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Samara Leorato
Fabiana M. Dallacosta
RESUMO
O presente estudo ressalta o processo histórico da saúde e sua evolução, dando ênfase para a
saúde coletiva, ressaltando a necessidade da interdisciplinaridade e intersetorialidade para a
efetivação deste trabalho, como também os desafios que surgem neste âmbito. Para isso é
repassado o conceito da interdisciplinaridade e intersetorialidade, e por fim o que é necessário
para se atingir este trabalho, deixando alguns questionamentos para reflexão quanto aos
desafios neste meio.
ABSTRACT
The present study emphasizes the historical process of health and its evolution, giving
emphasis to the collective health, emphasizing the need for interdisciplinary and intersectoral
approach to the implementation of this work, as well as the challenges that arise in this
context. For this is passed the concept of interdisciplinary and intersectoral approach, and
finally what is necessary to achieve this work, leaving some questions for reflection as the
challenges in this medium.
Keywords: public health. Intersectoral approach. Challenges.
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1 INTRODUÇÃO
Não há como falar em saúde sem antes entender seu real conceito. Quando se refere à
saúde, quase sempre se reporta ao contrário dela, ou seja, a doença que irá colocar a saúde em
risco, porém o conceito é muito mais amplo. Conforme já foi definido pela Organização
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Mundial de Saúde: “Saúde é um estado dinâmico de completo bem estar físico, mental,
espiritual e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
Seguindo a reflexão proposta será tratado da política de saúde iniciando pelo contexto
histórico brasileiro, sendo este de suma importância para compreender os fatos que se
destacaram impulsionando os acontecimentos que ocorrem no momento atual.
Nesse sentido será tratado da política de saúde quanto à trajetória brasileira tendo
como ponto principal a reforma Carlos Chagas. Chagas foi precursor da medicina social no
Brasil e também foi o autor da descoberta da doença de chagas. A reforma Carlos Chagas foi
realizada como um novo código de saúde pública, o qual foi aprovado em 1919 e entrou em
vigor em 1920.
De acordo com Braga e Paula (1986 apud BRAVO, 2001), a saúde pública na década
de 1930, enfatiza as campanhas sanitárias, interioriza as ações para realizar um trabalho
também com as comunidades rurais, cria serviços de combate a endemias, como também
reorganiza alguns departamentos de saúde.
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A medicina previdenciária, que surgiu também nesta época, já parte para a criação de
Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), onde prestam benefícios à categoria de
trabalhadores assalariados como forma de evitar possíveis futuras reivindicações. “A
previdência preocupou-se mais efetivamente com a acumulação de reservas financeiras do
que com a ampla prestação de serviços” (BRAVO, 2001, p.5). Assim consolidando-se o
pouco interesse de atender as necessidades populacionais.
Todo esse “plano” que iniciou a partir da década de trinta em volta da saúde
consolidou-se no período da segunda guerra mundial, com a criação do Serviço Especial de
Saúde Pública (SESP), e o Plano Salte, fundado pelo governo de Eurico Gaspar Dutra para
incentivar o desenvolvimento na saúde, na alimentação, energia e transporte, o qual não durou
por muito tempo, sendo extinto em 1951, assim afastando a massa trabalhadora do governo.
A política de saúde no Brasil até 1964 não conseguiu atingir todos os objetivos, apesar
de algumas melhoras na década de 1950, onde mais investimentos foram direcionados a
saúde. Após 1964 a situação da população brasileira ficou mais difícil, o período de ditadura
militar que iniciou neste ano e terminou em 1984, teve como principal característica da saúde
a medicina previdenciária. O setor de medicina previdenciária passa a atender quase toda a
população das cidades, incluindo mais tarde a comunidade rural, tendo a intervenção estatal
no aumento da lucratividade e privilegiando o produtor privado, de certa forma
“mercantilizando” a saúde.
Um grande avanço para a saúde ocorreu nos meados da década de 1970 e foi
consolidado com a reforma sanitária. O projeto de reforma sanitária tem por objetivos ampliar
os acessos à saúde, por meio da universalização, da democratização das políticas sociais
lutando pela garantia de direitos de toda a população, tendo em vista a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS), para assim poder alcançar todos os seus objetivos de forma
democrática.
O projeto de reforma sanitária teve como pretensão envolver o estado nos programas e
projetos para a melhoria da saúde, a partir da redefinição do seu papel, o tornando integrado
às políticas sociais para a melhor efetivação das mesmas, em consonância com o SUS,
atendendo assim a toda a população, sendo um movimento para a saúde coletiva.
Nesse contexto é importante enfatizar que, em 1989 houve disputa entre democracia
de massa, a qual prevê a participação popular, os movimentos sociais, os sindicatos, as
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A implicação disso tudo, é que em 1990 vence a democracia restrita, e esse projeto de
universalização, de direito de todos e dever do estado é rompido. A saúde passa por um
processo de mercantilização, onde o estado se constitui por meio de uma reforma, chamada de
contrarreforma, onde o SUS focaliza-se no atendimento aos pobres, e com isso se criam
subsistemas no estado para atender a essas características, o primeiro é uma forma de
controle, atendimento básico, o segundo a implementação de programas como o Programa de
Saúde da Família (PSF), atualmente Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Diante deste contexto, a saúde conquistou espaço não somente para o olhar individual
de cada usuário, mas sim para um contexto mais amplo, coletivo, procurando buscar a
percepção do individuo como um todo, a partir da visão de vários profissionais, de várias
políticas, conforme aponta o conceito de saúde. Porém, devido ao sistema político e
econômico contraditório, muitas das conquistas não se materializam integralmente.
3 INTERDISCIPLINARIDADE e INTERSETORIALIDADE
interdisciplinaridade, que devem ser entendidos em sua essência para não haver uma confusão
entre eles, o que por sua vez é corriqueiro em diversos estudos.
Especificando um pouco sobre os três conceitos citados que se relacionam à
interdisciplinaridade, destaca-se a multidisciplinaridade:
A multidisciplinaridade se caracteriza por uma ação simultânea de uma
gama de disciplinas em torno de uma temática comum. Essa atuação, no
entanto, ainda é muito fragmentada, na medida em que não se explora a
relação entre os conhecimentos disciplinares e não há nenhum tipo de
cooperação entre as disciplinas. Alguns estudiosos não chegam a estabelecer
nenhuma diferença entre a multidisciplinaridade pluridisciplinaridade,
todavia, preferimos considerá-la, pois a existência ou não de cooperação
diálogo entre as disciplinas é determinante para diferenciar esses níveis de
interação entre as disciplinas (CARLOS, 2007, p. 2).
Diante das reflexões sobre o movimento de saúde coletiva, o contexto histórico que o
cerca e todas as conquistas e empecilhos para sua efetivação, destaca-se por fim a necessidade
do trabalho interdisciplinar e intersetorial para sua integralização, apontando-se assim, estes
caminhos como desafios nesta área.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. Revista Serviço Social e
saúde: formação e trabalho profissional, São Paulo, 2001. Disponível em:<
http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto1-5.pdf.> Acesso em: 10 nov.
2010.
5. CONSELHO FEDERAL DE
SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na saúde:
Grupo de trabalho Serviço Social na saúde. Brasília, DF, 2009.