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NOSSA HISTÓRIA
2
Sumário
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
DEXMEDTOMIDINA ..................................................................................................... 4
REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 5
NOVAS APLICAÇÕES CLÍNICAS DA DEXMEDETOMIDINA ................................ 7
USO NA ANALGESIA PERIOPERATÓRIA E NA ANESTESIA BALANCEADA….
.......................................................................................................................................... 8
ANESTESIA/ANALGESIA EPIDURAL...................................................................... 11
NEUROPROTEÇÃO ..................................................................................................... 12
DEXMEDETOMIDNA E CONVULSÕES ................................................................... 13
ISQUEMIA E REPERFUSÃO....................................................................................... 14
MATERIAL E MÉTODOS .............................................. Erro! Indicador não definido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................... Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS ............................................................... Erro! Indicador não definido.
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INTRODUÇÃO
DEXMEDTOMIDINA
4
REVISÃO DE LITERATURA
Dexmedetomidina
Os fármacos agonistas de receptores adrenérgicos do tipo α-2 são amplamente
utilizados em medicina veterinária para fornecer sedação, miorrelaxamento e
analgesia para procedimentos médicos e cirúrgicos. Dentre as formas de uso se
destacam a medicação pré-anestésica, como coadjuvantes no tratamento da dor
e, eventualmente, na anestesia epidural, (MURRELL & HELLEBREKERS, 2005).
A dexmedetomidina é o enantiômero dextrógiro da medetomidina, apresenta re-
lação de seletividade para receptores α2:α1 de 1600:1, sendo um fármaco ago-
nista de receptores α-2 adrenérgicos super seletivo. O fármaco promove analge-
sia, relaxamento muscular e sedação com menor depressão respiratória do que
os outros fármacos do grupo (VILELA et al., 2003). Após administração pela via
intramuscular em cães, a dexmedetomidina é rapidamente absorvida e apre-
senta concentração plasmática máxima 30 minutos após aplicação. A meia-vida
de distribuição é de seis minutos e a meia vida de eliminação é de duas horas.
Nestes animais, o fármaco é biotransformado pelo fígado, pelo complexo cito-
cromo P450, eliminado principalmente pela urina (95%) e o restante pelas fezes
(VILELA & NASCIMENTO, 2003; BACCHIEGA & SIMAS, 2008). O início dos
efeitos sedativo, miorrelaxante e analgésico é rápido em cães e gatos após apli-
cação intramuscular e a duração desses efeitos depende da dose administrada
(TRANQUILLI et al., 2007). Os efeitos sedativos da dexmedetomidina são medi-
ados centralmente no lócus coeruleus, núcleo localizado no tronco cerebral, local
onde se encontra grande quantidade de receptores do tipo α-2 adrenérgicos.
Após sedação com dexmedetomidina raramente é necessária complementação
com doses adicionais para sua manutenção (ELFENBEIN et al., 2009). Em cães
as doses recomendadas variam de 1 a 10 μg/kg, administrados pela via intrave-
nosa (IV), e provocam redução na frequência 4 cardíaca com duração de até
duas horas (LERVIK et al. (2012). Em felinos tratados com 4 μg/kg de dexmede-
tomidina, pela via intramuscular (IM), foram observadas êmese e redução na
frequência cardíaca, na pressão arterial sistólica e na frequência respiratória em
38% dos pacientes tratados. A êmese observada nos animais ocorre pela ativa-
ção de receptores α-2 adrenérgicos no sistema nervoso central e consequente
relaxamento do esfíncter gastroesofágico. Além disso, a dexmedetomidina mos-
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trou potencializar a depressão do reflexo laringotraqueal e aumentou o relaxa-
mento muscular da mandíbula desses gatos (SOUZA, 2006). Dentre os efeitos
cardiovasculares destacam-se a vasoconstrição periférica com consequente au-
mento da pressão arterial e bradicardia reflexa, observadas nos primeiros minu-
tos após administração, mas com posterior redução no tônus simpático, levando
a diminuição da pressão arterial. Ocasionalmente, observa-se bloqueio atrioven-
tricular decorrente do aumento da pressão arterial (VALADÃO et. al., 2000;
MURRELL & HELLEBREKERS, 2005). Em cães, a pressão arterial aumenta
temporariamente, enquanto a frequência cardíaca e o índice cardíaco diminuem
em até 60% após administração pela via IV (ILBACK et. al., 2003). No entanto,
em felinos a pressão arterial não parece se alterar, porém a frequência cardíaca
e o índice cardíaco diminuem em 50% (TRANQUILLI et al., 2007). Os efeitos
respiratórios após a administração de dexmedetomidina são discretos, apresen-
tando diminuição na frequência respiratória e do volume minuto. A aplicação de
3 μg/kg de dexmedetomidina pela via IV em equinos não altera os valores dos
gases sanguíneos e induz menor depressão respiratória, em comparação ao iso-
flurano na concentração de 1 CAM. A administração parenteral de dexmedeto-
midina também protege contra a broncoconstrição induzida pela nebulização de
histamina em cães anestesiados com tiopental e isoflurano (TRANQUILLI et al.,
2007; VILLELA et al., 2003). No sistema digestório, a dexmedetomidina apre-
senta mecanismos analgésicos centrais e periféricos, envolvendo vias neurais
compostas pelo sistema nervoso entérico, responsável pela motilidade intestinal
por meio de uma via complexa de interação com o sistema nervoso autônomo
(KOENING & COTE, 2006). A redução da motilidade é observada devido à ati-
vação de fibras pré- 5 sinápticas assim como a diminuição no fluxo sanguíneo
arterial via artéria cecal, devido à redução no débito cardíaco sistêmico (VAL-
VERDE, 2010; KOENING & COTE, 2006). No sistema renal, a dexmedetomidina
aumenta o débito urinário. Segundo VILLELA et al., 2003 as alterações na filtra-
ção glomerular estão predominantemente ligadas a mecanismos hemodinâmi-
cos e hormonais. Em seu estudo, utilizaram-se as doses de 1 e 2 μg/kg de dex-
medetomidina em cães e observou-se estabilidade hemodinâmica acompa-
nhada de aumento na diurese. Neste sentido, o aumento da diurese esteve re-
lacionado secundariamente à inibição do hormônio antidiurético (ADH), como
observado na figura1.
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No sistema endócrino, a dexmedetomidina inibe a secreção de insulina por inte-
ração com adrenorreceptores localizados nas células beta pancreáticas, indu-
zindo aumento transitório da glicemia no paciente (SAHA et. al, 2005; KANDA &
HIKASA, 2008). Segundo RESTITUTTI et al. (2011), cães da raça Beagle seda-
dos com 10 μg/kg de dexmedetomidina apresentaram aumento da glicemia. No
entanto, os animais do grupo tratado com a mesma dose de 6 dexmedetomidina,
mas associada ao MK-467, um antagonista de receptores alfa2, não apresenta-
ram alterações nas concentrações plasmáticas de insulina nem na glicemia, o
que demonstra a influência do fármaco na concentração plasmática de insulina
e consequentemente de glicose.
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NOVAS APLICAÇÕES CLÍNICAS DA DEXMEDETOMIDINA
Sedação na unidade de terapia intensiva (UTI)
O mecanismo pelo qual a dexmedetomidina reduz a excitação e promove seda-
ção ainda não é bem conhecido, no entanto observa-se a participação do Locus
coeruleus, um núcleo localizado na região dorsolateral do tronco cerebral e com-
posto por aproximadamente 30.000 neurônios. Neste núcleo se originam prati-
camente todos os neurônios noradrenérgicos do sistema nervoso central (VIC-
TOR, 2002; MURRELL & HELLEBREKERS, 2005). O Locus coeruleus desem-
penha um papel fundamental na comunicação do sistema nervoso simpático e
nas atividades do sistema nervoso central para a periferia. Este pequeno núcleo
neural apresenta funções como a modulação da ansiedade, atenção e sono, as-
sim como o controle da excitação. Em humanos o Locus coeruleus também foi
relacionado com disfunções e alterações no estado emocional, como a depres-
são (VICTOR, 2002; ELFENBEIN et al., 2009). A terapia intensiva é o suporte
avançado ao paciente com alterações graves que podem levar ao óbito. O ma-
nejo farmacológico é indicado para reduzir a agitação, a ansiedade e promover
cuidados essenciais para pacientes em estado crítico. No entanto, a depressão
respiratória, a instabilidade hemodinâmica e a tolerância aos efeitos farmacoló-
gicos podem influenciar a sedação na UTI. Em humanos, uma análise recente
observou que os pacientes são mantidos sedados apenas 50% do tempo, de-
monstrando inadequação nos protocolos tradicionais de sedação (VICTOR,
2002). Em estudo comparando a utilização de dexmedetomidina em doses equi-
potentes com o midazolam (fármaco benzodiazepínico indicado para sedação
de pacientes na UTI), em humanos, demonstrou-se que os pacientes sedados
com dexmedetomidina apresentaram melhor reação a estímulos externos e fo-
ram capazes de cooperar com o diagnóstico e procedimentos terapêuticos. Esta
capacidade de preservar a função cognitiva enquanto sedados é ideal para ava-
liações neurológicas em casos de traumas no sistema nervoso central (MATTILA
et al., 1991). Outra característica importante refere-se ao poder analgésico da
dexmedetomidina, podendo ser associada a fármacos analgésicos no controle
de dor em pacientes na UTI. No entanto, foi relatado que a dexmedetomidina
não apresenta o poder de produzir amnésia, sendo que pacientes que recebe-
ram dexmedetomidina, quando estimulados, apresentaram resposta ao estímulo
e memória sobre os procedimentos após recuperação (VICTOR, 2002).
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USO NA ANALGESIA PERIOPERATÓRIA E NA ANESTESIA BALANCEADA
A dor está presente na grande maioria de procedimentos cirúrgicos, sendo que
durante a cirurgia, pela ausência de consciência do paciente anestesiado, a dor
não é percebida. No entanto, a maioria dos anestésicos gerais não elimina iso-
ladamente o processamento nociceptivo no sistema nervoso central, facilitando
o desenvolvimento de fenômenos, como a alodinia e a hiperalgesia, que dificul-
tam o alívio da dor no período pós-operatório. Neste sentido, a utilização de
substâncias analgésicas reduz a dose dos anestésicos gerais, o que contribui
para a manutenção da estabilidade cardiorrespiratória, além de facilitar o trata-
mento da dor pós-operatória (LAMONT, 2008). A dexmedetomidina é um ago-
nista alfa-2 altamente seletivo que apresenta alto potencial analgésico, quando
utilizada em doses baixas, proporcionando analgesia peri-operatória e redução
do estresse cirúrgico (LAMONT, 2008). Segundo LERVIK et al. (2012), a dexme-
detomidina administrada na dose de 1 μg/kg em cães submetidos a anestesia
geral com 8 isoflurano, induz menor resposta a estímulos elétricos, em compa-
ração com os animais que utilizaram apenas solução placebo para avaliação.
Em felinos a dexmedetomidina reduziu a concentração alveolar mínima do iso-
flurano em proporções superiores a 50%. No entanto, observou-se nestes paci-
entes que somente o fármaco agonista alfa-2 não induz imobilidade na presença
de um estímulo nociceptivo, mesmo em diversas concentrações plasmáticas, di-
ferentemente dos anestésicos gerais (ESCOBAR et al., 2011). Em ratos a dex-
medetomidina associada ao tramadol produziu excelente analgesia no trata-
mento da dor aguda e da dor neuropática. A associação de dexmedetomidina e
tramadol, nas doses de 5 e 5; 5 e 10; 10 e 5 mg/kg e μg/kg, respectivamente,
proporcionou analgesia para o tratamento da dor aguda, avaliada em ratos sub-
metidos a amputação de cauda. No mesmo estudo, a dexmedetomidina e o tra-
madol foram associados para o tratamento da dor neuropática em animais sub-
metidos à ligadura do nervo ciático. A associação dos fármacos apresentou me-
lhores efeitos analgésicos do que a administração de ambas medicações isola-
damente (GUNELI et al., 2007). Em humanos, a dexmedetomidina reduz o re-
querimento de morfina, quando administrada em infusão contínua nas primeiras
24 horas pós-operatório, auxiliando no controle de dor pós-operatória de crian-
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ças submetidas a cirurgias na coluna vertebral (SADHASIVAM et al., 2009). De-
vido a seu perfil farmacológico a dexmedetomidina apresenta alto potencial an-
tinociceptivo, quando administrada em pequenas doses em infusão intravenosa
contínua. Ensaios clínicos recentes demonstraram que a infusão de pequenas
doses de dexmedetomidina produz analgesia em pacientes caninos para diver-
sos procedimentos cirúrgicos (LAMONT, 2008). Na taxa de 1 μg/kg/hr, reduziu o
potencial nociceptivo no período peri-operatório, o que previne a dor pós-opera-
tória e diminui a possibilidade de desenvolvimento de dor crônica (LERVIK et al.,
2012). Segundo UILENREEF et al. (2008), a infusão contínua de dexmedetomi-
dina nas doses de 1, 2 e 3 μg/kg/hr reduz o requerimento de isoflurano na anes-
tesia geral, proporciona estabilidade hemodinâmica e permite maior conforto e
tranquilidade dos animais na recuperação de cirurgias ortopédicas e de tecidos
moles. No entanto, o grupo que recebeu a dose de 2 9 μg/kg/hr apresentou va-
lores menores de frequência cardíaca comparado aos outros grupos, enquanto,
no grupo com a dose de 3 μg/kg/hr, observou-se a ocorrência de arritmias como
bloqueio atrioventricular de segunda grau, valores significamente maiores aos
encontrados nos outros grupos. Em gatas submetidas à cirurgia de ovariohiste-
rectomia, a infusão contínua de dexmedetomidina, na taxa de 0,25 μg/kg/hr, re-
duz o requerimento do isoflurano. No entanto, nesse estudo utilizou-se também
anestesia epidural com lidocaína, o que pode ter influenciado na redução do
consumo do gás anestésico (ESCOBAR, et al., 2011). Já em equinos anestesi-
ados com isofluorano e submetidos à infusão contínua de dexmedetomidina, na
dose de 1,75 μg/kg/hr, observou-se melhora significativa na qualidade de recu-
peração pós-anestésica, com menos tentativas dos animais ficarem em posição
quadrupedal. Porém, observou-se redução na frequência cardíaca e na pressão
parcial de oxigênio nos animais submetidos à infusão de dexmedetomidina, va-
lores estes não descritos no grupo controle (MARCILLA et al., 2012). Em ovelhas
e cabras a dexmedetomidina administrada em infusão contínua, na dose de 2
μg/kg/hr, influenciou os parâmetros cardiovasculares, provocando queda de 20%
no débito cardíaco, diminuição de 40% na resistência vascular sistêmica e redu-
ção de 20% na pressão arterial média. Estes efeitos foram observados principal-
mente nas cabras, demonstrando maior sensibilidade desta espécie à dexmede-
tomidina. Nesse mesmo estudo, alterações pulmonares foram observadas com
pouca intensidade em caprinos, sendo que os valores de perfusão pulmonar e
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as trocas gasosas não apresentaram alterações significantes. No entanto, os
ovinos podem apresentar maior sensibilidade aos efeitos pulmonares como re-
dução na pressão parcial de oxigênio no sangue e aumento da pressão arterial
pulmonar, fração de shunt e espaço morto pulmonar, o que reforça a necessi-
dade de especial atenção com o uso de dexmedetomidina em infusão contínua
nesta espécie (KASTNER et al., 2007).
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ANESTESIA/ANALGESIA EPIDURAL
O controle da dor trans e pós-operatória ou pós-traumática tem sido uma das
grandes preocupações dos anestesistas e clínicos de pequenos animais. Nesse
contexto, destaca-se a anestesia epidural, que é utilizada para controle da dor
abdominal e de membros pélvicos, apresentando vantagens como segurança,
eficiência e baixo custo. A anestesia epidural com anestésicos locais possui
baixa seletividade, pois induz bloqueio sensitivo e motor, tornando-se uma téc-
nica pouco atrativa para o controle da dor por períodos prolongados (TORSKE
et al., 1998). Os fármacos agonistas alfa-2 adrenérgicos auxiliam na anestesia
epidural, fornecendo analgesia por meio de ativação colinérgica espinhal, po-
dendo apresentar bloqueio motor ausente ou de pouca intensidade, observando
leve ataxia (ALMEIDA et al., 2004). Quando administrada na metade da dose, a
dexmedetomidina promove efeitos farmacológicos similares a outros agonistas
alfa-2 (OTERO, 2005). Em felinos, a dexmedetomidina administrada pela via epi-
dural induziu redução no consumo de anestésico inalatório em gatas submetidas
a ovariohisterectomia (OSH) e proporcionou recuperação anestésica de melhor
qualidade, porém mais prolongada, em comparação ao grupo que recebeu ape-
nas lidocaína, também pela via epidural (SOUZA, 2006).
12
NEUROPROTEÇÃO
O trauma cranioencefálico é comum em pacientes veterinários e representa
uma área de grande desafio para neurocirurgiões e neuroanestesistas. Os danos
cerebrais iniciam-se logo após o acidente e as estratégias de prevenção secun-
dária à lesão e suas sequelas evoluem constantemente (TAWFEEQ et al., 2009).
Cerca de 1,1 milhões de pacientes humanos com lesão cerebral traumática são
tratados por ano somente nos Estados Unidos. Desses pacientes, aproximada-
mente 124.000 sofrem incapacidade e, em longo prazo, 50.000 falecem por
causa das lesões (SCHOELER, et al., 2012). Os estímulos dolorosos incremen-
tam a atividade simpática e, consequentemente, induzem aumento da frequên-
cia cardíaca e da pressão arterial. A dexmedetomidina reduz esta resposta, for-
necendo melhores possibilidades de recuperação dos pacientes (TAWFEEQ et
al., 2009). UYAR et al. (2008) demonstraram estabilidade hemodinâmica e redu-
ção na liberação de hormônios de estresse com a utilização de dexmedetomidina
em pacientes pré e pós craniotomia. Por meio de modelo de lesão cerebral trau-
mática In vitro, SCHOELER et al. (2012) observaram efeitos neuroprotetores
com a utilização de cultura de células do hipocampo de ratos submetida a lesão
traumática e exposta a concentrações variadas de dexmedetomidina. O fármaco
demonstrou ser um agente neuroprotetor, tendo melhores resultados na concen-
tração de 1μM. O estudo ainda demonstrou que a administração do fármaco no
período de duas horas após o início da lesão traumática apresenta melhores
resultados do que a administração imediata (Figuras 3 e 4).
13
14
DEXMEDETOMIDNA E CONVULSÕES
A dexmedetomidina é considerada como agente neuroprotetor (SCHOELER, et
al., 2012), no entanto KUBOTA et al. (2012) descrevem episódios de convulsões
em neonatos humanos, avaliados por meio de eletroencefalograma. Após seda-
ção e introdução da ventilação mecânica para respiração artificial, foram obser-
vados no paciente ataques epiléticos e movimentos não epiléticos anormais.
Doze horas após a suspensão da dexmedetomidina, os sintomas desaparece-
ram gradualmente sem a necessidade de utilização de qualquer medicação an-
ticonvulsivante. RAY & TOBIAS (2008) realizam estudo retrospectivo com 42 pa-
cientes humanos, 32 meninos e 10 meninas, com faixa etária de aproximada-
mente 11 anos, que apresentavam distúrbios neurocomportamentais, autismo
ou convulsões e foram medicados com dexmedetomidina em infusão contínua
ou pela via oral para avaliação eletroencefalográfica. O estudo demonstrou que
o fármaco promoveu sedação eficiente nos pacientes, sem presença de agita-
ção, convulsão ou excitação pós-sedação. Todavia, as doses utilizadas demons-
traram necessidade de padronização, visto que alguns pacientes tiveram seda-
ção eficiente e outros necessitaram de doses complementares.
ISQUEMIA E REPERFUSÃO
Isquemia é a falta de perfusão sanguínea para um tecido orgânico devido à obs-
trução no fluxo sanguíneo por qualquer motivo. A isquemia é presenciada por
cirurgiões e anestesistas na rotina hospitalar em situações como infarto do mio-
cárdio, vasodilatação periférica e choque hipovolêmico. No entanto, apesar de a
restauração do fluxo sanguíneo a um órgão isquêmico ser essencial para preve-
nir dano celular irreversível, a reperfusão com sangue oxigenado pode agravar
o dano celular provocado pela isquemia (SILVA et al., 2002). As consequências
da isquemia em diferentes tecidos dependem de sua duração e muitas das le-
sões se desenvolvem durante o estágio de reoxigenação, em decorrência da
reperfusão tecidual. Neste sentido, observa-se que as alterações histológicas
induzidas por três horas de isquemia intestinal, seguidas por uma hora de reper-
fusão, são mais graves do que as induzidas por quatro horas de isquemia intes-
tinal isolada (SILVA et al., 2002). ZHANG et al. (2012) descrevem a participação
da dexmedetomidina na prevenção de lesões de isquemia e reperfusão intestinal
em ratos. Nesse estudo, após uma hora de isquemia por meio da ligadura da
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artéria mesentérica e duas horas de reperfusão, os autores observaram redução
nas lesões devido à diminuição na resposta inflamatória e mecanismos apoptó-
ticos em resposta a ativação de receptores adrenérgicos. Os animais foram dis-
tribuídos em grupos de acordo com o protocolo experimental, o qual contou com
a utilização de solução placebo, dexmedetomidina antes do processo isquêmico,
dexmedetomidina durante os primeiros 60 minutos de reperfusão, dexmedeto-
midina e ioimbina (antagonista alfa-2 adrenérgico) antes da isquemia e somente
ioimbina antes da isquemia intestinal. Estes autores observaram que a proteção
contra a injúria de isquemia e reperfusão esteve presente nos animais tratados
com dexmedetomidina antes do início da lesão, sendo que após o processo de
isquemia, os resultados não se mostraram favoráveis (Figura 4).
16
No sistema cardiovascular a dexmedetomidina está relacionada com efeitos car-
dioprotetores no período perioperatório por meio do controle da frequência car-
díaca, dos efeitos simpatolíticos, do aumento do fluxo de sangue nas artérias
coronarianas e da redução na produção de lactato durante a anestesia geral.
OKODA et al. (2007) descreveram os efeitos da dexmedetomidina sobre a fun-
ção ventricular esquerda, o fluxo coronariano e o infarto do miocárdio, por meio
de um modelo de isquemia cardíaca com duração de 30 minutos, com posterior
reperfusão durante 120 minutos, em ratos. Nesse estudo, as concentrações de
1 e 10 nM de dexmedetomidina apresentaram melhores resultados cardioprote-
tores comparados ao grupo controle, avaliando-se a área total de infarto no ven-
trículo esquerdo (Figura 5) e o fluxo coronário. Os efeitos cardioprotetores são
mais intensos com a utilização de doses maiores de dexmedetomidina, mas den-
tro do intervalo terapêutico para espécie, e são revertidos com a utilização de
ioimbina.
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Em outro estudo também foi avaliada a injúria de isquemia e reperfusão no mio-
cárdio de ratos, entretanto em situação distinta. MIMURO et al. (2010) submete-
ram os animais a um período de isquemia de 30 minutos e reperfusão de 120
minutos, sendo a dexmedetomidina administrada 25 minutos após o início do
processo isquêmico. As concentrações do fármaco utilizadas também foram de
1 e 10 nM. Neste ensaio, observou-se aumento das lesões em comparação ao
grupo controle e ao grupo que recebeu simultaneamente dexmedetomidina e
ioimbina (Figura 6). Estes resultados demonstram que após o início da lesão, o
fármaco não foi capaz de promover redução da injúria e sim aumento da lesão,
devendo ser contraindicada nestas situações.
18
aplicada 12 horas após oclusão. Nestes animais observou-se preservação da
estrutura celular, redução na vacuolização e viabilização neuronal, em compara-
ção com os animais do grupo controle e com os ratos tratados concomitante-
mente com dexmedetomidina e atipamezole, outro antagonista dos fármacos
agonistas alfa-2. Estes resultados demonstram a preservação da função motora
e neural de animais tratados com dexmedetomidina (Figura 7).
19
ses pacientes (Walder e Tramèr, 2004). Entretanto, pouco se sabe a respeito desse as-
sunto em medicina veterinária, pois apenas um estudo cita a utilização de proto-
colos de sedação a longo termo em cães (Ethier et al., 2008).
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Experimentação Animal da ins-
tituição de origem (protocolo 1.43/13).
Foram utilizadas 12 cadelas, sem raça definida (SRD), com peso médio de
13,2±2,3, comprovadamente hígidas por meio de exames físicos e laboratoriais
(hemograma e perfil bioquímico), exames ecocardiográfico e eletrocardiográfico.
20
e, ainda, uma sonda urinária com sistema fechado de coleta para a aferição do
débito urinário.
Em ato contínuo, foi realizada a aferição dos dados basais (M0), conforme parâ-
metros descritos a seguir; após, ocorreu a administração bolus de opioide, alo-
cando-se os animais de forma aleatória em dois grupos: cetamina, morfina e
propofol (GCM, n=6) ou midazolam, fentanil e propofol (GMF, n=6). O GCM re-
cebeu 0,5mg/kg de morfina e o GMF recebeu fentanil 5µg/kg, ambos pela via
intramuscular.
Após 15 minutos, foi realizada nova avaliação dos parâmetros (M-15). Nesse
momento, ocorreu a suspensão do isoflurano, e após a superficialização do
plano anestésico, confirmada pela presença de reflexo de deglutição, adminis-
trou-se 1mg/kg de cetamina associado a 3mg/kg de propofol no GCM ou
0,5mg/kg de midazolam associado a 3mg/kg de propofol no GMF, iniciando-se
infusão contínua no GCM com propofol, cetamina e morfina, nas doses de
18mg/kg/h, 0,6mg/kg/h e 0,26mg/kg/h, respectivamente, ou, propofol, midazo-
lam e fentanil, nas doses de 18mg/kg/h, 0,5mg/kg/h e 10µg/kg/h, respectiva-
mente, no GMF.
21
Concomitantemente ao período de infusão, os animais foram submetidos à ven-
tilação controlada, com auxílio de um ventilador microprocessado (9100c GE
Health-Care, United Kingdom), ciclada a pressão com pressão inspiratória de
15cm/H20, f (frequência respiratória) inicial de 10mpm (posteriormente alterada
para a padronização da EtCO2 em 35-45mm/Hg), relação inspiração/expiração
1:2, FiO2 de 40% e 4cm/H2O de PEEP.
A escala de sedação foi avaliada também a cada hora, pelos reflexos palpebral,
corneal e pela posição do globo ocular, e estratificada em cinco planos (Tab. 1);
em caso de superficialização (plano A), ocorria a administração de 1mg/kg IV de
propofol. Em caso de planos profundos (D ou E), diminuir-se-ia a infusão de pro-
pofol em 25%.
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Os parâmetros hemodinâmicos DC (débito cardíaco), IC (índice cardíaco) e os
índices calculados VS (volume sistólico), IRVS (índice de resistência vascular
sistêmica), ITVE (índice de trabalho ventricular esquerdo), ITVD (índice de tra-
balho ventricular direito), CaO2 (conteúdo arterial de oxigênio), CvmO2 (conte-
údo venoso misto de oxigênio), DO2 (oferta de oxigênio), além dos parâmetros
de hemogasometria arterial e mista, como potencial de hidrogênio (pH), pressão
parcial de oxigênio (PO2), pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2), íon
bicarbonato (HCO3 -), saturação da oxi-hemoglobina (SO2), déficit de base (DB),
íon sódio (Na+), íon cloro (Cl-), íon cálcio (iCa++), íon potássio (K+), ânion gap
(AG) e concentração total de hemoglobina, foram avaliados a cada duas horas
do início da infusão, durante 24 horas.
Após avaliação da distribuição dos dados pelo teste Shapiro-Wilk, os dados pa-
ramétricos referentes à avaliação entre momentos foram submetidos à análise
de variância de uma via com repetições múltiplas (ANOVA-RM), seguidos pelo
teste de Bonferroni.
23
Para comparação entre os mesmos momentos dos diferentes grupos, empre-
gou-se o teste t de Student. Os dados não paramétricos, como a escala de se-
dação, foram submetidos ao teste de Wilcoxon, para a avaliação entre tempos,
e ao teste Mann-Whitney, para a avaliação entre grupos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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A temperatura central (T°C) mensurada pelo termistor do cateter de Swan ganz
foi menor no momento basal (37,2±0,4 no GMF e 37,1±0,5 no GCM) quando
comparada à temperatura fisiológica de cães acordados, 38,3 a 39,4°C, citada
por Haskins et al. (2005), possivelmente pela anestesia geral inalatória com isoflurano
durante instrumentação, o qual promove leve vasodilatação (Galloway et al., 2004), fa-
vorecendo a troca de temperatura com o ambiente.
25
(GMF) ou propofol, cetamina e morfina (GCM) e submetidos à ventilação mecâ-
nica durante 24 horas
26
Valor médio em 24 Redução (-) ou aumento (+)
Parâmetro Grupo Basal
horas em 24h
GMF 104±17 71±14 -32%
FC
GCM 104±12 69±15 -34%
GMF 66±6 62±4 -6%
PAM
GCM 64±5 64±6 0%
GMF 3,9±0,7 3±0,4 -24%
IC
GCM 4,1±1,3 2,9±0,5 -29%
GMF 40,2±7,4 42,5±7,4 +6%
IS
GCM 42,3±7 42,8±7,6 +1%
GMF 4,1±2,3 3,9±1,9 -4%
PVC
GCM 2,9±1,5 3,3±1,7 +12%
GMF 11,7±2,1 14,1±1,7 +20%
PAP
GCM 11,0±1,9 12,5±1,6 +14%
GMF 4,2±1,3 4,7±1,5 +12%
PAPo
GCM 3,9±1,8 4,9±1,6 +24%
GMF 1323±199 1624±229 +22%
IRVS
GCM 1172±294 1739±348 +48%
GMF 162±47 257±61 +58%
IRVP
GCM 160±39 227±64 +41%
GMF 6,8±0,8 8,7±1,6 +27%
ITVD
GCM 6,8±1,7 7,6±1,8 +11%
GMF 38,5±8,5 37,8±7,3 -2%
ITVE
GCM 39,3±6,5 38,5±71 -3%
GMF 4,4±0,8 6,2±1,1 +40%
Qs/Qt
GCM 4,4±1,8 5,0±1,1 +14%
GMF 17,6±1 16,9±1,7 -4%
CaO2
GCM 17,7±1,8 16,8±1,9 -5%
GMF 13,2±1 10,8±1,4 -19%
CvmO2
GCM 13,3±1,3 11,1±1,6 -16%
DO2 GMF 690±118 512±77 -26%
27
GCM 726±139 500±113 -31%
GMF 138,8±26,9 117,7±16,9 -15%
VO2
GCM 129,3±30,8 119,8±16,8 -7%
GMF 19,0±4,4 25,1±3,6 +32%
TEO2
GCM 19,9±4,7 26,4±5,5 +36%
28
Mesmo com a redução ocorrida no IC durante a infusão, a PAM foi mantida cons-
tante pelo aumento do IRVS (Tab. 3) de 22% no GMF e de 48% no GCM, valores
próximos aos de referência para a espécie (Haskins et al., 2005).
Leve diminuição da PA também foi observada por Corrêa et al. (2013) em infusão de
propofol isolado na taxa de 0,4mg/kg/min, porém ainda dentro dos valores de
referência para a anestesia. Os opioides podem promover leve hipotensão pela
diminuição na FC e, consequentemente, do DC.
No presente estudo, acredita-se que a perfusão tenha sido mantida, visto que os
valores limítrofes de PA foram mantidos, entretanto um maior número de resga-
tes de dopamina foi necessário no GMF (2,8±2,6) em comparação ao GCM
(0,2±0,4) para a manutenção da PAM.
O IRVP basal (Tab. 2) também estava levemente abaixo dos valores de referên-
cia em ambos os grupos (Haskins et al., 2005), decorrente da utilização do isoflurano.
Visto que benzodiazepínicos (Colussi et al., 2011) e opioides (Lopes e Nunes, 2008) não pro-
movem efeito vascular direto em vasos pulmonares, o aumento do IRVP pode
estar relacionado à leve diminuição da saturação de oxigênio venosa mista
29
(SvmO2), que ocorreu em ambos os grupos, 62,5±2,6% no GMF e 71,5±4,4% no
GCM em M24h (24 horas de infusão), porém mais intensamente no GMF, o que
pode ter levado a um leve quadro de hipóxia e consequente vasoconstrição dos
vasos pulmonares, como já descrito em humanos (Gille et al., 2012).
Outro importante fator que pode ter auxiliado é o aumento na taxa de shunt in-
trapulmonar (Qs/Qt) (Tab. 3), observado mais intensamente no GMF que no
GCM (aumentos médios de 40% e de 14%, respectivamente), permanecendo
acima dos valores de referência para a espécie (Haskins et al., 2005).
Esse aumento pode estar relacionado à soma dos aumentos médios de 20% na
PAP e a 6% de aumento do IS (Tab. 3), que, mesmo não sendo significativos
isoladamente, podem ter promovido o aumento do ITVD, visto que os picos do
aumento do ITVD e do PAP e IS ocorreram nos mesmos momentos (16, 22 e 24
horas).
30
A CaO2 (Tab. 3) diminuiu, em média, 4% no GMF e 5% no GCM em relação ao
basal. Visto que a PaO2 e a SaO2 permaneceram estáveis no GMF (193mm/Hg
e 98,1%) e no GCM (195 mm/Hg e 98,3%), acredita-se que a redução da
CaO2 ocorreu devido à leve redução da hemoglobina (tHb) arterial de 10% no
GMF e de 13% no GCM, permanecendo as médias em 12±1,2g/dL no GMF e
em 11,9±1,3g/dL no GCM. Costa et al. (2013) citam leve diminuição gradativa da tHb
durante infusão de propofol (0,7mg/kg/min), possivelmente devido à redistribui-
ção de eritrócitos para locais não esplênicos.
Outro fator que pode ter auxiliado a diminuição da tHb é a hemodiluição, visto
que a lavagem dos cateteres a cada avaliação, a infusão dos tratamentos e o
fornecimento de nutrição parenteral podem ter influenciado esses valores.
Da mesma forma, a CvmO2 diminuiu (Tab. 3), uma vez que a hemoglobina tam-
bém é utilizada para o cálculo desta.
Porém, Haskins (2006) cita que normalmente, com a diminuição da DO2, ocorre
um aumento na taxa de extração de oxigênio (TEO2) e, assim, o requerimento
de oxigênio tecidual é mantido, sendo ainda nessa fase o consumo independente
da oferta. A TEO2 se encontrava com valor próximo aos de referência para a
espécie, 20-25% (Christensen e Pgcert, 2012) em ambos os grupos, contudo aumentou
a partir de 10h de infusão em relação ao basal, com um aumento médio de 31%
no GMF e de 34% no GCM (Tab. 3), porém sem diferenças entre grupos.
31
No presente estudo, a avaliação da calorimetria indireta demonstrou que a dimi-
nuição da DO2 foi minimizada pela diminuição do VO2 (redução média de 7% no
GCM e de 15,9% no GMF).
A PaO2 permaneceu entre 160 e 200mm/Hg, valores esperados para a FiO2 pa-
dronizada em 40%, sem diferenças entre momentos ou entre grupos.
de SvmO2 acima de 74% têm sido associadas com melhor prognóstico em paci-
entes críticos (Conti-patara et al., 2012), porém a diminuição da taxa metabólica e de
VO2 promoveu adequação da necessidade fisiológica, não provocando hipoxe-
mia.
32
As médias do HCO3 - no momento basal (24,5±1,4 no GMF e 24,7±2,8 no GCM)
permaneceram levemente acima dos valores preconizados para a espécie, de
20 a 23 mEq/L (Ha et al., 2013), possivelmente devido à tentativa de tamponar
a leve acidemia observada pela diminuição do pH nesse momento.
Não foram observadas diferenças entre grupos para o tempo (em minutos) para
extubação (38±17 e 29±14), deambulação (147±73 e 122±49) e recuperação to-
tal (225±88 e 190±68), no GMF e GCM, respectivamente.
33
do tempo de recuperação e desmame da VM (Skrupky et al., 2015). Vieira et al. (2013) tam-
bém não observaram diferenças no tempo para extubação, deambulação e re-
cuperação total em cães submetidos à infusão de propofol e propofol/cetamina
em taxas variadas durante 60 minutos, porém esses tempos aumentam consi-
deravelmente em infusões para procedimentos de OSH, devido à necessidade
de maiores doses para a manutenção dos planos.
Como limitação do estudo, pode ser citado o baixo período de estabilização (15
minutos) do isoflurano (1,3V%) após instrumentação (2,0V%) para a avaliação
do momento basal, no qual um maior tempo de estabilização possivelmente teria
promovido valores basais mais próximos dos valores fisiológicos e observados
em animais acordados, todavia os valores encontrados ainda estão próximos
aos valores aceitáveis para a espécie.
34
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