisiológica, psicológica, estética, moral, espiritual,
recreativa e de sociabilidade (LOVISOLO, 1994).
Pois muitas vezes, de maneira errônea, a atividade física é “vendida” através dos
interesses do mercado de consumo, ou seja, relacionando a melhor saúde - como
saudável com o modelo de corpo bem delineado - perfeito, como se para aumentar a
saúde “tudo” se torna fosse possível através da atividade física (SOLOMON, 1991). Pois
a educação física deve se basear na saúde através da transformação dos hábitos de vida
no indivíduo, consequentemente diminuindo as possibilidades de mobilização social
(MONTEIRO E GONÇALVES, 2000).
Dentre os diversos benefícios que a atividade física promove a saúde do indivíduo,
podemos citar:
● Melhora na Capacidade Aeróbia - capacidade no qual depende da eficiência dos
sistemas respiratório, cardiovascular, de componentes sangüíneos adequados,
além dos componentes celulares específicos que ajudam o corpo a utilizar
oxigênio durante o exercício. Caso o indivíduo tenha déficit nos níveis do Volume
de Oxigênio Máximo, pode comprometer a saúde e a qualidade de vida do mesmo
(GUEDES, D.; GUEDES, J., 1995).
● Prevenção e/ou Controle de Doenças Cardiovasculares: através da atividade física
é possível o indivíduo manter o nível da capacidade aeróbia adequado auxiliando
no tratamento e/ou manutenção da hipertensão, perda de gordura corporal,
diminuindo o risco de acidente cardiovascular, proporcionando melhora na
qualidade de vida devido aos efeitos fisiológicos, psicológicos, emocionais e
sociais (GUEDES, D.; GUEDES, J., 1995).
● Aumento da Força e Resistência Muscular (capacidade contrátil dos músculos):
através da atividade física é possível aumentar a força e resistência muscular do
indivíduo, proporcionando diversos benefícios como: boa aparência; auxilia no
desempenho nas atividades da vida diária; melhora a aptidão física, serve como
uma profilaxia contra algumas deficiências ortopédicas. Portanto, caso exista
déficit de força e resistência muscular, o indivíduo sofrerá implicações na saúde
como: problemas posturais, risco de queda, problemas ósseos, dentre outros
fatores (GUEDES, D.; GUEDES, J., 1995).
Partindo desse pressuposto, entende-se que é necessário Políticas Públicas a fim
de elaborar estratégias para que os problemas de saúde sejam minimizados, portanto,
entende-se que ao se tratar de Políticas Públicas, entraremos em um contexto de Saúde
Coletiva, neste caso caro (a) aluno(a), você deve estar se questionando, se os
profissionais de Educação Física intercedem pela saúde, qualidade de vida e bem-estar
e afins quais são seus vínculos diante a saúde coletiva, principalmente no que compete
a Políticas Públicas?
Essa é a questão que muitos profissionais fazem, dessa forma vamos estudar
juntos sobre saúde coletiva e atividade física. Primeiramente é importante definir saúde
coletiva, assim o conceito de saúde coletiva é a nova forma de resposta social, no qual
orienta através do conceito positivo de saúde e pelo padrão da produção da saúde no
meio social (VILELA E MENDES, 2003).
REFLITA
Prevenção:
Obesidade:
Artrite:
Recomendações:
Para tanto alunos(as), partindo das definições de WHO (1995), de saúde como “o
completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou
invalidez”, e atividade física que para McArdle et al. (2003) é definida como todo
movimento
realizado pelo sistema muscular esquelético que resulta em gastos calóricos acima dos
observados em repouso.
Assim, é necessário elaborar planos de atividades físicas a fim de realizar a
manutenção da saúde e prevenção de DCNT, principalmente no que rege a exercícios
voltados à flexibilidade, capacidade aeróbica e força (MCARDLE et al., 2003).
Para se trabalhar com segurança e modalidade adequada, é necessário que o
profissional responsável pela elaboração do programa de treinamento para saúde,
considere os interesses individuais, analisando diversos pontos essenciais como: quadro
clínico, o uso de medicações e preferências de atividades, etc. Desta forma será possível
ajustar a atividade de acordo com modalidade, intensidade, duração, frequência e
progressão, fatores importantes para a elaboração e prescrição de um programa de
atividades física individualizado independentemente da idade (ACSM, 1998).
Podemos citar os seguintes treinamentos:
Figura 1 - Treino Aeróbio:
Treino de Equilíbrio:
Fonte: WHO Website. Organização Mundial Da Saúde Atividade Física. Folha Informativa N° 385 -
Fevereiro de 2014.
#SAIBA MAIS#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ACSM. Exercise and physical activity for older adults. Med Sci Sports Exerc., v. 30: p.
992-1008, 1998.
GALLO JR, L., et al. Atividade física: remédio cientificamente comprovado? A terceira
idade, Editora SESC, ano VI, n. 10, p. 34 - 43, 1994.
THOMPSON, P. D. et al. Exercise and acute cardiovascular events placing the risks into
perspective: a scientific statement from the American Heart Association Council on
Nutrition, Physical Activity, and Metabolism and the Council on Clinical Cardiology.
Circulation. v. 115, n. 17, p. 2358-68, 2007.
WHO Website. Obesity and overweight Fact sheet. N. 311 Updated March 2011.
http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311.WHO Website. Organização Mundial
Da Saúde Atividade Física - Folha Informativa N° 385 - fevereiro de 2014. Disponível
em: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/physical-activity. Acesso em:
09 set. 2021.
WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva, 1995.
UNIDADE IV
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal
Professora Ticiana Roberta Siste Charal
Professor Especialista Charles B. da Silva de Araujo e Souza
Plano de Estudo:
● Gestão em saúde;
● Profissional de Educação Física na prevenção, promoção, proteção e
reabilitação da saúde;
● Projetos e programas de Educação Física na Saúde.
Objetivos de Aprendizagem:
Lei Orgânica da Saúde - 8.080/90 - esta lei define algumas atribuições da gestão à
saúde, como:
➢ Dos Custos:
● Inflação econômica: 42%
● Volume e intensidade dos procedimentos clínicos: 32%
● Inflação médica: 17%
● Envelhecimento da população: 9%
➢ Da operacionalização:
● Produção das evidências: os centros de pesquisa
● Disponibilização das evidências: o centro de evidência
● Utilização das evidências: os centros de decisão
➢ Diretrizes clínicas:
● Linhas-guia (guidelines);
● Protocolos clínicos
➔ Gestão de patologia:
➔ Lista de espera:
Tecnologia que normaliza o uso dos serviços de atenção à saúde,
estabelecendo critérios de ordenamento e promovendo transparência.
➔ Auditoria clínica:
Dessa forma, caro (a) aluno (a), podemos entender que a gestão em saúde é
responsável por definir critérios para que possa ser destinado os recursos
necessários, a fim de redistribuir gastos correntes e recorrentes, além de definir papéis
e articular os planos de ação, seja para órgãos públicos ou privados.
Portanto, cabe ao gestor em saúde as funções de coordenar, articular,
negociar, planejar, acompanhar, controlar, avaliar e além de realizar auditoria no que
abrange o contexto da saúde.
SAIBA MAIS
Fonte: CONASS - Conselho Nacional de Secretaria de Saúde. Guia de apoio à gestão do SUS.
Disponível em: https://www.conass.org.br/. Acesso em: 01 jun. 2021.
#SAIBA MAIS#
2 PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA PREVENÇÃO, PROMOÇÃO,
PROTEÇÃO E REABILITAÇÃO DA SAÚDE
REFLITA
A expressão Disability Adjusted Life of Years (DALY) significa Anos de Vida Perdidos
Ajustados por Incapacidade em português. O DALY mede os anos de vida perdidos,
seja por morte prematura, seja por incapacidade. Assim, antes de pensarmos em
investimentos em saúde, é necessário fazer algumas análises. Mas por onde
podemos começar? Primeiramente deve-se definir em que investir e, para tanto, é
fundamental considerarmos o que existe atualmente e como está funcionando.
#REFLITA#
3 PROJETOS E PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA SAÚDE
Vieira, Reis e Santos (2010) relataram os benefícios das atividades Física para
promoção da saúde:
Prezado(a) acadêmico(a),
Chegamos ao fim de mais uma pequena jornada, que teve como objetivo
principal possibilitar a aquisição de conhecimentos relacionados a Educação
Física e saúde a fim de contribuir com a atuação profissional em espaços
relacionados à prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde.
Dessa forma, o conteúdo previsto foi discutido ao longo das quatro
unidades, criteriosamente selecionadas para dar sustentação a presente
discussão, com autores que promoveram uma rica interlocução sobre ações da
atualidade.
Assim, na primeira unidade, nossos olhares estavam direcionados à
contextualização histórica da saúde e saúde pública no Brasil e também aos
conceitos de saúde e qualidade de vida, além de discorrer sobre prevenção,
promoção, proteção e reabilitação da saúde
Na segunda unidade, mergulhamos nas relações entre Educação Física
e saúde, para tanto, foi preciso abordar temáticas como Educação Física e
promoção de saúde; políticas Públicas e a saúde: foco na Educação Física e
sistema público e privado de saúde: Educação Física e seu papel.
No terceiro momento, para ampliar nossos horizontes, entendemos a
importância da Atividade Física, assim relacionamos atividade física e saúde
individual e coletiva; analisamos as pesquisas em saúde coletiva além de
identificar os riscos e benefícios da atividade física para pessoas com doenças
crônicas bem como as recomendações necessárias.
Para finalizar, na quarta e última unidade, refletimos mais especificamente
sobre a atuação profissional dos profissionais de Educação Física. Para que isso
fosse possível, traçamos diálogos sobre a gestão em saúde; a importância do
profissional de Educação Física na prevenção, promoção, proteção e
reabilitação da saúde e os projetos e programas de Educação Física na Saúde.
Sendo assim, caro(a) graduando(a), chegamos ao final dos nossos
estudos relacionados a essa temática. Mas reforço o que disse inicialmente, o
texto apresentado não esgota todas as possibilidades de pensar e refletir acerca
das temáticas abordadas, mas espero que tenha lhe oportunizado momentos
importantes e oportunos para a compreensão das análises realizadas acerca das
temáticas propostas. Desejamos a você sucesso e inúmeras realizações
profissionais.