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NOÇÕES DE DIREITO SANITÁRIO

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2

1– INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3
2 -FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 5
2.1 PARADIGMAS ENTRE O MÍNIMO EXISTENCIAL E A RESERVA DO
POSSÍVEL FACE AO ORÇAMENTO PÚBLICO .................................................... 6
2 EPIDEMIA DO VÍRUS ZIKA ...................................................................... 7
2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE AO VÍRUS ZIKA ...................... 8
2.4- POLÍTICAS SANITÁRIAS COMO FORMA EFETIVA NA PREVENÇÃO
DE DOENÇAS ........................................................................................................ 9
3- BOLSONARO ASSINA MP PARA PENSÃO A CRIANÇAS COM
MICROCEFALIA DECORRENTE DO ZIKA ......................................................... 14
4- A RESPONSABILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO ANTE A CRISE
SANITÁRIA DA COVID-19 ................................................................................... 15
4.1- Judicialização da saúde em tempos de crise ...................................... 16
4.2- Problemas complexos, soluções conjuntas ........................................ 18
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 22

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NOSSA HISTÓRIA
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1– INTRODUÇÃO

O Zika vírus teve origem no Leste e Oeste do continente Africano, sendo propagado
em diversos países da América do Sul e da América Central. No entanto, apareceu
nas terras brasileiras através de turistas e se instalou rapidamente em razão do clima
tropical e ausência do Poder Público na implementação de políticas públicas no
combate e controle do Aedes Aegypti (vetor do Zika vírus), como a insuficiência de
saneamento básico, descaso com os aterros sanitários. Pesquisas estimam que o
vírus entrou no território brasileiro aproximadamente em 2013, um ano e meio antes
do surto no Brasil.

Logo após, o Ministério da Saúde identificou o aumento de nascimentos de bebês


com deformação congênita do cérebro, verificou-se que o microcéfalo possui
circunferência menor de 32 cm, dado o resultado da união precoce dos ossos que
formam o crânio.

A microcefalia causa retardo mental no bebê, com o comprometimento nos sistemas:


neurológico, motor e respiratório.

O nível de sequela vária conforme a exposição do feto ao vírus, se foi no início ou


mais no final da gestação. Os sintomas das gestantes são prescindidos de quadro
clínico de febre, coceira e vermelhidão na pele, olhos vermelhos, dor articular,
cefaleia, indisposição são sintomas que inicialmente podem ser confundidos com uma
gripe ou virose, duram cerca de 2 a 7 dias.

Apesar do surto com mais de 1.616 registros de bebês nascidos com microcefalia no
território nacional, o Brasil ainda não conta com uma vacina ou droga antiviral para
reverter as consequências do vírus Zika no organismo.

A revista The Lancet publicou a pesquisa da UNIFESP e Fundação Altino Ventura


com a colaboração do Hospital dos Olhos de Pernambuco no qual identificou que
mesmo sem microcefalia, os bebês podem apresentar anomalias e atrasos no
desenvolvimento se caso tiveram contato com o vírus durante a gestação,
despertando os cuidados dos pediatras no desenvolvimento das crianças nascidas
após os surtos de Zika.

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A Organização Mundial da Saúde já declarou que a microcefalia é uma questão de
saúde global, com base no Quadro Estratégico de Resposta ao Zika, tem oferecido o
suporte para que as autoridades sanitárias implementem políticas de controle dos
vetores do mosquito Aedes, tal como tem convocado especialistas com o intuito de
investigar mecanismos de combate ao vírus Zika.

Nessa ótica, as nações devem tomar providências, pois a fortes indicativos de outras
formas de manifestação do vírus Zika (mutações) de alcance global, vez que mais de
40 países já notificaram o aparecimento do vírus.

A ausência de saneamento básico no acesso à agua potável e gestão de lixo urbanos


fez com que a população brasileira sofresse com a epidemia do vírus zika,
principalmente nas cidades periféricas do nordeste, do qual carecem de infra estrutura
básica e de recursos no sistema de saúde pública. Tal problema resultou no
descontrole do vetor Aedes Aegypti e inúmeros nascimentos de crianças com
microcefalias, que carecem de tratamento para toda a vida.

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2 -FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No magistério de Ingo Sarlet os direitos fundamentais possuem status de cláusula


pétrea, sua aplicação deve ser imediata. Tais direitos são vinculados a gestão do
Poder Público e a atuação do setor privado, dessa forma, até as empresas não podem
atuar em desacordo com garantias e direitos fundamentais.

No que consiste ao direito a saúde, a Constituição de 1988 estabeleceu como um


direito universal, em que deve ser oferecido sem distinção de raça, cor, e condição
econômica.

Assim, o legislador atribuiu ao Sistema Único de Saúde (SUS) o dever de prestar


serviços de saúde à população, realizar o controle e a fiscalização de procedimentos,
produtos, equipamentos e medicamentos, bem como outros insumos relacionados a
saúde. Também instituiu como características do SUS a organização descentralizada,
o atendimento integral, devendo ser prioritário nas atividades de prevenção de
doenças. O serviço de saúde pública deve ser oferecido de forma regional e
hierarquizada, formado por um sistema único de saúde com a inserção da
comunidade.

A Constituição previu como direito fundamental o acesso à saúde, no entanto, o


Estado não consegue oferecer um sistema universal, tal como assevera Carmem
Teixeira ao entender que a universalidade do direito à saúde não se materializa, posto
que o sistema conta com falhas, não supera a diversidade econômica, não realiza a
justiça social, acaba por favorecer aqueles que conseguem ser atendidos por um
plano privado.

Nesse mesmo sentido, os Hospitais Públicos carecem de recursos, ambulâncias,


leitos, profissionais especializados, falta qualidade no atendimento. Outra dificuldade,
é a ausência de integralidade do sistema, pois ocorre a fragmentação e
individualização de serviços.

Os hospitais da Capital contam com todo o aparato necessário para realizações de


cirurgias e atendimentos. Já os Municípios menores carecem de recursos públicos,
não há infraestrutura básica, o que obriga os pacientes a se deslocarem para outros

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Municípios em busca de atendimento médico e por, muitas vezes acabam morrendo
no caminho.

2.1 PARADIGMAS ENTRE O MÍNIMO EXISTENCIAL E A RESERVA


DO POSSÍVEL FACE AO ORÇAMENTO PÚBLICO

O mínimo existencial trabalha com a efetivação de direitos fundamentais


considerados como mínimos para o alcance de uma vida digna, vincula a atividade
Estatal na execução de políticas públicas para a materialização do direito à saúde, à
segurança, à moradia, à educação, dentre outros. Assim, o mínimo existencial é visto
como um modelo de justiça social proposto pela Constituição Federal.

A reserva do possível parte do pressuposto que os recursos do Estado são limitados,


por isso os direitos fundamentais devem ser relativizados face a escassez de recursos
públicos.

Por muitas vezes, a teoria da reserva do possível é levantada como forma de desviar
as obrigações dos gestores públicos na concretização de interesses pessoais. Nas
hipóteses, onde verifica-se violação ao direito fundamental e esgotada as instâncias
recursais, o Poder Judiciário ordena a satisfação do direito, como por exemplo, casos
onde não há leito para internação intensiva no SUS, o gestor público é obrigado a
encaminhar o paciente para um hospital particular, vez que a saúde é reconhecida
como pressuposto básico para a concessão alcance dos direitos fundamentais.

Canela Junior aduz que a gestão governamental, bem como a implementação de


políticas públicas sociais devem estar vinculadas ao art. 3 da Constituição Federal,
dessa forma, a teoria da reserva do possível torna-se incompatível com a realidade
proposta pelo legislador, portanto, o Estado deve reajustar as suas receitas e
despesas parte de seu orçamento seja destinado a promoção de direitos
fundamentais.

Por isso, quando ocorre conflitos entre a reserva do possível e o mínimo existencial,
o Supremo Tribunal de Justiça reconhece que não deve prevalecer déficit
orçamentário em detrimento da dignidade humana. O Poder Judiciário não pode se
abster-se de atuar na tutela de direitos fundamentais, sob pena de omissão. Não se
trata de afronta ao princípio de separação de poderes, uma vez que o Estado possui

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o dever em oferecer a integralidade da assistência à saúde, de forma individual ou
coletiva.

2 EPIDEMIA DO VÍRUS ZIKA

Estima-se que o Vírus Zika chegou no Brasil em 2014 com o advento da Copa do
Mundo entre os anos de 2014 e 2015, época em que foi constatado o nascimento de
crianças com microcefalia. O Brasil foi um dos primeiros países a fazer relação do
Vírus Zika com Microcefalia, através da parceria realizada entre o Hospital dos Olhos
de Pernambuco, a Fundação Altino Ventura e a UNIFESP, no qual os pesquisadores
e médicos identificaram que mesmo sem microcefalia, os bebês podem apresentar
anomalias e atrasos no desenvolvimento se caso tiverem contato com o vírus durante
o período de gestação.

Os sintomas das gestantes são prescindidos de quadro clínico de febre, coceira e


vermelhidão na pele, olhos vermelhos, dor articular, cefaleia, indisposição, são
sintomas que inicialmente podem ser confundidos com uma gripe ou virose, duram
cerca de 2 a 7 dias.

As autoridades governamentais do Brasil enfrentam um novo paradigma entre os


danos inerentes a continuidade da gravidez, como as inúmeras patologias que as
crianças microcéfalas irão enfrentar por toda a vida, com a necessidade de
judicialização da saúde face ao déficit orçamentário para a concretização de direitos
fundamentais.

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Foi possível identificar que o vírus Zika é um problema global de saúde, que depende
da cooperação entre os países no estudo dos efeitos do vírus Zika no corpo humano,
sobretudo, nas gestantes, que precisam de uma solução imediata do Estado na
prevenção e no combate do vírus no organismo do bebê.

Após o surto a Organização Mundial da Saúde cobrou providencias para que o Brasil
adote medidas de controle e combate ao vírus Zika. Os efeitos do vírus ainda estão
sendo estudados, as medidas de respostas devem continuar para que seja melhorado
as tecnologias responsáveis por detectar e conter o avanço do vírus, bem como os
centros de cuidado e apoio as pessoas portadoras de microcefalia.

2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE AO VÍRUS ZIKA

O plano estratégico elaborado pelo Governo em resposta ao vírus Zika e o seu vetor,
o mosquito Aedes Aegypti consiste na integração de programas, protocolos e
elaboração de diretrizes que servem como suporte para os países que enfrentam
problemas semelhantes, conseguirem juntar forças no Combate do vírus Zika, uma
vez que se reconhece como uma ameaça global de proporções alarmantes. A
participação dos entes da Federação (União, Estado, Municípios e Distrito Federal)
de forma conjunta é primordial, considerando que o plano é de combate ao vetor é
composto por estratégia e governança através da intensificação nas visitas de
inspeção nas casas urbanas e rurais, áreas comerciais, bem como prédios e terrenos
de responsabilidade do Estado, com a finalidade de exterminar os criadores do
mosquito. O Poder Público fomenta a gestão de insumos com o fornecimento de
adulticidas e larvicidas no combate ao foco do mosquito, sem esquecer da
conscientização da população por meio de mídia televisiva e publicidade panfletária.

Dentre as propostas oferecidas pelo governo, encontra-se a prevenção, o diagnóstico


precoce para o tratamento e estimulo das crianças com microcefalia através do SUS,
o acolhimento e auxilio pecuniário às famílias que possuem bebês com microcefalia
e sobretudo, o fomento à pesquisa e tecnologia tanto em instituições nacionais como
internacionais na busca de invocações para o combate do vírus Zika e
consequentemente a redução de nascituros com microcefalia.

Destaca-se a complexidade no controle da epidemia Zika, o que exige a atuação mais


efetiva do Poder Público, uma vez que as medidas identificadas são as mesmas de

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20 anos atrás que não foram suficientes para o combate ao vetor Aedes Egphit. A
negligencia do Governo traz inúmeras consequências, como o surto de nascimentos
de bebê com microcefalia, bem como a preocupação com a ausência de um plano
efetivo no combate ao vetor Aedes. As unidades de tratamento e assistência para
criança, jovens e adultos irão ficar sobrecarregadas face ao crescente número de
usuários acometidos por microcefalia e suas dificuldades globais, em especial a
neurológica, nutricional e motora, necessitando de cuidados por toda a vida.

Outro problema que instiga as autoridades de saúde e a classe médica, é que as


gestantes podem ser infectadas em qualquer período gestacional, por isso a
necessidade de acompanhamento pré-natal e a devida orientação para as grávidas e
familiares na mobilização do combate ao vetor Aedes e maneiras de prevenir a picada
do mosquito, com o auxílio de telas de proteção nas janelas dos imóveis, destinação
correta dos resíduos urbanos que acumulem água parada, evitar locais e horários que
tenham alto fluxo do mosquito.

O Ministério da Saúde providenciou a recomendação de métodos contraceptivos para


adiar a maternidade, até que sejam desenvolvidos estudos capazes de produzir uma
vacina que iniba ou cesse os efeitos do vírus Zika no organismo humano. Caso não
seja possível, recomendou o uso contínuo de repelentes com a composição n-Dietil-
meta-toluamida (DEET) que conforme estudos não oferece risco ao bebê, bem como
o uso de roupa que cubra os membros inferiores e superiores a fim de evitar o contato
com o mosquito Aedes.

2.4- POLÍTICAS SANITÁRIAS COMO FORMA EFETIVA NA


PREVENÇÃO DE DOENÇAS

O direito sanitário ao lado do direito à saúde, recebeu conotação fundamental com o


advento da Constituição Brasileira de 1988, pois até então era ignorado pelas demais
Constituições, exceto pela CF de 1934 que previa a competência da União e Estados
cuidar da saúde, conforme o art. 10, inciso II da referida carta magna, também
assegurava que fosse implementado medidas quanto a restrição da mortalidade e
morbidade infantil, políticas de higiene social para dificultar a proliferação de doenças
transmissíveis.

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Suelli Gandolfi Dallari reconhece que ninguém pode ser responsável por sua saúde
quando a diversas características ambientais, fatores econômicos e político-sociais
que ameaçam a saúde pública. A patente de um medicamento é nítido exemplo que
se pode condicionar o bem-estar da população, em razão do Estado não possuir a
tecnologia para desenvolver e fornecer um remédio específico.

O art. 200, I, II, IV da Constituição estabeleceu atribuições ao SUS quanto ao controle


e fiscalização de procedimentos, produtos e substâncias que interessam a saúde
pública, como ações de vigilância sanitária, saúde do trabalhador e a participação na
formulação de políticas públicas de saneamento básico.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras


atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de


interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como


as de saúde do trabalhador;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

Marcelo Paulo Maggio e Suelli Gandolfi Dallari atentam para necessidade de os


Gestores públicos garantirem a implantação de políticas públicas destinadas a
materializar o acesso à saúde, com demandas que implicam em melhorias sanitárias,
assumindo o direito à saúde como política pública predominante aos recursos do
Estado e não mera discricionariedade a luz da promessa da Constituição de 1988.

Nesse sentido, o Aedes Aegypti é um mosquito que se aproveita dos ambientes


domésticos, como quintais que possuem objetos com água parada, garrafas pets,
vasos, pneus abandonados e o lixo urbano armazenado em local inapropriado. As
políticas de combate ao vetor se demostram insuficientes não apenas por questões
orçamentárias e logísticas, mas sobretudo pela falta de consciência populacional na
correta destinação do lixo urbano, quais sejam: separar o lixo sólido do orgânico, a
ausência de postos de coleta.

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Com efeito, restou provada a ligação entre o aumento de casos de microcefalia em
regiões onde não há infraestrura básica para a população, como nas regiões mais
periféricas do Nordeste, que denunciam a ausência do Poder Público na
concretização de direitos fundamentais e violação da dignidade humana.

No Brasil, o acesso a saúde como direito fundamental a dignidade humana foi


resultado da redemocratização do Brasil e reforma sanitária, sendo reconhecido como
um direito social, integre a seguridade social, com um sistema único de saúde para
atender as múltiplas necessidades da população. A CF também estabelece como
direito do cidadão à tutela jurisdicional para garantir o acesso à saúde sempre que for
verificado ingerência do Executivo nas ações de políticas sanitárias.

O saneamento básico é composto por:

 o acesso à agua;
 esgoto sanitário;
 limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos;
 drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

A insuficiência do Poder Público em fornecer o saneamento básico compromete,


especialmente a qualidade de vida humana, o meio ambiente ecologicamente
equilibrado desrespeito aos princípios da proteção e precaução, as reiteradas
modificações legislativas que implicam no aumento de prazo para que os Municípios
apresentem o plano de saneamento básico gera afronta ao princípio de retrocesso,
bem como o uso exacerbado do princípio da reserva do possível como desculpa para
implementação de políticas públicas sociais.

Nessa linha o saneamento básico foi reconhecido com o um direito indispensável para
promoção da dignidade humana pela Organização das Nações Unidas, do qual deve
ser tratado como prioridade pelos gestores públicos e não apenas como mero
princípio previsto no texto de lei.

A lei nº 12. 305/10 é responsável por regular a Política Nacional de Resíduos Sólidos
que em seu art. 47 torna proibido o lançamento de resíduos urbanos em praia, mar
ou qualquer área hídrica. Também prevê a responsabilização das pessoas físicas e
jurídicas e do Estado. Fisa que cabe ao Poder Público atuar subsidiariamente com
apresentação de medidas cabíveis para conter o impacto ambiental, sempre que tiver

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informação do dano ao meio ambiente ou à saúde pública, conforme o art. 29 da refira
lei.

Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final


de resíduos sólidos ou rejeitos:

I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;

II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de


mineração;

III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não


licenciados para essa finalidade;

IV - outras formas vedadas pelo poder público.

No que consiste a insuficiência de saneamento básico e o surto de dengue e


consequentemente a proliferação do vírus Zika e Chikungunya no Brasil, é resultado
de anos de negligência do poder público, com ausência de tratamento do esgoto das
residências, a falta de manejo dos resíduos sólidos urbanos que caem no rio sem
qualquer preocupação com a contaminação dos mares e rios ou danos causados ao
meio ambiente.

Verifica-se que milhões de pessoas no Brasil ainda não possuem acesso a água
potável, restando apenas como saída o armazenamento irregular em cisternas,
baldes e caixas d’água que tornam o lugar propício a proliferação do mosquito Aedes.
As políticas de combate ao vetor serão frustradas se não houver a universalização do
saneamento básico, bem como a efetiva punição para aqueles que causarem dano
ao meio ambiente, tendo o Ministério Público utilizado da Ação Civil Pública como
mecanismo apto para apurar os casos de improbidade administrativa na seara
ambiental, não sendo necessária a demonstração de culpa e dolo, vez que a
responsabilidade do Estado é objetiva, bastando a mera omissão quanto o
tratamento adequado do lixo ou pelo dano causado por suas obras. A sociedade deve
comporta-se de modo proativo, isso significa acompanhar de perto os projetos dos
prefeitos, cobrar pela eficácia das políticas públicas, fiscalizar pela atuação
empresária, fazer valer os seus direitos difusos por meio de Ação Popular, participar
de audiências públicas, uma vez que a sociedade é principal beneficiada e

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consequentemente a mais afetada pelos instrumentos de planejamento dos Gestores
Públicos.

Segundo Cláudio Smirne Diniz o controle da Administração Pública e a probidade


administrativa são direitos fundamentais que devem ser tutelados pelo Estado. Ou
seja, o Poder Público não deve ser temerário, pois os atos administrativos são
passíveis de controle jurisdicional em razão da sua motivação ou desvio de finalidade,
superfaturamento de obras públicas, ausência de preocupação ambiental, bem como
nas situações que decorrem em níveis de proteção abaixo do mínimo esperado pela
Constituição Federal.

Nesse sentido, o aumento de casos de microcefalia no Brasil é resultado de mais de


30 anos de negligência do Poder Público, juntamente com a sociedade que não
fizeram o devido controle do Mosquito Aedes. Verifica-se que o Municípios mais
afetados são aqueles de baixo desenvolvimento, situados no Nordeste do Brasil,
áreas de extrema pobreza que não há o correto descarte do lixo, nem mínima
infraestrutura de urbanização, como direito à saneamento básico, água potável e
acesso à saúde pública, presentes em cidades com melhores índices econômicos e
gestão de resíduos sólidos urbanos.

A microcefalia causa retardo mental no bebê, com o comprometimento nos sistemas:


neurológico, motor e respiratório. Apesar do surto com mais de 1.616 registros de
bebês nascidos com microcefalia no território nacional, o Brasil ainda não conta com
uma vacina ou droga antiviral para reverter as consequências do vírus Zika no
organismo. Por isso é necessário a mobilização do Poder Público para
implementação de políticas públicas no combate ao vetor do vírus, tal como o
investimento nos hospitais públicos de saúde, com a qualificação de profissionais
especialistas no tratamento e desenvolvimento das crianças portadoras de
microcefalia.

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3- BOLSONARO ASSINA MP PARA PENSÃO A CRIANÇAS COM
MICROCEFALIA DECORRENTE DO ZIKA

O atual Presidente Jair Bolsonaro participou de uma cerimônia de assinatura da


Medida Provisória que institui pensão especial vitalícia para crianças com microcefalia
decorrente do zika vírus, nascidas entre 2015 e 2018. O valor da pensão é de um
salário mínimo.

Segundo a Medida Provisória 894/2019, publicada hoje (5) no Diário Oficial da União,
as crianças afetadas pelo Zika vírus só poderão receber pensão se abrirem mão de
ações judiciais da doença contra o Estado. O benefício, que irá durar toda a vida da
pessoa, será concedido apenas a quem nasceu entre os anos de 2015 e 2018 e cuja
família receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC), auxílio no valor de 1
salário mínimo concedido a pessoas de baixa renda. Uma avaliação da condição da
criança por meio de perícia médica fará parte do procedimento, que examinará a
relação entre a microcefalia e o Zika vírus.

O texto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro estabelece que o "reconhecimento


da pensão especial ficará condicionado à desistência de ação judicial que tenha por
objeto pedido idêntico sobre o qual versa o processo administrativo"...

Segundo o governo, 3.112 crianças com microcefalia nascidas neste período já


recebem o BPC. No entanto, famílias que optarem pela pensão especial, não poderão
acumular os dois benefícios e deixarão de receber o BPC em caso de concessão da
pensão.

A pensão especial deverá ser requerida no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS)
e será concedida após realização de perícia médica que confirmará a relação entre a
microcefalia e o vírus Zika.

A presidente da Associação Pais e Anjos da Bahia, Ingrid Graciliano Guimarães, tem


uma filha de 3 anos e 8 meses, Nicole, com microcefalia causada pelo vírus da Zika.
Ela diz que a MP é um passo importante, mas pede ampliação do benefício. "É um
dia importante, para cuidar delas temos que abster da nossa vida. O que nos sustenta
é o amor absoluto que sentimos pelos nossos filhos. Que essa ações não parem por

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aqui. É um dos pontos que está sendo contemplado, mas precisamos ampliar para
que se torne amplamente indenizatório. Esse é o início da luta que teremos pela
frente", disse, durante a cerimônia.

4- A RESPONSABILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO ANTE A CRISE


SANITÁRIA DA COVID-19

Direito e Medicina sempre foram áreas do conhecimento que aparentam autonomia


e independência entre si. No entanto, vários fatores vêm aproximando essas duas
áreas cada vez mais: dificuldade de atendimento no sistema público de saúde;
interferência do Judiciário em políticas públicas; obtenção de medicamentos e
tratamentos; ética médica e erros médicos, para citar alguns. Agora, em um cenário
de pandemia de escala global, definitivamente já não há como abraçar a tese da
autonomia entre as áreas. A crise sanitária nos mostra uma zona de superposição,
na qual os interesses — e as soluções oferecidas — são conflitantes.

No Brasil, há um crescente apelo para a efetivação do direito à saúde. Pesquisa


elaborada pelo Insper a pedido do Conselho Nacional de Justiça revelou que, entre
2009 e 2017, o incremento percentual das demandas de saúde no Judiciário foi maior
do que o aumento percentual do total de demandas ajuizadas: ou seja, em matéria
de saúde, há um crescimento acima da média da litigância nacional. E tudo indica
que, em cenário de pandemia, essa porcentagem aumentará.

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Tal quadro de judicialização, combinado com a iminência de colapso do sistema de
saúde por força da Covid-19, é uma bomba-relógio para as instituições e para os
próprios profissionais de saúde, que já enfrentam inúmeras dificuldades em condições
normais de funcionamento.

4.1- Judicialização da saúde em tempos de crise

A deficitária infraestrutura da saúde brasileira, as desigualdades regionais e sociais e


mesmo a vulnerabilidade de grande parcela da população maximizam as chances de
acionamento do Judiciário para dirimir conflitos que surjam em decorrência da
pandemia.

Dentre eles, especificamente na área da saúde, destacam-se:

 a judicialização da ocupação de leitos hospitalares, sobretudo de unidades de


terapia intensiva, em um cenário no qual não há vagas para todos, mesmo
para casos que não envolvam a Covid-19;
 pedidos de adoção de tratamentos que não possuam eficácia cientificamente
comprovada, ainda que também não haja evidência do contrário;
 pedidos para fornecimento de medicamentos que se encontram em falta no
mercado.

Esses conflitos presumidamente majoritários possuem ao menos dois pontos em


comum:

 todos visam a tutela judicial tão somente para o atendimento de demandas


individualizadas, o que acaba por comprometer o Estado em detrimento do
coletivo;
 em todos corre-se o risco do Judiciário se sobrepor ao Executivo em matéria
de políticas públicas de saúde, principalmente se os magistrados não
possuírem meios adequados de informação e suporte técnico para decisão. E
serão justamente essas questões as fiéis da balança entre a concessão da
tutela judicial individualizada ou sua negativa.

O primeiro dos conflitos versa sobre a judicialização de leitos hospitalares. O que está
em jogo é a capacidade de atendimento do sistema de saúde ante suas diversas

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limitações, afinal, o elevado crescimento da curva de contaminação pode levá-lo ao
colapso.

Sob esta perspectiva, faltariam leitos em UTIs, respiradores artificiais e recursos


humanos para lidar com a quantidade de pacientes. Haveria aqueles que, mesmo
atingido o limite da capacidade de internação hospitalar, recorreriam ao Judiciário
para conseguir sua vaga.

Não há receita certa para solucionar a questão, tampouco a retirada de leitos da


cartola dos entes federados da noite para o dia. A adoção de medidas de restrição de
circulação de pessoas e de isolamento social pretende achatar a curva de contágio,
atrasar seu pico e dar alguns dias de fôlego ao sistema. Enquanto isso, gestores
públicos buscam providenciar a estrutura necessária para receber os pacientes, por
meio da criação de novos leitos, da construção de hospitais de campanha e da
aquisição de insumos — que necessitam de tempo para serem providenciados.

A progressiva concessão de tutelas jurisdicionais, ainda que sirva para atender a


demandas de pacientes específicos, tem o potencial de trazer grave problema a esses
gestores, que se veriam forçados ao cumprimento das ordens judiciais em detrimento
da observância de protocolos clínicos e é natural que uma família pense mais no
atendimento de seu ente do que na concretização de uma política pública geral.

Quanto ao segundo conflito, acerca da obrigação de adoção de protocolos clínicos


com eficácia não comprovada, vale trazer uma retrospectiva de um marcante episódio
que, embora muito menor em escala se comparado à Covid-19, deixou algumas lições
que podem ser aproveitadas: trata-se do caso da fosfoetanolamina, a “pílula do
câncer”, ocorrido entre 2015 e 2016.

Naquela ocasião, alegava-se que a substância, sintetizada artificialmente e em


caráter experimental por um docente da USP, teria propriedades miraculosas que
poderiam curar o câncer.

A repercussão e pressão popular foram tamanhas que milhares de ações foram


propostas para ordenar ao Estado o fornecimento da pílula a pacientes com câncer.
Até mesmo uma lei chegou a ser editada autorizando o uso terapêutico e sua
produção farmacêutica (Lei n° 13.269/16, de autoria, dentre outros, do então

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deputado Jair Bolsonaro). Cerca de um mês após a entrada em vigor, a norma foi
suspensa por decisão do STF em sede de medida cautelar no âmbito da ADI 5.501.

Mesmo hoje, passados quase quatro anos dessa decisão, o Judiciário continua
processando essa enxurrada de demandas, sendo ainda inúmeros os pedidos para
fornecimento da substância.

No terceiro e último conflito, relativo ao fornecimento de medicamentos em falta no


mercado ou que não foram adquiridos pelo Estado, há o problema adicional de falta
de efetividade da tutela jurisdicional, ocasionado, por exemplo, pela logística de
aquisição e distribuição dos mesmos. Muitas vezes os magistrados, por falta de apoio
técnico e conhecimento específico, não sabem a real situação do fármaco no mercado
ou a existência de tratamento alternativo, dentre outros aspectos.

Nestes casos, obter ou não a tutela não tem efeito algum para a saúde do paciente,
uma vez que este não receberá o fármaco de imediato. Novamente, há um problema
sistêmico, pois seu deferimento, neste caso, obrigaria o Estado a buscá-lo no exterior
— o que demanda tempo e elevados gastos — ou deixar de atender à decisão judicial .

4.2- Problemas complexos, soluções conjuntas

Se são inevitáveis as ações judiciais e ninguém deseja impedir os jurisdicionados de


exercerem seu direito de ação, os tribunais precisarão de lastro técnico e informações
completas para decidir com racionalidade e serenidade. Nesse momento, é preciso
que haja forte articulação interinstitucional e atuação conjunta de diversos órgãos
para evitar que as decisões judiciais sirvam de força motriz do colapso do sistema. A
palavra-chave, aqui, é “cooperação”.

A cooperação interna já é conhecida no meio jurídico. Há casos bem sucedidos, como


o projeto do NAT-JUS Nacional, desenvolvido pelo CNJ em 2019. Derivado do Fórum
Nacional do Judiciário para o monitoramento e resolução das demandas de
assistência à Saúde, iniciado em 2010, programas como o NAT-JUS Nacional devem
ser vistos como o paradigma colaborativo ideal para o momento atual, na medida em
que a plataforma permite ao Magistrado requisitar subsídio científico para ampará-lo

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na tomada de decisões. Este conhecimento é fundamental em matéria de saúde, na
qual o julgador tem, diante de si, situação pouco conhecida e que enseja rápida
resposta.

Em março de 2020 surgiu outro interessante exemplo: a Escola Nacional de


Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), vinculada ao STJ, criou
plataforma para dar suporte a magistrados em casos relacionados à
pandemia. Seu intuito é disponibilizar um repositório de legislação, artigos,
estatísticas, pareceres, notas técnicas, decisões e cursos à distância para auxiliar na
tomada de decisão com visão sistêmica e interdisciplinar.

Nessa linha, o CNJ também divulgou estudo realizado pelo Hospital Sírio-Libanês
acerca da hidroxicloroquina para tratamento ao Covid-19, para orientar magistrados
no julgamento de demandas que visam a sua concessão.

E isso pode revelar outro complicador: mesmo para casos de fármacos com eficácia
comprovada já há uma dificuldade natural no julgamento de processos. Nos casos
envolvendo a Covid-19, a questão ganha contornos dramáticos. Mesmo com
plataformas como o NAT-JUS, a incerteza científica sobre a Covid-19 é latente.

Nestes termos, poderia ser cogitado o descarte da colaboração recíproca, já que não
há certeza científica suficiente para amparar com segurança absoluta as decisões
judiciais. Entretanto, a situação atual enseja medida diametralmente oposta: a
articulação interinstitucional deve ser observada no maior grau possível de
intensidade – e não apenas na tomada de decisões judiciais, mas na construção de
políticas públicas que possam atenuar essa excessiva judicialização.

Entram em cena, aqui, os Comitês Estaduais de Saúde, órgãos derivados da


Resolução 238/2016 do CNJ, que vêm a desempenhar essa função de cooperação
interinstitucional. Em São Paulo, o Comitê foi implantado no TJSP, tendo como
parceiros o TRF da 3ª Região, o MPF, o MPSP, a AGU, a PGE, a PGM de São Paulo,
a DPU, a DPE, as Secretarias de Saúde, o Conselho dos Secretários Municipais de
Saúde, e os Conselhos Profissionais de Medicina, Farmácia e Administração. A
interação entre esses diferentes segmentos possibilita visão sistêmica dos problemas
e soluções conjuntas.

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Outro instrumento de que o Judiciário pode lançar mão são as câmaras de
conciliação. A partir da identificação de pontos de contato entre demandas, é possível
montar estruturas para estimular a autocomposição, garantindo-se efetividade às
decisões e desafogando os gabinetes de parte das demandas.

Durante a eclosão da Covid-19, o Gabinete de Conciliação do TRF da 3ª Região


estruturou fluxo específico para analisar a possibilidade de conciliação de demandas
pertinentes à saúde ou a reflexos das medidas de combate à pandemia. Em parceria
com o TJSP, o MPF, o MPSP, a DPU, a DPE, a AGU, a PGE e a PGM de São Paulo,
além de Secretarias de Saúde, possibilita-se aos juízes que, ao receber uma
demanda, possam consultar os GABCONCI e CECONs da Justiça Federal, o
CEJUSC do TJSP, os órgãos de saúde e os responsáveis pelo cumprimento de
eventuais liminares, no intuito de se buscar, em até 48 horas, uma resposta — e
eventualmente, uma proposta — sobre conciliação.

Naturalmente, tal fluxo — também válido em fase pré-processual — não resolverá


todas as ações judiciais, mas tem a vantagem de reunir de forma rápida e informal
diversos órgãos — e possivelmente evitar longos conflitos. Sua utilização está em
fase de expansão para outras localidades e matérias.

Essa colaboração é vantajosa em uma pandemia na qual o conhecimento científico


ainda é incipiente e a parca infraestrutura de saúde pública aumenta a chance de
escolhas difíceis e complexas pelo Judiciário. Pela conciliação podem também ser
trabalhados conflitos entre entes federativos, a exemplo dos já acontecidos pelo
direito de comprar e usar medicamentos e equipamentos hospitalares.

Com os exemplos citados, vislumbra-se um lado positivo da atuação do Judiciário


nessa zona superposta entre as áreas de Direito e Medicina: o de atuar como
mediador de conflitos externos entre Poderes, agentes públicos, entes privados e
especialistas, como o recente apelo feito ao STF.

Este momento, tal qual nas grandes crises, é propício para promover reflexões sobre
como analisamos as situações e sobre os modelos e paradigmas tradicionais. Uma
dessas reflexões toca o mito da incompatibilidade entre Direito e Medicina, que deve

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ser deixado de lado, para que estas áreas, convivendo harmoniosamente, amparem
os seres humanos em suas esferas social e clínica.

Muitos dos conflitos gerados são inevitáveis, principalmente em tempos de crise


sanitária, e podem ser agravados se faltarem informações e suporte técnico ao
responsável pela tomada de decisões. Cabe ao Judiciário fomentar mecanismos de
cooperação institucional e articulação entre os demais órgãos para reduzir as arestas
entre eles, possibilitando a criação de políticas públicas articuladas e sistêmicas, bem
como a racionalização no processo de tomada de decisões.

O triste período vivido pelo Brasil e, de forma geral, por todo o mundo não é o primeiro
em que Direito e Medicina são instados simultaneamente a dirimir problema de ordem
prática, e tampouco será o último. Contudo, a razoabilidade deve prevalecer: é tempo
de deixar o protagonismo individual de lado e medir esforços contra um inimigo
comum, sob risco de perecimento da própria sociedade.

Para a avaliação ter em mãos a CF!

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Vide AI n° 2033560-98.2020.8.26.0000 (Rel. Des. Viana Cotrim, j. 26/03/20) e AI n°


2247968-47.2019.8.26.0000 (Rel. Des. Marcos Tamassia, j. 18/12/19)

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