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MEDICINA RESPIRATÓRIA E TORÁCICA

SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA................................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4
DOENÇAS DO TRATO RESPIRATÓRIO ANTERIOR EM GATOS................................................................ 7
Definição e Agentes Envolvidos ......................................................................................................... 7
Herpesvírus ................................................................................................................................... 7
Calicivírus ...................................................................................................................................... 8
Clamidiose .................................................................................................................................. 10
Bordetella ................................................................................................................................... 10
Micoplasmose............................................................................................................................. 11
DIAGNÓSTICO ..................................................................................................................................... 12
TRATAMENTO ..................................................................................................................................... 14
MANEJO E PREVENÇÃO ...................................................................................................................... 15
ANATOMIA DO GATO ......................................................................................................................... 16
Doenças que Afetam Órgão do Tórax do Gato ................................................................................ 17
Infecção Pulmonar ..................................................................................................................... 17
BRONQUITE FELINA ............................................................................................................................ 23
MODELO DE ANAMMESE ................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 31

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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VÍDEOS DE APOIO

Com o intuito de contribuir para a apreensão de conhecimento acadêmico, de forma


didática e também prática, alguns links de vídeos serão disponibilizados no decorrer
desta apostila. Assim, antes de iniciar a leitura deste material didático, será
necessário acessar e assisti-los.

Alguns serão para relembrar o que foi estudo na graduação, outros somar
conhecimento prático da profissão.

Para tanto, tenha toda sua atenção voltada para esse momento e, se sentir
necessidade, retome a leitura ou mesmo assista novamente ao vídeo.

Vídeo 1: Introdução a Anatomia do Gato – Membros Torácicos e Pélvicos


(Osteologia) 3D

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=dZPVH4dCCDs>

Sinopse: O vídeo apresenta os órgão/anatomia.

Vídeo 2: Abordagem geral do paciente com enfermidade respiratória.

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=ZZV0VN72gKE >


Sinopse: Tosse, espirro, secreção nasal, dispneia (expiratória e inspiratória) e mais
tipos de sinais clínicos que um paciente com afecção respiratória pode apresentar,
serão debatidos e muito bem esclarecidos nessa super live com o prof Paulo.

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INTRODUÇÃO

O sistema respiratório é capaz de desenvolver várias funções dentro do organismo


animal. A mais importante delas está relacionada às trocas gasosas em que são
realizadas a oxigenação sanguínea e a liberação de gás carbónico, nos alvéolos
pulmonares. A troca gasosa é chamada de hematose e, para que ocorra, é necessária
a aproximação do ar inalado com o sangue na barreira alvéolo-capilar. Outras funções
do sistema respiratório são representadas pela manutenção do equilíbrio ácido-base,
pela atuação como um dos reservatórios sanguíneos do organismo, por filtrar e
provavelmente destruir êmbolos sanguíneos, metabolizar substâncias como a
serotonina, prostaglandina, corticosteroides e leucotrienos, além de ativar outras
substâncias como a angiotensina. Atua, ainda, como um dos órgãos importantes para
as funções de termorregulação dos animais e na fonação.
O sistema respiratório constitui-se, anatomicamente, de narinas, coanas, seios
paranasais, laringe, traqueia, brônquios principais, brônquios segmentares,
bronquíolos, alvéolos.
As vias de condução do ar para as unidades fisiológicas de trocas gasosas são
chamadas de vias aéreas. As vias aéreas são divididas arbitrariamente na altura da
borda caudal da cartilagem cricoidea em vias aéreas anteriores e posteriores. O ar
inalado entra pelas duas narinas, é aquecido e umidificado nas coanas e nos seios
paranasais, vai à laringe, daí à traqueia. Essas estruturas se situam fora do tórax. A
porção final da traqueia, já no tórax, divide-se em dois brônquios principais que dão
origem aos brônquios lobares ou principais que, por sua vez, originam várias gerações
de brônquios segmentares. Esses brônquios, próximos ao hilo pulmonar, são
chamados de grandes brônquios, pois são visíveis em qualquer corte transversal do
pulmão c possuem cartilagem espessa em suas paredes.
Os brônquios dividem-se continuamente em vários segmentos cada vez mais
finos até os pequenos brônquios, que apresentam diâmetro de l a 2cm. A cartilagem
é tão esparsa que podem ser confundidos num corte transversal do pulmão. Desses
brônquios saem os bronquíolos (não apresentam cartilagem nas paredes) finalizando
em bronquíolos terminais, que são as menores vias aéreas condutoras de ar. Os
bronquíolos respiratórios são as últimas divisões bronquiais e são assim chamados

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porque alvéolos emergem de suas paredes. Dessa maneira, eles apresentam funções
respiratórias e condutoras de ar. A unidade funcional respiratória pulmonar, chamada
de ácino, é suprida por um bronquíolo terminal e é constituída de bronquíolos
respiratórios, duetos alveolares e alvéolos.
Os pulmões são divididos anatomicamente em lobos, segmentos, lóbulos e
ácinos, na ordem decrescente de magnitude.
As divisões da artéria e veias pulmonares e da artéria bronquial e dos linfáticos
em geral acompanham o mesmo sistema de ramificação das vias aéreas
intrapulmonares. Os ramos da artéria e veia pulmonares c a artéria bronquial
acompanham a árvore bronquial até os bronquíolos terminais. A artéria bronquial
supre os linfonodos do hilo pulmonar, pleura e brônquios e formam vasa va-sorum
com a artéria pulmonar e, em alguma extensão, com a veia pulmonar antes de se
ramificar aos bronquíolos terminais distais. Os ramos da artéria pulmonar suprem
principalmente os bronquíolos terminais, duetos alveolares e alvéolos. Um leito capilar
único, que começa nos bronquíolos terminais, mistura o sangue originado d» artérias
pulmonar e bronquial, embora exista UM pequeno número de anastomoses arteriais
r^ nível. O sangue arterial, de maneira geral, é d nado pela veia pulmonar, com
exceção das primeiras duas a três divisões da traqueia, que vi: ao coração pelo
sistema da veia ázigos. Uma das grandes consequências da proximidade dos
brônquios com ramos da artéria pulmonar são os: de hemoptise, causados por
trombose da veia cava caudal, em bovinos alimentados com carboidratos em grande
quantidade e de maneira contínua.
Os pulmões são inervados por fibras p: simpáticas do vago e por fibras
simpáticas dos gânglios torácico cranial e cervical. As fibras acompanham as vias
aéreas e os vasos sanguíneos até os ácinos e a pleura. Poucas fibras são encontradas
no septo interalveolar. Os reflexos nervos são essenciais para a manutenção do
controle da respiração e para a defesa do sistema respiratório contra agentes irritantes
inalados. O tônus da musculatura lisa das vias aéreas e dos vasos sanguíneos e as
funções secretórias do aparelha mucociliar também estão sob o controle do sistema
nervoso. Os receptores de pressão estão localizados nos músculos lisos da traqueia
e dos grandes brônquios. Esses receptores respondem às alterações de pressão
transmural das vias aéreas e estão envolvidos no reflexo de Hering-Breuer. O seu
estímulo produz dilatação das vias aéreas e diminuição da resistência inspiratória.
Receptores para produtos irritantes são encontrados no epitélio das vias aéreas e são

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supridos por fibras nervosas mielinizadas de pequeno calibre e são estimulados por
partículas irritantes, como poeira, aerossóis e por estímulo mecânico. Esses
receptores estão envolvidos na produção da tosse e na estenose reflexa das vias
aéreas. Eles estimulam também o aumento da respiração com a abertura das vias
aéreas adjacentes aos ácinos colapsados por alguma doença pulmonar. As fibras não
mielinizadas do nervo vago estão associadas aos receptores justa capilares no
interstício do septo alveolar. Estes receptores são estimulados por gases irritantes e
por congestão e edema do espaço intersticial causando taquipneia.
A drenagem linfática do pulmão se faz por dois sistemas: os linfáticos profundos
que se iniciam nos duetos alveolares, acompanham as vias aéreas e artérias em
direção aos linfonodos e tecidos linfoides e estão associados aos linfáticos justa-
alveolares que drenam a parte mais profunda do pulmão; os linfáticos superficiais
drenam a pleura visceral por um plexo que converge para o hilo pulmonar.
Figura 1: Sistema respiratório do gato

Vídeo 3: Semiologia do Sistema Respiratório de cães e gatos


Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=T8uFO4jR2UA>
Sinopse: neste vídeo a médica veterinária Taila Quadro apresenta os exames
necessários para detecção de doenças respiratórias em cães e gatos, destacando
assim a principal função do sistema respiratório é promover a troca gasosa entre o
meio interno e o externo, entre outras funções.

Vídeo 4: Semiologia do Sistema Respiratório em Cães e Gatos


Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=efxdGdk0yNU>
Sinopse: neste vídeo do Canal VET PROFISSIONAL apresenta na prática como
realizar o exame semiologia respiratório.

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DOENÇAS DO TRATO RESPIRATÓRIO ANTERIOR EM
GATOS

As doenças respiratórias de trato anterior (ou superior) são bastantes comuns em


gatos, principalmente naqueles provenientes ou que vivem em ambiente com
múltiplos indivíduos (por definição, colônias/criatórios são ambientes com cinco ou
mais gatos). São consideradas um dos principais grupos de doenças responsáveis
por busca de auxílio veterinário, com elevada prevalência e morbidade, bem como a
principal causa de doença (manifestações clínicas) em ambientes superpopulosos.
Possuem características multifatoriais, com diversos agentes etiológicos envolvidos,
bem como significativo número de outros fatores associados.

Definição e Agentes Envolvidos

As doenças respiratórias em felinos, no que concerne ao trato respiratório


anterior, são comumente nominadas como “complexo respiratório dos felinos”. Cerca
de 80% dos casos de problemas respiratórios em gatos possuem um ou mais dos
agentes abaixo listados envolvidos:
 Herpes vírus
 Calicivírus
 Chlamydia felis
 Mycoplasma sp.
 Bordetella bronchiseptica

Herpesvírus

O herpesvírus felino tipo 1 (FHV-1) é um DNA vírus (fita dupla) envelopado,


pertencente à subfamília Alphaherpesvirinae. Causa infecção aguda com tropismo por
tecido termolábil (com temperaturas próximas a 37oC), principalmente o epitélio nasal,
traqueal e epitélio da córnea.
Durante a infecção aguda, o vírus atinge os neurônios do gânglio trigeminal,
podendo ficar em latência neste sítio. O mecanismo de latência não envolve
replicação viral no gânglio.

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Aproximadamente 90% dos animais que sofreram infecção herpética tornam-
se carreadores do vírus por toda a vida, tendo papel fundamental na perpetuação da
infecção por meio do mecanismo de reativação viral. Esta reativação pode ser
induzida por estresse, prenhez/lactação, mudança de hábitos/rotina, introdução de um
novo gato ou uso de corticoides.
Após a infecção primária, o vírus é liberado por secreções nasais, orofaríngeas
e oculares pelo período de uma a três semanas. Pelo fato de ser envelopado, o vírus
não sobrevive por muito tempo no ambiente, sendo necessário o contato direto com
um animal infectado ou via gotículas (saliva/secreções), para a perpetuação do ciclo
viral (fato que explica a grande prevalência em ambientes superpopulosos). A
contaminação por meio de fômites e, mais importante, por meio da reativação viral,
possui papel importante na perpetuação do agente em colônias.
A maioria dos animais primo-infectados é jovem, com o vírus rapidamente se
replicando em células epiteliais nasais, da traqueia e conjuntiva, e com posterior
migração para o gânglio trigeminal. A infecção aguda gera lise epitelial, com necrose
local e exsudação, propiciando infecção bacteriana secundária. As principais
manifestações clínicas são febre, anorexia, prostração, esternutação, secreção nasal
(inicia-se mucoide e evolui para purulenta), quemose, blefaroespasmo, secreção
ocular e tosse. Manifestações menos comuns incluem ulceração oral,
gengivite/estomatite, dermatite facial e alterações neurológicas (raro). Úlceras de
córnea, ceratite estromal e sequestro de córnea são manifestações oculares descritas
com relativa prevalência.

Aproximadamente 90% dos animais que sofreram infecção herpética tornam-


se carreadores do vírus por toda a vida, tendo papel fundamental na perpetuação da
infecção por meio do mecanismo de reativação viral. Esta reativação pode ser
induzida por estresse, prenhez/lactação, mudança de hábitos/rotina, introdução de um
novo gato ou uso de corticoides.

Calicivírus

O calicivírus felino (FCV) é um RNA vírus (fita simples) não envelopado, e muito
mais suscetível a mutações do que os DNA vírus. A predisposição à mutação é
importante, pois cada gato pode possuir uma variante do FCV própria, denominada

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“quase-espécie” viral (gama de variedades diferentes, ou “nuvem de variantes”, com
mutações pontuais mínimas, mas que geram características antigênicas e, por vezes,
patogênicas distintas).
As consequências desta rápida variação antigênica incluem o aparecimento de
uma nova doença (com características e manifestações predominantes distintas),
falha ou pouca efetividade vacinal, geração de resistência e cronificação da infecção.
O vírus é eliminado por secreções orofaríngeas, possuindo eliminação
contínua. Diferentemente da infecção pelo FHV-1, o calicivírus não possui a
característica de latência, não existindo reativação viral, e sim a eliminação
permanente. Em média, gatos infectados eliminam o vírus por aproximadamente 30 a
150 dias. Caso exista uma nova exposição, o animal pode voltar a eliminar a nova
variante viral. Fatos como este sustentam a alta incidência e prevalência da infecção
em colônias/- criatórios de gatos. Cerca de 80% dos gatos que sobrevivem à infecção
aguda se tornam carreadores crônicos do FCV. Estima-se que aproximadamente 25
a 30% dos gatos sadios pertencentes a criatórios comerciais e 10% dos gatos
pertencentes a residências com um único animal sejam carreadores crônicos. Alguns
animais eliminam o vírus por toda a vida.
Pelo fato de o FCV ser um vírus não envelopado, o mesmo é resistente ao
ambiente, podendo sobreviver por até duas semanas fora do hospedeiro; existe,
também, resistência à maioria dos desinfetantes domésticos, mas o calicivírus é
sensível ao hipoclorito de sódio.
As principais manifestações clínicas são febre, anorexia, ulceração oral,
espirros e secreção nasal. Menos comumente, a calicivirose pode causar claudicação
(poliartrite), bronquiolite e pneumonia intersticial (que podem evoluir para pneumonia
bacteriana secundária, principalmente em animais jovens).
O FCV também está implicado, embora de maneira pouco elucidada, na etiologia do
complexo gengivite-estomatite dos felinos. Aproximadamente 80% dos animais com
gengivite crônica possuem o FCV no epitélio oral.
Cerca de 80% dos gatos que sobrevivem à infecção aguda se tornam
carreadores crônicos do FCV. Estima-se que aproximadamente 25 a 30% dos gatos
sadios pertencentes a criatórios comerciais e 10% dos gatos pertencentes a
residências com um único animal sejam carreadores crônicos. Alguns animais
eliminam o vírus por toda a vida.

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Clamidiose

A Chlamydia felis é uma bactéria gram-negativa, parasita intracelular obrigatório,


com predileção por epitélio conjuntival (mas também realizando replicação em epitélio
respiratório, gastrintestinal e genito-urinário). É um dos principais agentes causadores
de conjuntivite em gatos, além da micoplasmose.
É comum em animais jovens (entre dois meses e um ano de idade), dificilmente
acometendo animais com mais de cinco anos. É transmitida por meio do contato com
secreções conjuntivais contaminadas, sendo o contato direto a principal forma de
transmissão (pelo fato do patógeno ser intracelular obrigatório).
Predominantemente, gatos com clamidiose apresentam conjuntivite, com
secreção ocular, hiperemia conjuntival, quemose e blefaroespasmo sendo as
manifestações mais comuns. No entanto, somente as manifestações de conjuntivite
são características da clamidiose – manifestações corneanas, com úlceras e ceratites,
não são usualmente causadas pela C. felis (nessas situações, deve-se pensar em
infecções mistas, com associação do FHV-1). Alterações em trato respiratório
associadas à clamidiose são raras.

Bordetella

A Bordetella bronchiseptica é um patógeno respiratório primário em diversas


espécies, incluindo suínos, cães (“tosse dos canis”), gatos e seres humanos (em geral,
imunossuprimidos). Pode haver a transmissão interespécies, existindo portanto,
potencial zoonótico.
Esta bactéria pode estar envolvida em doenças respiratórias de trato superior
principalmente em ambientes de colônia/abrigo, onde fatores como a densidade
populacional elevada, estresse e manejo sanitário deficiente estejam envolvidos.
No geral, as manifestações clínicas respiratórias (tosse, espirros, secreção
nasal/ocular) são discretas, estando associadas à manifestação de outros agentes,
como o herpesvírus e o calicivírus, nos casos mais graves. Em filhotes menores que
10 semanas de idade, pode causar pneumonia.
O agente é eliminado através de secreção nasal e ocular de gatos infectados,
contaminando outros animais por meio de contato direto com estas (embora a
transmissão através de vias indiretas/fômites não possa ser excluída).

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Micoplasmose

As bactérias do gênero Mycoplasma são comensais normais de mucosas de


diversos sistemas dos mamíferos, incluindo o trato respiratório. Diversas espécies já
foram identificadas em felinos, mas o potencial patogênico da maioria é desconhecido.
Certamente, esses agentes podem ter grande participação como patógenos
secundários, oportunistas. A Mycoplasma felis foi correlacionada com conjuntivite e
rinite em felinos.

Vídeo 5: Tudo que você precisa saber sobre infecções bacterianas respiratórias em
cães e gatos

Disponível:< https://www.youtube.com/watch?v=cpf6lthOMWE&t=179s>

Sinopse: O vídeo fala sobre diagnóstico de infecções bacterianas respiratórias em


cães e gatos! Este tipo de infecção em cães e gatos é quase que via de regra
oportunista! Precisa ter um fator de base, uma doença primária pra infecção
bacteriana se manifestar! Diferente da medicina humana em que vários agentes são
primários do trato respiratório!

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DIAGNÓSTICO

Vídeo 6: Como diagnosticar doenças respiratórias em cães e gatos?


Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=davTzx0kE-s >
Sinopse: Doenças respiratórias, por onde começar? O diagnóstico de doenças
respiratórias em cães e gatos é muito frequente na clínica e algumas doenças
requerem poucos recursos diagnósticos, enquanto outras exigem mais. Porém, na
grande maioria das vezes, as doenças respiratórias se manifestam por sinais clínicos
que podem facilmente identificados no exame físico! No vídeo de hoje, o prof. Paulo
fala sobre 4 sinais que auxiliam muito na identificação do paciente no ambulatório
como tendo uma enfermidade do sistema respiratório! São eles secreção nasal, sons
respiratórios, tosse e dispneia! Vem conferir essas dicas pra não errar mais nos seus
diagnósticos.

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O diagnóstico presuntivo geralmente é realizado com base nas manifestações


clínicas, histórico e características epidemiológicas. Gatos que vivem ou são
provenientes de ambientes super populosos (criatórios comerciais, abrigos, colônias)
estão susceptíveis ao contato com estes agentes, visto que são considerados
enzoóticos nestas localidades. Dados de uma anamnese completa também são
importantes no diagnóstico clínico, como presença de outros animais enfermos no
local, contato recente com animais de origem desconhecida, surto de doença no local
ou introdução de novos gatos na colônia.
Em muitas situações, é difícil determinar qual agente está envolvido mais
predominantemente com determinadas manifestações clínicas. No geral, o
herpesvírus tende a causar manifestações clínicas mais agressivas (espirros,
secreção nasal e conjuntivite) que o calicivírus. O calicivírus tende a manifestações
mais brandas, no entanto, com possibilidade de ulceração oral e envolvimento
articular. A clamidiose usualmente é associada com conjuntivite (somente), podendo
ser unilateral em fases iniciais. A B. bronchiseptica pode causar tosse, secreção nasal
e é mais comum em ambientes com elevada densidade populacional, proximidade
com cães infectados e filhotes.

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Visto que muitas vezes os animais pertencem a colônias, raramente são
utilizados métodos laboratoriais específicos para o diagnóstico e discernimento entre
os agentes, por questões financeiras.
O diagnóstico laboratorial se dá por métodos moleculares. O exame de eleição
com maior sensibilidade é a PCR, que pode ser feita de secreção nasal ou orofaríngea
(nos casos de herpesvirose, Bordetella ou micoplasmose), secreção conjuntival e
membrana conjuntival (no caso de clamidiose), cavidade oral (no caso da calicivirose).
A interpretação dos resultados deve ser feita com muita cautela. Resultados
positivos em um animal assintomático não o classifica como doente, e sim como
portador/carreador. Animais hígidos podem ter exames positivos para a detecção de
bactérias do gênero Mycoplasma spp. A realização de exames específicos não
modifica a conduta terapêutica.
A sorologia tem valor limitado, por não discernir o animal exposto do vacinado.
Em alguns casos de clamidiose, a citologia conjuntival pode evidenciar o agente
(inclusões intra-celulares). O teste de PCR, por outro lado, apresenta sensibilidade ao
agente bastante superior ao exame citológio.

A interpretação dos resultados deve ser feita com muita cautela. Resultados
positivos em um animal assintomático não o classifica como doente, e sim como
portador/carreador. Animais hígidos podem ter exames positivos para a detecção de
bactérias do gênero Mycoplasma spp. A realização de exames específicos não
modifica a conduta terapêutica.

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TRATAMENTO

O tratamento envolve terapêutica sintomática e manejo adequado. Antibióticos


de amplo espectro que atuem contra bactérias usualmente encontradas na orofaringe
dos gatos são indicados, devendo ser utilizados por períodos de duas a três semanas
(p.e., amoxicilina com clavulanato de potássio, azitromicina ou cefalosporinas).
Animais com contaminação e conjuntivite bacteriana secundária aos quadros
herpéticos devem ter tratamento tópico realizado com colírios à base de antibióticos.
Em gatos com conjuntivite causada por clamidiose, o tratamento deve ser feito
por via sistêmica, com a doxiciclina sendo o fármaco de eleição. Em animais que não
realizaram a troca da dentição, pode ser utilizada a amoxicilina com clavulanato de
potássio. Em locais com clamidiose, todos os animais devem ser tratados. No caso
de suspeita ou confirmação de infecção associada aos agentes B. bronchiseptica e
Mycoplasma spp., a doxiciclina é o antibiótico de eleição, sendo indicada na dose de
5 mg/kg a cada 12 horas, ou 10 mg/kg uma vez ao dia, pelo período de 3 semanas.
O uso de estimulantes de apetite (ciproheptadina, mirtazapina), bem como
medidas para palatabilização do alimento (amornar o alimento antes da
administração, por exemplo) podem ser indicados. Em animais anoréticos, o uso de
métodos de alimentação enteral pode ser necessário. No entanto, as sondas
nasoesofágicas são contraindicadas, visto a grande possibilidade de inflamação dos
etmoturbinados.
No caso de suspeita ou confirmação de infecção associada aos agentes B.
bronchiseptica e Mycoplasma spp., a doxiciclina é o antibiótico de eleição, sendo
indicada na dose de 5 mg/kg a cada 12 horas, ou 10 mg/kg uma vez ao dia, pelo
período de 3 semanas.
Em animais com muita secreção nasal, nebulização ou lavagem nasal com
solução fisiológica (instilando algumas gotas em cada narina) pode ajudar na
fluidificação e eliminação da mesma. Mucolíticos, como a N-acetilcisteína ou a
bromexina também podem ser utilizados. O uso da N-acetilcisteína na forma de
inalação é contraindicado na espécie felina, por causar broncoespasmo.
Em casos de infecção herpética aguda, o uso do antiviral famciclovir é indicado,
na dose de 62,5 – 125 mg/gato SID a TID (não possui indicação em casos de rinite
crônica ou sequela herpética nasal).

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A administração de L-Lisina por via oral, em teoria, pode auxiliar na redução da
multiplicação viral em gatos infectados pelo herpesvírus. As doses preconizadas são
de 500 mg/gato uma vez ao dia, devendo ser administrada em jejum para correta
absorção. No entanto, seu uso é controverso, com estudos recentes mostrando que
este aminoácido não gera redução nem melhora dos quadros herpéticos, podendo
piorar a eliminação viral em alguns casos. não se deve utilizar corticoides nas doenças
respiratórias agudas do trato anterior dos felinos, principalmente por via sistêmica. O
uso da N-acetilcisteína na forma de inalação é contraindicado na espécie felina, por
causar broncoespasmo.

MANEJO E PREVENÇÃO

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O primeiro ponto importante a se salientar é o estado de portador/carreador
assintomático no caso das infecções virais. Os animais assintomáticos são os
principais perpetuadores da infecção, sendo difícil o controle em ambientes sujeitos a
estresse e superpopulação.
O manejo inclui higiene e boas condições sanitárias, além de correto e selecionado
programa vacinal. A redução da superpopulação, estratégias de enriquecimento
ambiental e minimização do estresse são vitais.
A resposta imunológica após a vacinação é caracterizada pela produção de altos
títulos de anticorpos em animais imunocompetentes. No entanto, a vacinação contra
o FCV e FHV-1 não é considerada “esterilizante”, ou seja, não protege o animal contra
a infecção. Mesmo animais corretamente vacinados podem se tornar infectados e
desenvolver o estado de portador crônico/carreador. Muitas vezes, o animal vacinado
já foi exposto aos agentes e já é um portador assintomático.
Embora a imunização não ofereça proteção contra a infecção (e também não
elimine o estado de portador/carreador), os altos títulos de anticorpos auxiliam na
melhor resposta imune contra o desenvolvimento da doença e consequentes
manifestações clínicas. Desta forma, a vacinação atenua a sintomatologia, tornando-
a, muitas vezes, amena e até imperceptível. Portanto, a vacinação é um componente
fundamental no manejo de colônias e criatórios, e o protocolo vacinal deve ser
individualizado para cada situação.
No caso da clamidiose, além de protocolos vacinais corretamente selecionados,
todos os animais devem ser tratados, visando impedir a reinfecção. Embora a
imunização não ofereça proteção contra a infecção (e também não elimine o estado
de portador/carreador), os altos títulos de anticorpos auxiliam na melhor resposta
imune contra o desenvolvimento da doença e consequentes manifestações clínicas.
Desta forma, a vacinação atenua a sintomatologia, tornando-a, muitas vezes, amena
e até imperceptível.

ANATOMIA DO GATO

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Vídeo 7 : COMPLEXO RESPIRATÓRIO FELINO
Disponível:< https://www.youtube.com/watch?v=WW6AGtU9IUg >

Sinopse: Problemas do sistema respiratório dos nossos gatos são muito comuns.
Nesse vídeo iremos conversar sobre alguns sinais, possíveis causas e como devo
lidar com o essas condições. Lembrando que esse vídeo tem o intuito de informar.
Não é uma consulta e não sugere nenhum tratamento. Ao identificar qualquer sinal
fora do normal no seu gatinho, leve-o para o veterinário de sua confiança o quanto
antes.

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Doenças que Afetam Órgão do Tórax do Gato

Infecção Pulmonar

Assim como os humanos, os gatos podem desenvolver pneumonia por conta


de uma gripe não tratada corretamente ou por imunidade baixa. É preciso que o tutor
fique atento às mudanças de hábitos dos felinos para que a doença não passe
despercebida, pois, quando não tratada rapidamente, as chances de recuperação
diminuem, principalmente em filhotes, em animais de idade avançada ou em
portadores de imunodeficiência felina (semelhante à AIDS humana).
A infecção nos pulmões dos felinos pode levar a óbito em poucos dias. A
pneumonia bacteriana felina geralmente é uma consequência de infecções causadas
por vírus, como os da rinotraqueíte, calicivirose ou imunodeficiência. A rinotraqueíte
lembra uma gripe e é causada pelo herpesvírus. O animal pode se infectar por meio
do contato direto com secreções do nariz ou dos olhos de um animal doente, ou
também por partículas eliminadas na tosse ou espirros. Os sintomas principais da
rinotraqueíte são secreção nasal e ocular, espirros, febre, tosse, tristeza e falta de
apetite; nos casos mais graves, pode haver pneumonia bacteriana secundária. Já a
imunodeficiência, por causar depressão do sistema imunológico, pode enfraquecer os
gatos, o que aumenta as suas chances de contrair doenças pulmonares.
O animal com pneumonia apresenta cansaço, tosse, perda de peso, secreção
nasal e respiração ofegante. Os sintomas podem ser muito parecidos com os da
rinotraqueíte, mas em geral são mais intensos e perigosos. Por isso, é importante
prestar atenção em qualquer mudança de comportamento do seu animal. “Os gatos

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conseguem esconder bem quando estão doentes, então, muitos tutores não
percebem a doença ou só notam quando já é tarde demais. É necessário prestar
atenção se ele está comendo normalmente, se está dormindo mais que o normal, se
a respiração mudou e se há tosse, que, muitas vezes, é confundida com um engasgo
ou vômito.”, orienta o médico-veterinário e gerente Técnico de Animais de Companhia
da Zoetis (São Paulo/SP), Alexandre Merlo.
Existem vacinas para prevenir doenças e, assim, reduzir as chances de
pneumonia felina. As vacinas da Zoetis, Felocell CRV e a Felocell-C, protegem os
animais de diversos males que compõem o chamado complexo respiratório felino,
como a rinotraqueíte, a calicivirose, além da panleucopenia, que é uma doença
gastrointestinal. Felocell CRV – C também protege contra a clamidiose, uma doença
viral que afeta principalmente os olhos, e pode levar à conjuntivite. “Protegido contra
essas doenças, as chances de o gato desenvolver uma pneumonia caem
drasticamente, por isso, recomendamos a prevenção por meio de vacinas”, explica
Merlo.
Caso o gato já tenha desenvolvido o problema, antibióticos como o Synulox,
em forma de comprimidos palatáveis desenvolvidos pela Zoetis, podem ajudar o pet
a se recuperar. “Ao perceber qualquer alteração no comportamento do seu animal de
estimação, consulte sempre o seu médico-veterinário”, finaliza o especialista.

 O que pode causar Pneumonia em cães e gatos?


As causas para o desenvolvimento de Pneumonia são extrínsecas ou
intrínsecas. Fatores extrínsecos incluem exposição a um agente causador (bactérias,
fungos, vírus), exposição a irritantes pulmonares (Pneumonia por aspiração, fumaça,
gases tóxicos) ou lesão pulmonar direta. Fatores intrínsecos estão relacionados ao
paciente. A perda de reflexos protetores das vias aéreas superiores permite a
aspiração de conteúdo das vias aéreas superiores para dentro do pulmão, podendo
acometer animais com problemas neurológicos ou idosos.
Qualquer organismo, incluindo vírus e fungos, pode causar Pneumonia, mas as
causas mais comuns são as bactérias, em particular espécies de estreptococos e
micoplasmas. Embora ocorra Pneumonia viral, os vírus costumam ter um papel
importante no enfraquecimento do pulmão, convidando assim a Pneumonia
secundária causada por bactérias. A Pneumonia fúngica pode se desenvolver muito
rapidamente e pode ser fatal, mas geralmente ocorre em situações de imunidade

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comprometida. Poeiras contaminadas, quando inaladas por indivíduos previamente
saudáveis, às vezes podem causar doenças pulmonares fúngicas. A Pneumonia
também pode ocorrer como hipersensibilidade ou resposta alérgica a agentes como
mofo, umidificadores e excrementos de animais ou a lesões químicas ou físicas (por
exemplo, inalação de fumaça). Separamos abaixo as causas mais comuns de
Pneumonia nos cães e gatos

- Megaesôfago
É uma dilatação e diminuição do peristaltismo esofágico que pode ser
congênito, adquirido idiopático (sem causa definida), ou adquirido secundário (algo
levou a essa condição).
Essa patologia faz com que tenha um acúmulo anormal de alimento e de gás
na região esofágica, fazendo com que o animal sofra de constantes regurgitações e,
além disso, algumas complicações que podem vir em decorrência da doença.
A Pneumonia por aspiração é uma complicação muito comum nessa condição,
e requer uma atenção especial, pois muitos animais sucumbem devido a essa
Pneumonia.

- Peritonite infecciosa felina (PIF)


A PIF é uma das doenças infecciosas virais mais importantes que acomete os
gatos, sendo também causada por um coronavírus. Porém, é um vírus diferente do
causador da Covid-19. O vírus da PIF pode causar Pneumonias e Broncopneumonias
em felinos, além de sintomas digestivos, debilidade, febre, aumento abdominal,
sintomas neurológicos, problemas oculares e até mesmo a morte. Vale lembrar que
essa doença não é contagiosa para humanos, acometendo apenas os felinos
domésticos não imunizados e os selvagens.

- Verminoses
As verminoses são muito frequentes na clínica de cães e gatos, isso devido
sua enorme casuística. Alguns desses vermes se alojam nos pulmões dos animais,
e embora sejam raras infecções graves, de uma forma geral, podem acabar
provocando Pneumonias, efusão pleural, piotórax, e até mesmo complicações mais
graves se não tratadas adequadamente e rapidamente.

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- Fungos
O sistema respiratório é uma porta de entrada para diversas patologias, até
mesmo para infecções fúngicas. Os fungos podem se disseminar pelo sangue ou pela
linfa e causar graves infecções generalizadas. A Pneumonia fúngica também
conhecida como micótica pode ocasionar problemas inflamatórios profundos para os
pulmões dos animais. Atinge mais comumente os cães e causam sintomas de tosse
persistente que não melhora com os tratamentos convencionais. A grande dificuldade
das infecções fúngicas é a baixa oferta de medicamentos eficazes para alguns fungos.
As poucas moléculas disponíveis costumam causar efeitos colaterais renais,
hepáticos e digestivos importantes. Por isso a necessidade de manter os animais com
boa imunidade e investigar o quanto antes o tipo de infecção.

- Pneumonia Bacteriana
As Pneumonias bacterianas causam frequentemente a morte de cães e gatos.
A Pneumonia bacteriana é o tipo mais comum que acomete os animais de estimação.
Os microrganismos que comumente acometem esses animais são Bordetella
bronchiseptica, Escherichia coli, Klebsiella spp, Pseudomonas spp, Pasteurella spp,
Streptococcus spp, Staphylococcus spp e espécies de Micoplasma. Dentre os
sintomas destacam-se tosse, secreção nasal, espirros, dificuldade respiratória, ruídos
pulmonares e intolerância ao exercício. Importante destacar que a Pneumonia
causada por bactérias geralmente é secundária a uma condição como as citadas
neste artigo.

- Cinomose
A cinomose é uma doença infecciosa que afeta os cães e tem etiologia viral. É
responsável por causar problemas respiratórios, gastrointestinais e problemas
neurológicos. Os sinais mais comuns da doença são: tosse, diarreia, anorexia e
desidratação. Esses animais inicialmente podem apresentar uma Pneumonia causada
pelo próprio vírus, mas que com o tempo evolui para uma Broncopneumonia causando
infecções bacterianas secundárias.

- Sintomas da Pneumonia em cães e gatos

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Os sintomas de Pneumonia em cães e gatos podem incluir tosse úmida ou
produtiva, aumento da frequência respiratória, secreção nasal e ocular, respiração
ofegante, apatia, perda de apetite e/ou perda de peso e febre.

- Diagnóstico da Pneumonia em cães e gatos


O veterinário normalmente inicia o diagnóstico na anamnese e no exame físico.
No exame físico já é possível auscultar ruídos brônquicos e umidade nos campos
pulmonares. O hemograma geralmente mostra alterações como aumento do número
total de células brancas (leucocitose) com aumento de neutrófilos (neutrofilia),
principalmente em Pneumonias bacterianas. Quando a causa da Pneumonia é
verminótica, o hemograma poderá apresentar um aumento do número de eosinófilos.
E na infecção fúngica, normalmente, o aumento é no número de neutrófilos e de
monócitos. Algumas infecções fúngicas ou protozoárias podem ser diagnosticadas em
cães ou gatos com exames de sangue; no entanto, a análise de amostras dos pulmões
também pode ser necessária.
As radiografias de tórax são sempre recomendadas quando há suspeita de
Pneumonia. O padrão de raio-x ajuda a determinar a causa mais provável de
Pneumonia e também avalia a gravidade da doença. Dependendo das alterações
observadas na radiografia e na saúde geral do animal, pode ser necessário obter
amostras das vias aéreas para cultura e análise.

- Tratamento
Alguns animais com Pneumonia podem muitas vezes precisar de tratamento
hospitalar, principalmente em casos de desidratação e infecção severas, quando
ficam muitos dias sem se alimentar, ou quando necessitam de oxigenoterapia. Há de
se identificar a causa para combate-la com a terapêutica específica. Geralmente, o
tratamento baseia-se em antibióticos para combater a infecção, anti-inflamatórios,
principalmente corticoides para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
Recomenda-se não utilizar antibióticos bacteriostáticos em tratamentos com
corticosteroides, devido a possível imunossupressão causada por essa classe de anti-
inflamatórios, optando por antibióticos bactericidas.

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Casos menos graves podem ser tratados em casa, mas exigem dedicação dos
proprietários na administração dos medicamentos e das medidas de suporte que
possam ter sido indicadas.

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BRONQUITE FELINA

Vídeo 8: A diferença entre asma felina e bronquite crônica


Disponível:< https://www.youtube.com/watch?v=O-tAcdp9tyo>
Sinopse: Esse vídeo do Canal Raciocínio Clínico Vet traz uma dica rápida e prática.
As principais afecções da vias aéreas inferiores dos felinos são a asma e a bronquite
crônica. Elas tem sinais muito semelhantes e geralmente é difícil fazer essa
diferenciação! Mas no vídeo de hoje o prof. Paulo dá uma dica valiosa da diferença
entre elas.

Vídeo 9: O que você precisa saber sobre o diagnóstico da asma felina


Disponível:< https://www.youtube.com/watch?v=LECcTfbfUyQ>
Sinopse: No Canal Raciocínio Clínico Vet, o Prof. Paula fala sobre a asma, que é
uma importante enfermidade em felinos, sendo uma das principais doenças
respiratórias que acomete a espécie. Com a urbanização dos pets, vem aumentando
a quantidade dos casos, uma vez que, acredita ser de origem alérgica. Contudo,
exige conhecimento do médico veterinário, não apenas pela sua prevalência, mas
também, pode se tratar de uma emergência na fase aguda.
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A bronquite felina é uma inflamação nas vias aéreas, mais especificamente nos
brônquios e nos bronquíolos, estruturas que realizam o transporte do ar para os
alvéolos. Em outras palavras, são essenciais para o bom funcionamento respiratório
e condicionamento físico, permitindo aos mamíferos performance em atividades
físicas.
Ou seja, os gatos que sofrem com o problema não conseguem aproveitar o
máximo da performance física, ficando assim impossibilitados de praticarem seus
exercícios inerentes da natureza ativa e agitada. Além dos problemas relacionados a
tosses e vômitos, em casos extremos e não tratados o animal pode se tornar
agressivo.
Dentro do âmbito da doença, é possível encontrar a forma aguda, e se não
tratada corretamente, esta pode se tornar crônica. Na aguda, os sintomas são

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intensos e duram poucos dias, e as estruturas respiratórias não sofrem danos
irreversíveis. As estruturas respiratórias não sofrem danos irreversíveis. Já na forma
crônica da doença, os sintomas são menos intensos, mas com duração prolongada,
chegando a meses, sendo necessário o tratamento para controle dos sinais clínicos.
Danos irreversíveis ao sistema respiratório podem ocorrer na forma crônica.

A bronquite felina pode ser causada pelas seguintes condições:


 Ambiente seco e/ou inalação de materiais irritantes: sendo a forma mais
comum do desenvolvimento da doença, a inalação de substâncias irritantes às vias
respiratórias é difícil de ser controlada. É necessário muito cuidado e atenção com os
ambientes da casa, pois o sistema respiratório do gato é mais frágil do que o dos seres
humanos.
 Bactérias fungos: existem bactérias e fungos que atacam especificamente o
sistema respiratório, e podem ser inaladas em ambientes propícios ao
desenvolvimento das mesmas (locais fechados, muito empoeirados e relacionados).
 Parasitas: a bronquite crônica também pode ser causada por parasitas, sendo
essa uma das causas mais graves da doença, por ser difícil seu diagnóstico e
tratamento.
 Bolas de pelo: por estarem sempre se lambendo, os gatos podem engolir
muitos pelos e aspirar sujeiras, irritando assim as vias respiratórias. Com o passar do
tempo e o contato constante com estas substâncias, o problema pode resultar em uma
bronquite felina.
O tratamento da bronquite felina é de forma medicamentosa, não havendo
cirurgias específicas para a resolução do problema. Durante todo o processo – desde
o diagnóstico até a cura da doença – o médico veterinário é essencial. Ele irá
prescrever o tratamento conforme o nível da bronquite e o organismo do seu animal.
O tratamento pode ter como objetivo a cura da doença – caso seja aguda – ou então
para o controle e inibição dos sinais clínicos – caso seja crônica.

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MODELO DE ANAMMESE

O diálogo estabelecido entre o examinador, no caso o médico veterinário, com


o tutor é denominado de anamnese. No diálogo são investigadas à queixa principal
da consulta veterinária e as condições gerais do animal por sistemas e um histórico
do paciente como um todo. O diálogo é estabelecido com um vocabulário
correspondente ao do tutor.

A anamnese compreende na investigação:

 Queixa Principal;
 Duração e tempo da doença;
 Uso de fármacos no período; Histórico de doenças anteriores;
 Uso de fármacos controlados;
 Histórico de convulsões;
 Ambiente de moradia;
 Tipo de dieta ofertada ao animal;
 Imunização e desverminação;
 Controle de ectoparasitas (carrapatos e pulgas);
 Estado de saúde de animais de convívio e pessoas;

Questões sobre cada sistema são estabelecidas no diálogo, são investigados


os sistemas:

 Órgãos dos sentidos (visão, olfato, audição, tato e paladar);


 Sistema Respiratório;
 Sistema Cardiovascular;
 Sistema Digestório;
 Sistema Urinário;
 Sistema Reprodutor Feminino (glândulas mamárias);
 Sistema Reprodutor Masculino (testículos);
 Sistema Nervoso (histórico de convulsões);
 Sistema Locomotor;
 Sistema Tegumentar (condutos auditivos e glândulas perianais);

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Na investigação do sistema tegumentar, durante anamnese e inspeção, é
importante considerar: pelos e unhas, palpação com a avaliação da pigmentação,
odor, integridade/profundidade, consistência da pele, bem como temperatura e
elasticidade. O diálogo estabelecido entre médico veterinário e tutor deve ser
realizado de modo aprofundado por cada sistema. O significado de alterações
observadas no paciente possuem denominações, abaixo seguem alguns termos
semiológicos e seus achados correspondentes:

 Anorexia: perda total de apetite


 Anúria: ausência na produção de urina
 Apneia: é a ausência total de respiração
 Ascite: acúmulo de líquido na cavidade abdominal
 Bradicardia: diminuição da frequência cardíaca
 Bradipneia: redução da frequência respiratória
 Cianose: coloração azulada de mucosas, exemplo: mucosa oral e a língua
 Dispneia: dificuldade respiratória
 Melena: presença de sangue digerido nas fezes
 Normodipsia: consumo normal de água
 Normorexia: consumo normal de alimento
 Polidipsia: cosumo de água aumentado
 Polifagia: consumo de alimento aumentado
 Poliúria: aumento do volume urinário produzido em 24 horas, assim ocorre o
aumento do volume e frequência em micção
 Regurgitação: expulsão passiva do conteúdo esofágico
 Síncope: perda súbita transitória de consciência e de tônus postural, devido ao
fornecimento de oxigênio insuficiente ao cérebro
 Taquicardia: aumento da frequência cardíaca
 Taquipenia: aumento da frequência respiratória
 Vômito: expulsão forçada do conteúdo gástrico

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Texto de Apoio

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REFERÊNCIAS
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MIZGERD, J.P. Acute Lower Respiratory Tract Infection, N Engl J Med, v.14, n.
358, 2008.

PAVELSKI M., DORNBUSCH P.T, RIBAS C. R., MORAES P.F, Capriglione L. G, et


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