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Apresentação das diferenças entre educação em saúde e educação na saúde, com foco na educação
permanente e continuada, através da abordagem da Política de Promoção de Saúde, voltada ao
atendimento humanizado nas unidades.
PROPÓSITO
Compreender as diferenças entre educação na saúde e educação em saúde, com o objetivo de envolver
os profissionais na discussão de práticas de promoção de saúde e prevenção de doenças,
desenvolvendo habilidades para o atendimento humanizado.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar conceitos sobre a promoção da educação permanente e continuada e suas interfaces na
educação em saúde e a educação na saúde
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
E promoção da saúde?
Vamos ao dicionário:
Prevenir quer dizer...
(ALMEIDA, 1986).
A prevenção em saúde tem como alicerce o entendimento sobre a epidemiologia, que objetiva monitorar
a contaminação das doenças infecciosas e a redução dos riscos de doenças degenerativas e agudas,
por intermédio de ações prematuras que converteriam o hipotético progresso das doenças. Dessa
forma, fundamenta-se na propagação das informações científicas e nos ensinamentos sobre a questão
dos hábitos de vida e comportamentos sociais.
E promoção da saúde?
O que podemos refletir sobre esse pensamento?
REFLEXÃO
Diferentemente da concepção de prevenção de doenças, que se caracterizava pelo forte apelo médico,
a concepção de promoção da saúde não se restringe somente aos procedimentos médicos, uma vez
que concebe a saúde como uma produção social.
Prevenção de doenças
Promoção da saúde
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
O Ministério da Saúde delineia a questão da educação em saúde, visto que:
(BRASIL, 2006).
Fonte: Shutterstock.com
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A população, que necessita construir sua sapiência e ter autossuficiência nos cuidados de forma
integral, tanto individual como coletivamente.
O tema deste módulo norteia a atuação nas práticas de educação em saúde, que são intrínsecos ao
trabalho em saúde. Entretanto, sistematicamente, essas práticas estão colocadas em menor plano na
organização e planejamento, tanto no desempenho, quanto no gerenciamento das ações de cuidado em
saúde.
VOCÊ SABIA
A expressão educação em saúde é utilizada desde o início do século XX, para melhor entendimento na
compreensão da narrativa da Saúde Pública no Brasil e por ter ocorrido a ampliação da medicina preventiva
em algumas regiões do país.
A partir de 1940, o Serviço Especial de Saúde Pública passou a divulgar as ações estratégicas de
educação em saúde despótica (Arbitrária) . Agia de forma mecanicista, na qual a população era
observada e zelada de forma passiva, sendo incapaz de ser proativa nas ações voltadas para área
estatal, que eram organizadas pelas campanhas sanitárias. De outro modo, visualizamos a educação
em saúde como uma série de atividades alinhadas no formato de informação, com o propósito de
modificar os hábitos de vida, posicionando o sujeito como o protagonista da modificação de sua própria
saúde.
Um trabalho realizado por Alves e Aerts (2011) afirma que, com o apogeu do paradigma cartesiano e da
medicina científica, as responsabilidades referentes às ações de educação em saúde foram divididas
entre trabalhadores da saúde e da educação.
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Aos trabalhadores da saúde cabia desenvolver os conhecimentos científicos capazes de intervir sobre
a doença, diagnosticando-a e tratando-a o mais rapidamente possível.
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COMENTÁRIO
Essa lógica, além de fragmentar o conhecimento, não levava em consideração os problemas cotidianos
vivenciados pela população.
Atualmente, o termo “educação e saúde” utilizado como sinônimo de educação em saúde, pode ter se
originado dessa prática. Isso indica um paralelismo entre as duas áreas, com separação explícita dos
seus instrumentos de trabalho:
A educação
Ocupando-se dos métodos pedagógicos para transformar comportamentos.
A saúde
Encarregando-se dos conhecimentos científicos capazes de intervir sobre as doenças.
EXEMPLO
Um exemplo disso foram as práticas de educação em saúde no período da obra do escritor infanto-juvenil
Monteiro Lobato, que produziu o livro Urupês, em 1918 (LOBATO, 2017). O personagem conhecido como
Jeca Tatu é um trabalhador rural do Vale do Paraíba (SP), um caboclo que sofria de amarelão. Essa doença,
posteriormente, foi diagnosticada como ancilostomose ou ancilostomíase.
Na época, ocorriam as grandes campanhas sanitárias que utilizavam a ilustração do personagem, sugerindo
que as origens dos problemas de saúde referiam-se a uma situação individual, não conjecturando os dilemas
sanitários de maneira crítica com base nas mudanças coletivas da sociedade.
O progresso da educação sanitária que se iniciou nos Estados Unidos apresentou a educação em saúde
relacionada à coletividade. Levou em consideração as ações de prevenção de doenças e, desta forma,
salientou a propagação do saber no período.
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Apesar de ser realizado de forma intensa, como na ocorrência das campanhas sanitárias brasileiras, o
ponto de vista não contemplava a dimensão histórico-social no processo saúde e doença. No Brasil, a
expressão ainda é utilizada como sinônimo de educação em saúde, preservando o significado de
práticas educativas verticalizadas (Hierarquizada) .
Outro termo corriqueiro utilizado nos dias de hoje, nos serviços de saúde, é a educação para a saúde.
Essa vertente acredita em um ponto de vista mais verticalizado em relação aos métodos e práticas
educativas. Nessa perspectiva, a equipe de saúde dedica-se a informar uma população
insipiente (Ignorante) sobre mudanças de hábitos de vida com o propósito de aprimorar a saúde
individual e coletiva.
Inúmeras atividades educativas são realizadas nos serviços de saúde com o conhecimento e
participação da comunidade. Apresenta-se na oratória de variados gestores e profissionais de saúde, e
até mesmo educadores, com as recomendações dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS). Nos movimentos sociais da década de 1960, que têm como exemplo o Movimento de Educação
Popular, foi motivado o campo das práticas de educação em saúde, agregando a atuação e o saber
popular destinados a processos educativos igualitários.
Um exemplo dessa atuação foi o Movimento de Educação Popular em Saúde, que se formou em 1980.
Através de ponderação, houve a construção do pensamento ativista em inúmeras organizações geradas
no decorrer dos tempos.
VOCÊ SABIA
A questão da educação popular em saúde surgiu como uma mudança histórica. Inicialmente, era proposta
por profissionais de saúde desgostosos com as práticas entediantes e mecanicistas dos serviços da área,
que não acolhia as classes necessitadas da população brasileira.
Dessa maneira, considera-se que a educação popular em saúde estabelece uma estratégia de
confrontação com os problemas de saúde.
Essa estratégia se consolida em investigar os movimentos sociais, gerando vínculos por meio de
atitudes médicas e reflexão do dia a dia da população.
SAÚDE COMO AÇÃO SOCIAL E GLOBAL
ATOR PRINCIPAL:
O SISTEMA ÉTICO-POLÍTICO
Atualmente, a educação popular em saúde continua sendo um desafio aos gestores e profissionais na
busca por práticas integrais. Essas práticas devem ser:
&
ATENÇÃO
Para promover a educação em saúde, também é necessário que ocorra a educação voltada para os
profissionais de saúde, ou seja, educação na saúde.
EDUCAÇÃO NA SAÚDE
De acordo com o Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual em Saúde, a educação na saúde baseia-se
na produção e organização de conhecimentos referentes à construção e à evolução para atuação em
saúde, envolvendo práticas de ensino, procedimentos didáticos e instrução curricular.
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EDUCAÇÃO CONTINUADA
A educação continuada abrange o ensino posterior à graduação, no qual possui período definido,
empregando a metodologia tradicional, como, por exemplo, as pós-graduações. A educação permanente
organiza-se fundamentada em dois componentes: as dificuldades do processo e o método analítico
incorporado ao processo de trabalho.
A educação continuada, em concordância com o Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual em Saúde,
equivale ao processo de alcançar, de forma contínua e cumulativa, conhecimentos técnico-científicos
pelo trabalhador de saúde. Esse processo é realizado através da escolarização formal, de habilidades
laborais e de atuação no domínio institucional ou até mesmo fora dele.
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A educação continuada identifica a evolução de equipes qualificadas, por alternativas educacionais mais
alinhadas, promovendo cursos às categorias. Isso pode ser feito por meio de publicações intrínsecas
combinadas às práticas profissionais.
EDUCAÇÃO PERMANENTE
Até mesmo a educação permanente apresenta ações de educação em saúde, apoiadas na
problematização da situação do trabalho na área. As ações possuem finalidade de modificações das
habilidades profissionais e da particular organização do trabalho, tornando apropriadas, como referência,
as necessidades básicas de saúde da população e do sujeito, de forma individual ou coletiva.
ATENÇÃO
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DE ACORDO COM OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS NESTE MÓDULO E
COM A CRESCENTE MUDANÇA NO CENÁRIO DO MERCADO DE TRABALHO, AS
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL SOFRERAM MODIFICAÇÃO E,
ATUALMENTE, A NECESSIDADE DE AQUISIÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS
E HABILIDADES PELO TRABALHADOR É UMA EXIGÊNCIA PARA AS
ORGANIZAÇÕES. NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE, ESSAS POLÍTICAS SURGEM
POR MEIO DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE. SOBRE
EDUCAÇÃO PERMANENTE, AFIRMA-SE:
ESTÃO CORRETAS:
D) Somente as afirmativas I, II e IV
A) Até os dias de hoje, a educação em saúde no Brasil é basicamente uma iniciativa das elites políticas
e econômicas e, portanto, subordinada aos seus interesses.
D) A educação em saúde visa criar sujeitos subalternos educados: sujeitos limpos, polidos,
alfabetizados, bebendo água fervida, comendo farinha de soja e defecando em fossas sépticas,
independentemente da conquista de sua liberdade e de seus direitos.
E) As práticas de educação em saúde têm como objetivo principal a inserção de um técnico nas
pequenas comunidades periféricas, identificando lideranças e problemas mobilizadores.
GABARITO
Estão CORRETAS:
MÓDULO 2
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A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que foi realizada em Ottawa, Canadá,
em novembro de 1986, apresentou sua Carta de Intenções, que, seguramente, ajudou para se atingir
“saúde para todos”, no ano 2000 e subsequentes. Esta Conferência foi, antes de tudo, uma resposta às
crescentes expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vem ocorrendo em todo o mundo.
As discussões localizaram-se, principalmente, nas necessidades em saúde nos países industrializados,
embora tenham levado em conta deficiências semelhantes de outras regiões do globo.
As discussões foram baseadas nos progressos alcançados com a Declaração de Alma Ata para os
Cuidados Primários em Saúde, com o documento da OMS sobre “Saúde Para Todos”, assim como com
o debate ocorrido na Assembleia Mundial da Saúde sobre as ações intersetoriais necessárias para a
área.
Envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas, no sentido de reforçar o SUS
como política de Estado mais do que política de governos e de defender, vigorosamente, os princípios
basilares dessa política pública, inscritos na Constituição Federal.
A solidificação desse Pacto passa por um movimento político na área de saúde, por meio de ações
estratégicas de mobilização social que envolve a sociedade brasileira e ultrapassa os limites do setor de
saúde.
PACTO DE GESTÃO
COMENTÁRIO
Este pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país continental e com muitas diferenças e
iniquidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais, é necessário avançar na regionalização e
descentralização do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as
singularidades regionais.
Fonte: EnsineMe
ATENÇÃO
Salienta-se que o Pacto pela Vida constitui uma série de compromissos sanitários que deverão se tornar
prioridades inequívocas dos três entes federativos, com definição das responsabilidades de cada um.
COM ÊNFASE
• No fortalecimento e na qualificação estratégica da Saúde da Família.
• Na promoção, informação e educação em saúde com ênfase na promoção de atividade física, de
hábitos saudáveis de alimentação e vida e controle do tabagismo.
• No controle do uso abusivo de bebida alcoólica.
• Cuidados especiais voltados ao processo de envelhecimento.
O maior desafio da questão para o gestor federal do SUS consiste em propor uma política transversal,
integrada e intersetorial, que promova o diálogo entre as diversas áreas do segmento sanitário, os
outros setores do Governo, os privados e não governamentais e a sociedade, compondo redes de
compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos sejam
partícipes no cuidado com a saúde.
Nas últimas décadas, torna-se mais importante o cuidar para a redução de vulnerabilidades, desde o
adoecer até as questões de incapacidade, de sofrimento crônico e de morte prematura na população.
VOCÊ SABIA
A definição de saúde resulta em inúmeros fatores, pois reafirma que é um direito de todos os cidadãos e um
dever do Estado, garantidos mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução dos riscos de
adoecer e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os
aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento em nosso país.
Podemos destacar aspectos que potencializam formas mais amplas de intervir em saúde:
Violência
Saneamento básico
Acesso à educação
Fome
Urbanização desordenada
Com referência ao modelo da história natural da doença, que surgiu na década de 1960, com os autores
Leavell & Clark (apud DEMARZO, 2008), os níveis de prevenção são:
Prevenção primária
Prevenção secundária
Prevenção terciária
ATENÇÃO
Nessa referência, a questão da promoção da saúde enquadra-se de forma integrativa na área de Medicina
de Prevenção, no formato primário que estabelece ações designadas ao desenvolvimento da saúde e bem-
estar de forma geral, no período de pré-patogênese.
A promoção da saúde e os níveis de prevenção segundo Leavell & Clark (apud DEMARZO, 2008):
Outro exemplo de prevenção primária são os hábitos alimentares, prática de exercícios físicos,
tranquilidade, controle do estresse, redução do tabaco, redução de bebidas alcoólicas e até o não uso
de drogas ilícitas, compreendendo resistências dos agentes agressores externos.
Do mesmo modo, estão inseridas as atividades de orientação para interesses do meio-ambiente, onde
haja espaço para ocorrência no desenvolvimento oportunista de agentes etiológicos, como situações de
hábitos de higiene e condições de moradia.
TERCIÁRIA: REABILITAÇÃO
A atenção terciária fundamenta-se no cuidado de indivíduos com resultado de doenças ou acidentes,
que visam a manutenção e a recuperação do equilíbrio funcional. Em geral, o paciente é direcionado
para este nível depois de percorrer os níveis primário ou secundário. O atendimento é extremamente
especializado aos usuários que podem estar em estado de internação, ou que necessitem de cirurgias,
ou até mesmo de exames invasivos.
Esse modelo contribuiu para destacar as ações sobre o ambiente e os estilos de vida, além de ações
clínicas, o que foi fundamental dentro do processo de transição epidemiológica vivenciado no último
século, com as doenças crônico-degenerativas ocupando um lugar de destaque. Dessa maneira, a
promoção da saúde, além de se associar a medidas preventivas, passou a englobar a promoção de
ambientes e estilos de vida saudáveis (WESTPHAL, 2006).
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Como exemplo, temos os grandes hospitais que correspondem ao nível terciário, no qual garantem os
procedimentos para manutenção dos sinais vitais. Nesta etapa, o paciente pode ter doenças graves que
representam risco a sua vida e receber cuidados para a reabilitação.
O sistema terciário torna-se aliado a profissionais médicos e a outros que sejam responsáveis pela
urgência e emergência aos usuários. Apesar da divisão em três níveis de atenção à saúde, os recursos
tecnológicos podem ser aplicados para beneficiar todos os estágios. Ao conhecerem as características e
os desafios de cada etapa, os gestores das empresas da área da saúde conseguem estabelecer
estratégias e oferecer um atendimento de qualidade.
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Outras medidas também lhe foram atribuídas: o manejo de fatores que influenciam o meio-ambiente
como a questão da poluição do ar, eliminação de dejetos humanos e condições sanitárias públicas em
geral (WESTPHAL, 2006). A prevenção tradicional precisa estar conectada ao processo de saúde
vinculado a uma determinada doença ou até mesmo um agente ou grupo de agentes relacionado às
condições de saúde e modo de vida.
SAIBA MAIS
Carta de Ottawa reforça o conceito ampliado de saúde e seus determinantes para além do setor saúde,
englobando conjuntamente as condições biológicas, sociais, econômicas, culturais, educacionais, políticas e
ambientais. Ficaram definidos como condições e recursos fundamentais para a saúde: paz, habitação,
educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade
(WESTPHAL, 2006).
De um ponto de vista mais moderno, apresentamos que a promoção da saúde se define como um
processo de fortalecimento e qualificação, tanto individual quanto coletivo, através dos dispositivos das
redes de atenção à saúde, tais como as escolas, igrejas, associações de moradores, entidades de
comércio e da indústria, municípios, organizações de trabalhadores, meios de comunicação, dentre
outros. Nesse sentido, há a possibilidade de monitorização dos determinantes sociais de saúde.
A Carta de Ottawa propôs também cinco campos de ação principais para a promoção da saúde
(DEMARZO, 2008), referidos em seguida, especificamente:
Para melhorar as condições de saúde de uma população, são necessárias mudanças profundas dos
padrões econômicos no interior dessas sociedades e intensificação de políticas sociais, que são
eminentemente públicas. Para que uma sociedade conquiste saúde para todos os seus
integrantes, é necessária ação intersetorial e políticas públicas saudáveis.
Além disso, espera-se uma série de políticas no campo da saúde para que uma sociedade alcance o
objetivo de ter pessoas saudáveis, que realizem o pleno potencial humano de longevidade com
qualidade de vida, vivendo de forma socialmente produtiva.
RESUMINDO
É a proposta de uma nova prática sanitária interdisciplinar, que integra diferentes saberes e práticas intra e
extra setoriais, que se revestem de uma nova qualidade ao se articular e, organizadas pelo paradigma da
promoção da saúde, para o enfrentamento dos problemas existentes num território singular.
PROMOÇÃO DA SAÚDE
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) A vacinação pode ser classificada como um procedimento de atenção secundária, quando for
realizada no ambulatório de um hospital.
D) A organização dos serviços de saúde pode ser dividida em diferentes níveis de atenção como o
primário, secundário e terciário. A imunização de crianças, adolescentes, adultos e idosos é considerada
um serviço de atenção primária.
E) A quimioterapia pode ser realizada em serviço de atenção primária, desde que os profissionais de
saúde sejam treinados.
2. OS NÍVEIS DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS SÃO PREVENÇÃO
PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA. O NÍVEL DE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
ABRANGE:
A) Promoção de saúde
B) Promoção específica
C) Diagnóstico precoce
D) Reabilitação
E) Princípios do SUS
GABARITO
1. A organização dos serviços de saúde pode conter unidades prestadoras de atenção primária,
secundária e terciária. Assinale a alternativa correta quanto aos tipos de atenção:
A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados
paliativos e vigilância em saúde. É desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão
qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as
quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
É feita por meio de rastreamento e exames para diagnóstico precoce da doença. No caso do câncer, se
o tumor for detectado em estágio inicial, quando, geralmente, é assintomático, tornam-se maiores as
chances de cura.
MÓDULO 3
A humanização do atendimento em saúde mostra-se relevante no contexto atual, uma vez que a
atenção e o atendimento no setor são baseados em princípios como:
A INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA
A EQUIDADE
A PARTICIPAÇÃO SOCIAL DO USUÁRIO
O conceito de humanização tem ocupado um lugar de destaque nas atuais propostas de reconstrução
das práticas de saúde no Brasil, no sentido de alcançar sua maior integralidade, efetividade e acesso.
No campo das políticas públicas de saúde, “humanização” diz respeito à transformação dos modelos de
atenção e de gestão nos serviços e sistemas de saúde, indicando a necessária construção de novas
relações entre usuários e trabalhadores e destes entre si.
A humanização em saúde volta-se para as práticas concretas, comprometidas com a produção de saúde
e produção de sujeitos (CAMPOS, 2000), de tal modo que atender melhor o usuário se dá em sintonia
com melhores condições de trabalho e de participação dos diferentes sujeitos implicados no processo de
produção de saúde (princípio da indissociabilidade entre atenção e gestão).
VOCÊ SABIA
A humanização enquanto política pública de saúde vem se afirmando, na atualidade, como criação de
espaços/tempos que alterem as formas de produzir saúde, tomando como princípios:
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O movimento de humanização se faz com sujeitos que possam exercer sua autonomia de modo
acolhedor, corresponsável, resolutivo e da gestão compartilhada dos processos de trabalho na área de
saúde pública. Isso visa melhor assistência aos usuários e melhores condições para os trabalhadores.
ATENÇÃO
A discrepância do conceito da palavra humanização ocupa um lugar de destaque nas atuais propostas de
reconstrução das práticas de saúde no Brasil, com o sentido de alcançar a integralidade, efetividade e acesso
do cuidado.
Para atender às novas políticas de saúde, fazem-se necessárias mudanças na formação dos recursos
humanos, adaptando-os à nova realidade do "tratar em saúde". Portanto, deve-se adotar um processo
de transformação complexo, iniciando-se durante a graduação, com a manutenção da educação
continuada, após a inserção do profissional no mercado de trabalho.
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Diante dos inúmeros obstáculos que hoje se apresentam para a assistência à saúde no país, sejam de
ordem financeira, política, organizativa ou ética, coloca-se em pauta o fundamental debate sobre a
qualidade da assistência prestada ao paciente. Em relação à proposição da humanização como política
de saúde, também há de considerar a formação, da graduação à especialização dos profissionais, que
fazem funcionar cotidianamente os serviços de saúde.
RECOMENDAÇÃO
VOCÊ SABIA
O Ministério da Saúde aposta que a HumanizaSUS é uma política que engloba as diferentes formas de ações
e categorias do Sistema Único de Saúde e apresenta inúmeros níveis de dimensões do cuidado e da gestão.
A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS mostra-se pela valorização dos
pacientes, trabalhadores de saúde e gestores de saúde. Contempla a formação de princípios e de
vínculos solidários, como a formação compartilhada e de participação pública nos processos de
trabalho, com o grande objetivo da mudança do conhecimento da atenção aos usuários de saúde.
Sofrimento do paciente
Cada profissional que passa pelas instituições de saúde tem grandes dificuldades, em particular, de
apresentar empatia, e esta permite oferecer um atendimento personalizado e eficiente, sendo o
verdadeiro pilar do atendimento humanizado.
ATENDIMENTO HUMANIZADO
ATENDIMENTO HUMANIZADO
O atendimento humanizado envolve não apenas bons profissionais, como também procedimentos,
normas, regras e infraestrutura que atendam às necessidades dos pacientes.
Com tais características, podemos destacar os pontos que devem ser apresentados aos usuários nesse
processo de atendimento:
ÉTICA PROFISSIONAL
Os profissionais na área de saúde ou em diversas áreas técnicas precisam demonstrar um cuidar ético
com respeito, tanto aos clientes, quanto aos seus familiares, sendo esta ação de extrema importância no
tratamento para a melhoria da reputação do hospital.
TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO
É indispensável que cada usuário de saúde seja acolhido e atendido de forma individual, em
concordância com a situação apresentada, tendo as suas necessidades específicas atendidas. Os
trabalhadores de saúde devem ter diálogo com o paciente para entender o que ele está sentindo e que
tipo de suporte necessita. Assim, não se deve generalizar o atendimento com base em idade ou
diagnóstico do paciente, visto que cada um terá dificuldades próprias dentro das suas limitações de
saúde e vulnerabilidade social.
Os colaboradores da unidade de saúde precisam estar capacitados para disponibilizar atenção dedicada
para cada um dos pacientes, seja ela física ou emocional. Assim, os pacientes devem ter a oportunidade
de conversar com os profissionais de saúde e expor suas preocupações ou dificuldades sem medo. A
escuta atenta e diferenciada permite um olhar mais sensível para as questões humanas, que vai além
do diagnóstico ou do tratamento em si.
Todo usuário de saúde terá suas próprias crenças e opiniões, além de suas características próprias,
sejam elas físicas ou de personalidade, mas, independentemente delas, todos devem ser sempre
respeitados pelos colaboradores do local, que precisam ser treinados e preparados para atender toda a
população com respeito. Abordar as diferenças é uma temática que apresenta uma vulnerabilidade e
que está presente desde o momento que o paciente entra na unidade de saúde, até a forma como a
equipe dialoga com ele, pois esta pode acidentalmente desrespeitar pacientes mesmo sem intenção.
INFRAESTRUTURA ADEQUADA
A equipe de saúde precisa apresentar formas de empatia, ter aptidão no auxílio com a máxima atenção
aos pacientes e com infraestrutura adequada, para que consigam, de fato, entregar esse atendimento
humanizado personalizado. A unidade de saúde precisa dispor de recursos físicos que permitam o
conforto de todas as necessidades diferentes que cada paciente tem. Assim, é preciso que o ambiente
de espera seja confortável e tenha suporte para o fluxo de pessoas.
Compreendemos a importância sobre o atendimento humanizado, ao passo que o tratamento seja feito
conforme expectativas e necessidades de cada indivíduo. Esse processo é caracterizado, sobretudo,
pelo bom relacionamento com o paciente. Diante disso, para que o cuidado seja efetivo e traga
resultados positivos, é necessário estabelecer uma comunicação com o paciente, além de ouvir,
compreender seus hábitos e histórico, buscando a proximidade e a confiança necessárias para realizar o
melhor tratamento.
Cercado por ações que precisam ser apresentadas no atendimento humanizado, podemos destacar:
Com tal característica, o usuário vivenciará de forma mais confortável com o método de contato que ele
escolher e terá um bom atendimento, o que permitirá com que ele tire todas as suas dúvidas e faça
agendamentos das consultas com os profissionais de saúde em todas as categorias e especialidades
clínicas.
O profissional engajado é aquele que se sente realizado no exercício de suas atividades e atribuições,
sendo compatível com sua visão de propósito pessoal e, por isso, garante um significado especial a sua
vida, seguido por grande entusiasmo, comprometimento e resiliência, levando a resultados expressivos.
Imagem do local
O atendimento humanizado ajuda a melhorar a percepção que o cliente tem da unidade, além de
mostrar que aquela é uma empresa que preza pela saúde e bem-estar do paciente e, por isso, faz com
que a percepção da clientela seja positiva, tornando-se uma referência e atraindo mais clientes que
buscam um bom atendimento.
Eficácia do tratamento
A eficácia do tratamento é maior quando o atendimento é humanizado, pela situação psicológica em que
o paciente se encontra naquele momento delicado. Enquanto ele está sensível e possivelmente
assustado, necessita receber atenção e dedicação dos profissionais de saúde, sendo de extrema
importância a confiança no tratamento, facilitando os resultados.
ATENDIMENTO HUMANIZADO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O ATENDIMENTO HUMANIZADO NÃO ACONTECE QUANDO HÁ:
A) Ética profissional.
GABARITO
De acordo com o Ministério da Saúde, a humanização da saúde deve permanecer como uma diretriz
transversal que favoreça a troca de saberes, diálogo entre profissionais, trabalho em equipe e
consideração aos desejos e interesses dos diferentes protagonistas do campo da saúde. Oferecer uma
assistência mais humana implica no aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde,
assim como exige mudanças na cultura de atenção aos pacientes e gestão dos processos de trabalho.
I. A fragmentação dos processos de trabalho para se evitar o esgarçamento das relações entre os
diferentes profissionais da saúde e entre estes e os usuários.
II. Reversão do quadro de mecanicismo, automatismo ou tecnicismo do processo de trabalho a
partir do investimento na construção de um novo tipo de interação entre os diferentes atores
envolvidos na produção de saúde.
III. Busca da participação coletiva no processo de gestão, com vistas ao desenvolvimento de
corresponsabilidades, ao estabelecimento de vínculos solidários, à indissociabilidade entre
atenção e gestão e ao fortalecimento do SUS.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, nota-se que a relação paciente-família-equipe é um trinômio muito importante quanto
à qualidade do tratamento técnico que é oferecido. Assim, por essas e outras situações, o atendimento
humanizado deve estar sempre presente nas instituições de saúde, tanto na área pública, quanto na
privada.
Na educação em saúde, deve ser enfatizada a educação popular em saúde, que valoriza os saberes, o
conhecimento prévio da população e não somente o conhecimento científico. Na educação na saúde,
deve ser enfatizada a educação permanente em saúde, de maneira a buscar, nas lacunas de
conhecimento dos profissionais, ações direcionadas à qualificação dos processos de trabalho,
considerando as especificidades locais e as necessidades do trabalho real.
As concepções e prática de saúde humanizada são ações baseadas nas necessidades da população
com o incentivo e o desenvolvimento de cuidados voltados para os pacientes/clientes. É fundamental
que os usuários atuem como protagonistas dos processos que envolvam a formulação e a
implementação das ações.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. J. Apresentação. In: MOYSÉS, Maria Aparecida Affonso. Fracasso escolar: uma
questão médica? São Paulo: Cortez, 1986.
ALVES, G. G.; AERTS, D. As práticas educativas em saúde e a Estratégia Saúde da Família. Ciênc.
saúde coletiva. v. 16, n. 1, p. 319-325. Rio de Janeiro, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Glossário Eletrônico da Biblioteca Virtual. Brasília: MS, 2006.
PAIM, JS. Vigilância da Saúde: dos modelos assistenciais para a promoção da saúde. In: CZERESNIA,
D.; FREITAS, C. M. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz,
2003.
EXPLORE+
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema:
Leia:
Navegue:
Veja no YouTube:
Há 70 anos: adotada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, disponível no canal ONU
Brasil.
CONTEUDISTA
Lidiane Dias Reis
CURRÍCULO LATTES