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DESCRIÇÃO

Apresentação das diferenças entre educação em saúde e educação na saúde, com foco na educação
permanente e continuada, através da abordagem da Política de Promoção de Saúde, voltada ao
atendimento humanizado nas unidades.

PROPÓSITO
Compreender as diferenças entre educação na saúde e educação em saúde, com o objetivo de envolver
os profissionais na discussão de práticas de promoção de saúde e prevenção de doenças,
desenvolvendo habilidades para o atendimento humanizado.

OBJETIVOS

MÓDULO 1
Identificar conceitos sobre a promoção da educação permanente e continuada e suas interfaces na
educação em saúde e a educação na saúde

MÓDULO 2

Identificar as ações de prevenção, promoção, proteção, cura e reabilitação da saúde

MÓDULO 3

Identificar as ações relacionadas ao atendimento humanizado no setor de saúde

MÓDULO 1

 Identificar conceitos sobre a promoção da educação permanente e continuada e suas interfaces na


educação em saúde e a educação na saúde

A princípio, vamos refletir sobre os conceitos a seguir:

O que é prevenção de doenças?

E promoção da saúde?

Você saberia definir esses termos?

Vamos ao dicionário:
Prevenir quer dizer...

“DISPOR COM ANTECIPAÇÃO, OU DE SORTE QUE EVITE


DANO OU MAL; CHEGAR, DIZER OU FAZER ANTES DE
OUTREM; INTERROMPER, ATALHAR” (FERREIRA, 1993) OU
AINDA “IMPEDIR QUE SE REALIZE”

(ALMEIDA, 1986).

A prevenção em saúde tem como alicerce o entendimento sobre a epidemiologia, que objetiva monitorar
a contaminação das doenças infecciosas e a redução dos riscos de doenças degenerativas e agudas,
por intermédio de ações prematuras que converteriam o hipotético progresso das doenças. Dessa
forma, fundamenta-se na propagação das informações científicas e nos ensinamentos sobre a questão
dos hábitos de vida e comportamentos sociais.

E promoção da saúde?
O que podemos refletir sobre esse pensamento?

REFLEXÃO
Diferentemente da concepção de prevenção de doenças, que se caracterizava pelo forte apelo médico,
a concepção de promoção da saúde não se restringe somente aos procedimentos médicos, uma vez
que concebe a saúde como uma produção social.

Prevenção de doenças


Promoção da saúde

EDUCAÇÃO EM SAÚDE
O Ministério da Saúde delineia a questão da educação em saúde, visto que:

O PROCESSO EDUCATIVO FAZ PARTE DA CONSTRUÇÃO


DE CONHECIMENTOS EM SAÚDE QUE VISA À
APROPRIAÇÃO TEMÁTICA PELA POPULAÇÃO [...].
CONJUNTO DE PRÁTICAS DO SETOR QUE CONTRIBUI
PARA AUMENTAR A AUTONOMIA DAS PESSOAS NO SEU
CUIDADO E NO DEBATE COM OS PROFISSIONAIS E OS
GESTORES A FIM DE ALCANÇAR UMA ATENÇÃO DE
SAÚDE DE ACORDO COM SUAS NECESSIDADES.

(BRASIL, 2006).

As habilidades de educação em saúde giram em torno de três divisões de atores principais:

Fonte: Shutterstock.com

Profissionais de saúde, que atuam no reconhecimento da prevenção e promoção em saúde com


intensidade nos hábitos curativos.

Fonte: Shutterstock.com

Gestores de saúde, que sustentam os profissionais de saúde.


Fonte: Shutterstock.com

A população, que necessita construir sua sapiência e ter autossuficiência nos cuidados de forma
integral, tanto individual como coletivamente.

A educação em saúde apresenta um formato pedagógico, no qual propõe a evolução do pensar


analítico e ponderado. Tem como objetivo desvendar a realidade e recomendar ações variadas que
levam o indivíduo à independência e à autonomia, sendo capaz de sugerir e avaliar as decisões de
saúde e autocuidado da família e da comunidade.

O tema deste módulo norteia a atuação nas práticas de educação em saúde, que são intrínsecos ao
trabalho em saúde. Entretanto, sistematicamente, essas práticas estão colocadas em menor plano na
organização e planejamento, tanto no desempenho, quanto no gerenciamento das ações de cuidado em
saúde.

 VOCÊ SABIA

A expressão educação em saúde é utilizada desde o início do século XX, para melhor entendimento na
compreensão da narrativa da Saúde Pública no Brasil e por ter ocorrido a ampliação da medicina preventiva
em algumas regiões do país.

A partir de 1940, o Serviço Especial de Saúde Pública passou a divulgar as ações estratégicas de
educação em saúde despótica (Arbitrária) . Agia de forma mecanicista, na qual a população era
observada e zelada de forma passiva, sendo incapaz de ser proativa nas ações voltadas para área
estatal, que eram organizadas pelas campanhas sanitárias. De outro modo, visualizamos a educação
em saúde como uma série de atividades alinhadas no formato de informação, com o propósito de
modificar os hábitos de vida, posicionando o sujeito como o protagonista da modificação de sua própria
saúde.
Um trabalho realizado por Alves e Aerts (2011) afirma que, com o apogeu do paradigma cartesiano e da
medicina científica, as responsabilidades referentes às ações de educação em saúde foram divididas
entre trabalhadores da saúde e da educação.

Fonte: Shutterstock.com

Aos trabalhadores da saúde cabia desenvolver os conhecimentos científicos capazes de intervir sobre
a doença, diagnosticando-a e tratando-a o mais rapidamente possível.


Fonte: Shutterstock.com

Enquanto, ao educador, dava-se a tarefa de desenvolver ações educativas capazes de transformar


comportamentos.

 COMENTÁRIO

Essa lógica, além de fragmentar o conhecimento, não levava em consideração os problemas cotidianos
vivenciados pela população.

Atualmente, o termo “educação e saúde” utilizado como sinônimo de educação em saúde, pode ter se
originado dessa prática. Isso indica um paralelismo entre as duas áreas, com separação explícita dos
seus instrumentos de trabalho:

A educação
Ocupando-se dos métodos pedagógicos para transformar comportamentos.

A saúde
Encarregando-se dos conhecimentos científicos capazes de intervir sobre as doenças.

 EXEMPLO
Um exemplo disso foram as práticas de educação em saúde no período da obra do escritor infanto-juvenil
Monteiro Lobato, que produziu o livro Urupês, em 1918 (LOBATO, 2017). O personagem conhecido como
Jeca Tatu é um trabalhador rural do Vale do Paraíba (SP), um caboclo que sofria de amarelão. Essa doença,
posteriormente, foi diagnosticada como ancilostomose ou ancilostomíase.

Na época, ocorriam as grandes campanhas sanitárias que utilizavam a ilustração do personagem, sugerindo
que as origens dos problemas de saúde referiam-se a uma situação individual, não conjecturando os dilemas
sanitários de maneira crítica com base nas mudanças coletivas da sociedade.

Em 1990, ainda visualizávamos, habitualmente, o uso da expressão educação e saúde. A ideia


anunciava esse tipo de educação como um campo de saber técnico, apontado para operacionalizar a
gestão dos usuários nos serviços de saúde e na prevenção de doenças.

O progresso da educação sanitária que se iniciou nos Estados Unidos apresentou a educação em saúde
relacionada à coletividade. Levou em consideração as ações de prevenção de doenças e, desta forma,
salientou a propagação do saber no período.

Fonte: Shutterstock.com

Apesar de ser realizado de forma intensa, como na ocorrência das campanhas sanitárias brasileiras, o
ponto de vista não contemplava a dimensão histórico-social no processo saúde e doença. No Brasil, a
expressão ainda é utilizada como sinônimo de educação em saúde, preservando o significado de
práticas educativas verticalizadas (Hierarquizada) .

Outro termo corriqueiro utilizado nos dias de hoje, nos serviços de saúde, é a educação para a saúde.
Essa vertente acredita em um ponto de vista mais verticalizado em relação aos métodos e práticas
educativas. Nessa perspectiva, a equipe de saúde dedica-se a informar uma população
insipiente (Ignorante) sobre mudanças de hábitos de vida com o propósito de aprimorar a saúde
individual e coletiva.

Fonte: Brenda Rocha / Shutterstock.com

Inúmeras atividades educativas são realizadas nos serviços de saúde com o conhecimento e
participação da comunidade. Apresenta-se na oratória de variados gestores e profissionais de saúde, e
até mesmo educadores, com as recomendações dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS). Nos movimentos sociais da década de 1960, que têm como exemplo o Movimento de Educação
Popular, foi motivado o campo das práticas de educação em saúde, agregando a atuação e o saber
popular destinados a processos educativos igualitários.

Um exemplo dessa atuação foi o Movimento de Educação Popular em Saúde, que se formou em 1980.
Através de ponderação, houve a construção do pensamento ativista em inúmeras organizações geradas
no decorrer dos tempos.

Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde

Rede de Educação Popular e Saúde

Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação

Práticas de Educação Popular e Saúde

Rede de Estudos sobre Espiritualidade no Trabalho em Saúde e na Educação Popular (GOMES,


MERHY, 2001)

 VOCÊ SABIA

A questão da educação popular em saúde surgiu como uma mudança histórica. Inicialmente, era proposta
por profissionais de saúde desgostosos com as práticas entediantes e mecanicistas dos serviços da área,
que não acolhia as classes necessitadas da população brasileira.

Dessa maneira, considera-se que a educação popular em saúde estabelece uma estratégia de
confrontação com os problemas de saúde.

Essa estratégia se consolida em investigar os movimentos sociais, gerando vínculos por meio de
atitudes médicas e reflexão do dia a dia da população.

A educação popular em saúde tem um ponto de vista diversificado do predomínio da educação em


saúde. Nesse ponto de vista, a estruturação é fundamentada na proximidade entre os sujeitos, no
ambiente comunitário, ajudando os movimentos sociais locais na compreensão da saúde como ação
social e global. Assim, podemos afirmar que temos como ator principal o sistema ético-político,
relacionado aos interesses da comunidade democrática, fundamentando-se na comunicação entre os
conhecimentos dos usuários e os saberes populares.

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE


SAÚDE COMO AÇÃO SOCIAL E GLOBAL


ATOR PRINCIPAL:
O SISTEMA ÉTICO-POLÍTICO

No campo das ciências da saúde, temos a prioridade na prática da educação em saúde,


particularmente, na área coletiva. É considerada uma atividade de ações referentes às organizações e
instituições, por numerosos agentes internos e externos do espaço pactuado, ratificado como setor da
saúde.

Atualmente, a educação popular em saúde continua sendo um desafio aos gestores e profissionais na
busca por práticas integrais. Essas práticas devem ser:

Mais voltadas às reais necessidades da população

&

Considerar como suporte os processos de informação e comunicação, a participação popular e a social.

 ATENÇÃO
Para promover a educação em saúde, também é necessário que ocorra a educação voltada para os
profissionais de saúde, ou seja, educação na saúde.

EDUCAÇÃO NA SAÚDE
De acordo com o Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual em Saúde, a educação na saúde baseia-se
na produção e organização de conhecimentos referentes à construção e à evolução para atuação em
saúde, envolvendo práticas de ensino, procedimentos didáticos e instrução curricular.

Fonte: Shutterstock.com

O contexto da laboração dos profissionais de saúde apresenta-se de forma diversificada, em acelerada


e contínua evolução, através das novas tecnologias. Além das obrigações do dia a dia, envolve itens da
inteligência emocional e vínculos interpessoais. Isso torna os profissionais habilitados para atuação com
garantia da integralidade do cuidado e resolubilidade do sistema.

Nesse contexto, a metodologia de inúmeras determinações e vínculos transfigura-se,


fundamentalmente, na atribuição das instituições de saúde para o desenvolvimento das qualificações
técnicas dos profissionais. Por consequência, o subsídio (Auxílio) dessa formação na área
educacional, transforma o indivíduo no seu contexto político, social e ético- ideológico.

Para tanto, a educação na saúde apresenta dois tipos de modalidades:

EDUCAÇÃO CONTINUADA
A educação continuada abrange o ensino posterior à graduação, no qual possui período definido,
empregando a metodologia tradicional, como, por exemplo, as pós-graduações. A educação permanente
organiza-se fundamentada em dois componentes: as dificuldades do processo e o método analítico
incorporado ao processo de trabalho.
A educação continuada, em concordância com o Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual em Saúde,
equivale ao processo de alcançar, de forma contínua e cumulativa, conhecimentos técnico-científicos
pelo trabalhador de saúde. Esse processo é realizado através da escolarização formal, de habilidades
laborais e de atuação no domínio institucional ou até mesmo fora dele.

Fonte: Shutterstock.com

Historicamente, a grande referência da educação continuada, na década de 1950, partiu da reunião de


Elsinor, em 1959, que ocorreu na Dinamarca. Custeada pela Unesco, teve como objetivo defender fins e
estratégias da educação para adultos e o comportamento da participação internacional na
reestruturação do pós-guerra. O panorama desse encontro era a situação de compreender que o saber
apresenta transformações com grande capacidade de qualificação, acompanhando o grande bordão do
período: “Há de ajustar-se a um mundo novo em mutação” (ALVES, 2011).

A educação continuada identifica a evolução de equipes qualificadas, por alternativas educacionais mais
alinhadas, promovendo cursos às categorias. Isso pode ser feito por meio de publicações intrínsecas
combinadas às práticas profissionais.

EDUCAÇÃO PERMANENTE
Até mesmo a educação permanente apresenta ações de educação em saúde, apoiadas na
problematização da situação do trabalho na área. As ações possuem finalidade de modificações das
habilidades profissionais e da particular organização do trabalho, tornando apropriadas, como referência,
as necessidades básicas de saúde da população e do sujeito, de forma individual ou coletiva.

O desafio da educação permanente é encorajar o progresso do desenvolvimento do pensamento nos


profissionais de saúde, dentro de sua idade contextual e através do processo contínuo de
aprimoramento. Desta maneira, é imprescindível que os serviços de saúde reconsiderem as estratégias
utilizadas em educação permanente, de maneira que seja uma metodologia participativa para todo
indivíduo.

Em relação à idealização do Sistema Único de Saúde, é necessário ter a reorientação do modelo


assistencial contemporâneo e predominante no país. Isso procede à associação integral e concomitante,
ao contrário do modelo biomédico exclusivo e do modelo assistencial sanitarista, que separa a
assistência e a prevenção em saúde. A abordagem precisa ser de uma forma ampliada, com a
participação da intersetorialidade e a corresponsabilidade social. É necessário compreender o sentido
do modelo assistencial e, acima de tudo, a reorientação do processo saúde e doença em que, de acordo
com Paim (2003):
"[...] É UMA DADA FORMA DE COMBINAR TÉCNICAS E
TECNOLOGIAS PARA RESOLVER PROBLEMAS E ATENDER
NECESSIDADES DE SAÚDE INDIVIDUAIS E COLETIVAS. É
UMA RAZÃO DE SER, UMA RACIONALIDADE, UMA ESPÉCIE
DE LÓGICA QUE ORIENTA A AÇÃO".

No cenário atual, a compreensão da melhoria do modelo assistencial no processo de saúde e doença


pode ser perceptível em ações na área hospitalar, preferencialmente, no campo especializado em
saúde, mas com o foco na área de promoção e prevenção de agravos que empregue a educação em
saúde como formação de educação permanente.

 ATENÇÃO

As transformações no campo da formação profissional precisam estar alinhadas às práticas assistenciais


com o uso de metodologias de ensino-aprendizagem, de forma participativa, com o embasamento da
educação popular em saúde, visando uma qualificação técnica baseada nas necessidades individuais e
coletivas da equipe.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DE ACORDO COM OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS NESTE MÓDULO E
COM A CRESCENTE MUDANÇA NO CENÁRIO DO MERCADO DE TRABALHO, AS
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL SOFRERAM MODIFICAÇÃO E,
ATUALMENTE, A NECESSIDADE DE AQUISIÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS
E HABILIDADES PELO TRABALHADOR É UMA EXIGÊNCIA PARA AS
ORGANIZAÇÕES. NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE, ESSAS POLÍTICAS SURGEM
POR MEIO DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE. SOBRE
EDUCAÇÃO PERMANENTE, AFIRMA-SE:

I. EDUCAÇÃO PERMANENTE CONSISTE NA APRENDIZAGEM DENTRO DO


AMBIENTE DE TRABALHO EM QUE O APRENDER E O ENSINAR SÃO
INCORPORADOS PELO PROFISSIONAL DE SAÚDE.
II. A EDUCAÇÃO PERMANENTE PROMOVE A AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS
PELO TRABALHADOR BASEADA NAS NECESSIDADES DE ORGANIZAÇÃO.
III. ENTENDE-SE COMO EDUCAÇÃO PERMANENTE A PROMOÇÃO DE
CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO, OBJETIVANDO A MUDANÇA DE
COMPORTAMENTO.
IV. A EDUCAÇÃO PERMANENTE CONSTITUI-SE EM UM PROGRAMA
RESPONSÁVEL PELA CAPACITAÇÃO E PELA PROMOÇÃO DA NÃO MELHORIA
DA HABILIDADE DE TODA A EQUIPE DE TRABALHO.

ESTÃO CORRETAS:

A) Somente as afirmativas III e IV

B) Somente as afirmativas I, III e IV

C) Somente as afirmativas I, II e III

D) Somente as afirmativas I, II e IV

E) Somente as afirmativas I, II, III e IV

2. SOBRE A EDUCAÇÃO EM SAÚDE, É CORRETO AFIRMAR:

A) Até os dias de hoje, a educação em saúde no Brasil é basicamente uma iniciativa das elites políticas
e econômicas e, portanto, subordinada aos seus interesses.

B) Apesar da participação de profissionais de saúde nas experiências de educação popular, manteve-se


no setor de saúde uma tradição autoritária e normatizadora da educação em saúde.
C) A educação em saúde é o campo de prática e conhecimento do setor da saúde que tem se ocupado
mais diretamente com a criação de vínculos entre a ação médica e o pensar e o fazer cotidianos da
população.

D) A educação em saúde visa criar sujeitos subalternos educados: sujeitos limpos, polidos,
alfabetizados, bebendo água fervida, comendo farinha de soja e defecando em fossas sépticas,
independentemente da conquista de sua liberdade e de seus direitos.

E) As práticas de educação em saúde têm como objetivo principal a inserção de um técnico nas
pequenas comunidades periféricas, identificando lideranças e problemas mobilizadores.

GABARITO

1. De acordo com os conhecimentos adquiridos neste módulo e com a crescente mudança no


cenário do mercado de trabalho, as políticas de formação profissional sofreram modificação e,
atualmente, a necessidade de aquisição de novos conhecimentos e habilidades pelo trabalhador
é uma exigência para as organizações. Nas instituições de saúde, essas políticas surgem por
meio dos programas de educação permanente. Sobre educação permanente, afirma-se:

I. Educação permanente consiste na aprendizagem dentro do ambiente de trabalho em que o


aprender e o ensinar são incorporados pelo profissional de saúde.
II. A educação permanente promove a aquisição de conhecimentos pelo trabalhador baseada nas
necessidades de organização.
III. Entende-se como educação permanente a promoção de capacitação e treinamento,
objetivando a mudança de comportamento.
IV. A educação permanente constitui-se em um programa responsável pela capacitação e pela
promoção da não melhoria da habilidade de toda a equipe de trabalho.

Estão CORRETAS:

A alternativa "C " está correta.

A educação permanente visa a transferência de conhecimentos com práticas de qualificação, sendo


realizada na forma de um binômio entre o sujeito e o objeto na construção do aprendizado, que precisa
ser realizado de forma contínua, não sendo apenas um programa, mas uma mudança de
comportamento.

2. Sobre a educação em saúde, é correto afirmar:

A alternativa "C " está correta.


A educação em saúde é o campo de prática e conhecimento do setor, que tem se ocupado mais
diretamente com a criação de vínculos entre a ação médica e o pensar e o fazer cotidiano da população.
Diferentes concepções e práticas têm marcado a história da educação em saúde no Brasil. Mas, até a
década de 1970, foi basicamente uma iniciativa das elites políticas e econômicas e, portanto,
subordinada aos seus interesses. Voltava-se para a imposição de normas e comportamentos
considerados adequados.

MÓDULO 2

 Identificar as ações de prevenção, promoção, proteção, cura e reabilitação da saúde

Fonte: Shutterstock.com

A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que foi realizada em Ottawa, Canadá,
em novembro de 1986, apresentou sua Carta de Intenções, que, seguramente, ajudou para se atingir
“saúde para todos”, no ano 2000 e subsequentes. Esta Conferência foi, antes de tudo, uma resposta às
crescentes expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vem ocorrendo em todo o mundo.
As discussões localizaram-se, principalmente, nas necessidades em saúde nos países industrializados,
embora tenham levado em conta deficiências semelhantes de outras regiões do globo.

As discussões foram baseadas nos progressos alcançados com a Declaração de Alma Ata para os
Cuidados Primários em Saúde, com o documento da OMS sobre “Saúde Para Todos”, assim como com
o debate ocorrido na Assembleia Mundial da Saúde sobre as ações intersetoriais necessárias para a
área.

Tradicionalmente, a atenção à saúde no Brasil tem aplicado na elaboração, efetivação e concretização


de políticas de promoção, proteção e recuperação da saúde. Pode-se verificar que há um grande
empenho na estruturação do modelo de atenção à saúde, que opta por ações de melhoria da qualidade
de vida dos indivíduos e da coletividade.
Fonte: Tatiana Sapateiro from São Paulo, Brasil / Wikimedia Commons / CC BY 2.0
 III Conferência Latino Americana de Promoção da Saúde e Educação para a Saúde realizada em
São Paulo, Brasil.

Em fevereiro de 2006, o Ministério da Saúde, de acordo com a Portaria n° 399, DE 22 DE FEVEREIRO


DE 2006, Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais
do Referido Pacto, determinando a Agenda de Compromisso pela Saúde, que auxilia três eixos:

PACTO EM DEFESA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas, no sentido de reforçar o SUS
como política de Estado mais do que política de governos e de defender, vigorosamente, os princípios
basilares dessa política pública, inscritos na Constituição Federal.

A solidificação desse Pacto passa por um movimento político na área de saúde, por meio de ações
estratégicas de mobilização social que envolve a sociedade brasileira e ultrapassa os limites do setor de
saúde.

A instituição de saúde é vinculada a um processo de direito à cidadania de todas as pessoas e cabe ao


Estado assegurar este direito, tendo o financiamento público como um dos pontos centrais desse pacto.

PACTO EM DEFESA DA VIDA


Está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e
resultados, e derivados da análise da situação de saúde do país e das prioridades definidas pelos
governos federal, estaduais e municipais.

PACTO DE GESTÃO

Estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado, de forma a diminuir as competências


concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo assim para o fortalecimento da
gestão compartilhada e solidária do SUS.

 COMENTÁRIO

Este pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país continental e com muitas diferenças e
iniquidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais, é necessário avançar na regionalização e
descentralização do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as
singularidades regionais.

O pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados e para os


municípios, promovendo um choque de descentralização, acompanhado da desburocratização dos
processos normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos sistemas,
estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional. Reitera a importância da
participação e do controle social com o compromisso de apoio à sua qualificação e explicita as diretrizes
para o sistema de financiamento público tripartite:

Busca critérios de alocação equitativa dos recursos.

Reforça os mecanismos de transferência fundo a fundo entre gestores.

Integra em grandes blocos o financiamento federal.

Estabelece relações contratuais entre os entes federativos.

Fonte: EnsineMe
 ATENÇÃO

Salienta-se que o Pacto pela Vida constitui uma série de compromissos sanitários que deverão se tornar
prioridades inequívocas dos três entes federativos, com definição das responsabilidades de cada um.

Entre as macroprioridades do Pacto em Defesa da Vida, possui especial relevância o aprimoramento do


acesso e da qualidade dos serviços prestados pelo SUS.

COM ÊNFASE
• No fortalecimento e na qualificação estratégica da Saúde da Família.
• Na promoção, informação e educação em saúde com ênfase na promoção de atividade física, de
hábitos saudáveis de alimentação e vida e controle do tabagismo.
• No controle do uso abusivo de bebida alcoólica.
• Cuidados especiais voltados ao processo de envelhecimento.

O maior desafio da questão para o gestor federal do SUS consiste em propor uma política transversal,
integrada e intersetorial, que promova o diálogo entre as diversas áreas do segmento sanitário, os
outros setores do Governo, os privados e não governamentais e a sociedade, compondo redes de
compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos sejam
partícipes no cuidado com a saúde.

A Política Nacional de Promoção da Saúde ratifica o compromisso da gestão do Ministério da Saúde,


na ampliação e qualificação das ações de promoção da saúde nos serviços e na gestão do SUS.

Nas últimas décadas, torna-se mais importante o cuidar para a redução de vulnerabilidades, desde o
adoecer até as questões de incapacidade, de sofrimento crônico e de morte prematura na população.

Atualmente, o processo saúde-doença é considerado como resultante de fatores biopsicossociais e essa


concepção permeia todas as políticas públicas para a saúde, instituídas após a Constituição Brasileira
de 1988.

 VOCÊ SABIA

A definição de saúde resulta em inúmeros fatores, pois reafirma que é um direito de todos os cidadãos e um
dever do Estado, garantidos mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução dos riscos de
adoecer e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os
aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento em nosso país.

Podemos destacar aspectos que potencializam formas mais amplas de intervir em saúde:

Violência

Desemprego e/ou subemprego

Saneamento básico

Habitação inadequada e/ou ausente

Acesso à educação

Fome

Urbanização desordenada

Qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada

AÇÕES DE PREVENÇÃO, PROMOÇÃO,


PROTEÇÃO, CURA E REABILITAÇÃO DA
SAÚDE
O sanitarista Henry Sigerist nomeou a promoção da saúde, no início do século XX, para a qual
apresentava quatro funcionalidades: a prevenção das doenças, a promoção da saúde, os tratamentos
dos doentes e a reabilitação. De acordo com seu ponto de vista, a promoção da saúde envolvia
intervenções de educação em saúde e operações estruturais do Estado para aprimorar as condições de
vida da população (DEMARZO, 2008).

Com referência ao modelo da história natural da doença, que surgiu na década de 1960, com os autores
Leavell & Clark (apud DEMARZO, 2008), os níveis de prevenção são:

Prevenção primária

Prevenção secundária
Prevenção terciária

 ATENÇÃO

Nessa referência, a questão da promoção da saúde enquadra-se de forma integrativa na área de Medicina
de Prevenção, no formato primário que estabelece ações designadas ao desenvolvimento da saúde e bem-
estar de forma geral, no período de pré-patogênese.

A promoção da saúde e os níveis de prevenção segundo Leavell & Clark (apud DEMARZO, 2008):

PRIMÁRIA: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PROTEÇÃO


ESPECÍFICA
A questão da prevenção primária determina-se como promoção da saúde. Muitos trabalhadores de
saúde a confundem com a prevenção relacionada à proteção específica, como, por exemplo, a
imunização que confere as medidas gerais e educativas que determinam a melhoria da resistência e o
bem-estar geral dos indivíduos.

Outro exemplo de prevenção primária são os hábitos alimentares, prática de exercícios físicos,
tranquilidade, controle do estresse, redução do tabaco, redução de bebidas alcoólicas e até o não uso
de drogas ilícitas, compreendendo resistências dos agentes agressores externos.

Do mesmo modo, estão inseridas as atividades de orientação para interesses do meio-ambiente, onde
haja espaço para ocorrência no desenvolvimento oportunista de agentes etiológicos, como situações de
hábitos de higiene e condições de moradia.

SECUNDÁRIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE,


LIMITAÇÃO DA INVALIDEZ
A atenção secundária é compreendida como um sistema de cuidados em saúde, com estratégias
populacionais na estrutura e organização das práticas na trama da atenção à saúde. Como exemplo,
podemos destacar o rastreamento do câncer de colo uterino. Da mesma forma, considera ações com
indivíduos enfermos ou até mesmo os acidentados com diagnósticos confirmados, no sentido da ação
de cura ou de os manter funcionalmente sadios, impedindo complicações e mortes prematuras. Em vista
disso, mostra-se por meio das práticas clínicas de prevenção e educação em saúde, objetivando o
acolhimento e a transformação de comportamentos, como atividades físicas, mudança de hábito
alimentares, aumento da ingesta hídrica, dentre outros.

TERCIÁRIA: REABILITAÇÃO
A atenção terciária fundamenta-se no cuidado de indivíduos com resultado de doenças ou acidentes,
que visam a manutenção e a recuperação do equilíbrio funcional. Em geral, o paciente é direcionado
para este nível depois de percorrer os níveis primário ou secundário. O atendimento é extremamente
especializado aos usuários que podem estar em estado de internação, ou que necessitem de cirurgias,
ou até mesmo de exames invasivos.

Esse modelo contribuiu para destacar as ações sobre o ambiente e os estilos de vida, além de ações
clínicas, o que foi fundamental dentro do processo de transição epidemiológica vivenciado no último
século, com as doenças crônico-degenerativas ocupando um lugar de destaque. Dessa maneira, a
promoção da saúde, além de se associar a medidas preventivas, passou a englobar a promoção de
ambientes e estilos de vida saudáveis (WESTPHAL, 2006).

Fonte: Shutterstock.com

Como exemplo, temos os grandes hospitais que correspondem ao nível terciário, no qual garantem os
procedimentos para manutenção dos sinais vitais. Nesta etapa, o paciente pode ter doenças graves que
representam risco a sua vida e receber cuidados para a reabilitação.

O sistema terciário torna-se aliado a profissionais médicos e a outros que sejam responsáveis pela
urgência e emergência aos usuários. Apesar da divisão em três níveis de atenção à saúde, os recursos
tecnológicos podem ser aplicados para beneficiar todos os estágios. Ao conhecerem as características e
os desafios de cada etapa, os gestores das empresas da área da saúde conseguem estabelecer
estratégias e oferecer um atendimento de qualidade.

O MOVIMENTO MODERNO DA PROMOÇÃO DA


SAÚDE
Na década de 1970, foram averiguados os impactos dos investimentos e despesas em saúde no
desenvolvimento das melhorias dos indicadores. Foi detectado que a maioria das causas das doenças
encontram-se relacionadas ao estilo de vida e meio-ambiente. A responsabilidade da capacidade das
ações sanitárias territoriais e a capacidade de resolução dos problemas de saúde foi atribuída ao
governo.

Fonte: Shutterstock.com

Outras medidas também lhe foram atribuídas: o manejo de fatores que influenciam o meio-ambiente
como a questão da poluição do ar, eliminação de dejetos humanos e condições sanitárias públicas em
geral (WESTPHAL, 2006). A prevenção tradicional precisa estar conectada ao processo de saúde
vinculado a uma determinada doença ou até mesmo um agente ou grupo de agentes relacionado às
condições de saúde e modo de vida.

 SAIBA MAIS

Carta de Ottawa reforça o conceito ampliado de saúde e seus determinantes para além do setor saúde,
englobando conjuntamente as condições biológicas, sociais, econômicas, culturais, educacionais, políticas e
ambientais. Ficaram definidos como condições e recursos fundamentais para a saúde: paz, habitação,
educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade
(WESTPHAL, 2006).

De um ponto de vista mais moderno, apresentamos que a promoção da saúde se define como um
processo de fortalecimento e qualificação, tanto individual quanto coletivo, através dos dispositivos das
redes de atenção à saúde, tais como as escolas, igrejas, associações de moradores, entidades de
comércio e da indústria, municípios, organizações de trabalhadores, meios de comunicação, dentre
outros. Nesse sentido, há a possibilidade de monitorização dos determinantes sociais de saúde.

A promoção da saúde consiste em proporcionar às pessoas e às comunidades os meios necessários


para melhorar sua saúde e exercer um maior controle sobre ela.

A Carta de Ottawa propôs também cinco campos de ação principais para a promoção da saúde
(DEMARZO, 2008), referidos em seguida, especificamente:

ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS


SAUDÁVEIS
Tem o objetivo de reduzir as desigualdades, por via de ações sobre os determinantes sociais
relacionados aos problemas de saúde, como a questão da equidade social. As políticas públicas
saudáveis se expressam por diversas abordagens complementares, que incluem legislação, medidas
fiscais, taxações e mudanças organizacionais e, por ações coordenadas que apontam para a equidade
em saúde, a distribuição mais equitativa da renda e políticas sociais.

De acordo com os exemplos de políticas saudáveis, indicamos o Estatuto da Criança e do Adolescente e


a Política Nacional de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde.

CRIAÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À SAÚDE


A criação de ambientes favoráveis à saúde foi refletida e consolidada na Constituição Federal de 1988,
quando houve a construção de uma nova política de saúde no Brasil.
Esta política tinha olhar integral sobre o ambiente em todas as suas dimensões, onde estavam inseridos
os indivíduos e suas famílias, incentivando, desta forma, a criação de estratégias como a da Saúde da
Família, imbuídas de conceitos como multidisciplinariedade, territorialização, vinculação e
responsabilização.

REFORÇO DA AÇÃO COMUNITÁRIA


Abrange a participação social, que integra o Estado e a sociedade civil. Consta na elaboração e controle
das ações de promoção da saúde, visando o empoderamento da comunidade.

Almeja o fortalecimento das organizações comunitárias, a redistribuição de recursos, o acesso a


informações e a capacitação dos setores marginalizados do processo de tomada de decisões.

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADE PESSOAIS


Por meio de estratégias educativas, são programas de formação e atualização que capacitam os
indivíduos a participarem, criarem ambientes de apoio à promoção da saúde e desenvolverem
habilidades pessoais relacionadas à adoção de estilos de vida saudáveis.

REORIENTAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE


São os esforços para a ampliação do acesso, para a efetivação da equidade e para a adoção de ações
preventivas, através da moderna abordagem da promoção da saúde.

A promoção da saúde refere-se às ações sobre os condicionantes e determinantes sociais da saúde,


dirigidas a impactar, favoravelmente, a qualidade de vida. Por isso, caracterizam-se fundamentalmente
por uma composição intersetorial, por ações de ampliação da consciência sanitária, direitos e deveres
da cidadania, educação para a saúde, estilos de vida e aspectos comportamentais etc.

Para melhorar as condições de saúde de uma população, são necessárias mudanças profundas dos
padrões econômicos no interior dessas sociedades e intensificação de políticas sociais, que são
eminentemente públicas. Para que uma sociedade conquiste saúde para todos os seus
integrantes, é necessária ação intersetorial e políticas públicas saudáveis.

Além disso, espera-se uma série de políticas no campo da saúde para que uma sociedade alcance o
objetivo de ter pessoas saudáveis, que realizem o pleno potencial humano de longevidade com
qualidade de vida, vivendo de forma socialmente produtiva.

 RESUMINDO

É a proposta de uma nova prática sanitária interdisciplinar, que integra diferentes saberes e práticas intra e
extra setoriais, que se revestem de uma nova qualidade ao se articular e, organizadas pelo paradigma da
promoção da saúde, para o enfrentamento dos problemas existentes num território singular.
PROMOÇÃO DA SAÚDE

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PODE CONTER UNIDADES


PRESTADORAS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA.
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA QUANTO AOS TIPOS DE ATENÇÃO:

A) A vacinação pode ser classificada como um procedimento de atenção secundária, quando for
realizada no ambulatório de um hospital.

B) O trabalhador acidentado, que é atendido no pronto-socorro, utiliza o serviço de atenção secundária.

C) A amputação de uma articulação em decorrência de acidente de trabalho é considerada um


procedimento de atenção secundária.

D) A organização dos serviços de saúde pode ser dividida em diferentes níveis de atenção como o
primário, secundário e terciário. A imunização de crianças, adolescentes, adultos e idosos é considerada
um serviço de atenção primária.

E) A quimioterapia pode ser realizada em serviço de atenção primária, desde que os profissionais de
saúde sejam treinados.
2. OS NÍVEIS DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS SÃO PREVENÇÃO
PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA. O NÍVEL DE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
ABRANGE:

A) Promoção de saúde

B) Promoção específica

C) Diagnóstico precoce

D) Reabilitação

E) Princípios do SUS

GABARITO

1. A organização dos serviços de saúde pode conter unidades prestadoras de atenção primária,
secundária e terciária. Assinale a alternativa correta quanto aos tipos de atenção:

A alternativa "D " está correta.

A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados
paliativos e vigilância em saúde. É desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão
qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as
quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.

2. Os níveis de aplicação de medidas preventivas são prevenção primária, secundária e terciária.


O nível de prevenção secundária abrange:

A alternativa "C " está correta.

É feita por meio de rastreamento e exames para diagnóstico precoce da doença. No caso do câncer, se
o tumor for detectado em estágio inicial, quando, geralmente, é assintomático, tornam-se maiores as
chances de cura.

MÓDULO 3

 Identificar as ações relacionadas ao atendimento humanizado no setor de saúde


Fonte: Shutterstock.com

POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO


O conceito de humanização e da atenção à saúde está na pauta de discussões mundo afora há várias
décadas. Associado ao desenvolvimento tecnológico nos últimos anos, vem ganhando destaque na
literatura científica nacional, principalmente, nas publicações ligadas à saúde coletiva. Durante os
séculos XIX e XX, muitos avanços tecnológicos passaram a ser aplicados na área da Saúde, em todos
os níveis de atenção, seja na prevenção, no controle de comorbidades (progresso da doença) ou na
reabilitação.

A humanização do atendimento em saúde mostra-se relevante no contexto atual, uma vez que a
atenção e o atendimento no setor são baseados em princípios como:

A INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA


A EQUIDADE


A PARTICIPAÇÃO SOCIAL DO USUÁRIO

O conceito de humanização tem ocupado um lugar de destaque nas atuais propostas de reconstrução
das práticas de saúde no Brasil, no sentido de alcançar sua maior integralidade, efetividade e acesso.

No campo das políticas públicas de saúde, “humanização” diz respeito à transformação dos modelos de
atenção e de gestão nos serviços e sistemas de saúde, indicando a necessária construção de novas
relações entre usuários e trabalhadores e destes entre si.

A humanização em saúde volta-se para as práticas concretas, comprometidas com a produção de saúde
e produção de sujeitos (CAMPOS, 2000), de tal modo que atender melhor o usuário se dá em sintonia
com melhores condições de trabalho e de participação dos diferentes sujeitos implicados no processo de
produção de saúde (princípio da indissociabilidade entre atenção e gestão).

 VOCÊ SABIA

Pela orientação dos princípios da transversalidade e da indissociabilidade entre atenção e gestão, a


humanização se expressa a partir de 2003, como Política Nacional de Humanização (PNH)
(BRASIL/MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Como tal, compromete-se com a construção de uma nova relação,
seja entre as demais políticas e programas de saúde ou entre as instâncias de efetuação do Sistema Único
de Saúde (SUS).

A humanização enquanto política pública de saúde vem se afirmando, na atualidade, como criação de
espaços/tempos que alterem as formas de produzir saúde, tomando como princípios:

Fonte: Shutterstock.com

O aumento do grau de comunicação entre sujeitos e equipes.


Fonte: Shutterstock.com

A inseparabilidade entre a atenção e a gestão.

O movimento de humanização se faz com sujeitos que possam exercer sua autonomia de modo
acolhedor, corresponsável, resolutivo e da gestão compartilhada dos processos de trabalho na área de
saúde pública. Isso visa melhor assistência aos usuários e melhores condições para os trabalhadores.

 ATENÇÃO

A discrepância do conceito da palavra humanização ocupa um lugar de destaque nas atuais propostas de
reconstrução das práticas de saúde no Brasil, com o sentido de alcançar a integralidade, efetividade e acesso
do cuidado.

Na área da saúde, um grande desafio para a implementação de medidas humanizadoras no âmbito


assistencial é a sensibilização e preparação dos trabalhadores, que têm uma formação acadêmica,
fundamentalmente, tecnicista.

Para atender às novas políticas de saúde, fazem-se necessárias mudanças na formação dos recursos
humanos, adaptando-os à nova realidade do "tratar em saúde". Portanto, deve-se adotar um processo
de transformação complexo, iniciando-se durante a graduação, com a manutenção da educação
continuada, após a inserção do profissional no mercado de trabalho.
Fonte: Shutterstock.com

Diante dos inúmeros obstáculos que hoje se apresentam para a assistência à saúde no país, sejam de
ordem financeira, política, organizativa ou ética, coloca-se em pauta o fundamental debate sobre a
qualidade da assistência prestada ao paciente. Em relação à proposição da humanização como política
de saúde, também há de considerar a formação, da graduação à especialização dos profissionais, que
fazem funcionar cotidianamente os serviços de saúde.

 RECOMENDAÇÃO

É necessário que os profissionais pensem e ajam de forma a contemplar sistematicamente a humanização


das ações, desde concepção e planejamento de ações, programas ou atividades e rotinas dos serviços, até
políticas e propostas ligadas à macro gestão do sistema e serviços de saúde.

AÇÕES RELACIONADAS AO ATENDIMENTO


HUMANIZADO NO SETOR DE SAÚDE
O atendimento ao usuário, na maior parte, é ofertado nas instituições de saúde e age de forma
fragilizada e insegura, pois o acolhimento e o acesso fazem total diferença, desde uma escuta
qualificada até o primeiro contato. Por esse ponto de vista, o acolhimento de forma humanizada é que
demonstra o acesso à integralidade do cuidado, pois antecipa a combinação entre a habilitação de
forma mais técnica no tratamento e a união do desenvolvimento entre o usuário e os profissionais de
saúde, levando em consideração o vínculo mais próximo que honre as questões de respeito, cautela e
princípios morais.

 VOCÊ SABIA

O Ministério da Saúde aposta que a HumanizaSUS é uma política que engloba as diferentes formas de ações
e categorias do Sistema Único de Saúde e apresenta inúmeros níveis de dimensões do cuidado e da gestão.

A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS mostra-se pela valorização dos
pacientes, trabalhadores de saúde e gestores de saúde. Contempla a formação de princípios e de
vínculos solidários, como a formação compartilhada e de participação pública nos processos de
trabalho, com o grande objetivo da mudança do conhecimento da atenção aos usuários de saúde.

Encontram-se alguns itens evidenciados na definição do atendimento humanizado, dentre eles:

Sofrimento do paciente
Cada profissional que passa pelas instituições de saúde tem grandes dificuldades, em particular, de
apresentar empatia, e esta permite oferecer um atendimento personalizado e eficiente, sendo o
verdadeiro pilar do atendimento humanizado.

ATENDIMENTO HUMANIZADO

No setor de saúde, a humanização é essencial para aumentar a eficácia do tratamento e a


satisfação dos pacientes que, por sua vez, passam a dar mais credibilidade à instituição e,
consequentemente, indicá-la para outras pessoas.

Satisfação dos pacientes


A satisfação é composta por uma porção de ações e impressões, que começará antes mesmo do cliente
chegar ao meio hospitalar e continuará durante as consultas e exames, até o término do tratamento.

Um atendimento humanizado, focado no bem-estar do paciente e na eficácia do tratamento,


contribuirá de forma muito impactante na satisfação que ele terá com o estabelecimento. Isso fará com
que se sinta à vontade para retornar sempre que se fizer necessário, tendo a certeza de que terá uma
boa experiência, independentemente do momento em que ele possa estar sendo atendido na unidade.

ATENDIMENTO HUMANIZADO

O atendimento humanizado envolve não apenas bons profissionais, como também procedimentos,
normas, regras e infraestrutura que atendam às necessidades dos pacientes.

Com tais características, podemos destacar os pontos que devem ser apresentados aos usuários nesse
processo de atendimento:

ÉTICA PROFISSIONAL

Os profissionais na área de saúde ou em diversas áreas técnicas precisam demonstrar um cuidar ético
com respeito, tanto aos clientes, quanto aos seus familiares, sendo esta ação de extrema importância no
tratamento para a melhoria da reputação do hospital.

TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO

É indispensável que cada usuário de saúde seja acolhido e atendido de forma individual, em
concordância com a situação apresentada, tendo as suas necessidades específicas atendidas. Os
trabalhadores de saúde devem ter diálogo com o paciente para entender o que ele está sentindo e que
tipo de suporte necessita. Assim, não se deve generalizar o atendimento com base em idade ou
diagnóstico do paciente, visto que cada um terá dificuldades próprias dentro das suas limitações de
saúde e vulnerabilidade social.

EMPATIA COMO CUIDADO EM SAÚDE

Os colaboradores da unidade de saúde precisam estar capacitados para disponibilizar atenção dedicada
para cada um dos pacientes, seja ela física ou emocional. Assim, os pacientes devem ter a oportunidade
de conversar com os profissionais de saúde e expor suas preocupações ou dificuldades sem medo. A
escuta atenta e diferenciada permite um olhar mais sensível para as questões humanas, que vai além
do diagnóstico ou do tratamento em si.

RESPEITO À INTIMIDADE E ÀS DIFERENÇAS

Todo usuário de saúde terá suas próprias crenças e opiniões, além de suas características próprias,
sejam elas físicas ou de personalidade, mas, independentemente delas, todos devem ser sempre
respeitados pelos colaboradores do local, que precisam ser treinados e preparados para atender toda a
população com respeito. Abordar as diferenças é uma temática que apresenta uma vulnerabilidade e
que está presente desde o momento que o paciente entra na unidade de saúde, até a forma como a
equipe dialoga com ele, pois esta pode acidentalmente desrespeitar pacientes mesmo sem intenção.


INFRAESTRUTURA ADEQUADA

A equipe de saúde precisa apresentar formas de empatia, ter aptidão no auxílio com a máxima atenção
aos pacientes e com infraestrutura adequada, para que consigam, de fato, entregar esse atendimento
humanizado personalizado. A unidade de saúde precisa dispor de recursos físicos que permitam o
conforto de todas as necessidades diferentes que cada paciente tem. Assim, é preciso que o ambiente
de espera seja confortável e tenha suporte para o fluxo de pessoas.

Compreendemos a importância sobre o atendimento humanizado, ao passo que o tratamento seja feito
conforme expectativas e necessidades de cada indivíduo. Esse processo é caracterizado, sobretudo,
pelo bom relacionamento com o paciente. Diante disso, para que o cuidado seja efetivo e traga
resultados positivos, é necessário estabelecer uma comunicação com o paciente, além de ouvir,
compreender seus hábitos e histórico, buscando a proximidade e a confiança necessárias para realizar o
melhor tratamento.

Cercado por ações que precisam ser apresentadas no atendimento humanizado, podemos destacar:

OFERECER VÁRIOS CANAIS DE ATENDIMENTO


Seja atendimento pessoal, por telefone ou internet, cada paciente terá suas limitações, que pode
dificultar sua comunicação ou disponibilidade. Desta forma, a instituição de saúde deve, além de
oferecer canais diferenciados, ter colaboradores preparados para atender os pacientes.

Com tal característica, o usuário vivenciará de forma mais confortável com o método de contato que ele
escolher e terá um bom atendimento, o que permitirá com que ele tire todas as suas dúvidas e faça
agendamentos das consultas com os profissionais de saúde em todas as categorias e especialidades
clínicas.

EDUCAÇÃO PERMANENTE DA EQUIPE DE SAÚDE


A equipe de saúde é o principal alicerce para um atendimento humanizado. O treinamento único para a
equipe não será o suficiente para manter a qualidade do serviço oferecido. As instituições de saúde
devem conseguir apresentar melhorias constantes e manter um atendimento rápido e de qualidade,
fazendo sempre as adaptações necessárias, com atualizações e treinamentos de educação permanente
para as equipes.

REDUÇÃO NAS FILAS E TEMPO DE ESPERA


Além de ser um dos maiores problemas da situação de saúde brasileira atualmente, a fila de espera é o
primeiro contato que o paciente tem com o local, sendo o momento que ele mais precisa de atenção,
pois é quando ele ainda não recebeu o devido atendimento e não teve contato com os enfermeiros. Ter
um tempo de espera muito grande fará com que o paciente fique ansioso e cansado antes mesmo de
receber o tratamento, além de afetar a imagem do serviço, que passará a impressão de não se importar
com os pacientes.

ACOMPANHAMENTO DOS FAMILIARES


Os estabelecimentos que atuam com a situação de saúde e o tratamento de clientes, em momentos
sensíveis e delicados, precisam ter uma estrutura organizacional necessária para permitir o
acompanhamento dos familiares com os pacientes.

GARANTIR QUE OS DIREITOS DOS PACIENTES SEJAM


ASSEGURADOS
É de extrema importância que todos os direitos dos usuários sejam uma preocupação constante nas
unidades, garantindo que eles serão assegurados e respeitados. Contudo, caso algum direito for
infringido, o local precisa ter as políticas necessárias para que os colaboradores saibam como agir na
situação e quais as medidas que devem ser tomadas para que não haja mais problemas.

FACILITAR E AMPLIAR O ACESSO À INFORMAÇÃO PARA


OS PACIENTES
A possibilidade de oferecer acesso fácil às informações dos pacientes, como endereço e horários de
atendimento, dados do seu tratamento, agendamentos, cuidados necessários ou até mesmo resultados
de exames, evita que uma simples dúvida possa se tornar um contratempo no tratamento do paciente.

PROMOVER A COMUNICAÇÃO CLARA COM OS


COLABORADORES
O meio hospitalar precisa adotar o posicionamento de um atendimento humanizado para sua equipe
automaticamente, pois esta precisa ser comunicada dos novos valores da instituição e preparada para
as novas métricas de eficiência e bom atendimento que serão implementadas. Assim como a gestão
deve fazer a comunicação, também deve estar aberta a ouvir os colaboradores, para entender as
dificuldades que estão tendo em implementar as novas diretrizes e o quanto se sentem confortáveis e
confiantes com o novo modelo de trabalho.

BUSCA POR MELHORIAS CONSTANTES


A utilização de sistemas informatizados, por exemplo, facilita a organização e o acesso dos dados, além
de viabilizar um atendimento mais eficiente. Nesse contexto, a tecnologia contribui significativamente
para a melhoria do processo. Independentemente de quão avançados sejam os recursos presentes na
prestação dos serviços, os princípios de relações humanas e valores, como ética, empatia,
solidariedade, respeito e compreensão, devem ser manifestados na relação com os usuários. Por essa
razão, é evidente que o atendimento humanizado é um importante diferenciador para as empresas do
setor da saúde, além de ser uma necessidade. Essa ação gera diversos benefícios, como fidelização e
confiança do paciente, equipe mais satisfeita e engajada, atendimento pautado na ética e otimização do
serviço. Ademais, a integração entre os profissionais e os pacientes gera um vínculo que proporciona,
automaticamente, mais eficácia no cuidado aos usuários.

Alguns benefícios que podemos destacar em adotar essa prática são:

Fidelização e confiança do paciente


Como já foi mencionado anteriormente, o atendimento humanizado tem um importante papel na
lealdade do cliente, que estará disposto a voltar a unidade se estiver satisfeito com o local e tiver
confiança nas pessoas que trabalham lá, pois verá o quanto isso contribui para o seu bem-estar e a
eficácia do tratamento.
Satisfação e engajamento da equipe
O engajamento pode ser definido de diversas formas, mas talvez a mais significativa seja aquela que
mostra a identificação do colaborador com os valores e objetivos do hospital. Quando isso acontece, o
funcionário cria uma ligação afetiva com a empresa, o que o leva a empregar um alto índice de energia
na realização de suas tarefas.

O profissional engajado é aquele que se sente realizado no exercício de suas atividades e atribuições,
sendo compatível com sua visão de propósito pessoal e, por isso, garante um significado especial a sua
vida, seguido por grande entusiasmo, comprometimento e resiliência, levando a resultados expressivos.

Imagem do local
O atendimento humanizado ajuda a melhorar a percepção que o cliente tem da unidade, além de
mostrar que aquela é uma empresa que preza pela saúde e bem-estar do paciente e, por isso, faz com
que a percepção da clientela seja positiva, tornando-se uma referência e atraindo mais clientes que
buscam um bom atendimento.
Eficácia do tratamento
A eficácia do tratamento é maior quando o atendimento é humanizado, pela situação psicológica em que
o paciente se encontra naquele momento delicado. Enquanto ele está sensível e possivelmente
assustado, necessita receber atenção e dedicação dos profissionais de saúde, sendo de extrema
importância a confiança no tratamento, facilitando os resultados.

ATENDIMENTO HUMANIZADO

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O ATENDIMENTO HUMANIZADO NÃO ACONTECE QUANDO HÁ:

A) Ética profissional.

B) Ausência de tratamento individualizado.

C) Cuidado realizado com empatia, atenção e acolhimento integral.

D) Escuta atenta e diferenciada, com olhar sensível para as questões humanas.

E) Respeito à intimidade e às diferenças..

2. SOBRE AS FINALIDADES DA POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À


SAÚDE, ANALISE AS AFIRMATIVAS ABAIXO:

I. A FRAGMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE TRABALHO PARA SE EVITAR O


ESGARÇAMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE OS DIFERENTES PROFISSIONAIS DA
SAÚDE E ENTRE ESTES E OS USUÁRIOS.
II. REVERSÃO DO QUADRO DE MECANICISMO, AUTOMATISMO OU TECNICISMO
DO PROCESSO DE TRABALHO A PARTIR DO INVESTIMENTO NA CONSTRUÇÃO
DE UM NOVO TIPO DE INTERAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES ATORES
ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DE SAÚDE.
III. BUSCA DA PARTICIPAÇÃO COLETIVA NO PROCESSO DE GESTÃO, COM
VISTAS AO DESENVOLVIMENTO DE CORRESPONSABILIDADES, AO
ESTABELECIMENTO DE VÍNCULOS SOLIDÁRIOS, À INDISSOCIABILIDADE
ENTRE ATENÇÃO E GESTÃO E AO FORTALECIMENTO DO SUS.

ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.

A) Somente I está correta.

B) Somente I e II estão corretas.

C) Somente I e III estão incorretas.

D) Somente II e III estão corretas.

E) Somente I, II e III estão corretas.

GABARITO

1. O atendimento humanizado não acontece quando há:


A alternativa "B " está correta.

De acordo com o Ministério da Saúde, a humanização da saúde deve permanecer como uma diretriz
transversal que favoreça a troca de saberes, diálogo entre profissionais, trabalho em equipe e
consideração aos desejos e interesses dos diferentes protagonistas do campo da saúde. Oferecer uma
assistência mais humana implica no aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde,
assim como exige mudanças na cultura de atenção aos pacientes e gestão dos processos de trabalho.

2. Sobre as finalidades da Política de Humanização da Atenção à Saúde, analise as afirmativas


abaixo:

I. A fragmentação dos processos de trabalho para se evitar o esgarçamento das relações entre os
diferentes profissionais da saúde e entre estes e os usuários.
II. Reversão do quadro de mecanicismo, automatismo ou tecnicismo do processo de trabalho a
partir do investimento na construção de um novo tipo de interação entre os diferentes atores
envolvidos na produção de saúde.
III. Busca da participação coletiva no processo de gestão, com vistas ao desenvolvimento de
corresponsabilidades, ao estabelecimento de vínculos solidários, à indissociabilidade entre
atenção e gestão e ao fortalecimento do SUS.

Assinale a alternativa CORRETA.

A alternativa "D " está correta.

Uma das finalidades da Política de Humanização de Atenção à Saúde é a desfragmentação dos


processos de trabalho para se evitar o esgarçamento (a separação) das relações entre os diferentes
profissionais da saúde e entre estes e os usuários.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, nota-se que a relação paciente-família-equipe é um trinômio muito importante quanto
à qualidade do tratamento técnico que é oferecido. Assim, por essas e outras situações, o atendimento
humanizado deve estar sempre presente nas instituições de saúde, tanto na área pública, quanto na
privada.

Considera-se a importância de caracterizar e diferenciar os conceitos-chave da educação em saúde e


educação na saúde, na medida em que são atividades fundamentais dentro dessa área. Apesar das
diferenças dos termos, os profissionais de saúde precisam refletir sobre a conexões apresentadas para
a área.

Na educação em saúde, deve ser enfatizada a educação popular em saúde, que valoriza os saberes, o
conhecimento prévio da população e não somente o conhecimento científico. Na educação na saúde,
deve ser enfatizada a educação permanente em saúde, de maneira a buscar, nas lacunas de
conhecimento dos profissionais, ações direcionadas à qualificação dos processos de trabalho,
considerando as especificidades locais e as necessidades do trabalho real.

As concepções e prática de saúde humanizada são ações baseadas nas necessidades da população
com o incentivo e o desenvolvimento de cuidados voltados para os pacientes/clientes. É fundamental
que os usuários atuem como protagonistas dos processos que envolvam a formulação e a
implementação das ações.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. J. Apresentação. In: MOYSÉS, Maria Aparecida Affonso. Fracasso escolar: uma
questão médica? São Paulo: Cortez, 1986.

ALVES, G. G.; AERTS, D. As práticas educativas em saúde e a Estratégia Saúde da Família. Ciênc.
saúde coletiva. v. 16, n. 1, p. 319-325. Rio de Janeiro, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual. Brasília: MS, 2006.

CAMPOS, G. W. Um Método para Análise e Cogestão dos Coletivos: a construção do sujeito, a


produção de valor de uso e a democracia em instituições – o método da roda. São Paulo: Hucitec,
2000.

DEMARZO, M. M. P.; AQUILANTE, A. G. Saúde escolar e escolas promotoras de saúde. In:


Programa de Atualização em Medicina de Família e Comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2008.

FERREIRA, A. B. de H. Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

GOMES, L.B, MERHY, E.E. Compreendendo a educação popular em saúde: um estudo na


literatura brasileira. Caderno de Saúde Pública 2011; 27(1):7-18.

LOBATO, M. Urupês. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2017.

PAIM, JS. Vigilância da Saúde: dos modelos assistenciais para a promoção da saúde. In: CZERESNIA,
D.; FREITAS, C. M. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz,
2003.

PEIXOTO, L. S. et al. Ver. Enfermería Global, 2013.

WESTPHAL, M. F. Promoção da saúde e prevenção de doenças. In: CAMPOS, G. W. S. et al. Tratado


de saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 2006.

EXPLORE+
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema:

Leia:

Sobre a Educação na Saúde, no artigo: A Educação permanente, continuada e em serviço:


desvendando seus conceitos, de Sardinha Peixoto, Leticia, Cuzatis Gonçalves, Ludmila Dutra
Da Costa, Tiago Tavares, Claudia Mara de Melo, Dantas Cavalcanti, Ana Carla, Antunes Cortez,
Elaine.

Sobre a Política Nacional de Humanização, no artigo: O conceito de humanização na Política


Nacional de Humanização (PNH), de L. A. Souza e V. L. F Mendes.

Navegue:

Pelo Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual, em Saúde, do site do Ministério da Saúde.


Pesquise:

Sobre o filme Jeca Tatu – Sanitarismo.

Sobre a Educação popular e os movimentos sociais de Paulo Freire.

Veja no YouTube:

Educação Permanente, criado pelo Núcleo de Educação Permanente e Humanização (NEPH) do


Departamento Regional de Saúde (DRS XIII), de Ribeirão Preto.

Pactos pela saúde, disponibilizado em 2006.

Há 70 anos: adotada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, disponível no canal ONU
Brasil.

CONTEUDISTA
Lidiane Dias Reis

 CURRÍCULO LATTES

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